Cinquentenário do fecho da Casa dos Estudantes do Império vai ser assinalado a partir de Outubro
Criada para perpetuar a dimensão imperial do Portugal do Estado Novo, a Casa dos Estudantes do Império foi viveiro de dirigentes independentistas que chegaram ao poder nas ex-colónias. (...)

Cinquentenário do fecho da Casa dos Estudantes do Império vai ser assinalado a partir de Outubro
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Criada para perpetuar a dimensão imperial do Portugal do Estado Novo, a Casa dos Estudantes do Império foi viveiro de dirigentes independentistas que chegaram ao poder nas ex-colónias.
TEXTO: Do nascimento ao encerramento por ordem de Salazar, com várias investidas da PIDE de permeio, a história da Casa dos Estudantes do Império (CEI) é consequência e inevitável espelho das metamorfoses da política colonial do Estado Novo. Deste Outono próximo a Maio de 2015 é evocado o papel que desempenhou no séc. XX português. “A delegação da Casa dos Estudantes do Império em Coimbra foi, desde o seu início, um centro académico de notoriedades pró-comunistas, orientado e controlado por elementos do MUD (Movimento de Unidade Democrática, animado pelo PCP), especialmente pelo dr. Joaquim Vitorino Namorado, o qual, aproveitando a sua qualidade de explicador que ilegalmente mantém, exerce sobre ele uma influência decisiva. ” Este era o teor de um relatório que o então inspector da PIDE José Barreto Sachetti remeteu a 30 de Novembro de 1954 ao ministro do Interior. Sachetti aborda a actividade da delegação em Coimbra da CEI, cuja sede estava instalada em Lisboa, num prédio já demolido no Arco do Cego, dez anos depois do regime ter criado a instituição para aí albergar estudantes oriundos das ex-colónias que vinham para a capital realizar os seus estudos universitários. E, como observa o historiador Fernando Rosas, em estudo publicado no número especial da revista Mensagem, órgão da CEI de 1994 evocativo dos 50 anos da fundação, a fundação da instituição corresponde à fase imperial do regime. Aliás, a CEI resulta da fusão das casas dos estudantes de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Índia e Macau, criadas sob o patrocínio da Mocidade Portuguesa, cujo comissário nacional era, então, Marcello Caetano. “Tratava-se de consagrar, também no que tocava aos estudantes residentes em Portugal, o Império, a unidade do Império”, relata Rosas: “A centralização correspondia à realização do ideal do Império e simultaneamente ajudava ao controlo político e policial sobre o CEI. ” No lisboeta Arco do Cego e em Coimbra, correspondendo aos dois pólos universitários então existentes em Portugal, os filhos de brancos, de colonos brancos, de quadros da administração branca, também de alguns mestiços e, no início, um pequeno grupo de negros eram albergados numa instituição que a própria Mocidade Portuguesa propagandeava como sua “filha”. Prova de que os propósitos da ditadura e da sua política colonial se consideravam imunes aos ventos da história. Contudo, a realidade internacional impôs-se ao bolor doméstico. “Desde o fim da II Guerra Mundial, a CEI começa-se a transformar no seu contrário”, assinala Fernando Rosas. “Nos anos 50, o regime ainda não estava consciente”, corrobora o historiador e politólogo António Costa Pinto. Foram causas internas, o apogeu dos movimentos oposicionistas na sequência da derrota das potências do Eixo na II Guerra Mundial, que impregnaram a CEI. Daí, a sua ligação ao MUD, o que torna o relatório do inspector Sachetti uma premonição. A politização de uma elite cultural africana através das campanhas eleitorais da oposição democrática era evidente. Como o eram as suas consequências para a ditadura. A CEI tinha um fermento próprio: a origem de quem lá estava. “Uma elite cultural africana”, salienta Costa Pinto. Que viveu os decisivos anos de 1952/60, marcados pela afirmação dos nacionalismos e pelo início dos processos de descolonização. Em Portugal, apesar da obstinação do regime, os sinais primeiros deste novo tempo vieram do Oriente: as reivindicações da União Indiana sobre os territórios coloniais portugueses na Península do Industão. A CEI demarca-se do “toca a reunir” decretado por Salazar e recusa-se a assinar o documento contra Jawaharial Neru. O regime, surpreendido por esta revolta, impõe à CEI a primeira de várias comissões administrativas que vigoram entre 1952 e 1957. Curiosamente, quando confrontado com os pedidos de esclarecimento das Nações Unidas sobre a natureza dos vínculos com os territórios não europeus, o regime retirou a designação “colónias” a favor de “Ultramar”, e impõe à CEI uma sanção doméstica do Código do Processo Administrativo: uma comissão administrativa. De nada serviu. Pela CEI de Coimbra e Lisboa passaram Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Pedro Pires, Vasco Cabral, Mário Pinto de Andrade, Marcelino dos Santos, Luandino Vieira, Manuel Rui Monteiro, Rui Mingas, António Jacinto, Óscar Monteiro, João Craveirinha, Joaquim Chissano, Sérgio Vieira, Miguel Trovoada, Francisco José Tenreiro, Alda Lara, Pepetela… Uma constelação de intelectuais e de futuros líderes políticos.
REFERÊNCIAS:
Partidos PCP
Dulce Félix oitava na Maratona de Londres com recorde pessoal
Ainda em português, Hermano Ferreira foi 16.º na prova masculina, enquanto Pedro Ribeiro desistiu. (...)

Dulce Félix oitava na Maratona de Londres com recorde pessoal
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ainda em português, Hermano Ferreira foi 16.º na prova masculina, enquanto Pedro Ribeiro desistiu.
TEXTO: A fundista portuguesa Ana Dulce Félix regressou neste domingo aos seus melhores momentos ao acabar a nona maratona da sua carreira, disputada em Londres, no oitavo lugar e com um novo recorde pessoal. Ao fim de 2h25m15s terminou a sua corrida de 42. 195m na capital britânica, baixando 25 segundos em relação ao seu anterior melhor tempo, estabelecido na maratona de Nova Iorque, a terceira da sua carreira, a 6 de Novembro de 2011 — a minhota, depois, não conseguiu voltar a um resultado desse calibre e, inclusive, em nova experiência na Big Apple, fizera apenas 2h35m33s, em Novembro passado. Portugal abordava esta 35. ª edição da maratona londrina com elevadas expectativas no sector feminino, mas Sara Moreira, já no decorrer da última semana anunciou a sua desistência devido a lesão. Ficava Dulce Félix e, segundo ela e a sua técnica, Sameiro Araújo, nunca tinha preparado tão bem uma maratona e encontrava-se na melhor forma de sempre. As africanas tomaram o comando desde o tiro de partida e Dulce Félix, realisticamente, deixou-se de imediato ficar para um segundo grupo, num ritmo inicialmente apontado às 2h24m. As da liderança passaram em 33m22s aos 10km e a portuguesa em 34m13s, e à meia maratona, com 71m43s na frente, Ana Dulce mantinha praticamente meio minuto de atraso. Só que a liderança amoleceu desde a passagem a meio e aos 25km a portuguesa apanhou o grupo da frente, liderou em alguns momentos e manteve-se com as do comando bem para além dos 30km. As escaramuças que iniciaram a decisão da prova acabariam por ditar a sua descolagem e a partir dos 40km Ana Dulce Félix resistiu para manter uma posição entre as dez primeiras e chegar ao novo máximo pessoal. Na luta para o triunfo e com uma fuga depois dos 35km, a etíope Tigist Tufa foi a grande vencedora, com 2h23m22s, seguida da queniana Mary Keitany, a antiga recordista mundial da meia maratona (2h23m40s), e de outra etíope, Tirfi Tsegaye (2h23m41s), mais uma fundista de grande valia que se estreou na maratona no Porto, ao ganhar a prova da Invicta em 2008. No lado masculino, e num embate de titãs, já que estavam presentes os três mais rápidos maratonistas de sempre, o triunfo coube ao antigo campeão mundial dos 5000m, Eliud Kipchoge (2h04m42s), com a melhor marca mundial do ano, que bateu o anterior recordista mundial Wilson Kipsang (2h04m47s) e o actual recordista Dennis Kimetto (2h05m50s), para um pódio todo queniano. Hermano Ferreira foi 16. º lugar (2h15m53s), acabando em dificuldades após um bom tempo de 64m48s a meio. Já em Hamburgo, em prova ganha pelo queniano Lucas Rotich (2h07m17s), Rui Pedro Silva terminou em 15. º (2h14m21s), enquanto no lado feminino, tendo ganho a etíope Meseret Haiulu (2h25m41s), Mónica Silva foi 8. ª (2h34m02s), um recorde pessoal por quase oito minutos.
REFERÊNCIAS:
Tempo Novembro
Cimpor regressa aos lucros
Cimenteira controlada pelo grupo brasileiro InterCement encerrou 2014 com aumento no volume de vendas, mas o volume de negócios caiu 0,8%. (...)

Cimpor regressa aos lucros
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DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Cimenteira controlada pelo grupo brasileiro InterCement encerrou 2014 com aumento no volume de vendas, mas o volume de negócios caiu 0,8%.
TEXTO: A Cimpor regressou aos lucros em 2014 e encerrou o ano com um resultado líquido de 29, 6 milhões de euros, que contrasta com prejuízos de 15, 3 milhões de euros registados em 2013. A cimenteira controlada pelo grupo brasileiro InterCement vendeu 30 milhões de toneladas de cimento e clínquer (a base do cimento), 6% mais do que no ano anterior. Contudo, o volume de negócios foi de 2603 milhões de euros, caindo 0, 8%, e o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 645, 6 milhões, diminuindo 6, 7% em comparação com 2013. Ricardo Lima, presidente executivo da Cimpor, diz que os números “acabam por não evidenciar a expansão” da actividade devido ao “impacto da depreciação de algumas moedas locais” em que a empresa opera, como o real brasileiro, o peso argentino e o rand sul-africano em relação ao euro. “No Brasil, que representa hoje ainda cerca de 50% do nosso EBITDA, obtivemos muito sucesso com as nossas estratégias comerciais, com ganho de quota de mercado, especialmente no primeiro semestre”, destaca, no relatório e contas. O mercado português caiu 11% “ainda efeito da adversidade económica local”. Já as exportações cresceram 19%, passando de 2. 648. 819 toneladas em 2013 para 3. 153. 800 toneladas. Este resultado foi impulsionado por África, onde a Argélia foi “o destaque como destino de vendas”. A Cimpor tem operações em oito países da América do Sul, África e Europa e é dona de 40 fábricas de cimento e moagens.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
OPEP revê em baixa previsão de produção de petróleo da concorrência
Organização prevê que produção dos seus concorrentes mais directos será menor do que inicialmente estimado. (...)

OPEP revê em baixa previsão de produção de petróleo da concorrência
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DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Organização prevê que produção dos seus concorrentes mais directos será menor do que inicialmente estimado.
TEXTO: A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reviu, nesta segunda-feira, em baixa a produção de petróleo dos seus concorrentes mais diretos prevista para este ano, em especial nos Estados Unidos, e acrescentou que viu sinais de que "petropreços" baixos estão a impulsionar a procura. No seu relatório mensal agora publicado, a OPEP calcula que os produtores de crude não-membros do cartel produziram uma média de 57 milhões de barris por dia (mdb), uma redução em 41. 000 barris por dia face ao estimado há um mês (57, 49 mbd). Uma diferença que ascende a 130. 000 barris por dia na estimativa dos stocks norte-americanos, em que a OPEP estabelece que serão 13, 64 mbd em 2015, 0, 82% a mais do que em 2014. Em relação à procura mundial de petróleo estimada para este ano, a organização corrigiu ligeiramente em alta, ao situá-la nos 92, 32 mbd, mais 20. 000 do que a previsão de Janeiro e 1, 28% mais do que o consumo do ano passado. O preço do petróleo a nível mundial tem vindo a cair desde Junho do ano passado, estando hoje a negociar-se o futuro do Brent, indicador usado para Portugal, nos 58, 24 dólares o barril. Estas previsões são anunciadas numa altura em que existe uma grande incerteza nos mercados relativamente à evolução dos preços do petróleo. Depois de cair cerca de 60% entre Junho do ano passado e meio do mês de Janeiro, o preço do crude tem vindo a subir e já está no valor registado nos finais de Dezembro. No caso do barril da OPEP, o preço superou os 110 dólares a 20 de Junho, tocou o mínimo em seis anos de 41, 50 dólares no dia 13 de Janeiro e situou-se na sexta-feira passada nos 53, 36 dólares. O barril de petróleo de Texas (WTI), de referência para a América, encerrou na semana passada em Nova Iorque a 51, 69 dólares, e o do Mar do Norte, o Brent, de referência para a Europa, abriu hoje em Londres a cotar-se nos 57, 95 dólares. "Com a queda dos preços, a procura de petróleo respondeu de forma positiva, se bem que outros factores também possam ter impactado a cotação", refere o documento da OPEP. "A forte queda dos preços foi causada principalmente por stocks excessivos. Como resultado, os preços mais baixos parecem acelerar o ritmo com o crescimento da procura", adianta o relatório. A OPEP alterou fortemente a sua política quando, a 27 de Novembro passado, decidiu não reduzir a oferta para parar a queda de preços, como esperavam os mercados. Esta decisão acentuou fortemente a baixa de preços do crude. Perante estes dados, a OPEP parece indicar de forma cautelosa que a sua estratégia estará a dar os primeiros resultados, levando as petrolíferas a reduzir os seus investimentos de exploração e puxando a oferta para baixo. Os doze membros da organização reduziram a sua produção em Janeiro, que baixou dos 30, 20 mbd em Dezembro para os 30, 15 mbd, ainda que com grandes diferenças entre os países. O Iraque foi aquele que mais fechou a torneira no mês passado, sendo que a sua produção caiu 279. 100 barris por dia para os 3, 35 mbd. Também a Líbia (131. 700 bd), o Irão (25. 100 bd) e a Argélia (12. 600 bd) seguiram o exemplo do Iraque. Em menor medida, baixaram também a produção o Qatar e o Equador, mas Angola, Arábia Saudita, Kuwait, Emiratos Árabes Unidos, Nigéria e Venezuela aumentaram ligeiramente a produção.
REFERÊNCIAS:
Étnia Árabes
Palestina pede adesão ao Tribunal Penal Internacional
Pedido de adesão surge na sequência do chumbo pelo Conselho de Segurança da ONU de uma resolução que propunha fim da ocupação israelita no prazo de três anos. (...)

Palestina pede adesão ao Tribunal Penal Internacional
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.2
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pedido de adesão surge na sequência do chumbo pelo Conselho de Segurança da ONU de uma resolução que propunha fim da ocupação israelita no prazo de três anos.
TEXTO: O presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, assinou esta quarta-feira o pedido de adesão ao Tribunal Penal Internacional para poder levar à justiça os “crimes de guerra” cometidos por Israel. Para além do Estatuto de Roma, Abbas assinou várias convenções internacionais durante uma reunião da cúpula da Autoridade Palestiniana em Ramallah. A decisão surge um dia depois de o Conselho de Segurança da ONU ter rejeitado uma resolução propunha um prazo de três anos para a retirada de Israel dos territórios palestinianos ocupados. A adesão ao TPI era já uma pretensão antiga da Palestina, à qual tanto Israel como os Estados Unidos se opõem fortemente – os dois países assinaram, mas não ratificaram o Estatuto de Roma. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reagiu à decisão, avisando que "quem tem mais a perder [com a adesão] é a Autoridade Palestiniana, que formou um governo com o Hamas". A adesão ao tribunal de Haia, que deverá ser concluída durante os próximos dois meses, permite trazer à justiça crimes cometidos no contexto do conflito israelo-palestiniano. Em 2012, um pedido de adesão da Palestina foi rejeitado pelo TPI, com a justificação de que apenas um Estado reconhecido pela ONU pode ser elegível para assinar o Estatuto de Roma. Com o novo estatuto de "não-membro observador", a Palestina goza de um nível de reconhecimento que lhe pode abrir as portas do Tribunal de Haia. Na terça-feira à noite, o Conselho de Segurança das Nações Unidas chumbou uma resolução que propunha um prazo de três anos para a retirada de Israel dos territórios palestinianos ocupados. A proposta, apresentada pela Jordânia em nome da Palestina, recolheu oito votos favoráveis, dois contra e cinco abstenções. O falhanço do projecto de resolução – que chegou à mesa do Conselho de Segurança há duas semanas – era já aguardado. Mesmo que a proposta alcançasse o limiar mínimo de nove votos a favor para ser adoptada, o veto dos Estados Unidos na qualidade de membro permanente estaria sempre garantido. A embaixadora norte-americana na ONU, Samantha Power, considerou o texto da resolução “profundamente desequilibrado” e apontou a presença de “prazos não construtivos que não levam em atenção as preocupações de segurança legítimas de Israel”. “Esta resolução abre espaço a mais divisões, não a um compromisso”, acrescentou. Ainda assim, a posição dos EUA também serviu de alerta para Israel. “O voto de hoje [terça-feira] não deve ser interpretado como uma vitória de um status quo insustentável”, afirmou Power. No final o aviso foi deixado aos dois lados para que não ponham em causa as possibilidades de um acordo de paz, seja através do “desenvolvimento de colonatos ou de resoluções desequilibradas”. A resolução apresentada pela Jordânia e subscrita por 22 países árabes, previa “uma retirada, completa e por etapas, das forças de segurança israelitas” dos territórios ocupados na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, “num prazo razoável que não deve ultrapassar o fim do ano de 2017”. O outro ponto da proposta pedia o início de um processo de paz no prazo de 12 meses após a aprovação do texto, que possibilite a solução de “dois Estados independentes, democráticos e prósperos: Israel e um Estado palestiniano viável e contínuo”. Ao chumbo norte-americano juntou-se o da Austrália. Os países europeus, que tradicionalmente têm uma posição mais próxima dos interesses palestinianos, apresentaram divisões. A Rússia, a França e o Luxemburgo votaram a favor – aos quais se juntaram a própria Jordânia, a China, a Argentina, o Chade e o Chile – enquanto o Reino Unido e a Lituânia se abstiveram, tal como a Nigéria, a Coreia do Sul e o Ruanda. EUA evitaram usar vetoInicialmente, os Estados Unidos preferiam o adiamento da votação da proposta de resolução para depois das eleições antecipadas em Israel marcadas para Março, de forma a não inflamar os ânimos no país. Porém, escreve o New York Times, que após uma visita do secretário de Estado, John Kerry, à Europa este mês, Washington percebeu que pouco havia a fazer para alcançar o adiamento. A partir daí, o grande objectivo passou a ser o de conseguir votar a resolução ainda em 2014, antes da renovação dos membros não-permanentes do Conselho de Segurança. A Coreia do Sul, o Ruanda e a Austrália vão dar lugar a dois Estados que previsivelmente votariam a favor – Angola e a Malásia – e à Nova Zelândia que, no máximo, se poderia abster, escreve o diário israelita Haaretz. A diplomacia norte-americana usou as últimas semanas para convencer os membros mais próximos a não votar a favor da resolução, para que os EUA não tivessem que usar o poder de veto. Uma das maiores surpresas foi a abstenção da Nigéria, um país maioritariamente muçulmano.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA
Audiências de futebol nos EUA batem recordes da NBA e do basebol
Americanos estão rendidos ao soccer e 25 milhões assistiram ao jogo com Portugal na televisão. O próprio Barack Obama conta-se entre os telespectadores, mas o fenómeno está a irritar sectores políticos mais conservadores. (...)

Audiências de futebol nos EUA batem recordes da NBA e do basebol
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Americanos estão rendidos ao soccer e 25 milhões assistiram ao jogo com Portugal na televisão. O próprio Barack Obama conta-se entre os telespectadores, mas o fenómeno está a irritar sectores políticos mais conservadores.
TEXTO: A América sempre olhou para o futebol com um misto de indiferença e desprezo. Fiel aos seus desportos tradicionais, resistiu à sedução da FIFA com a mesma tenacidade que a imaginária aldeia gaulesa de Astérix rejeitou os avanços da romanização. Mas o novo milénio promete mudanças e a bem sucedida campanha da selecção dos EUA no Mundial do Brasil pode estar a contribuir, no imediato, para despertar uma nova paixão desportiva na nação. Os jogos estão a bater recordes de audiências e a partida com Portugal, no Arena Amazónia, em Manaus, atingiu um pico histórico de, aproximadamente, 25 milhões de telespectadores, superando as médias das últimas finais da NBA e MLB (liga de basebol). E até Barack Obama tem contribuído para o share. As expectativas dos operadores televisivos que adquiriram o exclusivo dos jogos do Mundial, foram superadas e, ontem, antecipavam-se novos recordes para o encontro com a Bélgica, que decide o acesso aos quartos-de-final do torneio. Inesperado foi também o elevado número de americanos que decidiu ver os jogos in loco, lotando os estádios brasileiros por onde a selecção passa. No último fim-de-semana a imprensa da Bahia destacava o grande número de estado-unidenses que estavam a chegar a Salvador, para assistir ao encontro com os belgas no Arena Fonte Nova. Mais a sul, os americanos “invadiram” também o Rio de Janeiro, sendo presença assídua na praia de Copacabana, onde está instalado o ecrã gigante do FIFA Fan Fest. Também nas principais cidades americanas, a instalação de ecrãs gigantes para emitir os jogos dos EUA está a ser um sucesso, concentrando multidões animadas de dezenas de milhares de adeptos. Mais recatadamente, o próprio presidente Barack Obama tem seguido a campanha da selecção de Jurgen Klinsmann nos relvados brasileiros. Na última quinta-feira, deixou-se fotografar a bordo do Air Force One a assistir pela televisão à partida frente à Alemanha, que terminou com a derrota dos americanos (1-0), mas confirmou o apuramento para os oitavos-de-final. O jogo bateu um recorde em termos de retransmissão na Internet, com 1, 7 milhões de espectadores online, superando a marca alcançada no Super Bowl (final da NFL, o campeonato de futebol americano, que é a modalidade mais popular no país), o evento desportivo com maior audiência nos EUA, que reuniu 111, 5 milhões de telespectadores, em Fevereiro deste ano. Esta euforia recente com uma modalidade forasteira com poucas tradições por terras do “Tio Sam” tem provocado alguma irritação e incredulidade em certos espíritos. Na última quarta-feira, a articulista Ann Coulter, famosa pelas suas posições conservadoras, gerou polémica com um artigo de opinião onde criticava duramente os adeptos americanos de soccer. Qualificando a modalidade de “desporto estrangeiro”, considerou que o interesse que estava a despertar no país só poderia indiciar “um sinal da decadência moral da nação”, associando o sucesso do soccer às alterações demográficas no país, com o crescimento das populações de origem hispânica. “Garanto: nenhum americano cujo bisavô tenha nascido aqui está a ver futebol. Tenho a esperança de que, com o tempo, estes novos americanos, além de aprenderem inglês, percam o ‘fetiche’ pelo futebol”, concluiu, demonstrando total estupefacção pelo interesse num desporto que apelidou de “totalmente entediante”: “Se Michael Jackson tivesse tratado as suas crónicas insónias com um vídeo de um Argentina-Brasil em vez de Propofol [um sedativo usado pela antiga estrela pop, considerado responsável pela sua morte], ainda estaria vivo, apesar de aborrecido. ” Opiniões qualificadas de “racistas” e intolerantes por alguns colonistas do jornal New York Times e das revistas Times e Forbes nos dias seguintes. A consternação de Ann Coulter contrasta com o optimismo da FIFA, que acredita estarem lançadas as bases para a afirmação definitiva do futebol (versão europeia) na América. “Esta impressionante alta no interesse nos EUA é um verdadeiro ‘divisor de águas’ para o Campeonato do Mundo e para o futebol”, garantiu Niclas Ericson, director da TV FIFA, em declarações ao site oficial do organismo: “Estamos entusiasmados por ver a maneira com que os adeptos americanos estão a receber, como nunca antes, o Mundial. ”O responsável destacou ainda as audiências expressivas verificadas na Ásia, na Europa e em outras paragens do continente americano, acreditando que este torneio poderá ser o mais popular da história no que diz respeito às transmissões televisivas. No Brasil, o jogo de abertura, entre a selecção da casa e a Croácia, no dia 12 de Junho, foi o evento desportivo mais visto nos ecrãs, em 2014, com 47, 4 milhões de telespectadores. Um registo que não foi superado, até ao momento, por nenhum dos restantes jogos da “canarinha”, incluindo a dramática eliminatória dos oitavos-de-final com o Chile, resolvida nos penáltis.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Um inglês, uma vila ribatejana e um festival
Quando Nick Allport se mudou para Portugal julgava ter deixado a música para trás. Cinco anos depois, a música ocupa-lhe a maior parte do tempo. Está a chegar o Reverence Valada. Será uma Meca psicadélica, com Hawkwind, Black Angels, Woods ou Electric Wizard. (...)

Um inglês, uma vila ribatejana e um festival
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Quando Nick Allport se mudou para Portugal julgava ter deixado a música para trás. Cinco anos depois, a música ocupa-lhe a maior parte do tempo. Está a chegar o Reverence Valada. Será uma Meca psicadélica, com Hawkwind, Black Angels, Woods ou Electric Wizard.
TEXTO: Quando Nick Allport chegou a Portugal em 2009, estava convencido de que a música ficara para trás. “Queria aproveitar o país, ter filhos, montar comboios de brinquedo”, conta ao Ípsilon. Queria aproveitar a calma do campo. Por essa razão, de resto, escolhera a zona do Cartaxo. Os filhos, dois, nasceram. O ambiente campestre foi aproveitado. Mas a música não tardou a regressar. Em 2012, começámos a ouvir falar das Cartaxo Sessions, organizadas no Centro Cultural do Cartaxo, e prestámos atenção às bandas que ali foram sendo programadas – os históricos Psychic TV de Genesis P-Orridge, os A Place to Bury Strangers, os Telescopes. Nick Allport não resistira. A música voltara à sua vida. Nos próximos dias 11, 12 e 13 de Setembro – a partir da próxima quinta-feira, portanto – decorrerá o primeiro Reverence Valada, festival recheadíssimo de nomes gratos do rock psicadélico e do shoegaze (inglês, americano, português), co-organizado pela Associação Cartaxo Sessions e pela autarquia local, em colaboração com a editora/promotora portuense Lovers & Lollypops, com o lisboeta Sabotage Rock Club e com a promotora londrina Club AC30. O mundo psicadélico, nas suas mais diversas formas, em Valada e o resto do mundo a olhar – o Reverence tem sido alvo de atenção em publicações como o New Musical Express ou a Kerrang! e o influente site Pitchfork também deu conta dele recentemente. A vilaPassamos a estação ferroviária do Reguengo, depois de alguns quilómetros entre pequenas localidades e o amarelo brilhante dos campos num dia de Verão. Chegaremos a uma recta com campos vastos à esquerda (pintalgados de vermelho, são as plantações de tomate) e à direita (espigas de trigo ondulando ao vento). Entraremos depois dela em Valada, vila ribatejana a dez quilómetros do Cartaxo. Avançamos mais. Uma rua onde entre cafés, casas e um pequeno largo, o Humberto Delgado, com escultura de homenagem, caminham lentamente os moradores, sob o calor intenso de um início de tarde. Frente a eles, uma elevação de pedra, construída com mão humana. De 11 a 13 de Setembro, quem subir as escadas nela escavadas verá mais do que vemos agora. Entre as águas do rio Tejo e o muro inclinado, entre as árvores e as mesas do Parque de Merendas e no campo de futebol do Ribatejano Futebol Clube Valadense, ver-se-ão três palcos, ver-se-ão tendas de campismo numa zona adjacente. Ouvir-se-á música que a paisagem bucólica agora vista não prenuncia (mas que viverá muito bem, imaginamos, neste cenário). O festivalDe 11 de Setembro, dia de recepção aos visitantes, até 13, será aquele o cenário da primeira edição do Reverence Festival Valada. Um festival surpreendente. Um maná para quem gosta de viajar ao som daquilo a que chamamos psicadelismo (versão rock’n’roll). Um psicadelismo sem fronteiras de género: dos históricos Hawkwind, ingleses fundadores do space-rock na década de 1970, aos americanos Black Angels, novos mestres psicadélicos (ambos dia 13); a revelação britânica Wytches, o shoegaze dos Telescopes e o neo-shoegaze dos Ringo Deathstarr (todos dia 12); a intensidade hard-rock dos suecos Graveyard e dos americanos Red Fang ao lado da metalada escapista dos históricos britânicos Electric Wizard (dia 12); e, nesse mesmo dia, os barcelenses Black Bombaim, uma das melhores bandas actuais a aplicar propriedades psicadélicas ao rock (e a banda portuguesa preferida de Nick Allport, “claramente”), e as descargas sónicas dos lisboetas Sunflare, contrapostos à gentileza folk, delicadamente alucinogénica, dos Woods de Brooklyn, ou à intensidade folk do cantautor americano James Jackson Toth, que assina como Wooden Wand. A lista é, de facto, impressionante. Caminhamos pelo espaço ainda vazio guiados por Nick Allport, t-shirt e sandálias, barba descendo longa desde o queixo. Vai apontando os locais onde estarão o palco Sabotage, a pouca distância da praia fluvial, o palco Reverence, o principal, no campo de futebol, ou o palco Rio, mais próximo da margem do Tejo. “O alinhamento de sábado é o meu alinhamento de sonho”, confessava pouco antes de nos guiar pelo parque que acolherá os cerca de cinco mil espectadores esperados diariamente. “Psychic TV, Mão Morta, Hawkwind, Black Angels”, elenca. “É perfeito. "E não referiu os Bardo Pond, os The Oscillation, os Moon Duo, nem os portugueses Asimov, Quartet of Woah!, Murdering Tripping Blues, 10000 Russos ou Jibóia, outros entre os quase 60 nomes que compõem um cartaz que, durante dois dias, transformará Valada do Ribatejo numa verdadeira Meca para a música enquanto fuga para outra realidade. Os primeiros concertos têm início às 12h, facto pouco habitual em festivais portugueses, e os últimos começam cerca das 5h. O passe para os dois dias custa 70€, o bilhete diário 38€. O inglêsNick Allport nasceu em Chichester, no Sul de Inglaterra, mudou-se para a pequena cidade de Lampeter, no País de Gales, quando tinha quatro anos, acompanhando o pai, trabalhador da marinha mercante. Chegou a Londres aos 18, em 1985, para ver todos os concertos que conseguisse, principalmente os das bandas que idolatrava (Jesus & Mary Chain, Cocteau Twins, The Smiths). Tornar-se-ia criador de fanzines (a Sowing Seeds, título retirado a uma canção dos Jesus & Mary Chain), promotor de concertos e editor discográfico. Na Cheree Records, que co-fundou no final dos anos 1980, editou bandas como Loop, Telescopes, Spacemen 3, Bark Psychosis ou Jonathan Richman. Quase três décadas depois de chegar adolescente a Londres, encontramo-lo em Valada. Vive numa casa a quatro quilómetros dali com a mulher, uma londrina filha de portugueses, e os dois filhos. A cerca de duas semanas do início do Reverence, Nick Allport está ansioso (nota-se, apesar da bonomia com que fala) e está entusiasmado. Apesar do seu percurso rico no meio musical, nunca se havia metido na organização de um festival e este é à sua medida. Tudo começou quando, já em Portugal, o irmão o convidou para acompanhá-lo com os Ringo Deathstarr, que agenciava através da promotora Club AC30 (co-fundada por Nick em 2003), ao Fuji Festival no Japão. “O festival acontece num resort de esqui. É uma zona muito verde [naquela altura do ano]. Não choveu mas havia uma neblina húmida constante. Foi uma experiência muito 'tripada'”, conta. Estar ali no centro da acção, a tratar de pormenores logísticos, a ver o concerto e a filmá-lo ao lado do palco, deixou marcas. Lembra-se de pensar na “chatice” que era regressar e não “voltar a ter oportunidade de fazer este tipo de coisas”. Não demoraria. Pouco depois, os Ringo Deathstarr passariam por Portugal para duas noites no Campo Pequeno, integrados na digressão europeia dos Smashing Pumpkins. Acabaram em casa de Allport, a questioná-lo sobre as possibilidades de um concerto em nome próprio por cá. “Nessa altura, a única pessoa que conhecia no Cartaxo que percebia alguma coisa de música era o Ricardo, o meu optometrista. ” Falou com ele, através dele chegou ao Centro Cultural do Cartaxo. Fez-se o concerto. Ficou a vontade de fazer mais. Nick Allport estava de volta, inserido numa realidade completamente diferente. Por exemplo: “Percebi que, além dos grandes concertos e dos festivais, não existe em Portugal a cultura de ir ver bandas ao vivo. Ou melhor, existe, mas numa dimensão reduzida. Levo os Wooden Shijps ao Centro Cultural e estão 200 pessoas. Depois apanhas um concurso de bandas locais e fica a abarrotar”, ri-se. O Reverence começa a tomar forma quando do concerto dos Psychic TV no Centro Cultural do Cartaxo, em Abril de 2013. Nick Allport a dizer a Genesis P-Orridge, em tom de piada, que da próxima vez que a banda viesse às Cartaxo Sessions tocaria num espaço aberto às portas do Centro Cultural. Era piada, mas a ideia ficou a fermentar. Entra em cena Pedro Magalhães Ribeiro, que fora responsável pelo Festival Tejo, dedicado à música portuguesa, que se realizou no Parque de Merendas de Valada entre 2001 e 2005. Quando foi abordado por Nick Allport, Pedro Magalhães Ribeiro era candidato à Câmara Municipal do Cartaxo. Hoje é o seu presidente. Através dele, Nick conheceu o espaço onde fala agora com o Ípsilon. As inquietações começavam a ser ultrapassadas. Para Nick, era indispensável contar com o campo de futebol para instalar o palco principal. “Mas nunca pensei que tivéssemos qualquer hipótese de o clube nos deixar utilizá-lo. ” O contacto com o presidente do mesmo, Rogério Mendonça, provaria o contrário. “Mostrou-se bastante aberto. Disse-nos logo: ‘Esta vila precisa de animação, precisa que aconteçam aqui coisas’. ” Para Nick Allport, esse foi o ponto de viragem. Reuniram-se os colaboradores, fez-se uma lista de bandas, os Hawkwind aceitaram sem regatear o que quer que fosse, os Electric Wizard foram confirmados logo a seguir. A partir daí, "tudo se encaixou”. Psicadélico? O que é isso?Eis então o Reverence Festival a apresentar-se em Valada, Meca do psicadelismo no próximo fim-de-semana. Psicadelismo? “Já nem sei o que significa psicadélico hoje em dia”, confessa Nick com uma gargalhada. “Quando comecei a ir ver concertos em Londres havia o indie mais ruidoso, havia os góticos, os Mission e por aí fora, os punks psicadélicos, que seriam os Psychic TV, e depois os Loop ou os Spacemen 3, hoje classificados como psicadélicos, mas que eram então mais alinhados com o rock’n’roll dos MC5. Para mim, o psicadelismo é o rock clássico dos anos 1960 e 1970, são uns The Seeds. "Nick Allport concretiza: “Nunca disse que o Reverence seria um psych-fest [como existe o Austin Psych Fest criado pelos Black Angels, de protagonismo crescente e dedicado inteiramente ao psicadelismo], mas é definitivamente um festival underground, alternativo. Nunca teremos os Coldplay ou algo semelhante. Teremos bandas que adoramos, bandas que terão que ter qualquer coisa ligeiramente errada. Os Die Antwoord [banda de hip-hop sul-africana] seriam perfeitos. Não têm nada a ver com psicadelismo, mas há algo de errado neles que seria perfeito para nós. ”Nick Allport deseja que esta primeira edição sirva para guardar um espaço para o Reverence no roteiro de festivais portugueses, sempre com um “bom contingente de bandas portuguesas”. A poucos dias do seu início, confessa: “Ainda nem acredito que vá acontecer. É preciso dizer que tudo o que fiz foi contratar as bandas e reunir o dinheiro e a equipa. Nunca organizei um festival e ainda não consigo visualizar como vai ficar tudo aqui. "Nós também não conseguimos imaginar. Mas temos o cartaz na cabeça e a visão do rio. Nunca mais chega a hora de vermos o que só podemos imaginar.
REFERÊNCIAS:
Étnia Fang
Coca-Cola forçada a suspender campanha no Twitter para não citar Hitler
Site Gawker citou frases do Mein Kampf e associou-lhes uma hashtag promovida pela Coca-Cola. Marca suspendeu campanha, mas o rasto do episódio continua na rede. (...)

Coca-Cola forçada a suspender campanha no Twitter para não citar Hitler
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.30
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Site Gawker citou frases do Mein Kampf e associou-lhes uma hashtag promovida pela Coca-Cola. Marca suspendeu campanha, mas o rasto do episódio continua na rede.
TEXTO: Pode uma hashtag aparentemente inofensiva tornar-se, de repente, numa frase indesejada para a marca que a lançou? A Coca-Cola foi apanhada na armadilha. Quem percorrer no Twitter os posts com a hashtag #MakeItHappy — o slogan da última campanha publicitária da empresa de bebidas norte-americana — estranhará a razão de haver tantas referências nos últimos dias ao nome de Adolph Hitler e ao livro Mein Kampf (A Minha Luta, 1924). Tudo começou no intervalo do Super Bowl, quando a Coca-Cola lançou a campanha Make It Happy, prometendo transformar comentários negativos em algo de positivo, sempre que alguém associasse num comentário do Twitter a hashtag #MakeItHappy. Através de um algoritmo automático, a Coca-Cola respondia à mensagem com um desenho divertido, feito através do código ASCII — em que a composição de caracteres resulta numa imagem gráfica simples (neste caso, um hamburger com pernas a segurar uma garrafa de Coca-Cola, um gato a tocar bateria, um computador a andar de patins, uma palmeira de óculos escuros…). O embaraço da marca de refrigerantes aconteceu quando o site Gawker resolveu criar uma conta com o nome @MeinCoke e fazer tweets com pequenas citações do Mein Kampf, comentando esses mesmos tweets com a hashtag #MakeItHappy. Primeiro, o Gawker experimentou uma frase de 14 palavras; a armadilha funcionou e seguiram-se dezenas de citações de Hitler. Sem poder controlar uma resposta gerada automaticamente, a Coca-Cola passou inesperadamente a ver envolvidas na sua campanha as frases de Hitler, transformadas em código ASCII. Foi o que aconteceu durante algumas horas durante a manhã de terça-feira, até a Coca-Cola suspender a campanha no Twitter, deixando de criar imagens de bonecos para responder à hashtag #MakeItHappy. A acção do Gawker veio pôr a nu como, de um momento para o outro, um gigante mundial como a Coca-Cola não está a salvo de um embaraço digital. A campanha, diz o Guardian, viria a ser suspensa completamente na quarta-feira. Mas o rasto do que aconteceu continua bem visível na rede. E a #MakeItHappy continua a estar pejada de referências ao episódio, sem que o nome de Hitler se descole da campanha. Max Read, responsável do Gawker, escreveu sobre o que aconteceu. Foi “desconcertante” ver a Coca-Cola “exortar os seus seguidores na rede social a salvaguardarem a existência e reprodução de racistas brancos”, apontou, referindo-se a uma das frases citadas.
REFERÊNCIAS:
Síria e Iraque são “escolas internacionais” para jihadistas estrangeiros
Relatório de especialistas encomendado pela ONU contabiliza cerca de 25 mil combatentes estrangeiros em vários grupos terroristas. (...)

Síria e Iraque são “escolas internacionais” para jihadistas estrangeiros
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.06
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Relatório de especialistas encomendado pela ONU contabiliza cerca de 25 mil combatentes estrangeiros em vários grupos terroristas.
TEXTO: Há mais de 20 mil combatentes estrangeiros integrados em grupos jihadistas na Síria e no Iraque, dois países descritos num relatório das Nações Unidas como “escolas internacionais de finalistas” para quem se quer tornar terrorista. O crescimento de jihadistas estrangeiros tem acelerado nos últimos meses, segundo um painel de especialistas, que aponta para uma subida de 71% entre meados de 2014 e Março de 2015. O relatório foi pedido em Setembro pelo Conselho de Segurança da ONU a um conjunto de especialistas que supervisionam a aplicação de sanções à Al-Qaeda e concluiu que há cerca de 25 mil combatentes estrangeiros em vários grupos jihadistas, a larga maioria na Síria e no Iraque, “um número maior do que alguma vez antes na História”. “Os milhares [de combatentes estrangeiros] que viajaram para a República Árabe Síria e para o Iraque (…) vivem e trabalham em verdadeiras ‘escolas internacionais de finalistas’ para extremistas como foi o caso do Afeganistão no final dos anos 1990”, concluíram os especialistas no relatório consultado pela Reuters. No Iraque e na Síria, os jihadistas estrangeiros juntaram-se sobretudo ao autoproclamado Estado Islâmico, mas também à Frente Al-Nusra, um grupo associado à Al-Qaeda que combate o exército leal ao Presidente sírio, Bashar Al-Assad. Provenientes de cerca de cem países, a maioria dos combatentes vem de países da região, embora muitos tenham origem em países da Europa Ocidental, como a França ou o Reino Unido. A “globalização” das organizações terroristas é um dos factores apontados para a grande capacidade de atracção destes grupos, que não conhecem fronteiras. “Aqueles que comem juntos e criam laços podem atacar juntos”, notaram os autores do relatório. “A globalização da Al-Qaeda e dos seus associados, particularmente visível [com o Estado Islâmico], mas também evidente com a Al-Qaeda na Península Arábica [braço mais activo da Al-Qaeda, estabelecido no Iémen], cria uma cada vez mais profunda malha de redes sociais transnacionais. ”Para além da Síria e do Iraque, o relatório dá conta das estimativas dos serviços de segurança afegãos que apontam para que existam 6500 combatentes estrangeiros activos no país. Há relatos igualmente de centenas no Iémen, na Líbia e no Paquistão, cem na Somália e alguns grupos nos países do Sahel – a faixa de países subsarianos que vai da costa atlântica à do mar Vermelho – e nas Filipinas. A contabilização revelada pelo painel de especialistas está em linha com outros estudos recentes, como o de Janeiro do Centro Internacional para o Estudo da Radicalização e da Violência Política (ICSR, na sigla inglesa), que dizia haver mais de 20 mil combatentes estrangeiros na Síria e no Iraque, dos quais quatro mil vinham de países ocidentais. Em Setembro, o Conselho de Segurança da ONU adoptou uma resolução vinculativa de todos os Estados-membros para que criminalizem as viagens de cidadãos que se queiram juntar a grupos terroristas estrangeiros ou que tentem facilitar esse processo.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
A nova Band Aid canta a canção de sempre para combater o Ébola
A nova versão de Do they know it's Christmas foi apresentada este domingo por Bob Geldof no palco do programa Factor X. Veja aqui o vídeo. (...)

A nova Band Aid canta a canção de sempre para combater o Ébola
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.05
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: A nova versão de Do they know it's Christmas foi apresentada este domingo por Bob Geldof no palco do programa Factor X. Veja aqui o vídeo.
TEXTO: Foi gravada este sábado e as estrelas tinham uma multidão a aplaudir a sua chegada aos estúdios Sarm, em Notting Hill, Londres. Foi apresentada domingo durante a emissão da versão britânica do concurso de talentos Factor X. Segunda-feira, chegou às lojas em formato físico e digital. Trinta anos volvidos, a Band Aid continua. Três décadas depois de Bob Geldof e Midge Ure terem reunido a constelação de estrelas pop da época para angariar dinheiro para combater a fome na Etiópia, a mesma canção, Do they know it’s Christmas?, servirá para reunir fundos que ajudem na luta contra a epidemia do Ébola na África ocidental. Bob Gelfof revelou nesta segunda-feira ter angariado já 1, 25 milhões de euros em apenas cinco minutos a venda do single. A estratégia é exactamente a mesma, e a canção também. Ou quase. Na quarta versão do tema que vendeu três milhões de cópias após o lançamento original, em 1984, reunindo mais de oito milhões de libras (cerca de 10 mihões de euros), alguns versos foram alterados para o novo contexto: “where a kiss of love can kill you / where there’s death in every tear” ("onde um beijo de amor pode matar-te / onde existe morte em cada lágrima"), cantam agora. Uma passagem, de gosto mais do que duvidoso (“Well tonight thank God it’s them instead of you” ("Esta noite, agradece a Deus serem eles em vez de ti"), foi substituído pelo neutro e politicamente correcto “well tonight we’re reaching out and touching you” – Bono, que dizia “abominar” o verso original, pode cantar agora a sua parte com maior convicção. Ao lado do veterano vocalista dos U2, presente na versão original, surge a habitual constelação de estrelas pop: Chris Martin, dos Coldplay, Seal, Sinead O’Connor, celebridades muito do momento como os One Direction, Sam Smith, Rita Ora ou Dan, músico dos Bastille, e uma figura de primeira grandeza da música africana, Angélique Kidjo, nascida no Benin. Vemo-los no vídeo divulgado esta segunda-feira. Surgem depois das imagens de uma mulher infectada a ser retirada de uma casa decrépita. Desenhado o contexto, surgem então os cantores, alternando na interpretação de cada um dos versos antes de se reunirem no final para unir vozes na despedida: “Feed the world, let them know it’s Christmas time again” ("Alimentem o mundo, façam-nos saber que é de novo tempo de Natal") . Os méritos musicais da canção são, obviamente, uma questão secundária neste contexto. “É uma canção, um tema, mas é [também] um acontecimento e o próximo passo será transformá-la num fenómeno como nos anos 1980. E a única forma de o atingir é conseguindo que as pessoas comprem”, afirmou Bob Geldof à BBC News. A campanha começou este domingo, quando o mesmo Geldof, no palco do Factor X, classificou o Ébola como a “doença mais desumana” no mundo neste momento. “Mas podemos pará-la e vamos pará-la”, acrescentou, antes da exortação final: “Factor X, partimos para a guerra. Vamos parar esta coisa. ”Como voz discordante surge Damon Albarn. Entrevistado pelo Channel 4 News, o vocalista dos Blur, que há muito desenvolve trabalho de proximidade com músicos do Mali ou da Nigéria e que criou o African Express, plataforma através da qual é promovido o encontro entre músicos africanos e europeus, disse haver “problemas com a nossa [ocidental] ideia de caridade, especialmente”, acrescentou, “estas coisas que aparecem do nada e que suscitam um frenesim mediático no qual aquela comunicação que é essencial se perde, e tudo começa a parecer um processo em que, se deres dinheiro, resolverás o problema, quando, por vezes, dar dinheiro cria um novo problema. ”Do they know it’s Christmas? é o favorito nas casas de apostas para atingir o primeiro lugar nas tabelas de vendas britânicas no Natal. O governo britânico aceitou isentar de impostos os lucros das vendas, garantindo dessa forma que todo o dinheiro acumulado reverterá para o combate à epidemia.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte guerra mulher fome doença