Terapias alternativas, actividades inclusivas
A APPACDM Gaia promove, diariamente, a melhoria das condições de vida de centenas de pessoas com necessidades especiais. Muitas vezes, conquistar um resultado pode ser ver um sorriso num rosto. (...)

Terapias alternativas, actividades inclusivas
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-06-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: A APPACDM Gaia promove, diariamente, a melhoria das condições de vida de centenas de pessoas com necessidades especiais. Muitas vezes, conquistar um resultado pode ser ver um sorriso num rosto.
TEXTO: “Há 46 anos a cultivar sorrisos”. O núcleo de Vila Nova de Gaia da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) dá apoio directo a cerca de 180 utentes com problemas de saúde mental e apoio indirecto a mais de 400 pessoas no concelho. Em estreita colaboração com o Município, a APPACDM é, também, responsável pela dinamização de algumas terapias alternativas que estimulam física e intelectualmente crianças e adultos com necessidades especiais. Com três centros no concelho, dois dos quais lares residenciais, a APPACDM de Gaia conta com uma equipa de 105 funcionários efectivos a trabalhar, diariamente, para proporcionar melhores condições de vida a estes “jovens”. “Jovens”, é assim que Joaquim Queirós, presidente da instituição, ternamente se refere aos utentes: “para nós, são todos jovens, alguns com mais de 60 anos”. Para esta IPSS, tal como para todas, as sinergias são fundamentais. Especialmente nos casos dos utentes com patologias que impedem uma maior autonomia no dia-a-dia, todos os apoios são bem-vindos. Para as famílias, é essencial poderem contar com técnicos especializados. Para os “jovens” utentes da APPACDM, todas as actividades que lhes proporcionem melhores condições de vida e uma melhor integração na sociedade são fundamentais. “Temos o ‘know how’ necessário e os nossos técnicos, melhor do que ninguém, sabem o que deve ser feito”, assegura Joaquim Queirós, há mais de 18 anos na instituição e desde o início de 2015 enquanto presidente da direcção. Sobre este acompanhamento contínuo e essencial à vida destas pessoas, Joaquim Queirós destaca dois programas implementados em colaboração com a Câmara Municipal de Gaia: a integração de utentes em Centros de Actividades Ocupacionais e as iniciativas no âmbito do Gaia Aprende+(i). “Há quase 30 anos que, em parceria com o Município, temos utentes integrados nos chamados CAO socialmente úteis. No Parque Biológico de Gaia, temos cerca de 20 pessoas com deficiências não severas que têm capacidades para desenvolver determinado tipo de actividades”, afirma. Sobre o Gaia Aprende+(i), destaca, desde logo, o facto de ser direccionado para crianças tão novas. Com o propósito de promover a igualdade de oportunidades, independentemente da condição física e intelectual das crianças, o programa inédito, criado pela Câmara Municipal de Gaia com o apoio das IPSS do concelho, proporciona actividades únicas a cerca de 300 crianças com necessidades educativas especiais (NEE). Engloba actividades como a cinoterapia e a hipoterapia - terapias assistidas por animais - além do Karaté adaptado e da hidroterapia. Desde 2016 que a APPACDM dá apoio a algumas dessas actividades e assegura a dinamização dos períodos não lectivos no âmbito deste programa. O repto veio directamente do presidente da Câmara, que desafiou a instituição, como recorda Joaquim Queirós, a “tirar os miúdos com NEE das salas de ensino regular e desenvolver com eles outro tipo de actividades, mais úteis para a vida deles”. São os auxiliares da APPACDM que acompanham a hidroterapia, a hipoterapia e o karaté adaptado, por exemplo. Sobre os maiores desafios para a instituição, o presidente da APPACDM de Gaia não hesita quando refere a capacidade de adaptação e de inovação, independentemente da idade e do grau de incapacidade. “O que parece um passinho de pardal, o sorriso de um jovem no fim de uma actividade, é sinal de que realmente temos resultados”, refere Joaquim Queirós. Sobre terapias diferentes e com este tipo de resultados imediatamente visíveis, o Snoezelen despertou-nos especial curiosidade. Fomos espreitar uma sessão mas não sem antes o responsável nos alertar para o facto de a APPACDM contar com esta actividade há mais de quinze anos. “Na altura, era realmente inovador mas as nossas terapeutas são sempre dinâmicas e os utentes adoram o Snoezelen”, recorda. Estimular os sentidos através de sons, luzes, texturas e suaves vibrações. Assim funciona uma sessão de Snoezelen. Esta técnica de relaxamento combina estímulos sensoriais através de alguns equipamentos mas recria, essencialmente, um ambiente calmo, onde o paciente se “desliga” do exterior e se concentra nos sentidos. Com efeitos transversais a todo o tipo de pessoas, com ou sem patologias, é muito utilizada em pacientes com paralisias profundas, doenças mentais ou distúrbios de comportamento. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Sofia Pinho, terapeuta ocupacional e responsável pelas sessões de Snoezelen na APPACDM de Gaia, começa por esclarecer que, muitas vezes, há patologias semelhantes com défices diferentes: “Cada patologia é uma patologia, cada défice é um défice e, por isso surgem diferentes estímulos e diferentes formas de aplicá-los”. É um trabalho feito individualmente, de acordo com as características de cada utente. Joana (nome fictício) tem uma deficiência intelectual moderada que a impede de comunicar verbalmente. Nas sessões de Snoezelen trabalha a interacção com o outro e a comunicação não verbal através dos estímulos multi-sensoriais. “Para nós, é uma terapia mas para eles não”, assegura a terapeuta. Nas primeiras sessões, são apresentados os diferentes materiais e o utente é convidado a escolher e a interagir. Trabalham-se emoções e conquista-se auto-estima e auto-controlo. No final, de dentro da sala para fora da sala saem. . . sorrisos. E esses sorrisos espelham pequenas conquistas no dia-a-dia destas pessoas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave igualdade
A propósito da polémica das beatas
É necessária uma lei para que deixe de ser “normal” atirar beatas para o chão? Então, que venha a lei. Ou queremos antes continuar a discutir se temos o direito de mandar as beatas para o chão? (...)

A propósito da polémica das beatas
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-06-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: É necessária uma lei para que deixe de ser “normal” atirar beatas para o chão? Então, que venha a lei. Ou queremos antes continuar a discutir se temos o direito de mandar as beatas para o chão?
TEXTO: A sentença está traçada e a confusão instalada. Depois dos sacos de plástico, dos pratos e talheres de plástico e das palhinhas, vamos eliminar as beatas dos cigarros. O próximo alvo do plástico está seleccionado e os fumadores portugueses não vão sair ilesos. Dentro de sensivelmente um ano vamos ser proibidos de deitar beatas para o chão e multados se não cumprirmos a lei que está prestes a ser aprovada. Haverá uma distribuição em massa de cinzeiros portáteis e, por todo o lado, teremos cinzeiros permanentes disponibilizados por empresas de comércio, transportes públicos, hotelaria, alojamento local e instituições de ensino superior. A origem do problema é esta: cerca de 90% dos mais de 5, 6 mil biliões de cigarros fabricados anualmente em todo o mundo têm filtros feitos de acetato de celulose, um derivado do plástico que pode demorar entre cinco a 15 anos para se decompor. Anualmente, mais de dois terços destes filtros são descartados de forma irresponsável. Em Portugal, dizem, atiramos cerca de 7000 beatas para o chão a cada minuto que passa. Porquê? Por irresponsabilidade, desconhecimento, apatia, desinteresse, rebeldia ou outros motivos. Os estudos evidenciam que deitar a beata no chão é, para muitos, o momento final do ritual de fumar um cigarro. No entanto, as beatas que deitamos no chão acabam por cair nas sarjetas e, através dos esgotos, chegam aos rios e oceanos. São, há mais de 30 anos, o maior contaminador plástico dos oceanos e das praias. Uma vez na água, flutuam e são consumidos por peixes e aves marinhas ou dissolvem-se e libertam os poluentes que absorveram do tabaco — nicotina, arsénio e chumbo. Uma beata pode contaminar aproximadamente 7, 5 litros de água numa hora, água esta que é a base do ecossistema marinho. O impacto das beatas e de todos os outros plásticos encontrados no oceano tem sido subestimado, mas recentemente um estudo do Laboratório Plymouth Marine de Inglaterra abordou três benefícios críticos que os oceanos nos proporcionam e que nem sempre temos consciência: a provisão de comida, o património e o turismo. Vejamos. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A produtividade, viabilidade, rentabilidade e segurança das indústrias da pesca e da aquicultura são altamente vulneráveis ao impacto do plástico marinho, o que conduzirá à diminuição da disponibilização de comida proveniente do mar. A ingestão dos microplásticos pelas baleias, cachalotes, tartarugas, ursos polares ou aves marinhas levarão à diminuição da reprodução e aumento da mortalidade destes carismáticos animais que têm elevado valor patrimonial e emocional para as pessoas. A abundância de plástico nas costas e nos oceanos vai fazer com que os turistas deixem de visitar os locais mais afectados e de praticar actividades recreativas, o que levará à perda da receita turística. São só e apenas três razões sistémicas para acabar com as beatas no chão. Devemos banir os cigarros com filtro? Eliminar as substâncias químicas das beatas? Equacionar filtros biodegradáveis? Orgânicos? Comestíveis? Com pouca pressão social, a indústria tabaqueira tem sido lenta a responder a estas questões, mas agora, com as beatas diabolizadas vai ter de encontrar soluções mais céleres. Para evitar multas que podem ir de 200 a 4000 euros, os fumadores terão que conseguir desenvolver uma capacidade sobre-humana para mudar de hábitos. O acto de dar a última passa, inalar a nicotina que falta, deitar a beata para o chão e pisá-la tem os dias contados. É necessária uma lei para que deixe de ser “normal” atirar beatas para o chão? Então, que venha a lei. Ou queremos antes continuar a discutir se temos o direito de mandar as beatas para o chão?
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei social estudo aves
Os dois Vítores, Gaspar e Constâncio, vão ter de responder a páginas e páginas de questões
Estas são as questões dos grupos parlamentares do PS, do BE e do PCP na Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e à Gestão do banco. (...)

Os dois Vítores, Gaspar e Constâncio, vão ter de responder a páginas e páginas de questões
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-06-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Estas são as questões dos grupos parlamentares do PS, do BE e do PCP na Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e à Gestão do banco.
TEXTO: “Enquanto responsável pela supervisão, percebeu que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) se encontrava subcapitalizada? Em caso de resposta afirmativa, quando e a quem reportou tais necessidades de capital?” Esta é para Vítor Constâncio, mas Vítor Gaspar também tem interrogações à sua espera: “É verdade que, como ministro das Finanças, apoiou a posição da troika de que um aumento de capital da CGD devia ser considerado uma ajuda de Estado? Sendo assim, porque tomou esta posição, sabendo que iria aumentar a dificuldade da operação e limitar as opções de gestão da própria administração da CGD?”São páginas e páginas de perguntas às quais Vítor Gaspar, e o ex-Governador do Banco de Portugal, vão ter de responder. Estas são pelo menos as questões levantadas pelos grupos parlamentares do PS, do BE e do PCP na Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e à Gestão do banco. Entre muitas outras perguntas, o PS quer que Constâncio clarifique se o Banco de Portugal “requereu alguma auditoria específica à CGD” e, se sim, quais as conclusões. Também os comunistas querem que o ex-Governador diga, e vai fazê-lo por escrito, se acompanhou “alguns dos negócios mais ruinosos do banco público: Espanha, Vale de Lobo, Pescanova, Cimpor” e o que fez na altura para os impedir. Os esclarecimentos exigidos pelo PCP não se ficam por aqui: “Sabia que o XIX Governo avançou com a capitalização da CGD através de um empréstimo obrigacionista com títulos convertíveis em capital, no valor de 900 milhões de euros? Não lhe parece que houve um objectivo claro de posteriormente se privatizar uma parte do capital da CGD?”E Constâncio tem ainda pela frente muitas folhas com questões do BE: “Qual foi a participação do Banco de Portugal na concepção do plano que resultou na divisão dos activos do Grupo Champalimaud pelo Santander, pelo BCP e pela CGD?”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Vítor Gaspar não terá de enfrentar menos interrogações. O PS quer saber: “A posição que então assumiu perante a necessidade de aumentar o capital da CGD foi de alguma forma determinada ou influenciada por considerar que esta instituição devia ser total ou parcialmente privatizada?” Ou: “A troika transmitiu-lhe a posição de que a CGD devia ser privatizada e não absorver fundos públicos?”, “Recebia com regularidade informação sobre a situação da CGD? Foram elas que o levaram a nomear um novo presidente para esta instituição?”Também o PCP quer saber se havia intenção do anterior Governo de privatizar parte do capital da CGD. E faltam ainda pontos pouco claros para o BE: “O processo de recapitalização de 2012 foi utilizado pelo Governo como pretexto para cumprir o programa eleitoral do PSD?”Faltam ainda algumas envolvendo a ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, como saber por que razão não optou por uma recapitalização mais folgada. E a pergunta política: “Considerando que em 2011 Portugal estava a viver uma crise sem precedentes não seria de esperar uma actuação mais conservadora e cautelosa que mantivesse uma almofada de segurança para qualquer eventualidade ou para a não concretização dos cenários macroeconómicos ultra-optimistas como os que sustentaram o plano de recapitalização?”
REFERÊNCIAS:
“A gastronomia teve sorte por Bourdain ter escolhido este mundo. Podia ter escolhido qualquer arte”
Até a nona. O comentário de José Avillez resume o debate que incluiu Miguel Pires e João Wengorovius no lançamento de duas novelas gráficas de Anthony Bourdain, repletas de sátira e violência gastronómicas em edição da Levoir com o jornal PÚBLICO. (...)

“A gastronomia teve sorte por Bourdain ter escolhido este mundo. Podia ter escolhido qualquer arte”
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.333
DATA: 2019-06-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Até a nona. O comentário de José Avillez resume o debate que incluiu Miguel Pires e João Wengorovius no lançamento de duas novelas gráficas de Anthony Bourdain, repletas de sátira e violência gastronómicas em edição da Levoir com o jornal PÚBLICO.
TEXTO: Foi cozinheiro, escritor, viajante, celebrizou-se como apresentador radical de programas de gastronomia, entre bad boy e rock star como se lê muitas vezes. Mas Anthony Bourdain, que morreu faz dia 8 de Junho um ano, fez mais, mesmo sem sair das cozinhas do mundo: foi co-autor de novelas gráficas, incluindo duas onde o (anti-)herói é Jiro, um renegado chef de sushi capaz de matar se alguém lhe pedir um rolo Califórnia ou mergulhar o sushi em soja e wasabi (ele corta mesmo cabeças, CHOK!). “Sátira”, “violência” e “excesso”, como se ouviu esta quinta-feira no auditório do jornal PÚBLICO, numa conversa que marcou o lançamento de Get Giro! Todos Querem Apanhar o Jiro! e Get Giro – Sangue e Suhi. “Ele apanhou muito bem a sátira, entre outros exageros por aqui”, dizia João Wengorovius – autor do livro We, Chefs em que entrevista e come com 21 grandes chefs do mundo –, ao lado de José Avillez, que não evitou um sorriso ao ouvir o comentário do terceiro participante, o jornalista e crítico gastronómico Miguel Pires, à abordagem satíricas das novelas de um “certo histerismo” da “cultura de ir ao restaurante que toda a gente quer ir”. Tal como nas novelas gráficas co-assinadas por Bourdain, não faltou sátira e bom-humor à conversa, até um outro personagem invisível, Henrique Sá Pessoa (com quem Avillez andou a passear com o apresentador por Lisboa e a partilhar pregos na cervejaria Ramiro) – o chef do Alma teve que cancelar a participação no último momento mas, se este artigo fosse um manga, ver-se-ia agora aqui com as orelhas a arder, já que os participantes fizeram questão de integrá-lo na conversa e não lhe pouparam uma ou outra simpática farpa. Com um público atento, o diálogo foi-se desenhando entre as memórias das passagens de Bourdain por Portugal – esteve cá por três vezes, a mais célebre a tal passagem por Lisboa –, a sua vida e carreira e, claro, estas criações gráficas nas quais o apresentador de Não Aceitamos Reservas ou Viagem ao Desconhecido (o programa de viagens gastronómicas que estava a fazer quando morreu) tinha manifesto orgulho. “Chegou a sonhar ser artista de banda desenhada, descrevendo estes livros como o ‘seu primeiro amor’”, lembra Catarina Lamelas Moura no prefácio ao primeiro livro. “A gastronomia teve sorte por Bourdain ter escolhido este mundo. Podia ter escolhido qualquer arte”, diria, a dado ponto, Avillez. Ninguém o contradisse, mas o ponto assente foi que Bourdain, que como chef não se distinguiu particularmente, sublinharia Miguel Pires, era, isso sim, dono de uma arte maior, a da “empatia, de conhecer o outro”, nas palavras de Wengorovius. Era, acima de tudo, “um grande comunicador”, “um grande contador de histórias”, reforçaria Avillez. Fosse na tv, nos livros ou nas novelas gráficas (escreveria outra, com histórias de horror japonesas, Hungry Ghosts – i. e. , fantasmas esfomeados…). “Ele revolucionou a forma de mostrar as gastronomias do mundo”, “como as pessoas comem”, “sem andar à procura do postalinho”, ressaltaria Pires, salientando o aspecto sócio-cultural dos seus programas: era sempre “um comunicador” sem render-se só “ao sentido técnico”, fosse no Japão ou a “comer uma bifana cheia de molhanga”. Da sua convivência com Anthony Bourdain em Portugal, Avillez lembrou “uma pessoa muito reservada”, “muito disciplinada”. E que não era apenas aquele famoso bad boy. Bom exemplo: “fomos ao Mar da Palha pescar e ele estava preocupado com os seus sapatos de camurça”. Cada um com as suas manias, curiosas, no caso, vindas do homem que, além de ter sido chef do restaurante do português José Meirelles em Nova Iorque (Les Halles), muito contou dos meandros da alta (e baixa) cozinha. Foi assim que nasceu o livro Kitchen Confidential e, provavelmente, como aposta Wengorovius, também muitas destas personagens e histórias das novelas gráficas foram beber a “vivências” e “conhecimentos” de Bourdain. E ainda atira: “Ele andava a provar o mundo. Provar o mundo é uma lição de vida”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Get Giro! Todos Querem Apanhar o Jiro! e Get Giro – Sangue e Sushi (este último é, na verdade, uma prequela) foram co-assinados por Bourdain e Joel Rose (um amigo do apresentador e autor da DC Comics, editora inicial da saga), contando com desenho de Alé Garza no primeiro e de Langdon Foss no segundo. A história inicial acompanha o cozinheiro numa Los Angeles do futuro obcecada até à medula por comida, a prequela mostra as origens do chef entre o pai, membro da máfia Yakuza, e a paixão pela gastronomia japonesa. A partir de sábado estão disponíveis novas edições, distribuídas com o jornal PÚBLICO e foram estas edições que alguns dos presentes no lançamento aproveitaram para espreitar, prancha a prancha. No final, houve sushi para todos. Rolos Califórnia não havia. Aproveitámos todos para mergulhar tudo no molho de soja que vinha a acompanhar. Não apareceu nenhum Jiro para nos cortar a cabeça.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violência cultura homem
A série Chernobyl causou um boom turístico na central nuclear
Desde que a série estreou, o número de turistas não pára de aumentar na zona do maior acidente nuclear de sempre. (...)

A série Chernobyl causou um boom turístico na central nuclear
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-06-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Desde que a série estreou, o número de turistas não pára de aumentar na zona do maior acidente nuclear de sempre.
TEXTO: O sucesso da minissérie norte-americana Chernobyl, que chegou aos ecrãs em Maio, tem levado a um aumento do número de turistas na zona da central nuclear onde há 33 anos ocorreu o desastre que assustou o mundo. Os turistas chegam desejosos de verem por si mesmos a central e a cidade-fantasma abandonada. Segundo reporta a Reuters, as agências que organizam viagens da capital da Ucrânia, Kiev, a Tchernobil, indicam um aumento entre 30 a 40% na procura, com muita gente a evocar os cenários da série produzida pela HBO e que em Portugal pode ser vista no serviço de streaming da HBO Portugal. Os passeios guiados, em inglês, custam cerca de 90 euros por pessoa. O acidente, na então Ucrânia soviética, foi desencadeado por um falhado teste de segurança no reactor 4 da central nuclear. Seguiram-se nuvens de resíduos radioactivos que se propagaram por boa parte da Europa. A série da HBO acompanha o período posterior à explosão, a grande operação de limpeza e a investigação que se seguiu. A área em redor da central mantém a sensação de um cenário desolado pós-apocalíptico, onde deambulam cães vadios e raposas e a vegetação cresce ocupando os edifícios abandonados e sem janelas, repletos de entulho. Em Pripyat, a cidade-fantasma que outrora foi a casa de 50 mil pessoas que, na sua maioria, trabalhavam na central, um parque de diversões alberga um carrossel e uma pista de carrinhos de choque enferrujados, além de uma roda-gigante que nunca chegou a funcionar. Sergiy Ivanchuk, gerente da agência SoloEast, disse à Reuters que a empresa já sentiu um aumento do número de turistas em 30% em Maio, em comparação com o mesmo mês no ano passado. As reservas para Junho, Julho e Agosto aumentaram cerca de 40% desde que a HBO começou a emitir a série, referiu. Valores similares são referidos por Yaroslav Yemelianenko, gerente da Chernobyl Tour. Os turistas fazem visitas de um dia, onde podem ver os monumentos às vítimas e as aldeias abandonadas. Pelo meio, almoçam no único restaurante na cidade. São levados a ver o reactor número 4, que desde 2017 está coberto por uma grande cúpula de metal que atinge 105m de altura e cobre o núcleo central da explosão. O dia termina com um passeio por Pripyat. “Muita gente faz perguntas sobre a série, sobre todos os acontecimentos. As pessoas estão a ficar cada vez mais curiosas”, diz a guia Viktoria Brozhko, que assegura que a área é segura para os visitantes. “Durante toda a visita à zona de exclusão de Chernobyl, recebem-se cerca de dois microsievert [o sievert é a unidade de medida de radiação usada para avaliação do impacto no ser humano], o que é igual à quantidade de radiação a que uma pessoa se expõe se ficar em casa durante 24h”, defende. Quando Craig Mazin, o criador da minissérie Chernobyl, veio visitar o local antes de escrever o argumento, comentou a experiência: “Não sou um homem religioso, mas isto foi o mais religioso que alguma vez senti”. “Andar por onde eles andaram pareceu-me tão estranho, e também estar sob o mesmo céu faz-nos sentir um pouco mais próximos, de certo modo, de quem eles eram”, disse num podcast da HBO. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. “Não se pode vir a Kiev e deixar passar a oportunidade de ver este local único”, opina Gareth Burrows, uma enfermeira de 39 anos do sul da Inglaterra. “Só vimos a série porque já tínhamos planeado vir, mas acho que o turismo vai aumentar por causa dela. Definitivamente, vai aumentar o interesse”. Thieme Bosman, um estudante de 18 anos da Holanda, aponta um lado negativo do aumento do turismo. "Já há muitos turistas aqui e isso acaba um pouco com a experiência de estar numa cidade completamente abandonada. Por isso acho que se vierem mais e mais turistas que isso vai arruinar por completo a experiência”, concluiu.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave exclusão homem cães
Dez programas para passear pela natureza de Portugal
Para aproveitar nos feriados ou para uma próxima escapadela: uma selecção de programas que propõem passeios pelo país sob o signo da natureza. Para mais planos, acrescentamos cinco propostas lá fora. (...)

Dez programas para passear pela natureza de Portugal
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-06-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Para aproveitar nos feriados ou para uma próxima escapadela: uma selecção de programas que propõem passeios pelo país sob o signo da natureza. Para mais planos, acrescentamos cinco propostas lá fora.
TEXTO: Caminhada pelos trilhos do SisteloCaminhada de três dias para explorar os trilhos do Sistelo (a que apelidam de pequeno Tibete português) e o Glaciar do Alto Vez. Preço: 285 euros por pessoa em quarto duplo e 335 euros em quarto single, com alojamento no Luna Arcos Hotel, pequeno-almoço, um jantar, guia, chá e bolachas durante os três passeios pedestres. Realiza-se de 18 a 21 de Julho com a GreenTrekkerTurismo Yurt no Barroso, GerêsAprecie o conforto e simplicidade de dormir em tendas yurt típicas dos povos nómadas mongóis ou da “toca do lobo”, cabana nas árvores, com vista panorâmica sobre o Parque Nacional da Peneda-Gerês. Preços/noite em yurt (época baixa), desde 40 euros e 50 euros e na “toca do lobo” desde 55 euros e 65 euros, para duas pessoas sem e com pequeno-almoço, respectivamente. Ver mais preços, actividades e pacotes em Nomad Planet. Rota Vicentina: Trilhos do Sudoeste em BTTUm programa preparado para pedalar ao longo da Rota Vicentina, sem pensar no alojamento ou bagagem. É pelo Caminho Histórico: todo ele - de Santiago do Cacém a Sagres (220km, grau de dificuldade 3/5). Pode ser feito todo o ano, em grupos de 2 a 20 pessoas. O pacote inclui sete noites com pequeno-almoço, cinco dias a pedalar, tracks GPS e mapas detalhados, assistência durante a viagem sempre que necessário, transferes de bagagens, transferes de e para aeroporto de Faro ou estação de autocarro/comboio. Preço: entre 759 euros e 939 euros em Rota Vicentina. De bicicleta pela Costa da PrataÉ preciso ter pedal para fazer este passeio de seis dias em bicicleta. A saída é do Porto, seguindo sempre pela costa até ao Furadouro, Aveiro, Praia de Mira, Figueira da Foz e Coimbra. Preço com alojamento: desde 1340 euros e 2. 210 euros com guia e refeições. Mais informações em TopBikeTours Portugal. Rota dos Pastores nas serras de Aires e CandeeirosAcompanhe durante um dia a vida dos pastores e dos seus rebanhos pelas serras de Aires dos Candeeiros, uma iniciativa desenvolvida pela Cooperativa Terra Chã. O percurso pedestre é de aproximadamente sete quilómetros e tem início no Centro Cultural de Chão e é acompanhado por dois monitores de pedestrianismo. Inclui merenda e almoço tradicional e seguro. Preço: 30 euros. Contactos Tel: 243405292; 968889287. A ver os golfinhos do Sado, SetúbalEscapada de dois dias com estadia no Hotel do Sado e um passeio a bordo de veleiro catamarã à descoberta da comunidade de golfinhos do Sado. Preços desde 83 euros. Inclui estadia em quarto duplo com pequeno-almoço e passeio na Agência Abreu. A cavalo pelo AlentejoO programa Atlantic Trail é destinado a cavaleiros com experiência na equitação e com gosto pela aventura. São seis noites de estadia na Herdade do Pessegueiro e passeios a cavalo de quatro a seis horas/dia junto às praias e pela Rota Vicentina. Preços: a partir de 1150 euros. Inclui alojamento, refeições, piqueniques e passeios com guia. https://herdadedopessegueiro. comAdmirar as aves em ÉvoraPasseios para observação de aves dentro da Zona de Protecção Especial para as Aves, da Rede Natura, nos arredores de Évora. A duração pode ser de meio-dia e custa 70 euros ou dia inteiro por 90 euros. Inclui transporte em veículo 4x4 com paragens frequentes e alguns percursos pedestres, piquenique, água e acompanhamento de guia. www. birdwatchinalentejo. comAçores: três ilhas, muitas actividades Aventura pelas ilhas do Pico, Faial e São Jorge: explorar trilhos a pé, percorrer túneis subterrâneos, fazer snorkeling, descida de rio em canyoning e saída de mar para observação de baleias e golfinhos. Preço: desde 1095 euros, com voo, estadia com pequeno-almoço, transportes locais, equipamento necessário às actividades, transferes de aeroporto e guias. De 24 a 31 de Agosto. www. nomad. ptTrekking nas Flores e Corvo, AçoresSeis dias de viagem, com caminhadas de quatro dias na ilha das Flores e do Corvo e travessia em zebro entre as duas ilhas com preços desde 975 euros, com voo, alojamento em quarto duplo, refeições conforme o itinerário, acompanhamento de líder de tour e transportes. Partida a 20 de Agosto. www. papaleguas. ptIslândia: De autocaravana Viagem de autocaravana pela Islândia, terra de glaciares, icebergues, géiseres, cascatas, bosques, campos de lava, grutas de gelo, fiordes e auroras boreais. Preços a partir de 1095 euros por pessoa em quarto duplo. Inclui voo, estadia e aluguer de autocaravana. www. logitravel. ptEslovénia: Um circuito a pedalSão 300 quilómetros a pedalar por alguns encantos naturais da Eslovénia, como os lagos Bled e Bohinj, e os Parque Nacional de Tiglav e Vale de Soca. Preços a partir de 1239 euros. Inclui estadia com meia pensão, transferes, viagem de comboio, viatura para transporte de equipamento, entradas e guia. De 16 a 23 de Julho. www. caminhosdanatureza. ptItália: Cinque Terre e Milão Experiência fotográfica em Cinque Terre: cinco vilas costeiras que fazem parte do Parque Nacional com o mesmo nome e Património da Humanidade. Preço: desde 800 euros, por pessoa em quarto duplo, com voo de Lisboa ou Porto, acompanhamento de fotógrafo, cinco noites de hotel em quarto duplo e pequeno-almoço, comboio de ida e volta Milão-Ligúria. De 11 a 16 de Junho. www. fotoadrenalina. comSubscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Costa Rica: A riqueza da biodiversidadeCircuito de 10 dias pela biodiversidade do Parque Nacional Tortuguedo, Vulcão Arenal e praias do Pacífico com preços a partir de 1495 euros, por pessoa em quarto duplo. Inclui voo, estadia em hotéis, visitas e guia. Válido até Novembro. www. logitravel. ptEUA: Pelos parques naturais Esta experiência fotográfica convida-o visitar as mais belas paisagens dos parques naturais dos EUA, assim como as cidades de las Vegas e São Francisco. Preços: a partir de 1975 euros e voo 1080 euros, com acompanhamento de fotógrafo, alojamento em quarto duplo com pequeno-almoço e veículo e gasolina para a expedição. De 7 a 21 de Julho. www. fotoadrenalina. com
REFERÊNCIAS:
Já abriu a Tasca Vasco, a irmã mais nova da família Cafeína
Tomou o lugar do Panca e está já a abrir caminho ao Cafeína Downtown, que deverá estrear-se até ao final do ano no antigo Café Progresso, no Porto. A família restaurativa de Vasco Mourão não pára de crescer. (...)

Já abriu a Tasca Vasco, a irmã mais nova da família Cafeína
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-06-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Tomou o lugar do Panca e está já a abrir caminho ao Cafeína Downtown, que deverá estrear-se até ao final do ano no antigo Café Progresso, no Porto. A família restaurativa de Vasco Mourão não pára de crescer.
TEXTO: Picadinho de carapau; cabeça de xara, feijão frade e maçã; meia desfeita de bacalhau com grão; camarão-tigre grelhado; costelinha de porco bísaro com batata frita; arroz de coentros; uma salada verde; mousse de chocolate com gelado de amendoim; tarte de maçã com gelado de canela. Estamos quatro à mesa e Camilo Jaña só pergunta se comemos tudo. Comemos e aceitamos de bom grado que seja o chef chileno a escolher por nós: a carta é longa e tem várias propostas que nos agradam, a selecção adivinhava-se difícil. À nossa frente está Vasco Mourão e nas nossas costas uma equipa de sala e de cozinha em estado de prontidão: não deve ser fácil atender o gestor e o chef de um restaurante. “Podes trocar a música? Esta é chata”, pergunta Vasco a um dos funcionários, enquanto Camilo faz o pedido do que vamos provar na Tasca Vasco, a nova-velha morada restaurativa do grupo Cafeína na Baixa do Porto. Neste número 61 da Rua de Sá de Noronha morava o Panca. O Panca, que “até teve muito sucesso”, garante Vasco Mourão, fechou essencialmente “por duas condicionantes”: “Era um restaurante muito de Verão, pela decoração e pela comida [muito baseada em ceviches]. ” E o seu “carácter étnico”, prossegue, “tornava-o menos abrangente”. Daí que o fresco e jovial Panca tenha dado lugar, a 12 de Abril, a esta Tasca descontraída, espécie de irmão mais novo – “mas maturado”, esclarece Camilo Jaña – da Casa Vasco, na Foz portuense. O universo Cafeína, que no Verão passado foi comprado pelo grupo de José Avillez, conta com vários restaurantes no Porto: o veterano Cafeína (faz 25 anos em 2020 e a festa já está a ser pensada); o Portarossa; o Terra; e a Casa Vasco, todos na zona da Foz. “Até ao final deste ano”, explica Vasco Mourão, deverá abrir o Cafeína Downtown, que está a ser instalado no antigo Café Progresso, a dois passos da Rua de Sá de Noronha. E é neste contexto que surge a transformação do Panca na Tasca Vasco. “Com o Cafeína Downtown aqui ao lado, estes dois restaurantes vão funcionar muito bem em termos complementares. Aliás, futuramente a cozinha vai ser comum”, diz o empresário, acrescentando que “faz muito mais sentido” trabalhar “em termos de núcleos”. “Tínhamos o núcleo Foz, agora passaremos a ter o núcleo Baixa. Avançar para a Tasca Vasco foi uma consequência do meu pensamento num formato mais burguês”, ri-se. “Mais beto”, corrige Camilo, que é o chef executivo de todos os restaurantes com o selo Cafeína. Rua de Sá de Noronha, 61, Porto Tel. : 222 033 144 Facebook Horário: aberto todos os dias. De domingo a quarta-feira, das 12h às 00h30; quinta, sexta e sábado, das 12h à 1h. Preço médio: 15€ ao almoço; 25€ ao jantarÀ mesa vão chegando as entradas frias, para temperar o calor que envolveu o Porto na última semana: vem primeiro o picadinho de carapau, que Camilo vai servindo aos comensais. “Porque gostávamos muito do Panca, mantivemos na carta um ceviche dessa altura. E, na prática, este picadinho e a meia desfeita também são espécies de ceviches”, explica. O carapau tem, de facto, um sabor muito fresco e saboroso. A Tasca Vasco, que na carta de “Comes” tem pratos como mão de vitela com grão – “um best seller”, garante Camilo –; moelas estufadas; polvo à lagareiro; bitoque com ovo a cavalo e molho de francesinha; peixinhos da horta; ou cuscos transmontanos com míscaros e boletus, abriu portas para, assumidamente, ser uma abordagem “mais portuguesa” no portefólio Cafeína. “O mercado mudou: os turistas, por exemplo, que são cada vez em maior número, procuram muito conhecer a gastronomia local”, refere Camilo. E o desafio, completa Vasco, é chamar cada vez mais portugueses para esta Tasca, que tem um slogan orelhudo: “Uma tasca com vida, uma cozinha atrevida”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A louça que chega à mesa é inspirada em motivos tradicionais portugueses, muito Bordallo Pinheiro, e pintada à mão por artesãos. Os bancos “rabo-de-baleia” dispostos em algumas mesas são produzidos “num atelier parisiense onde são aplicadas técnicas originais de 1913”. De resto, a Tasca Vasco é feita da sala principal e do terraço interior, decorados com livros, plantas e alguns frascos de conserva prontos a ser servidos, e uma esplanada onde, em dias mais quentes, se sentam 12. Com estas e outras, já provámos a meia desfeita e a cabeça de xara e Camilo Jaña está agora a trinchar o camarão-tigre; as costelinhas estão deliciosas e as batatas fritas são irresistíveis. O marisco está no ponto, mas ainda há-de chegar o arroz de coentros – aprovadíssimo! E, no fim, a mousse de chocolate com gelado de amendoim rebenta com tudo.
REFERÊNCIAS:
DGPC alarga classificação de palácio de Mafra. E abre processo para proteger criança do Lapedo e ponte de Viana
Processos foram abertos esta segunda-feira e seguirão agora a sua tramitação. (...)

DGPC alarga classificação de palácio de Mafra. E abre processo para proteger criança do Lapedo e ponte de Viana
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-06-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Processos foram abertos esta segunda-feira e seguirão agora a sua tramitação.
TEXTO: A Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) propôs ao Governo classificar como monumento nacional todo o conjunto composto pelo palácio, basílica, convento, jardim do cerco e tapada de Mafra, indica o Diário da República desta segunda-feira. Datado do século XVIII, o Palácio Nacional de Mafra, mandado construir por D. João V com a riqueza resultante do ouro vindo do Brasil, é um dos mais importantes monumentos representativos do barroco em Portugal e está classificado como monumento nacional desde 1910. No final de 2017, foi entregue o dossier de candidatura daquele conjunto a património mundial à UNESCO pela Câmara de Mafra. A candidatura, que destaca a unicidade do monumento, lembra a importância da biblioteca do palácio e dos seis órgãos históricos da igreja, bem como do seu conjunto sineiro composto por dois carrilhões e 119 sinos. Criada em 1747, a tapada possui mais de 500 animais de 60 espécies diferentes, entre gamos, veados, javalis, aves como a águia de Bonelli ou o bufo real, e uma floresta de 800 hectares. A DGPC abriu também um procedimento de classificação do esqueleto da “Criança do Lapedo” e respectivos artefactos arqueológicos, encontrados no Abrigo do Lagar Velho, em Leiria, “cuja protecção e valorização representam valor cultural de significado para a nação”, lê-se também no Diário de República desta segunda-feira. O pedido já fora avançado em Dezembro de 2018 pelo Museu Nacional de Arqueologia. O esqueleto tem cerca de 29 mil anos e a sua descoberta constituiu um acontecimento marcante no seio da paleoantropologia internacional, por se tratar do primeiro enterramento Paleolítico escavado na Península Ibérica. Também “em vias de classificação" como imóvel de interesse nacional está agora a Ponte Eiffel, em Viana do Castelo, que no dia 30 completa 141 anos. A proposta de classificação daquela travessia metálica sobre o rio Lima foi aprovada pela câmara de Viana em Julho de 2018. A ponte, que liga a cidade de Viana do Castelo a Darque, sobre o rio Lima, encontra-se classificada como património da cidade e constitui um símbolo da arquitectura do ferro do século XIX. Inaugurada em 1878, foi desenhada pela casa Eiffel de Paris.
REFERÊNCIAS:
A Senhora do Monte quer recuperar a sabedoria do Portugal tradicional
Cláudia Costa e Tiago Lucena têm a receita para um estilo de vida mais autossuficiente e sustentável. Aliás, o casal tem até 70 receitas. (...)

A Senhora do Monte quer recuperar a sabedoria do Portugal tradicional
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2019-06-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Cláudia Costa e Tiago Lucena têm a receita para um estilo de vida mais autossuficiente e sustentável. Aliás, o casal tem até 70 receitas.
TEXTO: Fazer um perfume com água ardente? E um champô seco com amido de milho? No livro A Senhora do Monte, da autoria do casal Cláudia Costa e Tiago Lucena, é possível encontrar mais de 70 receitas caseiras de produtos de higiene pessoal e limpeza da casa. Este projecto assenta num princípio ecológico, de sustentabilidade, mas também de auto-suficiência, com benefícios para a saúde e para a carteira. Tudo começou em 2010 quando Cláudia e Tiago abandonaram a vida agitada da cidade e se instalaram no campo com ideias de agricultura biológica, ligadas à permacultura (a observação da ecologia de maneira sustentável) e escolas mais alternativas de agro-ecologia. Estavam determinados a absorver todos os conhecimentos do meio rural: desde a agricultura tradicional, sem máquinas, às mezinhas caseiras. “Começámos a tirar notas de soluções que queríamos para não estarmos tão expostos a produtos químicos”, explicam os autores ao PÚBLICO. “Na altura, começámos a fazer isto num caderno, depois passámos para umas notas no Word [no computador] e, às tantas, criámos o blogue”, continuam. O blogue A Senhora do Monte nasceu em 2012 e é um arquivo do saber antigo, tradicional e artesão das gerações mais velhas de um Portugal, por vezes, esquecido, acrescentam. Parte dos conteúdos do blogue foram passados para o papel. Foi a vivência no campo que forneceu a matéria para que Cláudia e Tiago escrevessem o livro – “Os nossos amigos no campo era tudo malta nova de 85 para cima”, brincam. Apesar das muitas amizades que fizeram, A Senhora do Monte pretende homenagear duas senhoras em particular – D. Nália e D. Conceição – a quem os autores devem, não só grande parte das receitas incluídas no livro, como também a inspiração para o nome do projecto. O casal conheceu a D. Nália no Cartaxo, Santarém, e esta tornou-se a sua primeira vizinha. Viúva, de 85 anos, foi o primeiro contacto dos jovens com a cultura de auto-subsistência e fo quem lhes ensinou as primeiras tarefas: “as lides da horta, tratar de animais, um chazinho ou outro”, contam. “A segunda foi a D. Conceição, na Lousã, com quem vivemos lado a lado. Foi uma outra ‘avó’ que adoptámos e era o mesmo registo, mas num ambiente mais serrano e muito mais isolado”, prosseguem. O objectivo do projecto é incentivar as pessoas a uma mudança de hábitos, com vista a um “mundo menos industrial e mais sustentável e a resolver os problemas de uma forma mais simples e ecológica”. Para os autores, esta transição não tem de ser feita de uma forma drástica, até porque não conseguem produzir tudo de forma caseira (apesar do cuidado em comprar produtos amigos do ambiente), mas “se dez milhões de pessoas adoptassem uma receita que fosse deste livro, já tinha um impacto ecológico brutal”, acreditam. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Além das preocupações ambientais, fazer a maquilhagem, os sabonetes e os perfumes em casa pode trazer grandes vantagens para os bolsos dos portugueses. “Aqui [no livro] não há nada que seja mais caro que o produto convencional de supermercado, nem o biológico ou ecológico, também disponível, e que normalmente até são um pouco mais caros”, garantem os autores. Esta também não tem de ser uma tarefa complicada, já que Cláudia e Tiago tentaram “seleccionar coisas que são fáceis de encontrar em qualquer casa ou supermercado português”. O facto de os produtos não conterem químicos é também benéfico para a saúde. Limpar a casa de forma natural, por exemplo, é de extrema importância para os autores de A Senhora do Monte: "A água de vinagre, que já se vende nos supermercados, é uma limpeza simples de cozinha e de casa para quem tem animais domésticos. Temos essa preocupação. Não queremos limpar o chão com produtos químicos porque não sabemos como é que isso pode afectar os animais”, explicam. A mesma ideia pode ser aplicada por quem tem crianças pequenas ou para a saúde de qualquer pessoa.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura campo
Balanço dos 12 trabalhos da Reforma da Floresta
A chamada reforma da floresta começou a tomar forma em 2016, tendo adquirido carácter de urgência em 2017 face à severidade dos incêndios. Foi aprovada no Parlamento em Julho do ano passado. São 12 medidas que se podem dividir em três grandes temas. Duas delas não viram luz do dia. (...)

Balanço dos 12 trabalhos da Reforma da Floresta
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-03-14 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20190314165040/https://www.publico.pt/n1834385
SUMÁRIO: A chamada reforma da floresta começou a tomar forma em 2016, tendo adquirido carácter de urgência em 2017 face à severidade dos incêndios. Foi aprovada no Parlamento em Julho do ano passado. São 12 medidas que se podem dividir em três grandes temas. Duas delas não viram luz do dia.
TEXTO: 1 - Programa Nacional de Fogo ControladoO fogo é uma prática ancestral no país mas tem sido demonizado porque, feito sem controlo, pode provocar grande destruição, como se provou demasiadas vezes no passado. Mas, se bem usada, não deixa de ser uma arma eficaz contra os incêndios permitindo uma redução dos combustíveis de que estes se alimentam. O balanço, feito em Maio, indicava que teriam sido objecto de fogo controlado 5730 hectares e foram dadas autorizações para queimadas em 5386 hectares. Estes valores equivalem a 10% do objectivo estabelecido. As condições meteorológicas adversas foram a razão apontada pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Floresta (ICNF) para este fraco desempenho. Em meados de Maio teve início um projecto-piloto em nove municípios para avaliar as condições em que podem ser feitas queimas de amontoados e queimadas de terrenos de forma segura, com apoio da GNR. A intenção era alargar este projecto aos municípios com maior risco de incêndio até final deste mês e ao país todo até Outubro. 2- Alteração ao Sistema de Defesa da Floresta contra IncêndiosEste decreto vem actualizar a legislação sobre o mesmo assunto que data de 2006. São aqui atribuídas maiores competências às câmaras e há mais meios e actores no terreno, desde vigilantes da natureza a militares, passando pelos sapadores florestais (ver texto na página 2). A face até agora mais visível das alterações entretanto introduzidas foi a obrigatoriedade de limpeza dos terrenos em volta de habitações e aglomerados, tendo apertado as regras, sob pena de pesadas multas. Sabe-se que houve de facto muitas limpezas, mas ninguém sabe quantificar. Muitos receiam sofrer penalizações apesar de terem feito as limpezas, porque a chuva dos últimos meses potenciou o crescimento dos combustíveis finos (ervas) que entretanto secam e ficam prontos a arder. Já nos terrenos públicos, uma ínfima percentagem da floresta em Portugal, a Secretaria de Estado das Florestas avança que, no âmbito das acções em curso pelo ICNF e pelos municípios, encontram-se já executados cerca de mil quilómetros da Rede de Defesa da Floresta Contra Incêndios e cerca de 2300 hectares de gestão de combustível. Em análise estão 232 candidaturas a apoios, no valor de 17 milhões de euros, para a instalação da Rede Primária de Defesa da Floresta contra Incêndios em territórios de perigosidade muito alta. Em fase de conclusão de análise, estão também as 39 candidaturas do projecto das cabras sapadoras — um total de 4900 animais. O objectivo é limpar 3000 hectares em 2018 e 20 mil hectares nos próximos cinco anos. 3 - Actualização do programa dos sapadores florestaisO apoio financeiro aos sapadores foi reforçado e foram abertos concursos para a constituição de mais equipas. Das 100 equipas previstas para 2018, estão já criadas 69, num total de 345 elementos. Foi ainda atribuída uma verba de 600 mil euros de apoio a fundo perdido para o reequipamento de 1000 sapadores. A distribuição das equipas no terreno terá em conta as zonas de intervenção prioritária em matéria de prevenção da floresta contra incêndios, zonas de maior valor patrimonial cultural e natural e áreas protegidas. O objectivo é ter no terreno até ao final do ano de 2019, 500 equipas de sapadores. 4 - Construção de novas centrais de biomassa florestalA ideia é incentivar a limpeza da floresta canalizando material recolhido para centrais que o queimam e transformam em energia. É uma medida que gera grandes críticas, não só porque concorre com as indústrias que usam a madeira como matéria prima, como se corre o risco de se estar a queimar material de primeira qualidade já que os chamados sobrantes que resultam das limpezas das florestas não têm grande interesse, quer calorífico, quer económico. Foram aprovadas 11 centrais a biomassa. Estão já a ser construídas as do Fundão e Viseu, que deverão ser inauguradas em 2019, e já foi inaugurada a de Vila Nova de Famalicão. O governo está também a avaliar a transformação da central termoeléctrica do Pego de carvão para biomassa após 2021. 5 – Alterações ao regime jurídico dos Planos de Ordenamento, de Gestão e de Intervenção de Âmbito FlorestalA partir de agora, estes planos, que estão desactualizados há muitos anos, terão de de ser incorporados nos Planos Directores Municipais (PDM). Para que os Planos Regionais de Ordenamento Florestal sejam revistos foram implementados gabinetes técnicos intermunicipais pelas Comunidades Intermunicipais. No âmbito do concurso lançado para a criação destes gabinetes, financiado pelo Fundo Florestal Permanente, foram constituídos 20 Gabinetes Técnicos Intermunicipais. "O número de PROF nesta segunda geração passou de 21 para 7. A discussão pública está concluída para os de Lisboa e Vale do Tejo e do Alentejo, Entre Douro e Minho e de Trás-os-Montes. Está em curso a discussão pública do PROF do Algarve, seguindo-se a do Centro Interior e Centro Litoral", informa a secretaria de Estado das Florestas. 6 – Criação do regime jurídico das entidades de reconhecimento das sociedades de gestão florestalFace à extrema fragmentação da propriedade privada, que detém 97% da floresta em Portugal, o Governo quer incentivar a criação de condições para que haja gestão conjunta dos territórios. Um problema que afecta sobretudo o Norte e o Centro. Para isso, estão previstas duas novas figuras: as entidades de gestão florestal e as unidades de gestão florestal. Há incentivos fiscais e apoios do Fundo Florestal Permanente para a sua constituição. Está em curso até ao final de julho um concurso, no valor de 500 mil euros, destinado a apoiar a constituição de UGF. 7 – Simplificar a criação das Zonas de Intervenção FlorestalAs Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) são outra figura, criada há mais de uma década, que pretende também separar a propriedade da gestão, garantindo que a última é feita com escala. Este tem sido um processo com muitos problemas. Agora reduziu-se a superfície mínima para 500 hectares e diminuiu-se o número de proprietários para 25. As autarquias assumem também aqui maior intervenção em parceria com uma organização associativa de proprietários e produtores florestais ou outra pessoa colectiva. A legislação prevê a atribuição de vários incentivos e benefícios fiscais às ZIF. Encontram-se em processo de constituição 95 novas ZIF. 8 – Alterações ao RJAAR – Regime jurídico aplicável às acções de arborização e rearborizaçãoA principal alteração a este regime é a proibição de aumentar a área de eucalipto, colocando um travão a esta espécie. É a medida mais contestada pelos proprietários pois esta é das poucas espécies que lhes garante rendimento, o que pode potenciar ainda mais o abandono das terras e destruir o que resta da actividade económica de algumas zonas deprimidas. Como a medida foi anunciada com algum tempo de antecedência face à sua entrada em vigor, já este ano, houve uma corrida às plantações desta espécie no ano passado. 9 - Criação de uma Comissão para os Mercados e Produtos FlorestaisEsta comissão tentará “conciliar estratégias de regulação de mercado no que respeita aos recursos florestais, designadamente através da monitorização permanente dos recursos florestais disponíveis e do acompanhamento das condições de mercado existentes, de molde a potenciar uma maior valorização dos produtos florestais e, consequentemente, a rentabilidade obtida com os mesmos". Visa sobretudo vigiar os preços face à posição dominante dos grandes grupos ligadas à floresta, com destaque para a Navigator, Altri e Sonae. 10 – Benefícios fiscaisDiscussão no Parlamento adiada para Setembro. 11 - Criação de um sistema cadastral simplificadoSubscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Sendo a propriedade maioritariamente privada, não saber de quem são as terras tem sido um grande problema para a gestão e criação de entidades como a ZIF. Já se tentou por várias vezes fazer este cadastro mas o trabalho é hercúleo. Agora foi implementado um projecto-piloto em dez municípios: Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra, Penela, Sertã, Caminha, Alfândega da Fé e Proença-a-Nova. O registo destes terrenos será feito de forma gratuita, através do Balcão Único do Prédio (BUPi), que existirá em formato físico e electrónico. Segundo uma resposta dada há uma semana pelo Ministério das Finanças ao PCP, ao fim de oito meses sabe-se quem são os donos de 35, 8% da área destes municípios. Uma importante fatia deste total incide sobre áreas públicas. 12 - Criação de um Banco de TerrasMedida chumbada no Parlamento.
REFERÊNCIAS:
Partidos PCP