O púlpito dos charlatões
Há assuntos sobre os quais a televisão, seja pelas características e exigências actuais, seja pela profunda ignorância e filistinismo dos autores e apresentadores dos programas, presta um serviço fraudulento de desinformação. (...)

O púlpito dos charlatões
MINORIA(S): Animais Pontuação: 11 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Há assuntos sobre os quais a televisão, seja pelas características e exigências actuais, seja pela profunda ignorância e filistinismo dos autores e apresentadores dos programas, presta um serviço fraudulento de desinformação.
TEXTO: Na passada segunda-feira vi o programa Prós e Contras, na RTP 1, e a conclusão a que cheguei, no final, é que há assuntos sobre os quais a televisão, seja pelas características e exigências actuais deste medium, seja pela profunda ignorância e filistinismo dos autores e apresentadores dos programas, presta um serviço fraudulento de desinformação, presta-se a ser o veículo de ideias que não deveriam poder ser difundidas e amplificadas num estação pública, em programas que se reclamam do estatuto de serviço público. “Os movimentos a favor dos animais, ou melhor, os movimentos contra a crueldade com os animais, fazem parte da tradição humanista dos séculos XIX e XX. ” José Pacheco Pereira, PÚBLICO, 17/11/2018José Pacheco Pereira escreveu uma crónica a defender o fim das touradas, intitulada Os que “amam” muito os touros e os torturam e matam. Há uma passagem dessa crónica, acima citada, que gostaria de refutar. A tradição humanista, seja ela de que século for, é precisamente a ideologia que está na base das convicções acerca dos homens, dos animais, da natureza e da técnica que servem ainda de argumento para quase tudo, inclusivamente para apoiar as touradas. O nazismo foi um humanismo (como foi dito por um filósofo que escreveu sobre o assunto). Até na globalização há um humanismo integral. Na nossa época, impôs-se em certos domínios a noção de pós-humano, mas o humanismo é muito perseverante. Não é fácil alguém declarar-se anti-humanista. Pensa-se logo que é um misantropo e não alguém que recusa a máquina antropológica que nega a verdadeira fractura do homem. O nível da abjecção e da total ausência de pudor é diariamente atingido naqueles programas da manhã e da tarde que supõem a existência de um público lobotomizado. Mas aqui, nos Prós e Contras, apesar da deriva demagógica do título, indiciando que há muita probabilidade de as coisas não correrem bem, supõe-se que é um programa para uma classe de espectadores bem informados, que esperam muito mais do que um serão de entretenimento. O último Pros e Contras era sobre as touradas, sobre as razões que levam uns a defender que elas devem ser mantidas e sobre as razões que levam outros a defender que elas deviam ser abolidas. Como sabemos, este debate está instalado entre nós com bastante virulência e já se percebeu que ele é extremamente incómodo para alguns partidos políticos e para o Governo, que quer fugir dele como o diabo da cruz. É preciso dizer que ele não deve ser desvalorizado, com aquele argumento de que há coisas muito mais importantes e esta não passa de algo inócuo. O que está aqui em jogo, a discussão de fundo, é algo fundamental que se inscreve no cerne da biopolítica contemporânea. A ideia de que está em curso ou já se consumou um animal turn, uma viragem animal, convoca-nos hoje seriamente através de uma bibliografia imensa que se tem produzido nos últimos anos sobre o assunto, vinda sobretudo dos lados da filosofia. O que descobrimos quando frequentamos esta vasta bibliografia é que a questão animal, nas suas mais variadas dimensões (morais, antropológicas, legais, etc. ), incluindo a questão maior de saber se eles podem e devem ser sujeitos de direito, está presente nos grandes obras de filosofia, desde Aristóteles a Heidegger, de Derrida e Martha Nussbaum. Está longe, portanto, de ser uma questão exclusiva do nosso tempo. Daí que seja chocante ouvir pessoas que são chamadas a falar sobre o assunto porque lhes é conferida, por qualquer razão, autoridade para tal, mas discorrem sobre ele com a maior das ignorâncias. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Neste último Pros e Contras destacou-se neste exercício de desinformação e de ignorância um aficionado chamado Luís Capucha, imbuído de filosofia das Lezírias que nem dá para comentar neste espaço. Mas vale a pena revisitar um dos seus argumentos, o de que regime nazi foi muito amigo dos animais e fez legislação que o comprova, para dizer que esse mito com origem na propaganda (“O nosso Führer ama os animais”) já foi longamente desmentido, em primeiro lugar por Victor Klemperer, o autor de LQI. A Linguagem do III Reich. E, no início dos anos 90, em França, Luc Ferry publicou um livro onde transmitia essa mensagem (e onde traduzia documentos da legislação nazi) que foi muito contestado e deu origem a uma enorme polémica. Ora, o que se passa entre nós é que alguém (na circunstância, um professor universitário de Sociologia) pode dar-se ao luxo de fazer afirmações na televisão como se fossem verdades irrefutáveis, desconhecendo ou fazendo que desconhece a contestação e a polémica que elas suscitaram. Este dispositivo retórico, propagandístico e inimigo do saber e da ciência porque é usado com fins exclusivamente ideológicos é o do discurso político, em relação ao qual já criámos muitas defesas, mas não pode ser a regra numa discussão na televisão pública, sobre um assunto sério, para o qual se convida, para o debate, “especialistas”, gente a quem se confere uma qualquer autoridade. O sociólogo, o aficionado, o propagandista e o inimigo do saber, tudo na mesma pessoa, só na televisão é que é possível.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens homem animal
Um livro zangado com a América dá a Ta-Nehisi Coates o National Book Award
É um documento de denúncia escrito em forma de uma carta ao seu filho adolescente. Fala da experiência de ser negro na América e fez do seu autor um nome obrigatório em pleno debate sobre questões raciais. Chama-se Between the World And Me. (...)

Um livro zangado com a América dá a Ta-Nehisi Coates o National Book Award
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 11 | Sentimento -0.5
DATA: 2015-11-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: É um documento de denúncia escrito em forma de uma carta ao seu filho adolescente. Fala da experiência de ser negro na América e fez do seu autor um nome obrigatório em pleno debate sobre questões raciais. Chama-se Between the World And Me.
TEXTO: Uma semana antes de acontecer, a conversa com Ta-Nehisi Coates numa livraria de Brooklyn tinha os lugares esgotados. Os funcionários pediam desculpa. Nada a fazer. No Verão, em Julho, o colaborador da Atlantic, onde escreve sobre cultura, política e sociedade, publicara Between the World And Me, um testemunho pessoal, escrito como uma carta ao seu filho adolescente, Samori, sobre a experiência de crescer e ser negro na América. A sua escrita visceral e clara valeu-lhe comparações com James Baldwin, um autor envolvido na luta pelos direitos civis da população negra nos Estados Unidos na década de 60, e que foi talvez o primeiro escritor negro a conseguir fazer chegar aos brancos americanos toda a emoção de existir na diferença. Toni Morrison, Nobel da Literatura em 1993, afirmou que Coates veio preencher o vazio intelectual deixado após a morte de Baldwin, e Alberto Manguel, numa entrevista dada ao PÚBLICO em Outubro, considerou-o uma das suas descobertas recentes mais estimulantes. O livro de Ta-Nehisi Coates venceu na quarta-feira à noite o National Book Award para não-ficção, um dos mais prestigiantes prémios literários na América. Numa conversa com o escritor na revista New Yorker, o jornalista e escritor David Remnick referiu-se ao livro como sendo uma polémica com memória incluída, e Ta-Nehisi concordou. Falamos de um documento que chegou em pleno debate sobre as questões raciais nos Estados Unidos, meses depois de algumas das acções mais mediáticas do movimento I Can’t Breath, o grito que se ouviu nas ruas das principais cidades americanas após a morte de Eric Garner em Staten Island, em Julho de 2014, asfixiado por um polícia. Era mais uma morte a juntar a outras onde as vítimas eram negros e havia um sentimento de impunidade face a quem matava. Como a morte de Prince Jones, assassinado em 2000 por um polícia no norte da Virgínia. Jones era amigo de Ta-Nehisi Coates e Between the World And Me nasceu do sentimento de impotência e da raiva face a essa morte e foi alimentado pelas que se seguiram. “Sempre que ligamos a televisão, vemos algum tipo de violência dirigida a negros. Uma e outra vez. E continua a acontecer”, disse na noite de quarta-feira, no discurso de entrega do prémio, depois de ter sido protagonista de muitas conversas, palestras, debates ao longo dos últimos meses. O nome de Ta-Nehisi Coates passou a ser obrigatório sempre que se fala de tensões raciais ou de direitos de negros ou de exclusão na América. A atenção sobre ele levou, por exemplo, a que o vencedor do National Book Award para Ficção, quase sempre o protagonista deste prémio, ficasse em segundo plano na hora de se conhecer os vencedores. Na sua edição de quinta-feira, o New York Times escolhia uma foto de Ta-Nehisi Coates para ilustrar o artigo sobre o prémio, que titulava simplesmente “Ta-Nehisi Coates vence o National Book Award”. Só no terceiro parágrafo referia que Adam Johnson vencera em ficção com o volume de contos Fortune Smiles (Doubleday), e muito mais à frente acrescentava que Don DeLillo recebera a medalha de carreira. Between The World And Me (Penguin) não é o primeiro livro de Ta-Nehisi Coates, que já explorara o mesmo tema em The Beautiful Struggle (2009), um volume de memórias que parte da relação com o seu pai, William Paul Coates, um editor de títulos ligados à comunidade negra, casado quatro vezes e pai de sete filhos, que viviam com as suas mães e só esporadicamente encontravam o pai. Ta-Nehisi é filho do segundo casamento. Nasceu em 1975 em Baltimore, cresceu politicamente influenciado por Malcom X e é um admirador confesso de James Baldwin. Neste livro zangado com uma América que não acolhe todos da mesma forma, confessa de forma muito íntima o medo de um pai em relação ao futuro do seu filho. “Escrevo-te no teu 15º aniversário”, começa por explicar, “escrevo-te porque este foi o ano em que viste Eric Garner ser sufocado até à morte por vender cigarros na rua…”
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos morte violência cultura exclusão filho negro comunidade adolescente medo casamento negra
Portugueses estão a viver até aos 80,41 anos em média
A esperança média de vida em Portugal aumentou dos 79,29 anos em 2008-2010 para os actuais 80,41 anos. As mulheres tendem a viver mais tempo, mas o intervalo está a encurtar-se. (...)

Portugueses estão a viver até aos 80,41 anos em média
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 10 | Sentimento -0.15
DATA: 2017-02-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: A esperança média de vida em Portugal aumentou dos 79,29 anos em 2008-2010 para os actuais 80,41 anos. As mulheres tendem a viver mais tempo, mas o intervalo está a encurtar-se.
TEXTO: Apesar da crise, e dos reflexos que esta possa ter tido em termos de acesso aos cuidados de saúde, os portugueses estão a viver mais tempo: a esperança de vida à nascença aumentou para os 80, 41 anos, no triénio 2013-2015, segundo os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Entre 2008 e 2010, o número médio de anos que cada um poderia viver era de 79, 29 anos. Além dos ganhos na esperança média de vida, encurtou-se, nestes anos de forte crise económica e social, a diferença entre homens e mulheres. No período agora em análise, os homens podem contar com uma esperança média de vida à nascença de 77, 36 anos, enquanto entre as mulheres esse valor sobe para os 83, 23 anos. É uma diferença de 5, 87 anos. Em 2008-2010, porém, essa diferença chegava aos 6, 02 anos. “Havia um [desfasamento na esperança de vida entre homens e mulheres] que se vinha mantendo constante e que se estreitou agora. Isso significa que estamos a conseguir controlar algumas causas de morte no sexo masculino”, interpreta Maria Filomena Mendes, presidente da Sociedade Portuguesa de Demografia. “Na detecção precoce de alguns problemas de saúde, nos cuidados na alimentação e na gestão pessoal da saúde, as mulheres tendem a ter maiores cuidados, o que poderá ajudar a perceber que vivam mais anos. Mas actualmente os homens tendem também a adoptar alguns desses comportamentos e penso que, e falando em termos muito genéricos, é por aí que estamos a conseguir reduzir as principais causas de morte ligadas a problemas relacionados com o sistema circulatório, os enfartes de miocórdio, os acidentes vasculares cerebrais…”, admite ainda a demógrafa. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Para o estreitamento do intervalo entre homens e mulheres, no que à esperança de vida diz respeito, terão ainda contribuído outros factores. “Tradicionalmente, os homens tinham uma maior exposição ao risco de acidentes rodoviários, profissões de maior risco e hábitos de consumo de álcool e tabaco. Hoje, as mulheres também estão expostas a isto tudo”. Curiosamente, a esperança de vida à nascença difere de região para região. No Centro, esse valor é de 80, 8 anos para o total da população, sendo que, no Cávado, Coimbra e Leiria, a esperança média de vida para ambos os géneros atinge valores acima dos 81 anos. Os Açores e a Madeira são, por outro lado, as regiões que apresentam uma menor esperança de vida à nascença, sempre abaixo dos 78 anos. E são também aquelas onde o intervalo entre homens e mulheres é maior, o que poderá explicar-se pelo “acesso à saúde um bocadinho diferenciado”, entre homens e mulheres. Seja como for, e a apesar de as mulheres na Madeira poderem contar viver em média mais 7, 54 anos do que os homens, estas diferenças regionais e entre géneros têm vindo a esbater-se, ou seja, “o país está a caminhar para a harmonização destes valores”, segundo assevera Maria Filomena Mendes. Quanto à esperança de vida aos 65 anos, atingiu os 19, 19 anos, para o total da população. Mas também aqui as perspectivas parecem mais risonhas para as mulheres. Enquanto os homens de 65 anos podem esperar viver, em média, mais 17, 32 anos, as mulheres com aquela idade ainda podem aspirar a mais 20, 67 anos de vida, o que representa ganhos de 0, 58 e 0, 64 anos, respectivamente, face a 2008-2010.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homens social consumo sexo mulheres
Esperança média de vida pode ultrapassar os 90 anos em 2030
Segundo um estudo, Portugal regista das maiores subidas na esperança de vida das mulheres. (...)

Esperança média de vida pode ultrapassar os 90 anos em 2030
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 10 | Sentimento -0.15
DATA: 2017-02-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Segundo um estudo, Portugal regista das maiores subidas na esperança de vida das mulheres.
TEXTO: A expectativa de vida deve continuar a subir nos países desenvolvidos e em alguns deles superar os 90 anos, com Portugal a ter das maiores subidas na esperança de vida das mulheres, indica um estudo publicado esta terça-feira. O estudo foi publicado na revista de ciência médica The Lancet, e inclui 35 países, apontando que será a Coreia do Sul a ter provavelmente um maior aumento da expectativa de vida. Comparando as previsões para 2030 com a realidade de 2010, o trabalho assinala que Portugal será dos países com maior subida em relação às mulheres, em conjunto com a Coreia do Sul e a Eslovénia. De acordo com o estudo, as mulheres portuguesas terão em 2030 uma esperança média de vida superior em 4, 4 anos (6, 6 e 7, 4 na Coreia e na Eslovénia, respectivamente). Dados do Instituto Nacional de Estatística divulgados no final do ano passado indicam que para o triénio 2013-15 a esperança média de vida, à nascença, dos homens em Portugal era de 77, 36 anos e para as mulheres de 83, 23. De acordo com o estudo uma mulher nascida em 2030 teria portanto uma esperança média de vida superior aos 87 anos. Segundo a The Lancet, em 2030 a esperança de vida à nascença das mulheres sul-coreanas terá ultrapassado os 90 anos (90, 8), seguindo-se as francesas (88, 6 anos), e as japonesas (88, 4 anos). Nos homens, o primeiro lugar do "ranking" pertence também à Coreia do Sul (84, 1 anos), seguindo-se os australianos e os suíços (84 anos). De acordo com os investigadores o aumento da esperança de vida vai ter grandes implicações nas áreas da saúde e assistência social, que terão de se adaptar, e exigirá medidas políticas de apoio ao envelhecimento saudável. Será necessário, dizem, aumentar o investimento na saúde e na assistência social, e possivelmente rever a idade de reforma. "Até recentemente, na mudança do século, muitos investigadores acreditavam que a expectativa de vida nunca ultrapassaria os 90 anos", disse o autor principal do estudo, o professor Majid Ezzati, do Imperial College de Londres, realçando a importância de novas políticas para apoiar a crescente população mais idosa e de modelos alternativos de cuidados, como cuidados domiciliários apoiados na tecnologia. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O estudo usou técnicas estatísticas idênticas às utilizadas nas previsões meteorológicas e desenvolveu 21 modelos para prever a esperança de vida (outras projecções usam apenas um modelo), combinando-os. Embora suba em todos os países, o aumento da esperança média de vida será menor na Macedónia, Bulgária, Japão e Estados Unidos para as mulheres, e na Macedónia, Grécia, Suécia e Estados Unidos para os homens. Os Estados Unidos serão o país com menor crescimento da esperança média de vida à nascença, sendo que a esperança média de vida actual também já é das mais baixas dos países desenvolvidos. O estudo também calculou quantos anos viveria uma pessoa com 65 anos em 2030 e considerou que as mulheres viveram mais 24 anos em 11 dos 35 países e os homens mais 20 anos em 22 países.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens mulher social estudo mulheres
Hillary Clinton e Steven Spielberg vão levar a história das sufragistas para a TV
A antiga secretária de Estado de Obama e o realizador vão adaptar para televisão o livro The Woman’s Hour, de Elaine Weiss, um relato aclamado da luta das mulheres americanas pelo mais elementar direito democrático – o voto. (...)

Hillary Clinton e Steven Spielberg vão levar a história das sufragistas para a TV
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 10 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-10-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: A antiga secretária de Estado de Obama e o realizador vão adaptar para televisão o livro The Woman’s Hour, de Elaine Weiss, um relato aclamado da luta das mulheres americanas pelo mais elementar direito democrático – o voto.
TEXTO: A antiga secretária de Estado Hillary Clinton parece disposta a sair do seu “retiro” depois da pesada derrota nas eleições presidenciais americanas de Novembro de 2016 e vai fazê-lo tendo por companhia um realizador de respeito – Steven Spielberg. Os dois vão produzir a adaptação televisiva de The Woman’s Hour: The great fight to win the vote (Penguin Random House, 2018), livro em que a jornalista Elaine Weiss dá conta da longa e intensa luta das sufragistas nos Estados Unidos. A notícia é avançada pela revista Hollywood Reporter. Os direitos ao livro de Weiss, muito bem recebido pelo público e pela crítica, foram assegurados pela Amblin TV, um dos braços da produtora de Spielberg. À mulher que já liderou a diplomacia americana caberá o papel de produtora executiva, ao lado da autora e dos dois co-presidentes da empresa do realizador de E. T. , Darryl Frank e Justin Falvey. Segundo a Hollywood Reporter, não está ainda decidido se a adaptação terá o formato de um telefilme ou de uma minissérie. A revista garante ainda que a Amblin vai mostrá-la a possíveis interessados do universo da televisão por cabo (HBO, Showtime) e das plataformas de streaming (Netflix, Apple, Amazon e Hulu). Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Escreve o The Guardian que a produção ainda não escolheu um autor para ficar responsável pelo argumento adaptado nem para o guião, mas que Clinton está muito envolvida no processo de selecção. Ainda sem argumento adaptado, é natural que não se conheça nem o nome do realizador nem a constituição do elenco. “No coração da democracia está a urna de voto e o livro inesquecível de Elaine Weiss conta a história das líderes que, no meio de uma economia turbulenta e da oposição política e racial, lutaram pelo direito ao voto para as mulheres americanas e ganharam”, disse a antiga primeira-dama através de um comunicado, citado pelas duas publicações. Dando conta do que se passou ao longo de seis semanas do Verão de 1920, The Woman's Hour é, ao mesmo tempo, um romance em que apetece virar as páginas e uma inspiração para todos, acrescentou. “Tanta coisa podia correr mal, mas estas mulheres americanas não aceitaram um ‘não’: o seu triunfo é a herança que devemos guardar e replicar. ”Este novo papel executivo de Hillary Clinton chega numa altura em que o marido, o antigo chefe de Estado Bill Clinton, já tem um pé na televisão — o canal Showtime vai adaptar o romance que escreveu com James Patterson, The President is Missing, e pouco depois de outro casal presidencial, Michelle e Barack Obama, ter anunciado que assinara um contrato a vários anos para produzir filmes e séries para a Netflix.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos mulher mulheres
Um executivo espanhol dominado por mulheres onde também cabe um astronauta
Algumas das figuras do novo Governo de Espanha, composto por 17 membros, incluindo onze mulheres. (...)

Um executivo espanhol dominado por mulheres onde também cabe um astronauta
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 10 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Algumas das figuras do novo Governo de Espanha, composto por 17 membros, incluindo onze mulheres.
TEXTO: Teve uma fulgurante ascensão na sua carreira europeia, chegando a Bruxelas há 12 anos depois de vários cargos da Administração Pública para ocupar destacados postos na regulação do sector financeiro, isto depois da grande crise de 2007. Actualmente era directora-geral para a elaboração dos Orçamentos Europeus, um projecto da actual Comissão de que se começará a ouvir nos próximos meses. Formada em Economia e em Direito, na capital da UE Nadia Calviño é considerada neutral do ponto de vista político e muito respeitada por colaboradores (ouvidos pelo El País) que a descrevem como “serena, metódica, rigorosa, perfeccionista, ambiciosa, pragmática, ferozmente europeísta” e “uma negociadora duríssima”. Magdalena Valerio é uma especialista em pensões e por isso foi escolhida para a pasta do Emprego e Segurança Social. A reforma do sistema de pensões é uma das mais complicadas. Foi ela que liderou a oposição às propostas do Governo de Rajoy quanto ao índice de revalorização e o factor de sustentabilidade da segurança social. Terá de gerir o enorme défice do sistema, superior a 15 mil milhões de euros anuais e caber-lhe á também de retomar o diálogo entre os sindicatos e as associações patronais, bloqueado há mais de um ano. Secretário de organização no PSOE, é um dos ministros do aparelho, num governo com várias figuras que vêm de fora da área socialista, José Luis Ábalos fica com a pasta do Investimento. Um Ministério delicado, até pela necessidade de negociar com autonomias lideradas por diferentes partidos (e com grande dívidas ao Estado, na sequência do Fundo Especial criado no auge da crise). Ábalos é muito próximo do novo primeiro-ministro e foi ele que coordenou a apresentação da moção de censura sem a qual não haveria Governo socialista. Pedro Duque é o primeiro ministro da Ciência astronauta em Espanha, e foi também o primeiro astronauta espanhol, ao voar na missão inaugural para construir a Estação Espacial Internacional, em Outubro de 1998 na companhia de John Glenn, o astronauta mais velho da história, que tinha 77 anos. E até levou um chouriço! Aos 55 anos, este engenheiro aeronáutico que é astronauta da Agência Espacial Europeia e um activo defensor do investimento em investigação científica e educação, chega a ministro, após anos de desinvestimento na ciência espanhola. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Sánchez tem insistido em todas as suas intervenções no papel fundamental da Educação e da Formação Profissional no presente e futuro do país. Isabel Celaá, uma entre vários ministros bascos, tem três décadas de experiência em políticas educativas. Formada em Filologia Inglesa, Filosofia e Direito, foi conselheira da área no primeiro governo socialista do País Basco, liderado por Patxi López. Nesses anos, empenhou-se na introdução do trilinguismo (basco, castelhano e inglês) nas aulas e orgulha-se de ter alcançado o que descreveu como “excelência educativa”. Vai ser a única porta-voz do Executivo.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
É desta: Reino Unido livra-se de anúncios publicitários sexistas
A entidade reguladora da publicidade britânica quer combater a forma sexista como as mulheres e os homens são representados nos anúncios. Depois de vários avanços e recuos nos últimos anos, a medida entra em vigor em Junho de 2019. (...)

É desta: Reino Unido livra-se de anúncios publicitários sexistas
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 10 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: A entidade reguladora da publicidade britânica quer combater a forma sexista como as mulheres e os homens são representados nos anúncios. Depois de vários avanços e recuos nos últimos anos, a medida entra em vigor em Junho de 2019.
TEXTO: O marido que não sabe trocar fraldas e que não ajuda na lida da casa, enquanto a mulher lava, arruma, cozinha e ainda trata dos filhos. A jovem que não consegue mudar um pneu de um carro, o rapaz que não sabe cozinhar. São estes alguns dos tipos de cenários que vão deixar de existir no universo publicitário do Reino Unido. A intenção de acabar com anúncios sexistas já tinha sido anunciada pelo regulador de campanhas publicitárias no país em 2017 (ASA na sigla britânica), mas só agora é que vai de vez para a frente. A partir de Junho de 2019, as novas regras vão abranger anúncios em jornais, revistas, na televisão, no cinema e na Internet. O público poderá também denunciar campanhas ao regulador se sentirem que não estão dentro dos novos padrões que vão ser aplicados. O objectivo da proposta agora em curso é combater a forma como as mulheres são representadas nos anúncios publicitários, mas também anúncios que depreciam um homem por realizar tarefas estereotipadamente "femininas". Campanhas publicitárias que sugiram que uma determinada actividade é específica apenas para rapazes e não para raparigas (ou o oposto) ou que julguem um determinado tipo de corpo também não vão ser permitidas. Segundo a BBC, a análise feita pela ASA ao tipo de conteúdos publicitários a que os cidadãos britânicos estavam expostos constatou que "estereótipos podem restringir as escolhas, aspirações e oportunidades de crianças, jovens e adultos". Como resultado, algumas pessoas podem sentir-se impedidas de aspirar a ter um certo emprego só porque são homens ou mulheres. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. "Não existe nenhum problema se o anúncio mostrar uma mulher a limpar. O problema está se o cenário for o de um homem com os pés em cima da mesa e a desarrumar a casa, enquanto uma mulher entra para salvar o dia e limpa a confusão causada pelo marido", diz Ella Smillie, do Comité das Práticas Publicitárias (CAP, na sigla inglesa) à cadeira de rádio e televisão britânica. Recorda abaixo alguns dos anúncios que causaram controvérsia exactamente pelo seu elevado grau de sexismo ou por julgarem um determinado tipo de corpo.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens mulher ajuda homem mulheres corpo
Marina Silva apanhou Bolsonaro pelo seu ponto fraco, o eleitorado feminino
As mulheres representam 52% dos votos no Brasil e são a fatia dos eleitores mais indecisos. O candidato de extrema-direita precisa de as conquistar para progredir nas sondagens, mas a fama de machista precede-o. (...)

Marina Silva apanhou Bolsonaro pelo seu ponto fraco, o eleitorado feminino
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 10 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-08-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: As mulheres representam 52% dos votos no Brasil e são a fatia dos eleitores mais indecisos. O candidato de extrema-direita precisa de as conquistar para progredir nas sondagens, mas a fama de machista precede-o.
TEXTO: Marina Silva é considerada nestas eleições presidenciais no Brasil uma candidata frágil. Mas foi ela quem protagonizou o primeiro ataque frontal a Jair Bolsonaro, o ex-militar de extrema-direita, em directo, na televisão, no segundo debate entre os presidenciáveis, atacando pelo flanco eleitoral em que ele é mais vulnerável: o voto feminino. Foi Bolsonaro que chamou Marina para um momento de frente-a-frente no debate na Rede TV, desafiando-a a dizer se era a favor do porte de armas – uma bandeira da sua campanha. Mas a candidata da Rede disse simplesmente "não" e aproveitou o tempo que lhe restava para confrontar Bolsonaro, que tem 26% das preferências dos homens, mas apenas 8% do voto feminino. Recuperou declarações dele em que dizia não achar mal que as mulheres recebam um salário mais baixo do que os homens. "Você disse que a questão dos salários menores para as mulheres é uma coisa com que a gente não precisa se preocupar porque já está na Consolidação das Leis do Trabalho. Só uma pessoa que não sabe o que é ganhar um salário menor do que um homem tendo as mesmas capacidades, as mesmas competências, e ser a primeira a ser demitida” pode dizê-lo, afirmou Marina Silva. Bolsonaro tentou negar que tenha defendido salários mais baixos para as mulheres. Mas numa entrevista televisiva em 2016 afirmou: "Eu não empregaria [homens e mulheres] com o mesmo salário. Mas tem muita mulher que é competente", recorda a agência Lupa, que verifica a veracidade de declarações e notícias. Disse ainda o agora candidato à presidência: "Entre um homem e uma mulher jovem, o que o empresário pensa? 'Poxa, essa mulher está com aliança no dedo. Daqui a pouco engravida. Seis meses de licença-maternidade' (…) Por isso que o cara paga menos para a mulher. "O passado do candidato de extrema-direita brasileiro persegue-o, com uma justificada fama de machista – por interacções como quando, em 2014, insultou uma jornalista, dizendo que ela até era "bonita, mas uma idiota", ou a declaração de que "fraquejou" ao quinto filho e saiu uma menina. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Isto é especialmente importante porque as mulheres representam 52% do eleitorado brasileiro e a popularidade de Bolsonaro estabilizou. Precisa de conquistar o eleitorado feminino se quiser chegar a algum lado nestas presidenciais. Mas tropeça nos próprios pés: no seu programa eleitoral há apenas uma referência a mulheres – num quadro sobre violações, um crime que é citado para justificar o endurecimento das penas, diz a edição brasileira do El País. As mulheres são, tradicionalmente, as eleitoras mais indecisas, ou que pelo menos levam mais tempo a decidir em quem vão votar. Um inquérito telefónico do site Poder360, divulgado em Junho, avançava que em cenários sem o ex-Presidente Lula da Silva na competição (o candidato preferido do eleitorado feminino brasileiro), 42% das mulheres diziam que podiam votar branco, nulo ou simplesmente diziam-se indecisas. O objectivo dos candidatos é mudar esta situação – por isso há tantas mulheres candidatas a vice-presidente. Mas Bolsonaro não conseguiu aproveitar essa onda, embora tenha tentado, e compôs o ticket presidencial com outro ex-militar de características duras, igualmente acusado de simpatias pela ditadura, Hamilton Mourão.
REFERÊNCIAS:
Faculdade de Medicina em Tóquio avalia mal as candidatas com a intenção de não as admitir
Esquema foi descoberto através de uma investigação interna. O objectivo é que as mulheres não ultrapassem a quota de 30%. (...)

Faculdade de Medicina em Tóquio avalia mal as candidatas com a intenção de não as admitir
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 10 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-08-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Esquema foi descoberto através de uma investigação interna. O objectivo é que as mulheres não ultrapassem a quota de 30%.
TEXTO: A Unievrsidade de Medicina de Tóquio prejudicou sistematicamente as candidatas, através da má cotação dos seus exames, com o objectivo de as manter fora da escola e aumentar o número de médicos do sexo masculino. Apesar de Shinzo Abe, o primeiro-ministro japonês, ter como prioridade uma sociedade “onde as mulheres podem brilhar”, estas continuam a lutar contra preconceitos e obstáculos que lhes são postos em termos profissionais, por exemplo, as japonesas têm grandes dificuldades em regressar ao trabalho depois de serem mães e essa é uma das razões por que adiam a maternidade. Recorde-se que a taxa de natalidade do Japão é um dos temas mais preocupantes do país. Agora, há um exemplo concreto de que as dificuldades podem começar antes, ainda na altura da formação. O jornal Yomiuri Shimbun, citado pela Reuters, revela que numa investigação interna na Universidade de Medicina de Tóquio foram descobertas alterações na pontuação dos exames das candidatas com o sentido de as prejudicar, acabando por não serem admitidas. A partir de 2011, a universidade começou a reduzir o número de candidatas, mantendo o número de alunas na casa dos 30%, depois de o número de raparigas admitidas ter crescido no ano anterior. A justificação da escola é simples: elas acabam por abandonar a prática médica depois de se casarem e terem filhos. Logo, não faz sentido apostar na sua formação. A investigação surgiu não por queixa de nenhuma candidata mas por suspeitas de prática de suborno para admitir o filho de um alto funcionário do Ministério da Educação. Foi no decorrer desta investigação, que ainda não está terminada, que as alterações aos exames das candidatas àquela escola foram descobertas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola filho educação sexo mulheres japonês
Na Vogue, Beyoncé escreve a sua história e revela ser descendente de dono de escravos
A cantora escreve na primeira pessoa sobre a sua ascendência, o seu corpo e a sua família, entre outros temas, para a edição de Setembro da revista norte-americana. (...)

Na Vogue, Beyoncé escreve a sua história e revela ser descendente de dono de escravos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 10 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-08-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: A cantora escreve na primeira pessoa sobre a sua ascendência, o seu corpo e a sua família, entre outros temas, para a edição de Setembro da revista norte-americana.
TEXTO: Pela quarta vez, Beyoncé figura na capa da Vogue norte-americana. Em vez de limitar-se a posar para a câmara e sentar-se para uma entrevista, foi a cantora quem tomou o controlo criativo de toda a produção e escreveu na primeira pessoa sobre alguns dos temas mais relevantes para si, desde o peso representativo das diferentes etnias nos media e na sociedade à pressão sobre a imagem corporal depois da maternidade. Pelo caminho, a cantora falou também da sua ascendência e revelou que descende de um dono de escravos que casou com uma escrava. Nesta edição e pelo que defende, Beyoncé decidiu que seria Tyler Mitchell a fotografá-la. O jovem de 23 anos tornou-se assim no primeiro negro a fazer uma capa da Vogue em 126 anos da história da revista. Aliás, o perfil de Mitchell está longe daquele que a revista costuma escolher para as produções de capa, optando normalmente por nomes já consagrados da indústria como Patrick Demarchelier, Annie Leibovitz ou Steven Meisel. “Há tantas barreiras culturais e sociais que eu gosto de fazer o que posso para equilibrar o terreno, para apresentar um ponto de vista diferente para pessoas que sentem que a sua voz não é importante”, justifica a cantora. São barreiras que a própria já teve de quebrar. Aos 21 anos, lembra, diziam-lhe que dificilmente apareceria em capas de revista “porque as pessoas negras não vendem”. Mais de uma década depois, toma controlo da edição mais importante do ano – que já foi inclusive tema de um documentário, The September Issue –, mas lembra que ainda há muito caminho a percorrer em relação à diversidade. “Até haver um mosaico de perspectivas vindas de diferentes etnias atrás da lente, vamos continuar a ter uma abordagem estreita daquilo que o mundo realmente é”, comenta. “Se as pessoas em posições de poder continuarem a contratar aquelas que são parecidas com elas, tudo soará ao mesmo, vêm dos mesmos bairros onde cresceram e nunca terão uma compreensão maior de experiências diferentes das suas. ”A cantora de 36 anos revela que recentemente descobriu ser “descendente de um dono de escravos que se apaixonou e casou com uma escrava”. “Tive de processar essa descoberta ao longo do tempo”, desabafa. Conta ainda que vem “de uma linhagem de relações homem-mulher mal sucedidas, de abuso de poder e desconfiança”. Só quando se apercebeu disso e o viu “claramente” é que pode resolver os conflitos na sua própria relação, revela, fazendo assim referência à traição do marido – que, depois de meses de rumores, este confirmou, em entrevista ao New York Times. Daí nasceram dois álbuns introspectivos: Lemonade, de Beyoncé, e 4:44, de Jay-Z. E o casal dá mostras de se ter tornado mais forte, tendo recentemente gravado em conjunto. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Beyoncé aproveitou ainda para escrever sobre a maternidade e, mais concretamente, o peso imposto às mulheres, em relação ao corpo pós-parto. Da primeira vez, “coloquei pressão sobre mim mesma para perder peso, depois de a bebé nascer, em três meses, e marquei uma pequena digressão para assegurar que o fazia. Olhando para trás, foi uma loucura”, reconhece. Da segunda gravidez – dos gémeos Rumi and Sir –, conta, “abordei as coisas de forma muito diferente”. Depois de um mês de cama, foi submetida uma cesariana de urgência. “Precisava de tempo para me curar. Durante a minha recuperação, amei e cuidei de mim própria e aceitei ser mais curvilínea. Aceitei o que o meu corpo queria ser. Depois de seis meses comecei a preparar-me para Coachella. ”Para a produção da edição de Setembro, Beyoncé quis usar pouca maquilhagem e deixou de lado as extensões. “Acho que é importante, para mulheres e homens, verem e apreciarem a beleza dos seus corpos naturais”, declara.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens mulher negro homem mulheres corpo abuso cantora