Marco Rubio formaliza entrada na corrida presidencial americana
“Chegou o tempo de a nossa geração liderar", disse o senador da Florida. Foi o terceiro republicano a anunciar intenção de concorrer à Casa Branca. (...)

Marco Rubio formaliza entrada na corrida presidencial americana
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150501043338/http://www.publico.pt/1692312
SUMÁRIO: “Chegou o tempo de a nossa geração liderar", disse o senador da Florida. Foi o terceiro republicano a anunciar intenção de concorrer à Casa Branca.
TEXTO: O republicano Marco Rubio anunciou, como previsto, a sua entrada na corrida à eleição para a Casa Branca, apresentando-se como o líder de uma nova geração de políticos e a melhor alternativa à democrata Hillary Clinton. “Chegou o tempo de a nossa geração liderar o caminho para um novo século americano”, disse o senador de origem cubana, ao formalizar a sua candidatura, na segunda-feira à noite, na Torre da Liberdade de Miami, por onde nos anos 1960 passaram milhares de exilados cubanos. “Temos a oportunidade de escrever o maior capítulo da extraordinária história da América. Não o podemos fazer voltando a líderes e ideias do passado”, disse Rubio, aclamado por apoiantes aos gritos de “Marco, Marco”. O candidato à nomeação pelo Partido Republicano, demarcou-se de Clinton, que se referiu como uma “líder de ontem”, que quer “voltar ao ontem”. Mas as suas palavras foram também uma forma de se distanciar face a uma provável candidatura de Jeb Bush, antigo governador da Florida, filho e irmão de antigos presidentes, de quem tem tido grande proximidade. Filho de imigrantes cubanos, opositor do levantamento do embargo norte-amerciano a Cuba, Marco Rubio, 43 anos, foi o terceiro republicano a anunciar a entrada na corrida eleitoral, depois dos também senadores Ted Cruz, do Texas, e Rand Paul, do Kentucky.
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Palavras-chave filho
Jornal de Ílhavo está a ser salvo com quadros e música
Artistas plásticos vão doar obras para um leilão que quer evitar que mais um título regional desapareça. Os músicos também já deram o seu contributo. (...)

Jornal de Ílhavo está a ser salvo com quadros e música
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Artistas plásticos vão doar obras para um leilão que quer evitar que mais um título regional desapareça. Os músicos também já deram o seu contributo.
TEXTO: Já não é novidade para ninguém que a imprensa regional está em crise e que, nos últimos anos, não têm sido poucos os títulos de jornais locais a desaparecer, em definitivo, das bancas. O porte pago sofreu um corte considerável, as receitas publicitárias diminuíram drasticamente e, para muitos, não resta outra alternativa que não seja escrever o editorial da despedida e fechar a porta. Até há pouco tempo era esta a ameaça que pairava em torno do título O Ilhavense, fundado em 1921, mas a sociedade civil uniu-se para dar um novo fôlego ao único jornal informativo do concelho de Ílhavo. Uma das preciosas ajudas veio do outro lado do Atlântico, através da comunidade de emigrantes radicados em New Bedford (nos Estados Unidos da América), mas, em Ílhavo, também estão a ser organizadas iniciativas para salvar o jornal. Vários artistas plásticos estão já a preparar obras de arte para virem a ser leiloadas - num acto público que deverá ocorrer no próximo mês de Junho –, com vista a angariar receitas para o periódico. A ideia partiu de um conhecido marchand de arte da região de Aveiro, José Sacramento. Sendo natural e residente em Ílhavo, ficou sensível à possibilidade de ver o jornal da sua terra fechar. “O director desabafou comigo e eu garanti-lhe que ia ajudar o jornal a chegar, pelo menos, até aos 100 anos”, relatou José Sacramento ao PÚBLICO. Dada a experiência que já tinha na organização de outros leilões de arte solidários, e através dos quais ajudou a formar cerca de cinco dezenas de jovens (ver caixa), José Sacramento arregaçou as mangas e decidiu começar a valer-se dos seus contactos na área das artes plásticas. “Escrevi a vários pintores e escultores meus conhecidos e há já respostas positivas, promessas, que começam a chegar”, relatou o marchand. A lista de obras a leiloar ainda não está completa, mas a esta altura está já mais do que confirmada a doação de uma peça ou tela por parte de cada um dos alunos da Academia de Belas Artes de Ílhavo – um atelier que se dedica ao ensino de artes plásticas. “Mas tenho a certeza que também vamos ter obras de artistas que não são daqui, alguns até reconhecidos a nível nacional e internacional. Está a gerar-se uma onda de solidariedade extraordinária”, garantiu José Sacramento. Colocar as contas em diaQuem agradece esta e outras ajudas que têm chegado é o director do jornal de Ílhavo, Torrão Sacramento – apesar de ter o mesmo sobrenome do galerista, não são familiares -, que diz começar, agora, a respirar de alívio e a pensar em mais uns anos de edições regulares do seu periódico. “Numa festa promovida pela Associação Humanitária Os Amigos de Ílhavo, em New Bedford, foram já angariados 5. 000 dólares”, destacou Torrão Sacramento, sem deixar de evidenciar também que, com o apoio de vários músicos e artistas ilhavenses, foi, recentemente, promovido um sarau musical no Centro Cultural de Ílhavo. “Chegámos a correr o risco de fechar, mas com estas ajudas, conseguimos colocar as nossas contas correntes em dívida”, agradeceu o director da publicação trimensal, que tem uma tiragem média de 9. 000 exemplares por mês – cerca de 3. 000 por edição – e que chega também às comunidades ilhavenses espalhadas pelo mundo, com principal destaque para os Estados Unidos da América, França, Holanda e Bélgica – a cada edição são cerca de 600 os exemplares que seguem para o estrangeiro. “A machadada inicial foi a redução no porte pago, que passou a ser de 40 por cento”, introduz o director do jornal O Ilhavense, a propósito da sequência de infortúnios que colocaram a publicação em risco. “Depois, com a crise, as receitas da publicidade também baixaram muito e, como se isso não bastasse, ainda tivemos um problema nas relações institucionais com a câmara de Ílhavo, durante a gestão de Ribau Esteves”, acrescentou Torrão Sacramento, ao mesmo tempo que adiantava que esta última questão já foi ultrapassada, com a entrada de um novo presidente para a autarquia (Fernando Caçoilo). O orgulho de ajudar quase 50 jovens a formarem-se Foi no final da década de 90 do século passado que o galerista José Sacramento lançou um projecto ao qual se refere como sendo “uma das coisas de que mais se orgulha” na sua vida. A cada Verão, reunia dezenas de artistas plásticos no relvado da praia da Costa Nova, em Ílhavo, para um convívio ao qual chamou de “Sardinhada do Artista”. Pintores, escultores e fotógrafos eram chamados a participar num animado repasto, no qual acabavam sempre por ser também convidados a desenvolver uma obra de arte, ao vivo e sob o olhar atento do público. O conjunto de peças elaboradas na sardinhada eram, depois, levadas a leilão, cujas receitas revertiam para bolsas de estudo para estudantes carenciados que quisessem seguir a área de artes plásticas - mesmo que não pudessem participar no convívio, muito artistas, assim como galeristas, não deixavam de doar obras para o leilão anual.
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Palavras-chave comunidade estudo humanitária
Arquitectura e lamento
O mundo continua a precisar de bons arquitectos e, não havendo um corte disciplinar e epistemológico, Portugal continua a ser um centro de excelência. (...)

Arquitectura e lamento
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: O mundo continua a precisar de bons arquitectos e, não havendo um corte disciplinar e epistemológico, Portugal continua a ser um centro de excelência.
TEXTO: Souto de Moura declarou recentemente numa entrevista dos prémios Enor que “a arquitectura, como disciplina, tem os seus dias contados” e que algo de novo virá. Algo diferente, “mas não a arquitectura tal como a conhecemos hoje”, porque a profissão, essa, é só “tristeza e lamento”. Esta nova escatologia inscreve-se num recorrente discurso de amargura, onde Souto, mas também Siza, já não vislumbram uma réstia de esperança para a profissão que não passe pela imigração, no caso dos mais novos, ou a renúncia, no caso dos mais velhos. É impossível não concordar com partes deste discurso e partilhar até alguns dos seus aspectos sentimentais. Porém, no essencial, penso que há falta de amplitude no campo de análise, e pelo contrário, parece-me que a arquitectura atravessa talvez um dos momentos mais ricos e fascinantes desde o Esprit Nouveau. O fenómeno da globalização e da sociedade do conhecimento não trouxe apenas miséria e trabalho infantil; revelou arquitectos e regiões de onde nunca esperámos ver uma produção qualificada, revelou possibilidades tecnológicas e campos de linguagem de uma riqueza e diversidade inauditas. Criou também oportunidades de inesperada rebeldia e inconformidade com os contextos normativos. É certo que, como Souto de Moura refere, muitas revistas de arquitectura estão a fechar mas, na verdade, nunca o acesso à divulgação digital foi tão democrático, tão rápido, tão amplo. É certo também que neste universo há novos rituais de sedução construídos exclusivamente no prestígio da imagem e onde a experiência da arquitectura, outrora fenomenológica, bem como a palavra escrita, é substituída pelo nanossegundo em que o pixel se fixa na retina. Paradoxalmente, talvez nunca tenha havido tanto escrutínio informado, como demonstram, por exemplo, as violentas críticas ao estádio olímpico de Tóquio de Zaha Hadid ou à sede da fundação Louis Vuitton em Paris, de Frank Gehry, e que representa, em parte, uma certa reacção “99%” ao protagonismo a qualquer preço do star system, em nome de uma liberdade autoral e estatutária muitas vezes absurda. Souto de Moura refere também que “. . . . os arquitectos portugueses, se querem construir, têm que deixar Portugal”. Ora, se uma das prerrogativas da globalização é justamente a abertura de um imenso campo de oportunidades pela livre circulação de bens e serviços, a outra é a manifesta impossibilidade das economias desenvolvidas continuarem a garantir localmente essas mesmas condições. O fenómeno que permite a Siza construir na China ou a Souto de Moura fazer concursos para Abu Dhabi é, ainda que muito indirecta e inversamente, o mesmo que faz com que tenham pouco trabalho em Portugal. Longe vão os anos da “profissão poética” e do bonjour tristesse - uma espécie de internacionalização ideológica -, se pensarmos nos contextos de estrito mediatismo imobiliário para que são hoje convidados os star-architects. E nesse capítulo, apesar da excepção portuguesa, os Pritzker prosperam universalmente; nalguns casos até um pouco mais do que a disponibilidade do seu talento permite. Não me parece, por isso, que este seja um momento de lamento, mas um momento de reinvenção. Um momento doloroso, complexo e de fim de ciclo, mas também de redefinição de escalas e estratégias e que antecipa resultados auspiciosos. Manuel Mateus montou uma pequena rede de jovens ateliers com quem concorre com sucesso a concursos no mundo francófono; José Adrião parece ter sabiamente ajustado a sua escala de atelier a um tema que há muito persegue - a escassez -, com resultados notáveis na reabilitação; também em Lisboa, a meritocracia floresce com o pequeno atelier Barbas Lopes a ganhar o concurso de um grande edifício de escritórios em Picoas; Ricardo Camacho, que tinha o seu atelier no Algarve agonizante, envia-me imagens de um imenso parque equipado que tem em construção em Kuwait City, além de ser curador do país na anterior Bienal de Arquitectura de Veneza; a jovem dupla Barão-Hutter desfaz finalmente o feitiço dos portugueses não conseguirem ganhar concursos na suíça-alemã, fazendo-o aliás com obras de dimensão respeitável; Pedro Reis entrou no mercado unifamiliar de luxo com projectos na Alemanha, Nicarágua e Dubai; Camilo Cortesão estava recentemente a recuperar o campus desportivo de Le Corbusier no Iraque; e no campo do ensino, a Porto Academy posicionou-se como um summer camp de arquitectura epicurista sem paralelo. Enfim, haveria muitos mais exemplos a corroborar estas novas dinâmicas, mas quero aqui resistir a pintar um quadro de optimismo “panglossiano”. Pior, nenhum destes exemplos é parte de uma grande marcha ou tendência de recuperação; são tudo situações relativamente instáveis e até bizarras no contexto da profissão. Porém, parece-me que a saída da crise na arquitectura portuguesa desta vez não será resultado de um grande mandato de António Costa nem de uma nova dose de encomenda pública, como clamam Siza e Souto de Moura. A recuperação será feita por uma pulverização de pequenas oportunidades na reabilitação e em novos negócios, pela criação de inteligência em áreas especificas exportáveis, pela pura obstinação de investimento em mercados dificílimos, pela argúcia e sensibilidade na gestão de novos contextos e programas, pelos cruzamentos de experiências entre diferentes gerações de arquitectos expatriados, nalguns casos já líderes em ateliers internacionais.
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Partidos LIVRE
Um texto armadilhado com rasteiras à verdade
No Teatro da Politécnica, em Lisboa, Os Possessos levam a palco A Mentira, peça inspirada numa trilogia da escritora Ágota Kristóf. Um texto armadilhado por rasteiras à verdade. (...)

Um texto armadilhado com rasteiras à verdade
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento -0.2
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: No Teatro da Politécnica, em Lisboa, Os Possessos levam a palco A Mentira, peça inspirada numa trilogia da escritora Ágota Kristóf. Um texto armadilhado por rasteiras à verdade.
TEXTO: Num prefácio à trilogia da escritora húngara Ágota Kristóf formada por O Caderno Grande, A Prova e A Terceira Mentira, o filósofo Slavoj Žižek revelava que a primeira vez em que ouviu falar da autora pensou tratar-se de uma distorção pelo sotaque da Europa de Leste do nome Agatha Christie. “Mas rapidamente descobri que não apenas Ágota não é Agatha, como o horror de Ágota é muito mais terrífico do que o de Agatha”, acrescentou. A história dos dois gémeos de O Caderno Grande (retomada e desfeita nos dois livros seguintes) coloca-os numa pequena cidade da Hungria no período entre o final da II Guerra Mundial e o início do jugo comunista. Todo o texto é depois minado pela mentira com que Claus e Lucas, os gémeos, vão repegando na sua história. Por sugestão de Jorge Silva Melo, director dos Artistas Unidos, o actor João Pedro Mamede entregou-se à “odisseia” da procura dos três romances por alfarrabistas. Quando conseguiu descobrir-lhes o rasto, leu-os “de uma assentada” e confessa ter-se “reconciliado com uma série de coisas relativas aos processos teatrais”. “Estávamos num período negro”, diz ao PÚBLICO sobre essa fase em que Os Possessos, grupo que formou com Catarina Rôlo Salgueiro e Nuno Gonçalo Rodrigues, não sabiam se conseguiriam levar à cena a sua primeira criação de fôlego, Rapsódia Batman – estreada no Teatro da Politécnica em Outubro de 2014. Ultrapassada essa crise, os três convocaram um grupo de actores com quem queriam trabalhar e formaram um clube de leitura dedicado em exclusivo à trilogia de Kristóf. “Foi então que comecei a escrever uma primeira parte do texto a partir de cenas da Ágota Kristóf para construir um espectáculo fragmentado que não queria ser uma adaptação da sua obra”, esclarece João Pedro, autor e encenador de A Mentira, peça estreada sexta-feira no Teatro da Politécnica, casa dos Artistas Unidos em Lisboa, onde estará até 18 de Abril. A decisão de ficarSe a primeira parte da peça se baseia nessa leitura de Kristóf, a segunda parte é deflagrada pela constatação d’Os Possessos de que “os livros estão sempre a desmentir-se sucessivamente”. “O terceiro volume, a Terceira Mentira, diz-nos que os dois primeiros romances são falsidades”, diz João Pedro Mamede. “A história está sempre a ser recontada, a crueldade e os eventos estão sempre a ser recontados e perspectivados de formas diferentes. ” É essa ideia que leva, a dado momento, os actores a amotinar-se e a boicotar o espectáculo ao proporem que certas cenas sejam refeitas e que a história seja contada de uma outra maneira. Uma forma, argumentam, de entrarem em diálogo com a própria obra de Kristóf. Claus, o gémeo que em A Mentira procura o seu irmão e vampiriza a biografia deste, torna-se repentinamente o encenador de uma peça de teatro dentro da peça a que assistimos. Trata-se de uma estratégia, confirma João Pedro Mamede, a que Os Possessos recorrem para frisar a constante manipulação da narrativa por parte dos protagonistas. “Sintetizei a obra no espaço mental de uma personagem e todas as outras foram escolhidas porque eram aqueles que mais me interessavam para participar nesse espaço”, esclarece o verdadeiro encenador. “A minha ideia era fazer um espectáculo que derivasse dessas várias versões da verdade, que se recontasse e aproximasse da verdade mentindo. ”Subterraneamente, A Mentira volta a tratar também de uma inquietação que já alimentava Rapsódia Batman: a cidade como centro nevrálgico da acção, a partida e a chegada relacionada com o recente fluxo de emigração portuguesa que Os Possessos dizem ter deixado marcas em toda a sua vida próxima. Por isso, as personagens de A Mentira tomam a cena e saem sem, de facto, deixar o palco. Ficam ali, à espera de vez, numa dos mais interessantes movimentos de uma peça que, de início, parece verdadeiramente uma coreografia sobre essa recusa da partida.
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Palavras-chave guerra negro
Onde pára o socialismo, e para onde vai o PS?
As oportunidades de reflexão e debate ideológico são tão escassas que importa aproveitar este momento de instabilidade para colocar algumas interrogações. (...)

Onde pára o socialismo, e para onde vai o PS?
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: As oportunidades de reflexão e debate ideológico são tão escassas que importa aproveitar este momento de instabilidade para colocar algumas interrogações.
TEXTO: “Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária. ”, diz o artigo 1. º da Constituição da República Portuguesa. Seria irónico se não fosse dramático. Tal é o desajuste entre este desígnio e a realidade atual do nosso país, onde a situação de “exceção” que temos vivido tem ameaçado ou suprimido cada um destes princípios. E, sendo assim, que sentido tem falar de socialismo?O PS entrou em ebulição, mas para que o debate não se esgote na “contagem de espingardas” e na sucessão de manobras em curso nos últimos dias, porque não recolocar o “Socialismo” no horizonte, quando, como toda a gente percebe, os sinais de irritação popular com o statu quo estão a chegar ao limite? Há um amplo “bloco social” a exigir uma “nova agenda” que o PS tem de saber atrair, declarou António Costa. As oportunidades de reflexão e debate ideológico são tão escassas que importa aproveitar este momento de instabilidade (de “PREC do PS”, como alguém disse no Facebook) para colocar algumas interrogações, independentemente da atual ou futura liderança do partido (onde ainda estou filiado). O atual Partido Socialista, como outros dos seus pares europeus, perdeu a noção do significado da palavra que ostenta no seu próprio nome e por isso vale a pena lembrar que, por detrás da sigla, está um conceito a requerer uma nova atualização e um novo projeto de sociedade. Hoje, infelizmente, a simbologia e os acrónimos apenas escondem o enorme vazio deixado pela ausência de ideologia. O resto fica por conta dos rituais e encenações que tanto encantam o carreirismo burocrático dos aparelhos partidários, onde o PS é exemplar. O combate ideológico perdeu sentido? O socialismo e o marxismo foram enterrados nos escombros do Muro de Berlim? E, já agora, onde pára a social-democracia?Reconheça-se que, com a nossa soberania hoje tão mitigada e bloqueados que estamos (quer no plano interno quer europeu), este tipo de debates pode parecer inócuo. Porém, seja na escala nacional seja na UE ou a nível global – ou simplesmente em nome dos princípios programáticos –, creio que um partido que ostenta o nome de Socialista não pode deixar de se interrogar: das duas uma, ou concordamos que o capitalismo que temos é fantástico e não existem alternativas ao poder dos mercados, ou admitimos que este sistema nos está a empurrar para uma nova barbárie onde a desregulação e o neoliberalismo já excederam todos os limites. E nesse caso talvez valha a pena tentar agarrar naquela velha palavra escondida atrás do “S”, outrora demonizada e hoje esquecida, e levantá-la do chão. Após o triste espetáculo da reunião do Vimeiro, devemos perguntar não só onde pára o Socialismo mas onde pára a ousadia e a irreverência da esquerda? Onde está a prioridade dos interesses do país acima dos do partido? O aparelho cega e, como dizia o José Pacheco Pereira, “eles sabem, mas não aprendem”!Como é óbvio, nenhum dos parceiros que assinou o programa de resgate pode, de repente, lavar daí as suas mãos, porque o “pós-troika” inclui uma “carta de intenções” e um “tratado orçamental europeu” que o PS subscreveu. Ninguém ignora que as exigências da governação, as condicionantes internacionais e os compromissos com os credores comprometeram profundamente o PS. Entendo no entanto que, da parte de um Partido Socialista e de uma família social-democrata europeia que já fizeram tantas cedências, que abraçaram as terceiras vias, o pragmatismo e o neoliberalismo económico cujos resultados foram desastrosos para os cidadãos (e subverteram a matriz socialista), depois de tanto falhanço, de tanto esforço inglório e de consequências dramáticas para milhões de desempregados, emigrantes e excluídos, não será pedir demais solicitar-lhes que condimentem o seu “realismo pragmático” com um pouco mais de utopia. Parece-me urgente, até para fazer jus a todo o legado humanista e republicano que desde o século XIX espalharam sonhos pelas camadas sociais mais humildes e exploradas, resgatar a ideia de Socialismo e posicioná-la no século XXI. Repensá-la no coração de uma Europa que foi berço de todos esses sonhos mas que hoje se encontra desorientada e perdida de si própria. Sem dúvida que o Socialismo do futuro não terá o mesmo significado da “sociedade sem classes” invocada no 1º artigo da Constituição de 1976, mas um partido que se queira “socialista” precisa de evitar que a real politik e a urgência da governação atirem para o lixo o que deve ser um desígnio estratégico de longo prazo: um conceito de sociedade alternativa. Com a economia global e a crise europeia a incendiarem descontentamentos e radicalismos nas mais diversas latitudes, qualquer projeto dirigido para a mudança e o progresso tem de saber construir alternativas a este capitalismo predador, se quer chamar a si os descontentes.
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Partidos PS LIVRE
Tribunal contraria magistrados e liberta homicida 16 anos depois do crime
"Esta decisão pode representar uma viragem jurisprudencial", diz advogado de Charles Ribeiro, que matou um antigo sócio de forma violenta. “Esta decisão pode representar uma viragem jurisprudencial”, diz advogado de Charles Ribeiro. "Esta decisão pode representar uma viragem jurisprudencial”, (...)

Tribunal contraria magistrados e liberta homicida 16 anos depois do crime
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: "Esta decisão pode representar uma viragem jurisprudencial", diz advogado de Charles Ribeiro, que matou um antigo sócio de forma violenta. “Esta decisão pode representar uma viragem jurisprudencial”, diz advogado de Charles Ribeiro. "Esta decisão pode representar uma viragem jurisprudencial”,
TEXTO: Depois de ter morto um sócio de forma violenta em 1998, em Trás-os-Montes, Charles Ribeiro foi condenado a 24 anos de cadeia. O crime deixou a localidade de Vila Flor, onde tudo sucedeu, em estado de choque. Mas apesar de o Tribunal de Execução de Penas lhe ter rejeitado a liberdade condicional por três vezes, lembrando os contornos hediondos do crime e o alarme social que ele provocou, o Tribunal da Relação do Porto, para onde recorreu, decidiu recentemente conceder-lhe a liberdade condicional, ao fim de 16 anos. Saiu do Estabelecimento Prisional de Bragança há cerca de uma semana e vai emigrar para França. No seu acórdão, os juízes da Relação do Porto destacam que Charles Ribeiro “pretende ir morar para Poitiers, França, onde tem emprego garantido, o que significa que vai ficar muito afastado do local do crime”, o que “evita qualquer sentimento de rejeição que ainda possa existir” na comunidade. O juiz do Tribunal de Execução de Penas do Porto e o Ministério Público tinham outro entendimento. Lembraram os contornos hediondos do crime e incompatibilidade entre a sua libertação e a paz social na localidade. Estavam preocupados com o “alarme social” que poderia resultar da sua libertação, que entendiam ser “incompatível com a defesa e a ordem da paz social”, conforme escreveu o juiz do Tribunal de Execução de Penas no despacho em que recusou a libertação. O advogado de Charles, Pedro Miguel Carvalho, salientou que "esta decisão pode representar uma viragem jurisprudencial”, uma vez que “põe em causa os argumentos que reiteradamente, nos crimes de homicídio, são utilizados pelo Tribunal de Execução de Penas para não conceder a liberdade condicional - mesmo que os requisitos legais estejam preenchidos, haja manifesta evolução da personalidade do condenado e a libertação seja compatível com a paz social". O empresário José Dobrões tinha 38 anos e uma vida económica invejável quando conheceu Charles e o escolheu como sócio para iniciar um negócio. O outro havia regressado de França, para onde tinha estado emigrado, com o sonho de montar uma empresa de extracção de inertes. Mas as coisas correram mal e Ribeiro saiu da sociedade pressionado por Dobrões. Regressou a França e foi lá que conheceu um homem que havia de se tornar seu cúmplice, Hélder Justa. Contou-lhe o seu plano de vingança e conseguiu um aliado. Em Outubro de 1998, entraram em casa do empresário, em Santa Comba de Vilariça, Vila Flor. Espancaram-no, prenderam-no e amordaçaram-no e meteram-lhe um pano na boca, que foram empurrando até que José Dobrões ficou sem ar e sucumbiu. A dupla escondeu o corpo na mala do carro do empresário, que roubaram, levando dinheiro e cartões. Quando se preparavam para fugir para Espanha foram apanhados e condenados por homicídio qualificado, ocultação de cadáver, falsificação de documentos e roubo. Charles acabou por confessar o crime. “Quando fizemos a sociedade eu disse-lhe, com as lágrimas nos olhos: 'Este projecto é como um filho para mim'. Eu queria que o projecto fosse um sucesso e ele mentiu-me”, contou então ao PÚBLICO. Sublinhou ainda que a morte foi um “acidente”. “O recluso assume atitude crítica quanto crime praticado” e “evidencia sinais de arrependimento e respeito pelos familiares da vítima”, alega o Tribunal da Relação do Porto na sua recente decisão. Recorda ainda que Charles já beneficiou de várias saídas precárias junto da família em Alfândega da Fé - que fica a 20 quilómetros de Vila Flor, onde ainda vivem familiares da vítima -, que decorreram sem incidentes, apesar de esta “ser uma terra pequena onde todos se conhecem”. O parecer favorável do conselho técnico, onde se inclui o director da prisão e o chefe dos guardas prisionais, também pesou na decisão de libertação, assim como o facto de Charles Ribeiro, hoje com 44 anos, não ter antecedentes criminais anteriores em Portugal. Em 1998, já havia sido condenado por furto em França.
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Palavras-chave crime morte homicídio filho tribunal prisão homem comunidade social corpo morto
Energia, economia do mar e apoio à terceira idade na agenda de Passos no Japão
Tóquio é a capital de um país com o estatuto de observador associado à CPLP. (...)

Energia, economia do mar e apoio à terceira idade na agenda de Passos no Japão
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Tóquio é a capital de um país com o estatuto de observador associado à CPLP.
TEXTO: O primeiro-ministro de Portugal inicia esta quinta-feira uma visita de três dias ao Japão, a primeira de um chefe do Governo português nos últimos 25 anos, depois da estadia em Tóquio de Cavaco Silva, em 1990. Aliás, também foi há muito tempo que um Presidente da República - Jorge Sampaio em 2005 -, visitou oficialmente aquela país. Na agenda de Pedro Passos Coelho estão dossiês económicos como a energia e o crescimento verde, a economia do mar e a inovação dedicada ao apoio da terceira idade. No campo energético, os japoneses estão interessados na experiência e tecnologia portuguesas nos domínios das energias renováveis. Também do interesse nipónico é intensificar a cooperação económica na área do mar, pois o Japão é o primeiro consumidor mundial de peixe. Já os novos apoios à terceira idade são um interesse antigo do país do sol nascente que, há muito, procura locais no estrangeiro para residência dos seus idosos. A comitiva que acompanha Passos Coelho integra o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, o titular da pasta do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, bem como o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, e o ministro da Economia, António Pires de Lima. Do programa, constam as assinaturas de memorandos entre a Universidade do Algarve, o IPMA [Instituto Português do Mar e da Atmosfera] e as universidades de Kinki e Hokkaído nas áreas da aquacultura e de intercâmbio de estudantes. Do mesmo modo, o AICEP [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal] firmará um memorando de cooperação com a sua congénere nipónica. Esta visita do primeiro-ministro português é a retribuição da estadia, em Maio do ano passado, do chefe de Governo de Tóquio, Shinzo Abe, em Portugal, a primeira de um primeiro-ministro japonês a Portugal. Então, os temas da agenda do “premier” japonês já foram as energias renováveis, mais o desporto, tendo em vista os Jogos Olímpicos de 2020 marcados para Tóquio, e a promoção turística. No ano passado, Portugal exportou para o Japão bens e serviços no valor de 124, 9 milhões de euro, tendo as importações daquele país alcançado os 251 milhões. Entre os produtos portugueses consumidos pelos nipónicos a estrela é o tomate, preparado ou em conserva, no sector alimentar. Químicos, máquinas e aparelhos e calçado com sola de borracha estão entre as principais exportações. As importações nipónicas repousam, sobretudo, em veículos, máquinas e plásticos. Contas feitas ao comércio entre os dois países no ano passado, o Japão é o 35º cliente de Portugal e o 29º fornecedor. Em 2013, foram 761 as empresas portuguesas que exportaram para o mercado japonês. No Japão, a 31 de Dezembro de 2014, a secção consular da embaixada de Portugal em Tóquio tinha registadas 365 inscrições. A comunidade lusa é constituída por emigrantes jovens e com elevado nível de instrução, macaenses com nacionalidade portuguesa e cidadãos brasileiros com dupla nacionalidade. Dos inscritos, a maioria são trabalhadores assalariados, seguidos de estudantes, professores e empresários. Há ainda cidadãos portugueses a trabalhar nas áreas das engenharias, arquitectura, medicina e investigação. Do ponto de vista político/diplomático, a visita de três dias do primeiro-ministro Passos Coelho tem, ainda, uma outra vertente. O Japão tem o estatuto de observador associado na CPLP [Comunidade de Países de Língua Portuguesa].
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Como gastar o crédito oferecido por Crato? Escolas apostam em mais apoio aos alunos
Em Alcochete, os alunos com necessidades educativas especiais estão no centro das atenções. (...)

Como gastar o crédito oferecido por Crato? Escolas apostam em mais apoio aos alunos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.5
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Em Alcochete, os alunos com necessidades educativas especiais estão no centro das atenções.
TEXTO: Há uns anos, para lidar com os alunos que mais dificuldades tinham, nasceu no Agrupamento de Escolas Campo Aberto, na Póvoa de Varzim, um projecto a que chamaram Fénix. A ideia básica era — e é — esta: meninos com mais problemas a Português e a Matemática não ficam na turma, com os restantes colegas, a ouvir o professor quando chega a hora de aprender aquelas matérias. Saem da sala para “ninhos” — pequenos grupos onde um professor trabalha com eles de maneira mais personalizada em articulação com os docentes da turma. Quando melhoram, deixam de frequentar os “ninhos”. O projecto dura até hoje. E inspirou outras escolas. O agrupamento Campo Aberto foi um dos que o Ministério da Educação e Ciência decidiu distinguir este ano com uma espécie de prémio: créditos horários que as escolas têm autonomia para gerir. No total, foram 259 (escolas ou agrupamentos) que superaram as metas definidas. Tal como o PÚBLICO noticiou, o Agrupamento de Escolas Campo Aberto e o Agrupamento de Escolas de Alcochete foram os mais premiados: 60 horas semanais cada (para se ter uma noção do que vale este reforço, o horário lectivo de um professor, completo, é de 22 horas por semana). Em Alcochete houve alguma surpresa, tanto mais nem todas as disciplinas viram as médias dos exames nacionais subir, explica Maria José Gonçalves, directora do agrupamento. Certo é que há também aqui há projectos concretos de combate ao insucesso, nos quais a directora deposita grande esperança. “Os principais são: o Saber Mais, um espaço onde professores de várias disciplinas estão disponíveis [algumas horas por semana] e onde os alunos podem ir tirar dúvidas ou aprender um pouco mais; o Espaço de Convivências, que visa controlar a indisciplina e o projecto Alcochete + Desporto, que procura motivar os alunos para a prática desportiva. ”Tudo isto, diz Maria José Gonçalves, tem contribuído para os resultados da escola ("quase não temos abandono escolar"), apesar de ser notório um empobrecimento das famílias de classe média a que pertencem muitos dos alunos. Quanto às 60 horas semanais de crédito agora arrecadados, diz que vai gastá-los sobretudo em actividades que promovam o sucesso escolar dos alunos, particularmente “nos que têm necessidades educativas especiais”. Quer ainda alargar o Saber Mais a mais disciplinas. Há quem use os créditos do ministério para contratar assistentes sociais e psicólogos. Ana Marques, directora do agrupamento da Póvoa de Varzim, diz que no seu agrupamento isso já se faz, mesmo sem esta distinção — estes técnicos “retiram imenso trabalho aos professores, trabalho para o qual os professores não estão habilitados”, porque, cá está, não são psicólogos nem assistentes sociais. A directora diz que o que vai receber será para distribuir pelos docentes da casa e fornecer ainda mais tempo de apoio aos alunos. “Isto é o corolário de um trabalho” desenvolvido ao longo de anos, continua. Nem tudo são rosas, contudo: “No 1. º, 2. º e 3. º ciclos a taxa de abandono é zero. Nos cursos profissionais há algumas dificuldades, porque estamos numa zona de grande emigração e alguns alunos abandonam aos 18 anos, partem com as famílias. ” E se, em geral, os resultados de Matemática e Português melhoraram de 2012 para 2013, no que diz respeito especificamente ao 4. º ano, não aconteceu assim. A prática de atribuir créditos horários é recente — existe há três anos, não sem críticas. Ter créditos de horas significa, na prática, ter mais recursos. E o Conselho de Escolas considerava, num parecer de Março do ano passado, que esta medida exclui “as escolas que mais necessitam de horas de reforço para apoiar os seus alunos, privilegiando as escolas que já têm bons resultados”. A lista das 259 escolas distinguidas por terem sido consideradas particularmente eficazes (eficácia medida através de uma complexa fórmula que tem em conta, entre outros, os resultados dos alunos comparados com a média nacional) e/ou por terem reduzido para menos de metade o abandono ou o “risco de abandono” dos estudantes, não foi ainda divulgada. O ministério justifica dizendo que “ainda não está terminada a análise/leitura por parte dos serviços de todos os dados”, tendo avançado apenas com os nomes dos dois agrupamentos, Póvoa de Varzim e Alcochete.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola campo educação espécie
Transdev cria shuttle entre o centro do Porto e o Aeroporto
Carreira foi licenciada pelo Instituto de Mobilidade e Transportes, sem conhecimento da autoridade metropolitana do sector. (...)

Transdev cria shuttle entre o centro do Porto e o Aeroporto
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento -0.1
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Carreira foi licenciada pelo Instituto de Mobilidade e Transportes, sem conhecimento da autoridade metropolitana do sector.
TEXTO: A transportadora Transdev iniciou uma nova carreira de autocarros que ligará directamente a garagem Atlântico, na zona da Batalha, no centro do Porto, ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, e vice-versa. A empresa pretende atrair para este serviço, prestado com recurso a um mini-bus, os clientes da rede de expressos que chegam de vários pontos do país àquela garagem, oferecendo-lhes, por 2, 5 euros, uma ligação directa a Pedras Rubras e vice-versa. Rui Pereira, responsável pelo Marketing e Comunicação da Transdev, explicou ao PÚBLICO que a multinacional há algum tempo identificara o potencial deste serviço, que só agora passou a ser prestado pela demora no seu licenciamento, como carreira interurbana, pelo Instituto da Mobilidade e Transportes. Contactado pelo PÚBLICO, o presidente da Autoridade Metropolitana de Transportes, Joaquim Cavalheiro, mostrou-se surpreendido com o anúncio desta nova linha que, argumentou, realizando-se no território metropolitano teria de ser licenciada pelo organismo que dirige. Colocando-se à margem desta polémica, Rui Pereira garante que a empresa tem a linha licenciada. No Porto já existem ligações ao areroporto por metro (linha B e Linha E) e em autocarros da STCP, com preço inferior ao proposto pela Transdev, mas nenhum é prestado em regime de shuttle. Durante anos a operadora pública explorou um serviço deste género, o Aerobus, que por quatro euros fazia o trajecto entre a aerogare e os principais hóteis da cidade, mas desactivou essa linha após a entrada em funcionamento do metro. Passados oito anos, as condições de mercado mudaram. O turismo no Porto tem tido crescimentos espectaculares, em linha com o aumento de tráfego de passageiros do aeroporto Sá Carneiro, que ultrapassou, já, as melhores expectativas do plano de expansão desta infra-estrutura aeroportuária. E a Transdev identificou uma área em que, considera Rui Pereira, a oferta existente não é mais confortável para quem viaja de outros pontos do país em autocarro para o Porto, a caminho de um destino internacional, ou vice-versa. “A estação de metro mais próxima é a do Bolhão, que não é assim tão perto", assinala Rui Pereira. Apesar de poder ser utilizado por qualquer pessoa, o shuttle destina-se, assim, preferencialmente, a ligar em menos de meia hora um “hub de autocarros” ao “hub regional aeroportuário”, explicou o responsável pelo marketing da empresa que vai colocar o mini-bus a sair da garagem Atlântico de hora a hora, entre as 8h e as 19 horas. Tendo em conta as carreiras de expressos que ali páram, o serviço servirá quem viaja dos concelhos de Santa Maria da Feira, Aveiro, Coimbra, Guarda, Viseu, Vila Real, Porto, Chaves e Bragança, concelhos com fortes comunidades de emigrantes que têm vindo a aproveitar os voos low-cost entre Pedras Rubras e vários destinos de residência de comunidades portuguesas na Europa.
REFERÊNCIAS:
Estudantes de Coimbra contra um Governo que os deixa de "mãos atadas”
Estudantes do Ensino Superior de Coimbra manifestaram-se contra o Governo (...)

Estudantes de Coimbra contra um Governo que os deixa de "mãos atadas”
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Estudantes do Ensino Superior de Coimbra manifestaram-se contra o Governo
TEXTO: Os estudantes apresentaram-se esta terça-feira de mãos atadas à frente do edifício da Associação Académica de Coimbra (AAC), coberto de panos negros. Assinalando o Dia Nacional do Estudante, os alunos realizaram num protesto contra os cortes no Ensino Superior. O presidente da AAC, Bruno Matias pediu “mais financiamento e mais acção social", recordando os estudantes que já abandonaram o Ensino Superior e aqueles que não entram por falta de apoios. A manifestação contou com cerca de 400 estudantes do ensino universitário e politécnico de Coimbra. Começou com uma concentração no Largo Dom Dinis. Pelas 12h, os estudantes envergaram faixas, onde se lia "só faltas tu", numa referência àqueles que tiveram de desistir de formação superior. Os alunos cantaram, com uma letra alterada, Grândola Vila Morena, pedindo um “ensino financiado”. Desceram as Escadas Monumentais enquanto intercalavam também músicas de um “cancioneiro novo”, criado para a ocasião, com palavras de ordem, como "acção social não existe em Portugal", "para os bancos vão milhões, para o ensino só tostões" ou "mais um empurrão e o Governo vai ao chão". No final do protesto, em frente à AAC, Bruno Matias criticou o Governo, questionando "então se há cofres cheios, porque é que há estudantes com dificuldades? Porque é que há estudantes sem bolsa? Porque é que se corta nas universidades?". A manifestação fez ainda referência à emigração de jovens portugueses, contando com um momento musical protagonizado pela secção de Fado, que interpretou o "Cantar de Emigração", de Adriano Correia de Oliveira, que dizia que "este parte, aquele parte e todos, todos se vão". No protesto, esteve ainda uma imagem em cartão do ministro da Educação, Nuno Crato, para se lembrar a recusa do Governo de visitar Coimbra e observar as dificuldades e problemas sentidos pelos estudantes, esclareceu Bruno Matias. Após essa recusa, a AAC rejeitou um convite posterior para um almoço esta terça-feira com o primeiro-ministro, Passos Coelho, em Braga, com representantes de várias associações académicas nacionais. "É com orgulho que recusamos o almoço", frisou o presidente da AAC, referindo, numa alusão à presença da maioria das associações de estudantes no almoço com o primeiro-ministro, que a associação que lidera "nunca vai ficar sozinha, enquanto tiver os 30 mil estudantes de Coimbra a lutarem juntos". Sobre futuras acções de protesto, Bruno Matias afirmou que a AAC irá "à rua, sempre que for necessário". Marco Eliseu, em representação dos estudantes do ensino politécnico de Coimbra, sublinhou que o movimento associativo tem de ter uma "voz reivindicativa", pedindo "mais acções e mais união".
REFERÊNCIAS: