Moscas e brisas
Com o calor que está a felicidade restante depende dos caprichos das brisas e das moscas. (...)

Moscas e brisas
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-08-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Com o calor que está a felicidade restante depende dos caprichos das brisas e das moscas.
TEXTO: Quis o acaso que nestes dias de calor eu almoçasse sempre peixe frito, arroz de tomate e salada de tomate e pepino. A Maria João apronta o arroz de tomate em casa e depois negoceia a conclusão com a cozinha do restaurante. Em Agosto, felizmente, estas negociações têm corrido muito bem, alcançando-se arrozes de tomate que têm aumentado de tamanho à medida que são subscritos pelo pessoal da cozinha. O de hoje já deu para alimentar cinco almas. Há prato mais português do que peixe frito, arroz de tomate e salada? Será por isso que é tão difícil encontrá-lo?Com o calor que está a felicidade restante depende dos caprichos das brisas e das moscas. Havendo brisa as moscas enfrentam-se, até porque as moscas detestam brisas, que consideram concorrência. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Quando não há, as moscas naturalmente abusam e ficam inaturáveis. Mesmo assim, mesmo sem qualquer empatia, ocorre-me que se elogiam os touros pelas mesmas qualidades que odiamos nas moscas. Hoje, por exemplo, conheci uma mosca extremamente valente, cheia de brio, com uma persistência fanática. Por muito que procurássemos assustá-la, tentando matá-la, ela permanecia indiferente. Era como o Cristiano Ronaldo. A nossa revolta só lhe fortalecia a pertinácia infiltrativa. Custa-me acreditar que no fundo não há nada que possamos fazer para impedir uma mosca de fazer gato-sapato da nossa pele. O almoço pode ser perfeito mas a brisa falha para nos tirar o apetite e as moscas fazem questão de nos mostrar que, seja qual for o almoço e a pessoa, para eles é tudo a mesma merda.
REFERÊNCIAS:
Praias fluviais: cinco mergulhos num rio de xisto
Plenas de natureza, mais urbanas ou com insufláveis. A rede das Aldeias do Xisto integra meia centena de praias fluviais concessionadas para descobrir numa curva de rio. Para lançar caminho, deixamos cinco sugestões. (...)

Praias fluviais: cinco mergulhos num rio de xisto
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-10-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Plenas de natureza, mais urbanas ou com insufláveis. A rede das Aldeias do Xisto integra meia centena de praias fluviais concessionadas para descobrir numa curva de rio. Para lançar caminho, deixamos cinco sugestões.
TEXTO: Por entre a malha de cerros e ribeiros que une as Aldeias do Xisto aninha-se meia centena de praias fluviais concessionadas, mais outros tantos braços de rio selvagem e deserto. Com margens relvadas, de areia ou de cimento; de envolvente urbana, rural ou embrenhada na natureza bravia. Não há duas iguais. E, sendo curtas as distâncias, nem precisa de se comprometer com a primeira escolha. Para lançar caminho, deixamos cinco sugestões. As cicatrizes estão lá, quando prestamos atenção aos detalhes da natureza. A sombra dos salgueiros e dos amieiros já não chega à outra margem nem abraça quase todo o relvado. Das oliveiras, apenas uma sobreviveu. Mas, para quem aqui chega de olhos alagados de negro e silêncio, a praia fluvial do Mosteiro é como um bálsamo, um refúgio, uma esperança. O curso de água acelerou a regeneração de árvores e de arbustos e as infra-estruturas danificadas foram reparadas ou substituídas. Apenas uma faixa de eucaliptos despidos grava na retina o que a memória não esquece. Na água, no entanto, os ritmos retomam a descontracção das férias. O ambiente é de folia veraneante. Os miúdos fazem fila no escorrega, molham-se os friorentos às gargalhadas enquanto outros passeiam-se em cima de fatias de pizza e motos insufláveis. À ponte em meia-lua não pára de chegar gente de sacos e geleiras. A família Farinha Martins descansa numa sombra de relva, bem junto à piscina de seixos que um açude forma naquele recanto da ribeira de Pêra. São de Proença-a-Nova, conhecem as curvas que o tempo dobra por aqui. A conversa passa inevitavelmente pelo incêndio que devastou a região no ano passado mas depressa recua mais fundo na cronologia, ancorada nas recordações da meninice. As praias fluviais são um conceito recente. Antes havia apenas rio e margens cobertas de terrenos agrícolas, recordam. Cláudia ainda se lembra de dar uns mergulhos quando ia “passear as cabrinhas pela ponte romana”, actualmente submersa pela barragem de Corgas. Mas Maria tinha “tanto trabalho” na rega do milho que, às vezes, “nem havia tempo de ir ao banho”. Hoje, os tempos são outros. Raquel e Francisco já não reconhecem as histórias de infância da mãe e da avó. Agora, a família passa as férias e os fins-de-semana em mergulhos. Quase sempre na praia fluvial da Aldeia Ruiva, mais perto de casa. Mas ao Mosteiro já vieram quatro ou cinco vezes este ano. “Aqui estou no estrangeiro”, ri-se Adelino. A viagem não demora mais de meia hora, mas o cenário é outro. “Tem-se mais contacto com a natureza, o cheiro da água é diferente, é bom”, enumera Cláudia. Atrás do relvado, há um bar de apoio e o restaurante Fugas, instalado num antigo lagar recuperado. “Pelos registos que temos não funcionava há 30 anos”, conta Luís Dias, concessionário da praia. Natural de Lisboa mas “descendente de cá”, Luís vinha sempre com a família passar as férias de Verão à terra, uma pequena aldeia próxima de Pedrógão Pequeno. “Mas quando começámos a ter liberdade para vir sozinhos, chegávamos aqui e não tínhamos nada para fazer com os nossos amigos”, recorda. Foi por isso que criou a Trilhos do Zêzere, empresa de actividades turísticas e desportivas na região. Faz agora 20 anos. E foi aí que nasceu a ligação a Mosteiro, onde trouxe muitos turistas, cativado pela “quantidade de histórias” da aldeia. A concessão da praia surgiu há cinco anos. Enquanto passeamos pelas ruas desertas, a cinco minutos da praia, recordamos uma das histórias contadas por Luís. Sobre como os habitantes de Mosteiro tinham uma escritura independente para a água e o acesso à levada era gerido “de uma forma tão ordeira e sem regras” pela população de moleiros. Não havia leis, mas horários a cumprir. E ainda hoje, “quando o dono vende o terreno, pode não vender a água”. Lá no topo, junto à antiga escola primária, transformada em colónia de férias de Verão e hostel de Inverno, está a nascer um “parque de árvores de fruto”. “Cada pessoa trouxe uma árvore, foi lá plantar e tornou-se padrinho dela. A ideia é ter de visitá-la duas vezes por ano nos próximos cinco anos”, conta Luís. O objectivo é alimentar a aldeia e doar o excedente à Misericórdia e às escolas. Mas, sobretudo, criar “uma cortina de protecção da aldeia em caso de incêndio” e deixar algo às gerações futuras. “Tenho a certeza que os meus netos vão poder comer frutos daquelas árvores. Foi isso que o meu bisavô fez [por mim]. ”Francisco e Ricardo andam para cima e para baixo em ritmo acelerado. Ponta dos pés sobre um dos pilares da ponte, mortal acrobático para a água, braçadas até às escadas, repetir. Uma e outra e outra vez. São irmãos, nadadores de competição e, tal como quase todos os que vamos encontrando, vivem noutras zonas do país mas as ligações familiares devolvem-nos todos os anos à Sertã. É a primeira vez que vêm até ao Troviscal este ano, a pedido da irmã. Preferem as praias da zona de Vila de Rei, confessam. “Fernandaires é melhor em termos de qualidade e da temperatura da água. ” Mas também gostam de explorar a Foz da Sertã, onde “há um hotel abandonado”. Junto ao acesso da praia, dois edifícios recordam a importância que os cursos de água tiveram outrora na agricultura da região. De um lado, um moinho de cereais, do outro, um antigo lagar em ruínas, ainda com grande parte do engenho utilizado na produção de azeite. “Deviam ser do mesmo dono”, presume Luís Dias, que nos guia por algumas das praias da região. “Naqueles tempos fazia-se uma gestão das actividades e das épocas para que se pudesse tirar rendimento o ano todo. ” Resina, azeitona e cereais. Antigamente, as colinas que fecham o horizonte estariam cobertas de olival e os nateiros, lodos férteis junto ao rio, eram terras de milho e de hortas. Hoje a paisagem é dominada por eucaliptos – uns negros, outros a rebentar – e pinheiros esparsos. Nas margens, bancos de areia trazem ao tacto um bocadinho do litoral. “Isto era uma represa. Não havia nadadores-salvadores nem bar. Só vinha quem conhecia, porque não havia roteiros, não havia nada”, recorda Valter, mergulhado à beira da parede do açude. A tarde está calma, são poucas as pessoas que escolheram o Troviscal nesta quinta-feira de Agosto. Mas ao fim-de-semana, garante, “o café está cheio”. “Há uma senhora que faz frango do churrasco a 8€. Vêm famílias inteiras. ” Valter e a mulher, Sílvia, também voltam todos os anos. Pelo menos durante uma semana de Verão, as férias são sinónimo de “regresso às raízes”. “Queremos dar aos miúdos a ideia de que existe terra. ”Abeiramo-nos primeiro do miradouro, que a paisagem impressiona. O paredão da barragem está mesmo aos nossos pés, encaixada numa crista quartzítica que contrasta com as colinas mansas que limitam a albufeira. Uma família de andorinhas esvoaça à nossa volta. Lá ao fundo, meio escondida atrás dos pinheiros, já se avista a praia fluvial, um conceito aqui definido de forma mais lata. Já não estamos num corredor estreito de rio, antes numa minúscula faixa da imensa barragem, alimentada pelas águas das ribeiras do Vidual e de Unhais. Lá em baixo, a praia é, na verdade, uma completa infra-estrutura de lazer, com parque de merendas, circuito de manutenção, vários trilhos para passeios pedestres, canoas e outras actividades náuticas. E, claro, uma zona de banhos protagonizada por uma piscina flutuante. É lá que encontramos Sílvia Gonçalves, o marido e os dois filhos – um casal de gémeos, com cinco anos, que esbraceja no rectângulo para as crianças, com braçadeiras, bóia e muitos mergulhos. Na aldeia de Meãs, de onde é a família de Sílvia, existe apenas uma piscina normal, municipal. Aqui, a qualidade da água é melhor e a diversão também, compara. “Também gostamos de ir à praia de Janeiro de Baixo porque tem areia. ” E tu, Gabriel, do que mais gostas? “Da piscina”, grita antes de mais um salto para água. E em Janeiro de Baixo? “De fazer castelos. ” E novo mergulho. “Atrevo-me a dizer que gostam tanto ou mais disto do que da praia de mar”, reage Sílvia. Por agora, os dias dividem-se entre praia de manhã e vida de aldeia pela tarde. Com visitas a familiares e passeios pela natureza. Daqui a nada, o quotidiano volta a escrever-se em Carnaxide. É a praia mais urbana que visitámos. Ou talvez rural seja o termo mais correcto. Uma das margens divide-se entre um relvado e uma zona de areia. Mas na outra, vedada a banhistas, sobem terrenos agrícolas, oliveiras e habitações. A ribeira da Isna ganha aqui limites de cimento, como se fosse uma piscina. O cenário é mais aberto, mais humanizado. O que perde em natureza, ganha em acessibilidade. O parque de estacionamento é mesmo à entrada, tem um restaurante e bar com ampla esplanada e um parque de campismo logo ao lado. No parque de merendas, não há uma mesa livre. A maioria é ocupada por uma excursão que acaba de chegar. São de Dominguizo, no concelho da Covilhã. E esta é a última paragem antes de regressarem à aldeia. Todos os anos, o trajecto organizado pela paróquia é mais ou menos o mesmo: primeiro dia entre a praia do Baleal, Peniche e Nazaré, segundo dia em Fátima, com lanche na praia de Aldeia Ruiva antes de seguirem viagem. Da mesa, não se vê o tampo. Há caixas de rissóis, bolos de bacalhau, pão, embalagens de queijo, presunto, batatas fritas, sumos e muita pinga. Tinto, branco e aguardente, tudo caseiro, feito por quem já nos ofereceu um lugar à mesa. É só escolher. Maria Ludovina distrai-se com a conversa e por pouco a garrafa de água não lhe arde na garganta. “Já viram o que ia beber?”, ri-se. “Esta é das que queima tudo, foi o meu marido que fez. ”Todos os anos, a mesma excursão, a mesma paragem final. “É um sítio aprazível e com espaço”, argumenta José Ferreira. Do resto da praia, já pouco vimos. A cavaqueira é amena e não nos deixam ir embora sem provar mais uma fatia de bolo, um rolo de carne, um copo de vinho. Sem rede no telemóvel, já ninguém sabe de nós. Mas há que seguir para o último mergulho de rio. A quinze minutos de distância da praia de Aldeia Ruiva, a ribeira que nos banha ainda é a mesma, mas o cenário não podia ser mais diferente. Aqui a natureza é abundante. Fecha o horizonte de verde para onde quer que olhemos. Aos pés do bar-restaurante, encavalitado na encosta, as toalhas vão colorindo o chão de ladrilhos junto à margem. Mas a maioria das pessoas está dentro de água. Ora num dos rectângulos da piscina flutuante, ora nos escorregas insufláveis do primeiro parque aquático instalado na região, ora em braçadas preguiçosas ao longo da ribeira. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Elvira, Samuel, Pedro, Madalena e Mariana dão as últimas remadas de canoa. É um passeio que a família não dispensa sempre que vem à praia do Malhadal. “Vamos até lá ao fundo e, como a altura da água lá é menor, a água é mais quente. Então damos um mergulho sem mais ninguém, só nós e a natureza”, conta Samuel Dimas. O início da represa fica para lá da curva do rio, a cerca de um quilómetro do fluviário onde deixam agora as embarcações. “Chamamos-lhe o mergulho da ribeira da hortelã porque existe hortelã selvagem nas margens e deita aquele cheirinho muito agradável”, acrescenta. “É um mergulho aromático. ”Tentamos lá ir a pé, por um caminho de terra na outra margem, mas as silvas e o estado do terreno impedem-nos de chegar até à zona dos banhos perfumados. Desistimos e mergulhamos. Nadamos sem pressa de volta às escadas de acesso. É final de tarde, o sol ameaça esconder-se para lá da folhagem mais alta, a água mantém-se amena e o chilrear da natureza interrompe-se apenas para deixar passar alguma conversa ou risada distante. “Aqui é mais calmo. Não há Internet, vêem-se as estrelas à noite porque não há poluição, não há muito barulho, as pessoas conhecem-se todas”, compara Madalena o quotidiano de Almada e as férias em Proença-a-Nova, terra da avó materna. Cá, os dias são passados dentro de água. “É mais quente e não tem ondas”, diz. “É como se fosse uma piscina, só que bonita. ”
REFERÊNCIAS:
Fleet Foxes: o segredo está na voz
Seis anos depois, os Fleet Foxes regressam com um álbum em que a complexidade instrumental do seu antecessor se reúne à luz radiosa da estreia. (...)

Fleet Foxes: o segredo está na voz
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.4
DATA: 2017-07-11 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20170711002346/https://www.publico.pt/n1775610
SUMÁRIO: Seis anos depois, os Fleet Foxes regressam com um álbum em que a complexidade instrumental do seu antecessor se reúne à luz radiosa da estreia.
TEXTO: Robin Pecknold desaparece e vai viver a vida. Vai questionar-se sobre si próprio e sobre o mundo. Depois, aparece e faz-nos o relatório. Talvez por isso se demore tanto tempo entre cada novo álbum dos Fleet Foxes. Três anos esperámos por Helplessness Blues. Entre a estreia homónima e aquele, o feliz deslumbramento com a vida no planeta, as vozes cantando tudo o que é bom e belo, deu lugar ao questionamento interior: os lagos, as florestas, os animais graciosos e as pessoas de bom coração são realmente uma dádiva maravilhosa, mas se só a morte temos por certa, valerá tudo a pena? Pecknold dava voz a tais sensações enquanto a música se complexificava e ganhava novas matizes, com contornos de Astral Weeks, a obra-prima de Van Morrison, a reconhecerem-se aqui e ali e com uma densidade instrumental a tornar maior aquela música assente no folk-rock anglo-saxónica das décadas de 1960 e 1970. Entretanto, seis anos passaram. Seis anos em que o baterista dos Fleet Foxes, Josh Tillman se apresentou ao mundo como Father John Misty. Seis anos em que Robin Pecknold desapareceu do olhar público. Inscreveu-se na Universidade de Columbia para estudar Arte e Literatura do Século XX e aprendeu a surfar. A música ficou em pausa. Disse recentemente que se sentia unidimensional e que estava a encontrar dificuldade em fugir àquilo que a banda já fizera. Entretanto, em 2016, os Fleet Foxes começaram a trabalhar num novo álbum, como se começassem do zero, explicou Pecknold à Rolling Stone. Em 2017, recebemos a notícia que Crack-Up é o título do novo álbum, retirado de um ensaio de F. Scott Fitzgerald, e ouvimo-lo para perceber duas coisas. Que uma banda, esta banda, não consegue fugir à sua natureza — que é a forma como as vozes se harmonizam e se destacam acima de todos os outros elementos de que a música é feita. E que, depois do questionamento, depois das sombras e das dúvidas, os Fleet Foxes abraçam a luz — afinal, tudo valerá a pena, parecem dizer estas canções. Autoria:Fleet Foxes Warner MusicPrimeiro o som da voz, funda e com a guitarra distante, palavras entoadas em vigília. “I am all that I need”, diz a voz, e assim continua durante breves segundos, até que tudo explode em luz e som. As cordas a cresceram com as guitarras acústicas, as vozes a cantarem em uníssono. Folk grandiloquente, sempre em ascensão — talvez só precisemos de nós próprios, mas tudo soa melhor assim, em comunidade. Em Crack-Up reúne-se a luminosidade telúrica do primeiro álbum à maior complexidade, na instrumentação e na composição, de Helplessness Blues. Alusões ao ambiente natural surgem no arvoredo, nos lagos e oceanos cantados nas letras, e são sugeridos na música ela mesma, no marulhar de um sintetizador ou no voltejar dos violinos. Canções como I am all that I need / Arroyo Seco / Thumbprint scar ou Third of May / Ödaigahara, o primeiro single, são longas digressões folk-rock feitas prog fluído, sem sobressaltos. Há uma delicada névoa psicadélica a cobrir algumas canções, como se as milagrosas vozes dos Crosby, Stills & Nash procurassem os orientes que os Byrds descobriram em Younger than Yesterday e The Notorious Byrds Brothers (Kept woman, no movimento repetitivo do piano, evoca-os). Há uma Mearcstapa que cai em luz nocturna, violino em ascensão, para acentuar o tom encantatório que domina todo o álbum. Lá ao fundo, na origem de tudo, continuamos a ouvir como modelo inescapável as harmonias vocais dos Crosby, Stills & Nash, algo que o dramatismo orquestral de Cassius, familiar de uns Grizzly Bear, não apaga. Algo que os ocasionais sintetizadores ambientais, por exemplo, não fazem esquecer. Não o dizemos para desvalorizar o que quer que seja nesta música. Os Fleet Foxes juntam as vozes e é impossível ficar indiferente ao seu efeito terapêutico. Transportam-nos e conquistam-nos. Não há ponta de cinismo possível. Tudo é luz e esperança. O mundo vale a pena. É isso que nos dizem novamente os Fleet Foxes. É ingénuo, porventura simplório, escrevê-lo assim, mas há nesta música uma crença e convicção que não nos deixam outra hipótese senão segui-la. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. “I am all that I need”, canta Robin Pecknold logo a início. “Aren’t we made to be crowded together like leaves”, cantará ele mais tarde, em Third of May / Ödaighara. É uma analogia com um pé na foleirada new age mas, cantada pelas vozes dos Fleet Foxes, parece mesmo verdade. Perdão, é mesmo verdade.
REFERÊNCIAS:
Partidos BE
Portugal é vice-campeão europeu no concurso de satélites do tamanho de latinhas
A ilha açoriana de Santa Maria recebeu a final europeia da competição CanSat (lata + satélite), que juntou 97 alunos e 23 professores. A equipa portuguesa recebeu a medalha de prata e a da Irlanda a de ouro. (...)

Portugal é vice-campeão europeu no concurso de satélites do tamanho de latinhas
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-08-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: A ilha açoriana de Santa Maria recebeu a final europeia da competição CanSat (lata + satélite), que juntou 97 alunos e 23 professores. A equipa portuguesa recebeu a medalha de prata e a da Irlanda a de ouro.
TEXTO: Guilherme Ferreira já tem experiência a lançar microssatélites na ilha de Santa Maria. É a terceira vez que lança um satélite do tamanho de uma lata de refrigerante na ilha açoriana, o terceiro ano que participa no concurso CanSat e o primeiro na final europeia. “Estou mais calmo do que pensava”, confessa o aluno do Colégio Guadalupe (Seixal) antes do seu último lançamento. Afinal, está no 12. º ano e não participará de novo. Juntamente com a sua equipa – a GSat –, está pronto para o lançamento de um foguetão que subirá a quase mil metros e levará a latinha. De repente, há uma rajada de vento e uma das antenas cai ao chão. A equipa entra em modo de emergência e reconstrui a antena. Entretanto, começa a contagem decrescente. “Estão prontos? 4, 3, 2, 1”, anuncia-se ao megafone. Eis que se ouve uma explosão e o rasto do foguetão desenha-se no céu. Esperam ver a latinha a descer, mas nada acontece. “Já foi”, diz alguém desiludido. O desespero alastra-se pela equipa: “Caiu no mar, que façam os peixes uso dos dados. Não vamos conseguir. ”Esta é só a sensação à flor na pele, porque numa missão espacial tem de se analisar tudo ao pormenor. Assim foi. Ao mesmo tempo desta latinha, foi lançada a da Roménia, que ficou separada do pára-quedas. “Quando estávamos a ver o pára-quedas, vimos que vinham mais ou menos à mesma velocidade. Mas o nosso tinha mais peso, não podia ir à mesma velocidade do outro”, pensa Lara Alves, também da equipa portuguesa, que teve ainda a participação de Diogo Silva, Duarte Brito e Guilherme Lourinho. Algo aconteceu. Por isso, viram as últimas coordenadas que receberam da antena automática, vão até ao local e, afinal, lá está a lata com o cartão de memória com os dados. “Provámos a importância da antena automática [que aponta sozinha para a lata]”, frisa Lara Alves. “Enquanto uma equipa com a antena normal perderia tudo e nem conseguiria as coordenadas, a nossa mostrou-nos onde estava a lata. ” O professor Dário Zabumba concorda: “Conseguimos provar praticamente a 100% que o nosso trabalho é eficaz. ”Agora a GSat ficou em segundo lugar entre as 18 equipas europeias em competição em Santa Maria, entre e quarta-feira e domingo. “Sentimo-nos realizados”, reage Lara Alves, que segura o troféu em forma de refrigerante, explicando que a sua missão secundária era sobre a procura vida fora da Terra. “O espaço é tão grande que tem de haver vida algures, mesmo que seja diferente da nossa. ”A equipa irlandesa, que também se focava em procurar vida noutros planetas, recebeu o primeiro prémio. A equipa espanhola foi a terceira classificada e a Hungria recebeu a menção honrosa. Organizado pela Agência Espacial Europeia (ESA), o CanSat começou em 2010. Nesta competição para alunos do secundário têm de ser cumpridas duas missões: a primária, onde se mede a temperatura do ar e a pressão atmosférica; e uma secundária, que pode ser uma demonstração de tecnologia ou inspirada em missões reais. Se no início era a ESA que escolhia muitas equipas que concorriam (este ano só elegeu uma), depois passaram a realizar-se competições nacionais. Pela primeira vez, a final europeia – co-organizada pelo Governo regional dos Açores em parceria com a Escola de Novas Tecnologias dos Açores (ENTA) – teve um país convidado: o Japão. Nos Açores, juntaram-se 97 alunos, 23 professores e houve um investimento de 100 mil euros (80 mil da ESA e 20 mil do Governo regional açoriano). “Este projecto permite aos alunos participarem numa actividade multidisciplinar”, diz Monica Talevi, responsável da ESA pela educação da ciência, tecnologia, engenharia e matemática. “A multidisciplinaridade permite que os alunos fiquem mais próximos da realidade. Não envolve só competências técnicas, mas também outras como o trabalho de equipa e a comunicação. ” E frisa ainda: “Desenvolvem um pensamento crítico. Mesmo que não sigam uma carreira científica, este projecto ajuda-os a serem cidadãos melhores. Se estão mais conscientes da ciência que se faz, preocupam-se mais com a sociedade e o ambiente. ”O ambiente foi a preocupação da Noruega. “Os microplásticos estão em todo o mundo e podem afectar a nossa saúde e dos animais”, diz docemente a aluna Karoline Kallset. “Queremos detectar os microplásticos no ar. ” O projecto chama-se “Plástico Fantástico”, mas é pura ironia, confessa. Os holandeses também querem contribuir para um mundo mais limpo. “Queremos calcular a poluição no ar”, conta Marnix Laar, que, tal como toda a equipa, veste uma camisola laranja. Aliás, o marketing da equipa CanX não foi deixado ao acaso, como os seus flyers e site. E Marnix Laar até confidencia que segue os lançamentos da empresa SpaceX. A equipa polaca também é apaixonada por missões espaciais e fala-nos orgulhosa do PW-Sat1, um satélite da Polónia em órbita da Terra. “Para este trabalho, queríamos algo que fosse desafiante. Então criámos um pequeno rover”, indica Przemystaw Polek, enquanto nos mostra uma fotografia desse veículo. Quando a latinha cair, abre-se uma rampa e o rover sairá (quase) como o robô Curiosity. “A qualidade dos projectos tem aumentado a cada ano”, refere Manuel Paiva, professor jubilado da Universidade Livre de Bruxelas que fez parte do júri. “Este projecto está a ter uma enorme projecção mundial e espero que os portugueses se apercebam do papel de pioneiros que estão a ter. ”Este ano, Duarte Cota fez parte da organização. O professor da ENTA começou a participar em 2016, ganhou a final europeia em 2017 e em 2018 voltou a vencer a nível nacional. “Achámos que era altura de fazer uma pausa”, conta, dizendo que os alunos que participaram estão todos a trabalhar na área das tecnologias. É a olhar para as equipas a trabalhar que confessa: “Não há nada como estar ali. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Guilherme Ferreira ainda não sabe que curso superior vai escolher, mas tem a certeza: “Ainda estou a ponderar, mas o CanSat endireitou-me ainda mais nessa direcção [física e robótica]. ” E resume assim as suas participações: “Tudo foi especial. ”O PÚBLICO viajou a convite do Governo Regional dos Açores
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Partidos LIVRE
Uma pessoa morre afogada e quatro são salvas
Cinco pessoas retiradas do mar por nadadores salvadores. (...)

Uma pessoa morre afogada e quatro são salvas
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-07-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Cinco pessoas retiradas do mar por nadadores salvadores.
TEXTO: Um homem morreu afogado neste domingo, na Praia dos Pescadores, em Espinho, e outras quatro pessoas, aparentemente da mesma família, foram retiradas da água com vida, disse fonte do Comando Distrital de Operação de Socorros (CDOS) de Aveiro. As cinco pessoas foram retiradas de manhã, pelas 11h18 do mar, uma das quais, um homem, em "pré-afogamento". Esteve a receber apoio no local do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), mas acabou por morrer, confirmou à Lusa fonte do CDOS de Aveiro, referindo que as restantes quatro pessoas foram consideradas feridos ligeiros. Em declarações à Lusa, o comandante do Porto de Leixões, Rodrigues de Campos, disse que as cinco pessoas foram retiradas do mar por nadadores salvadores da praia adjacente à Praia dos Pescadores, que é uma "praia não vigiada".
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Palavras-chave homem
FEST começa esta segunda-feira em Espinho com mais de 240 filmes a exibir durante uma semana
Edição deste ano tem por tema Fronteiras: abre com a longa-metragem Homes, do francês Vladimir Fontenay, e tem em Lupo, de Pedro Lino, o único filme português a concurso. (...)

FEST começa esta segunda-feira em Espinho com mais de 240 filmes a exibir durante uma semana
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2018-07-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Edição deste ano tem por tema Fronteiras: abre com a longa-metragem Homes, do francês Vladimir Fontenay, e tem em Lupo, de Pedro Lino, o único filme português a concurso.
TEXTO: A 14. ª edição do FEST - Festival Novos Realizadores Novo Cinema arranca esta segunda-feira em Espinho, com mais de 240 filmes em toda a programação, que inclui ainda um programa de formação e várias actividades paralelas. Subordinado ao tema Fronteiras, o festival abre este ano com Mobile Homes, longa-metragem de estreia do francês Vladimir Fontenay, que abriu a Quinzena dos Realizadores na última edição do Festival de Cannes, pelas 21h00 no auditório do Centro Multimeios. O filme, que acompanha uma jovem mãe "que deambula em vários motéis com o filho de oito anos e um namorado toxicodependente", até o trio descobrir "uma comunidade de casas pré-fabricadas" que se revela "uma alternativa de vida", conta com Imogen Poots e Callum Turner, nos principais papéis. Na luta pelo Lince de Ouro, prémio atribuído a longas-metragens documentais ou de ficção que sejam primeiras ou segundas obras, estará também Winter Brothers, do islandês Hlynur Palmason, premiado no Festival de Locarno. O documentário Lupo, de Pedro Lino, é o único filme português a concurso, que tem ainda Photon, do polaco Norman Leto, Killing Jesus, de Laura Mora, e Blockage, um olhar sobre Teerão por Mohsen Gharaei. Também incluídos no lote de 11 filmes estão Das Fest - Impreza, obra documental da alemã Alexandra Wesolowski, Lemonade, da romena Joana Uricaru, e a comédia negra I'm Not a Witch, da realizadora de nacionalidade zâmbia e galesa Rungano Nyoni, distinguida nos últimos Prémios BAFTA (Melhor estreia) da Academia Britânica de Cinema e Televisão. "O tema deste ano do festival é fronteiras, e sentimos que tudo isto que se passa no mundo, hoje em dia, em todas as suas partes, é algo com muito forte presença no trabalho destes novos realizadores", disse à Lusa o director do FEST, Filipe Pereira. A "visão social destes autores é uma visão heterogénea", sublinhou o responsável, mas tem "um fio condutor de como a nova geração vê o mundo", como em Sand and Blood, documentário feito através de vídeo publicados no YouTube sobre a guerra na Síria e no Iraque. O filme realizado pelos austríacos Angelika Spangel e Matthias Krepp também compete pelo Lince de Ouro, cuja lista final inclui igualmente a estreia como realizadora da actriz suíça Lisa Bruhlmann, com Blue My Mind. À margem das várias secções da competição principal, decorrem ainda várias outras actividades, como sessões de cinema na praia ou o FESTinha, dedicado a cinema para famílias e para os mais novos, o Grande Prémio Nacional, para curtas-metragens nacionais, um outro prémio para realizadores recém-graduados (NEXXT) e o foco sobre o cinema japonês, austríaco e sueco. Na secção de retrospectiva, Be Kind Rewind, Filipe Pereira assumiu que o destaque para a Coreia do Norte é um desejo de "há muito tempo", e tem agora "um acréscimo de interesse curioso", pelo encontro de Kim Jong-Un com Donald Trump. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. "Estamos a falar do único país do mundo em que era obrigatório por lei ir ao cinema, e tem algumas particularidades, sobretudo pela parte da propaganda. Teremos, por exemplo, versões norte-coreanas de clássicos do cinema, como Titanic. É uma janela para o cinema desse país e dessa sociedade, até porque serão apresentados filmes de épocas diferentes". Por outro lado, o habitual programa de oficinas, masterclasses, conferências, palestras e debates sobre as várias áreas ligadas ao cinema, Training Ground, reúne este ano em Espinho o produtor norte-americano Roman Coppola, filho de Francis Ford Coppola, a italiana Gabriella Cristiani, editora galardoada com um Óscar pelo trabalho de montagem de O Último Imperador (1987), de Bernardo Bertolucci, e o cineasta iraniano Asghar Farhadi, que abriu o último Festival de Cannes com o filme Todos Lo Saben. O realizador, de 46 anos, já recebeu dois Óscares de Melhor Filme Estrangeiro, primeiro, em 2012, por Uma Separação, e depois, em 2017, por O Vendedor. Farhadi é um dos nomes mais premiados entre os convidados e intervenientes do festival. Tendo lugar em quatro espaços distintos da cidade de Espinho, em particular no Centro Multimeios, a edição de 2018 do FEST, a decorrer entre esta segunda-feira e o próximo dia 25, visa assim exibir e premiar "alguns dos mais inovadores e essenciais trabalhos lançados nos últimos 12 meses", em cerca de 40 países, entre os quais se incluem filmes de "mais de 50 escolas de cinema", de diferentes nacionalidades.
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Partidos BE
Atum rabilho vendido por mais de 605 mil euros no leilão de Ano Novo em Tóquio
O mercado de Tsukiji, considerado uma das atracções em Tóquio, abastece a maioria dos restaurantes da cidade. Esta é a primeira licitação do ano, com um valor recorde. (...)

Atum rabilho vendido por mais de 605 mil euros no leilão de Ano Novo em Tóquio
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.318
DATA: 2017-07-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: O mercado de Tsukiji, considerado uma das atracções em Tóquio, abastece a maioria dos restaurantes da cidade. Esta é a primeira licitação do ano, com um valor recorde.
TEXTO: Um atum rabilho foi vendido esta quinta-feira por 74, 2 milhões de ienes, mais de 605 mil euros, ou seja, 2857 euros o quilo, naquela que pode ser a última licitação de Ano Novo no mítico mercado de peixe de Tsukiji, uma vez que este vai mudar de instalações. O atum, com 212 quilos, pescado em Oma, em Aomori, no norte do Japão, tem um preço equivalente a cerca de 350 mil ienes (2857 euros) por quilo, sendo a segunda licitação mais alta num leilão de Ano Novo em Tsukiji. Pelo sexto ano consecutivo, um exemplar deste atum foi licitado pelo presidente da cadeia de restaurantes Sushizanmai, Kiyoshi Kimura.
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Entidades OMA
Há quem esteja a pagar mais IMI por falta de actualização de dados
Fisco exige que sejam os contribuintes a pedir a actualização de vários dados, como o do valor de construção, que desceu nos últimos. Mas quem pede arrisca-se a ficar a pagar mais e não há devolução do que pagou em excesso. (...)

Há quem esteja a pagar mais IMI por falta de actualização de dados
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2018-11-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Fisco exige que sejam os contribuintes a pedir a actualização de vários dados, como o do valor de construção, que desceu nos últimos. Mas quem pede arrisca-se a ficar a pagar mais e não há devolução do que pagou em excesso.
TEXTO: É caso para recorrer à expressão popular de “preso por ter cão e preso por não ter”. O Fisco não actualiza e diz que não tem que actualizar, de forma automática, o valor médio de construção, que desceu nos últimos anos e que é um dos critérios considerados na determinação do valor patrimonial tributário (VPT) dos imóveis, sobre o qual incide o imposto municipal sobre imóveis (IMI). A não actualização deste dado, que é publicado anualmente por portaria do Ministério das Finanças, e de outros, penaliza milhares de proprietários. O fisco também não actualiza outros critérios, num total de seis que contam para a determinação do VPT, uns que são favoráveis ao contribuinte e outros que podem não o ser. É o caso do coeficiente de vetustez, ou seja, de antiguidade do imóvel, factor que reduz a factura do imposto com o avançar dos anos. E o do coeficiente de localização, revisto em 2015, e que subiu ou desceu conforme as zonas. Há um dado que o Fisco actualiza de forma automática, que é o da correcção da desvalorização da moeda (vulgo inflação), a cada três anos, sobre o total do VPT apurado. Para além de se recusar a fazer a correcção automática, deixando isso nas mãos dos proprietários - a larga maioria dos quais desconhece essa possibilidade - o Fisco exige aos contribuintes que peçam uma reclamação das matrizes, ou Modelo 1 do IMI, o que pode representar uma armadilha. Isto porque, ao pedirem “uma reclamação das matrizes”, é feita uma reavaliação do imóvel e o contribuinte arrisca-se a ficar a pagar mais no futuro (se o coeficiente de localização for mais elevado, por exemplo). E não recupera o que pagou a mais no passado. Estabelece o Código do Imposto Municipal que só há direito a retroactivos se o valor cobrado a mais resultar de um erro ou falha dos serviços das Finanças, situação que as Finanças descartam. O assunto da não actualização das matrizes com informação que as próprias Finanças têm na sua posse é recorrente, mas foi notícia, na semana passada, no Correio da Manhã, na sequência de uma resposta dada pelo Ministério das Finanças a um pedido de esclarecimento relativamente ao valor de construção. O valor médio de construção desceu em 2010 - por proposta da CNAPU, uma comissão onde estão representadas entidades públicas e privadas - para 603 euros por metro quadrado, contra valores que variaram entre 609 e 615 euros entre 2005 e 2010. Desde 2010 que se mantém nos 603 euros (482, 40 euros, acrescidos de 25% do terreno). Com a avaliação geral dos imóveis, levada a cabo em 2012/13, o valor de 603 euros foi actualizado em aproximadamente cinco milhões de imóveis. Mas nos restantes, cerca de um milhão (se não foram transaccionados entretanto), o valor de construção considerado no VPT é mais elevado. Os cerca de um milhão de imóveis ficaram fora da avaliação de 2012 porque mudaram de mãos (foram vendidos ou herdados) entre 2003 e 2010, o que fez com que já tivessem sido avaliados para efeitos fiscais com os critérios do Código do Imposto Municipal sobre Imóveis. A ANP pediu esclarecimentos ao Ministério das Finanças sobre a exigência, que algumas repartições de Finanças estão a fazer, para que os contribuintes entreguem o Modelo 1 do IMI (reclamação à matriz), quando estes solicitam a actualização do valor de construção, o que dá origem a uma nova reavaliação. No entanto, noutros casos, explicou ao PÚBLICO o presidente da ANP, António Frias Marques, tem sido possível actualizar aquele valor, sem a exigência do Modelo 1, que pode inclusive obrigar à apresentação de plantas de arquitectura. A resposta das Finanças deixou o presidente da ANP, António Frias Marques, “perplexo”, uma vez que é reiterada a necessidade do Modelo 1. Ao PÚBLICO, o Ministério das Finanças também assegura que, “sempre que há mudanças no valor médio de construção, tem de ser o contribuinte, no quadro do procedimento de reclamação de matrizes, a promover essa alteração”. Sobre o diferente entendimento dos serviços (uns a exigir o Modelo 1 e outros não), o ministério diz, ao PÚBLICO, que “apenas nos casos em que os serviços de Finanças já disponham dos elementos relativos aos prédios a avaliar (como é o caso das plantas de arquitectura, por exemplo) pode o Chefe de Finanças dispensar a junção desses elementos aquando da entrega da declaração Modelo 1 do IMI”. Tal como António Frias Marques, o fiscalista Rogério Fernandes Ferreira defende que “a actualização da informação deve ser feita de forma automática pelas Finanças, não fazendo sentido que fique dependente dos contribuintes, muitos dos quais desconhecem esta situação”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Fernandes Ferreira lembra que “não é a única situação que, em desfavor dos contribuintes, as Finanças não utilizam informação que têm em seu poder, ou dificultam as reclamações, como é o caso da exigência do Modelo 1 do IMI, que não faz qualquer sentido para esta situação”. Refere ainda que “o fisco cria verdadeiros alçapões aos contribuintes, como poderem ficar a pagar mais IMI em resultado da nova reavaliação”. “Mude-se a lei”, desafia Rogério Fernandes, para este e outros casos (como em algumas situações relacionadas com o mais recente Adicional ao IMI), sublinhando ainda a impotência de ser criado um provedor do contribuinte, que poderia ser muito útil neste tipo de casos. A grande maioria dos contribuintes desconhece que a Autoridade Tributária e Aduaneira não actualiza de forma automática os critérios que definem o valor patrimonial tributário (VPT), e que o seu reflexo é feito apenas quando mudam de dono ou é pedida uma reavaliação. Não sabem e também não são informados, já que a nota de liquidação do imposto municipal sobre imóveis (IMI) que é enviada aos contribuintes nada refere sobre o valor de cada coeficiente. A Deco, associação de defesa do consumidor tem chamado à atenção para a desactualização de alguns dados, mas também para a importância de os contribuintes pedirem um simulação de quanto ficarão a pagar, que pode não compensar em alguns casos, dada a actualização recente do coeficiente de localização, que tem um peso importante no resultado final do imposto a pagar. Através do Portal das Finanças é possível obter informação sobre o coeficiente de localização e é possível fazer uma simulação dos montantes a pagar com a actualização de três critérios: localização, antiguidade e valor de construção. O pedido de actualização às Finanças é gratuito, desde que não tenha existido um pedido idêntico há menos de três anos. O valor do IMI resulta da aplicação da taxa entre 0, 3% e 0, 45% (são os municípios a determinar o valor) sobre o VPT. Os municípios podem bonificar ou agravar a taxa de imposto municipal sobre imóveis a aplicar.
REFERÊNCIAS:
A quinta nómada que passa metade do ano em Barcelos e a outra na Tailândia
Aborrecem-se rápido, precisam de novos estímulos e aprendizagens diárias — como as que têm numa quinta onde passam o Verão português, sempre com desconhecidos. Quando chega o Inverno, partem para a Ásia, sempre com novos amigos. O escritório de Marina e António vai na mochila, já não tem morada fixa. (...)

A quinta nómada que passa metade do ano em Barcelos e a outra na Tailândia
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.14
DATA: 2018-10-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Aborrecem-se rápido, precisam de novos estímulos e aprendizagens diárias — como as que têm numa quinta onde passam o Verão português, sempre com desconhecidos. Quando chega o Inverno, partem para a Ásia, sempre com novos amigos. O escritório de Marina e António vai na mochila, já não tem morada fixa.
TEXTO: Aborreceram-se os dois muito cedo. Cansaram-se de acabar um dia e de o ver a repetir-se, qual déjà vu, no dia a seguir. Sempre os mesmos caminhos para chegar ao mesmo destino. Tudo a passar-se exactamente no mesmo escritório, à mesma exacta hora. Com as mesmas caras. Sentados lado a lado, António Araújo e Marina Arantes, 28 e 26 anos, dizem-no em coro: “Não era para nós. ”Ela, farmacêutica, pensava em despedir-se de cada vez que entrava na farmácia onde trabalhava, em Belinho, uma aldeia em Esposende a meia hora do centro de Barcelos. “Tentei entrar lá ainda antes de terminar o curso para perceber o que era o mundo da farmacêutica e aborreci-me muito cedo. Foi o que aconteceu”, ri-se. Ele, engenheiro electrotécnico, estudou no Porto, foi trabalhar para a Bélgica. Seis meses depois, já se tinha despedido e mudado para a Tailândia. O “objectivo era começar a trabalhar online durante um ano e meio”. Até agora ainda não parou. Por essa altura, a hipótese de um emprego independente, remoto, ainda não se tinha atravessado no pensamento de Marina Arantes. Mas desde que António Araújo se atravessou no seu caminho, com um plano já em marcha, não muito longe de onde ela vivia e trabalhava, que não pensa noutra coisa. Três meses depois de se conhecerem, também ela se despedia. Ela nasceu em Esposende, ele em Guimarães. Mas encontraram-se a meio do caminho, Barcelos, através do Tinder — “toda a gente nos diz que devemos ser caso único” —, onde António começava a reabilitar a quinta da família na freguesia de Barcelinhos, com a ajuda de um grupo de estrangeiros. É lá, num jardim enorme em frente ao casarão vermelho vivo, sempre com o som dos pássaros como fundo, que falam com o P3. “Quando aqui entrei achei que estava no mundo errado”, atira Marina. “O que é que eu estou a fazer ali na farmácia? Comecei a vir cá [à quinta] cada vez mais vezes e preferia isto a ir trabalhar. ” A partir daí, ir trabalhar “começou a ser cada vez mais difícil”. Agora, ela dá cursos online sobre marketing, Instagram (reúnem 166 mil seguidores nesta rede) e TripAdvisor. Ele escreve guias de viagem no site 55secrets e, juntamente com Marina, é instrutor de marketing digital. É daí que chegam os rendimentos mensais dos dois trabalhadores independentes. Não precisar de mais do que um computador com ligação à internet para trabalhar dá-lhes liberdade para viverem onde quiserem. Não é uma rotina rígida, mas nos últimos três anos têm-se dividido mais ou menos assim: seis meses em Portugal e seis meses na Ásia. Pelo meio tentam viajar "o máximo possível". “Não gostamos muito do Inverno”, confessa António. “Por isso estamos na quinta de Abril a Setembro e quando começa a ficar frio vamos embora para destinos mais quentes. ” Marina só se ri. Já não está aborrecida. A casa portuguesa do casal, agora reabilitada e com habitantes que mudam de Verão para Verão, “estava praticamente em ruínas” depois de mais de 20 anos de total abandono. Não tinha frigorífico ou casa de banho, tinha problemas de canalização, buracos no chão. António decidiu que iria recuperar a casa onde o pai nasceu depois de saber, enquanto trabalhava e viajava pela Ásia, que o pai estava doente. “Eu decidi voltar porque queria estar perto da minha família. Mas não queria voltar para o Porto, nem queria morar na cidade. ”Desde pequeno que via o pai vir, uma vez por mês, cuidar dos jardins, cortar a relva. “Só para isto não se transformar numa selva. ” Por falta de tempo, nunca cuidava da casa. Há três anos, António chegou-se à frente. “Decidi recuperar a quinta. E como estava habituado a viver fora, queria ter pessoas estrangeiras a ajudar. ” Até lhe deu um nome, como se fosse mais um dos seus projectos: The Nomad Farm (em português, a quinta nómada). A quinta tem uma vespa e uma autocaravana estacionada à porta, comprada recentemente, para uma viagem de dois meses pela Europa. Há flores por todo o lado, uma horta, uma piscina e um grelhador. Os quartos têm mandalas desenhadas e murais em inglês, pintados de cores vivas. Os móveis de madeira antigos revestem-se de computadores e máquinas de filmar. À entrada, foram pousadas mochilas de 20 quilogramas e botas de montanha. Pelo "refúgio para almas nómadas de todo o mundo" já deverão ter passado mais de 50 pessoas. Os primeiros dois meses “foram os mais complicados”. Só tinham o básico: faltava pintar e remodelar tudo (inclusive os próprios móveis). No segundo ano, quando voltaram, o objectivo já não era arranjar a quinta mas sim viver e trabalhar lá. Morar com pessoas desconhecidas e partilhar tudo como se fôssemos família”, resume. “E no fim ganhar novos amigos. ”As tarefas dividem-se entre todos e estão terminadas ao fim de uma hora: arrumar a área comum, regar as plantas, alimentar os animais (cães, uma cabra anã e algumas aves), cozinhar. Comem sempre juntos, saem à noite e tentam fazer uma viagem por semana. Porto, Gerês, o caminho de Santiago. À quinta-feira é dia de churrasco. Em troca, cada um tem direito a um quarto gratuito, despesas incluídas. Normalmente, os colegas de casa que encontram através do Facebook e do couchsurfing — no primeiro ano apareceram 200 candidatos, dos quais foram seleccionados três — são nómadas digitais que procuram uma coabitação fora dos grandes centros para desenvolver os projectos que carregam sempre na mochila, independentemente da localização flexível. “É diferente de um espaço de coworking devido ao sentimento de comunidade. É coliving, mas são boas amizades. Nos outros espaços só partilhas uma secretária”, diz Stephanie Morrison, de Liverpool, licenciada em matemática, que voltou este ano à quinta para aprender a programar. “É bom viver com pessoas que tenham o mesmo espírito de trabalho, mas ao mesmo tempo é ainda mais solitário, por vezes”, confessa Marina Arantes. “Porque trabalhar online é solitário. Se estivermos mesmo a trabalhar, ao computador, não há interacção social. ” Por ali, “procuram um equilibro”, acha António. Metade trabalhadores remotos, metade “pessoas que acabaram de se despedir e estão à procura do que vão fazer a seguir". "Caso contrário temos todos a mesma forma de pensar e acaba por se perder o espírito de entreajuda e de quinta, que é o mais importante para nós. ”FacebookEmailJoey Sandim, de Portland, Estados Unidos, já voltou para casa. “O dinheiro para viajar acabou”, diz-nos, com um encolher de ombros, o chef norte-americano. No mesmo dia, também Melissa, uma blogger de viagens canadiana que veio só de visita, partia para o próximo destino: a Holanda. Anda a viajar desde 2014. Ao grupo juntava-se Julia Borke, uma alemã que tirou férias sem vencimento da empresa do ramo da moda onde é gerente de marketing. “As coisas não estavam bem na empresa”, explica. “Eu não me sentia bem e isto parecia perfeito, como se fosse um reset, sair da cidade por algum tempo. ” O tempo que ali passou serviu para decidir o próximo passo. Vai voltar à empresa, mas o plano a médio prazo “é sair e dedicar-se ao fitness”. Em Barcelos, corre todos os dias e, pela primeira vez, ganhou coragem para percorrer os 21 quilómetros da meia maratona de Esposende. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Desta vez, quando o casal voltou em Março, António, Marina e os colegas de casa da Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos focaram-se na agricultura. “Queremos começar a plantar as nossas próprias sementes, o nosso jardim. ” Todas as quintas-feiras visitavam o mercado local e traziam as sementes. Marina aprendeu com a mãe a cultivá-las; António passava horas a ver tutoriais no YouTube. E as cenouras e o alho francês cresceram, em quadradinhos ordenados de terreno que visitam antes de cozinharem cada refeição. “Nós temos uma característica: aborrecemo-nos muito facilmente com tudo. E acho que aprender o que quer que seja de novo, para nós desperta-nos curiosidade e estamos muito interessados”, dizem, quase em conjunto. Na quinta, “há muitas oportunidades para fazer coisas diferentes e óbvias todos os dias”. Em Agosto deixam Barcelos, mas despedem-se sempre com um “até para o ano”. Ainda ninguém se queixa de estar aborrecido. “E isso é o mais importante. ”
REFERÊNCIAS:
Jerónimos e Museu Nacional de Arqueologia com bilheteiras automáticas a partir de Novembro
Medida é para estender a todos os museus, palácios e monumentos tutelados pela Direcção-Geral do Património Cultural. Torre de Belém, mosteiros de Batalha e de Alcobaça e Convento de Cristo serão os próximos. (...)

Jerónimos e Museu Nacional de Arqueologia com bilheteiras automáticas a partir de Novembro
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-10-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Medida é para estender a todos os museus, palácios e monumentos tutelados pela Direcção-Geral do Património Cultural. Torre de Belém, mosteiros de Batalha e de Alcobaça e Convento de Cristo serão os próximos.
TEXTO: Questionada sobre a greve iniciada esta quinta-feira pelos funcionários do Mosteiro dos Jerónimos, Museu Nacional de Arqueologia (MNA) e Torre de Belém, a directora-geral do Património Cultural, Paula Silva, revelou que o Mosteiro dos Jerónimos e o Museu Nacional de Arqueologia (MNA), em Lisboa, terão bilheteiras automáticas a funcionar a partir de Novembro, libertando, assim, trabalhadores para outras funções. Paula Silva revelou a medida à agência Lusa e à Antena 1, à margem da conferência Património Cultural Desafios XXI, que decorre na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. "Estamos a tomar medidas que contrariam e tentam resolver muitas das questões que são colocadas nesta greve, mas são demoradas a implementar", disse a directora-geral. Os funcionários daqueles três espaços culturais encetaram quatro dias de greve, que afecta sobretudo a hora de abertura, em protesto pela falta de condições de trabalho, nomeadamente falhas na limpeza e na condições sanitárias, atrasos no pagamento de trabalho suplementar, impedimento de gozo de descanso e alteração de período de férias. Paula Silva explicou que alguns dos funcionários que trabalham como assistentes de bilheteira, e que actualmente estão sujeitos a uma "pressão enorme" devido às "filas imensas de pessoas", poderão passar a ter outras funções, nomeadamente de vigilância, depois da entrada em funcionamento da bilhética automática. "Estamos a fazer uma mudança de pensamento e espero bem que os trabalhadores fiquem menos sobrecarregados. "A partir de Novembro, entrarão em funcionamento as bilheteiras automáticas no Mosteiro dos Jerónimos e no MNA e, posteriormente, na Torre de Belém, nos mosteiros da Batalha e de Alcobaça, e no Convento de Cristo, em Tomar. Para já, serão colocadas cinco máquinas de venda de bilhetes na entrada do MNA que se destinam também ao Mosteiro dos Jerónimos, já que partilham espaços na zona de Belém, mas a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) já terá adquirido mais equipamentos para poder estender o sistema, que com o tempo abarcará "todos os museus, palácios e monumentos da DGPC". "Esta é a experiência-piloto, mas também a mais importante, porque é onde circula mais dinheiro", disse Paula Silva. Questionada sobre a possibilidade de contratação de mais assistentes técnicos para a DGPC, Paula Silva remeteu o assunto para a tutela: "A nova senhora ministra [Graça Fonseca] tem isso na sua agenda como um dos pontos mais importantes e provavelmente irá dar informação muito proximamente sobre esse assunto. "Outra das razões da paralisação dos trabalhadores relaciona-se com falta de condições sanitárias, com a presença de ratos nas instalações, um caso que Paula Silva circunscreveu à Torre de Belém, "um monumento muito pequeno situado dentro do rio, que tem alguns constrangimentos de animais que circulam e é muito difícil de controlar". Segundo a responsável, a DGPC tem um "contrato com uma empresa e tem feito regularmente as desinfestações, e por vezes é preciso fazer desinfestações extra". Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. De acordo com o relatório de actividades da DGPC referente a 2017, no ano passado o Mosteiro dos Jerónimos recebeu mais de um milhão de visitantes (1. 080. 902), enquanto o Museu Nacional de Arqueologia, que funciona numa das alas deste mosteiro, contou com 167. 634 entradas. Em 2017, a Torre de Belém teve 575. 875 visitantes. Paula Silva falava no primeiro dia da conferência de dois dias Património Cultural Desafios XXI, organizada pela DGPC, e que considera "um momento alto do Ano Europeu do Património Cultural", com a presença de vários estudiosos, especialistas e personalidades ligadas ao património. "O Ano Europeu do Património Cultural é um momento marcante em que a Europa decide falar de Património, mas deverá ser o primeiro ano em que a Cultura é posta como um dos pilares de desenvolvimento da Europa e o reconhecimento da identidade europeia e isso é muitíssimo importante e tem de ser falado e discutido", disse.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura