PCTP/MRPP contra Portugal como "coutada da Europa alemã"
Partido entregou as listas de candidatos às legislativas de Outubro. (...)

PCTP/MRPP contra Portugal como "coutada da Europa alemã"
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-09-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Partido entregou as listas de candidatos às legislativas de Outubro.
TEXTO: O Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP) condena uma visão de Portugal como "coutada da Europa alemã", lamenta a exclusão do partido dos debates eleitorais e que a saída do euro ou a renegociação da dívida sejam assuntos tabus. "Estamos à beira de ter um país transformado numa coutada da Europa alemã", resumiu Garcia Pereira, cabeça de lista do PCTP/MRPP por Lisboa nas eleições legislativas de 4 de Outubro, após entregar as listas de candidatos no Palácio da Justiça. Segundo o dirigente do PCTP, "o que se pretende é que sejam apenas os partidos políticos responsáveis pela transformação do país na verdadeira calamidade em que se encontra - um país de esfomeados, desempregados, idosos sem assistência, jovens obrigados a emigrar - os únicos com direito a fazer exprimir as suas ideias junto do eleitorado". "Estamos a analisar e, seguramente, isso não passará em claro. No devido tempo informaremos das medidas que iremos tomar", assegurou, sem especificar, referindo-se a futuras acções de protesto contra a ausência de debates televisivos e radiofónicos que incluam todas as candidaturas. Após reuniões entre responsáveis editoriais e partidários, ficaram marcados debates entre Pedro Passos Coelho e António Costa nas três televisões generalistas e em três rádios, além de um debate entre todos os líderes das forças já representadas no Parlamento, previsto para dia 22 de Setembro. "O único país da Europa onde os chamados pequenos partidos não podem falar, numa situação que em nada difere, do ponto de vista da substância, daquele que se vivia antes do 25 de Abril de 1974, é Portugal", apontou Garcia Pereira. O objectivo do PCTP/MRPP para o sufrágio é "eleger uma representação parlamentar", sem deixar de "denunciar que está montada uma farsa eleitoral em que se pretende que se discuta tudo nesta campanha menos os grandes temas, os grandes problemas com que o povo português está confrontado". A saída do euro, uma vez que "após a experiência da Grécia se tornou evidente que não é possível adoptar qualquer política contra a austeridade ou qualquer país manter a sua soberania e independência permanecendo no euro", e a dívida, porque "não foi o povo português que a contraiu nem foi contraída em seu benefício e é completamente impagável", são duas das questões destacadas por Garcia Pereira. O advogado estimou que os compromissos do Estado português ascendam "acima dos 225 mil milhões de euros, que representa anualmente uma quantia crescente de juros verdadeiramente astronómica, qualquer coisa como 7, 5 mil milhões de euros, mas que, até 2017, vai subir para os 17 mil milhões de euro". O candidato do PCTP/MRPP frisou ainda a existência de um "confisco das principais riquezas e recursos estratégicos do país", por exemplo o mar, "que está a ser levado a cabo pela União Europeia".
REFERÊNCIAS:
Tribunal arbitral obriga pilotos a assegurar voos para 12 destinos
Todas as ligações aos Açores têm de ser asseguradas, bem como três voos para a Madeira. Destinos com forte comunidade portuguesa também ficam parcialmente protegidos. (...)

Tribunal arbitral obriga pilotos a assegurar voos para 12 destinos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.4
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150501182559/http://www.publico.pt/1693758
SUMÁRIO: Todas as ligações aos Açores têm de ser asseguradas, bem como três voos para a Madeira. Destinos com forte comunidade portuguesa também ficam parcialmente protegidos.
TEXTO: O tribunal arbitral do Conselho Económico e Social (CES) já tomou uma decisão sobre os serviços mínimos a assegurar durante a greve dos pilotos da TAP, decretando como obrigatória a realização de voos para 12 destinos. De acordo com a decisão divulgada nesta segunda-feira, ficam asseguradas todas as ligações aos Açores, bem como três voos (ida e volta) para a Madeira por cada dia de greve. O tribunal arbitral também decidiu proteger desta paralisação um conjunto de destinos importantes para a TAP, pelo facto de terem uma forte comunidade portuguesa. Da lista que consta no acórdão, que contempla sempre ida e volta, destaca-se o Brasil, com duas frequências garantidas por dia. Já nos casos de Angola, França, Luxemburgo, Reino Unido, Suíça, Alemanha, Bélgica e Itália, o tribunal arbitral decidiu que será obrigatória a realização de um voo diário. Em relação a Moçambique, será assegurada a realização de três voos durante todo o período da greve. Além destes serviços mínimos, ficou ainda decidido, como é habitual, que terão de ser assegurados todos os voos que regressem de aeroportos internacionais, bem como de todas as ligações impostas por situações críticas em que esteja em causa a segurança de pessoas e bens. Também todos os voos militares e de Estado são obrigatórios. A partir do momento em que é conhecida a decisão do tribunal arbitral, cabe à TAP redifinir a operação para os dias da greve, que está convocada para o período entre 1 e 10 de Maio. Ou seja, a companhia terá de clarificar agora que voos específicos irá realizar. A transportadora aérea estimava transportar cerca de 350 mil passageiros nestes dias, mas muitos já têm vindo a transferir as viagens para datas alternativas ou a cancelar os voos, em troca de um voucher. Quando reprogramar a operação, e tendo em conta que tal obrigará ao cancelamento de frequências, é provável que abra a possibilidade de reembolsar os clientes. A decisão do CES foi muito rápida, já que a primeira reunião para definir serviços mínimos ocorreu ainda na manhã desta segunda-feira. No acórdão, o tribunal arbitral justifica os serviços mínimos decretados com a "duração muito prolongada da greve" e o facto de "a partir de Maio se verificar crescimento da procura do transporte aéreo". Além disso, o acórdão fundamenta a decisão na "aglomeração de candidatos a passageiros" nos aeroportos, entendendo que tal poderia "implicar com questões de segurança". Quanto aos Açores e à Madeira, pesou o facto de "o transporte aéreo ser a única forma de [os residentes] quebrarem o isolamento em que são forçados a viver". Mas o caso açoriano foi analisado com particular preocupação, visto que "decorrem durante o período de greve as Festas do Senhor Santo Cristo". Daí que tenham ficado assegurados todos os voos para a região. Já sobre Angola e Moçambique, o tribunal arbitral considerou que "a diminuição de possibilidades de viajar para Portugal pode implicar problemas consideráveis, nos domínios da saúde e da segurança, aos portugueses que se encontram a trabalhar nestes dois países. Para os restantes destinos, a decisão foi baseada no facto de terem "enormes comunidades de emigrantes e cidadãos portugueses deslocados, em relação aos quais é necessário assegurar um serviço mínimo de ligação a Portugal". Notícia corrigida ás 15h40: Ao contrário do que se referia, estão apenas assegurados três voos de e para Moçambique ao longo da greve e não em cada um dos dias da paralisação.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave tribunal comunidade social
"Lamento, mas eu não sou Charlie", declara Jean-Marie Le Pen
Le Pen diz que se recusa a defender "o espírito do Charlie", que descreve como "um espírito anarco-trotskista completamente contrário à moral política". (...)

"Lamento, mas eu não sou Charlie", declara Jean-Marie Le Pen
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento -0.5
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150501223750/http://www.publico.pt/1681784
SUMÁRIO: Le Pen diz que se recusa a defender "o espírito do Charlie", que descreve como "um espírito anarco-trotskista completamente contrário à moral política".
TEXTO: O fundador da Frente Nacional francesa, Jean-Marie Le Pen, demarcou-se da frase que se espalhou por todo o mundo depois do massacre na redacção do jornal satírico Charlie Hebdo, na passada quarta-feira. "Hoje só se ouve dizer: 'somos todos Charlie, eu sou Charlie'. Quanto a mim, lamento, mas eu não sou Charlie", afirmou Le Pen, num vídeo partilhado no seu site. "Sinto-me tocado pela morte de 12 compatriotas franceses, mas não me vou bater pela defesa do espírito do Charlie, que é um espírito anarco-trotskista completamente contrário à moral política", disse ainda o fundador da Frente Nacional, o partido de extrema-direita liderado pela sua filha, Marine Le Pen. Na mesma mensagem, disse que o Charlie Hebdo é "inimigo da Frente Nacional", lembrando que o jornal "pediu a dissolução do partido através de uma petição há não muito tempo". O fundador da Frente Nacional disse ainda que a manifestação de homenagem às vítimas, marcada para domingo, em Paris, foi "orquestrada pelos media". "A forma como foi orquestrada faz-me lembrar outras manifestações do mesmo género organizadas com a cumplicidade dos media, incluindo os media da direita", disse o fundador da Frente Nacional. Jean-Marie Le Pen disse também que "este fenómeno do terrorismo tem origem na imigração em massa". Em 1990, foi realizada uma grande manifestação que contou com a presença do actual Presidente francês, François Hollande, e que contestou a profanação de cemitérios judaicos. Os seus responsáveis, identificados seis anos mais tarde, eram membros de um grupo neonazi sem ligações à Frente Nacional. Uma outra grande manifestação ocorreu em 2002, depois de Jean-Marie Le Pen ter terminado à frente do candidato da esquerda na primeira volta das eleições presidenciais, passando à segunda volta para defrontar Jacques Chirac. A Frente Nacional não foi convidada a participar na "marcha republicana" marcada para domingo, em Paris, que irá contar com a participação da quase totalidade de partidos políticos, sindicatos e associações do país, com vários líderes internacionais, entre eles o primeiro-ministro português, Passos Coelho, e a Presidente do Parlamento, Assunção Esteves. "Encontraremos outras formas de comunicar com os franceses", disse a actual líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, que condenou "o atentado terrorista cometido por fundamentalistas islâmicos".
REFERÊNCIAS:
Direita de Nicolas Sarkozy vence eleições departamentais, PS castigado
Frente Nacional fica em segundo lugar, com um resultado abaixo das previsões das sondagens, mas Marine Le Pen sublinha que o resultado foi, ainda assim, mais alto que o das eleições europeias. (...)

Direita de Nicolas Sarkozy vence eleições departamentais, PS castigado
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.292
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Frente Nacional fica em segundo lugar, com um resultado abaixo das previsões das sondagens, mas Marine Le Pen sublinha que o resultado foi, ainda assim, mais alto que o das eleições europeias.
TEXTO: Foi a UMP de Nicolas Sarkozy, a direita tradicional, que ganhou a primeira volta das eleições departamentais em França, com cerca de 30%. A Frente Nacional (FN), ficou-se pelos 26%, em vez dos 30% que as sondagens lhe davam. Mas se não se confirma que a FN é “o primeiro partido de França”, como diziam os cartazes da campanha, Marine Le Pen não deixou de fazer um discurso de vitória: “Conseguimos fazer melhor do que nas eleições europeias”, afirmou. Sorriso rasgado durante todo o tempo que falou, Marine Le Pen fez uma análise dos resultados completamente pela positiva. “Sem implantação local prévia, a FN conseguiu ultrapassar numa eleição local o resultado das europeias”, com 26%. Estará presente em perto de metade dos departamentos na segunda volta destas eleições, no próximo domingo, e quando estavam contados 1525 dos 2054 cantões, era já certo que estaria presente em 230 triangulares. Em alguns departamentos, como Gard, o Var e o Nord, obteve muito mais de 30% dos votos. Só a “falta de notoriedade dos candidatos” da FN, muitos deles estreantes na política, travaram o sucesso total da FN disse ao Le Monde. “A maior parte dos nossos candidatos é desconhecida. Mas não tenho nenhum motivo para estar desapontada esta noite”, continuou Le Pen. Mas estas eleições departamentais foram antes de mais sinal de um forte castigo para os socialistas no Governo, cuja votação rondou os 20%. O primeiro-ministro Manuel Valls, que se assumiu como o líder da campanha do Partido Socialista, tentando com palavras fortes e de grande dramatismo acordar os espíritos do “torpor” em que se deixaram cair, foi o primeiro líder a falar após o fecho das urnas. Defendeu o resultado socialista como “honrado”, e apelou à “frente republicana” contra a Frente Nacional, ou seja, ao voto na UMP na segunda volta, se o candidato da esquerda não for apurado, e a disputa for entre o partido de Sarkozy e a FN: “Apelo a todos os republicanos para que façam barreira contra a extrema-direita na segunda-volta”. Com uma mal disfarçada gargalhada na voz, Marine Le Pen desprezou este apelo de Valls, “que mal foram conhecidas as primeiras projecções, apelou a votar na UMP. ” A frente republicana é uma tradição da esquerda, que ganhou enorme protagonismo depois de o ex-primeiro-ministro socialista Lionel Jospin ter sido eliminado na primeira-volta das presidenciais de 2002 por Jean-Marie Le Pen, o pai de Marine Le Pen. A FN não pode beneficiar deste tipo de apoios na segunda volta – raramente algum dos vários pequenos partidos soberanistas e mesmo de extrema-direita franceses darão indicações de voto viáveis para votar na FN. Gerir o "ni-ni"Com cerca de 30%, a UMP de Nicolas Sarkozy, o centro-direita tradicional, que era dado como o vencedor à segunda volta, conseguiu a vitória já na primeira. Isto terá permitido ao ex-Presidente respirar fundo, que enfrenta a tarefa de reconstruir um partido falido e profundamente dividido – entre os que defendem uma estratégia de posicionamento ao centro e os que, como Sarkozy, pretendem colocar-se mais à direita. O objectivo de Sarkozy é captar um eleitorado que perfilha cada vez mais as ideias anti-imigração e pró-autoridade da FN, embora rejeite o programa económico de Le Pen (que preconiza a saída do euro e da União Europeia, algo que só uma minoria dos franceses aceita). Em lugar das ideias económicas irrealistas da FN, Sarkozy, cujo objectivo é voltar a ser Presidente da República nas eleições de 2017, espera que os eleitores vejam de novo nele uma mensagem de futuro, como quando em 2007 o elegeram para o Eliseu, quando se apresentou como “candidato do poder de compra”. A UMP não fará frente republicana como a esquerda, votando nos candidatos da esquerda, se estes estiverem melhor. Sarkozy confirmou este “ni-ni” (nem direita nem esquerda), e fez um apelo aos eleitores da FN: “Entendo a vossa exasperação. Mas esse partido, que tem o mesmo programa que extrema-esquerda, que festejou a chegada da extrema-esquerda ao poder na Grécia, não trará nenhuma solução aos franceses”, declarou. Sarkozy tem de gerir um equilíbrio difícil: não perder eleitores mais à direita, nem os que estão mais centro, e que prefeririam vê-lo dar uma indicação de voto nos candidatos de esquerda em perigo por causa da FN. Sinal de que é difícil andar nessa corda-bomba: o pequeno partido do centro União de Democratas e Independentes, que concorreu aliado à UMP na primeira volta, anunciou que não fará “ni-ni” na segunda. Estará com a frente republicana da esquerda contra os candidatos da FN. A incógnita, agora, é como é que o partido de Marine Le Pen conseguirá sobreviver à segunda volta – até agora, estas não têm sido favoráveis à FN. Ela quer ganhar visibilidade, e aumentar a sua implantação no terreno, no poder local, porque também tem o Eliseu como alvo, e já em 2017.
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Palavras-chave imigração minoria
Ananás na pizza? A polémica que obrigou o Presidente da Islândia a dar explicações
Guoni Th. Jóhannesson disse a alunos que se pudesse bania o ananás das pizzas. A polémica foi tal que se viu obrigado a fazer um comunicado sobre o tema. (...)

Ananás na pizza? A polémica que obrigou o Presidente da Islândia a dar explicações
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento -0.30
DATA: 2017-02-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Guoni Th. Jóhannesson disse a alunos que se pudesse bania o ananás das pizzas. A polémica foi tal que se viu obrigado a fazer um comunicado sobre o tema.
TEXTO: Numa altura em que o mundo centra as suas atenções para as propostas e medidas anti-imigração na Europa e nos EUA, com as fronteiras a serem fechadas e os imigrantes a deixarem de ser bem-vindos, o Presidente islandês também quis entrar na onda da abolição. Respondendo a perguntas de alunos de um liceu islandês, na semana passada, Guoni Th. Jóhannesson revelou, primeiro, que a sua equipa de futebol preferida é o Manchester United de José Mourinho e, depois, fez a declaração polémica: opondo-se ao ananás nas pizzas, o Presidente disse que, se pudesse, bania as frutas tropicais das pizzas, relata o Guardian. Quase de imediato as redes sociais pegaram nas declarações e os comentários foram-se multiplicando. Foi até criada no Twitter a hastag #pineappleonpizza (ananás na pizza). Com o alastrar da discussão, Jóhannesson viu-se obrigado a publicar um comunicado no Facebook sobre “a controvérsia da pizza”, esclarecendo que até gosta de ananás, mas não nas pizzas. Apesar da opinião que possa ter, o Presidente diz que não tem poderes para impedir as pessoas de colocarem este ingrediente nas pizzas: “Eu não tenho poder para fazer leis que proíbam as pessoas de colocar ananás nas suas pizzas”, escreveu o Presidente islandês. “Estou feliz por não ter tal poder. Os Presidentes não devem ter poder ilimitado. Eu não gostaria de manter esta posição se pudesse aprovar leis a proibir o que não gosto. Não quereria viver nesse país. Para pizzas, recomendo marisco”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Mas este comunicado, que foi partilhado em islandês e em inglês, promete abrir uma nova polémica. Isto porque uma revista da Islândia critica o Presidente não querer proibir o ananás mas por encorajar as pessoas a colocarem peixe nas pizzas. Guoni Th. Jóhannesson caracteriza-se pelo sua abordagem informal, tomando medidas que lhe permitiram conquistar os actuais 97% de popularidade na Islândia. Entre as decisões mais populares, está o facto de ter rejeitado um aumento salarial de 20% e de ter doado 10% do seu salário antes de impostos para a caridade.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Comissão coloca Portugal entre os países com desequilíbrios económicos excessivos
Seis países recebem a nota mais negativa na análise de Bruxelas à situação económica dos países da União Europeia. Portugal, tal como em anos anteriores, volta a ser um deles. (...)

Comissão coloca Portugal entre os países com desequilíbrios económicos excessivos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento -0.02
DATA: 2017-02-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Seis países recebem a nota mais negativa na análise de Bruxelas à situação económica dos países da União Europeia. Portugal, tal como em anos anteriores, volta a ser um deles.
TEXTO: Portugal voltou, tal como aconteceu em anos anteriores, a ser colocado pela Comissão no grupo dos países da União Europeia que enfrentam “desequilíbrios económicos excessivos”. Dentro deste patamar ficaram mais cinco países além de Portugal: França, Itália, Bulgária, Croácia e Chipre. A classificação de “desequilíbrios económicos excessivos” é a mais negativa que é atribuída nesta fase e significa que entre Abril e Maio, as autoridades europeias irão avaliar a estratégia definida pelos governos destes países (nomeadamente o Programa de Estabilidade e Crescimento e o Programa Nacional de Reformas) e decidir se iniciam ou não um Procedimento por Desequilíbrio Excessivo. Este procedimento é semelhante ao Procedimento por Défice Excessivo, mas focado na situação global da economia e não apenas nas Finanças Públicas, e, segundo as regras europeias, pode resultar, no caso de não tomada sucessiva das medidas recomendadas, à aplicação de multas financeiras ao país. Até agora, nunca esse passo foi dado pela Comissão em relação a qualquer país. A Comissão revelou ainda que, depois de avaliar a evolução de uma série de indicadores económicos em todos os países da UE, efectuou uma análise aprofundada a 13 países que geraram mais preocupações. Para além dos seis onde que foram encontrados “desequilíbrios económicos excessivos”, houve seis países a quem foi dada a classificação (também negativa mas de uma forma menos grave) de “desequilíbrios económicos”. Entre estes está a Alemanha, onde se detecta a persistência de um excedente externo demasiado elevado, que tem efeitos prejudiciais para o total da economia europeia. Os outros cinco países colocados neste nível são a Espanha, Irlanda, Holanda, Eslovénia e Suécia. Nos casos destes países, não existe a possibilidade de abertura de um Procedimento por Desequilíbrio Excessivo. A Finlândia também foi alvo de uma análise aprofundada, mas acabou por se considerar que não existem neste momento desequilíbrios económicos. Na conferência de imprensa que se seguiu ao anúncio destes resultados, o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis explicou a decisão de incluir Portugal no grupo de países com “desequilíbrios económicos excessivos” com o facto de o país apresentar diversas “fragilidades estruturais” na sua economia. Em particular, destacou o baixo nível de produtividade, o endividamento elevado tanto do sector público como do sector privado e a manutenção de uma taxa de desemprego alta. O problema do crédito mal parado também foi citado como um dos principais problemas que afectam a capacidade do país para crescer. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Dombrovskis deixou ainda claro que “Portugal fez um progresso limitado no cumprimento das recomendações” que lhe foram feitas em exercícios anteriores e disse esperar “a apresentação de um programa ambicioso de reformas”. O comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, também presente na conferência de imprensa, interveio para acrescentar, em relação a Portugal, alguns pontos positivos de análise, elogiando “os dados económicos encorajantes” dos últimos trimestres e “os resultados obtidos no défice”. Em reacção a esta análise de Bruxelas, o Ministério das Finanças emitiu um comunicado em que salienta precisamente as melhorias conseguidas por Portugal durante o último ano. "O relatório da Comissão vem confirmar a validade do esforço do PNR: a monitorização das recomendações específicas apresentadas em maio de 2016 apresenta progressos em todos os indicadores", afirma o gabinete liderado por Mário Centeno. As Finanças destacam ainda o efeito que os anos anteriores tiveram para a análise, dizendo que "o relatório elogia o comportamento do mercado de trabalho, mas salienta o impacto negativo da emigração entre 2011 e 2014, com realce para o facto da emigração jovem ser responsável por 40% das saídas, com principal preponderância de jovens qualificados".
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Wilders abre campanha prometendo acabar com a "escumalha marroquina" na Holanda
O candidato do Partido da Liberdade (anti-UE e antimuçulmano, extrema-direita) promete "devolver a Holanda aos holandeses". (...)

Wilders abre campanha prometendo acabar com a "escumalha marroquina" na Holanda
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento -0.04
DATA: 2017-02-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: O candidato do Partido da Liberdade (anti-UE e antimuçulmano, extrema-direita) promete "devolver a Holanda aos holandeses".
TEXTO: Geert Wilders lançou este sábado a sua campanha eleitoral prometendo acabar com a “escumalha marroquina” que, disse, torna perigosas as ruas. Incitou os holandeses a “recuperarem” o controlo do país – e para que isso aconteça têm que votar no seu Partido da Liberdade (extrema-direita, anti-União Europeia e antimuçulmano). Wilders abriu a campanha para as eleições legislativas de 15 de Março em Spijkenisse, uma zona de forte implantação do Partido da Liberdade, que é etnicamente muito diversa e forma a cintura industrial que rodeia o porto de Roterdão. “Há muita escumalha marroquina na Holanda e isso faz com que as ruas não sejam seguras”, disse aos apoiantes e aos jornalistas que o seguiram num passeio em que se fez rodear de fortes medidas de segurança. “Se quiserem recuperar o controlo do país, devolver a Holanda aos holandeses, então têm de votar num partido. ”O líder da extrema-direita holandesa vive em local não revelado desde 2004, quando um holandês de ascendência marroquina assassinou o realizador Theo van Gogh, que realizou um polémico filme sobre o islão (Submissão) e defendera a guionista (e activista holandesa de ascendência somali) Ayann Hirsi que, num artigo de jornal, ligava o profeta Maomé à pedofilia por ter tido uma mulher de nove anos. Wilders diz que também é um dos alvos dos radicais islâmicos (em 2002, tinha sido assassinado o então líder da extrema-direita holandesa, Pim Fortuyn; o assassino, um holandês, disse pretender acabar com o discurso de diabolização dos muçulmanos). Dos cerca de 16 milhões de habitantes da Holanda, 900 mil são muçulmanos e um terço destes são originários de Marrocos (muitos de terceira geração). Um estudo publicado pelo Ministério dos Assuntos Sociais na terça-feira revela que mais de 40% dos turcos e marroquinos na Holanda não sentem que pertencem ao país ou que são bem aceites. Wilders espera que um surto de populismo e de sentimento antimuçulmano o catapulte para o poder. Uma das suas promessas de campanha é a proibição da imigração muçulmana, o encerramento de todas as mesquitas que existem na Holanda e a saída da União Europeia. Porém, para os apoiantes que o esperavam em Spijkenisse, as políticas sociais são o ponto mais importante da campanha. “Para mim, o mais importante é a idade da reforma voltar para os 65 anos”, disse Wil Fens, de 59, que trabalha no porto. Algumas pessoas manifestaram-se contra Wilders — tinham cartazes chamando-lhe extremista. Wilders disse que os eleitores iriam desafiar a “elite” e pô-lo no poder, o que, por sua vez, iria impulsionar a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, e o partido Alternativa para a Alemanha — nestes países realizam-se eleições este ano, presidenciais em França, legislativas na Alemanha. O Partido da Liberdade de Geert Wilders está na frente das sondagens com 17% das intenções de voto. Mas logo a seguir surgem os liberais do actual primeiro-ministro, Mark Rutte, que tem vindo a adensar a retórica anti-imigração na tentativa de chegar a Wilders ou de conseguir ultrapassá-lo. Mesmo que vença, Wilders terá muita dificuldade em chegar ao governo — os maiores partidos já delinearam uma coligação por considerarem as políticas de Wilders ofensivas e inconstitucionais. Mas a paisagem política holandesa é muito fragmentada e será preciso uma coligação de quatro ou mais partidos para formar governo. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público.
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Palavras-chave imigração mulher estudo
A revolução Trump
A situação internacional agravou-se. O Irão, a Coreia, a Rússia estão a testar o novo Presidente. (...)

A revolução Trump
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-02-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: A situação internacional agravou-se. O Irão, a Coreia, a Rússia estão a testar o novo Presidente.
TEXTO: A minha geração teve a sorte de assistir a duas revoluções decisivas para a história de Portugal e do mundo: o 25 de Abril e a queda do Muro de Berlim. Temo que a minha geração vá ter o azar de assistir a outra revolução, igualmente importante (embora ainda não se possa dizer que seja decisiva) para a história do mundo: Trump. Perante o quotidiano dessa revolução, estamos a assistir a dias que são semelhantes ao vaivém dos soldados e marinheiros entre a frente da guerra e o Smolny, ou ao momento em que mais um bocado do muro era derrubado por multidões com garrafas de champanhe. Usei desde o início a palavra "revolução" para designar a eleição de Trump, quando esta designação fazia franzir muitos sobrolhos, e vejo agora, sem prazer nenhum por ter “acertado”, o muito conservador Economist ter uma capa com Trump de cocktail Molotov na mão e um título “um insurgente na Casa Branca”. Convém mais uma vez prevenir que a palavra “revolução”, que choca muitos ser usada para falar de Trump, descreve momentos em que alguma coisa cria um ponto sem retorno na história, quando nada continua nem pode continuar como dantes, em que há uma aceleração do devir histórico percebida subjectivamente e com efeitos reais no mundo. Classificar alguma coisa de “revolução” é independente da valoração que damos aos seus intervenientes ou ao sentido em que as coisas mudam. Também haver ou não uma “revolução” não significa que, ao modelo da revolução bolchevique, ela tenha de ser violenta, como a queda do Muro o demonstra, mas o potencial de violência está sempre presente. A profunda e radical divisão que atravessa os americanos, com campos muito extremados, permite prever que é só uma questão de tempo até que se multipliquem actos de violência, como aqueles que marcaram a campanha de Trump, com o próprio a incitar à violência física dos seus apoiantes. Todo o discurso de Trump assenta numa grande agressividade, e isso polariza a favor e contra. Para se perceber como é que não há saída que não seja tumultuária desta situação, pense-se um pouco em dois cenários absurdos: um é como esperam ingenuamente muito democratas nos EUA que Trump seja afastado do cargo por um processo de impeachment; outra é que Trump sobreviva os anos da sua presidência e perca as próximas eleições. Não adianta sequer estar a escrever artigos escolhendo uma hipótese sobre a outra, visto que ambas são cenários de saída muito improvável sem um rastro de conflito. Trump é apoiado por maiorias no Senado e no Congresso e tem o apoio de pelo menos metade dos americanos; logo, um processo de impeachment só pode ser possível pela divisão dos republicanos e será sempre visto pelos seus apoiantes como uma conspiração política contra o “seu” Presidente. E Trump fará tudo o que for preciso, declarações incendiárias, comícios (vai iniciar este fim-de-semana um ciclo de comícios como se estivesse em campanha eleitoral), manifestações, apelos à rebelião. You bet! Nixon saiu, porque estava na situação insustentável de ter permitido uma operação ilegal contra os seus opositores, mas não se vangloriou dela em comícios, e Clinton viu-se em dificuldades por uma aventura sexual, mas também não aparecia num filme a gabar-se de “grab them by the pussy”. Com Trump podem ter a certeza que irá gabar-se de tudo o que faz e, se não o fizer, podem ter a certeza que tudo será muito mais “negro” do que o Watergate. Trump está convencido da sua impunidade, para fazer e dizer o que quiser, e esse sentimento, que tem sido verdade até agora, é muito perigoso. À data em que escrevo, os últimos tweets de Trump mostram o alcance da mudança pretendida. Qualquer comparação com Reagan ou Thatcher é completamente enganadora, porque, mais uma vez o repito, Trump não é um político conservador. Num deles, Trump refere o “sucesso” da sua última conferência de imprensa, um amontoado sem nexo de queixas, insultos e ameaças e elogia Rush Limbaugh, um popular autor de um programa de rádio, ultraconservador e atrabiliário. E acrescenta: “Fake media not happy!” Este é o mundo de Trump, irrascível e agressivo, mas também programático, como revela o segundo tweet em que anuncia que irá visitar a fábrica da Boeing na Carolina do Sul, em que recentemente os trabalhadores recusaram a sindicalização, sob enorme pressão patronal. Por último, anuncia uma espécie de “conversas em família”, sem contraditório. Os efeitos internos da revolução Trump estão em pleno desenvolvimento, e é inimaginável vários anos disto – a relação esquisita, para não usar outro termo, com a Rússia de Putin; o contínuo discurso de mentiras, o ataque à liberdade de expressão dos jornalistas, impedidos de fazerem perguntas se são da “fake news”, em favor de uns obscuros media conservadores e religiosos, o ataque ao sistema judicial, as ameaças contínuas ao México e aos emigrantes ilegais, as políticas contra os pobres, a tese de que há um “deep state” escondido pelos democratas dentro do Estado que abre caminho à ameaça de saneamentos em série, a escolha de um governo de gente muito incompetente, reaccionária, mais do que conservadora, e com teses bizarras sobre tudo, do ambiente à ciência, da educação à guerra. Se os riscos internos são enormes, os externos são muito piores. Trump não quer saber de política externa para nada, a não ser para projectar no resto do mundo as causas do declínio da América. A sua ignorância fá-lo fazer afirmações que mudam políticas solidamente estabelecidas, como a de “uma só China” ou de dois Estados na Palestina e em Israel. Até pode voltar atrás e desdizer-se, porque aqui ele verdadeiramente não se interessa, mas vai deixando um rastro de estragos para outros apanharem. Antes de Trump é obvio que o mundo era um sítio perigoso, como, aliás, é sempre. Mas depois de Trump, sem nenhuma razão que não seja a sua própria acção, numa altura em que não havia um crescendo de conflitos internacionais, a situação internacional agravou-se consideravelmente. O Irão, a Coreia, a Rússia estão a testar o novo Presidente, cuja actuação caótica (é mais exacto descrevê-la como caótica do que como imprevisível, porque isso dá um bom nome à imprevisibilidade) lhes dá novas oportunidades – e ele responderá levando para a arena internacional a sua política de gabarolice e ameaça, com riscos enormes. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Estamos a falar do Presidente dos EUA, o homem mais poderoso do mundo. Basta isto para percebermos o que está em jogo. Nota: Já o disse e repito, pouco me interessa a política portuguesa face ao que está a acontecer nos EUA, mas a questão Centeno-Domingues-Marcelo é muito significativa do “estado” da pol��tica portuguesa, já não de agora, mas de há muito tempo. Centeno quis esconder a verdade – que tinha negociado com Domingues a possibilidade de o isentar e à sua equipa do controlo do Tribunal Constitucional – e fê-lo com declarações rebuscadas e contraditórias, penosas de se ouvirem. Ocultar a verdade no meu vocabulário é mentir. Infelizmente esta é uma prática que historicamente na vida política portuguesa é comum e não costuma ter consequências. É esta “história” que faz com que a agressiva oposição do PSD e do CDS não parta de uma posição de qualquer autoridade, mas do mero taticismo político. Não só governantes dos dois partidos mentiram, aliás, em matérias muito mais graves do que a de Centeno, como a maioria absoluta que tinham lhes deu um estatuto de impunidade que agora lhes choca em Centeno. Mas, talvez o mais significativo, é percebermos como a sucessão de episódios de Centeno-Domingues se enrodilham numa corda cheia de nós com a contínua logomaquia do Presidente Marcelo. Talvez agora se comece a perceber como é negativo o constante comentário presidencial a tudo o que se passa à sua volta: é que, quando as coisas dão para o torto, ele fica lá amarrado com as suas sucessivas declarações quotidianas, que acompanham de perto a cobertura mediática e por isso ficam sujeitas às voltas e reviravoltas que estes “casos” dão. E, ao ficar apanhado num “caso” e ter de afirmar, contra-afirmar, rectificar, com o seu natural e muito forte desejo de “não se sair mal”, acaba por duplicar o carácter errático do fluxo comunicacional. Como Marcelo fala demais, fala demais na espuma quotidiana, fala demais porque se pronuncia sobre assuntos que não são da sua competência, banaliza a sua voz e desloca-a do sítio onde deve ser ouvida.
REFERÊNCIAS:
Partidos PSD
A Casa Branca em agitação permanente
No combate a um presidente empenhado em dividir a nação, restam duas alternativas. (...)

A Casa Branca em agitação permanente
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-02-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: No combate a um presidente empenhado em dividir a nação, restam duas alternativas.
TEXTO: Agastado com a realidade, Donald Trump regressou aos tempos de campanha eleitoral. É o seu meio natural, onde recorda as alegrias da vitória e esquece as várias humilhações que já viveu neste mês de mandato. Será um traço recorrente. O populista Trump vai tentar manter um laço directo com o povo, desvalorizando as outras instituições que são o garante do equilíbrio de poderes nos Estados Unidos. Para o conseguir vai apostar no desgaste e no confronto permanente, enfatizando o que separa e divide as duas Américas. É um registo que facilmente será seguido pela oposição, até porque é fácil. Mas é o caminho errado. Jorge Almeida Fernandes resume muito bem o problema hoje aqui nas páginas do PÚBLICO: “Se a oposição a Trump manifestar desprezo pelo seu eleitorado, é o Presidente quem marca pontos. ”Os fãs vão permanecer incondicionais, tal como os que o receberam num aeroporto na Florida — e o Presidente vai continuar a dar-lhes motivos para acreditarem na figura polarizadora que “faz o que promete”, mesmo que o resultado final seja o oposto. O comício de sábado à noite foi, aliás, sintomático: o ataque à imprensa e à Justiça e as mentiras repetidas sobre crimes cometidos por imigrantes são exemplos de quem precisa constantemente de inventar inimigos para recriar uma realidade paralela que distraia da dura realidade. Mas o Presidente americano não o poderá fazer este jogo a nível global — por mais que odeie a globalização e as suas consequências, Trump tem de lidar com elas. Tem de viver num mundo em que as interdependências acontecem efectivamente, em que milhões de americanos estão expatriados, em que as decisões económicas e financeiras estão deslocalizadas e em que é preciso negociar com parceiros poderosos. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. No combate a um presidente empenhado em dividir a nação, restam duas alternativas. A primeira é esperar por um levantamento popular que apoie todos os candidatos que se opõem a Trump, levando a que as eleições de 2018 sejam um plebiscito presidencial — e uma forma de o atacar depois de contados os votos. A outra alternativa, que depende desta, será esperar que os republicanos vejam Trump como uma ameaça à sua própria sobrevivência — quer a imediata nas urnas, quer a de longo prazo, considerando a saúde da nação. Mas é melhor que os Estados Unidos — e o resto do mundo — se preparem para um longo período de agitação nervosa. dqandrade@publico. pt
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ataque
Trump explica ataque terrorista inventado: “Vi na Fox News”
O Presidente norte-americano diz que a sua referência à situação na Suécia, no seu discurso deste sábado, referia-se a uma reportagem transmitida na Fox News. (...)

Trump explica ataque terrorista inventado: “Vi na Fox News”
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-02-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Presidente norte-americano diz que a sua referência à situação na Suécia, no seu discurso deste sábado, referia-se a uma reportagem transmitida na Fox News.
TEXTO: O Presidente dos EUA, Donald Trump, explicou a sua referência a um alegado ataque terrorista na Suécia – que nunca existiu – com uma reportagem transmitida pela Fox News. A referência foi feita num comício pelo Presidente, na Flórida, quando argumentava a favor do controlo de fronteiras mais musculado. “As minhas declarações sobre o que se está a passar na Suécia referem-se a uma reportagem que passou na Fox News sobre imigrantes na Suécia”, referiu Trump este domingo, numa publicação no Twitter. Na sequência da alusão ao falso ataque terrorista, o ex-primeiro ministro sueco, Carl Bildt, questionou o que teria o Presidente norte-americano “andado a fumar”. A conta oficial da Suécia no Twitter publicou prontamente um esclarecimento. “Não, não aconteceu nada na Suécia. Não houve ataques terroristas. Nada”, afirmou Emma, a curadora da contaNo sábado à noite, Trump tinha-se referido a um ataque terrorista na Suécia que nunca existiu para justificar o reforço das medidas anti-imigração. A reportagem em questão terá sido transmitida no programa de Tucker Carlson, na Fox News, abordando questões sobre imigração e os níveis de criminalidade na Suécia. My statement as to what's happening in Sweden was in reference to a story that was broadcast on @FoxNews concerning immigrants & Sweden. Perante uma plateia de cerca de 9000 pessoas na Flórida, o Presidente dos EUA voltou a criticar os “media desonestos”, que “têm a sua própria agenda” e inventam notícias para condicionarem a maneira como os norte-americanos percepcionam a realidade. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. No mesmo discurso, contudo, Trump "inventou" o suposto ataque terrorista na Suécia. “Vejam o que está a acontecer na Alemanha, vejam o que aconteceu ontem à noite na Suécia”, disse o Presidente norte-americano. “A Suécia. Quem é que havia de acreditar numa coisa desta? A Suécia”, insistiu o líder norte-americano. “Eles [os suecos] receberam imensa gente e estão a ter problemas como nunca julgaram vir a ser possível”, afirmou Trump, prosseguindo com referências a cidades europeias onde se verificaram ataques terroristas: “Vejam o que aconteceu em Bruxelas e o que está a acontecer em todo o mundo (. . . ) olhem para Nice, olhem para Paris”.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA