Ellen Johnson-Sirleaf, a mãe da esperança africana
Ela diz que tem os pés em dois mundos. Um pé no campo, no mundo das mulheres africanas, que trabalham duramente e sem descanso na terra da Libéria, e outro no mundo dos profissionais cosmopolitas, para quem os Estados Unidos são uma segunda pátria. E Ellen Johnson-Sirleaf conhece de facto bem estes dois mundos. Texto publicado a 28 de Outubro de 2007. (...)

Ellen Johnson-Sirleaf, a mãe da esperança africana
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-10-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ela diz que tem os pés em dois mundos. Um pé no campo, no mundo das mulheres africanas, que trabalham duramente e sem descanso na terra da Libéria, e outro no mundo dos profissionais cosmopolitas, para quem os Estados Unidos são uma segunda pátria. E Ellen Johnson-Sirleaf conhece de facto bem estes dois mundos. Texto publicado a 28 de Outubro de 2007.
TEXTO: Nos dias 8 e 9 de Dezembro, quando tiver lugar em Portugal a anunciada cimeira União Europeia-África, Ellen Johnson-Sirleaf deverá ser uma das participantes e cabe-lhe uma honra singular, que ela ostenta com a maior simplicidade: a de ser a primeira mulher eleita democraticamente a ocupar a Presidência de um país africano. Ellen Johnson-Sirleaf é Presidente da Libéria desde Janeiro do ano passado, depois de uma eleição (contra o antigo futebolista George Weah, estrela do AC Milan) onde arrebatou quase 60 por cento dos votos. Johnson-Sirleaf encontrou-se assim à frente de um país destruído por duas décadas de guerras civis e por uma sucessão de ditaduras marcadas pela violência étnica e pela corrupção. Ellen Johnson (tornou-se Sirleaf pelo casamento, aos 17 anos) nasceu em Monróvia, capital da Libéria, onde fez os seus estudos secundários. Em 1961, partiu com o marido para os Estados Unidos para estudar Contabilidade em Madison (Wisconsin). O destino era óbvio, pois a Libéria sempre manteve com os Estados Unidos laços particularmente estreitos. O país, que nunca foi uma colónia, foi fundado em 1847 por escravos libertos americanos. A sua capital, Monróvia, foi assim baptizada em homenagem a James Monroe, quinto Presidente americano. Nos EUA, Johnson-Sirleaf trabalhou como empregada de mesa para custear os estudos, que prosseguiu com um master em Administração Pública em Harvard. Regressou à Libéria em 1972 para participar no Governo de William Tolbert como ministra-adjunta das Finanças. Quando Tolbert foi derrubado (e morto) num golpe de Estado dirigido por Samuel Doe, Johnson-Sirleaf conheceu o seu primeiro exílio, no Quénia, onde trabalhou para o Citibank. Regressou em 1985 mas a sua oposição a Doe valeu-lhe duas prisões uma delas com uma condenação a dez anos de cadeia e uma ameaça de execução. Só cumpriu um ano de prisão, tendo a pena sido transformada em novo exílio, desta vez nos EUA, onde trabalhou para o Banco Mundial. De 1992 a 1997 dirigiu o gabinete regional de África do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. Em 1997 regressou para concorrer às eleições (contra Charles Taylor), após o que teve de fugir de novo, acusada de traição por Taylor, que lançaria o país numa violenta guerra civil que provocou centenas de milhares de mortos. Johnson-Sirleaf regressou em 2003, após a queda de Taylor (hoje a ser julgado num tribunal internacional), para dirigir a Comissão de Boa Governação, cuja missão consistiu em preparar as eleições democráticas e em dar início a um combate contra a corrupção endémica. Depois, seguiu-se a eleição presidencial e a tomada de posse, à qual veio assistir a mulher do Presidente americano, Laura Bush, e a secretária de Estado, Condoleezza Rice num sinal de apoio de Washington. Ellen Johnson-Sirleaf tem entre os seus antepassados os antigos escravos americanos que fundaram a Libéria o que faz dela parte da casta de elite do país, os américo-liberianos, um grupo que representa três a cinco por cento da população mas não gosta que refiram esse facto, que lhe parece alimentar as divisões étnicas que dividem o país. "Se essa classe existiu, já foi apagada ao longo dos anos, através de casamentos e da integração social", diz. A sua determinação e a sua guerra sem tréguas contra a corrupção que é, ainda hoje, a par da educação, a sua grande batalha valeu-lhe o epíteto de "Dama de Ferro", mas a sua pose não tem nada a ver com Thatcher. A luta contra a corrupção é essencial para a atracção de capital e de meios técnicos que a Libéria não possui apesar dos seus ricos recursos em diamantes, madeira e borracha.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Sul-africano Trevor Manuel mantém em aberto candidatura ao FMI contra Lagarde
A ministra francesa das Finanças, favorita ao lugar de chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), poderá ter de enfrentar um candidato de última hora, o antigo ministro das Finanças sul-africano Trevor Manuel, considerado o “homem certo” pelos países emergentes. (...)

Sul-africano Trevor Manuel mantém em aberto candidatura ao FMI contra Lagarde
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-06-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: A ministra francesa das Finanças, favorita ao lugar de chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), poderá ter de enfrentar um candidato de última hora, o antigo ministro das Finanças sul-africano Trevor Manuel, considerado o “homem certo” pelos países emergentes.
TEXTO: A revista Emerging Markets, que citou uma “fonte sénior e bem colocada” em Pretória, escreveu na sua edição de hoje que a África do Sul vai nomear Trevor Manuel para liderar o FMI. Isto no mesmo dia em que a ministra francesa Christine Lagarde faz campanha em Lisboa junto de responsáveis africanos na reunião anual do Banco Africano de Desenvolvimento, que encerra hoje. Também hoje, em entrevista a uma rádio pública sul-africana, Trevor Manuel declarou que a sua atenção está focada na África do Sul, mas deixou margem de manobra para outras interpretações. “Hoje é a data limite. No momento em que falamos ainda não entreguei a minha candidatura”, disse Trevor Manuel. Mas ressalvou: “A minha adrenalina corre pela África do Sul nesta altura. É aqui que estou focado”, afirmou na entrevista, citado pela AFP. “Já o tinha dito: esta não é uma decisão de Trevor Manuel. É uma decisão nacional, uma decisão mundial”, declarou ainda o antigo ministro, acrescentando que uma candidatura implica que o candidato faça uma campanha, o que no seu caso - ao contrário de Lagarde - não aconteceu. Lagarde é considerada a grande favorita para o lugar deixado vago por Dominique Strauss-Khan, que abandonou funções após ter sido acusado de abuso sexual de uma empregada de hotel em Nova Iorque. Manuel, que esteve à frente das Finanças da maior economia de África durante uma década, tem vindo a ser considerado o “candidato ideal” dos países emergentes para liderar o FMI. Trevor Manuel poderia mesmo ter mais apoio do que o até agora outro rival declarado de Lagarde na corrida ao lugar no FMI, o presidente do banco central mexicano, Agustin Carstens, considerado demasiado conservador por muitos dos mercados emergentes. Ainda assim, nenhum dos dois deverá colocar em risco Lagarde, devido ao peso dos votos europeus e dos Estados Unidos, que juntos detêm 48 por cento dos votos no FMI. Os países emergentes têm 12 por cento dos votos. O FMI vai nomear o seu novo director executivo a 30 de Junho, mas a data limite para entrega de candidaturas termina às 24h00 de hoje em Washington, ou seja 04h00 de sábado em Lisboa. As potências emergentes como a Rússia, Índia e China querem acabar com o domínio europeu do FMI, uma vez que têm cada vez mais peso na economia mundial, mas essa tarefa pode revelar-se demasiado difícil uma vez que existe um pacto entre a Europa e os Estados Unidos segundo o qual o líder do FMI é um europeu e o presidente do Banco Mundial é um americano.
REFERÊNCIAS:
Entidades FMI
Activistas do SOS Racismo "não deixam ninguém dormir"
Fizeram piquetes pelos ciganos desalojados das barracas do Bacelo, fronteira do Porto com Gondomar. Fincaram pé em frente ao Centro Habitacional de Santo António, Porto central, pelos africanos indocumentados interceptados na ilha da Culatra, ao largo de Olhão. Celebraram as condenações de Mário Machado, líder do movimento Hammerskin. E hoje festejam 20 anos no Clube Ferroviário, em Lisboa. A câmara tem a prenda há tanto desejada: uma sede. (...)

Activistas do SOS Racismo "não deixam ninguém dormir"
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 12 Ciganos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Fizeram piquetes pelos ciganos desalojados das barracas do Bacelo, fronteira do Porto com Gondomar. Fincaram pé em frente ao Centro Habitacional de Santo António, Porto central, pelos africanos indocumentados interceptados na ilha da Culatra, ao largo de Olhão. Celebraram as condenações de Mário Machado, líder do movimento Hammerskin. E hoje festejam 20 anos no Clube Ferroviário, em Lisboa. A câmara tem a prenda há tanto desejada: uma sede.
TEXTO: Quando o SOS Racismo apareceu, Portugal era outro país. A morte de José Carvalho, dirigente do PSR, revelava a força irada dos skinheads, que escreviam o que lhes apetecia em qualquer parede: "Morte aos pretos", "Portugal aos portugueses", "Primazia de emprego e de casa para os brancos". A extrema-direita organizara-se. No segundo boletim de 1990 da Associação Cultural de Acção Nacional podia ler-se: "Exigimos a proibição imediata da imigração, o repatriamento progressivo mas total dos imigrantes". A extrema-esquerda reagiu, recorda o jornalista do PÚBLICO Amílcar Correia, que acompanhou os primeiros anos da associação. No dia 10 de Dezembro de 1990, Dia dos Direitos Humanos, José Falcão, Filomena Aivado e Rosana Albuquerque registaram o SOS Racismo. "Portugal era o país dos brandos costumes. Dizia-se que não havia racismo, mas os skinheads matavam", lembra José Falcão. E, nas ruas, nos prédios, não era raro alguém dizer coisas como: "O trabalho é para o preto", "as pretas são boas para curtir, não para casar", "estás a fazer ciganices". Era preciso produzir materiais, chatear jornalistas, ir às escolas sensibilizar professores e alunos. O consultor João Tocha viveu o fervor desses primeiros anos. Foi ali que conheceu o músico João Aguardela e outros rapazes cheios de vontade de mudar o mundo - gente do PSR e do PCP, independentes. Já não é o membro activo desses tempos, a vida levou-o para outro lado, mas ainda colabora. E ainda se emociona com isso: "Quando pago a quota anual de 20 euros ou compro uma brochura por cinco euros, as pessoas ficam tão contentes que até parece que estou a dar uma fortuna. Eles fazem tanto com tão pouco!". Três condenações num anoPortugal já não é o deserto em matéria de associações de defesa dos direitos das minorias. Hoje, o país é mais diverso e conta com várias organizações não governamentais. Não há, porém, quem não reconheça o papel de uma entidade, como o SOS, a interligá-las, a uni-las numa frente de combate ao racismo e à xenofobia. "O SOS faz com que estejamos mais alerta", considera Rosário Farmhouse, alta comissária para o Diálogo Intercultural. "Às vezes, deviam recolher mais informação antes de avançar para a queixa, mas são pró-activos, não deixam ninguém dormir, e isso é bom. " Pela primeira vez, o Estado atribuiu-lhes um subsídio (a propósito do documentário SOS Racismo - 20 anos a quebrar tabus, de Bruno Cabral, um jovem realizador que se espantou com "a diversidade do trabalho realizado pela associação", sobretudo nas escolas). Mas a convivência com o antes Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas já foi muito tensa. Vaz Pinto chegou a processar José Falcão por este acusá-lo de "falsidade, cobardia, desonestidade e incompetência". Na origem do desentendimento com o então alto comissário, a exclusão da associação do Conselho Consultivo para os Assuntos da Imigração. Rui Marques, que ocupou o cargo depois de Vaz Pinto e antes de Farmhouse, sempre foi mais diplomático: "Discordo de muitas posições que toma, mas com certeza tem desempenhado um papel importante". Olhando para estes 20 anos, José Falcão destaca contributos para a criminalização do ódio racial, para a lei da discriminação racial, para a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial. Sem deixar de sublinhar o baixíssimo número de condenações, o cheiro a impunidade. "Primeiro, muitas pessoas não sabem que é possível denunciar esses casos e não os denunciam. Segundo, é muito difícil provar um acto racista", justifica Farmhouse, reconhecendo que no ano que agora finda só houve "duas ou três condenações".
REFERÊNCIAS:
Islamistas do Boko Haram reivindicam autoria dos ataques na Nigéria
O número de vítimas dos atentados coordenados e tiroteios na cidade de Kano, a segunda maior da Nigéria, continua a subir: A Cruz Vermelha confirmou 121 mortos. (...)

Islamistas do Boko Haram reivindicam autoria dos ataques na Nigéria
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-01-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: O número de vítimas dos atentados coordenados e tiroteios na cidade de Kano, a segunda maior da Nigéria, continua a subir: A Cruz Vermelha confirmou 121 mortos.
TEXTO: O grupo islamista Boko Haram já reivindicou a responsabilidade pelos atentados, informando ter-se tratado de uma acção de retaliação pela recusa do Governo nigeriano em libertar da prisão dezenas de membros da sua organização. Um correspondente da AFP contou 80 cadáveres na morgue do hospital da cidade, todos com ferimentos de balas. A violência afectou três esquadras da polícia, os escritórios dos serviços secretos e dos serviços de imigração e a residência particular de um dirigente policial. Uma fonte policial disse, sob anonimato, que “o número de mortos eleva-se a dezenas”, mas não estava em condições de fornecer um balanço preciso. “Ainda estamos a recolher os corpos das vítimas, ainda não podemos dizer quantas pessoas morreram”, disse à Reuters o porta-voz dos serviços de emergência da Nigéria. A agência de informação francesa já tinha confirmado a existência de 24 mortos nas ruas da cidade. “Estou a andar nas ruas do meu bairro”, disse à AFP Naziru Muhammad, um habitante de Kano que habita próximo de um quartel geral da polícia alvo de um dos ataques. “Entre a minha casa e o quartel-geral da polícia, nesta rua, contei 16 cadáveres no solo, entre os quais seis polícias”, disse Muhammad. Um jornalista nigeriano também foi morto, bem como o autor de um atentado suicida. Kano, com mais de dez milhões de habitantes, é a principal cidade do Norte da Nigéria. Ontem, ao início da noite, foi sacudida por cerca de vinte explosões e vários tiroteios. Segundo a polícia, estes ataques “coordenados” visaram oito locais diferentes. O último ataque reivindicado pelo Boko Haram, um ataque à bomba numa igreja da capital Abuja, no dia de Natal, causou 49 mortes. Notícia actualizada às 14h20
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violência imigração ataque prisão morto
Imigrantes brasileiros e angolanos saem de Portugal devido à crise financeira
Imigrantes brasileiros e angolanos em Portugal estão de regresso aos seus países de origem devido à crise no país e ao crescimento económico e baixo desemprego no Brasil e em Angola, disse hoje o coordenador do Observatório da Imigração. (...)

Imigrantes brasileiros e angolanos saem de Portugal devido à crise financeira
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 16 Africanos Pontuação: 12 | Sentimento -0.06
DATA: 2011-11-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Imigrantes brasileiros e angolanos em Portugal estão de regresso aos seus países de origem devido à crise no país e ao crescimento económico e baixo desemprego no Brasil e em Angola, disse hoje o coordenador do Observatório da Imigração.
TEXTO: “As taxas de desemprego no Brasil e Angola são menores do que em Portugal, assim, “é natural que as pessoas decidam voltar. É uma auto-regulação dos fluxos de imigrantes”, declarou à agência Lusa o coordenador do Observatório da Imigração, o engenheiro Roberto Carneiro. Além dos imigrantes que voltam ao seu país de origem com recursos próprios, existem ainda os que pedem ajuda às instituições portuguesas. O número de imigrantes em Portugal que pedem ajuda para regressar aos países de origem está a registar um “grande crescimento” e os brasileiros constituem a maioria, revelam dados fornecidos à Lusa pela Organização Internacional para as Migrações (OIM). O aumento dos apoios ao regresso vem reforçar a tendência de crescimento do número de imigrantes no geral que voltam para os seus países de origem. “Aqui, em Portugal, a situação do mercado de emprego está cada vez mais difícil, sendo que os imigrantes em Portugal têm maior probabilidade de estarem desempregados do que os nacionais”, declarou o antigo ministro da Educação. “É obvio que o Brasil, sobretudo, e Angola são dois países pujantes, em grande desenvolvimento económico e registam baixas taxas de desemprego, procuram quadros qualificados, sobretudo entre pessoas que queiram trabalhar nesses dois países”, disse o também professor da Universidade Católica. Para Roberto Carneiro, “Portugal está numa recessão imensa, com problemas imensos, gravosos no mercado de emprego”, sendo que Brasil e Angola são dois mercados de trabalho também para os portugueses. De Janeiro a Outubro de 2011, 1790 pessoas candidataram-se ao Programa de Retorno Voluntário (PRV), uma média de 179 inscrições por mês – sendo já certo um aumento em relação a 2010, que registou, no total, 1791 inscrições. A tendência tem sido sempre de crescimento: em 2009, os candidatos foram 1011, em 2008 inscreveram-se 634 e em 2007 apenas 320. Os brasileiros lideram a lista por larga margem, representando, nos primeiros dez meses deste ano, 87 por cento das candidaturas ao PRV e 84 por cento dos retornados (382 pessoas), percentagens superiores às registadas nesta comunidade em 2010. Segundo dados (de 2010) do SEF, há 119. 363 brasileiros e 23. 494 angolanos a residir legalmente em Portugal. Das candidaturas deste ano, 455 pessoas já embarcaram. Durante o ano de 2010, 562 pessoas regressaram ao país de origem no âmbito do PRV. Ainda que distantes dos brasileiros, seguem-se os angolanos, com 4, 8 por cento (22 pessoas) de embarcados neste ano, quase metade do número registado em todo o ano de 2010 (9, 4 por cento). Cabo-verdianos e são-tomenses retornam menos aos países de origem, com taxas de 2, 6 e 2, 2 por cento em 2011, respectivamente. Ucranianos (1, 5 por cento), guineenses (0, 9 por cento) e moçambicanos (0. 9 por cento) recorrem menos ainda ao PRV. Gerido pela OIM, em colaboração com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), e financiado pelo Fundo Europeu de Regresso (em 75 por cento) e pelo Estado português (em 25 por cento), o PRV financia a viagem de regresso do imigrante (o preço médio ronda os 900 euros) e atribui-lhe ainda 50 euros de dinheiro para despesas. O programa impõe um período de interdição de três anos, que obriga os imigrantes que dele beneficiaram a, se voltarem a Portugal, ressarcirem o Estado no valor que lhes foi pago.
REFERÊNCIAS:
Queiroz: "Costa do Marfim é a selecção africana favorita a chegar às meias-finais"
A Costa do Marfim é o primeiro adversário de Portugal no Mundial deste ano, daqui a menos de um mês, e é, nesta altura, a grande preocupação da selecção portuguesa, até porque o seleccionador português partilha da opinião de quem a considera a selecção africana mais forte. (...)

Queiroz: "Costa do Marfim é a selecção africana favorita a chegar às meias-finais"
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 Animais Pontuação: 12 Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.083
DATA: 2010-05-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Costa do Marfim é o primeiro adversário de Portugal no Mundial deste ano, daqui a menos de um mês, e é, nesta altura, a grande preocupação da selecção portuguesa, até porque o seleccionador português partilha da opinião de quem a considera a selecção africana mais forte.
TEXTO: “A Costa do Marfim é equipa que todos apostam como sendo a equipa africana favorita número um para poder, pela primeira vez, chegar às meias-finais. Não sou eu que o digo. São todos os analistas”, afirmou Carlos Queiroz, hoje em conferência de imprensa. O plano de preparação da selecção, aliás, reflecte de algum modo essa preocupação. Já tendo defrontando o Brasil em Novembro e a China (uma selecção asiática para se adaptar ao futebol norte-coreano) em Março, os adversários nos três jogos particulares até ao Mundial são todos africanos: Cabo Verde (na segunda-feira), Camarões (1 de Junho) e Moçambique (8 de Junho). Queiroz considerou ainda que os principais favoritos à vitória no Mundial são “os dinossauros do futebol mundial”, referindo-se às selecções que já foram campeãs, como Brasil, Itália, Alemanha e Argentina. Mas também defendeu que este será o “Mundial mais competitivo dos últimos três ou quatro”, com muitas selecções à espreita de quebrar o domínio desse lote restrito de vencedores. “Nessa linha, há uma série de candidatos que vão desafiar os tradicionais”, afirmou Queiroz, acrescentando que compete a Portugal passar a primeira fase para “jogar contra os melhores. ”
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave marfim
Angolanos reforçam peso nos órgãos sociais do BCP
Além de personalidades ligadas a instituições de capitais angolanos, vão ocupar lugares de topo no BCP ex-ministros do Bloco Central, como Leonor Beleza, Álvaro Barreto e Daniel Bessa. (...)

Angolanos reforçam peso nos órgãos sociais do BCP
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Além de personalidades ligadas a instituições de capitais angolanos, vão ocupar lugares de topo no BCP ex-ministros do Bloco Central, como Leonor Beleza, Álvaro Barreto e Daniel Bessa.
TEXTO: A próxima assembleia geral do BCP vai formalizar o domínio dos interesses angolanos no banco, que passam a ter não um representante, como acontecia até agora (Manuel Vicente, presidente da Sonangol), mas pelo menos três membros no Conselho Geral e de Supervisão, estrutura onde as matérias estratégicas são decididas. E pela primeira vez, desde a sua fundação em 1986, o BCP terá na comissão executiva um gestor recrutado em grupos ligados a interesses accionistas: José Iglésias Soares, do angolano Banco Atlântico (detentor de 49 por cento do Millennium bcp Angola, e onde a Sonangol tem uma forte presença). A próxima reunião magna do BCP, agendada para 18 de Abril, vai decorrer num quadro de crise de liquidez e de confiança, o que facilita a passagem do controlo accionista do maior banco português para as mãos de capitais angolanos, liderados pela petrolífera estatal. O reforço da Sonangol no BCP, em articulação com o Banco Atlântico e com a InterOceânico, holding liderada pelo banqueiro angolano Carlos da Silva (do Atlântico), é parte integrante da estratégia de consolidação do novo poder, que, em 2008, substituiu o grupo de Jardim Gonçalves. Carlos Santos Ferreira tem procurado juntar a este grupo, de modo a criar uma estrutura accionista equilibrada, capitais chineses, tendo mantido contactos com o ICBC. É neste quadro que as listas candidatas aos órgãos sociais do BCP, subscritas por vários accionistas como a Sonangol, Metalgest (de Joe Berardo), Teixeira Duarte, EDP, Sabadell, STDM (de Stanley Ho, agora representada pela filha, Pansy), integram vários novos nomes ligados ao eixo angolano. No Conselho Geral e de Supervisão, para além de Manuel Vicente, que ocupa o cargo de vice-presidente (a Sonangol, que lidera, é o maior accionista do BCP com 14, 6 por cento do capital, com autorização do Banco de Portugal para subir até 20 por cento), este órgão de gestão passará a ser encabeçado por António Monteiro, embaixador português de carreira. António Monteiro, que substitui Luís Champalimaud nas funções, é um dos accionistas portugueses (tal como Francisco Balsemão, Proença de Carvalho, Rui Nabeiro, e Hipólito Pires) da InterOceânico, holding controlada por capitais angolanos. E é, também, quadro do Banco Atlântico. António Monteiro já pertencia aos órgão sociais do BCP, ocupando agora uma posição de maior relevo. Depois, também Carlos da Silva, que domina o Banco Atlântico e preside à InterOceânico, vai passar também a sentar-se no Conselho Geral. O eixo angolano no BCP conta com o apoio de grandes accionistas portugueses, como é o caso da Teixeira Duarte (TD), que reforçou, ainda que ligeiramente, a sua posição no banco para 7, 8 por cento. A TD tem interesses em Angola onde desenvolve parcerias com o Banco Atlântico. Se se articularem no BCP com os angolanos formam uma minoria de bloqueio. Outros investidores, ou já estão no país africano, ou projectam entrar. É neste contexto, que vai entrar para a Comissão Executiva do BCP José Iglésias de Sousa, actual administrador do Banco Atlântico. A nomeação de Iglésias resulta numa alteração no modelo de governação, pois, na prática, este órgão deixa de ser totalmente independente dos accionistas, como acontecia desde a fundação. O que era aliás defendido por Jardim Gonçalves. Para além do administrador do Banco Atlântico, que já trabalhou no BCP, Santos Ferreira foi ainda buscar para a comissão executiva um ex-quadro do grupo na Polónia, Rui Teixeira, actual director de marketing. Os dois vão substituir Nelson Machado e José João Guilherme. No cargo ficam os dois vice-presidentes, Paulo Macedo e Vítor Fernandes, e os vogais António Ramalho e Luís Pereira Coutinho. Mas a lista para o Conselho Geral e de Supervisão do BCP traz outra novidade: a adequação do grupo liderado por Santos Ferreira ao actual quadro político, que se antecipa poder vir a ter o PSD como protagonista. Depois de ter em 2008, em plena vigência do consulado socialista, levado para o BCP Armando Vara (ex-ministro de Sócrates), Santos Ferreira (próximo de Guterres) foi agora buscar Leonor Beleza, uma figura carismática do PSD, e Álvaro Barreto, dirigente social-democrata e ex-ministro da Economia do Governo de Santana Lopes. Outro nome é o de Daniel Bessa, um independente conotado com o PS, mas crítico de Sócrates, e que foi ministro da Economia de Guterres. Nos documentos entregues na CMVM, referentes às contas de 2010, fica ainda a saber-se que as remunerações globais da gestão dispararam 14, 2 por cento, totalizando 4, 1 milhões de euros, mais 30 por cento do que em 2009. Este valor não leva em linha de conta os acertos de contas com a saída do antigo vice-presidente, Armando Vara.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD
Supremo americano impede execução no Texas por causa de testemunhos racistas
O Supremo Tribunal dos Estados Unidos suspendeu a pena de morte proferida contra um condenado por assassínio no Texas, considerando que a sentença foi aplicada com base em depoimentos racistas feitos durante o julgamento. A decisão foi tomada depois de ter sido negado um adiamento pelo governador do Texas e aspirante a candidato presidencial republicano Rick Perry. (...)

Supremo americano impede execução no Texas por causa de testemunhos racistas
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-09-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Supremo Tribunal dos Estados Unidos suspendeu a pena de morte proferida contra um condenado por assassínio no Texas, considerando que a sentença foi aplicada com base em depoimentos racistas feitos durante o julgamento. A decisão foi tomada depois de ter sido negado um adiamento pelo governador do Texas e aspirante a candidato presidencial republicano Rick Perry.
TEXTO: A apenas 90 minutos da hora marcada para a execução, os juízes deram aval aos argumentos apresentados pelos advogados de Duane Buck, um afro-americano de 48 anos, no sentido de que este tinha sido “injustamente” condenado à pena de morte por causa da avaliação feita por um psicólogo, sob juramento, testemunhando que os homens negros são mais propensos do que outras raças a reincidir no comportamento criminoso após serem libertados. Para a equipa de defesa de Buck, este depoimento, feito pelo psicólogo Walter Quijano, influenciou os jurados a proferirem a condenação do arguido por motivações racistas. Reconhecendo esta argumentação como legítima, o Supremo Tribunal decidiu suspender a execução – algo extremamente raro na justiça norte-americana – e, num comunicado de apenas um parágrafo, explica que esta suspensão se mantém até os tribunais darem resposta ao recurso. A advogada de Buck crê que tal acontecerá dentro de uma semana a um mês. O caso ganhou tanto mais atenção porque os advogados de Buck apelaram igualmente ao governador do Texas, Rick Perry – agora um dos favoritos na corrida pela nomeação dos republicanos à candidatura para as eleições presidenciais do próximo ano. Perry, um apoiante da pena de morte (presidiu a 235 execuções desde que foi eleito em 2000), recusou-se a fazer uso dos seus poderes e dar o adiamento de 30 dias pedido pela defesa de Buck, para dar tempo à investigação das alegações apresentadas ao Supremo. Esta decisão do Supremo foi comunicada já depois de Buck ter tomado o que julgava ser a sua última refeição: galinha frita com batatas fritas e salada de tomate, alface e pepino, molho picante e pimentos, maçãs, chá gelado e água. Tinha a execução, por injecção letal, marcada para as 18h (locais) de ontem, na prisão de Huntsville, no estado do Texas. “Valha-me Deus. Deus é grande. A misericórdia de Deus triunfa. Sinto-me bem”, afirmou o condenado após receber as notícias, de acordo com o Departamento de Justiça Criminal do Texas. Duane Buck foi condenado, em 1997, pelo duplo homicídio da ex-namorada, Debra Gardner, e um amigo desta, Kenneth Butler, ocorrido dois anos antes. Segundo os autos, Buck matou ambos a tiro com uma espingarda, uma semana após ter terminado a sua relação com Gardner, tendo forçado a sua entrada na casa da ex-namorada e morto ambos em frente dos filhos dela. A polícia testemunhou em tribunal que ao chegar ao local, Buck afirmou: “A puta teve o que merecia. ”
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homens homicídio tribunal prisão morto
“Os filmes africanos não conseguem existir sem o interesse da Europa”
O Festival de Locarno seleccionou quatro projectos de cineastas africanos de língua portuguesa para apresentar no seu fórum de financiamento. Três observadores explicam porque é que, sem estes fóruns, talvez não possa existir um cinema africano. (...)

“Os filmes africanos não conseguem existir sem o interesse da Europa”
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Festival de Locarno seleccionou quatro projectos de cineastas africanos de língua portuguesa para apresentar no seu fórum de financiamento. Três observadores explicam porque é que, sem estes fóruns, talvez não possa existir um cinema africano.
TEXTO: Quatro filmes de cineastas africanos de língua portuguesa estão entre os doze projectos da África sub-saariana seleccionados para a edição 2014 do Open Doors, o fórum de financiamento do Festival de Locarno, que decorrerá em Agosto, em simultâneo com a 67ª edição do certame. Quatro longas-metragens que vão àquela cidade suíça ser apresentadas a potenciais parceiros de produção e financiamento, assinadas por nomes com créditos no cinema africano de língua portuguesa: as ficções Aleluia do angolano Zezé Gamboa, Heart and Fire do moçambicano Sol de Carvalho e Comboio de Sal e Açúcar do moçambicano Licínio de Azevedo, e o documentário do moçambicano Inadelso Cossa, Kula, uma Memória em Três Actos. E quatro filmes que, pela sua própria presença em Locarno, exemplificam a difícil sobrevivência das cinematografias de países exteriores aos circuitos tradicionais, e sobretudo de uma África onde as dificuldades do desenvolvimento social e político têm atirado a cultura para um papel secundário ou inexistente. Como diz Fernando Vendrell, realizador e produtor português cuja companhia David & Golias tem co-produzido regularmente cinema africano, “os países de onde estes cineastas vêm não têm políticas de cinema, o que faz que sofram de forma muito agressiva com a questão dos financiamentos. ” Fóruns como o Open Doors tornam-se, assim, na melhor – por vezes na única - oportunidade possível para conseguir montar projectos. Não é uma questão que afecte exclusivamente o cinema africano, mas afecta de modo particular as cinematografias “minoritárias” que são o foco central do Open Doors, como explica por telefone ao PÚBLICO a responsável da estrutura, Ananda Scepka. “Especializamo-nos nos países do sul e do leste, zonas que enfrentam desafios complicados mas que são interessantes precisamente por isso, por serem menos visíveis. ” O fórum, que tem como parceiro principal a Direcção para o Desenvolvimento e para a Cooperação do governo suíço, escolhe anualmente um máximo de doze projectos para apresentar a possíveis produtores e financiadores; um júri escolhe igualmente um projecto para receber 50 mil francos suíços (cerca de 40 mil euros). O foco na África sub-saariana em 2014 surge na sequência de um primeiro apoio em 2012 à África francófona – que coincidiu, aliás, com uma retracção da França, o país mais activo no financiamento estatal do cinema africano, com uma política de suporte e sustentação da francofonia de assinalável impacto. Foi das antigas colónias francesas, sustentadas por fundos entretanto descontinuados como o Fonds Sud Cinéma, que surgiu toda uma geração: do Senegal, Djibril Diop Mambéty e Ousmane Sembène; do Mali, Souleymane Cissé; do Burkina-Faso, Idrissa Ouédraougo – e mesmo cineastas dos PALOP, como o guineense Flora Gomes, beneficiaram com as estruturas francesas. Mas mesmo esta geração, que procurava fazer a ponte entre África e o “primeiro mundo” ocidental, não criou descendência. O mauritânio Abderrahmane Sissako pode continuar a filmar (Timbuktu está este ano na competição de Cannes, ver trailer), mas o único cineasta africano que tem mantido produção regular é o chadiano Mahamat Saleh Haroun – também ele graças a apoios franceses. Não há salas de cinemaKate Reidy, programadora e directora do festival suíço Black Movie, é peremptória: “Na maioria dos casos, os filmes africanos não conseguem ser feitos sem financiamento europeu. Precisam de interesse do Ocidente para existirem e serem divulgados. ” Atenta à produção do continente africano, a programadora australiana abre excepções para países que conseguiram criar estruturas quase industriais: a África do Sul, “que tem uma indústria e uma influência ocidental muito claras”, e a Nigéria, cuja produção “faça-você-mesmo” levou o país a ser conhecido como “Nollywood”, mas, feita exclusivamente a pensar no público local, é impossível de exportar. São as excepções num continente onde pensar em indústria de cinema ou política cultural pode ser utópico. Kate Reidy: “O que nos dizem os cineastas é que as condições de vida, de trabalho, de economia, são impossíveis. Não é que não queiram filmar; simplesmente não têm condições, não há apoios, e não há salas de cinema. ” O Black Movie, inicialmente dedicado exclusivamente ao cinema africano, abandonou essa abordagem já há vários anos para se tornar num festival de cinema independente global, porque “a produção [africana] deixou de ser suficiente e a qualidade foi declinando. Não havia filmes bons que chegassem”. Fernando Vendrell, que produziu O Herói de Zezé Gamboa (2004), um dos filmes africanos de língua portuguesa que fez melhor carreira internacional, aponta as contradições de um sistema de apoios que força os filmes a financiarem-se inteiramente no estrangeiro e, no processo, reforça o desinteresse dos países africanos. “Os fundos do Instituto do Cinema e Audiovisual [ICA] são muito importantes para o cinema africano de língua portuguesa, mas têm o efeito perverso de fazer com que os estados não se sintam responsáveis pelos filmes. Que ficam muitas vezes como património dos institutos de cinema locais, mas nem sempre tiveram o seu apoio. ”No caso português, o apoio ao cinema africano tem sido realizado ao abrigo de acordos de colaboração e co-produção com os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), mas cuja visibilidade pública tem sido reduzida (actualmente, o ICA destina 500 mil euros às co-produções com “países de língua portuguesa”, abertas também ao Brasil). Muitas destas co-produções não chegaram às salas portuguesas - caso de O Grande Kilapy de Gamboa (David & Golias, 2012), de Por Aqui Tudo Bem da angolana Pocas Pascoal (LX Filmes, 2011, mostrado a concurso no IndieLisboa), ou do primeiro filme de Sol de Carvalho, O Jardim do Outro Homem (Fado Filmes, 2006). Quando chegam, o impacto tem sido inexistente – os casos mais recentes foram Virgem Margarida, de Licínio de Azevedo (Ukbar Filmes, 2012), ou A República di Mininus, de Flora Gomes (Filmes do Tejo, 2011), ambos estreados em 2013 perante a indiferença do público. Se é verdade que muitos destes são filmes de visível fragilidade artística, também é verdade que esbarram num mercado cuja formatação comercial não parece interessado em abrir-lhes espaço. Fernando Vendrell faz notar que muitas vezes o apoio ocidental a estes projectos se concentra no trabalho de pré-produção, desenvolvimento e rodagem, mas não abrange a difusão e distribuição. “Há muitas dificuldades de distribuição, filmes que não chegam a estrear nos seus próprios países. Mas alguns deles dão duas ou três vezes a volta ao mundo [no circuito de festivais], e acabam por ter um impacto internacional muito maior do que uma deslocação de uma comitiva a Washington. . . ”Vendrell evoca, de caminho, a incompreensão dos decisores ocidentais ao serem confrontados com estes filmes: uns exigem dos projectos africanos uma imagem turística vendável, de exotismo tribal, outros insistem em cadernos de encargos de cidadania e desenvolvimento que correm o risco de tornar os filmes em meros veículos de pedagogia social. Enquanto isso, as estruturas de produção que começam a surgir, por exemplo em Angola, acabam por se dirigir muito mais para uma dimensão televisiva que reproduz de modo mais ou menos linear os modelos ocidentais. Em Locarno, Ananda Scepka recusa quaisquer cadernos de encargos e define a escolha do comité de selecção Open Doors, que analisou este ano 190 projectos para reter apenas doze, como guiada pela “força artística” do projecto. Para além dos projectos dos PALOP, foram seleccionadas ainda obras da África do Sul, Etiópia, Gana, Uganda e Zâmbia. “Locarno apoia um certo tipo de cinema de autor, e o Open Doors insere-se inteiramente nessa visão, ” explica Scepka. “Contrariamente a outros fóruns, que exigem um mínimo de orçamento garantido, estamos abertos a projectos que ainda estejam em desenvolvimento. Alguns levam mais tempo do que outros, uns chegam a Locarno com o dinheiro quase fechado, para outros o financiamento começa aqui. Apoiamos obras que cremos serem capazes de encontrar exposição, mas quando as seleccionamos ainda está tudo por fazer. Não temos numerus clausus por países, nem escolhemos politicamente, mas como em todos os fóruns de co-produção temos que levar em conta se o projecto é realista e praticável. ”E apesar de todas as dificuldades, há uma razão para o foco do Open Doors estar este ano nesta parte do globo. “Sentimos que há uma nova geração muito dinâmica, que pega no touro pelos cornos, tem vontade de fazer coisas e procura os meios de as fazer. Já era o caso da África francófona, mas notámos uma grande actividade em muitos países, com pólos de atracção maior. ” Kate Reidy confirma: “Nos últimos quatro ou cinco anos tem havido filmes em regime de auto-produção, documentários feitos a uma escala extremamente pequena, mas que são por vezes de extraordinária qualidade. ” É por essa escala pequena que a programadora vê o futuro, mesmo admitindo que não é possível prevê-lo. “A economia mundial e a tecnologia estão a mudar tão depressa que isso tem uma influência muito grande no modo como o cinema se vai transformar e sobreviver. As fronteiras que existiam entre culturas nacionais estão a diluir-se, o modo como as pessoas contam histórias está a tornar-se cada vez mais difícil de definir. ”
REFERÊNCIAS:
Sul-africano Matthew Dyer apita Portugal-Moçambique
O sul-africano Matthew Dyer foi nomeado para dirigir o encontro de terça-feira entre Portugal e Moçambique, o último da equipa portuguesa antes do início do Mundial 2010. (...)

Sul-africano Matthew Dyer apita Portugal-Moçambique
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-06-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: O sul-africano Matthew Dyer foi nomeado para dirigir o encontro de terça-feira entre Portugal e Moçambique, o último da equipa portuguesa antes do início do Mundial 2010.
TEXTO: O juiz sul-africano, de 32 anos, vai ser auxiliado por Zakhile Siwela e Lazarus Matela, também da África do Sul, enquanto Victor Gomes será o quarto árbitro. Este será o último teste da equipa orientada por Carlos Queiroz antes da estreia no Mundial 2010, frente à Costa do Marfim, a 15 de Junho, em Port Elizabeth. O encontro entre Portugal e Moçambique tem início às 16h30 locais (15h30 em Lisboa) de terça-feira, no Bidvest Wanderers Stadium, em Joanesburgo.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano