Um quinto das espécies africanas de água doce está ameaçado de extinção
Um quinto das espécies africanas de água doce, correspondendo a 21 por cento, está ameaçado de extinção, colocando em perigo a subsistência das populações que delas dependem, alerta um relatório divulgado hoje pela União Internacional de Conservação da Natureza (UICN). (...)

Um quinto das espécies africanas de água doce está ameaçado de extinção
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um quinto das espécies africanas de água doce, correspondendo a 21 por cento, está ameaçado de extinção, colocando em perigo a subsistência das populações que delas dependem, alerta um relatório divulgado hoje pela União Internacional de Conservação da Natureza (UICN).
TEXTO: O relatório alerta que estão em perigo mais de mil das 5167 espécies de peixes, moluscos, caranguejos, libélulas e plantas aquáticas africanas que foram registadas e avaliadas por 200 cientistas durante cinco anos. A agricultura, extracção de água, barragens, desflorestação e espécies exóticas invasoras são as principais causas deste empobrecimento da biodiversidade dos rios, ribeiros e lagos africanos, explica a UICN. A organização refere o caso do lago Vitória (Quénia, Uganda e Tanzânia), onde 45 por cento das 191 espécies de peixes avaliadas estão “ameaçadas ou dadas como extintas”, nomeadamente devido à introdução da perca do Nilo. O lago Malawi também viu a população de Oreochromis karongae, uma espécie de peixe conhecida pelos locais como Chambos, diminuir 70 por cento em dez anos. O desaparecimento dos peixes, principal fonte de proteínas e de receitas para as populações da região africana dos grandes lagos, reduz os meios de subsistência destas comunidades, sublinha a organização. O seu estudo aponta que, pelo menos, 7, 5 milhões de pessoas dependem da pesca em águas doces na África Subsaariana. “Se não travarmos” o processo de desaparecimento destas espécies, “o continente vai perder de forma irreversível a sua biodiversidade”, advertiu o director do projecto, William Darwall. Esse é já o caso da parte inferior do rio Congo, onde onze espécies de moluscos numa extensão de cem quilómetros estão “muito ameaçadas” por causa da poluição existente a montante.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave estudo espécie desaparecimento
Pesquisa racista no Google Maps leva à Casa Branca
Dois dias depois da denúncia, pesquisa por palavras racistas continua a dar como resultado a residência oficial do Presidente Barack Obama. (...)

Pesquisa racista no Google Maps leva à Casa Branca
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-21 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150521115940/http://publico.pt/1696365
SUMÁRIO: Dois dias depois da denúncia, pesquisa por palavras racistas continua a dar como resultado a residência oficial do Presidente Barack Obama.
TEXTO: Um leitor do Washington Post denunciou o caso. Quando pesquisados os termos "nigga" ou "nigger" com "house" ou "king", que significam neste caso quando combinados em algo como “casa de pretos” ou “reino dos pretos”, em Washington, no Google Maps, o resultado dado era White House (Casa Branca). Esta quinta-feira, realizando as mesmas pesquisas, o Google Maps devolve como resultado a residência oficial do Presidente dos Estados Unidos, actualmente ocupada por Barack Obama. Numa pesquisa na manhã desta quinta-feira no Google Maps por "Washington" e pelas palavras "nigga house" ou "nigger king", em ambos os caso o resultado foi sempre "White House, 1600 Pennsylvania Ave NW, Washington, DC". Ao Washington Post, um porta-voz do Google não identificado reconheceu a gravidade do problema e lamentou que o seu serviço de mapeamento não seja impermeável a ataques racistas. “Alguns resultados inapropriados estão a surgir no Google Maps, tal não deveria acontecer e pedimos desculpa por qualquer ofensa que tenham causado”, disse a fonte, acrescentando que o motor de busca está a tentar resolver a questão. Esta quinta-feira, o problema mantinha-se depois de ter sido denunciado nas redes socias, incluindo o Twitter. The Current World We Live In pic. twitter. com/nszfSmA5Hc— Bomani X (@AceBoonCoon) May 19, 2015A decisão seguiu-se a vários ataques registados na ferramenta, um dos quais permitiu que uma imagem de um robô Android a fazer xixi sobre o logo da Apple surgisse no Map Maker do Google para assinalar uma zona de parque no Paquistão. O caso agora denunciado é um dos mais graves a ser apontado ao Google.
REFERÊNCIAS:
Tempo quinta-feira
Ataques islamistas matam dezenas de pessoas na Nigéria
Responsáveis oficiais disseram à BBC que os cadáveres se acumulam nas ruas da cidade de Baga. A maior parte das casas foram incendiadas. (...)

Ataques islamistas matam dezenas de pessoas na Nigéria
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-01-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Responsáveis oficiais disseram à BBC que os cadáveres se acumulam nas ruas da cidade de Baga. A maior parte das casas foram incendiadas.
TEXTO: Dezenas de pessoas foram mortas nos últimos dois dias na cidade nigeriana de Baga, no nordeste, em ataques do grupo islamista Boko Haram. O balanço dos sucessivos ataques feitos nos últimos dias em Baga e em dezena e meia de aldeias próximas é difícil de estabelecer, segundo informações recolhidas pelas agências noticiosas. O chefe do distrito de Baga, citado pela Reuters, afirmou mesmo que foram já mortas mais de cem pessoas. Responsáveis oficiais disseram à BBC que os cadáveres se acumulam nas ruas da cidade. A maior parte das casas foram incendiadas. No sábado, os combatentes islamistas invadiram uma base militar na cidade. Milhares de pessoas fugiram para Maiduguri, capital do estado de Borno, menos de 200 quilómetros a Sul, ou para o vizinho Chade. A intensificação dos ataques do grupo islamista acontece numa altura em que decorre a campanha presidencial para as eleições de 14 de Fevereiro em que é candidato o actual chefe de Estado, Goodluck Jonathan. Só no ano passado foram mortas mais de duas mil pessoas em ataques do Boko Haram. Desde 2009 já foram mais de 13 mil.
REFERÊNCIAS:
Tempo Fevereiro
A estranha morte dos incríveis embondeiros africanos
Nove dos 13 embondeiros africanos mais velhos, com idades que rondam os dois mil anos, morreram na última década. A causa da morte ainda não é clara mas as pistas dos investigadores apontam para as alterações climáticas. (...)

A estranha morte dos incríveis embondeiros africanos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.283
DATA: 2018-07-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Nove dos 13 embondeiros africanos mais velhos, com idades que rondam os dois mil anos, morreram na última década. A causa da morte ainda não é clara mas as pistas dos investigadores apontam para as alterações climáticas.
TEXTO: “A morte da maioria dos maiores e mais antigos embondeiros africanos nos últimos 12 anos é um acontecimento de uma magnitude sem precedentes”, escrevem os autores de um artigo publicado na revista científica Nature Plants. A equipa de investigadores conta em apenas três páginas a história da rápida e inesperada morte de nove dos 13 mais velhos e de cinco dos seis maiores embondeiros de África. Sem conclusões sobre as causas do estranho declínio, avançam com a suspeita de um fim associado às mudanças climáticas nesta região do planeta. O embondeiro está nos livros, poesias, contos, provérbios, lendas e crenças no continente africano e fora dele. Dizem que parece estar virado ao contrário (com os seus fortes ramos a confundirem-se com uma raiz) e que é sagrado. Conta-se que serve de morada aos espíritos humanos e que a árvore simboliza a sabedoria, uma vez que nenhum homem consegue abraçá-la sozinho. A imagem de um postal de África cola-se à imponente silhueta de um embondeiro num por do Sol. A equipa de investigadores que anuncia a morte dos maiores e mais antigos embondeiros de África investigou e datou mais de 60 árvores do Norte e do Sul de África durante o período de 2005 a 2017, durante o qual procuraram exemplares muito grandes e potencialmente antigos. A datação foi feita com radiocarbono e alguns dos segredos da estranha arquitectura das árvores que assegura a sua longevidade e tamanho são descritos no artigo. Mas, escrevem, “o facto mais inesperado e intrigante é que, desde 2005, nove dos 13 espécimes mais antigos de embondeiros africanos e cinco dos seis maiores indivíduos morreram ou pelo menos as suas partes maiores e/ou mais velhas entraram em colapso e morreram. ”As inesperadas mortes, acrescentam, “não foram causadas por uma epidemia e também houve um rápido aumento nas mortes aparentemente naturais de muitos outros embondeiros maduros”. “Suspeitamos que o desaparecimento de embondeiros monumentais possa estar associado, pelo menos em parte, a modificações significativas das condições climáticas que afectam particularmente o Sul de África. No entanto, mais investigações são necessárias para apoiar ou refutar essa suposição”, concluem. Entre os vários casos detectados, a equipa destaca três histórias de três árvores: Panke, Platland e Chapman. Panke era um embondeiro considerado sagrado numa área remota de Matabelelândia Norte, no Zimbabwe. A descrição deste indivíduo inclui “um anel definido por três hastes fundidas em torno de uma falsa cavidade com uma entrada baixa” e ainda “três hastes adicionais”. Em 2010, os ramos começaram a quebrar-se e sucessivamente a colapsar e, depois, as hastes dividiram-se e tombaram uma após a outra ao longo de mais de um ano. “Recolhemos e datamos várias amostras de seus restos mortais”, dizem os investigadores no artigo, revelando que a amostra mais antiga revelou que se tratava de um exemplar com 2450 anos. Ou seja, Panke era o mais antigo embondeiro africano e morreu em 2011. Platland, também conhecido como embondeiro de Sunland, ergueu-se na província do Limpopo, na África do Sul, e “foi provavelmente o embondeiro africano mais promovido e visitado”. O mais célebre, portanto. Uma notoriedade conseguida talvez pelo impressionante “volume total de madeira de 501 metros cúbicos”. No enorme tronco encontravam-se duas estruturas em forma de anel com duas cavidades falsas interconectadas. “A maior unidade separou-se quatro vezes em 2016 e 2017 e os seus cinco caules acabaram por tombar e morreram. ”Por último, os investigadores descrevem-nos o fim de Chapman, localizado perto de Makgadikgadi (o maior lago seco salgado do mundo), no Botswana. O embondeiro baptizado com o nome do caçador sul-africano James Chapman, que visitou a árvore em 1852, tinha uma estrutura em forma de anel aberto, com seis hastes parcialmente unidas que pertenciam a três gerações, uma com 1400 anos, outra com 800 a mil anos e a terceira com 500 a 600 anos. “A 7 de Janeiro de 2016, os seis ramos de Chapman caíram ao mesmo tempo e morreram. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Num artigo publicado na revista The Atlantic, Adrian Patrut, da Universidade Babes-Bolyai, na Roménia, que catalogou estas mortes de árvores milenares não esconde a desolação: “É triste que, nas nossas curtas vidas, seja possível assistir a uma coisa destas. ”Os troncos ocos, com enormes cavidades internas, são uma das características mais distintivas dos embondeiros. Se na maioria das árvores um buraco significa doença e morte, nestas é sinal de vida com as suas enormes hastes, unidas num anel, a formar o espaço oco ano após ano. Segundo os investigadores, e apesar de ter sido uma das primeiras coisas em que pensaram, nenhuma das árvores tinha qualquer sinal de infecção. Resta o clima para culpar. Adrian Patrut refere mais especificamente que podemos estar perante o trágico resultado de “uma combinação sem precedentes de aumento de temperatura e seca no Sul da África, nos últimos dez a 15 anos”. Com menos água a cair do céu, sofreram os embondeiros que para se manterem de pé precisam absorver entre 70 e 80% de seu volume em água. Entre as muitas histórias que existem sobre o embondeiro, há uma que ameaça quem se atrever a colher uma flor desta árvore com o triste destino de ser devorado por um leão. Se se confirmarem as suspeitas dos investigadores e se a morte dos maiores e mais antigos embondeiros de África estiver ligada às alterações climáticas e sabendo que estas são em grande medida o resultado das nossas (más) acções, qual será o castigo que nos reserva?
REFERÊNCIAS:
Insultos racistas valem dois jogos à porta fechada ao Inter de Milão
Internacional senegalês do Nápoles, Kalidou Koulibaly, foi alvo de insultos racistas na partida de quarta-feira. (...)

Insultos racistas valem dois jogos à porta fechada ao Inter de Milão
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 12 | Sentimento -0.06
DATA: 2018-12-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Internacional senegalês do Nápoles, Kalidou Koulibaly, foi alvo de insultos racistas na partida de quarta-feira.
TEXTO: Os barulhos de macaco dirigidos a Kalidou Koulibaly, defesa do Nápoles, valeram ao Inter de Milão dois jogos à porta fechada no campeonato italiano, avançam os jornais desportivos italianos La Gazzetta dello Sport e o Corriere dello Sport. Na partida que opôs os napolitanos aos milaneses, o internacional senegalês foi vítima de insultos racistas vindos dos adeptos do Inter. À margem da partida, um adepto da formação de Milão morreu atropelado por uma carrinha, depois de ter estado envolvido em confrontos com adeptos do Nápoles ainda antes do apito inicial. O Inter jogará, ainda, uma partida sem espectadores no segundo anel. Apesar dos repetidos pedidos da equipa visitante para o jogo ser interrompido, o árbitro entendeu que o encontro não deveria ser suspenso, decisão que irritou Carlo Ancelotti, treinador dos napolitanos: "Pedimos três vezes que alguma coisa fosse feita, mas a partida continuou. Estão-nos sempre a dizer que o encontro pode ser interrompido, mas quando? Depois de quatro ou cinco avisos? Se calhar temos de resolver o assunto pelas próprias mãos e deixar de jogar na próxima vez que aconteça. Provavelmente vão-nos dar a derrota se sairmos, mas estamos preparados para isso. Ver isto não é bom para o futebol italiano”. Também o autarca de Milão mostrou desagrado pelos acontecimentos que tiveram lugar na cidade italiana. Giuseppe Sala admitiu estar "envergonhado" com os incidentes da noite de quarta-feira, afirmando que foram "um acto vergonhoso que visou um atleta que tem orgulho na cor da sua pele". Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Também Cristiano Ronaldo, jogador da Juventus, saiu em defesa do internacional senegalês, publicando no Instagram uma foto tirada durante uma partida que opôs os dois emblemas. Na legenda, o capitão da selecção nacional escreveu "não ao racismo e a qualquer ofensa e discriminação". O próprio Kalidou Koulibaly já tinha recorrido às redes sociais para comentar o caso. No Twitter, após o apito final, mostrou-se orgulhoso das suas origens. “Estou orgulhoso da minha cor de pele. Orgulhoso de ser francês, senegalês, napolitano: um homem”, escreveu na legenda da foto. O jogador do Nápoles receberia o segundo cartão amarelo após ter aplaudido sarcasticamente o árbitro do encontro aos 80'.
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Condenação de polícias mostra “cultura racista dentro da PSP” que é preciso combater
Pedro Bacelar de Vasconcelos, presidente da Comissão de Direitos, Liberdades e Garantias da AR, diz que foi importante o tribunal ter separado inocentes e culpados entre os 17 agentes. Já o psicólogo social Jorge Vala considera que sentença protegeu tribunais e polícia, mas mostra reconhecimento de “motivação racial”. (...)

Condenação de polícias mostra “cultura racista dentro da PSP” que é preciso combater
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-06-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pedro Bacelar de Vasconcelos, presidente da Comissão de Direitos, Liberdades e Garantias da AR, diz que foi importante o tribunal ter separado inocentes e culpados entre os 17 agentes. Já o psicólogo social Jorge Vala considera que sentença protegeu tribunais e polícia, mas mostra reconhecimento de “motivação racial”.
TEXTO: Há um antes e um depois da sentença desta segunda-feira do Tribunal de Sintra, que condenou oito dos 17 agentes da PSP da Esquadra de Alfragide por agressão, sequestro e injúrias a seis jovens da Cova da Moura. A convicção é de Pedro Bacelar de Vasconcelos, presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República.
REFERÊNCIAS:
Entidades PSP
De vítimas a campeões da luta contra o racismo
O Babelsberg, clube anti-racista, foi multado por reagir a gestos nazis de adversários. Mas acabou por dar a volta por cima. (...)

De vítimas a campeões da luta contra o racismo
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-10-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Babelsberg, clube anti-racista, foi multado por reagir a gestos nazis de adversários. Mas acabou por dar a volta por cima.
TEXTO: Algo de errado se passa quando um jogo da quarta divisão merece a presença da polícia de choque. Mas os incidentes no Babelsberg-Energie Cottbus da temporada passada justificaram a precaução: os insultos, artefactos pirotécnicos, e confrontos físicos entre adeptos deram que falar na Alemanha. Tudo começou com cânticos racistas dos visitantes, mas seriam os anfitriões a ser multados por distúrbios. Da indignação surgiu uma campanha para combater o racismo nos estádios. Babelsberg, nos arredores de Berlim, é casa de um clube que não hesita na hora de definir-se: “A equipa e o seu público são antifascistas e anti-racistas. Isto não é uma imagem de marca, mas uma evidência”, sublinhava Thoralf Höntze, porta-voz do clube que, em Abril de 2017, assumiu um protagonismo inesperado. As convicções dos adeptos do “Nulldrei”, como é carinhosamente tratado o clube, em referência ao ano de fundação (1903), foram colocadas à prova no duelo com o Energie Cottbus, entre cujos simpatizantes há falanges assumidamente racistas e que somam episódios de comportamento desordeiro. Muito antes do apito inicial já eram visíveis as saudações nazis na bancada dos adeptos de Cottbus, e houve elementos que saltaram para o relvado para tentar atingir a claque anfitriã. A polícia de choque interveio e, entre os simpatizantes do Babelsberg, houve quem respondesse: “Nazischweine raus (Porcos nazis fora)”, ouviu-se. A maior surpresa viria depois. O relatório da federação regional nordeste (NOFV, na sigla original) identificava um adepto “com penteado punk vermelho” como responsável pelas palavras e condenava o “Nulldrei” a uma multa de 7000 euros pelos distúrbios e utilização de pirotecnia. Quanto às atitudes dos simpatizantes do Energie Cottbus, nada. Num processo distinto, o Cottbus seria condenado a pagar 10 mil euros de multa pelo mau comportamento dos adeptos num conjunto de jogos – sem qualquer referência aos cânticos e saudações nazis – mas após recurso a pena foi reduzida a 6000 euros, dos quais 4000 sob a forma de pena suspensa. Já o recurso do Babelsberg ao castigo foi rejeitado por motivos burocráticos (a falta de uma assinatura). E a indignação não parou de crescer. “Pessoas que levantam o braço em saudação e cantam palavras evocativas dos campos de concentração têm de ser chamadas pelo que são: nazis. E os nazis não têm lugar no futebol. É óbvio, não é? Aparentemente não”, escrevia em editorial a revista alemã 11 Freunde. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Desde o início que no Babelsberg rejeitaram pagar a multa. Por uma questão de princípio, mas também porque o dinheiro não abunda num clube amador da quarta divisão. Ultrapassado o prazo limite para pagar, a NOFV ameaçava o clube com a revogação da licença para competir, o que poderia significar a insolvência e o fim do emblema. “As palavras ‘Porcos nazis fora’ foram uma reacção aos persistentes cânticos anti-semitas e racistas da claque do Energie Cottbus. Poderia descrevê-las como uma espécie de autodefesa moral”, diria o advogado do Babelsberg, Nathan Gelbart. A solidariedade para com o “Nulldrei” chegou de todo o lado, desde a Bundesliga (Werder Bremen, Borussia Dortmund, Colónia ou Estugarda) ao estrangeiro. E o clube comemorou uma vitória quando a NOFV reviu a sentença inicial, alterando a multa do Babelsberg: 3500 euros a serem gastos no combate ao racismo, e outros 3500 euros, a pagar ao organismo federativo, que assumia o compromisso de empregá-los também na luta contra a discriminação. “Tornou-se óbvio que esta não é a luta de um clube. É um movimento que envolve muitos jogadores, na Alemanha e no estrangeiro, por isso fico contente que tenhamos obtido um acordo”, congratulava-se o presidente do Babelsberg, Archibald Horlitz, em declarações à emissora Deutsche Welle. A temporada terminaria com a subida do Energie Cottbus ao terceiro escalão, embora as celebrações tenham sido manchadas por imagens de adeptos com capuzes semelhantes aos do Ku Klux Klan e cânticos discriminatórios em que o próprio treinador Claus-Dieter Wollitz participou. Mas foi o Babelsberg a sagrar-se campeão, pelo menos da luta contra o racismo nos estádios. “Temos a obrigação de dirigir o apoio que recebemos aos clubes dos escalões mais baixos. Os verdadeiros heróis são aqueles que nessas divisões lutam contra o racismo”, concluiu Archibald Horlitz.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave concentração racismo espécie discriminação
Secretário-geral da ONU pede ajuda urgente para a Somália
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu aos líderes mundiais que ajudem a reunir 1,6 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros) para impdirem milhões de mortes na Somália. Em algumas regiões estão a morrer todos os dias quatro crianças em cada dez mil pessoas. (...)

Secretário-geral da ONU pede ajuda urgente para a Somália
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu aos líderes mundiais que ajudem a reunir 1,6 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros) para impdirem milhões de mortes na Somália. Em algumas regiões estão a morrer todos os dias quatro crianças em cada dez mil pessoas.
TEXTO: "Quase metade da população, ou 3, 7 milhões de pessoas, estão agora em crise", indicou Ban Ki-Moon, acrescentando que esta catástrofe humanitária terá um efeito devastador não apenas na Somália mas também nos países vizinhos. Mais de 166 mil somalis procuraram nos últimos tempos refúgio nos vizinhos Quénia e Etiópia, afectados também, tal como Djibuti e o Uganda, por uma grave seca. A expressão "zona de fome" foi formalmente definida pela ONU em 2008 e esta é a primeira vez que é usada. Um total de 12 milhões de pessoas está a lutar contra a fome numa região do globo que atravessa o seu pior período de seca em 60 anos. No sul das regiões de Bakool e Lower Shabelle estão a morrer todos os dias quatro crianças em cada dez mil pessoas. Mais de 30 por cento das crianças sofrem de subnutrição aguda. A população ingere bem menos do que as 2100 calorias diárias recomendadas. "Precisamos do apoio dos doadores para enfrentarmos as necessidades actuais e para evitarmos que esta crise piore", disse Ban Ki-Moon. "As agências humanitárias precisam urgentemente de recursos para salvarem vidas. Se esse financiamento não ficar disponível para uma intervenção humanitária imediata, a fome deverá continuar a alastrar-se", acrescentou o secretário-geral da ONU. "Precisamos de 1, 6 mil milhões de dólares para a Somália", frisou Ban Ki-Moon. "Crianças e adultos estão a morrer a um ritmo devastador. Cada dia de atraso pode causar mais mortes", acrescentou. Os Estados Unidos já disseram que vão enviar ajuda para as áreas mais lesadas pela fome, controladas pelo grupo islamista Al-Shabab. No entanto, adiantaram funcionários de organizações de assistência humanitária, os rebeldes devem assegurar que não irão perturbar a distribuição da comida. O Al-Shabab é considerado pelos EUA um grupo terrorista, tendo Washington parado no ano passado de enviar ajuda para a grande área da Somália controlada pelo grupo, que engloba o sul e o centro do país. Em 2009, o Al-Shabab proibiu a entrada de agências de ajuda humanitária nos seus territórios. Recentemente voltou atrás na sua decisão, mas limitando o acesso. O administrador adjunto da Agência norte-americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Donald Steinberg, declarou que a ajuda não deve beneficiar o grupo terrorista com ligações à Al-Qaeda. “O que nós precisamos é das garantias do Programa Alimentar Mundial e de outras agências, das Nações Unidas ou outras agências públicas ou no sector não-governamental, que estejam dispostas a ir para a Somália, e que terão que nos garantir que não são forçadas a pagar ao Al-Shabab nem que estejam a ser subjugadas por tribos do grupo, e que as organizações possam trabalhar sem restrições”, disse Steinberg à BBC. Acrescentou também que o objectivo é salvar vidas, “não de jogar ‘à apanhada’” com as Nações Unidas ou qualquer outro grupo que seja suficientemente corajoso para se desclocar à Somália e dar assistência”. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse ontem que Washington contribuiria com mais 19 milhões de euros. Disse ainda que já foram dados 304 milhões de euros, mas que “não é suficiente”. Sonia Zambakides da organização Salvem as Crianças disse à BBC que a situação na Somália é chocante. “Falei com mães de crianças que pareciam ter entre nove meses e um ano – as mães disseram que as crianças tinham três ou quatro anos de idade, portanto eram incrivelmente pequenas. ” E contou ainda que mães tinham caminhado durante seis dias sem comida à procura de ajuda. O secretário de Estado britânico para o Desenvolvimento Internacional, Andrew Mitchell, disse que a reacção de muitos europeus e países ricos à crise no Corno de Africa é "ridícula e perigosamente inadequada”.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA
Islamistas na Somália negam ter levantado a interdição às agências de ajuda humanitária
O grupo islamista rebelde Al-Shabab, que controla as zonas de Bakool e Baixa Shabelle da Somália, onde as Nações Unidas declararam que milhões de pessoas são afectadas pela fome, negou hoje ter levantado a interdição para as agências ocidentais de ajuda humanitária operarem no território. (...)

Islamistas na Somália negam ter levantado a interdição às agências de ajuda humanitária
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: O grupo islamista rebelde Al-Shabab, que controla as zonas de Bakool e Baixa Shabelle da Somália, onde as Nações Unidas declararam que milhões de pessoas são afectadas pela fome, negou hoje ter levantado a interdição para as agências ocidentais de ajuda humanitária operarem no território.
TEXTO: Um porta-voz do grupo, que mantém ligações à organização terrorista Al-Qaeda, reiterou a argumentação de que aquelas agências têm “motivações políticas” e que as Nações Unidas estão a fazer “pura propaganda” na avaliação de que a região – sobretudo o sul da Somália – está mergulhada numa situação de crise alimentar grave, a mais dramática em seis décadas, devido à seca prolongada e à continuação dos conflitos armados. “Nós dizemos que [a declaração da ONU] está totalmente e cem por cento errada e que não passa de propaganda sem fundamentos. Sim, há uma seca mas a situação não é tão má como dizem”, argumentou o xeque Ali Mohamud Rage, numa conferência de imprensa ontem, acusando as Nações Unidas de “terem outro objectivo”. “Não nos surpreenderia que estejam a politizar a situação”, sustentou. A maior parte das agências humanitárias abandonaram a Somália há cerca de dois anos, após uma série de ameaças da Al-Shabab à segurança das suas operações no território, incluindo o Programa Mundial Alimentar, das Nações Unidas.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Ajuda do Programa Alimentar Mundial já chegou à Somália
O primeiro avião com ajuda humanitária de emergência enviada pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) aterrou nesta quarta-feira na capital da Somália, Mogadíscio. Estava previsto para ontem, mas chegou com um atraso de 24 horas. (...)

Ajuda do Programa Alimentar Mundial já chegou à Somália
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: O primeiro avião com ajuda humanitária de emergência enviada pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) aterrou nesta quarta-feira na capital da Somália, Mogadíscio. Estava previsto para ontem, mas chegou com um atraso de 24 horas.
TEXTO: Este primeiro voo transportou dez toneladas de pasta de amendoim com um elevado grau de proteínas e energia, menos quatro toneladas do que estava inicialmente previsto, anunciou Challiss McDonough, uma porta-voz do PAM. É uma quantidade suficiente para alimentar durante um mês cerca de 3500 crianças subnutridas. Os suplementos nutricionais foram levados da França para o Quénia na segunda-feira e deveriam ter sido transportados ontem para a Somália, mas problemas burocráticos atrasaram o voo. A porta-voz do PAM explicou que a ajuda foi enviada por via aérea uma vez que, por barco, demoraria meses. McDonough adiantou, citada pela Associated Press, que estão previstos mais voos nas próximas semanas, nomeadamente para a cidade etíope de Dolo Ado. A partir daí, a ajuda poderá ser levada por terra até Jubaland, território que é controlado pelas forças pró-governamentais da Somália que fica a oeste de Bakool, uma das duas zonas mais afectadas pela fome. Milhões de pessoas na Somália e por todo o Corno de África enfrentam uma crise alimentar devido à pior seca dos últimos 60 anos na região. O grupo islamista al-Shabab, o qual controla parte do país e que terá ligações à Al-Qaeda, proibiu a entrada do Programa Alimentar Mundial nas suas áreas. Entretanto, dezenas de milhares de somalis fogem das zonas controladas pelo al-Shabab para Mogadíscio e para os países vizinhos, como a Etiópia e o Quénia, em busca de assistência. O governo interino, apoiado pelas forças da União Africana, controla apenas uma parte da capital somali. Mais de dez milhões de pessoas estão risco devido à crise alimentar. O ministro somali dos Negócios Estrangeiros, Mohamed Ibrahim, alertou para a possibilidade de mais de 3. 5 milhões poderem “morrer à fome” no seu país.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave fome ajuda