Há cada vez mais imigrantes a desistir de Portugal
Nos últimos três anos, quadriplicaram os pedidos de imigrantes residentes em Portugal para regressar aos seus países de origem, referem dados do Centro Nacional de Apoio ao Imigrante (CNAI) de Lisboa. Em primeiro lugar, estão os brasileiros seguidos, a grande distância, de cidadãos dos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP’s). (...)

Há cada vez mais imigrantes a desistir de Portugal
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 16 Africanos Pontuação: 3 | Sentimento 0.5
DATA: 2011-01-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Nos últimos três anos, quadriplicaram os pedidos de imigrantes residentes em Portugal para regressar aos seus países de origem, referem dados do Centro Nacional de Apoio ao Imigrante (CNAI) de Lisboa. Em primeiro lugar, estão os brasileiros seguidos, a grande distância, de cidadãos dos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP’s).
TEXTO: O desemprego e a dificuldade em obter vínculos sociais estáveis, estão entre os principais motivos que levam os imigrantes a desistir de Portugal, explica ao PÚBLICO, a responsável do Gabinete de Apoio Social do CNAI, Lígia Almeida. O regresso é preparado no âmbito do Programa de Retorno Voluntário, estabelecido no âmbito da cooperação entre o Governo Português e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) Missão em Portugal. É dirigido aos estrangeiros que não pertençam a nenhum país da União Europeia, que se encontrem em situação irregular e que tenham sido notificados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) para abandonar voluntariamente o território. Aplica-se também a outros casos de dificuldades de integração e de estabilidade social. O objectivo do programa consiste em organizar, de forma digna e humana, o retorno voluntário de cidadãos estrangeiros aos seus países de origem ou a Estados terceiros de acolhimento disponíveis para os receber. Desde 1997 até agora, este Programa de Retorno Voluntário já apoiou cerca de 1. 700 pessoas, que regressaram a 40 diferentes países de origem. Segundo os dados fornecidos ao PÚBLICO, o número de pedidos de regresso aumentou de 64, em 2008, para 190, em 2009, mais de 70 por cento. Até Outubro do ano passado, já tinham sido apresentados 210 pedidos de regresso de imigrantes, o que se traduz num aumento de quase 300 por cento. “Cada vez há mais casos de imigrantes que chegam à conclusão de que não compensa estar em Portugal”, diz Lígia Almeida. Segundo o relatório “Imigração, Fronteiras e Asilo”, do SEF, aumentaram igualmente, no ano passado, os processos de expulsão de imigrantes ilegais, totalizando os 2476, o que traduz um aumento de 26 por cento em comparação com 2008. Portugal tem cerca de meio milhão de imigrantes. ”Não aconteceu nada”Damião Oliveira, de 45 anos, brasileiro, é um dos imigrantes que se inscreveu no Programa de Retorno Voluntário para regressar ao seu país, cinco anos depois de ter chegado a Portugal. “Infelizmente não aconteceu nada do que tinha planeado”, diz. Natural de Vitória (Espírito Santo), no Brasil, agricultor, pai de três filhas, Damião Oliveira chegou a Portugal com 600 dólares. No início, conseguiu trabalho nas obras mas foi dispensado e não voltou a conseguir emprego. O dinheiro acabou. Tem passado muitas dificuldades, passou fome, chegou a ficar numa situação de sem abrigo. “Estou a levar muito prejuízo aqui”, lamenta. ”Gosto muito de Portugal, mas já não tem mais jeito para mim de ficar aqui. ” Resignou-se. “Vou voltar à estaca zero. ”Também Páscoa Wagner Neto, de 43 anos, de nacionalidade santomense, está prestes a regressar ao seu país. Chegou a Lisboa em 2007 para fazer o mestrado em Relações Internacionais. E como tem visto de estudante, não conseguiu trabalho. O seu processo está praticamente concluído. “Gosto de Portugal e se conseguisse autorização para trabalhar, ficaria cá mais tempo, mas regressaria sempre a S. Tomé”, diz Páscoa. A importância dos CNAINa sala de espera do Centro de Apoio ao Imigrante (CNAI) localizado nos Anjos, em Lisboa, Maria da Luz, de 25 anos, aguarda. É natural do Tarrafal, Cabo Verde, e uma das centenas de estrangeiros esperando que os chamem. Chegou a Portugal há três anos para estudar gestão. Conseguiu arranjar emprego mas só temporariamente. Agora, precisa de renovar a autorização de residência para conseguir trabalhar. Foi isso que a levou ao centro. Os Centros Nacionais de Apoio ao Imigrante foram criados em 2004 para dar resposta às dificuldades sentidas pelos estrangeiros no processo de integração em Portugal. O dos Anjos reúne vários serviços de apoio, entre os quais, os de apoio jurídico, do SEF e da Segurança Social, bem como o do reagrupamento familiar.
REFERÊNCIAS:
Entidades SEF
Imigrantes brasileiros e angolanos saem de Portugal devido à crise financeira
Imigrantes brasileiros e angolanos em Portugal estão de regresso aos seus países de origem devido à crise no país e ao crescimento económico e baixo desemprego no Brasil e em Angola, disse hoje o coordenador do Observatório da Imigração. (...)

Imigrantes brasileiros e angolanos saem de Portugal devido à crise financeira
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 16 Africanos Pontuação: 12 | Sentimento -0.06
DATA: 2011-11-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Imigrantes brasileiros e angolanos em Portugal estão de regresso aos seus países de origem devido à crise no país e ao crescimento económico e baixo desemprego no Brasil e em Angola, disse hoje o coordenador do Observatório da Imigração.
TEXTO: “As taxas de desemprego no Brasil e Angola são menores do que em Portugal, assim, “é natural que as pessoas decidam voltar. É uma auto-regulação dos fluxos de imigrantes”, declarou à agência Lusa o coordenador do Observatório da Imigração, o engenheiro Roberto Carneiro. Além dos imigrantes que voltam ao seu país de origem com recursos próprios, existem ainda os que pedem ajuda às instituições portuguesas. O número de imigrantes em Portugal que pedem ajuda para regressar aos países de origem está a registar um “grande crescimento” e os brasileiros constituem a maioria, revelam dados fornecidos à Lusa pela Organização Internacional para as Migrações (OIM). O aumento dos apoios ao regresso vem reforçar a tendência de crescimento do número de imigrantes no geral que voltam para os seus países de origem. “Aqui, em Portugal, a situação do mercado de emprego está cada vez mais difícil, sendo que os imigrantes em Portugal têm maior probabilidade de estarem desempregados do que os nacionais”, declarou o antigo ministro da Educação. “É obvio que o Brasil, sobretudo, e Angola são dois países pujantes, em grande desenvolvimento económico e registam baixas taxas de desemprego, procuram quadros qualificados, sobretudo entre pessoas que queiram trabalhar nesses dois países”, disse o também professor da Universidade Católica. Para Roberto Carneiro, “Portugal está numa recessão imensa, com problemas imensos, gravosos no mercado de emprego”, sendo que Brasil e Angola são dois mercados de trabalho também para os portugueses. De Janeiro a Outubro de 2011, 1790 pessoas candidataram-se ao Programa de Retorno Voluntário (PRV), uma média de 179 inscrições por mês – sendo já certo um aumento em relação a 2010, que registou, no total, 1791 inscrições. A tendência tem sido sempre de crescimento: em 2009, os candidatos foram 1011, em 2008 inscreveram-se 634 e em 2007 apenas 320. Os brasileiros lideram a lista por larga margem, representando, nos primeiros dez meses deste ano, 87 por cento das candidaturas ao PRV e 84 por cento dos retornados (382 pessoas), percentagens superiores às registadas nesta comunidade em 2010. Segundo dados (de 2010) do SEF, há 119. 363 brasileiros e 23. 494 angolanos a residir legalmente em Portugal. Das candidaturas deste ano, 455 pessoas já embarcaram. Durante o ano de 2010, 562 pessoas regressaram ao país de origem no âmbito do PRV. Ainda que distantes dos brasileiros, seguem-se os angolanos, com 4, 8 por cento (22 pessoas) de embarcados neste ano, quase metade do número registado em todo o ano de 2010 (9, 4 por cento). Cabo-verdianos e são-tomenses retornam menos aos países de origem, com taxas de 2, 6 e 2, 2 por cento em 2011, respectivamente. Ucranianos (1, 5 por cento), guineenses (0, 9 por cento) e moçambicanos (0. 9 por cento) recorrem menos ainda ao PRV. Gerido pela OIM, em colaboração com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), e financiado pelo Fundo Europeu de Regresso (em 75 por cento) e pelo Estado português (em 25 por cento), o PRV financia a viagem de regresso do imigrante (o preço médio ronda os 900 euros) e atribui-lhe ainda 50 euros de dinheiro para despesas. O programa impõe um período de interdição de três anos, que obriga os imigrantes que dele beneficiaram a, se voltarem a Portugal, ressarcirem o Estado no valor que lhes foi pago.
REFERÊNCIAS:
Novo Banco conseguiu chegar a acordo com 80% dos emigrantes lesados
Solução apresentada aos emigrantes detentores de vários produtos comercializados pelo BES permite recuperação faseada da quase totalidade das aplicações. (...)

Novo Banco conseguiu chegar a acordo com 80% dos emigrantes lesados
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-10-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Solução apresentada aos emigrantes detentores de vários produtos comercializados pelo BES permite recuperação faseada da quase totalidade das aplicações.
TEXTO: A proposta apresentada pelo Novo Banco aos emigrantes que detêm aplicações em vários produtos do BES foi aceite por 80% dos clientes, o que permite dar seguimento às alterações necessárias para a concretização da solução, anunciou esta quinta-feira a instituição. A solução, que passa pela extinção de várias empresas e, por isso, implicava a sua aceitação por uma maioria dos clientes, vai permitir a recuperação da quase totalidade das poupanças, mas em vários anos (pelo menos seis) e está sujeita a um conjunto de condições. Em causa estão 750 milhões de euros, detidos por sete mil clientes. A proposta apresentada aos emigrantes abrange os clientes detentores de acções preferenciais dos veículos Poupança Plus, Top Renda e EuroAforro 8, sedeados na Ilha de Jersey, que foram comercializadas pelo BES. Há outros produtos financeiros detidos também por emigrantes que não podem ser levantados e para os quais ainda não há uma solução. O resultado agora divulgado pelo NB, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), refere que a solução foi aceite por um universo de titulares de 77% de acções emitidas pelos veículos, “tendo o NB recebido instruções de voto que asseguram a maioria necessária para deliberar a alteração dos estatutos de cada um dos veículos”. Os emigrantes tinham até 18 de Setembro para aderir à solução apresentada e o resultado supera o da primeira fase de aceitação da proposta, que ultrapassava, no entanto, os 50%. O alargamento do prazo foi imposto pela CMVM. O regulador obrigou o Novo Banco a prestar mais informação aos clientes sobre a solução comercial, que apresenta alguma complexidade. A solução proposta pelo NB foi aprovada pelo Banco de Portugal e implica vários passos. O primeiro consiste na extinção das sociedades (veículos) Poupança Plus, Top Renda e Euro Aforro. Os emigrantes detentores de acções preferenciais destas sociedades vão trocar esses títulos por obrigações do BES (detidas por essas sociedades) que transitaram para o Novo Banco sob a forma de obrigações seniores. Depois, o NB compromete-se a aplicar, num depósito a prazo a dois anos (que não é mobilizável antes desse período) um montante que, somado ao valor de mercado actual das obrigações, totalize 60% do valor investido pelos emigrantes. Adicionalmente, o banco constituiu um outro depósito, que vai reforçando ao longo de seis anos (podendo ser mobilizado um ano depois de cada entrega) de forma a perfazer, no final desse prazo, 90% do montante inicialmente aplicado pelos emigrantes. As obrigações recebidas poderão ser vendidas a qualquer momento, mas isso implicará a suspensão do plano de depósitos que o banco se compromete a fazer. Os aderentes também assumem o compromisso de não agir judicialmente contra a instituição bancária. A solução ainda levará alguns meses a ser concretizada. No comunicado envidado à CMVM, o banco liderado por Stock da Cunha não se compromete com prazos, referindo apenas que “em breve o NB comunicará aos seus clientes as datas de votação das alterações de estatutos, bem como o prazo previsto para executar a solução comercial acordada”. Parte dos emigrantes excluídos A solução apresentada à maioria dos emigrantes exclui dois outros veículos, em que algumas centenas de clientes aplicaram 80 milhões de euros. Trata-se do Euro Aforro 10 e EG Premium, aplicações que foram também vendidos pelo BES como produtos de “capital e juros garantidos”, segundo relatos dos clientes. O Novo Banco ainda está fazer um levantamento das aplicações feitas por aqueles veículos, e um deles poderá ter investido o capital dos clientes em dívida do Grupo Espírito Santo (GES), o que pode levantar dúvidas sobre o seu pagamento por parte da nova instituição. O outro veículo terá investido em dívida do GES e dívida sénior do BES (como acontece com os outros produtos incluídos no acordo agora anunciado), estando aberta ainda a possibilidade de ser feita uma proposta pelo NB. Para além dos emigrantes excluídos da solução comercial apresentada aos titulares de acções Poupança Plus, Top Renda e Euro Aforro, também os lesados do papel comercial do GES não têm qualquer garantia de reembolso das suas aplicações.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave extinção
O FMI não assusta estes portugueses que emigraram e que agora estão a regressar ao país
Desenham casas, fatos, sapatos - são bons no que fazem. Agora, querem aplicar no país aquilo que aprenderam lá fora. Londres, São Paulo, Nova Iorque. Histórias de emigrantes que estão de volta. Retratos a seis vozes. (...)

O FMI não assusta estes portugueses que emigraram e que agora estão a regressar ao país
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Desenham casas, fatos, sapatos - são bons no que fazem. Agora, querem aplicar no país aquilo que aprenderam lá fora. Londres, São Paulo, Nova Iorque. Histórias de emigrantes que estão de volta. Retratos a seis vozes.
TEXTO: Alexandre e Catarina eram arquitectos em Nova Iorque. Elisabete também. Ayres Gonçalves foi alfaiate em Londres, depois passou anos entre Nova Iorque e Hong Kong. Inês trabalhou para Jimmy Choo e agora lançou os seus próprios sapatos. Dulce trabalhava no sector bancário em São Paulo, no Brasil. Primeiro denominador comum: são todos portugueses, foram todos emigrantes de sucesso. Segundo denominador comum: decidiram todos regressar a Portugal. Contra a maré e contra a geografia. Apesar da crise, apesar do FMI. "Quando comunicámos à família através do skype que íamos voltar, toda a gente começou "Nãaaoo! Fiquem aí, nem pensem nisso!", começa Alexandre Gamelas, 32 anos, recém-chegado de Nova Iorque, com gabinete de arquitectura no n. º 351 da Rua do Almada. É um prédio antigo, sem elevador, numa rua onde as chamadas indústrias criativas convivem porta-sim porta-sim com o velho comércio de ferragens, no centro do Porto. A esta sala chega-se por umas escadas de madeira velha. O tecto é lindíssimo, em estuque. O mobiliário foi resgatado do lixo de uma escola em vias de remodelação. "Vamos fazendo a decoração nos intervalos do trabalho", conta Catarina, a companheira, também arquitecta, também recém-regressada de Nova Iorque. Despediram-se do emprego com salário certo e devolveram a chave do apartamento de 25 metros quadrados no Lower East Side para se estabelecerem por conta própria em Portugal. "Os nossos clientes continuam a ser norte-americanos e o facto de termos cá a nossa base operativa permite reduzir custos e dar assistência aos projectos que eles têm na Europa", diz Alexandre. Não foi uma aventura em que se tenham metido sem pensar uma, duas, quarenta vezes. "O mercado em Portugal é pequeno para tantos arquitectos, há pouco profissionalismo, os clientes pagam mal. Mas Nova Iorque é uma cidade de passagem, não queríamos viver lá o resto da vida e queríamos mesmo abrir o nosso atelier, o que, nos Estados Unidos, implicava custos astronómicos". Resultado: trabalham em Portugal no fuso horário de Nova Iorque, com o aeroporto a 20 minutos e com a mais-valia de trabalharem segundo a escola norte-americana. "Desde que consigamos alcançar o mercado estrangeiro, Portugal tem muitas vantagens. O custo do trabalho é baixo e a qualidade é alta, o que é uma conjugação que não existe nem na China nem nos Estados Unidos". Deram-se um prazo de três anos. "Nenhuma porta ficou fechada, ainda estamos em idade de correr riscos. Por enquanto está a correr bem, estamos a trabalhar 60 horas por semana". O futuro em aberto, portanto, mas com uma certeza: "É muito entusiasmante vir para um país onde há tanto a fazer para melhorar. E a nossa geração, pela formação que tem e pelo que viajou, está preparada para mudar as coisas". "Já chega. Vou regressar"Na porta em frente, o alfaiate Ayres Gonçalves fala do que o fez comprar o bilhete de regresso desde Nova Iorque. "A família, os amigos, os cozinhados da minha avó, o mar". Quem assim fala trabalhou com o mestre de Alexander McQueen e costurou fatos assertoados para o príncipe Carlos, a partir de Savile Row, Londres. Uma manhã, à beira de fazer 30 anos, acordou em Manhattan e decidiu: "Já chega. Vou regressar a Portugal, é lá que me sinto bem". Tinha passado o último ano na ponte aérea entre Nova Iorque e Hong Kong. "Ia fazer controlo de qualidade porque a nossa produção era feita na Ásia".
REFERÊNCIAS:
Entidades FMI
França reduz a metade lista de profissões autorizadas a imigrantes não-comunitários
Trabalhar na construção e obras públicas ou na área da informática deixou de ser opção para um candidato a imigrante em França que venha de um país exterior à União Europeia. Foi reduzida a menos de metade (de 30 para 14) a lista de profissões em que o Estado francês abre as portas a profissionais classificados, por existirem faltas que o mercado de emprego nacional não consegue preencher. (...)

França reduz a metade lista de profissões autorizadas a imigrantes não-comunitários
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-08-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Trabalhar na construção e obras públicas ou na área da informática deixou de ser opção para um candidato a imigrante em França que venha de um país exterior à União Europeia. Foi reduzida a menos de metade (de 30 para 14) a lista de profissões em que o Estado francês abre as portas a profissionais classificados, por existirem faltas que o mercado de emprego nacional não consegue preencher.
TEXTO: Reduzir os "fluxos migratórios", mesmo os legais, é o objectivo expresso do Governo. O ministro do Interior, Claude Guéant, tinha anunciado no dia 8 que pretendia reduzir de 200 mil para 180 mil o número de entradas legais de estrangeiros em França, quer se trate de imigração "de trabalho, de estudo ou relacionada com o reagrupamento familiar". A intenção de rever a lista de profissões, que tinha sido elaborada em 2008, foi anunciada na Primavera pelo Presidente Nicolas Sarkozy. O objectivo, dizia o jornal de economia Les Echos ainda em Julho, era de reduzir para metade o número de vistos atribuídos a estes imigrantes - de 20 mil para 10 mil. "Circunscrevê-los à profissões mais específicas, que correspondam a necessidades significativas de mão-de-obra", escrevia o jornal. Assim, a nova listagem, elaborada pelos ministérios do Interior e do Trabalho, publicada ontem no jornal oficial, inclui especialistas em "intervenção técnica em mobília e madeira", ou "audições e fiscalização de contabilidade" e controlo de equipamento de transformação do vidro, por exemplo. Os verdadeiros cortes, sublinhava o jornal económico, verificam-se no sector de construção e obras públicas e na informática. Nestas áreas, são considerados apenas o desenho na área da construção civil e a informática ao nível de "engenheiro de produção e exploração de sistemas de informação". A medida é criticada pelos sindicatos e pelo Partido Socialista, que consideram basear-se numa abordagem "nacionalista" da política de imigração. Mas os empresários da construção civil não se preocupam muito. "Os nossos meios de produção continuam sobredimensionados face ao mercado actual", disse à revista da especialidade Usine Nouvelle Didier Ridoret, presidente da Federação Francesa da Construção.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave imigração estudo
Governo americano pede bloqueio da lei de imigração do Alabama
O Governo dos Estados Unidos solicitou a um tribunal estadual que bloqueie a entrada em vigor da nova lei de imigração do Alabama, considerada a mais dura e discriminatória daquele país. (...)

Governo americano pede bloqueio da lei de imigração do Alabama
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-10-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Governo dos Estados Unidos solicitou a um tribunal estadual que bloqueie a entrada em vigor da nova lei de imigração do Alabama, considerada a mais dura e discriminatória daquele país.
TEXTO: Segundo o documento do Departamento de Justiça (equivalente ao ministério da Justiça), a lei incita à discriminação até de cidadãos americanos nascidos no estrangeiro ou de imigrantes legalizados. "A lei eleva a probabilidade de expôr pessoas que residem nos Estados Unidos legalmente, incluindo professores, a terem dificuldades nas suas actividades diárias", diz o texto do recurso. Aprovada no dia 9 de Junho, e ractificada por um juiz federal há uma semana, esta lei é a única que, no seu conteúdo, faz referência a menores. Em todo o Estado, os directores das escolas são obrigados a confirmar se os alunos ou os seus pais são imigrantes documentados. Se detectarem uma falha a ausência de autorização de residência, por exemplo - devem comunicá-lo às autoridades. A lei do Alabama diz também que é proibido sair de casa sem documentação e dá à polícia o direito de interpelar qualquer pessoa, de qualquer idade, que lhe pareça suspeita de estar ilegalmente nos EUA. Outras três leis de imigração, as do Utah, Indiana e Georgia, foram impugnadas pelo Governo federal no todo ou em partes. No caso do Alabama, o Departamento de Justiça já tinha feito uma primeira diligência judicial no sentido de a travar, mas a juiza federal Sharon Blackburn permitiu que entrasse em vigor, mesmo com os seus artigos mais polémicos. E o governador do estado disse estar "orgulhoso" por ter a lei mais dura do país. No aparelho legislativo estadual, a lei passou por maioria quer na Câmara de Representantes quer no Senado. E alguns legisladores criticaram duramente o Governo federal e o Presidente Barack Obama, considerando que não está a fazer o que lhe compete para manter os ilegais fora dos EUA. "A Administração Obama tem muita conversa e pouca acção quanto ao problema dos ilegais", disse o presidente dos Representantes, Mike Hubbard. Mais, prosseguiu, tem "voluntariamente desleixado a sua responsabilidade na aplicação das leis e em vez de tomar a liderança para consertar o falhado sistema de imigração deste país, o Presidente quer impôr a sua atitude a todo o país". O Alabama viu crescer o número de latinos em 145 por cento nos últimos dez anos (quatro por cento da população). O recurso argumenta que há um conflito entre a legislação estadual e as normas federais e considera que "empurrar os imigrantes para a clandestinidade só serve para obstruir os processso de expulsão estabelecidos pela lei federal". Perante uma estimativa de 11 milhões de ilegais, o Governo americano reforçou a sua política de controlo da imigração em Janeiro de 2009, dando prioridade à expulsão de indocumentados e pessoas com antecedentes criminosos.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Mário Nogueira diz que quem deve emigrar é o primeiro-ministro
O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, indignou-se hoje por o primeiro-ministro ter admitido que os professores portugueses podem encontrar no mercado de língua portuguesa uma alternativa ao desemprego em Portugal, aconselhando Passos Coelho a emigrar. (...)

Mário Nogueira diz que quem deve emigrar é o primeiro-ministro
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-12-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, indignou-se hoje por o primeiro-ministro ter admitido que os professores portugueses podem encontrar no mercado de língua portuguesa uma alternativa ao desemprego em Portugal, aconselhando Passos Coelho a emigrar.
TEXTO: “Penso que o senhor primeiro-ministro podia aproveitar [a sugestão] e ir ele próprio desgovernar outros países e outros povos. Não desejo no entanto que esses países e esses povos sejam os nossos irmãos de língua portuguesa”, disse Mário Nogueira, reagindo à entrevista hoje publicada pelo Correio da Manhã. Na entrevista, Pedro Passos Coelho admite que os professores portugueses podem olhar para o mercado da língua portuguesa como uma alternativa ao desemprego que afecta a classe em Portugal. “Em Angola e não só, o Brasil também tem uma grande necessidade, ao nível do ensino básico e secundário, de mão de obra qualificada”, respondeu o primeiro-ministro quando questionado se aconselharia os professores excedentários em Portugal a abandonar a sua zona de conforto e procurar emprego noutro sítio. Em declarações à Lusa, o líder da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) afirmou que os cidadãos daqueles países “merecem muito melhor” do que Portugal tem hoje em termos políticos. “Só por isso é que não desejo que ele [Passos] vá para lá”, declarou. Para Mário Nogueira, a Educação em Portugal está, neste momento, debaixo de fogo, “o fogo de quem está a ver como é que consegue pôr o menor número possível de professores nas escolas”. Mário Nogueira sublinhou que os portugueses têm o direito de estar em Portugal e ter trabalho em Portugal: “Dizer que têm de emigrar é uma falta de vergonha imensa. ”
REFERÊNCIAS:
Sete casos de profissionais qualificados candidatos à emigração
O primeiro-ministro sugeriu a emigração como alternativa ao desemprego. Como encaram a opção de sair do país médicos, dentistas, enfermeiros, farmacêuticos, professores, engenheiros e arquitectos? Olhamos para os sete casos. (...)

Sete casos de profissionais qualificados candidatos à emigração
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-12-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: O primeiro-ministro sugeriu a emigração como alternativa ao desemprego. Como encaram a opção de sair do país médicos, dentistas, enfermeiros, farmacêuticos, professores, engenheiros e arquitectos? Olhamos para os sete casos.
TEXTO: Médicos: desemprego já é realidadeO bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, declara que as perspectivas são "muito más". No SNS as contratações estão suspensas desde Setembro e no sector privado há um excesso da capacidade instalada. O bastonário afirma que o desemprego médico "já é uma realidade" e antecipa uma situação "cada vez mais dramática", devido ao que diz ser um "desinvestimento na saúde". "Estamos a formar os técnicos mais caros para depois os exportar, o que não faz sentido", critica. José Manuel Silva caracteriza as opções políticas como "despesismo puro" e considera as afirmações de Passos Coelho "profundamente infelizes". Deixa ainda uma nota de "espanto e indignação", criticando a diminuição do SNS e o aumento das listas de espera e, por outro lado, a exportação de profissionais altamente qualificados. "É um absurdo", diz. Dentistas: solução é a EuropaO bastonário dos médicos dentistas, Orlando Monteiro da Silva, nota que a tendência de emigração tem alguns anos, pois o mercado não consegue absorver todos os licenciados. Os dentistas emigram sobretudo para a Europa, mas o Reino Unido, Suécia, Suíça, Noruega ou Espanha são os destinos mais escolhidos. O bastonário estima que só no Reino Unido estejam já cerca de 600 dentistas, sendo este o país mais apetecido. Uma das vantagens da Europa é o reconhecimento profissional imediato. "Os portugueses são procurados pela excelente qualificação profissional, facilidade com as línguas, e facilidade de adaptação", afirma. O "grande desafio", admite, é referenciar os profissionais qualificados e tentar que depois regressem. Em relação às declarações de Passos diz que a emigração não é "uma fatalidade", mas preferia que em Portugal houvesse mais oportunidades. Enfermeiros: exportação "a custo zero"Germano Couto foi recentemente eleito bastonário da Ordem dos Enfermeiros e tomará posse em Janeiro. Admite que as perspectivas "não são animadoras" e considera "ridículo" que Portugal exporte enfermeiros "a custo zero". Os destinos mais escolhidos são o Reino Unido, Irlanda, Suíça e Espanha, países onde o reconhecimento académico é imediato. Quanto às declarações de Passos Coelho, considera-as de uma "falta de visão política e estratégica lamentável". "Preocupa-me que o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho veja a emigração como solução, porque Portugal deve investir no seu território antes de pensar na emigração", afirma. A bastonária ainda em funções, Maria Augusta Sousa, alerta para o conjunto cada vez maior de enfermeiros que procura trabalho no estrangeiro. "O Estado português fica mais pobre", declara. Farmacêuticos: excesso de cursos superioresO bastonário dos Farmacêuticos, Carlos Maurício Barbosa, desvaloriza as afirmações do primeiro-ministro Pedro Passo Coelho e diz que "têm algum sentido, porque em Portugal não há muitas oportunidades". O bastonário Carlos Maurício Barbosa critica o excesso de cursos superiores e diz que há demasiados farmacêuticos (cerca de 900 saem anualmente com formação superior). O bastonário prevê que os próximos anos, à semelhança de 2011, sejam "muito problemáticos". Há já um conjunto de farmacêuticos a emigrarem, sendo que o Reino Unido é o destino mais escolhido. "É um grande empregador de farmacêuticos portugueses", diz. O bastonário sublinha que os farmacêuticos portugueses estão "muito bem preparados", dominam com facilidade o inglês e "são muito pretendidos" no Reino Unido. "Penso que este fluxo [de emigração] irá aumentar", afirma. Professores: 12. 500 desempregados
REFERÊNCIAS:
PS acusa Governo de “brincar” com os portugueses ao sugerir emigração
O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, acusou esta manhã o Governo de “brincar” com os portugueses numa alusão às declarações de um secretário de Estado, do próprio primeiro-ministro e do eurodeputado do PSD Paulo Rangel sobre as oportunidades de emigração. (...)

PS acusa Governo de “brincar” com os portugueses ao sugerir emigração
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-12-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, acusou esta manhã o Governo de “brincar” com os portugueses numa alusão às declarações de um secretário de Estado, do próprio primeiro-ministro e do eurodeputado do PSD Paulo Rangel sobre as oportunidades de emigração.
TEXTO: “É inaceitável. Em vez de uma estratégia de crescimento, brincam com os portugueses”, disse Zorrinho aos jornalistas, no Parlamento, no final de uma curta reunião da bancada. Esta semana a reunião teve de terminar mais cedo para permitir ao líder parlamentar do PS ir ao Palácio de Belém apresentar os tradicionais cumprimentos de Boas Festas ao Presidente da República. Sem referir o nome de Paulo Rangel, Carlos Zorrinho aludiu às declarações do eurodeputado que sugeriu a criação de uma agência nacional de apoio à emigração, depois de o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ter lembrado que países como Angola têm carência de professores que podem ser aproveitadas por portugueses, e depois ainda do secretário de Estado do Desporto e da Juventude, Alexandre Mestre, ter aconselhado os jovens a emigrar. O PS fará uma declaração política sobre o assunto esta tarde no plenário. Mostrando-se “preocupado” com a “total ausência de estratégia do Governo para fazer face às dificuldades”, Zorrinho lembrou que o Governo esteve reunido durante 11 horas no domingo, num encontro informal do qual “não saiu qualquer medida para incentivar o crescimento e o emprego”.
REFERÊNCIAS:
Rangel sugere agência nacional para ajudar portugueses que queiram emigrar
O eurodeputado do PSD Paulo Rangel sugeriu na terça-feira a criação de uma agência nacional para ajudar os portugueses que queiram emigrar, considerando que essa pode ser uma “segunda solução” para quem não encontra trabalho em Portugal. (...)

Rangel sugere agência nacional para ajudar portugueses que queiram emigrar
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-12-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: O eurodeputado do PSD Paulo Rangel sugeriu na terça-feira a criação de uma agência nacional para ajudar os portugueses que queiram emigrar, considerando que essa pode ser uma “segunda solução” para quem não encontra trabalho em Portugal.
TEXTO: “Às tantas, nós até devemos pensar, se houver essas oportunidades, em, de alguma maneira, gerirmos esse processo. Talvez fosse uma forma de controlar os danos. Era ter, no fundo, uma agência nacional que pudesse eventualmente identificar necessidades e procurar ajustar as pessoas que tivessem vontade - não é forçar ninguém a emigrar, não se trata disso - e canalizar isso”, afirmou Paulo Rangel. Questionado pelos jornalistas, à entrada para uma reunião do Conselho Nacional do PSD, num hotel de Lisboa, Paulo Rangel disse não ver “motivo para escândalo” nas declarações do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sobre a emigração dos professores que não conseguem colocação nas escolas portuguesas. No entender do ex-líder parlamentar do PSD, a posição assumida pelo primeiro-ministro, apontando a emigração como uma opção para essas pessoas, não devia suscitar escândalo: “Pelo contrário, ela devia suscitar um debate sério na sociedade portuguesa, para tentarmos, na medida do possível, acomodar as necessidades do País em termos de mercado de trabalho no exterior”. Segundo Paulo Rangel, a emigração pode ser, não “uma primeira solução”, mas “uma segunda solução” para “pessoas que têm condições para isso, que ainda não têm a sua vida montada, que são mais jovens, mais ligados à aventura”, porque “pode ser uma forma de as pessoas terem rendimento, de terem uma experiência, de terem uma ligação ao País feita de outra maneira, de servirem também o País”. Isto não se aplica a “profissionais que já estão na casa dos 40 anos, que já têm as suas famílias formadas, que têm filhos em idade escolar”, ressalvou, insistindo que não se deve “diabolizar a emigração, especialmente de quadros qualificados, como uma saída provisória, como uma má saída, mas uma saída para a crise”. O eurodeputado do PSD argumentou que “é uma evidência” que “no caso da educação, com a baixa da taxa demográfica, não há lugar para todos os professores” e que é preciso “encontrar saídas para as pessoas” desempregadas. “Ou os senhores querem que as pessoas fiquem em casa à fome e a viver do fundo de desemprego, é isso que querem?”, questionou, dirigindo-se para os jornalistas. Paulo Rangel recusou que seja um sinal de derrotismo um primeiro-ministro apontar a emigração como uma opção: “Eu acho que não é. Nós não podemos estar sempre a dizer que queremos que os portugueses estejam em grande cooperação no Brasil, em Angola e Moçambique, que queremos ter pontos de contacto espalhados pelo globo, que os portugueses têm uma diáspora muito ativa, e depois achar que isto é uma coisa terrível e tenebrosa”.
REFERÊNCIAS: