CDU acusa PS e PSD de votarem juntos em Bruxelas contra os interesses do país
João Ferreira e Jerónimo de Sousa fazem forte ataque ao PS para mostrar que os socialistas são iguais ao Governo de direita. (...)

CDU acusa PS e PSD de votarem juntos em Bruxelas contra os interesses do país
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DATA: 2014-05-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: João Ferreira e Jerónimo de Sousa fazem forte ataque ao PS para mostrar que os socialistas são iguais ao Governo de direita.
TEXTO: Um forte ataque ao PS, que não se distingue em nada do PSD e CDS-PP, foi o mote para os discursos de arranque da campanha da CDU, num comício este sábado à tarde que praticamente encheu a sala do Coliseu de Lisboa. João Ferreira, cabeça de lista da CDU, diz que a alternância entre os dois partidos é um “virar de disco para tocar o mesmo”. Para o mostrar, João Ferreira desafiou PS e PSD a identificarem alguma legislação com consequências para Portugal aprovada no Parlamento Europeu em que não tenham votado de forma alinhada. Apesar de já ter questionado Francisco Assis e Paulo Rangel sobre a mesma matéria há alguns dias, a resposta ainda não chegou. Porque, realçou João Ferreira, “em tudo o que de mais importante foi votado no Parlamento Europeu, PS e PSD estiveram juntos a votar contra o interesse nacional, do país e do povo”. A estratégia de colocar o PS e o Governo PSD como aliados percorreu todos os discursos, de Corregedor da Fonseca (Intervenção Democrática) a Heloísa Apolónia (Os Verdes), Ilda Figueiredo (mandatária nacional) e Jerónimo de Sousa. João Ferreira realçou que os socialistas e os sociais-democratas votaram juntos, no Parlamento Europeu, a favor das novas políticas comuns da agricultura e das pescas, do Tratado Orçamental, da União Bancária, e por cá votaram os PEC, o memorando da troika e, recentemente, o novo IRC. A que se soma o conteúdo dos discursos, enumerou o candidato comunista: o PS já diz que não se pode comprometer a baixar impostos ou restituir o que foi cortado em salários e pensões. “É este o caminho, é esta a política que os une. Por isso estiveram e estão juntos em tudo isto e muito mais”, afiançou João Ferreira. “É este o sentido da ‘mudança’ que andam [os socialistas] por aí agora a apregoar: não uma verdadeira mudança mas uma mera dança de cadeiras, um ‘virar de disco para tocar o mesmo’”, apontou. “Diz o PS que o voto no PS é o voto útil para derrotar o Governo. Está bem à vista a sua utilidade”, ironizou. Contra Assis e o "canto da sereia"“Não é por acaso que o PS nos ataca e faz da CDU o seu alvo”, afirmou o candidato, lembrando que na sexta-feira Francisco Assis terá dito à juventude socialista que “o PS tem de travar um combate com o PCP no plano nacional (…) Não nos deixemos levar pelo canto da sereia do PCP”. A explicação para esta atitude do PS é o facto de admitirem “o crescimento da CDU” e de a coligação denunciar os efeitos das políticas aprovadas pelo PS. “Atacam-nos”, repetiu várias vezes João Ferreira “porque sabem que temos razão”. Porém, “é a política de direita, o programa de exploração e empobrecimento que arruína a vida dos portugueses que é preciso combater”, apontou. Jerónimo de Sousa seguiu a linha de pensamento de João Ferreira. Apontou que a pré-campanha está marcada pela “intensificação das manobras de mistificação e mentira para alijar responsabilidades próprias da parte do PSD, do CDS e do PS na grave situação que o país enfrente e iludir os reais objectivos das suas opções e da sua política em relação ao futuro”. Recorrendo à ironia, sentenciou: “Se a mentira e a mistificação pagassem impostos, estes partidos ficavam com uma dívida impagável e iam mesmo à falência. ”O líder do PCP afirmou que apesar de governarem “à vez” há 37 anos, nem o PS nem a coligação do Governo assumem “a responsabilidade pela situação do país – a culpa morre sempre solteira, reduzindo-se tudo a uma guerra entre comadres”. O Governo e a troika também não foram esquecidos. “Supremo cinismo! Suprema hipocrisia!”, gritou João Ferreira sobre a dita saída limpa. “O país está mais pobre, mais dependente, mais fragilizado e mais endividado (…) Não há limpeza nenhuma senão a dos bolsos dos portugueses e a dos direitos que a Constituição consagra”, criticou. “Cheios de cinismo dizem querer homenagear os portugueses. Pois convidamo-los a virem fazer essa homenagem numa urgência de hospital com espera interminável, numa das muitas filas para a sopa dos pobres, ou no desespero duma fila do centro de emprego. ” E lembrou que “pelo menos até 2038” Portugal ficará sob “vigilância reforçada do FMI e da EU, com inspecções regulares e sujeito a sanções”. Heloísa Apolónia, dos Verdes, acusou a equipa de Passos, que classificou de “maquiavélica” de em vez de tirar o povo da pobreza, de o “habituar à pobreza”. Sobre as promessas sucessivamente quebradas, “a isso chama-se gozar com o povo”.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD PCP Intervenção Democrática
Gabriel Martins construiu um microscópio para fotografar embriões a 3D
Peça a peça, fabricou um microscópio e as imagens que tirou com ele valeram-lhe um prémio da Nikon. “As imagens bonitas são só o chamariz”, diz o cientista. O que está por trás é uma questão fundamental: como é que as formas das espécies divergem durante o desenvolvimento embrionário? (...)

Gabriel Martins construiu um microscópio para fotografar embriões a 3D
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DATA: 2014-05-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Peça a peça, fabricou um microscópio e as imagens que tirou com ele valeram-lhe um prémio da Nikon. “As imagens bonitas são só o chamariz”, diz o cientista. O que está por trás é uma questão fundamental: como é que as formas das espécies divergem durante o desenvolvimento embrionário?
TEXTO: No ecrã do computador, há imagens de embriões de codornizes, de coelhos, de ratinhos, peixes e até plantas. Todos surgem em imagens tridimensionais, graças a um microscópio que o próprio biólogo Gabriel Martins construiu peça a peça. Não só é possível observar a parte externa, visível a olho nu, mas também a parte interna, aquela que só o microscópio capta. Nos animais, fica registada camada após camada, os ossos, os vasos sanguíneos, os tendões, os músculos, os nervos, os outros órgãos. “As imagens bonitas são só o chamariz”, refere Gabriel Martins, espicaçando a nossa imaginação com o que se poderá descobrir utilizando a nova técnica de microscopia. Para já, as novas fotografias são um fim em si mesmo. “Por que gosto tanto de imagem de microscopia? Olhe para aquilo!”, diz-nos o cientista, sorriso aberto, braços e mãos esticadas em direcção ao ecrã do computador onde se vê um vídeo de um embrião de codorniz com dez dias de desenvolvimento. Foi com este vídeo que o biólogo ganhou, em Abril, o primeiro prémio Nikon Small World in Motion Competition 2013, que distingue imagens em movimento. O filme, de apenas 13 segundos, é uma sequência impressionante de mais de mil imagens de cortes, de alto a baixo, de um embrião de codorniz. A partir de uma extremidade, as camadas vão-se sobrepondo até vermos o corpo do embrião inteiro, de cima, quando o filme termina. “Fiquei contentíssimo”, diz Gabriel Martins, referindo-se ao prémio, cujo valor monetário foi de 3000 dólares (2179 euros). “Acho as imagens fantásticas, uso-as em todas as palestras para apresentar este aparelho. E foi a prova que precisava de que aquilo que faço tem interesse e impacto. Qualquer pessoa que vê as imagens sente que é fixe fazer coisas em ciência, mesmo quando não há orçamento, mesmo quando não há dinheiro, mesmo quando as adversidades são tantas. Só precisa encontrar uma coisa gira, acreditar nela e levá-la até ao fim. Não cabiam no microscópioEstamos numa salinha no IGC. Gabriel Martins é coordenador desde Setembro de 2013 da Unidade de Microscopia Avançada do instituto, gerindo o equipamento de microscopia. É aqui, na sala pequena, que agora está instalado o microscópio OPenT, o primeiro microscópio português deste tipo, construído pelo investigador em 2012, quando ainda trabalhava na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL). O aparelho não tem o aspecto de um microscópio convencional. As peças estão montadas em cima de uma base larga. Do lado esquerdo, há um motor controlado de forma robotizada. É aqui que se coloca um frasco com os embriões. Do lado direito, a alguns centímetros, está uma câmara apontada para o frasco. Uma lâmpada projecta para lá uma luz azul. Fios distribuídos em cima da base fazem lembrar uma experiência de garagem. Como é que daqui se passa para um vídeo premiado? Com química, robótica, óptica, informática e matemática. Para obter aquelas imagens tridimensionais, o cientista começa por descolorar um embrião e substitui a água das suas células por um óleo que não refracta a luz, ao contrário da água. O frasco, onde se encontra o embrião, está acoplado a um motor que é capaz de o girar em 3000 ângulos diferentes. E a câmara tira 1600 imagens com o embrião em diferentes posições. Como a amostra é transparente e está carregada de óleo, a câmara consegue obter imagens focadas do interior do embrião e não só à superfície. Esta captação é feita graças a um sistema robótico, que comanda quando as luzes se ligam ou desligam, além de controlar a câmara e o motor. O microscópio está ligado a um computador e as imagens são, depois, processadas pelo mesmo algoritmo utilizado na tomografia axial computorizada (TAC), muito usada em medicina. O algoritmo processa todas as fotografias obtidas pela câmara numa nova imagem para cada camada do embrião. O resultado é um ficheiro que facilmente tem mais de um gigabyte de tamanho. Uma ideia para todosEsta técnica de microscopia foi inventada em 2002 no Medical Research Council, em Edimburgo, na Escócia. Durante uns anos, os microscópios com esta técnica custavam “80 ou 90 mil euros”, segundo Gabriel Martins. Mas depois deixaram de ser vendidos. Por isso, o cientista português resolveu construir ele próprio um microscópio, materializando assim uma ideia que fez parte de projectos seus rejeitados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). “Montei-o por carolice”, admite Gabriel Martins, explicando que fez as imagens vencedoras depois do seu contrato de cinco anos na FCUL (contratos Ciência da FCT) ter terminado em final de 2012 e ele já estar sem trabalho. “Mas era o tipo de imagiologia que gostava de fazer porque sou embriologista: estudo como se formam os órgãos. Estamos sempre um bocado restringidos a ver células individuais e embriões pequeninos. Não temos acesso aos estádios mais tardios [quando os animais estão quase a nascer] porque não cabem no microscópio. ”
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave estudo corpo
Um dinossauro (da Lourinhã) chamado Zby
Chama-se Zby atlanticus, em homenagem ao paleontólogo russo Georges Zbyszewski (1909-1999), que fez de Portugal o seu país. (...)

Um dinossauro (da Lourinhã) chamado Zby
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DATA: 2014-05-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Chama-se Zby atlanticus, em homenagem ao paleontólogo russo Georges Zbyszewski (1909-1999), que fez de Portugal o seu país.
TEXTO: Era herbívoro, tinha o pescoço comprido, andava em quatro patas e viveu há cerca de 150 milhões de anos na região actualmente conhecida como Lourinhã. Os primeiros vestígios da sua existência – ossos fossilizados – foram descobertos em 1996 na praia de Vale Pombas, perto da localidade de Paimogo, pelo paleontólogo Octávio Mateus, do Museu da Lourinhã e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Entre 1996 e 2002, escavaram-se vários vestígios do bicho, como ossos de uma pata dianteira, da cauda e um dente. E, agora, esse material foi identificado como sendo de um animal novo para a ciência. A revelação do dinossauro, de um género e espécie até aqui desconhecidos, está na revista científica Journal of Vertebrate Paleontology, num artigo de Octávio Mateus e dos paleontólogos britânicos Philip Mannion e Paul Upchurch, respectivamente do Imperial College e do University College, em Londres. Este dinossauro herbívoro quadrúpede (um saurópode) foi classificado dentro do grupo dos turiassauros, inicialmente descobertos em Espanha. Enquanto outros saurópodes portugueses já descritos para o mesmo período geológico (Jurássico Superior) eram próximos do ponto de vista evolutivo dos dinossauros da mesma altura na América do Norte, os turiassauros parecem ter-se restringido à Europa, lê-se no resumo do artigo científico. “Os turiassauros, originários da Península Ibérica, que na altura era uma ilha, eram dinossauros herbívoros de pescoço longo, mas de dentes mais largos do que a maioria dos outros saurópodes”, refere por sua vez um comunicado, desta terça-feira, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. A princípio, os cientistas pensaram que os ossos eram do mesmo género de um dinossauro encontrado em Teruel, Espanha – o Turiasaurus. Mas a sua análise permitiu concluir que, afinal, estavam na presença de uma espécie e de um género diferentes, segundo as diferenças anatómicas observadas nos ossos da pata. Por isso, a equipa escolheu um novo nome científico para o dinossauro: Zby atlanticus. O género (Zby) é uma homenagem ao paleontólogo Georges Zbyszewski, que nasceu em 1909 na Rússia e morreu em 1999, aos 89 anos, em Lisboa. Era carinhosamente tratado por todos apenas por Zby. Veio para Portugal em 1935 e foi cá que dedicou a vida ao estudo da geologia e dos fósseis, nos Serviços Geológicos. Em 1957, ele e o abade francês Albert de Lapparent publicaram o livro Os Dinossauros de Portugal, obra de referência no estudo da presença destes animais no território português. Já o nome que remete para a espécie (atlanticus) está relacionado com o sítio da descoberta dos fósseis: “A localidade de Paimogo tem uma vista cénica para o Atlântico e foi a formação deste oceano que influenciou a existência de tantos dinossauros em Portugal”, lê-se nos comunicados da faculdade e do Museu da Lourinhã. Olhando para as fotografias das escavações dos ossos, o tamanho do dinossauro era, no mínimo, impressionante. “Era um saurópode de grandes dimensões. Se estivesse completo, estima-se que tivesse 18 a 19 metros de comprimento”, diz um dos comunicados. Enquanto os seus ossos estão no Museu da Lourinhã, cá fora, na parede da rua, os visitantes e os transeuntes são recebidos por uma réplica de uma das suas patas da frente. Os seus quatro metros de comprimento, com que nos podemos comparar, dão bem a ideia da dimensão deste dinossauro chamado Zby.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave género estudo espécie animal
Época pintada de encarnado, com as maiores desilusões a norte do Douro
Numa temporada que confirmou o valor de um trio de jovens treinadores portugueses, a qualidade futebolista do Benfica fica bem traduzida no nome de Enzo Pérez. Estoril e Sporting foram as surpresas, FC Porto, Sp. Braga e Paços de Ferreira as desilusões. (...)

Época pintada de encarnado, com as maiores desilusões a norte do Douro
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DATA: 2014-05-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Numa temporada que confirmou o valor de um trio de jovens treinadores portugueses, a qualidade futebolista do Benfica fica bem traduzida no nome de Enzo Pérez. Estoril e Sporting foram as surpresas, FC Porto, Sp. Braga e Paços de Ferreira as desilusões.
TEXTO: Durante 268 dias, foram disputados 240 jogos e festejados 569 golos, mas mesmo depois de terminar a última jornada da I Liga 2013-14, nem tudo ficou decidido na principal prova do futebol português. Com o nome da 18. ª equipa do campeonato da próxima época ainda por definir (Paços de Ferreira e D. Aves terão que disputar o play-off), já é possível, no entanto, fazer o balanço de uma temporada pintada a vermelho onde as surpresas vieram do Sul e as desilusões do Norte. A estrelaNuma época de supremacia clara do Benfica, era quase impossível que a figura do campeonato não fosse “encarnada”. De entre vários candidatos a protagonista da temporada, como Gaitán, Rodrigo, Lima, Garay ou Luisão, houve um nome que se destacou de todos os outros: Enzo Pérez. Aos 28 anos, o 35 do Benfica foi preponderante na equipa de Jorge Jesus, tendo assumido um papel ainda mais decisivo após a saída de Matic para o Chelsea. Jogo do anoDepois de dois dias antes o jogo ter sido adiado após a cobertura do Estádio da Luz ceder ao mau tempo em Lisboa, Benfica e Sporting defrontaram-se a 11 de Fevereiro separados por apenas dois pontos. Com a liderança em jogo, os “encarnados”, que na jornada anterior tinham empatado em Barcelos, aproveitaram bem a ausência do castigado William Carvalho e a aposta falhada de Leonardo Jardim na dupla Slimani-Montero para alcançar uma vitória “sem espinhas” por 2-0. O triunfo no derby lisboeta foi o impulso que o Benfica precisava e, depois de derrotar o rival, as “águias” só pararam de ganhar no campeonato depois de garantirem o título. Valores segurosNo ano da redenção de Jorge Jesus, três jovens treinadores portugueses colocaram o selo de qualidade no seu trabalho. Marco Silva e Nuno Espírito Santo voltaram a brilhar no Estoril e no Rio Ave, respectivamente, e a confirmação do bom trabalho nos seus clubes valerá aos dois treinadores o salto para projectos mais ambiciosos (Sporting e Sp. Braga). De regresso ao futebol português, Leonardo Jardim conseguiu um pequeno milagre em Alvalade. No início da época, os mais optimistas dizem que os “leões” talvez conseguissem ganhar ao Sp. Braga a batalha pelo terceiro lugar, mas o treinador madeirense pegou numa equipa desacreditada e fez o adeptos “leoninos” acreditarem que era possível conquistar o título. Apesar de acabar a época sem qualquer troféu, o apuramento directo para a Liga dos Campeões é mais uma enorme medalha no currículo de Jardim. Com a quase certa saída de Alvalade do técnico, os alicerces do Sporting vão voltar a tremer. As revelaçõesSe no Sporting Leonardo Jardim brilhou no banco, dentro do relvado a estrela foi William Carvalho. Depois de sucessivos empréstimos, o médio teve, finalmente, uma oportunidade em Alvalade e atingiu um nível em que poucos apostariam. Apesar de já ser há muito apontado como um jovem promissor, William Carvalho mostrou uma envergadura táctica e uma mentalidade surpreendentes. Indiscutível no “onze” dos “leões”, o médio de 22 anos é mais uma “perola” da Academia de Alcochete destinada a brilhar fora de Portugal, sendo igualmente um reforço de peso para Paulo Bento no Mundial 2014. Para além de William Carvalho, é obrigatório destacar dois jovens jogadores do Benfica cuja qualidade não engana: Markovic e Oblak. Fora do reino dos “grandes”, emergiram valores como Derley, Ali Ghazal, Miguel Rodrigues, Rafael Martins, Pedro Tiba, Rafa e Filipe Augusto, entre outros. Os descontrolados do anoAo longo da época, houve dois momentos em que o jogo se prolongou dentro do relvado para além do apito final do árbitro. A 22 de Setembro, no Estádio D. Afonso Henriques, o Benfica conseguiu uma difícil e importante vitória frente ao V. Guimarães, com um golo de Cardozo, mas o protagonista foi Jorge Jesus que, agrediu um agente da PSP que tentava deter um adepto do Benfica. Resultado? 30 dias de suspensão e multa de 25 mil euros. Mais de meio ano depois, foi a vez de Ricardo Quaresma perder a cabeça no final de uma partida. Após terminar o Nacional-FC Porto, o extremo tentou agredir um adversário que terá insultado o “7” portista. O Conselho de Disciplina aplicou uma repreensão e uma multa de 77 euros a Quaresma. Em queda livreFC Porto, Sp. Braga e Paços de Ferreira tinham objectivos diferentes no início da época, mas acabaram a temporada com o mesmo resultado: Fracasso absoluto. Apenas com uma Supertaça ganha, os “dragões” falharam em todas as provas e chegaram a exibir-se a níveis paupérrimos (Olhão, por exemplo). Em Braga, o cenário foi similar. No início da época, António Salvador abdicou de José Peseiro para apostar em Jesualdo Ferreira e o Sp. Braga transformou-se numa equipa banal. Numa época em que falharam a entrada na fase de grupos da Liga Europa à custa do modesto Pandurii, o 9. º lugar final no campeonato é resultado óbvio de um ano mal planeado. Também a Norte, chega outro exemplo de má organização. Se há um ano, em Paços de Ferreira, se festejava um surpreendente apuramento para o play-off da Liga dos Campeões, agora prepara-se um play-off com o D. Aves para tentar fugir à despromoção. Embora a equipa pacense tenha perdido jogadores importantes (Vítor, Josué, Luiz Carlos, Antunes, Diogo Figueiras e Hurtado são alguns exemplos), a queda livre dos “castores” deve-se ao falhanço na escolha dos reforços e das equipas técnicas. FlopsHá jogadores que foram claras apostas falhadas (Cortez, Gérson Magrão e Licá encaixam nesse perfil), mas para merecer o carimbo de “flop”, um jogador tem que carregar às costas um investimento avultado. Esta época, os casos mais evidentes de apostas que não justificaram o dinheiro que custaram foram Diego Reyes e Héctor Herrera no FC Porto e Flip Djuricic no Benfica. No entanto, apesar de qualquer um destes jogadores não ter justificado um investimento superior a cinco milhões de euros, os dois mexicanos dos “dragões” e o sérvio das “águias” são ainda jogadores jovens. E abundam os casos de atletas que após uma má primeira época deixaram de ser “patinhos feios” para se transformarem em “cisnes”. A pechinchaA crise leonina de 2012-13 foi desportiva e financeira e obrigou Bruno de Carvalho a procurar reforços nas “lojas dos 300”. No entanto, nos mercados menos tradicionais, ainda é possível encontrar verdadeiras pechinchas. Nos reforços que esta época chegaram a Portugal, o melhor exemplo disso é Islam Slimani. O argelino, que andava perdido no Chabab Riadhi de Belouizdad, chegou a Alvalade de forma discreta e assistiu no banco ao fulgor inicial de Montero, mas quando teve oportunidade mostrou que é um ponta-de-lança “à antiga”. especialmente quando se trata de jogar com a cabeça. Erro de CastingNa época passada o Olhanense viveu momentos conturbados financeiramente e foram várias as ameaças de greve e boicotes aos jogos por parte dos atletas do clube algarvio. Para contornar este problema, a solução veio de Itália e Igor Campedelli, um empresário transalpino, passou a deter 80% do capital do clube de Olhão. A aposta revelou-se um fiasco e do Algarve chegou o exemplo de como não se deve construir um plantel, que era uma verdadeira sociedade das nações. O despromoção acabou por ser um desfecho inevitável.
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Partidos LIVRE
Quando uma nova cara ajuda a uma nova vida
Nove anos depois do primeiro transplante facial, parte dos receios iniciais sobre esta técnica médica foram ultrapassados. Um artigo de revisão avalia 28 transplantes e os resultados são positivos. (...)

Quando uma nova cara ajuda a uma nova vida
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.136
DATA: 2014-05-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Nove anos depois do primeiro transplante facial, parte dos receios iniciais sobre esta técnica médica foram ultrapassados. Um artigo de revisão avalia 28 transplantes e os resultados são positivos.
TEXTO: Em 2006, quando a francesa Isabelle Dinoire apareceu numa conferência de imprensa, poucos meses depois de ter recebido o primeiro transplante facial de sempre, explicou que o sucesso da sua experiência abria “uma porta para o futuro”. Não só para ela, mas também para as outras pessoas que tinham ficado desfiguradas. Esta operação pioneira decorreu em Novembro de 2005 e, na altura, foi muito criticada devido aos riscos que comportava. Hoje, nove anos depois, pelo menos 28 pessoas já se submeteram ao mesmo procedimento: um artigo recente na revista The Lancet avalia a primeira década de aplicação da nova cirurgia e dá-lhe nota positiva. "As pessoas que se voluntariam para este procedimento fazem-no por razões de saúde sérias ou por razões psicológicas”, diz Eduardo Rodriguez, cirurgião plástico do Centro Médico de Langone da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos. O médico é autor sénior do artigo na revista The Lancet e coordenou em 2012 uma equipa no Centro Médico da Universidade de Maryland, em Baltimore, que fez o transplante de rosto mais extenso até à data. A operação foi feita a Richard Norris, um homem de 37 anos que nos 15 anos anteriores esteve recluso em casa dos pais e só saía com uma máscara. “As pessoas que querem fazer esta operação estão muito motivadas. Sem a opção do transplante facial, muitas destas pessoas estariam em sério riscos de entrar em depressão profunda e até de suicídio”, refere Eduardo Rodriguez, num comunicado do Centro Médico de Langone. A argumentação deste médico na defesa da técnica pode parecer desnecessária. Mas há razões para pôr na balança os perigos e os benefícios de um transplante facial. A cara é importante para a fisiologia e a capacidade sensorial: é pelas estruturas que existem na cara que comemos, que respiramos, que vemos, ouvimos e cheiramos. Além de ser também fundamental para a identidade, já que o rosto ajuda a definir cada pessoa. No entanto, quem faz um transplante de cara, tal como um transplante de um órgão, terá obrigatoriamente de receber para o resto da vida medicamentos que enfraquecem o sistema imunitário. Os tecidos transplantados, como são provenientes de outra pessoa, são reconhecidos como estranhos pelo sistema imunitário do receptor. Caso deixe de tomar os medicamentos imunossupressores, o doente arrisca-se a que o seu sistema imunitário ataque o transplante. Além de uma rejeição dos tecidos, a pessoa pode ter infecções e morrer, como aconteceu a uma das 28 pessoas incluídas na análise feita no artigo. Ao contrário de um transplante de coração ou de outro órgão vital, em que os médicos estão perante uma situação de vida ou de morte, no caso do transplante de rosto os doentes não se encontram numa situação de risco de vida iminente. É por todos estes riscos que uma das principais conclusões no artigo de Eduardo Rodriguez é a importância e o cuidado a ter na selecção das pessoas que serão submetidas a esta operação. Recuperar os sentidos“O melhor candidato é: aquele que compreende completamente as implicações da imunossupressão para o resto da vida e do seu grande risco de morbidez, incluindo infecções, cancro, rejeição do enxerto e a morte; que está motivado e cumprirá a reabilitação pós-operatória intensa e os tratamentos a nível psicológico e de imunossupressão; e que tem um forte sistema de apoio social que o ajudará a lidar com muitos desafios, como a exposição à comunicação social, a adaptação à sua imagem corporal e a integração social”, resume o artigo, que resulta de um ano de trabalho em que os autores reviram artigos médicos e notícias sobre estes transplantes, além de entrevistarem outros cirurgiões que fizeram as 28 cirurgias. Isabelle Dinoire, que tinha 38 anos quando foi operada, fez um transplante parcial na região da boca, do queixo, das bochechas e do nariz. Após uma semana “muito perturbadora”, a francesa tinha tomado uma grande dose de soporíferos. Quando acordou e tentou levar um cigarro à boca, percebeu que não conseguia fazer com que os lábios segurassem o cigarro. Viu depois uma poça de sangue no chão e só quando se olhou ao espelho é que percebeu que estava desfigurada, apesar de naquele momento não ter dores. O seu cão labrador tinha-a mordido na cara. Segundo os autores do artigo, a francesa passou a sentir toques leves na cara ao fim de 14 semanas da operação. Após seis meses, sentia diferenças de temperatura e conseguiu fechar os lábios. Passado um ano, já era capaz de contrair os músculos do queixo e do nariz, e ano e meio depois, conseguia esboçar um sorriso simétrico com a sua nova boca. Esta evolução mostra o corpo de Isabelle Dinoire a integrar o novo tecido, a recuperar os nervos que controlam os músculos faciais e a ganhar as funções. Depois da operação, muitos doentes voltaram a poder comer e beber sozinhos, falar de uma forma mais compreensível, cheirar, sorrir e piscar os olhos. Muitas depressões foram ultrapassadas e quatro transplantados voltaram a trabalhar ou à escola para estudar.
REFERÊNCIAS:
Vermelho sem fronteiras
Turim acordou sobressaltada. Dia de final europeia é dia de cânticos cruzados, de invasões pacíficas dos cafés, de barulho porque sim. (...)

Vermelho sem fronteiras
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Turim acordou sobressaltada. Dia de final europeia é dia de cânticos cruzados, de invasões pacíficas dos cafés, de barulho porque sim.
TEXTO: “Desculpe, de que clube é que vocês são?”. “Sevilha”. “Ah, são todos do Sevilha”. “Não, não, os que vêm lá atrás são do Benfica”. Percebe-se a confusão que vai na cabeça desta passageira italiana que foi apanhada na maré de cânticos do autocarro 72. Entre gritos em castelhano e português, vestem todos praticamente de igual. Rojo y blanco para os adeptos espanhóis. Vermelho e branco para os portugueses. Da parte da manhã, no centro de Turim, os espanhóis levavam vantagem. Em grupos mais numerosos e com as gargantas mais quentes, acabaram por impor a lei durante algum tempo nas imediações da Piazza Castello e nos cafés circundantes. Da Via Garibaldi vinham cânticos andaluzes, aqui e ali interrompidos por uma ténue resposta portuguesa. “Sim, sim, está muito barulho. É por causa da final da Liga Europa”, justificava-se, ao telefone, um italiano à saída do emprego. Com a chegada de um pequeno grupo afecto a uma das claques do Benfica, as contas equilibraram-se um pouco. E viraram ligeiramente a favor dos portugueses já nas imediações do Juventus Stadium, onde acorreram mais cedo e em maior número, logo ao início da tarde. Em volta, o circo do costume: o merchandising da praxe, as roulottes da praxe, as provocações (pacíficas) da praxe, as olheiras da praxe, que a noite de terça-feira foi longa para muitos. E alguns carros de matrícula portuguesa estacionados no perímetro do recinto, devidamente aproveitados para um sono de última hora. “Descansem o que puderem, que mais logo é para rebentar”. Está prometido.
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Palavras-chave lei circo
Mercados ribeirinhos dinamizam antigos portos do Tejo
Iniciativa dura até Setembro e inclui festivais, tasquinhas de petiscos, artesanato, percursos pedestres, entre outras actividades. (...)

Mercados ribeirinhos dinamizam antigos portos do Tejo
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2014-05-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Iniciativa dura até Setembro e inclui festivais, tasquinhas de petiscos, artesanato, percursos pedestres, entre outras actividades.
TEXTO: Os antigos portos do rio Tejo em Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha vão ser palco, até Setembro, da iniciativa Mercados Ribeirinhos, evento que pretende recriar a dinâmica dos portos fluviais no início do século XX. O porto fluvial de Rossio ao sul do Tejo, em Abrantes, vai acolher entre sexta-feira e domingo a primeira sessão deste ciclo de festivais, com a presença assegurada de três dezenas de produtores locais, entre doceiros e artesãos, que terão os seus artigos em exposição e comercialização, com tasquinhas de petiscos, mercados de produtos locais, artesanato e hortofrutícolas, cinema ao ar livre, cozinha ao vivo, percursos pedestres, convívio de pesca e animação teatral, etnográfica e folclórica. A organização da dinamização dos Mercados Ribeirinhos é da Tagus - Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, e dos municípios. Segundo Pedro Saraiva, coordenador da iniciativa, o objectivo é "recriar a dinâmica do porto fluvial de Abrantes no início do século XX", quando era considerado o segundo mais importante do Mar da Palha. Uma exposição de fotografias antigas do rio Tejo, das embarcações, das cheias e das celebrações religiosas, estará também patente durante os três dias de festa. Para celebrar os 70 anos do último barco com carregamento de cortiça de Abrantes a chegar à capital, vai atracar no cais do Rossio, às 17h de sábado, o II Cruzeiro Religioso do Tejo, com barcos engalanados. Estas embarcações vão transportar a figura de Nossa Senhora dos Avieiros, que sairá em procissão acompanhada por grupos etnográficos até à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Rossio ao sul do Tejo. Para promover os produtos locais, no sábado tem lugar o encontro e entronização da Confraria do Azeite, no seu 10. º capítulo. Na manhã de domingo, vai realizar-se um mercado de produtos hortofrutícolas, plantas e flores, a par de um mercado de produtos locais e artesanato. Depois de Abrantes, os Mercados Ribeirinhos rumam a Constância, no segundo fim de semana de Julho, e a Vila Nova da Barquinha, no início de Setembro.
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Partidos LIVRE
Katsouranis e Karagounis entre as escolhas de Fernando Santos
Grécia anuncia os 29 pré-convocados para o Mundial do Brasil. (...)

Katsouranis e Karagounis entre as escolhas de Fernando Santos
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Grécia anuncia os 29 pré-convocados para o Mundial do Brasil.
TEXTO: Os ex-benfiquistas Katsouranis e Karagounis integram a lista de 29 pré-convocados da Grécia para o Mundial do Brasil de 2014. Na lista do seleccionador Fernando Santos fazem ainda parte o avançado Kontantinos Mitroglou, que representa o Fulham de Inglaterra. A Grécia, que defronta Portugal no próximo dia 31, no Estádio Nacional, em Oeiras, em partida de preparação para o Mundial, integra o Grupo C na fase final da competição, na companhia da Colômbia, Costa do Marfim e Japão. Lista dos 29 convocados:Guarda-redes: Alexandros Tzorvas (Apollon Smyrnis), Michalis Sifakis (Atromitos), Orestis Karnezis (Granada/Espanha), Panaglotis Glykos (PAOK) e Stefanos Kapino (Panathinaikos). Defesas: Avraam Papadopoulos (Olympiacos), Dimitris Siovas (Olympiacos), Kostas Manolas (Olympiacos), Giannis Maniatis (Olympiacos), Jose Holebas (Olympiacos), Sokratis Papastathopoulos (Borussia Dortmund/Alemanha), Giorgios Tzavellas (PAOK), Loukas Vyntra (Levante/Espanha) e Vasilis Torosidis (Roma/Itália). Médios: Alexandros Tziolis (Kayserispor/Turquia), Andreas Samaris (Olympiacos), Kostas Katsouranis (PAOK), Giorgos Karagounis (Fulham/Inglaterra), Panagiotis Tachtsidis (Torino/Itália), Sotiris Ninis (PAOK), Ioannis Fetfatzidis (Génova/Itália), Kostas Fortounis (Kaiserslautern/Alemanha), Lazaros Christodoulopoulos (Bolonha/Itália) e Panagiotis Kone (Bolonha/Itália). Avançados: Dimitris Papadopoulos (Atromitos), Dimitris Salpingidis (PAOK), Giorgios Samaras (Celtic/Escócia), Konstantinos Mitroglou (Fulham/Inglaterra) e Theofanis Gekas (Konyaspor/Turquia).
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Palavras-chave marfim
Portugal empobreceu devido a políticas que desaproveitaram os recursos, acusa João Ferreira
Candidato da CDU esteve na Universidade de Évora onde defendeu a necessidade de se apostar na investigação e nos sectores tradicionais como a agricultura. (...)

Portugal empobreceu devido a políticas que desaproveitaram os recursos, acusa João Ferreira
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.16
DATA: 2014-05-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Candidato da CDU esteve na Universidade de Évora onde defendeu a necessidade de se apostar na investigação e nos sectores tradicionais como a agricultura.
TEXTO: Os recursos estão cá, mas é preciso voltar a valorizá-los para regressar ao crescimento, porque Portugal “não é um país pobre”, mas antes foi “empobrecido por anos de políticas que não os souberam aproveitar”, apontou esta quinta-feira o candidato da CDU durante uma visita à Universidade de Évora. João Ferreira dedicou a manhã à agricultura, ambiente e investigação, com uma visita à herdade onde funciona o Pólo da Mitra da Universidade da Évora, em Valverde, que integra os departamentos de Engenharia Rural, Fitotecnia, Medicina Veterinária e Zootecnia, e inclui ainda um Hospital Veterinário – o único universitário com capacidade para tratar animais de grande porte. Entre uma reunião com responsáveis do ICANN – Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrâneas, uma visita pelas instalações e uma sessão com docentes, alunos e investigadores sobre agricultura, o candidato da CDU não deixou de criticar o estado de “abandono” a que os sucessivos governos foram deixando os sectores tradicionais. “Portugal não é um país pobre, ao contrário do que às vezes se quer fazer crer. É um país que foi empobrecido por anos de políticas que não souberam aproveitar estes recursos e que continuam a desaproveitá-los”, afirmou João Ferreira aos jornalistas junto aos estábulos com cavalos e vitelos. A agricultura, o ambiente e a investigação académica (especialmente nas duas áreas anteriores) “são áreas estratégicas para o desenvolvimento do país que mostram bem que os recursos e o enorme potencial que temos, e que se bem aproveitados podem dar um contributo fundamental para tirar o país da situação em que o meteram”, considerou o ainda eurodeputado. João Ferreira lamentou que as decisões que têm sido tomadas no Parlamento Europeu tenham “prejudicado gravemente” a produção nacional, quando aquela é a instância que deveria defender o interesse nacional. Apontou o dedo à PAC – Política Agrícola Comum (cuja última revisão foi aprovada há meses em Bruxelas mas em que os comunistas não conseguiram fazer passar as suas cerca de 150 propostas de emenda) para salientar que o novo texto continua a não reconhecer as “especificidades regionais de produção dos diversos países”. E somou a desregulação do comércio internacional para que contribuem os acordos de livre comércio com os Estados Unidos e Marrocos, que “colocam a produção nacional em competição directa com regiões do mundo com custos de produção muito mais baixos e que acabam por entrar aqui a preços ruinosos”. Como contraponto, a CDU defende uma “profunda modificação da PAC que garanta a cada país o direito a produzir, que reconheça as especificidades de cada produção, de cada região, de cada país, que acabe com a desigualdade que existe na atribuição de verbas da PAC em que um agricultor português ganha metade do que ganham os agricultores de outros países”, enumerou João Ferreira, acrescentando à lista o regresso de quotas e de direitos de produção. “São fundamentais para assegurar preços justos à produção. (…) Os nossos agricultores têm hoje uma retribuição pelo seu trabalho que fica abaixo dos seus custos de produção”, argumentou. Na reunião com o ICAAM, João Ferreira ouviu queixas sobre a falta de verbas para a investigação – no último concurso da FCT, por exemplo, só entraram para o instituto três novos investigadores -, e sobre as condições financeiras daquela entidade. O Pólo da Mitra vive muito da prestação de serviços, especialmente na área da Veterinária. O candidato recebeu o Livro Verde do Montado, elaborado pelo ICAAM, que tem também já bem adiantado, em conjunto com entidades espanholas, um plano para a estratégia ibérica comum sobre o montado para apresentar em Bruxelas. O passeio pelo Hospital Veterinário foi guiado pelo director. Espreitaram-se laboratórios, salas de internamento onde havia cães e gatos, a sala de colheitas e manipulação de reprodutores (com uma maquete em tamanho real de um bovino), e até a sala de operações, mas só pelo pequeno vidro, onde decorria uma aula prática em que uma professora e cinco alunos operavam um cão. Tirapicos Nunes, o director do espaço, realçou que o hospital “é muito bem visto na região e no sector veterinário e é muito requisitado por privados”; é uma “importante fonte de receita para a universidade” e precisava de mais investimento. Mencionou até uma parceria com sociedades médicas privadas que vão ali treinar técnicas em suínos.
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Por que razão as ventosas dos polvos não se agarram a eles? A ciência explica
Os polvos nem sempre sabem onde estão os seus tentáculos, uma liberdade de movimentos que poderia ser um problema. O dia-a-dia mostra que isso não acontece e os cientistas respondem agora porquê. (...)

Por que razão as ventosas dos polvos não se agarram a eles? A ciência explica
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os polvos nem sempre sabem onde estão os seus tentáculos, uma liberdade de movimentos que poderia ser um problema. O dia-a-dia mostra que isso não acontece e os cientistas respondem agora porquê.
TEXTO: De corpo mole e sem esqueleto, podendo chegar aos três metros de comprimento, os polvos costumam esbracejar por todo o lado os seus oito tentáculos. Cada braço tem duas fileiras de ventosas, usadas na locomoção e para capturar as presas. Como as ventosas têm grande capacidade de sucção, a pergunta que surge é por que motivo os polvos não ficam presos nos seus próprios tentáculos. Uma equipa já desvendou parte deste mistério: a explicação está numa substância química. As centenas de ventosas nestes moluscos prendem-se a quase tudo, com a excepção do próprio corpo. Este fenómeno foi agora desvendado por Nir Nesher, da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, e colegas, que anunciaram a descoberta na revista Current Biology: a substância química encontra-se na pele e impede temporariamente o reflexo de sucção das ventosas. É um mecanismo de auto-reconhecimento do polvo: “Ficámos muito surpreendidos pela solução simples e brilhante encontrada pelo polvo para este problema potencialmente muito complicado. E por ninguém antes de nós ter reparado neste fenómeno bastante forte e fácil de detectar”, diz Guy Levy, um dos cientistas do estudo, num comunicado de imprensa. Os tentáculos são capazes de se auto-regenerar e são usados para agarrar, manipular e levar comida à boca. Têm uma enorme flexibilidade, ao contrário do que acontece com outros animais e, segundo experiências anteriores, nem sempre o cérebro tem consciência do que estão a fazer os braços ou onde estão. Há uma razão para os polvos nem sempre saberem por onde andam os seus tentáculos: tem a ver com o facto de terem um corpo mole e flexível, ao invés dos humanos e de outros animais, cujo esqueleto rígido lhes dá menor liberdade de movimentos. “O nosso sistema de controlo motor baseia-se numa representação bastante rígida no cérebro quer do próprio sistema motor quer do sistema sensorial. E essa representação forma mapas com as coordenadas das partes do corpo”, explica outro autor do estudo, Binyamin Hochner, também da Universidade Hebraica e que tem investigado o controlo motor dos polvos e a flexibilidade e autonomia dos tentáculos. “É difícil considerar a existência de mecanismos semelhantes [aos dos seres humanos] no cérebro dos polvos, porque os seus braços têm um grau infinito de liberdade. Por isso, usarem este tipo de mapas seria extremamente difícil, se não impossível. ”Experiências amputaram polvosPara descobrir o mecanismo impeditivo de um grande emaranhado de polvo, os cientistas fizeram experiências com o polvo-comum (Octopus vulgaris), que passaram por amputar um dos tentáculos desta espécie que é canibal. Uma hora após o corte, o tentáculo continuava a mexer-se e o polvo, mesmo tocando-lhe, não se prendia a ele. Nem o considerava comida, se o tentáculo fosse seu. “Em mais de 30 testes (. . . ), nunca vimos as ventosas dos tentáculos amputados a prenderem-se a si próprias ou aos tentáculos com pele, fossem eles oriundos do mesmo animal ou de outros”, diz a equipa no artigo. As experiências incluíram ainda tirar a pele aos tentáculos amputados — e, neste caso, os polvos já se fixavam à parte esfolada. Mais: quando se forraram pratinhos de plástico (placas de Petri) com pele de polvo, também não se agarraram lá. “Incrivelmente, quando só uma parte das placas de Petri tinha pele é que os tentáculos amputados seguravam o plástico exposto, mas evitavam agarrar na parte que tinha pele”, dizem ainda os cientistas no artigo. “Estas observações sugerem que a pele dos tentáculos está envolvida no mecanismo que evita as ventosas de se agarrarem aos próprios tentáculos”, concluem, acrescentando que é a primeira vez que se chega a este resultado. Mas a substância química envolvida permanece por identificar. Seja como for, estes resultados são mais uma prova da inteligência dos polvos. E evidenciam que a estrutura da sua pele é complexa, permitindo-lhes por exemplo camuflarem-se rapidamente, e que os tentáculos são órgãos sensoriais sofisticados. “Cada braço é um grande órgão sensorial com cerca de 40 milhões de receptores tácteis e químicos, que estão espalhados por todo o braço, mas mais concentrados nas ventosas. ”Texto editado por Teresa Firmino
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Palavras-chave humanos estudo espécie corpo animal