Homem morre após ataque de um boi em Montalegre
Animal deu uma cornada na omoplata do dono, que perdeu muito sangue e acabou por morrer. (...)

Homem morre após ataque de um boi em Montalegre
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Animal deu uma cornada na omoplata do dono, que perdeu muito sangue e acabou por morrer.
TEXTO: Um homem de 52 anos morreu nesta sexta-feira na aldeia de Donões, em Montalegre (Vila Real), após ter sido atacado por um boi, avançou à Lusa fonte dos bombeiros. Segundo a fonte, o homem, emigrante em França e a passar férias em Portugal, havia regressado do monte com o animal quando, ao pô-lo na corte, levou uma cornada. "O boi deu-lhe uma cornada na omoplata direita provocando-lhe uma enorme lesão e, por isso, perdeu muito sangue", explicou. Os bombeiros foram desde Donões, local do incidente, até ao Serviço de Urgências Básicas do Centro de Saúde de Montalegre, cerca de seis quilómetros, em manobras de reanimação, mas a vítima não resistiu aos ferimentos e acabou por falecer. O corpo foi transportado para a morgue do Hospital de Chaves. Na altura do ataque, e segundo relatos dos populares, o animal estaria "assustado e muito agitado". O homem tinha, em conjunto com um primo, uma sociedade de criação de bois para competir nas chegas - desporto-rei da região barrosã - onde os animais são colocados frente a frente, entrelaçam os cornos, afastam-se e voltam ao confronto que termina quando um dos touros foge, assumindo a derrota.
REFERÊNCIAS:
Universalização de comer à mesa é recente
Entrevista a Dulce Freire, historiadora. (...)

Universalização de comer à mesa é recente
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-16 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20140816170320/http://www.publico.pt/1665832
SUMÁRIO: Entrevista a Dulce Freire, historiadora.
TEXTO: A historiadora Dulce Freire, coordenadora do projecto Agricultura em Portugal: Alimentação, desenvolvimento e sustentabilidade (1870-2010), e investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, explica que a universalização de jantar ou almoçar à mesa é recente. Fazer refeições em conjunto está na base da nova pirâmide da dieta mediterrânica. O que mudou nas reuniões das famílias à mesa?A primeira questão é: que famílias tinham mesa? A mesa de refeições não era um objecto comum em todas as regiões. Uma família rural, dos anos 1930, 1940, mesmo dos anos 1960, podia não comer à mesa. Comia junto à lareira, em algumas regiões comia numa tripeça – uma mesa em miniatura que se guardava junto à lareira, junto ao calor. E muito menos comia com prato, copo, e talheres – comiam todos numa bacia, cada um tinha o seu garfo ou colher. E no consumo de comida das famílias, o que se alterou?A transição nutricional dos portugueses aconteceu nos anos 1960/70. Foi nessa altura que começaram a adoptar padrões de consumo alimentar considerados modernos, com maior quantidade de proteínas animais, vitaminas, diversidade de produtos e uma distribuição mais equilibrada desses produtos ao longo do ano. Uma das características das sociedades rurais, que em Portugal foram dominantes até aos anos 1960, é que a maior parte da população trabalhava no campo e os rendimentos provenientes da agricultura eram muitos importantes para o rendimento doméstico. A agricultura era fundamental para a alimentação e os alimentos disponíveis eram repetitivos de acordo com a sazonalidade. O que podia acontecer em zonas pobres como São Pedro do Sul é que a colheita de batata de uma família de agricultores podia não chegar de uma época a outra e a partir de Novembro-Janeiro já não teriam batatas para consumir, ou seja, haveria uma perda da quantidade de calorias. O mesmo acontecia com azeite, cereais, leguminosas: a alimentação em cada família estava condicionada ao que havia em cada época e o que existia podia não ser o mais indicado para manter uma alimentação equilibrada. A subnutrição era generalizada e muitas pessoas recordam-se bem de que passavam fome. De onde vem a origem da cultura de se ter muita comida à mesa, é algo do Norte?Não é só no Norte. Presumo que venha dos dias de festa. Até aos anos 60, para a maior parte das famílias, o quotidiano, tanto no Norte como no Sul, era escasso, mas nos dias de festa, havia abundância (nos casamentos, nos baptizados…). A mesa farta sempre foi algo a que todos aspiravam: era sinal de riqueza, bem-estar, boa situação financeira. O que acontece é que as pessoas quando têm convidados procuram pôr o melhor na mesa. A zona do Norte sempre foi uma zona mais fértil e de emigrantes, sobretudo a partir de finais de século XIX. Revelarostentar essa opulência (na mesa) pode revelar maior disponibilidade financeira. Tem a ver com essa necessidade de querer receber bem e de se mostrar que se está bem.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura campo fome consumo alimentos
Anthony Bourdain: o coração ao pé do estômago
Ele é divertido, simpático e conhecedor. Mas também grosseiro, politicamente incorrecto e implacável. Neste equilíbrio quase sempre instável, mas enriquecedor, Anthony Bourdain, chefe e viajante, é a figura central do programa No Reservations, do Travel Channel, que na semana passada chegou aos 100 episódios. A personagem televisiva reflecte fielmente a sua maneira de ser, diz quem o conhece. Adora Portugal. (...)

Anthony Bourdain: o coração ao pé do estômago
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ele é divertido, simpático e conhecedor. Mas também grosseiro, politicamente incorrecto e implacável. Neste equilíbrio quase sempre instável, mas enriquecedor, Anthony Bourdain, chefe e viajante, é a figura central do programa No Reservations, do Travel Channel, que na semana passada chegou aos 100 episódios. A personagem televisiva reflecte fielmente a sua maneira de ser, diz quem o conhece. Adora Portugal.
TEXTO: Imagine-se um emprego que consiste em andar à volta do mundo descobrindo e divulgando os segredos da gastronomia dos países ou regiões que se visitam. Parece tentador, não? Houvesse concurso público e não faltariam candidatos. . . Mas o lugar já foi arrebatado, por um tipo magro e alto, com um passado de drogas, uma língua bastante suja e um estômago de ferro. Por incrível que pareça, é americano. E o programa também. Há anos que Anthony Bourdain se tornou numa personagem de televisão, já depois de ter escrito um livro que o catapultou para a fama. Corria o ano 2000 quando o então jovem chefe "flambeou" o ambiente gastronómico de Nova Iorque com o seu relato do que se passava e se vivia nos bastidores dos restaurantes da cidade. O livro Kitchen Confidential foi uma espécie de versão longa de um artigo publicado na revista New Yorker (título: "Não coma antes de ler isto"), onde Bourdain relatava pormenores sórdidos e episódios divertidos. Sempre com a comida como pano de fundo. A fama apanhou-o a trabalhar num restaurante famoso da cidade, a Brasserie Les Halles, propriedade do português José Meirelles. "Pusemos um anúncio no jornal e ele foi um dos que se candidataram. Nunca me arrependi de o ter escolhido: trabalhar com ele foi das melhores experiências profissionais que tive", relata o emigrante em Nova Iorque, em contacto telefónico. "Era uma pessoa óptima de se lidar, sempre bem-disposto, bom na cozinha e no ambiente - ele escreve como fala, como é. Com ele, tínhamos uma cozinha eficiente, mas muito divertida. "Quando foi contratado para chefe de cozinha da Brasserie Les Halles, Bourdain já era conhecido como a voz máxima dos anos loucos da gastronomia de Nova Iorque. O livro foi de tal forma marcante que, 15 anos depois, surgiu uma série de televisão que adoptou o tema e o nome - o protagonista chamava-se Jack. . . Bourdain. Só durou uma temporada na Fox. Na altura, nada disto mexeu com José. "As coisas escabrosas que ele conta aconteceram no início da sua carreira [Bourdain começou por lavar pratos em restaurantes e desempenhou outras tarefas menores enquanto passava pelo Vassar College e se formava no Culinary Institute of America, para depois se iniciar nas artes da culinária propriamente dita]. Foi uma fase da vida dele e também uma época que se viveu neste meio em Nova Iorque. No Les Halles não havia sexo na câmara frigorífica. . . "José Meitelles ri-se. "Tony", como ele o trata, portou-se sempre bem enquanto trabalhou no Les Halles (que entretanto fechou, para dar lugar a outro estabelecimento, o Le Marais) e os dois continuam a ver-se de vez em quando - "Só não nos encontramos mais vezes porque ele viaja muito. " Mas o sexo refrigerado até pode bem ser o menos chocante na história de vida de Bourdain. Um excerto do livro, relativo ao ano de 1981, fala por si: "Estávamos constantemente "pedrados" e não perdíamos uma oportunidade de nos pirarmos para o corredor frigorífico, onde "conceptualizávamos". Raramente tomávamos uma decisão sem drogas. " E segue-se uma extensa listagem de substâncias, que inclui os óbvios LSD, cannabis e cocaína, mas também cogumelos alucinogéneos, heroína, barbitúricos, codeína, anfetaminas. . . E etc. Ódio aos vegetarianosNa década de 90 do século passado, isto já são águas passadas. Bourdain torna-se numa personagem pública e em breve a televisão fará dele uma figura planetária. Em 2001, larga tudo e lança-se numa viagem gastronómica à volta do mundo, procurando os verdadeiros sabores do planeta e as culturas que lhes estão subjacentes. O livro A Cook"s Tour e o programa de TV com o mesmo nome são o reflexo dessa odisseia, que o levou às mais exóticas paragens e o colocou frente a frente com as iguarias mais indescritíveis do planeta.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave sexo espécie emigrante
Bento XVI vai exaltar valores da peregrinação, cultura e família
O Papa inicia hoje, em Santiago de Compostela, uma visita de 36 horas a Espanha, que termina amanhã com a consagração da Sagrada Família de Antoni Gaudí. O périplo de Bento XVI suscita entusiasmo na Igreja espanhola e, se em terras galegas marca o fim do Ano Santo Compostelano, já na capital catalã gerou polémica. O Papa pronunciará sete discursos, falando em galego, catalão, castelhano e latim. (...)

Bento XVI vai exaltar valores da peregrinação, cultura e família
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-11-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Papa inicia hoje, em Santiago de Compostela, uma visita de 36 horas a Espanha, que termina amanhã com a consagração da Sagrada Família de Antoni Gaudí. O périplo de Bento XVI suscita entusiasmo na Igreja espanhola e, se em terras galegas marca o fim do Ano Santo Compostelano, já na capital catalã gerou polémica. O Papa pronunciará sete discursos, falando em galego, catalão, castelhano e latim.
TEXTO: Durante as oito horas de estadia em Santiago de Compostela, cidade que nunca visitou, o Papa terá à sua espera uma multidão de peregrinos, muitos dos quais oriundos do Norte de Portugal. A enchente prevista levou a que a missa, a meio desta tarde, seja celebrada ao ar livre, na Praça do Obradoiro, pois na catedral apenas poderiam estar 800 pessoas. Através de nove ecrãs gigantes colocados em vários pontos da cidade, os peregrinos poderão acompanhar a celebração durante a qual serão interpretadas composições de Haendel, Mozart, Bach, Santiago Tafali, Nemésio Garcia Carril e Juan Durán, que estreará a Peregrinação da Fé. Na cidade galega, com motivo do encerramento de mais um Ano Santo Jacobeu, Bento XVI deverá abordar o tema das raízes cristãs da Europa e o valor da peregrinação. Na missa, o Papa falará em castelhano, latim e também em galego, no que a Santa Sé refere ser prova de estima e atenção à cultura galega. Para a realização desta visita não foi estranho o trabalho do antigo alcaide de A Corunha, o socialista Francisco Vásquez, actual embaixador de Espanha no Vaticano. Para a Igreja católica na Galiza, que não recebia uma visita papal desde João Paulo II, em 1982, a presença de Bento XVI é um tónico. Os seus responsáveis esperam revitalizar a tradição jacobeia em terras em que a Igreja tem problemas de escassez e envelhecimento: há 600 padres para 1073 paróquias e a média etária do clero é de 67 anos. A Xunta - o Governo regional da Galiza - investiu três milhões de euros nos preparativos da breve estadia papal e espera uma receita de 17 milhões. A Igreja catalãAmanhã, em Barcelona, é esperada uma afluência de várias centenas de milhares de pessoas às ruas da cidade, à volta da Sagrada Família e na praça de touros da Monumental. Na cidade estarão colocados 31 ecrãs gigantes. E, se a câmara municipal orça em 370 mil euros os preparativos da visita, é calculado que a cidade arrecadará cerca de 30 milhões de euros com a presença de Bento XVI. O motivo da visita do Papa à capital catalã é a dedicação do altar e a consagração, como basílica, da Sagrada Família de Antoni Gaudí, cujo processo de beatificação já está em curso. Na homilia, Bento XVI deverá falar da relação entre a fé religiosa e a cultura, definindo uma nova aliança da Igreja com a arte, na sequência do encontro de 21 de Novembro do ano passado com 260 artistas de todo o mundo na Capela Sistina, no Vaticano. O valor da família é outro dos temas que o Papa deverá abordar, bem como a defesa do diálogo inter-religioso, numa cidade como Barcelona que, fruto da forte imigração, é hoje multiconfessional. A cerimónia será em castelhano, catalão e latim. "Temos notícia da sensibilidade existente na Catalunha e sabemos que essa sensibilidade se encontra num momento peculiar", justificou monsenhor Guido Marini, responsável das cerimónias litúrgicas pontifícias. O que exaltou os nacionalistas catalães, que consideram a visita papal como um passo no reconhecimento de uma Igreja própria. Aliás, na passada segunda-feira, 36 personalidades fizeram publicar, como publicidade, um manifesto no diário italiano Corriere della Sera. O texto, subscrito, entre outros, por Jordi Pujol, ex-presidente da Generalitat, o governo regional, e os abades de Montserrat e Poblet, congratula-se com o que interpretam como um sinal de reconhecimento para a Igreja da Catalunha. Uma reivindicação que data de 1966, quando os católicos nacionalistas lançaram a campanha Volem bisbes catalans [Queremos bispos catalães] e continuada em 1985 pelo documento episcopal Arrels cristianes de Catalunya [As raízes cristãs da Catalunha]. Uma aspiração não reconhecida e que entrou em choque com a Conferência Episcopal Espanhola, apesar de a Igreja na Catalunha gozar de boa saúde: há 485 sacerdotes para 214 paróquias e a média de idade do clero é de 57 anos, uma das mais baixas de Espanha.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Jack LaLanne: o ícone da ginástica morreu aos 96 anos
Jack LaLanne, o ícone e pioneiro da ginástica, morreu este domingo aos 96 anos - 82 anos depois de ter comido a sua última sobremesa. (...)

Jack LaLanne: o ícone da ginástica morreu aos 96 anos
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Jack LaLanne, o ícone e pioneiro da ginástica, morreu este domingo aos 96 anos - 82 anos depois de ter comido a sua última sobremesa.
TEXTO: Associado a um estilo de vida saudável e responsável pela realização dos primeiros programas de ginástica para televisão nos Estados Unidos, Jack LaLanne serviu de inspiração para milhões de pessoas que seguiram os seus conselhos sobre alimentação e os seus passos de ginástica – numa quase obsessão nacional em busca do corpo perfeito. O desportista, que nasceu a 26 de Setembro de 1914, em São Francisco, na Califórnia, filho de imigrantes franceses, acabou por não resistir às complicações respiratórias que teve na sequência de uma pneumonia. LaLanne morreu na sua casa, em Morro Bay, na costa da Califórnia, segundo informou o seu agente, Rick Hersh, citado pelo Guardian, que garantiu que praticou desporto todos os dias até ao final da sua vida. “Não só perdi o meu marido e um grande ícone americano, como também perdi o meu melhor amigo e o parceiro mais amoroso que qualquer pessoa sonhou ter”, disse, por seu lado, a sua mulher, Elaine LaLanne, com quem esteve casado 51 anos e com quem apareceu várias vezes nos programas televisivos. O programa de ginástica de LaLanne tornou-se num marco entre os anos 50 e 80. Com a ajuda do seu cão Happy encorajava as crianças a saírem da cama e a convocarem toda a família para assistir à aula televisiva. O conceito de LaLanne era simples: estimular exercícios que pudessem ser desenvolvidos com os objectos normais do dia-a-dia, como toalhas e cadeiras. “A única maneira de magoar o seu corpo é não o utilizar”, costumava dizer o professor, que defendia que nunca é tarde para começar a fazer exercício e que considerava a inactividade como “um assassino”. Além do programa, LaLanne criou a partir de 1936 uma rede ginásios com o seu nome e, nos últimos anos, promoveu o consumo de frutas e legumes crus para ajudar a vender um espremedor chamado Power Juicer Jack LaLanne's. O seu primeiro ginásio está na base daquilo que hoje consideramos um health club, já que tinha até um espaço de sumos naturais e de venda de comida saudável. O interesse do desportista pela área surgiu precisamente depois de ouvir uma palestra do nutricionista Paul Bragg sobre os benefícios dos cereais integrais e de uma dieta vegetariana, passando a defender os malefícios de toda a comida que é produzida pelo homem e que sabe bem. LaLanne chegou a nadar longos percursos algemado e manteve-se activo até ao final da sua vida, com uma rotina que incluía duas horas e musculação e uma de natação. Em 2006 ironizou que não se podia dar ao luxo de morrer pois isso “arruinaria” a sua imagem.
REFERÊNCIAS:
Em Lisboa, o único contrato de associação é do S. João de Brito
O Colégio de S. João de Brito é o único com contrato de associação na cidade de Lisboa. Nenhuma das escolas públicas vizinhas, as secundárias do Lumiar e Dom José, têm ensino de adultos. O S. João de Brito oferece ensino recorrente, desde 1952, diz António Valente, director do colégio. (...)

Em Lisboa, o único contrato de associação é do S. João de Brito
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Colégio de S. João de Brito é o único com contrato de associação na cidade de Lisboa. Nenhuma das escolas públicas vizinhas, as secundárias do Lumiar e Dom José, têm ensino de adultos. O S. João de Brito oferece ensino recorrente, desde 1952, diz António Valente, director do colégio.
TEXTO: Desde a década de 1980 que o Ministério da Educação (ME) começou a assinar contratos de associação com o colégio dos jesuítas, para que estes mantenham o ensino de adultos para "alunos carenciados". António Valente lembra que, apesar de os estudantes do ensino diurno pagarem e de serem de classe média e média alta, os alunos da noite são daquela zona da cidade, onde há vários bairros sociais, além de imigrantes. O colégio começou recentemente a receber estudantes que querem um "ensino diferenciado e de qualidade" diferente da actual "educação de adultos, que se tornou massificadora e pouco potenciadora", explica o responsável. Com 256 alunos à noite, o ME está a pagar apenas 150. Desde o início do ano lectivo que o colégio espera receber do Estado pelos restantes estudantes. Entretanto, "o dia suporta o défice da noite", ou seja, a gestão é feita com os dinheiros recebidos pela frequência dos alunos do ensino diurno. Golfe e cavalosAnteontem, Isabel Alçada disse recusar-se a pagar "privilégios e lucros de algumas instituições que constroem piscinas, que oferecem golfe, que têm equitação". O PÚBLICO fez uma ronda pelas páginas de Internet de algumas das escolas com contrato de associação e verificou que várias têm piscinas, pavilhões, pistas de crosse e há uma com um centro de estágios. No âmbito do desporto escolar existem pelo menos duas escolas públicas que oferecem equitação, a básica de Trancoso e a secundária Alves Martins, em Viseu. E meia dúzia oferecem golfe, na região Oeste.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave educação
Reportagem: "Somos um país tranquilo. Não somos o país de Laurent Gbagbo"
O histórico PAICV pede uma inédita terceira maioria absoluta. O MpD, que governou nos anos 1990, tenta regressar ao poder (...)

Reportagem: "Somos um país tranquilo. Não somos o país de Laurent Gbagbo"
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-02-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: O histórico PAICV pede uma inédita terceira maioria absoluta. O MpD, que governou nos anos 1990, tenta regressar ao poder
TEXTO: Os ecos da campanha ainda se ouvem em Cabo Verde, que amanhã, pela quinta vez em 20 anos, elege democraticamente o seu Parlamento. O calor da luta eleitoral e mesmo as trocas de acusações mais duras, que passaram por denúncias recíprocas de compra de votos, não parecem beliscar o modo sereno como as eleições estão a ser encaradas. "Somos um país tranquilo. Não há essas coisas de violência. Nós não somos como o país de Laurent Gbagbo", respondeu ontem José António, um motorista cabo-verdiano da Cidade da Praia, quando questionado sobre o dia seguinte às eleições. Gbagbo, Presidente cessante da Costa Marfim, recusa-se a deixar o poder, apesar de ter perdido as eleições de Novembro do ano passado. Camilo da Graça, diplomata e professor universitário cabo-verdiano de Relações Internacionais, confirma que os cidadãos "recusam a comparação com alguns exemplos tristes de países vizinhos nessa matéria de democracia" e têm orgulho na boa imagem externa. A tranquilidade com que as eleições estão a ser encaradas é também o resultado da experiência de duas décadas de democracia com alternância pacífica, factor que contribuiu em muito para construir a imagem de serenidade e progresso do país, independentemente da orientação política do Governo. A boa governação é outro traço associado a este país muito dependente do exterior - quer das remessas de emigrantes quer da ajuda pública ao desenvolvimento, que nos últimos anos perdeu peso em favor do investimento directo estrangeiro, como assinala Vítor Reis, economista português que se doutorou com uma tese sobre estratégias de desenvolvimento em Cabo Verde. "À espera do melhor"Em vésperas de eleições, os cabo-verdianos parecem ter interiorizado a ideia de que a sua vida continuará sem sobressaltos, que não haverá grandes rupturas e que o melhor está para vir. "Ou fica José Maria Neves ou ganha Carlos Veiga, esperamos sempre o melhor", confirma José António. Neves é o actual primeiro-ministro e líder do PAICV, o "PAI", antigo partido único, de esquerda, e procura um inédito terceiro mandato consecutivo, após as vitórias de 2001 e 2006. Tem agora 41 deputados. Veiga será o chefe do Governo se o MpD, partido da família política do PSD português, conseguir regressar ao poder que deteve na década de 1990, após a adopção do multipartidarismo. São os únicos que concorrem em todos os 13 círculos eleitorais. Têm agora 29 deputados. Quando ontem chegaram à Cidade da Praia, vindos da ilha de São Vicente, a segunda com maior peso eleitoral, os dois líderes adoptaram um discurso optimista nas declarações que fizeram ao PÚBLICO. "Espero reforçar a maioria", disse José Maria Neves. "Fui recebido com um extraordinário carinho em todas as ilhas", referiu o presidente do "PAI", que destacou a "boa adesão" à campanha e pediu aos eleitores que "votem sobretudo em Cabo Verde, porque Cabo Verde não pode parar, não pode fazer marcha atrás". Um par de horas antes Carlos Veiga manifestara-se "animadíssimo", com o modo como correram as duas semanas de campanha, e esperançado na boa adesão dos eleitores. "Vamos ganhar. Não tenho dúvidas de que vamos ganhar, afirmou. "Os cabo-verdianos podem estar tranquilos. A alternância de poder é boa e não vai haver problemas nenhuns. Vamos criar condições para que a vida das pessoas melhore. " "Muda" ou "Manti""A resposta que amanhã será pedida aos cabo-verdianos é entre o "Mesti Muda" - slogan em crioulo que defende a necessidade de mudar - lançado pelo MpD; e o "Mesti Manti" - algo como: É preciso continuar - com que respondeu o PAICV, invocando a obra feita.
REFERÊNCIAS:
Partidos PSD
EUA dizem que Portugal compra “brinquedos caros e inúteis” por “orgulho”
Um telegrama divulgado pela WikiLeaks e enviado para Washington pelo então embaixador dos Estados Unidos em Lisboa, Thomas Stephenson, arrasa os negócios do Ministério da Defesa português. (...)

EUA dizem que Portugal compra “brinquedos caros e inúteis” por “orgulho”
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento -0.5
DATA: 2011-02-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um telegrama divulgado pela WikiLeaks e enviado para Washington pelo então embaixador dos Estados Unidos em Lisboa, Thomas Stephenson, arrasa os negócios do Ministério da Defesa português.
TEXTO: “No que diz respeito a contratos de compras militares, as vontades e acções do Ministério da Defesa parecem ser guiadas pela pressão dos seus pares e pelo desejo de ter brinquedos caros. O ministério compra armamento por uma questão de orgulho, não importa se é útil ou não. Os exemplos mais óbvios são os seus dois submarinos (actualmente atrasados) e 39 caças de combate (apenas 12 em condições de voar)”, lê-se num pequeno parágrafo a meio do telegrama de seis páginas citado pelo Expresso. O semanário anunciou esta semana que se juntou aos jornais mundiais que divulgam os documentos da WikiLeaks e vai, assim, analisar os 722 telegramas da Embaixada dos Estados Unidos em Lisboa que integram o seu espólio. O telegrama intitulado “O que há de errado no Ministério da Defesa português” foi enviado em 5 de Março de 2009 e a diplomacia norte-americana é a arrasadora para a pasta da Defesa, apesar de incorrer em alguns erros factuais. Thomas Stephenson, que foi embaixador em Lisboa entre Novembro de 2007 e Junho de 2009, escreve também que o país não tem sistemas de mísseis, o que significa que os submarinos não têm capacidade de ataque em caso de missão. “Complexo de inferioridade”Depois, o diplomata diz que Portugal sofre de um complexo de inferioridade e que tem a percepção de que é mais fraco do que os aliados, acabando por gastar em submarinos dinheiro que faz falta noutras áreas. E dá o exemplo de que Portugal tem poucos navios patrulha para a defesa do litoral e para lutar contra o narcotráfico e a imigração e pescas ilegais. “Com 800 quilómetros de costa e dois arquipélagos distantes para defender, os submarinos alemães comprados em 2005 não são o investimento mais sensato”, explica Stephenson que, contudo, mostra algum desconhecimento, já que os submarinos estão equipados com torpedos, minas e um sistema de mísseis Harpoon – curiosamente fabricado nos Estados Unidos. O diplomata explica também que Portugal é pressionado a fazer compras aos parceiros europeus, em vez de optar por material dos Estados Unidos, dando o exemplo das fragatas holandesas adquiridas em 2006, em detrimento das norte-americanas, por decisão do então ministro da Defesa, Luís Amado. “O Ministério da Defesa optou por gastar mais de 300 milhões de euros em fragatas holandesas usadas. As americanas teriam exigido apenas cerca de 100 milhões de euros na sua modernização e apoio logístico”, especifica. Nas mensagens enviadas a Washington, o embaixador passa a imagem de um país de “generais sentados”, dizendo que o Ministério da Defesa não é capaz de tomar decisões e que “os militares têm uma cultura de status quo, em que as posições-chave são ocupadas por carreiristas que evitam entrar em controvérsias”. O embaixador sublinha ainda que o dinheiro na Defesa é gasto de forma imprudente e que Portugal tem mais almirantes e generais por soldado do que quase todas as outras forças armadas. Thomas Stephenson tece comentários específicos sobre antigo ministro da Defesa Nuno Severiano Teixeira, num outro telegrama enviado a 6 de Março de 2009: “Embora seja reconhecido como um académico brilhante, Teixeira é considerado um ministro da Defesa fraco, não muito respeitado pelas chefias militares, ridicularizado pela imprensa e com pouca influência dentro do Governo português. ” O embaixador diz que quando Severiano Teixeira sucedeu a Luís Amado no cargo “não tinha experiência em liderança nem experiência militar”. Por seu lado, o secretário de Estado da Defesa, João Mira Gomes, actual embaixador português na NATO, é descrito como “quase o oposto de Teixeira”. Nenhum dos dois quis fazer comentários ao Expresso.
REFERÊNCIAS:
Entidades NATO
Telegramas norte-americanos também se ocuparam de questões bizarras
Chips em detidos de Guantánamo, debate sobre ursos alemães ou o whiskey do Iémen... Aqui ficam algumas das revelações mais estranhas da WikiLeaks. (...)

Telegramas norte-americanos também se ocuparam de questões bizarras
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.2
DATA: 2010-12-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Chips em detidos de Guantánamo, debate sobre ursos alemães ou o whiskey do Iémen... Aqui ficam algumas das revelações mais estranhas da WikiLeaks.
TEXTO: Arábia Saudita e os chipsO Rei Abdullah, da Arábia Saudita, sugeriu ao conselheiro contraterrorismo do Presidente norte-americano, Barack Obama, que implantasse cirurgicamente chips de localização nos detidos que seriam libertados da prisão norte-americana em Guantánamo, conta o diário norte-americano "Christian Science Monitor", com base nos telegramas divulgados pela WikiLeaks. Afinal, argumentou Abdullah com John Brennan, isso é feito frequentemente com cavalos e falcões. A resposta de Brennan: “Os cavalos não têm bons advogados. ”Whiskey contrabandeado no Iémen, só se for de qualidadeO Presidente do Iémen, Ali Abdullah Saleh, disse ao general norte-americano David Petraeus estar preocupado com contrabando de armas e drogas vindas do Djibouti, relata o "Christian Sciente Monitor". Mas queria passar uma mensagem para o Presidente do país vizinho: “Diga a Ismail Guelleh que não me importo se ele contrabandear whisky para o Iémen”, afirmou Saleh, ponto apenas uma condição: “Mas só se for bom whiskey. ”Os (maus) modos do príncipe AndréA monarquia britânica também sofre com as divulgações do Cablegate. Num telegrama, um diplomata norte-americano relata um encontro com o príncipe André, num hotel no Quirguistão em 2008, em que o duque falou mal dos jornalistas de investigação, das forças anti-corrupção do Reino Unido, da atitude francesa em relação à corrupção e ainda troçou da ignorância americana em relação à geografia. Tudo em “linguagem obscena no melhor estilo britânico”, comentou o diplomata, citado pelo "New York Times". O telegrama deu manchetes na imprensa e o tablóide britânico "Daily Mirror" não hesitou em chamar “Duke of Yuk” ao duque de York. A morte do urso alemãoUm dos assuntos a receber atenção dos telegramas vindos da Alemanha em 2006 foi a novela à volta de Bruno, o primeiro urso selvagem a entrar na Alemanha em 170 anos, que acabou morto por caçadores na Baviera, diz a revista alemã “Der Spiegel”. As declarações do governador bávaro, Edmund Stoiber, foram restransmitidas a Washington pelo consulado de Munique. Stoiber discorreu sobre as várias categorias de ursos – “o urso normal, o urso maldoso e o urso problemático”. Disse que a Baviera teria “todo o gosto em acolher” o “urso normal”, “um urso que normalmente vive na floresta, não sai de lá e mata provavelmente uma ou duas ovelhas por ano”. No entanto Stoiber declarou que Bruno, que tinha vindo dos Alpes italianos, era “um urso problemático”. E assim, foi abatido. Análise dos diplomatas: o urso foi abatido porque não estava disposto a “adaptar-se à cultura e tradições alemãs”, como exige aos imigrantes repetidamente o ministro do Interior da Baviera. E os alemães, concluíram , apesar da capa ecológica e “verde”, ainda tem dificuldade em aceitar “natureza não domada”. Kadhafi, do flamenco à tenda na ONUOs telegramas norte-americanos revelaram ainda mais excentricidades do líder líbio do que as que já eram agora conhecidas. Num dos episódios, ocorrido em Novembro do ano passado, dá-se conta de um Muammar Kadhafi em fúria por não o terem autorizado a erguer a sua tenda beduína perto da ONU em Nova Iorque - o que viu como uma “humilhação”. Assim, deixou material nuclear guardado por apenas uma pessoa e ameaçou não o enviar para ser destruído, como tinha prometido. O potencial desastre nuclear acabou no entanto por se resolver, e Kadhafi deu autorização a que o urânio seguisse para a Rússia. Um outro detalhe no telegrama sobre as “excentricidades” de Kadhafi mencionava, entre outras, o facto de o líder líbio ser um grande fã de flamenco.
REFERÊNCIAS:
A recessão política da América
Presentemente, há 36% de probabilidades de que os Estados Unidos estejam em recessão no próximo ano. A razão é inteiramente política: a polarização partidária alcançou níveis nunca antes vistos, ameaçando empurrar a economia dos EUA para o fundo de um “abismo fiscal” – os aumentos de impostos e cortes na despesa automáticos que produzirão efeitos no início de 2013, a não ser que Democratas e Republicanos concordem em contrário. Há mais de um século, durante a primeira Era Dourada, a política Americana estava também profundamente polarizada. Em 1896, o futuro Presidente Theodore Roosevelt era um cão de ataque Repu... (etc.)

A recessão política da América
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-12-02 | Jornal Público
TEXTO: Presentemente, há 36% de probabilidades de que os Estados Unidos estejam em recessão no próximo ano. A razão é inteiramente política: a polarização partidária alcançou níveis nunca antes vistos, ameaçando empurrar a economia dos EUA para o fundo de um “abismo fiscal” – os aumentos de impostos e cortes na despesa automáticos que produzirão efeitos no início de 2013, a não ser que Democratas e Republicanos concordem em contrário. Há mais de um século, durante a primeira Era Dourada, a política Americana estava também profundamente polarizada. Em 1896, o futuro Presidente Theodore Roosevelt era um cão de ataque Republicano. Denunciou o candidato presidencial Democrata William Jennings Bryan como um mero fantoche do sinistro governador do Illinois, John Peter Altgeld. Bryan, disse Roosevelt, “seria como barro nas mãos do oleiro sob o astuto controlo do ambicioso e sem escrúpulos comunista do Illinois. ” A “livre cunhagem de prata” seria “não mais que um passo na direcção do socialismo geral que constitui a doutrina fundamental da sua crença política. ” Ele e Altgeld “tentaram subverter as … políticas essenciais que têm controlado o governo desde a sua fundação. ”Essa linguagem é tão extrema como a que ouvimos actualmente – e vinda de um homem que estava prestes a tornar-se Vice-Presidente (e mais tarde Presidente, após o assassinato de William McKinley). Ouvimos o Governador do Texas Rick Perry apelar obliquamente ao linchamento do seu colega Republicano, o Presidente da Reserva Federal Ben Bernanke, caso ele fosse ao Estado da Estrela Solitária (NdT: Lone Star State no original). E vimos o Secretário de Estado do Kansas Kris Kobach explorar a possibilidade de suspender o Presidente Barack Obama da votação no Kansas, porque, sugeria Kobach, Obama “não é um cidadão natural dos EUA”. Mas nem Perry nem Kobach deverão algum dia ser presidentes dos EUA, ao passo que Theodore Roosevelt era mais que um correligionário. Estabelecia alegremente acordos com os Democratas – para se colocar na liderança não apenas do Partido Republicano mas também da bipartidária coligação Progressiva, quer tentando submeter as duas forças em simultâneo, quer avançando e recuando entre elas para atingir objectivos legislativos e políticos. Obama segue genericamente a política de segurança de Ronald Reagan (do segundo mandato), a política de despesas de George H. W. Bush, a política fiscal de Bill Clinton, a política regulatória financeira do apartidário Squam Lake Group, a política de imigração de Perry, a política de mudança climática de John McCain, e a política de cuidados de saúde de Mitt Romney (pelo menos enquanto Romney foi governador do Massachusetts). E, no entanto, Obama está perto de não ter quaisquer Republicanos a apoiar as suas próprias políticas. De facto, como Clinton antes dele, Obama não tem sido capaz de conseguir que senadores Republicanos como Susan Collins votem na sua própria política de financiamento de campanhas, que McCain vote na sua própria política de mudança climática, e – mais risivelmente – que Romney apoie o seu próprio plano de cuidados de saúde. Do mesmo modo, não tem sido capaz de fazer com que o candidato Republicano a Vice-Presidente Paul Ryan apoie as suas próprias propostas de controlo de custos no Medicare. Há razões óbvias para isto. Uma grande fatia das bases Republicana, incluindo muitos dos maiores financiadores do partido, acredita que qualquer presidente Democrata é um inimigo ilegítimo da América, fazendo com que tudo o que é proposto por um titular deva estar errado e por isso deva ser contrariado. E os quadros Republicanos acreditam ainda mais nisto relativamente a Obama do que acreditavam relativamente a Clinton. Este ponto de vista influencia claramente os Republicanos que ocupam cargos oficiais, que temem a besta partidária que opera as bases de contactos telefónicos das suas campanhas e detém os cordões da bolsa. Além disso, logo desde a eleição de Clinton em 1992, os que lideravam o Partido Republicano acreditaram que criar impasses de todas as vezes que um Democrata está na Casa Branca, demonstrando assim a incapacidade governamental de agir, é o melhor caminho para o seu sucesso eleitoral. Estes foram os cálculos dos Republicanos em 2011-2012. E a eleição de Novembro não mudou o equilíbrio do poder em qualquer instância do governo Americano: Obama permanece Presidente, os Republicanos continuam com o controlo da Casa dos Representantes, e os Democratas controlam o Senado. Agora, é possível que os legisladores Republicanos se revoltem contra os seus líderes, argumentando que concorreram ao governo para governar, e não para paralisar o governo na esperança de que, assim fazendo, dariam ao partido o poder para reinar como quisesse após a próxima eleição. É possível que líderes Republicanos como os Representantes John Boehner e Eric Cantor e o Senador Mitch McConell concluam que a sua política de obstrução tem sido um falhanço. Podem notar que, embora a economia permaneça profundamente perturbada e deprimida no rescaldo de uma crise financeira que eles próprios encenaram, as políticas de Obama têm sido de longe as mais bem-sucedidas em todos os países desenvolvidos, e concluir que ele tem sido um presidente relativamente bom, e que vale a pena apoiar. Mas não contem com isso. Neste momento, todos os políticos experientes da América estão a dizer aos seus favoritos na imprensa que estão confiantes que o compromisso sobre o “abismo fiscal” será conseguido antes do fim de Dezembro. Mas dizem isto aos seus favoritos porque pensam que um seu pessimismo no presente levará a que os culpem mais tarde pelo impasse. Parece-me que há cerca de 60% de probabilidades de que a verdadeira negociação não comece até que as taxas de imposto subam, a 1 de Janeiro. E parece-me que, se o impasse continuar em 2013, haverá 60% de probabilidades de que os EUA sejam empurrados outra vez para a recessão. Vamos esperar que seja curta e superficial. Traduzido do inglês por António Chagas
REFERÊNCIAS: