Jean-Marie Le Pen suspenso da Frente Nacional, o partido que fundou
O até agora presidente honorário da formação de extrema direita diz-se “repudiado” e garante que continuará a falar (...)

Jean-Marie Le Pen suspenso da Frente Nacional, o partido que fundou
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: O até agora presidente honorário da formação de extrema direita diz-se “repudiado” e garante que continuará a falar
TEXTO: O fundador da Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, recusou apresentar-se na reunião do partido de extrema-direita convocada para discutir as eventuais sanções disciplinares que lhe seriam aplicadas. Aprofunda-se, desta forma, o clima de confronto no seio do partido protagonizado pelo clã Le Pen. O seu afastamento da presidência honorária do partido fica à aguardar a realização de uma assembleia-geral extraordinária, onde serão modificados os estatutos do partido. Fica consagrada a marginalização do fundador do partido de extrema-direita, anti-imigração e eurocéptico fica pela nova liderança do partido, que tem à frente a sua filha Marine Le Pen. No domingo, Marine Le Pen já tinha deixado o caminho aberto a sanções duras contra o próprio pai. “Jean-Marie Le Pen não deve poder expressar-se mais em nome da Frente Nacional, as suas posições são contrárias à linha fixada”, disse a líder numa entrevista televisiva. Em causa estão os comentários recentes de Jean-Marie que reafirmou que as câmaras de gás do Holocausto são “um detalhe da História” — uma posição que já defendia enquanto líder da FN e que lhe valeu processos judiciais. Dias depois, numa entrevista à Rivarol, uma revista de extrema-direita, Le Pen dizia que o marechal Pétain — chefe de Estado colaboracionista durante a ocupação nazi — foi tratado de forma “muito severa” após a libertação. Comentários como este de Jean-Marie Le Pen têm sido comuns, mas foram sempre desvalorizados pela filha, que recusou entrar numa guerra aberta. No entanto, a tensão no interior do partido — que se encontra num processo de “limpeza” de imagem à medida que se aproxima do poder — levou Marine Le Pen a afastar Jean-Marie das listas do partido às regionais de Dezembro. Entrou a neta, Marion Maréchal-Le Pen, de 25 anos, para o seu lugar na região da Provença-Alpes-Côte d’Azur, onde a FN espera obter bons resultados. A comissão executiva da Frente Nacional (FN) se reunisse ontem na sede nacional em Nanterre, nos arredores de Paris, para ouvir o líder histórico e para decidir que sanções lhe seriam aplicadas. Tudo estava em aberto: as penalizações poderiam ir da anulação do título de “presidente honorário” até à expulsão do partido, embora todas estas decisões obriguem à convocatória de um congresso extraordinário — um cenário que Marine Le Pen não excluiu, segundo a imprensa francesa. O peso do fundador no partido não é irrevelante, e ele não tem jogado pelo apaziguamento, antes pela provocação, como na reunião de ontem, em que saiu de carro da sede quando começou a reunião que devia decidir o seu destino partidário. Jean-Marie Le Pen, que é também eurodeputado, preferiu não esperar pela deliberação do órgão executivo e abandonou a sede do partido ao final da manhã. “Recuso ir ao comité executivo”, disse o antigo líder aos jornalistas, já de saída. “Fui repudiado. ”O pai da líder do partido de extrema-direita garantiu que vai continuar a falar “livremente”, algo que, diz, “choca um certo número de pessoas”. “O presidente fundador da FN considera que é contrário à sua dignidade apresentar-se perante uma assembleia, como posso dizer, disciplinar, enquanto ele se considera perfeitamente inocente e ter agido no quadro do seu mandato de parlamentar, porque um parlamentar é pago para falar”, acrescentou, referindo-se a si próprio na terceira pessoa. Resta saber se esta afirmação de força de Marine e do actual núcleo de poder na FN conseguirá vingar e manter o partido unido, sem causar uma nova cisão, quando a FN está a ser investigada por financiamento ilegal.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra filha imigração ilegal
Queixas de violência policial na Cova da Moura: uma história antiga
“Ao pé de um polícia estamos inseguros”, diz mecânico de 55 anos que acusa polícias de agressões. Há várias queixas de violência policial contra esquadra de Alfragide com 18 agentes acusados de tortura e racismo. (...)

Queixas de violência policial na Cova da Moura: uma história antiga
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-07-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: “Ao pé de um polícia estamos inseguros”, diz mecânico de 55 anos que acusa polícias de agressões. Há várias queixas de violência policial contra esquadra de Alfragide com 18 agentes acusados de tortura e racismo.
TEXTO: Eliseu Cardoso tem o motor de um carro ligado. Interrompe o seu trabalho como mecânico para contar que foi lá, na Rua da Glória, Cova da Moura, que há mais de três anos perdeu “totalmente” a confiança na PSP. “Ao pé de um polícia estamos inseguros, pelo menos aqui no bairro”, afirma o mecânico de 55 anos no local onde diz ter sido agredido. A relação entre a população do bairro da Cova da Moura e a polícia voltou ao debate. Esta semana o Ministério Público, num despacho histórico, acusou 18 agentes da PSP da esquadra de Alfragide de vários crimes como falsificação de documento agravada, denúncia caluniosa, falsidade de testemunho, tortura, entre outros crimes agravados por racismo que os agentes terão praticado contra seis jovens durante e depois da sua detenção no bairro a 5 de Fevereiro de 2015. Nunca, até agora, o Ministério Público se colocou de forma tão clara do lado dos moradores da Cova da Moura em casos de violência policial. Esta mesma esquadra de Alfragide tem outros dois processos de investigação abertos pela Inspecção-Geral da Administração Interna, como revelou ao PÚBLICO na terça-feira a responsável Margarida Blasco. Mas apesar disso, e do despacho que “de forma inequívoca e sem sombra de dúvida” conclui que os factos descritos nos autos da polícia não se verificaram – ou seja, os polícias fabricaram os acontecimentos, acusa o MP – até agora a Direcção Nacional da PSP não disse quando irá suspender os agentes. Formal e informalmente há várias queixas de moradores do bairro, nem todos jovens, contra aquela esquadra. Daquela experiência, inédita até então, Eliseu Cardoso lembra: “Nunca pensei. Confiava na polícia, hoje não confio. ”A 10 de Dezembro de 2013, eram cerca de 20h, apareceu a PSP junto à sua garagem. Eliseu tinha ido lavar as mãos, sujas do óleo do carro. Ouviu um burburinho. Saiu, perguntou: “O que se passa?”Estavam a fazer a detenção de um jovem, que o mecânico viu cair na rua, seguido da queda de um agente. Diz que viu também o jovem ser pontapeado pelos agentes. “Porque é que estão a fazer isso? Só faz isso porque está fardado?”, perguntou a um dos polícias. A partir daí iniciou-se um episódio de violência, descreve, e que ainda hoje deixou marca na sua perna. “Agrediram-me verbalmente e fisicamente. ” Eliseu Cardoso virou-se de costas e voltou para dentro da garagem. De seguida, conta que levou com um cassetete na cabeça. Foi puxado para a rua e levado dentro da carrinha policial, onde ia também o polícia que o terá agredido. Seria conduzido para a esquadra de Alfragide. Na esquadra, os agentes fizeram-no despir-se como “humilhação”, diz. Ficou com hematomas na cabeça, no corpo. Diz que o comandante o queria forçar a assinar um relatório onde estava escrito que tinha sido ele a agredir os polícias. Recusou fazê-lo: “Então eu sou vítima e passo a ser agressor?! Não assino nada. ”O depoimento com o relato do que aconteceu foi enviado ao Alto Comissariado da Imigração. Eliseu seria acusado de resistência e coacção física a agente da autoridade. O processo judicial ainda não está concluído. “Só vivendo. Não quero reviver aquilo. É uma mágoa tremenda”, diz. “Sou apenas um caso. Há ‘n’ casos que não são relatados porque não vale a pena”. Não tem dúvidas de que “foi racismo”. Os agentes diziam: “’Este país não é teu’, ‘já devias ter ido para a tua terra’, ‘macacos’”, recorda. Há outros casos. Em 25 de Novembro do ano passado, durante a festa do dia de Santa Catarina, um homem foi agredido e relatou num depoimento, em que conta o episódio que passou com um amigo, recolhido pela Associação Moinho da Juventude (Prémio Direitos Humanos da Assembleia da República). “Não pediram a nossa identificação, nem nada, começaram logo a bater. Bateram-me na cabeça, umas quatro vezes”. Diz ainda que apanhou com um bastão perto do olho direito. “E depois já não me lembro de mais nada. Acordei no hospital Francisco Xavier”. O relatório médico regista traumatismo craniano e hematomas. A mulher, empregada de limpeza no Instituto Camões, conta ao PÚBLICO que ainda hoje o marido ouve mal por causa de pontapés. Nunca antes tinha tido problemas com a polícia, garante. Só em 2013 ocorreram vários casos que originaram queixas contra aquela esquadra. Em Março desse ano a associação decidiu escrever uma carta ao Ministério da Administração Interna, na altura conduzido pelo ministro Miguel Macedo, a manifestar "uma forte preocupação pela rápida escalada de episódios violentos no bairro", resultantes da "intervenção de algumas forças policiais" que, "longe de contribuir para uma melhoria das condições de segurança, tem vindo a assumir contornos cada vez mais provocatórios, intimidatórios e degradantes". Meses depois, a 29 de Julho desse ano, três jovens que estavam a fazer música no estúdio da Moinho da Juventude foram detidos por agentes. Um dos jovens contou que tinha vindo à porta e depois de um curto diálogo foi agredido com uma bastonada, algemado, atirado para o chão e colocado na carrinha. “Um agente pegou-lhe ainda com força na cabeça e bateu sucessivamente com um joelho, em ambos os lados do rosto. Com o outro joelho, agrediu-o na zona do nariz”, descreve-se no relato. Ao ouvir os gritos, três amigos foram à porta e seriam igualmente algemados. Testemunhas da associação contam que seis polícias fizeram um perímetro, em frente de crianças, que “ficaram assustadas”, até porque se ouviram gritos. Um dos jovens que conseguiu sair da esquadra, “cheio de dores”, contou que um agente dobrou e partiu o seu cartão de cidadão. Disse-lhe “que uma pessoa da cor dele não podia ser português”. “Os jovens foram ouvindo dos agentes afirmações como ‘vamos matar os pretos todos’, ‘odeio os pretos’, ‘a Cova da Moura vai abaixo’ ou ‘já tenho sangue de macaco na mão’”. No relatório da associação lê-se: “Na esquadra, os agentes disseram que se tinham enganado, que a chamada que haviam recebido (de uma casa particular) tinha sido de um outro sítio”. O processo judicial foi arquivado por falta de provas e "incongruências". Na Cova da Moura estes estão longe de ser casos isolados. Uma jurista, Susana Brito, foi pela primeira vez ao bairro em Maio de 2015 para visitar uma amiga. Pedindo orientações sobre onde era o bairro a dois agentes da PSP, teve uma resposta de “desfaçatez e desdém”. “A falta de profissionalismo, de formação e de compostura deste encontro, só possível com um ambiente favorável por parte das hierarquias imediatas, foi de tal ordem chocante que enviei um email ao Comando de Lisboa sugerindo formação a estes agentes, sob pena de instabilidade pública criada, ou pelo menos agravada, pela PSP”, lê-se numa carta que enviou mais tarde à IGAI, em Novembro. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A jurista é membro do Conselho Superior da Magistratura há um ano, e foi directora do Centro Jurídico da Presidência do Conselho de Ministros mas esclarece ao PÚBLICO que enviou a carta como cidadã. “Achei que os polícias precisavam de muita formação pois o comportamento deles, inadmissível, mostrou que não compreendiam o seu papel como agentes da autoridade”. Depois deste episódio, Susana Brito afirma que não se espanta que existam casos de violência policial como os relatados. Apesar das diversas tentativas de contacto, o gabinete de comunicação da Direcção Nacional da PSP nunca atendeu o telefone. Também a IGAI não esclareceu em que fase estavam as queixas referidas. A IGAI arquivou sete das novas acusações que inicialmente tinha contra alguns dos 18 polícias agora acusados pelo MP. Quanto ao ACM, diz que não dá informação sobre queixas. Esta quinta-feira, o director nacional da PSP, Luís Farinha, teceu uma critica à actuação dos agentes de Alfragide dizendo que os crimes foram praticados por quem não honra a profissão e mancham a instituição.
REFERÊNCIAS:
Jogadoras de futebol do Togo e Camarões desaparecem na Alemanha
Catorze jogadoras africanas de futebol oriundas dos Camarões e do Togo encontram-se em paradeiro desconhecido, após terem sido vistas pela última vez em Berlim há quase uma semana, noticia hoje o jornal alemão Bild. (...)

Jogadoras de futebol do Togo e Camarões desaparecem na Alemanha
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: Catorze jogadoras africanas de futebol oriundas dos Camarões e do Togo encontram-se em paradeiro desconhecido, após terem sido vistas pela última vez em Berlim há quase uma semana, noticia hoje o jornal alemão Bild.
TEXTO: Todas foram convidadas a participar no torneio “Discover Football” que se realizou na capital da Alemanha por ocasião do Mundial de Futebol Feminino, que está a ser disputado em várias cidades do país. As jogadoras, que se encontravam hospedadas num hotel em Berlim, desapareceram no mesmo dia em que o seu visto turístico expirava e em que as restantes companheiras regressaram aos seus países de origem. Em declarações ao mesmo jornal, um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros indicou que todas elas estariam agora em situação “ilegal” no país. As autoridades colocam a possibilidade das jogadoras desaparecidas poderem tentar permanecer na Alemanha como imigrantes ilegais ou com o objectivo de pedir asilo político, é que algumas delas eram membros activos de organizações para a defesa dos direitos humanos nos seus países, havendo algumas portadoras do vírus da SIDA, o que faz supor que procurariam ser tratadas na Alemanha. O desaparecimento de jogadores africanos em competições na Europa é comum. Ainda em Junho uma equipa inteira de jogadoras de futebol do Senegal desapareceu em França, para onde se deslocaram para um torneio amigável para fomentar cooperação desportiva entre França e países africanos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos humanos desaparecimento ilegal
Mandela é um “gigante”, diz Cavaco Silva
O Presidente da República, Cavaco Silva, lembrou hoje o antigo presidente sul-africano e prémio Nobel da Paz Nelson Mandela como um “gigante” da contemporaneidade, que “apostava tudo no diálogo” e “negociação” para construir “uma sociedade justa”. (...)

Mandela é um “gigante”, diz Cavaco Silva
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Presidente da República, Cavaco Silva, lembrou hoje o antigo presidente sul-africano e prémio Nobel da Paz Nelson Mandela como um “gigante” da contemporaneidade, que “apostava tudo no diálogo” e “negociação” para construir “uma sociedade justa”.
TEXTO: Cavaco Silva recebeu no dia dedicado internacionalmente a Mandela, que completa hoje 93 anos, um grupo de jovens da academia Ubuntu, que forma para a liderança filhos de imigrantes e que tem no antigo líder sul-africano uma das inspirações. “Tive o privilégio de contactar com Nelson Mandela. Foi talvez uma das visitas que mais me marcou. Ele veio a Portugal em 1993, recebi-o como primeiro-ministro”, contou Cavaco Silva. O Chefe de Estado descreveu “um homem que tinha passado 27 anos na prisão e que revelava o mínimo ressentimento, a mínima vontade de vingança, apostava tudo no diálogo, na negociação, para construir uma sociedade sem apartheid, uma sociedade justa”. “Um gigante do nosso tempo”, concluiu Cavaco Silva, recordando um artigo que escreveu sobre Mandela quando o prémio Nobel da Paz completou 90 anos. “É grande a vossa responsabilidade, dado que têm como inspirador um homem com esta grandeza”, afirmou aos jovens a quem desejou “o maior sucesso no contributo para melhorar a situação da comunidade” em estão inseridos. Cavaco Silva descreveu Portugal como “uma nação de muitas nações”, em que “há uma preocupação de que todos convivam de uma forma amiga”. “Não sei se existem muitos outros países em que haja um esforço, um esforço claro para a convivência de todas as comunidades”, afirmou. Cavaco Silva e a mulher ajudaram os jovens da academia Ubuntu no lançamento de 67 balões coloridos, tantos quanto durou a luta de Nelson Mandela pelo fim do apartheid, para construir a sociedade multicultural e multirracial a que chama de “nação arco-íris”. Antes, o Presidente ouviu alguns jovens da academia. Ana Fernandes, de 31 anos, licenciada em animação sócio-cultural, lembrou Mandela como um “exemplo para o mundo pela sua luta contra o racismo e em defesa da paz”. Sobre o projecto da academia Ubuntu, Ana Fernandes disse ser “um sinal muito claro de que também em Portugal se procuram concertar medidas que promovam a erradicação da discriminação e tornem mais efectivas a participação e a inclusão de todos os jovens negros nascidos em Portugal e das suas famílias”. Cerca de 40 jovens da Grande Lisboa foram seleccionados para a academia a partir da indicação de associações de imigrantes, culturais e de bairro, juntas de freguesia e câmaras municipais, e projectos do programa “Escolhas”. Apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Universidade Católica, o projecto, que pela primeira vez se realiza em Portugal, inclui formações que duram um ano lectivo e culminará numa conferência em Outubro, passando por uma viagem à África do Sul em Setembro.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
A orquestra que é um mundo tem o som da nova Lisboa
Lisboa não é só portuguesa. É também indiana, africana, sul-americana. O primeiro concerto da Orquestra Todos é esta noite, no Intendente. (...)

A orquestra que é um mundo tem o som da nova Lisboa
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.268
DATA: 2011-09-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: Lisboa não é só portuguesa. É também indiana, africana, sul-americana. O primeiro concerto da Orquestra Todos é esta noite, no Intendente.
TEXTO: De Portugal, tinha apenas uma cidade no nome. Max Lisboa chegou do Brasil há sete anos. Nessa altura tinha mulher, queria fazer dinheiro para a família. Veio para trabalhar, acabou a tocar na rua, para os turistas, que lhe vão dando o bastante. Max também compõe, mas cantar originais na rua "não compensa". O melhor é cantar "aquilo de que as pessoas gostam". Um dia, Francesco Valente, um músico italiano a viver em Portugal que procurava outros músicos para uma orquestra multicultural que estava a ser criada em Lisboa, passou por ele, gostou e fez-lhe a proposta. De repente, Max estava numa sala no Intendente, frente a Mario Tronco, maestro da Orquestra Todos, e a Pino Pecroelli, director musical. Como uma orquestra não é a rua e nesta, em particular, é suposto ser a identidade dos músicos a construí-la, Mario e Pino usaram duas composições de Max, que depois foram trabalhadas. Maria bonita e lampião e outra que "não tem nome ainda mas pode ser Grito da terra". Já desde Junho, altura dos primeiros ensaios da Orquestra Todos, que as janelas do Sport Clube Intendente (SCI) deitam música para a rua, a que o Largo do Intendente Pina Manique, em Lisboa, já se habituou. Hoje, às 21h, os músicos saem do edifício para o primeiro concerto da orquestra, num palco montado no largo em que têm ensaiado para o Todos - Caminhada de Culturas, um festival de culturas que propõe uma viagem pelo mundo sem sair da Mouraria e que termina esta noite. No mesmo largo onde a Orchestra di Piazza Vittorio, também dirigida por Mario Tronco, deu um concerto na edição de 2009 do Todos. Mario costuma contar que quando olhou para o público viu que era igual aos seus músicos e que, por isso, teve vontade de criar uma nova orquestra de culturas no Largo do Intendente, tal como fizera em Itália em 2002, numa espécie de protesto contra a lei "Bossi-Fini", que criminalizou a imigração ilegal. "Uma liberdade absoluta"O SCI é um lugar num edifício que parece devoluto onde os sócios se encontram para jogar cartas ou bilhar enquanto bebem cervejas, ou apenas para uma conversa e um cigarro à janela, contemplando a calma do largo. Foi aí que se fez a orquestra. A maioria dos seus 14 músicos são profissionais, como Susana Travassos, uma portuguesa numa orquestra do mundo que se junta em Lisboa, que tem usado a música como forma de intercâmbio entre as culturas portuguesa e brasileira e a quem este projecto "veio abrir novos horizontes", como ela diz. "Para além da parte musical, que é muito interessante, consistente, bonita, este projecto vai muito para além disso", acredita. "Um dos músicos nem fala português, é incrível ver as barreiras que a música consegue quebrar. "Susana está a falar de Ali Regep, um romeno de origem turca. Anda sempre pelas ruas de Lisboa - do Chiado à Mouraria, passando pela Baixa, não é difícil encontrá-lo. A partir de uma gravação do que canta pelas ruas, compuseram uma música, que Ali cantará esta noite. No primeiro disco que Susana gravou, Oi Elis, uma homenagem à brasileira Elis Regina, decidiu recriar o universo da cantora. "Mas não vou para lá [Brasil] cantar com sotaque do Brasil. " O que faz na Todos não será muito diferente. Pediram-lhe, por exemplo, que cantasse uma música napolitana "à portuguesa". Esta orquestra é isto, uma amálgama de toda a diversidade possível em Lisboa. "Temos músicos muito diferentes, uma liberdade absoluta, que aproveitámos para fazer um repertório muito diverso, que pode parecer não ter ligação, mas que é o som desta cidade", explica o maestro. "É o som da nova Lisboa: indiana, africana, sul-americana. "Bollywood no Intendente
REFERÊNCIAS:
Entidades OI
"Dia D" para Cabo Verde também se decide em Portugal
“Mesti muda” – “é preciso mudar”. Este tem sido um dos slogans da oposição na campanha para as legislativas de hoje em Cabo Verde. Mas há quem prefira apostar na continuidade, como Aboubacar Barry, de 29 anos. Votou no Partido Africano de Independência de Cabo Verde (PAICV), governado por José Maria Neves. “Se o PAICV vencer vai continuar a desenvolver o país e promover o crescimento económico”, disse. (...)

"Dia D" para Cabo Verde também se decide em Portugal
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-02-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: “Mesti muda” – “é preciso mudar”. Este tem sido um dos slogans da oposição na campanha para as legislativas de hoje em Cabo Verde. Mas há quem prefira apostar na continuidade, como Aboubacar Barry, de 29 anos. Votou no Partido Africano de Independência de Cabo Verde (PAICV), governado por José Maria Neves. “Se o PAICV vencer vai continuar a desenvolver o país e promover o crescimento económico”, disse.
TEXTO: De Caminha a Portimão, incluindo a região autónoma dos Açores, são 48 as assembleias de voto espalhadas por Portugal. É nos Estados Unidos que se concentra a maior comunidade cabo-verdiana a nível mundial, mas é aqui que está o maior número de eleitores (12600). E há mais cabo-verdeanos a residir no estrangeiro do que no seu próprio país. “Espero que independentemente de quem ganhe as eleições, melhore Cabo Verde em diversos aspectos”, disse uma jovem de 22 anos que preferiu não identificar-se, tal como a maioria dos eleitores que hoje foram votar a Alfornelos, na Amadora, um dos conselhos onde vive grande parte da comunidade cabo-verdeana residente em Portugal (para além de Sintra, Loures e Lisboa). Segundo o último relatório do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), de 2009, a comunidade cabo-verdeana é a terceira com maior peso, só ultrapassada pela brasileira e ucraniana. Aboubacar veio para estudar mas decidiu ficar a trabalhar como analista de crédito. “Se o MpD [Movimento para a democracia, o principal partido da oposição] ganhar vamos entrar num período de estagnação”, justifica. Não sabe se vai voltar a Cabo Verde até porque se sente bem integrado em Portugal, como a maioria dos entrevistados pelo PÚBLICO. Mas ainda assim, “qual é o filho que não quer voltar para a sua mãe e pai?, diz Joaquim Varela, de 65 anos. “Quero voltar para a minha terra, mas lá não há dinheiro, não há trabalho, por isso não tenho essa possibilidade”, afirmou. Em Portugal desde 1972, foi votar “para cumprir o seu dever”, admitindo não estar muito familiarizado com a realidade do país onde nasceu. Keila, de 20 anos, emigrante ilegal, também foi às urnas apenas para cumprir o seu dever porque “nenhum dos partidos, quer o MpD quer o PAICV, tem ajudado” a desenvolver Cabo Verde. A bipolarização tem sido uma constante da democracia representativa cabo-verdiana: Carlos Veiga, o líder do MpD, comandou os destinos do país entre 1991-2001; José Maria Neves desde 2001 até agora. Contudo, para Keila, “mesti muda”, como tem defendido o MpD. Apesar de enfrentar uma situação difícil em Portugal, sem estudar, sem trabalhar, sem documentos e com uma filha para cuidar, Keila não pensa regressar. “Aqui sempre há uma saída, em Cabo Verde não”, diz. O país da morabeza (amabilidade), dos 365 dias de sol, da cachupa (prato típico), tem gozado de um clima de estabilidade favorável nas suas relações externas. Registando um Índice de Desenvolvimento médio e detentor de uma parceria especial com a União Europeia, Cabo Verde parece estar “no bom caminho”, como diz Cláudia Lopes, de 31 anos, que foi hoje às urnas. Há quem aponte que o clima de estabilidade que goza este país africano, ao contrário de muitos outros com constantes convulsões políticas, se deve à sua falta de recursos naturais. Sendo este um dos motivos ou não, a grande vencedora parece ser a democracia.
REFERÊNCIAS:
Entidades SEF
Empresários dos carrosséis estão a vender equipamentos para África
O presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Diversão (APED) disse à Lusa que a crise está a obrigar os empresários do sector a venderem para países africanos equipamentos como carrosséis e pistas de carrinhos de choque. (...)

Empresários dos carrosséis estão a vender equipamentos para África
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 3 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-08-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: O presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Diversão (APED) disse à Lusa que a crise está a obrigar os empresários do sector a venderem para países africanos equipamentos como carrosséis e pistas de carrinhos de choque.
TEXTO: “Há países como a Tunísia e Moçambique que estão a adquirir este material, mas é sobretudo Angola, que tem poder de compra”, explicou Luís Fernandes, presidente da APED, que representa 270 associados. O responsável garantiu que “muitos dos empresários estão a parar com o negócio” devido “ao aumento dos custos de energia e da carga fiscal, estimando em 40% a quebra na actividade. “Para muitos a solução passa por vender os equipamentos lá para fora. Angola é que está a ganhar com isto [com a crise]: compram material que foi inspeccionado e está já devidamente certificado”, explicou. A redução dos dias dos eventos, o aumento dos combustíveis e a passagem do IVA de 6 para 23% são causas que Luís Fernandes descreve como fatais para uma actividade que “a continuar assim vai ficar reduzida a 10, 15% do que já foi há um par de anos”. O presidente da ANED, sediada no concelho de Pedrógão Grande, no interior do distrito de Leiria, salientou que a diminuição da actividade vai também ter reflexos “naquelas pessoas sem grandes qualificações que contavam com este trabalho”, sobretudo ao longo do Verão. “Agosto é a nossa esperança, por causa dos emigrantes que vêm a Portugal”, frisou o empresário, revelando que ainda recentemente preferiu “ficar parado um mês e meio, porque não podia pagar o espaço, o combustível e os transportes”. Contudo, o responsável admitiu que, para já, “os empresários que estão a trabalhar têm conseguido evitar a perda de público com promoções e marketing”, procurando combater “os avultados montantes que as organizações dos eventos pedem pela ocupação dos espaços”. O negócio “ainda se pode aguentar nas festas e feiras organizadas pelas capitais de distrito”, mas no actual cenário “muitas autarquias de pequena e média dimensão vão ter festas, mas sem equipamentos de diversão, porque não há capacidade de resposta com todos estes encargos”. Luís Fernandes disse que “a associação se reuniu com os grupos parlamentares e com o Ministério das Finanças e da Segurança Social”, mas para já sem sucesso, uma vez que, criticou, persiste “a falta de políticas específicas para o sector”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave social
O "Homo sapiens" terá começado a espalhar-se pelo mundo muito mais cedo, há 125 mil anos
E se, há uns 125 mil anos, muitas dezenas de milénios antes de se lançarem à conquista da Europa e do resto do mundo, vindos do seu berço africano, os primeiros humanos modernos tivessem começado por atravessar um estreito braço de mar para se instalarem em terras que hoje fazem parte dos Emirados Árabes Unidos? Uma equipa internacional de arqueólogos, liderada por Hans-Peter Uerpmann, da Universidade Eberhard Karls de Tubingen, sugere precisamente isso, com base em escavações realizadas na localidade de Jebel Faya, a uns 50 quilómetros do Golfo Pérsico. Os seus resultados são publicados sexta-feira na revista "Science". (...)

O "Homo sapiens" terá começado a espalhar-se pelo mundo muito mais cedo, há 125 mil anos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 3 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: E se, há uns 125 mil anos, muitas dezenas de milénios antes de se lançarem à conquista da Europa e do resto do mundo, vindos do seu berço africano, os primeiros humanos modernos tivessem começado por atravessar um estreito braço de mar para se instalarem em terras que hoje fazem parte dos Emirados Árabes Unidos? Uma equipa internacional de arqueólogos, liderada por Hans-Peter Uerpmann, da Universidade Eberhard Karls de Tubingen, sugere precisamente isso, com base em escavações realizadas na localidade de Jebel Faya, a uns 50 quilómetros do Golfo Pérsico. Os seus resultados são publicados sexta-feira na revista "Science".
TEXTO: O debate sobre como e quando os primeiros homens modernos emigraram de África e se espalharam pelo mundo vem de longe. Há quem diga que houve uma única vaga de migração e quem diga que houve várias. Mas seja como for, os dados conhecidos até aqui indicavam que o êxodo tinha acontecido há mais ou menos 60 mil anos. Quanto à rota seguida por aqueles emigrantes até a Europa e Ásia, também aí havia consenso: através do Vale do Nilo e do Médio Oriente. O que os cientistas encontraram agora na Península Arábica são ferramentas que, segundo eles foram fabricadas com tecnologias semelhantes às utilizadas pelas populações de "Homo sapiens" que viviam no Leste de África, mas diferentes das tecnologias originárias do Médio Oriente. Isso não seria problemático se elas tivessem menos de 60 mil anos de idade. Mas acontece que, quando foram datadas (pela técnica dita de luminescência), revelaram ter. . . 125 mil anos. Ou seja, estas ferramentas — pequenos machados e lâminas de pedra, entre outros — parecem contar uma história diferente. Uma história de emigração directa, há muito mais tempo, de África para a Arábia — e daí, dizem os cientistas, para o Crescente Fértil e para a Índia. Porém, nem todos os especialistas concordam com esta interpretação. “Os humanos ‘anatomicamente modernos’ — como nós — emergiram em África há uns 200 mil anos e a seguir povoaram o resto do mundo”, diz em comunicado Simon Armitage, da Universidade de Londres e co-autor do trabalho. “Os nossos resultados deveriam estimular uma reavaliação da maneira como nós, os humanos modernos, nos tornamos uma espécie global. ”Os cientistas analisaram ainda as condições climáticas que reinavam na região há uns 130 mil anos, durante o último período interglaciar, para ver se a passagem de África para a Arábia teria sido fácil. E de facto, concluíram que o estreito de Bab al-Mandab, que separa a Península Arábica do Corno de África, tinha naquela altura pouca água devido ao baixo nível do mar, permitindo a passagem em segurança sem grandes problemas. E mais: a Península Arábica era então uma região muito mais húmida, com vegetação abundante, com lagos e rios — muito mais acolhedora do que hoje. “Em Jebel Faya”, salienta Armitage, “a datação revela uma visão fascinante, na qual humanos modernos emigraram de África muito mais cedo do que se pensava, ajudados pelas flutuações globais do nível do mar e pelas mudanças climáticas. ”Uma voz dissonanteNum artigo jornalístico que acompanha na revista "Science" a publicação dos resultados da datação das ferramentas de Jebel Faya, surge uma voz dissonante entre os comentários entusiastas de vários especialistas. Paul Mellars, arqueólogo da Universidade de Cambridge, diz que, quanto a ele, apesar da descoberta das ferramentas ser importante e a datação bem feita, as conclusões estão erradas. “Não há qualquer indício aqui que sugira que foram feitas por humanos modernos, nem de que eles vinham de África”, declara. E salienta que, ao contrário do que afirmam os autores da descoberta, não fica excluída de forma convincente a hipótese de se tratar de ferramentas fabricadas pelos Neandertais — ou até pelo "Homo erectus", antepassado dos humanos modernos que se sabe ter emigrado de África para Ásia há cerca de 1, 8 milhões de anos. Hans-Peter Uerpmann, um dos líderes da equipa que fez as escavações em Jebel Faya, concede que para “poder ter a certeza absoluta” de que as ferramentas foram fabricadas pelo Homo sapiens, vai ser preciso encontrar ossos fossilizados. Várias equipas de arqueólogos já declararam que tencionam lançar-se nessa procura.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens humanos espécie
Madeira, Açores e PALOP deverão ser os únicos destinos na lista de serviços mínimos durante a greve da TAP
Serão poucas as ligações asseguradas em pleno pela TAP durante os seis dias de greve dos pilotos. O PÚBLICO apurou que apenas os voos entre a Madeira, Açores e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa vão constar na lista de serviços mínimos a garantir. (...)

Madeira, Açores e PALOP deverão ser os únicos destinos na lista de serviços mínimos durante a greve da TAP
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 3 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-03-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Serão poucas as ligações asseguradas em pleno pela TAP durante os seis dias de greve dos pilotos. O PÚBLICO apurou que apenas os voos entre a Madeira, Açores e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa vão constar na lista de serviços mínimos a garantir.
TEXTO: Esta decisão deverá ser divulgada hoje, após a última reunião do colégio arbitral do Conselho Económico Social (CES). Fonte próxima do processo avançou que, por não haver consenso, os três árbitros nomeados para mediar o confronto vão ter de seguir as regras de definição dos serviços mínimos. Ou seja, vão ter em conta "as necessidades sociais fundamentais dos passageiros", afirmou. Nesse sentido, é muito provável que, apesar da paralisação, as ligações entre o continente, a Madeira e os Açores sejam asseguradas, uma vez que "está em causa o direito ao acesso a cuidados de saúde". Já os PALOP deverão também fazer parte da lista porque "os portugueses que se encontram em alguns desses países têm necessidade de se deslocar frequentemente e com urgência a Portugal para renovar o visto, por exemplo". O colégio arbitral deverá, por isso, justificar esta escolha com "questões de segurança". A confirmar-se esta decisão, haverá uma convergência entre as propostas defendidas pela TAP e pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC). A companhia de aviação queria ver assegurados mais de uma dezena de destinos, de entre os quais alguns PALOP, mas também países como França, Suíça, Venezuela e até Estados Unidos. Por sua vez, os trabalhadores queriam limitar os serviços mínimos à Madeira e aos Açores. O colégio arbitral, composto por três membros nomeados pelo CES, em representação de cada uma das partes, esteve ontem reunido, mas só hoje irá divulgar a sua decisão final. Só a partir desse momento será possível perceber quantos voos e passageiros vão ser realmente afectados pela greve dos pilotos, a cumprir de 26 a 31 de Março. Contactada pelo PÚBLICO, a TAP insistiu no alargamento dos serviços mínimos a países onde existem muitos emigrantes portugueses. Já o SPAC preferiu não fazer qualquer comentário ao tema.
REFERÊNCIAS:
Entidades PALOP
Perseguições levam ACNUR a pedir à Europa que acolha mais refugiados sírios
Há refugiados presos em esquadras no Egipto e situação não é melhor na Líbia. Na Turquia o número de sírios ultrapassa já os 600 mil (...)

Perseguições levam ACNUR a pedir à Europa que acolha mais refugiados sírios
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 2 Refugiados Pontuação: 21 | Sentimento 0.65
DATA: 2013-10-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Há refugiados presos em esquadras no Egipto e situação não é melhor na Líbia. Na Turquia o número de sírios ultrapassa já os 600 mil
TEXTO: Fugiram da guerra na Síria, mas a situação que encontram nos países vizinhos é cada vez mais difícil: na Turquia, onde todas as semanas nascem novos campos de refugiados, estão já mais de 600 mil sírios; no Egipto centenas estão detidos ilegalmente e na Líbia houve barcos alvejados quando tentavam navegar em direcção à Europa. Perante isto, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) voltou a apelar à solidariedade dos europeus, pedindo-lhes que abram as suas portas a quem procura asilo. “Um número crescente de sírios está a atravessar o Mediterrâneo do Egipto para Itália, referindo uma ansiedade crescente com a sua segurança, bem como incidentes que envolvem agressões físicas, ameaças verbais, detenção e deportações”, denunciou, na sexta-feira, a porta-voz do ACNUR, Melissa Fleming, citada pela Reuters. Na véspera, a Amnistia Internacional acusou o regime egípcio de estar a “falhar de forma abissal as suas obrigações internacionais” e de “não proteger sequer os refugiados mais vulneráveis”. Segundo a organização de direitos humanos, a Marinha egípcia interceptou nos últimos dois meses 13 embarcações que partiram das suas costas com destino a Itália, detendo 946 refugiados, das quais 724 continuam na prisão. Acções que começaram após o golpe que derrubou o Presidente islamista Mohamed Morsi e que desencadeou no Egipto um clima de desconfiança em relação aos refugiados sírios (cerca de 125 mil, quase todos sunitas), acusados de serem simpatizantes da Irmandade Muçulmana. A Amnistia diz que numa visita a uma esquadra de polícia em Alexandria encontrou 40 refugiados sírios detidos sem ordem judicial, dez dos quais eram crianças, incluindo dois gémeos com apenas um ano de idade. Os refugiados contaram que a polícia ameaçou transferi-los para uma prisão no Cairo a menos que assinem um papel aceitando ser deportados para outros países da região ou levados de novo para a Síria. Não é caso único – há relatos de sobreviventes de naufrágios que depois de serem resgatados ficaram detidos e, no início do mês, um grupo de 36 refugiados, a maioria de origem palestiniana, foi deportado para Damasco e, segundo a Amnistia, vários deles foram levados para uma das prisões mais temidas dos serviços secretos sírios. “Enviar refugiados para uma zona de conflitos sangrentos é uma violação da lei internacional”, denuncia a organização. A situação é igualmente perigosa na Líbia – um país dominado pelas milícias e que continua a ser o principal porto de partida para a Europa, já não apenas de imigrantes africanos, mas de um número cada vez maior de refugiados. O barco que naufragou no início do mês junto à ilha de Lampedusa, provocando a morte a 339 dos mais de 500 ocupantes, foi alvejado no mar, o que poderá ter danificado a embarcação e contribuído para a tragédia. Apelo à solidariedade europeiaO ACNUR sublinha que, face aos problemas internos dos dois países e às previsões de que mais sírios vão deixar o país, “é urgente reforçar as capacidades de acolhimento nestes países do Norte de África”. Mas diz que isso não basta: “Pedimos aos países que têm meios, na Europa e não só, que mostrem a sua solidariedade não apenas com financiamento e contribuições, mas também com medidas que envolvam o acolhimento de refugiados em países terceiros e a reunificação das famílias”. Mais de três quartos dos 2, 2 milhões de refugiados sírios, metade dos quais crianças, estão em três países vizinhos, onde as capacidades de resposta estão perto do limite. Quase 800 mil estão no Líbano, um dos países mais pequenos da região; na Jordânia nasceu em pouco mais de um ano o segundo maior campo de refugiados do mundo; e segundo números divulgados nesta segunda-feira, a Turquia acolheu já mais de 600 mil pessoas, das quais um terço está nos 21 campos erguidos junto à fronteira. Ancara é um dos governos mais hostis ao regime de Bashar al-Assad e assegurou que iria manter as fronteiras abertas aos sírios. No entanto, o primeiro-ministro, Tayyip Erdogan, anunciou recentemente que o país já gastou mais de dois mil milhões de dólares com o acolhimento de refugiados. O ACNUR lançou um apelo para que os países ocidentais aceitem receber pelo menos 30 mil refugiados até ao final de 2014, através de programas temporários de acolhimento ou vistos humanitários. Até agora, apenas 16 países responderam ao apelo, comprometendo-se a receber pouco mais de 10 mil pessoas, quase metade das quais na Alemanha. Em Setembro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros comunicou ao ACNUR que Portugal está disponível para receber ainda este ano 15 sírios.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU