Depois da Coreia do Norte, do Irão e da Venezuela, Trump atirou-se ao desporto
Presidente dos EUA entrou em “guerra” com a NBA e a NFL e os jogadores reagiram com críticas e protestos. (...)

Depois da Coreia do Norte, do Irão e da Venezuela, Trump atirou-se ao desporto
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-07-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Presidente dos EUA entrou em “guerra” com a NBA e a NFL e os jogadores reagiram com críticas e protestos.
TEXTO: Não existem dias enfadonhos no quotidiano de Donald Trump desde que chegou à Casa Branca e a diplomacia não é, definitivamente, o seu forte. Na terça-feira, num discurso inflamado na ONU, o presidente dos EUA ameaçou “destruir totalmente” a Coreia do Norte, ao mesmo tempo que prometeu rasgar o acordo nuclear com o Irão e reforçar as sanções económicas à Venezuela. Nesta sexta-feira iniciou uma “guerra” com as Ligas norte-americanas de basquetebol (NBA) e futebol (NFL), duas das mais populares a nível nacional e internacional. Os jogadores reagiram com uma série de protestos, que subiram de tom este domingo, com críticas ao líder da Sala Oval e chamando a atenção para os problemas sociais e raciais do país. A bola de neve começou a ganhar dimensão na véspera do fim-de-semana, quando Trump chamou, indirectamente, “filho da puta” a um jogador de futebol americano. Na mira tinha Colin Kaepernick que, desde o ano passado, antes do início de cada partida, se ajoelhava ao som do hino nacional, para denunciar a violência policial contra cidadãos afro-americanos e a injustiça racial. Uma forma de protesto pacífica que não beliscou a sensibilidade do presidente. Antes pelo contrário. “Não iriam adorar que um desses donos de equipas da NFL, ao ver que algum jogador falta ao respeito à nossa bandeira, dissesse: ‘Tirem esse filho da puta do campo imediatamente. Está despedido!’”, questionou, durante um comício no estado do Alabama perante uma plateia de apoiantes entusiastas. E, na eventualidade das suas palavras em Alabama não terem a repercussão desejada, voltou à carga durante o fim-de-semana, agora através da sua mais emblemática “arma” de comunicação: a rede social Twitter. O mais recente post surgiu já este domingo, com Trump a sugerir aos adeptos que deixassem de ir aos estádios ou os abandonassem quando assistissem a este tipo de protestos. Minutos depois, num outro tweet, não resistiu a nova provocação, acusando os profissionais do futebol americano de estarem a arruinar o jogo, por não serem suficientemente duros e tornarem as partidas “chatas”. Os jogadores da NFL não ficaram intimidados e responderam este domingo com a mesma forma de protesto protagonizada por Colin Kaepernick. Uma manifestação de união que extravasou as fronteiras americanas. Antes do início de um encontro em Londres, os basquetebolistas dos Baltimore Ravens e dos Jacksonville Jaguars foram os primeiros a ajoelhar-se durante o hino dos EUA. Também o comissário da NFL Roger Goodell contestou as palavras de Trump, através de um comunicado oficial, exigindo respeito e salientando a grande solidariedade demonstrada pelos atletas em prol das suas comunidades, nomeadamente através de donativos generosos para as vítimas dos desastres naturais do último mês. O presidente não o deixou sem resposta, acusando-o de desrespeitar o país ao defender os jogadores que protestaram durante o hino. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Mas não foi apenas a NFL a sofrer as investidas presidenciais por estes dias. As baterias foram também apontadas à NBA. No sábado, Trump resolveu retirar o convite para uma visita à Casa Branca a Stephen Curry, a estrela dos Golden State Warriors, que se sagraram, em Julho deste ano, bicampeões da Liga profissional de basquetebol. O jogador tinha contestado a oportunidade desta visita à residência presidencial, que é tradicionalmente concedida às equipas vencedoras das respectivas competições desportivas. Um atrevimento que Trump não deixou passar em claro. “Visitar a Casa Branca é considerado uma grande honra para uma equipa campeã. Stephen Curry está a duvidar e por isso retiro-lhe o convite”, atirou através de mais uma mensagem na sua conta no Twitter. De pronto, grandes estrelas da NBA saíram em defesa do seu colega, entre as quais o “rei” LeBron James, que foi um dos mais corrosivos: “Ir à Casa Branca era uma honra até que tu chegaste!”, escreveu no Twitter. Ainda no sábado, os próprios Warriors, em comunicado, aceitaram o “desconvite” presidencial, mas mantiveram a visita a Washington, que irão tornar numa celebração da “igualdade, diversidade e inclusão”: “Não há nada mais americano que o direito de livre expressão em assuntos importantes. Estamos decepcionados por não ter a oportunidade de compartilhar opiniões ou ter um diálogo aberto. ”
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
A maior lição de Mandela
A noção de que habitamos um espaço comum e devemos dialogar e chegar a consensos que permitam que todos vivamos em paz. Foi esta a “arma” que Mandela usou durante e após os 27 anos em que esteve preso. (...)

A maior lição de Mandela
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-07-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: A noção de que habitamos um espaço comum e devemos dialogar e chegar a consensos que permitam que todos vivamos em paz. Foi esta a “arma” que Mandela usou durante e após os 27 anos em que esteve preso.
TEXTO: O nome Mandela é sinónimo da luta pela paz e da conciliação, face à opressão e à segregação. No centenário do seu nascimento (se fosse vivo, completaria 100 anos hoje, 18 de Julho) e no dia que foi instituído, em 2009, como o Dia Internacional de Mandela, muitas lições e aprendizagens estão por tirar dos gestos que nos deixou e da narrativa de vida e resistência que foi construindo. Lições e gestos que nos devem inspirar para a resolução de opressões e discriminações que vivemos hoje e que, em muitos casos, se têm vindo a acentuar. Numa sociedade na qual proliferam discursos e palavras, são os gestos que emergem como exemplo e como ponto de mudança de atitudes e mentalidades. Foram vários os gestos que Mandela nos deixou e que trazem, subjacentes, profundas mensagens. A começar pelo momento da sua libertação, ao ter aceitado sair da prisão, onde esteve 27 anos, apenas quando recebeu garantias de que todos os outros prisioneiros políticos seriam libertados com ele. A forma como encarou o seu cargo enquanto presidente sul-africano (o primeiro presidente negro eleito na África do Sul) é outra lição, ao ter cumprido um só mandato, deixando depois o poder de livre e espontânea vontade, transmitindo uma clara mensagem de como os políticos devem estar ao serviço da política e não dos seus interesses, fortalecendo a democracia e contrariando assim um dos erros mais comuns na África pós-colonialista: a perpetuação no poder político. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A estratégia de como usou o desporto, um agente mobilizador de massas, em particular o râguebi, para passar uma mensagem de reconciliação e unir um país que viveu quase 50 anos em apartheid, um regime de segregação racial. Mas a maior lição, e aquela que hoje nos deve ligar e fortalecer, é o diálogo. A noção de que habitamos um espaço comum e devemos dialogar e chegar a consensos que permitam que todos vivamos em paz. Foi esta a “arma” que Mandela usou durante e após os 27 anos em que esteve preso, numa autêntica capacidade de resiliência e perdão. Foi através do diálogo e da negociação que lutou pelo fim do apartheid, lançando assim as bases de uma nova África do Sul e tendo recebido o Prémio Nobel da Paz. Foi através do diálogo que levou a cabo o seu mandato na era pós-apartheid num clima ainda marcado pelas divisões raciais entre negros e sul-africanos e pela violência entre ambos. Foi através do diálogo que, já após o seu mandato, serviu de mediador para a paz no Burundi, depois de uma longa guerra civil entre etnias diferentes, “tutsis” e “hútus”, que causou mais de 200. 000 vítimas. É esta capacidade de diálogo e de nos colocarmos “no lugar do outro” (a chamada empatia) que urge nos dias de hoje, onde nacionalismos crescem um pouco por toda a parte, milhares de pessoas se vêem obrigadas a fugir das suas casas todos os dias e fronteiras são fechadas entre países. São estes exemplos que nos deverão ficar como legado de um dos maiores defensores da liberdade e dos direitos humanos e um símbolo da paz mundial.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Inspector Paulo Silva propõe criar a PT, a “Polícia Tributária” do fisco
Com experiência na investigação criminal em mega-processos, como a Operação Marquês, Paulo Silva denuncia falta de meios no fisco. Inspectores têm de usar os seus próprios carros para fazer diligências. (...)

Inspector Paulo Silva propõe criar a PT, a “Polícia Tributária” do fisco
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-05-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Com experiência na investigação criminal em mega-processos, como a Operação Marquês, Paulo Silva denuncia falta de meios no fisco. Inspectores têm de usar os seus próprios carros para fazer diligências.
TEXTO: É uma proposta polémica. O inspector tributário Paulo Silva assume-o e dá o pontapé de partida para a discussão no espaço público: reorganizar organicamente a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) para criar dentro da instituição uma unidade nuclear judiciária, a “Polícia Tributária (PT)”. O nome é meramente indicativo, mas a ideia de fundo já serviu para despertar a reflexão entre inspectores do fisco. Essa foi uma das sugestões que Paulo Silva, com experiência em inquéritos criminais de especial complexidade como a Operação Furacão, Monte Branco e Operação Marquês, foi deixar ao 3. º Congresso Luso-Brasileiro de Auditores Fiscais e Aduaneiros, que terminou nesta quarta-feira no Porto. O debate do prós e contras começa agora. Com a informatização, a máquina fiscal enfrenta uma mudança de paradigma, com uma diminuição dos procedimentos administrativos de inspecção e um aumento dos processos de inquérito (aqueles em que hoje o fisco coadjuva o Ministério Público enquanto órgão de polícia criminal). “[Com] a quantidade de informação que hoje em dia temos na AT, muita dela tratada mecanicamente de uma forma automática, vão começar a sobrar meios para podermos actuar dentro da inspecção tributária noutros moldes, ou seja, passar de um procedimento inspectivo tradicional para uma actuação que implica a recolha de prova e de elementos para fazer um trabalho eficiente e eficaz no quadro de uma inspecção tributária que se baseia muito a nível de processo criminal”, afirmou o inspector da Direcção de Finanças de Braga. E é nesse contexto que propôs a criação dessa unidade de “Polícia Tributária”. A sigla da estrutura seria “PT”, um nome que Paulo Silva acredita que pode “perfeitamente vingar” em Portugal porque passados estes anos já “pouca gente se lembra” que a PT era a Portugal Telecom…Hoje, o fisco está organizado internamente em dois grandes blocos: as Direcções de Finanças/Alfândegas; e os serviços centrais (onde estão as direcções de serviços – IRS, IVA, etc. , o Centro de Estudos Fiscais e a Unidade dos Grandes Contribuintes). O que o inspector da Direcção de Finanças de Braga foi apresentar ao congresso foi uma proposta de alteração legislativa para que a AT passe a ter uma terceira unidade orgânica nuclear, a Polícia Tributária, por sua vez dividida em unidades orgânicas regionais e locais. Questionado por um inspector presente na plateia se esta unidade deveria permanecer na alçada do Ministério das Finanças ou se passaria para o Ministério da Justiça, Paulo Silva esclareceu que a ideia que defende é de a nova estrutura se manter dentro da autoridade tributária (portanto, no Ministério das Finanças), aproveitando “todas as sinergias, todos os conhecimentos que [lá] existem”. No mesmo congresso estava o director do Departamento Central de Investigação e Ação Pena (DCIAP), Amadeu Guerra, que embora não se tenha pronunciado explicitamente sobre a proposta de Paulo Silva, afirmou: “A AT deve fazer um caminho de compatibilização das funções operacionais no âmbito da inspecção tributária com as preocupações da investigação criminal”. E isso significa que as funções “tradicionalmente vocacionadas para a cobrança de impostos e obtenção de receita têm de ser compatibilizadas com os aspectos de investigação criminal”. Falando de situações práticas para falar das dificuldades que se colocam nas investigações, Amadeu Guerra lembrou, por exemplo, que as entidades que investigam – o Ministério Público e os órgãos de polícia criminal que o coadjuvam (onde se inclui a AT) – “nem sempre dependem só de si, muitas vezes”, mas da cooperação internacional. E há cartas rogatórias que não são cumpridas. Como exemplos referiu as Baamas e alguns países africanos, ou mesmo o caso do Reino Unido como um país com quem nem sempre é fácil obter uma cooperação rápida. Segundo Paulo Silva, uma das maiores dificuldades que o fisco hoje enfrenta é essa falta de pessoas em investigação. Dos 2774 funcionários que no final do ano passado pertenciam à inspecção tributária só 68, 7% (1906) estavam efectivamente afectos à inspecção tributária, quando o ideal, entende, seria ter 95% a fazê-lo, ou seja, mais de 2600. Há 700 inspectores que estão afectos a áreas que não são de inspecção tributária. E a AT precisa de libertar esses funcionários para a área do combate ao crime e fraude fiscal, defendeu, dizendo que o fisco tem recursos humanos dotados com conhecimentos nas áreas da economia, fiscalidade, direito, contabilidade e informática. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Com a experiência de mais de 15 anos enquanto órgão de polícia criminal, a AT desenvolveu técnicas e ferramentas para consultar e analisar um grande acervo de prova, e organizar peças processuais, exemplificou o inspector. Mas se há esse saber adquirido, diz, há dificuldades de organização que é preciso ultrapassar e que limitam essa mesma intervenção. A formação específica, alerta, tem sido descurada. E há situações concretas que Paulo Silva critica, coisas tão “simples” como o facto de faltarem carros para os inspectores fazerem diligências. O fisco tem automóveis que “nem têm dignidade para serem chamadas viaturas”. “O funcionário tem de colocar os seus próprios meios” para fazer o seu trabalho, denuncia, referindo o seu próprio caso: “vou com a minha própria viatura” fazer diligências. Em relação à informática, diz que a AT está bem equipada, mas que na área da investigação criminal ainda há problemas. Embora perceba as restrições necessárias por causa da segurança da informação, defende outra abordagem, que não especificou. Ao congresso, Paulo Silva foi levar uma ideia. Não falou sobre os mega-processos que o tornaram uma figura mediática. Abriu a apresentação com uma frase célebre de Benjamin Franklin: “Neste mundo nada está garantido, senão a morte e os impostos”. Terminou com outra, de Sócrates, o filósofo. “Eu não posso ensinar nada a ninguém, eu só posso fazê-lo pensar”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime morte guerra humanos
Caiu mais um cabeça-de-série no Estoril Open
Kevin Anderson, segundo pré-designado, perdeu na segunda ronda com o espanhol Garcia-López. Dupla portuguesa composta por Sousa e Elias também foi afastada. (...)

Caiu mais um cabeça-de-série no Estoril Open
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-04-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Kevin Anderson, segundo pré-designado, perdeu na segunda ronda com o espanhol Garcia-López. Dupla portuguesa composta por Sousa e Elias também foi afastada.
TEXTO: Continua a razia dos cabeças-de-série no Estoril Open. Nesta quinta-feira, o sul-africano Kevin Anderson, segundo pré-designado do torneio, foi eliminado pelo espanhol Guillermo Garcia-Lopez em três sets, com os parciais de 5-4, 3-6 e 6-1. O n. º 17 do mundo não sobreviveu na sua entrada em prova no Estoril Open, ele que havia ficado isento na primeira ronda, e teve o mesmo destino do espanhol Feliciano López, primeiro cabeça-de-série e n. º 12 do mundo, eliminado no dia anterior pelo holandês Robin Haase. Com os lugares dos quartos-de-final ainda por completar, o Estoril Open já perdeu os seus quatro jogadores mais cotados. Para além de López e Anderson, já ficaram também de fora o espanhol Tommy Robredo (terceiro cabeça-de-série), por lesão, e o argentino Leonardo Mayer (quarto), eliminado por Nicolas Almagro. O francês Jeremy Chardy (sexto) também já não está em prova, eliminado por Borna Coric. O mais cotado ainda em prova é o francês Richard Gasquet (28. º do mundo e quinto cabeça-de-série), que defronta nesta sexta-feira Nicolas Almagro. Quem já tem garantido um lugar nos quartos-de-final é o espanhol Pablo Carreno Busta, que bateu em dois sets (6-1 e 6-2) o seu compatriota David Vega Hernandéz, o lucky looser que beneficiou da desistência de Robredo. Na competição de pares, a dupla portuguesa composta por João Sousa e Gastão Elias caiu perante o bielorrusso Max Mirnyi e o polaco Mariuaz Fystenberg em dois sets (6-4 e 6-2).
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Da diferença como matéria-prima da evolução
O ciclo de conferências de divulgação científica no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, prossegue com uma palestra sobre variação genética e evolução das espécies. (...)

Da diferença como matéria-prima da evolução
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.23
DATA: 2015-04-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: O ciclo de conferências de divulgação científica no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, prossegue com uma palestra sobre variação genética e evolução das espécies.
TEXTO: A bióloga Patrícia Beldade é a convidada da próxima conferência Ciência Viva, intitulada Todos iguais, mas uns mais iguais do que outros. A palestra decorre na próxima quinta-feira, dia 30 de Abril, a partir das 19h30. “Não existem dois organismos exactamente iguais”, lê-se num comunicado da agência Ciência Viva. E em particular, não existem dois indivíduos da mesma espécie exactamente iguais. Nos seres humanos, por exemplo, a altura, o peso, a forma do corpo, a cor da pele ou dos olhos são alguns dos traços físicos variáveis mais imediatamente aparentes. Todos eles têm uma forte componente genética – e, ao mesmo tempo, são moldados ao longo do desenvolvimento do organismo pelas condições ambientais. Ora, essa variação individual é a matéria-prima sobre a qual actua a selecção natural, motor da evolução das espécies – “e perceber como ela é gerada é uma questão central da biologia evolutiva contemporânea", explica Patrícia Beldade, especialista em biologia evolutiva e do desenvolvimento, na sua página no site do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em Oeiras, onde trabalha. É precisamente das suas investigações sobre os mecanismos geradores dessa variação que a investigadora irá falar na sua conferência. “As diferenças entre indivíduos da mesma espécie são uma propriedade universal dos sistemas biológicos e têm uma componente genética e uma componente ambiental”, disse a cientista ao PÚBLICO. “E nós queremos perceber esses mecanismos. ”Para ilustrar a sua conferência, Patrícia Beldade levará de uma gaiola com borboletas (insectos que estuda) e um frasquinho com moscas-do-vinagre. Mais duas conferências estão ainda programadas até ao Verão. Decorrerão, respectivamente, nos dias 28 de Maio (Biodiversidade, por Nuno Ferrand, da Universidade do Porto) e 25 de Junho (Ilhas de Plástico - Que Fazer?, por Lia Vasconcelos, da Universidade Nova de Lisboa). A entrada nas conferências é gratuita mediante inscrição prévia na página do Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave humanos espécie corpo
Combater o ódio, defender a liberdade
É preciso não ceder à repugnante chantagem do terror. E transformar o seu ódio na sua derrota. (...)

Combater o ódio, defender a liberdade
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-01-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: É preciso não ceder à repugnante chantagem do terror. E transformar o seu ódio na sua derrota.
TEXTO: Pronunciar o nome Charlie Hebdo era, até aqui, razão para sorrir. Pela inteligência e pela coragem das suas sátiras, pela irreverência das suas críticas, pela iconoclastia da sua política editorial que, não poupando ninguém, ajudava os seus leitores a entenderem melhor as falhas do mundo, incentivando-os a corrigi-las. A partir de 7 de Janeiro, falar em Charlie Hebdo é, para além disso, falar também em vingança, assassínio cobarde, crime premeditado não só contra pessoas, mas também contra o espírito de liberdade que elas personificavam e, apesar de muitas terem sido assassinadas, ainda personificam. O luto que agora se abateu sobre o Charlie Hedbo é um luto generalizado que envolve não só os jornalistas, mas também todos aqueles que prezam a liberdade de expressão acima de todas as ameaças e crimes dos que procuram silenciá-la, seja em que nome for. “Acto de barbárie excepcional”, como lhe chamou François Hollande, ou “ataque à democracia”, como foi classificado pelo Parlamento português, o mortífero atentado na sede do Charlie Hebdo choca ainda mais por ter ocorrido em pleno coração de Paris, com homens vestidos de negro a disparar Kalashnikov, como num vulgar filme de acção. Christophe Deloire, presidente dos Repórteres Sem Fronteiras, exprimiu da melhor forma esse espanto e choque: “É o tipo de coisas que se vêem no Paquistão ou na Somália, mas em França. . . É um ataque contra a liberdade de expressão, contra as nossas liberdades. ” É verdade, as “nossas liberdades”. No mesmo dia, no Iémen, um atentado com um carro-bomba matou mais de 30 pessoas, ferindo meia centena. Um atentado com marca da Al-Qaeda. O mesmo terror, mas longínquo, com vítimas que não conhecemos e pelas quais o mundo proferirá apenas um ligeiro lamento. Mas o atentado de Paris obriga-nos a parar mais uma vez, como parámos no 11 de Setembro, ou nos atentados terroristas de Madrid ou Londres, porque as vítimas nos são próximas, e sobretudo porque nelas vemos símbolos do que está aqui em causa: a liberdade. Não a “nossa”, mas a dos muitos milhões que a prezam, sem olhar a credos ou fronteiras. Para os manifestantes xenófobos de Dresden, o miserável atentado de Paris há-de ser visto como um incentivo. Tal como será visto como uma debilidade para os que se lhes opõem. Mas, tal como sucedeu após o 11 de Setembro, é importante não desviar o foco do essencial. E o essencial é a defesa incondicional da liberdade contra o terror, o medo e a violência de toda a espécie de tiranos, islâmicos ou não. Para isso, é fundamental que a condenação de crimes como este seja generalizada e veemente entre todas as comunidades, incluindo as muçulmanas. É preciso mais do que palavras para que a intrusão dos inimigos da liberdade no quotidiano das sociedades actuais, seja em Paris ou no Iémen, esteja definitivamente condenada ao fracasso. É preciso compromissos que não lhes deixem margem para se imporem ao mundo, amordaçando-o. É preciso não ceder à repugnante chantagem do terror. E transformar o seu ódio na sua derrota.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime homens violência ataque negro medo espécie luto assassínio chantagem
Narcotráfico implodiu Estado da Guiné Bissau, acusa Passos
Primeiro-ministro afirma em Bruxelas que Portugal está disponível para participar em missões da ONU em África. E afirmou que as relações com Angola estão "normalizadas". (...)

Narcotráfico implodiu Estado da Guiné Bissau, acusa Passos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150501041037/http://www.publico.pt/1630748
SUMÁRIO: Primeiro-ministro afirma em Bruxelas que Portugal está disponível para participar em missões da ONU em África. E afirmou que as relações com Angola estão "normalizadas".
TEXTO: O narcotráfico implodiu o Estado na Guiné-Bissau, afirmou esta quarta-feira, em Bruxelas, Pedro Passos Coelho. O primeiro-ministro discursava na sessão de trabalho sobre a paz e a segurança da IV Cimeira UE-África. “A Guiné-Bissau é um caso revelador pela forma como o narcotráfico concorreu para a implosão das suas frágeis estruturas de Estado, submergindo o país numa grave crise político-militar”, disse Passos Coelho. “Esperamos que as eleições sucessivamente adiadas e agora previstas para 13 de Abril se realizem em condições de justiça e liberdade, permitindo a normalização da situação política e abrindo caminhos para a submissão do poder militar às autoridades civis e à construção de um verdadeiro Estado de Direito”, destacou. A referência à situação em Bissau surgiu no âmbito da análise ao aumento da insegurança marítima no Golfo da Guiné. “Preocupa-nos pelo seu impacto na região mas, também, pela sua correlação com outros fenómenos, tais como a actuação dos grupos extremistas no Sahel ou as rotas de narcotráfico que usam a África Ocidental como plataforma a caminho da Europa”, referiu o primeiro-ministro. Assim, e dado o carácter transnacional deste fenómeno, Passos assinalou a vontade do seu executivo de trabalhar com os Estados e organizações da região tanto no quadro bilateral como no contexto da estratégia da União Europeia (UE) para a zona, aprovada em Março passado. “Essa cooperação poderá passar pelo reforço das capacidades das marinhas e forças aéreas nacionais e pelo fortalecimento das instituições jurídicas e policiais”, destacou o primeiro-ministro. Uma acção marcada pela prevenção, coordenação dos actores internacionais e pela procura de uma matriz africana de soluções. A existência de um diálogo constante entre a UE e os países africanos foi defendida por Passos Coelho. “Na nossa perspectiva, o crescimento económico e o desenvolvimento sustentável são outros dos sustentáculos fundamentais da nossa parceria”, assinalou. Por fim, Pedro Passos Coelho reiterou a disponibilidade de Portugal para participar em missões mandatadas pelas Nações Unidas, “como fizemos no Golfo de Áden ou na República Centro-Africana”. Relações com Angola "normalizadas"Na conferência de imprensa que se seguiu, o primeiro-ministro afirmou que as relações com Angola "estão normalizadas" e desvalorizou o facto de a cimeira entre os dois países ainda não estar marcada porque "não é uma prioridade". "Portugal tem uma relação de normalidade com Angola, houve alguma perturbação, que todos têm presente e que foi ultrapassada", disse. À margem da cimeira, Passos encontrou-se com o vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, com quem falou "dos vários aspetos da relação bilateral" entre os dois países. Sobre a cimeira, cuja data tem vindo a ser adiada, referiu que ainda não está agendada, mas acrescentou que o encontro "não é uma prioridade" para Portugal. "Seria relevante se não houvesse contactos normais e regulares entre os dois Estados. Não é o caso, portanto essa cimeira terá lugar quando tiver algum significado, isto é resultados práticos que deem significado à própria cimeira", disse. Lisboa e Luanda tinham acordado a realização da primeira cimeira bilateral, que deveria decorrer em fevereiro último, em Angola, mas em outubro o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, anunciou o fim da intenção de estabelecer uma cooperação estratégica com Portugal. Alguns dias antes, em entrevista à Rádio Nacional de Angola, Rui Machete tinha pedido desculpa a Luanda pelas investigações do Ministério Público português, declarações que provocaram polémica em Lisboa.
REFERÊNCIAS:
A revolução queniana que deixou tudo na mesma
No Quénia, o conflito entre a Federação e a Liga dura há anos, mas foi possível evitar que houvesse dois campeonatos concorrentes. (...)

A revolução queniana que deixou tudo na mesma
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-04-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: No Quénia, o conflito entre a Federação e a Liga dura há anos, mas foi possível evitar que houvesse dois campeonatos concorrentes.
TEXTO: Foi tal a vontade de mudança no futebol queniano que acabou por ficar tudo na mesma. Após meses de discórdia entre Federação e Liga quanto aos moldes de organização do campeonato, obrigando mesmo à intervenção da FIFA, o compromisso assumido foi deixar tudo como estava. Se é para estragar mais vale não mexer, e pelo menos sempre se evitam maiores confusões. Cedo se percebeu que o campeonato queniano de 2015 seria um parto difícil. Assim que a edição de 2014 terminou, iniciou-se uma disputa entre a federação (FKF) e a liga (KPL): a primeira queria assumir a organização da prova, ampliando-a para 18 equipas. “A KPL perdeu a legitimidade para organizar o campeonato na assembleia geral extraordinária. Não têm quaisquer direitos. A KPL pode dedicar-se a vender carne ou a negociar petróleo se quiser, mas não a organizar o campeonato”, chegou a dizer o vice-presidente da FKF, Robert Asembo. A KPL opunha-se, lembrando os compromissos assumidos com os clubes, patrocinadores e detentores dos direitos televisivos: “Posso confirmar que o campeonato permanecerá com 16 clubes e já delineámos o calendário. Não compreendemos a lógica do projecto da FKF para alargar o campeonato a 18 equipas”, lamentou o director-geral da KPL, Jack Oguda. Estava-se em Fevereiro e a perspectiva de haver dois campeonatos concorrentes – algo que está longe de ser inédito no futebol africano (há um exemplo recente do Uganda) – era bastante real. Partiu-se para os tribunais, mas a intervenção da FIFA permitiu que se chegasse a um acordo. As linhas orientadoras não podiam ser mais simples: manter o formato com 16 equipas, os clubes que ficaram em lugares de despromoção não descem de divisão e os que obtiveram posições de subida de divisão permanecem no segundo escalão. Será uma época de transição para o campeonato a 18 desejado pela FKF, que se iniciará em 2016. A ter persistido o conflito, não seria sequer a primeira vez que o Quénia tinha dois campeonatos rivais. Entre 2006 e 2007, altura a que remontam as raízes deste antagonismo, viveu-se uma situação semelhante: então o campeonato era disputado por 18 emblemas e a Federação (a turbulência interna era de tal ordem que então o organismo federativo ainda era a KFF, que seria suspensa pela FIFA e dissolvida pelo Governo, substituída pela FKL em 2008, à qual sucederia a FKF em 2011) pretendia ampliá-lo para 20, enquanto a KPL defendia a redução a 16. A determinada altura as duas entidades desataram a marcar jogos sem consultar a outra parte, provocando situações anedóticas: houve clubes que tiveram jogos das duas competições marcados para o mesmo dia. Era de esperar que tivessem aprendido com esses lamentáveis episódios. * Planisférico é uma rubrica semanal sobre histórias de futebol e campeonatos periféricos
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Genocídio de 1994 azeda relações entre a França e o Ruanda
Governo declarou embaixador francês persona non grata nas cerimónias. (...)

Genocídio de 1994 azeda relações entre a França e o Ruanda
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-04-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Governo declarou embaixador francês persona non grata nas cerimónias.
TEXTO: O verniz estalou. A França anulou a deslocação da sua ministra da Justiça ao Ruanda, para a cerimónia de evocação do genocídio de 1994, depois de o Presidente do país africano, Paul Kagame, ter acusado as autoridades de Paris e a Bélgica, antiga potência colonial, de participação nos massacres em que, há 20 anos, entre Abril e Julho, foram mortas cerca de 800 mil pessoas. Numa entrevista publicada este domingo na revista Jeune Afrique – exactamente 20 anos após o derrube por um míssil do avião do então Presidente ruandês, o hutu Juvenal Habyarimana, a que se seguiu o início do genocídio – Kagame denunciou o “papel directo” dos dois países europeus na “preparação política do genocídio”. No caso da França foi mais longe, acusou-a de ter participado na sua “execução”. Paul Kagame, à época líder dos rebeldes da Frente Patriótica Ruandesa, maioritariamente tutsis, acusou também soldados franceses participantes na operação militar-humanitária Turquoise, desencadeada em Junho de 1994, sob mandato das Nações Unidas, no Sul, de terem sido “cúmplices” e “actores” de massacres. A entrevista confirma o que se sabia, que o apaziguamento entre os dois países e a reconciliação de 2010 – quando o então Presidente francês, Nicolas Sarkozy, reconheceu “graves erros de apreciação” em 1994 – era apenas aparente. E que o genocídio de tutsis, mas também de hutus moderados, continua a envenenar as relações bilaterais. O incidente é uma espécie de repetição do que aconteceu há dez anos, quando, na cerimónia oficial, em Kigali, Kagame atribuiu a Paris a “audácia de não pedir desculpa” e a delegação francesa encurtou a permanência no Ruanda. Já depois disso, o dirigente africano aludiu, em várias outras ocasiões, ao suposto envolvimento da França. Na sequência das declarações do dirigente africano, a França cancelou a deslocação a Kigali da ministra da Justiça, Christiane Taubira, e disse que as palavras de Kagame surgem “em contradição com o processo de diálogo e de reconciliação”. Paris informou que se faria representar pelo seu embaixador em Kigali, mas o Governo ruandês declarou-o persona non grata nas cerimónias. “O Ministério dos Negócios Estrangeiros telefonou-me à noite para me dizer que eu já não tinha acreditação”, explicou à AFP o embaixador Michel Flesch. “Quando perguntei se podia ir ao memorial de Gisozi para colocar uma coroa de flores responderam-me que não”. O ministro dos Negócios Estrangeiros da época, Alain Juppé, denunciou uma “falsificação histórica” e apelou ao Presidente, François Hollande, para “defender a honra da França”. Juppé considera que “a comunidade internacional falhou, é um facto”, porque foi “incapaz e prevenir e travar o genocídio” mas – acrescentou – “a comunidade internacional não é apenas a França”. Já depois da reacção francesa, a ministra dos Negócios Estrangeiros do Ruanda, Louise Mushikiwabo, fez um sublinhado às declarações do seu Presidente. A França, que apoiava o regime em 1994, deve “olhar a verdade de frente”, disse. A Bélgica manteve os planos iniciais, apesar de ter marcado a distância para com as autoridades de Kigali. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Didier Reynders, invocou à televisão RTBF as conclusões de um inquérito belga que atribuiu a preparação do genocídio a “grupos extremistas ruandeses” e confirmou que estará em Kigali para “lembrar a memória das vítimas e das suas famílias” e não para “prestar homenagem ao actual Governo”. Com ele viajaram familiares de 22 vítimas belgas – dez paraquedistas mortos a 7 de Abril de 1994 juntamente com Agather Uwilingiyimana, o primeiro-ministro ruandês que protegiam, e 12 civis. Mistério por esclarecerDuas décadas depois está por esclarecer quem disparou o míssil que derrubou o Falcon 50 que o Presidente francês, François Mitterrand, oferecera Habyarimana, e em que também morreu Cyprien Ntaryamira, Presidente do Burundi. Sabe-se apenas que foi a queda do avião e a morte do chefe de Estado que precipitou um genocídio antecedido por semanas de propaganda assente no ódio. As investigações em França têm, como explicava no sábado o diário Le Monde, explorado diferentes hipóteses de autoria da queda do avião: dos então rebeldes de Kagame, em plena ofensiva contra o governo; a extremistas hutu, descontentes com disponibilidade de Habyarimana para partilhar o poder com os tutsis. Após 6 de Abril de 1994 sucederam-se meses de violência sem limites. “A escala de brutalidade do Ruanda continua a chocar: uma média de 10. 000 mortos por dia, todos os dias, durante três meses”, recordou, citado pela AFP, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que estará em Kigali. A discussão sobre responsabilidades e as querelas político-diplomáticas podem ofuscar a homenagem às vítimas de um genocídio cujo impacto, como disse Ban, continua a fazer-se sentir “na região dos Grandes Lagos e na consciência colectiva da comunidade internacional”. Os 20 anos do genocídio passam numa altura em que se torna evidente o progressivo distanciamento entre diversos países ocidentais e as autoridades de Kigali. Como assinala a AFP, o Ruanda beneficiou durante muito tempo do sentimento de culpa internacional pela passividade perante a mortandade, mas esse capital de condescendência parece esgotado. Há meses que mesmo aliados próximos, como os EUA, acusam o governo africano pela desestabilização da República Democrática do Congo e de implicação no assassínio, ou em tentativas de assassínio, de dissidentes no exterior. Para além de lhe apontarem a falta de democracia interna. Esta segunda-feira, Kagame acenderá uma chama no memorial de Gisozi, em Kigali, com uma tocha que percorreu o Ruanda nos últimos três meses. Fará também um discurso num estádio da capital. O luto oficial prolonga-se até 4 de Julho, o “dia da libertação”, quando a Frente Patriótica pôs fim ao genocídio, ocorrido apesar da presença no país de 2500 capacetes azuis.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
1915-2015: comemoremos na Turquia o genocídio arménio!
Apelamos a todos os amantes da verdade que comemorem, juntos e pacificamente, em Istambul, no próximo dia 24 de Abril, o genocídio perpetrado contra os Arménios. (...)

1915-2015: comemoremos na Turquia o genocídio arménio!
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-10-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Apelamos a todos os amantes da verdade que comemorem, juntos e pacificamente, em Istambul, no próximo dia 24 de Abril, o genocídio perpetrado contra os Arménios.
TEXTO: 1915-2015. Passaram cem anos sobre o início do genocídio dos Arménios no Império Otomano. Um massacre no qual milhão e meio de Arménios foram assassinados. Há cem anos, cem longos anos, que o negacionismo deste crime se situa no coração da política e da diplomacia do Estado turco, fundado sobre a espoliação dos Arménios e a destruição da sua cultura. Há cem anos que o negacionismo continua a fazer vítimas, alimenta o nacionalismo e os conflitos e impede o desenvolvimento da liberdade de expressão e da democracia na Turquia. Há vários anos que vozes cada vezes mais numerosas e apoiadas na sociedade civil europeia se elevam no seio da sociedade civil na Turquia para que seja reconhecida a realidade de genocídio e para comemorar na Turquia a sua perpetração. É neste quadro que se apresentam, desde 2010, as comemorações na Turquia. Este ano, o estado turco resolveu cinicamente marcar as comemorações da batalha de Galipoli para o dia 24 de Abril, numa nova tentativa de encobrir o genocídio arménio. Além disso, as autoridades turcas empenham-se numa ofensiva de charme a fim de evitar um envolvimento internacional em torno das comemorações do genocídio arménio. Nós, Europeus, Arménios, Turcos e Curdos, que iniciámos, organizamos, apoiamos e participamos nessas comemorações, apelamos a todos os amantes da verdade que comemorem, juntos e pacificamente, em Istambul, no próximo dia 24 de Abril, o genocídio perpetrado contra os Arménios. Com efeito, a comemoração deste genocídio não é um assunto exclusivo dos Turcos e dos Arménios mas da humanidade inteira, e é particularmente no seio da sociedade turca que se situa hoje situa hoje a linha da frente de combate contra o negacionismo. A nossa iniciativa partilhada é universalista. É uma iniciativa de solidariedade, de justiça e de promoção da democracia, logo de futuro. É uma iniciativa de solidariedade entre todos aqueles que se batem pela verdade histórica. A linha divisória não é entre turcos e arménios, mas sim entre os que combatem o negacionismo e os que o promovem, independentemente das suas origens e nacionalidades. É uma iniciativa de justiça. O genocídio é o acto político mais violento a que o racismo pode conduzir e o negacionismo é o seu prolongamento. Lutar contra o negacionismo é lutar também contra o racismo, logo por uma sociedade mais igualitária e mais justa. É uma iniciativa de promoção da democracia. Lembrar os desaparecidos é um acto de humanidade e de reparação simbólica que se impõe a todos. Fazê-lo na Turquia, é dar ali mais força à liberdade de expressão, pondo em causa os fundamentos do carácter não-democrático do poder turco. Assim, comemorar na Turquia o genocídio arménio permite a todos, e particular às jovens gerações, reunidas em torno dos valores da democracia, um confronto com a verdade histórica, oferecendo uma oportunidade de projectarem em conjunto o seu futuro. Apelamos a todos os que partilham estes valores e esta visão para que se juntem a nós e comemorem, no próximo dia 24 de Abril em Istambul, o centésimo aniversário do genocídio arménio. Benjamin Abtan, Presidente do Movimento Anti-racista Europeu – EGAM (Europa), Alexis Govciyan & Nicolas Tavitian, Presidente et Director da União Geral Arménia para a Benevolência – Europa, Levent Sensever, porta-voz da Iniciativa Cívica Durde! (Turquia); e Charles Aznavour (França), Bernard Kouchner (França), Ozutrk Turkdogan (Turquia), Artak Kirakosyan (Arménia), Dominique Sopo (França), Edward Mier-Jedrzejowicz (Polónia), Bernard-Henri Lévy (França), Ara Toranian (França), Fethiye Çetin (Turquia), Elina Chilinguirian (Belgica), Daniel Cohn-Bendit (Alemanha/França), Cengiz Aktar (Turquia), Sonia Avakian-Bedrossian (Bulgária), Adam Michnik (Polónia), Amos Gitaï (Israel), Ahmet Insel (Turquia), Patrick Donabedian (França), Dario Fo (Itália), Aydin Engin (Turquia), Raffi Kantian (Alemanha), Jovan Divjak (Bósnia-Herzegovina), Murat Çelikkan (Turquia), Valentina Poghossian (Reino Unido), André Glucksmann (França), Ümit Kivanç (Turquia), Elena Gabriielian (França), Richard Prasquier (França), Ferhat Kentel (Turquia), Hrant Kostanyan, (Bélgica), Karim Lahidji, Yusuf Alatas e Antoine Bernard (França), Korhan Gumus (Turquia), Eduardo Lorenzo Ochoa (Bélgica), Gilbert Dalgalian (França), Angela Scalzo (Itália), Cafer Solgun (Turquia), Vartkess Knadjian (Suiça), Mario Mazic (Croácia), Sanar Yurdatapan (Turquia), Ahmed Moawia (Grécia), Ferda Keskin (Turquia), Harout Palanjian (Holanda), Oana Mihalache (Roménia), Sinan Özbek (Turquia), Mato Hakhverdian (Holanda), Anetta Kahane (Alemanha), Nurcan Kaya (Turquia), Seta Papazian (França), Inge Drost (Holanda), Jane Braden-Golay (Suíça), Zakariya Mildanoglu (Turquia), Oncho Cherchian (Bulgária)
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime cultura racismo racista