Eles fotografaram a sua ideia de família e nela tanto cabem avós como campos de futebol
Utentes de instituição de apoio a deficientes mentais de Braga fotografaram a sua ideia de família e levam as imagens em digressão pela cidade. (...)

Eles fotografaram a sua ideia de família e nela tanto cabem avós como campos de futebol
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Utentes de instituição de apoio a deficientes mentais de Braga fotografaram a sua ideia de família e levam as imagens em digressão pela cidade.
TEXTO: Apenas as mãos permanentemente escondidas dentro do blusão denunciam o desconforto de Pedro Oliveira. O resto da sua expressão é de entusiasmo enquanto aponta para as fotografias do pavilhão gimnodesportivo de Gualtar. Foi ele quem as fez. Aquele é o pedaço mais importante da sua vida: guarda as chaves do espaço, ajuda a garantir a sua limpeza e ainda dá uma ajuda nos treinos das equipas juvenis de futsal que ali treinam. “Eu já tinha fotografado, mas nunca assim”, conta. O telemóvel que usa habitualmente tem uma câmara digital que costuma usar para tirar fotografias no dia-a-dia. Mas desta vez as imagens foram feitas com câmaras analógicas, usando rolos a preto e branco. Pedro tem 36 anos e é utente do Centro de Actividades Ocupacionais da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Braga. Com outros sete colegas protagoniza “Fazedores de Nós”, uma exposição de fotografia que inaugurou na semana passada no Hospital de Braga uma digressão por vários espaços da cidade. A intenção é mostrar a um maior número de pessoas o trabalho nascido para os Encontros da Imagem, o mais importante festival de fotografia do país, realizado anualmente na cidade, durante o Outono. A última edição do festival tinha como tema o Amor e a Família e por isso os utentes da instituição de apoio à deficiência fotografaram as suas famílias ou o que de mais familiar têm nas suas vidas, como o pavilhão de futsal de Pedro. Fernandes Flores, 40 anos, fotografou o prédio onde viveu com a mãe, o café que costumavam frequentar e o jardim onde iam juntas passear. Luís Mário Duarte, 38 anos, apontou a câmara para o campo de futebol junto da sua casa, num bairro de Braga. Eurico Prata, 30 anos, é um dos mais jovens. Proveniente de uma freguesia rural do concelho vizinho de Amares, está diariamente na APPACDM de Braga. Para o seu projecto fotográfico levou alguns dos colegas a sua casa, onde fotografou a avó de 97 anos, os pais e o cão da família, Tico, “um guloso”. Foi a sua primeira experiência como fotógrafo e agora não quer parar. “Já disse à professora que quero fazer mais vezes”. A primeira participação no festival bracarense “abriu portas”, conta Emília Martins, responsável pela Educação Visual na instituição bracarense, que espera agora poder tornar frequente a participação no evento. Para já, a exposição pensada para os Encontros de Imagem começou uma itinerância por vários espaços de Braga, que foi sempre uma das intenções do projecto. “É enriquecedor, dá-lhes autoestima e potencia o trabalho que eles fazem”, diz a professora e artística plástica. Durante os Encontros da Imagem lançou um desafio público à comunidade bracarense para que a exposição pudesse ser recebida noutros locais. A primeira resposta veio do Hospital de Braga. “O hospital não é só um espaço de doentes, é um espaço de encontro”, defende a directora de comunicação daquela unidade de saúde, Elisabeth Ferreira, de quem partiu o convite. As fotografias de “Fazedores de Nós” ocupam desde quarta-feira o corredor central do novo edifício do hospital inaugurado em 2011 e por ali pode ser visto por médicos, enfermeiros, utentes do hospital ou apenas por curiosos, até ao final do mês. A ideia de implementar a fotografia na APPACDM de Braga foi de Emília Martins. Numa instituição como este “temos que estar sempre a inovar”, porque os utentes “são muito exigentes”, conta. A maioria deles passa praticamente todo o seu tempo dentro da instituição e “não gosta” de estar sempre a fazer o mesmo tipo de coisas. Foi assim que, durante várias semanas no Verão passado, receberam a visita de Miguel Oliveira, que os ensinou a fotografar usando máquinas analógicas com rolos a preto e branco e lhes deu também noções de revelação de fotografia. Este fotógrafo dá aulas de fotografia e faz formação em fotografia analógica no Cincelube de Guimarães, mas esta foi a primeira colaboração com uma instituição como a APPACDM. “Não foi mais fácil, nem mais difícil, foi diferente”, diz. Da experiência, guarda uma impressão muito forte: a “crueza” com que todos fotografaram. “Os fotógrafos andam sempre a esconder coisas. Eles não. Se há dor, fotografam. Se há alegria, fotografam”.
REFERÊNCIAS:
Estátua de bronze furtada em Alcochete já foi recuperada
A estátua que representa um forcado que se encontrava em Alcochete foi encontrada pela polícia e será restituída em breve. (...)

Estátua de bronze furtada em Alcochete já foi recuperada
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: A estátua que representa um forcado que se encontrava em Alcochete foi encontrada pela polícia e será restituída em breve.
TEXTO: A estátua em bronze de um forcado que tinha sido furtada em Alcochete, junto à praça de touros, foi recuperada na madrugada desta quinta-feira, anunciou a GNR. "A estátua foi localizada esta noite, pelas 03h00, nos terrenos de uma antiga fábrica, relativamente próxima do local do furto, pelos Bombeiros de Alcochete, durante a realização de uma prova de orientação", referiu fonte da GNR. A estátua de Hélder Antoño, antigo forcado dos Amadores de Alcochete, que morreu na arena quando tinha 21 anos, é considerada um símbolo do concelho, tendo sido feita em tamanho real. A peça foi furtada na madrugada de terça-feira. "Foram de imediato desenvolvidas diligências de investigação no sentido de serem identificados os seus autores e, principalmente, recuperar a estátua, cujo valor simbólico para a população de Alcochete é manifestamente superior ao seu valor material", acrescentou a guarda. A estátua foi transportada para as instalações da GNR, onde será entregue ao seu legal representante.
REFERÊNCIAS:
Entidades GNR
Brincar aos deuses em Veneza com Al Pacino
Al Pacino esteve no Festival de Cinema de Veneza para apresentar dois filmes, Manglehorn e The Humbling, e deu duas conferências de imprensa este sábado. Todos correram para ouvi-lo falar (...)

Brincar aos deuses em Veneza com Al Pacino
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Al Pacino esteve no Festival de Cinema de Veneza para apresentar dois filmes, Manglehorn e The Humbling, e deu duas conferências de imprensa este sábado. Todos correram para ouvi-lo falar
TEXTO: Se a presença de Al Pacino no Festival de Veneza – a dobrar, Manglehorn, de David Gordon Green, em competição, The Humbling, de Barry Levinson, fora de concurso – já deu para lembrar aforismos de Federico Fellini - “o cinema é o modo mais directo de entrar em competição com Deus”-, é porque o actor é visto num lugar próximo da divindade. Em versão rock star, óculos espelhados, cabelo e t-shirt a espetarem para vários sítios. Todos a correr para ouvi-lo falar - coisa fora do vulgar: duas conferências de imprensa este sábado, intervaladas no espaço de uma hora. Embora o próprio se tenha lembrado a meio de uma delas, quando interrompeu o seu fluxo de consciência, que provavelmente não estaria a responder a qualquer pergunta. Mas falou. Foram generosos monólogos interiores, porque reconfortaram quem estava à espera da voz, sobre cães e gatos, sobre o Actor’s Studio, que lhe deu vida e lhe deu os sapatos que ele não tinha, sobre os actores de teatro, a sua memória e a exaustão de repetirem muitas vezes a mesma personagem, sobre Hollywood que ele nunca soube o que era, embora no passado, hoje já não, tenha sido uma comunidade de ideias artísticas, e, enfim, sobre a depressão – se alguma vez passou por esse estado Al, 74 anos, não sabe, porque não sabe o que a depressão é. A depressão veio à baila por causa das personagens que interpreta nos dois filmes: um traço comum ao actor de The Humbling e ao serralheiro de Manglehorn é o facto, embora os níveis de neurose e de alucinação de cada um não sejam comparáveis, de atravessarem um momento das suas vidas em que o passado não lhes permite acreditar, em que fazem contas às oportunidades perdidas. The Humbling adapta uma obra de Philip Roth mas tem na memória um momento icónico da alucinação do actor no momento do envelhecimento que é The Dresser, peça de Ronald Harwood que em 1983 foi adaptada ao cinema por Peter Yates, com Albret Finney e Tom Courtnay; o outro resultou de um encontro casual entre David Gordon Green e Pacino, que fez o fã, o realizador, reparar que os gestos do actor eram os mesmos de Panic in Needle Park e O Espantalho (Jerry Schatzberg, 1971, 1973), e quis escrever um veículo para isso. Há outra coisa em comum: de alguma forma as duas personagens deixaram partir das suas vidas a crença no divino e nesse lugar colocaram-se a elas próprias, reinando sobre os outros e criando o seu mundo. São figuras exauridas, assaltadas pelo medo existencial, as que encontramos agora. Mas são figuras que no passado criaram uma terra de ninguém à sua volta que os protegeu e afastou do mundo. É esse também o efeito-Pacino nestes filmes: como se à volta houvesse terra queimada a proteger o actor de qualquer interferência ou comunicação, são "filmes de ninguém", submissos - com Manglehorn, por exemplo, David Gordon Green está já no sítio dos filmes das tardes de domingo.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave comunidade medo cães
Cais do Ginjal em Almada vedado após capotamento de um carro
Chão do paredão desabou e um veículo quase caiu ao rio, com um casal e um bebé no interior. Autoridades dizem que o perigo estava sinalizado. (...)

Cais do Ginjal em Almada vedado após capotamento de um carro
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Chão do paredão desabou e um veículo quase caiu ao rio, com um casal e um bebé no interior. Autoridades dizem que o perigo estava sinalizado.
TEXTO: O paredão do cais do Ginjal, em Cacilhas, Almada, foi vedado ao trânsito e aos peões depois de, no sábado, o chão ter desabado e um carro ter caído na margem do rio, com um casal e um bebé no interior. A informação foi dada à Lusa pela Polícia Marítima, que esteve no local após o acidente, juntamente com a Capitania do Porto de Lisboa, a Administração do Porto de Lisboa e a Protecção Civil do Município de Almada. "Vedámos totalmente o trajecto para impedir a passagem a viaturas e peões", disse à Lusa o Comandante Cruz Gomes, da Polícia Marítima, referindo-se ao paredão (um caminho estreito, onde só passa um carro de cada vez) que fica junto ao cais do Ginjal. Ao início da tarde de sábado, um carro atravessava o paredão, quando o chão desabou. O veículo caiu e capotou, ficando pendurado junto à margem do rio, onde ainda se encontrava ao início da tarde de domingo por ter sido impossível retirá-lo. A iminente queda do carro dentro do rio pode constituir também um perigo para a navegação, o que levou as autoridades a "tomar medidas para que tal não aconteça", disse o comandante Cruz Gomes. A zona foi sinalizada e o carro foi preso com um cabo e uma bóia, para que fique à superfície e seguro, caso caia totalmente, acrescentou. O condutor do carro acidentado, Nuno Caetano, contou à Lusa que tinha ido passear com a mulher e a filha a Cacilhas, zona que não conheciam, e procuravam um restaurante. "Estavam várias pessoas e carros na estrada junto ao paredão e, de repente, o chão desabou, o carro caiu e capotou. Os segundos que passaram, desde a queda do veículo até eu conseguir libertar o cinto de segurança e tirar a minha filha da cadeira, foram, sem dúvida, o pior momento da minha vida. Por um milagre, felizmente conseguimos sair do carro apenas com pequenos arranhões", contou. Nuno Caetano diz que nenhuma das entidades presentes no local conseguiu retirar o carro: por terra, a Protecção Civil não autorizava que um reboque com grua se aproximasse, com receio de que pudesse desabar mais terreno, e por mar o Porto de Lisboa enviou um barco grua mas não conseguiu aproximar-se da costa, por o mar ser pouco profundo naquela zona e o chão ser de pedra. O relato é confirmado pelo comandante Cruz Gomes, que adianta que só depois de o carro cair à água é que poderá ser puxado por um barco. Nuno Caetano disse ter sido informado pela Protecção Civil da existência de um sinal de trânsito proibido no início da rua - uma informação confirmada ao PÚBLICO por uma fonte municipal -, mas garante que a única sinalética existente no local informava da proibição de estacionar e de que se tratava de uma rua sem saída. O homem reconhece que havia um gradeamento a vedar a passagem de carros naquele local mas garante que as grades apenas vedavam uma parte do paredão, "permitindo a passagem de veículos sem nenhuma sinalética, havendo inclusivamente um carro estacionado no final desta estrada", disse. Segundo a Polícia Marítima, a zona tinha de facto uma vedação a proibir a passagem de viaturas, mas que terá sido ignorada por este condutor. Quanto à alegada inexistência de sinal a proibir o trânsito, o comandante Cruz Gomes explicou tratar-se de uma "zona onde passa muita gente e que está muito vandalizada", pelo que a sinalética que é lá colocada é sistematicamente retirada ou derrubada. Além do perigo de desabamento de mais terreno, visto que existem mais buracos no paredão, há também indicação de perigo de derrocada dos edifícios e muros contíguos, pertencentes a uma antiga fábrica de conserva de peixe, a antiga Companhia Portuguesa de Pesca, que se encontra completamente abandonada e degradada. Em 2011, a Câmara de Almada apresentou o estudo prévio do plano de pormenor para aquela zona, que prevê a requalificação do espaço público, bem como a construção de complexos habitacionais e de um mercado. No entanto, o terreno e as construções existentes são propriedade privada e a concretização do plano de pormenor depende da iniciativa deste privado, que será um empresário madeirense. Ao todo, a área a intervencionar tem 84. 430 metros quadrados. O Cais do Ginjal é uma zona com vista privilegiada para Lisboa, mas enfrenta o fantasma da degradação há décadas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filha mulher homem estudo
Trabalhadores de bingo em Almada fazem greve por salários em atraso
Sindicato diz que ordenados estão a ser pagos em parcelas, situação que se arrasta há um ano. (...)

Trabalhadores de bingo em Almada fazem greve por salários em atraso
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Sindicato diz que ordenados estão a ser pagos em parcelas, situação que se arrasta há um ano.
TEXTO: Os cerca de 25 trabalhadores do Bingo do Ginásio Clube do Sul em Almada estão em greve nesta quarta-feira devido a atrasos no pagamento dos salários, problema que se arrasta há um ano, diz o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústria de Alimentação Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab). À porta do bingo, os funcionários gritam: “Queremos os nossos salários!”. António Barbosa, dirigente do Sintab, garante que a empresa não está a pagar aos trabalhadores a tempo e horas, “situação insustentável para os trabalhadores e suas famílias”. “Esta situação arrasta-se há um ano, os subsídios são pagos, mas a prestações. A administração diz que a empresa Pefaco vai ficar com o bingo e pagar tudo o que está para trás, mas há seis meses que os trabalhadores ouvem isto e nada se passa”, afirma. O PÚBLICO tentou, sem sucesso, obter esclarecimentos junto da direcção do bingo de Almada. Esta sala chegou a ter 70 trabalhadores (de acordo com o Sintab) e é uma das nove que a Pefaco quer explorar em Portugal. O negócio já foi autorizado pela Autoridade da Concorrência, mas ainda não recebeu o aval do Governo. A empresa tem sede em Espanha e operações em países como o Congo, Costa do Marfim ou Ruanda. No total, quer passar a gerir as salas de jogo do Bingo de Coimbra, Almada, Nazaré, Olhão, Setúbal, Odivelas, Belenenses, Benfica e Boavista. António Barbosa diz que os bingos continuam a ter clientes, mas há menos dinheiro a entrar. “Sabemos que o país em geral está numa situação complicada e estas empresas vivem das pessoas comuns que usam este tipo de diversão. A população está sem dinheiro e é mais complicado”, diz. De acordo com os dados mais recentes da Associação Portuguesa de Bingos, em 2014 as vendas das 16 salas a operar em território nacional atingiram os 46 milhões de euros, um aumento de 3% em comparação com 2013. A entrada de novos prémios (como o Prémio Acumulado de Linha ou o Prémio Sala) ajudou a facturação a crescer. Contudo, há seis anos, os bingos vendiam 85 milhões de euros.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave marfim
Descoberta, no céu austral, uma série de galáxias anãs a orbitar a Via Láctea
Este tipo de galáxias, muito pouco luminosas, poderá ser a chave para perceber o que é a misteriosa matéria escura e como se formam as galáxias. (...)

Descoberta, no céu austral, uma série de galáxias anãs a orbitar a Via Láctea
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Este tipo de galáxias, muito pouco luminosas, poderá ser a chave para perceber o que é a misteriosa matéria escura e como se formam as galáxias.
TEXTO: Duas equipas independentes de cientistas, uma de cada lado do Atlântico, acabam de anunciar a descoberta de uma série de objectos celestes que, ao que tudo indica, são “galáxias anãs” em órbita à volta da nossa galáxia, a Via Láctea. Parte dos resultados foram obtidos na Universidade de Cambridge (Reino Unido) e publicados esta terça-feira na revista Astrophysical Journal, onde os autores descrevem a detecção de nove objectos “candidatos” e concluem que três deles são claramente galáxias anãs. As galáxias anãs são as galáxias mais pequenas que se conhecem. Normalmente, orbitam galáxias de maiores dimensões – e podem conter apenas uns milhares de estrelas, ao passo que uma galáxia média como nossa Via Láctea contém… centenas de milhares de milhões de estrelas, explica a Universidade de Cambridge em comunicado. Os modelos cosmológicos convencionais prevêem a existência de centenas de galáxias anãs à volta da Via Láctea, mas o problema é que elas são quase impossíveis de detectar devido ao seu diminuto tamanho e fraca luminosidade. Uma característica particularmente interessante das galáxias anãs é que elas contêm apenas 1% de matéria visível e 99% de “matéria escura” – que, como o seu nome indica, é invisível e só pode ser detectada através da gravidade que exerce sobre outros corpos. Ora a matéria escura, cuja natureza permanece misteriosa, representa, também segundo os modelos cosmológicos actuais, cerca de 25% de toda a matéria e energia do Universo. Daí que o estudo das galáxias anãs possa permitir confirmar a existência da matéria escura, lê-se no mesmo comunicado. “As galáxias anãs são a derradeira fronteira para testarmos as nossas teorias da matéria escura”, diz Vasili Belokurov, um dos co-autores da equipa de Cambridge. “Precisamos de as encontrar para determinar se a nossa visão do cosmos faz sentido. ”Estes cientistas utilizaram no seu trabalho os dados recolhidos no âmbito do Levantamento da Energia Escura (Dark Energy Survey ou DES) – um projecto de cinco anos que começou há um ano e cujo objectivo é fotografar uma grande fatia do céu austral da Terra com um nível de pormenor sem precedentes, explica pelo seu lado um comunicado do Fermilab, nos EUA, ao qual pertence a segunda equipa a apresentar agora os seus resultados. “A grande quantidade de matéria escura nas galáxias-satélite da Via Láctea representa um resultado significativo tanto para a astronomia como para a física”, frisa Alex Drlica-Wagner, do Fermilab, que liderou naquele laboratório a análise dos resultados deste primeiro ano de funcionamento do DES. Olho de linceA ferramenta principal do DES, cujas observações estão disponíveis publicamente, é a chamada Câmara de Energia Escura. Com uma resolução de 570 megapíxeis, é a máquina fotográfica “mais potente do mundo, capaz de ver galáxias situadas a até 8000 milhões de anos-luz da Terra”. Construída e testada no Fermilab, possui cinco lentes de formas muito precisas (a maior das quais com quase um metro de diâmetro) que foram concebidas e fabricadas no University College de Londres. E encontra-se actualmente instalada num telescópio de quatro metros do Observatório Inter-Americano de Cerro Tololo, nos Andes chilenos. Até aqui, várias dezenas de galáxias anãs tinham sido descobertas no céu do Hemisfério Norte em 2005 e 2006. E desde então – mais nada. Agora, a descoberta aconteceu no Hemisfério Sul, numa região situada entre a Grande Nuvem e a Pequena Nuvem de Magalhães, as duas maiores e mais célebres galáxias anãs que orbitam a Via Láctea. Os objectos agora descobertos são mil milhões de vezes menos luminosos do que a nossa galáxia e possuem um milionésimo da massa da Via Láctea. “O facto de termos encontrado um grupo tão grande de galáxias-satélite numa área tão pequena do céu foi completamente inesperado”, diz Sergei Koposov, que liderou o estudo britânico. “Não conseguia acreditar no que estava a ver”. “Estudos anteriores do céu austral não tinham detectado grande coisa, portanto não estávamos à espera de dar com este tesouro”, salienta por seu lado Belokurov. A mais próxima das galáxias anãs agora descobertas encontra-se a 97. 000 anos-luz de nós – isto é, a meio-caminho entre a Terra e as Nuvens de Magalhães –, na direcção da constelação do Retículo (a Rede). A mais longínqua e luminosa situa-se a 1, 2 milhões de anos-luz, na direcção da constelação de Erídano (o Rio). E segundo a equipa de Cambridge, está a ser “sugada” pela nossa galáxia. “Estes resultados são muito enigmáticos”, acrescenta o co-autor Wyn Evans, de Cambridge. “Talvez tenham começado por ser satélites das Nuvens de Magalhães que a seguir foram ejectados pela interacção entre a Grande Nuvem e a Pequena Nuvem. Ou talvez tenham pertencido a um gigantesco grupo de galáxias que – ao mesmo tempo que as Nuvens de Magalhães – tem estado a cair para dentro da nossa Via Láctea. ”
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
António Pelarigo: fadistices com alma
Sempre cantou o fado, mas evitava-o como profissão porque tinha a sua vida. Agora, aos 61 anos, gravou enfim “o” disco. E fê-lo como se já tivesse gravado cem. (...)

António Pelarigo: fadistices com alma
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Sempre cantou o fado, mas evitava-o como profissão porque tinha a sua vida. Agora, aos 61 anos, gravou enfim “o” disco. E fê-lo como se já tivesse gravado cem.
TEXTO: O nome não será estranho a muita gente, mas até agora havia muito poucas gravações suas. António Pelarigo, 61 anos, deambula pelo fado com devoção há décadas mas tem deixado cair muitas hipóteses (e algumas bem sérias foram) de gravar discos ou de se tornar fadista profissional. Tinha a sua vida, a sua família, o seu trabalho, o resto era apenas amor ao canto. Fadistices, como ele diz, com uma ponta de ironia e sem menosprezo. Até que um vizinho ribatejano o convenceu agora a gravar. Músico, também com uma editora, insistiu e ele cedeu. O vizinho é José Cid e o disco chama-se António Pelarigo. Tal como ele. “Eu sou de uma aldeia piscatória, descendente de avieiros, pescadores. E os pescadores todos cantam, mesmo quando estão zangados cantam, lá na labuta deles. ” António Pelarigo fala do passado com à-vontade. Nascido no Ribatejo, a 30 de Maio de 1953 (embora no seu BI conste 30 de Agosto, ficou essa data para não pagarem multa pelo atraso no registo), a sua mãe cantava em casa, canções da época. O pai nem por isso. O resto ouvia na rádio: “Tenho mais cinco irmãos e todos cantávamos um bocadinho. Nunca mais me esqueço de um programa que havia na Rádio Ribatejo com discos pedidos, à hora do almoço, onde se ouviam os fadistas e os cançonetistas que estavam na moda e também os já consagrados, como o Alfredo Marceneiro, a Amália, a Hermínia. ” Nessa época tinha ele uns 14 anos. “Depois fui percebendo mais, ouvindo mais, e a primeira vez que cantei em público, acompanhado à guitarra e à viola, tinha 19, 20 anos. Foi na Golegã, numa festa de anos de um padre ou uma coisa assim. ” A partir daí entrou em dois concursos na Feira do Ribatejo. “No primeiro fui eliminado mas no segundo fui à final e fiquei em terceiro lugar. ”Por essa altura ele era caixeiro-viajante, estava muito tempo no Porto, e certo dia, teria ele uns 22 anos, os patrões convidaram-no para ir a uma casa de fados. “Era a Madrugada, a casa mais antiga do Porto, pelo menos era essa a informação que eu tinha na altura. A primeira vez que eu lá cantei, o dono da casa convidou-me logo para fazer parte do elenco. Até disse que se eu lá ficasse tratava de gravar um disco comigo rapidamente. Mas eu ia em trabalho, era de Santarém, já era casado e não dava para estar ali. Isto foi em 1976-77. ”Oportunidades perdidasE voltou a Santarém. Deambulando por aquilo a que ele chama “fadistices”, encontros onde o fado é pretexto para reuniões de amigos. “Até que conheci o João Ferreira-Rosa numa dessas fadistices na Feira do Ribatejo, uns meses antes de ele reabrir o Embuçado. Ouviu-me, convidou-me logo para ir para lá — e eu também não fui. Porque tinha trabalho e tinha a minha vida. ” Mas ia até Lisboa, sem compromissos de assiduidade nem contratos. E conheceu no Embuçado muita gente ligada ao fado e fez amigos, fadistas e músicos. Foi isso que o levou, há uns anos, a gravar dois fados num projecto colectivo. Chamava-se João Ferreira-Rosa Convida à Fadistice e saiu só em cassete. “Foi uma produção do Jorge Fernando, com o Alcino Frazão e o Pedro Veiga, que infelizmente já cá não estão. ” Nessa altura, António Pelarigo ainda não tinha 30 anos. “Logo aí a Discossete [a editora desse trabalho] interessou-se por mim para gravar. E eu não gravei. Depois apareceu a Valentim de Carvalho, onde eu assinei contrato. O Jorge Fernando era lá produtor, mas depois saiu e as coisas perderam-se um pouco. Eu não tinha ninguém que me tratasse do repertório e fui deixando passar. Até que, ao fim de quatro anos, recebi uma carta da Valentim a perguntar como é que era possível um indivíduo ter um contrato e nunca mais aparecer. E pediram-me para ir lá com o meu repertório. Como não tinha repertório, gravei com a ajuda de um amigo meu uns fadinhos e lá fui com a cassete. Escreveram-me a depois a dizer que o repertório não se coadunava com a minha voz. E ficámos por ali. ”Não foi o único episódio deste género na sua vida. Um dia o fadista Carlos Zel contactou-o a dizer que “os indivíduos da CBS” estavam interessados em gravar com ele. “Estava todo contente: ‘já viste, saiu-te o totoloto!’ E eu lá vim, de Santarém. Mas nesse dia o senhor que representava a CBS cá em Portugal não apareceu. Fiquei desiludido e voltei para Santarém. No dia seguinte telefonou-me o Carlos Zel a dizer que o senhor já estava lá. E eu respondi: pois agora já não vou. Depois arrependi-me, claro. ” Depois destas histórias gravou um disco em 1995, para a Discossete, Negro Xaile, e começou até a gravar para outra editora, com a qual assinou contrato mas sem consequências de futuro. Fado de “alma honesta”Até que José Cid, seu vizinho e seu conhecido há trinta anos, que já o tinha tentado convencer a gravar para a Polygram na altura em que ele assinou com a Valentim, insistiu numa gravação actual. “Temos que fazer o disco”. Muitas fadistices depois, lá o fizeram. E o resultado são 12 temas onde a voz de António Pelarigo soa como se sempre a tivéssemos ouvido e fizesse já parte da nossa memória colectiva. Em temas assinados por Rosa Lobato Faria, João Ferreira-Rosa, José Cid, Maria Luísa Baptista, Paulo de Carvalho ou por ele próprio (Senhora da paz), a voz que caldeou nas “fadistices” revela uma alma de fado antigo e intemporal, moldando cada palavra a que dá vida. Hoje o seu disco chega às lojas e dia 23 vai apresentá-lo em Santarém, no Convento de São Francisco, pelas 21h30, com João Ferreira-Rosa e José Cid como convidados. Ele diz: “O fado põe a nossa alma honesta. Porque é a nossa vida, a nossa passagem, a nossa alma. ” Ouçam-no e avaliem. .
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ajuda negro género
Morreu Aurora Bernárdez, a viúva e herdeira da obra de Julio Cortázar
A esta tradutora de grandes autores mundiais deve-se a redescoberta da obra do escritor argentino a partir dos anos 90 (...)

Morreu Aurora Bernárdez, a viúva e herdeira da obra de Julio Cortázar
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: A esta tradutora de grandes autores mundiais deve-se a redescoberta da obra do escritor argentino a partir dos anos 90
TEXTO: Aurora Bernárdez, viúva do escritor argentino Julio Cortázar e grande divulgadora da sua obra depois da morte dele, morreu neste sábado num hospital de Paris, a cidade onde vivia desde a juventude. Tinha 94 anos, e sofrera no dia anterior um AVC que lhe provocou uma queda, que viria a ser fatal. Apesar de se ter divorciado de Cortázar nos anos 70, Aurora é a figura feminina mais importante da vida do autor, sobretudo pelo empenho que colocou na recuperação da obra deste, num período em que esta se encontrava em risco de cair no esquecimento. Os jornais de Espanha e da América Latina que noticiaram a sua morte descrevem-na como uma mulher de grande cultura – foi tradutora de autores como Gustave Flaubert, William Falkner, Vladimir Nabokov, Albert Camus, Italo Calvino, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir – e de uma grande alegria. Filha de pais espanhóis, Aurora Bernárdez nasceu já em Buenos Aires, onde estudou Literatura e onde conheceu Cortázar na década de 50 do século passado. O escritor Mario Vargas Llosa tornou-se amigo de ambos nessa altura, e descreve-os assim: “Nunca deixei de me maravilhar com o espectáculo que era ouvir conversar e ver Aurora e Julio juntos. Todos os outros pareciam estar a mais. Tudo o que diziam era inteligente, culto, divertido, vital. Muitas vezes pensei: ‘Não podem ser sempre assim. Estas conversas são ensaiadas em casa, para deslumbrar os interlocutores […]. A perfeita cumplicidade, a secreta inteligência que parecia uni-los era algo que eu admirava e invejava no casal, tanto quanto a sua simpatia, o seu compromisso para com a literatura e a generosidade para com todo o mundo, e sobretudo para os aprendizes como eu. ”Começaram a viver juntos em Paris, onde acabaram por casar, dedicando-se ao trabalho de tradução, com o qual ganhavam dinheiro suficiente para fazer viagens. Cortazar começou então a escrever Histórias de Cronópios e de Famas (1962), o ambicioso romance experimental Rayuela (1963, editado em Portugal pela Cavalo de Ferro com o título O Jogo do Mundo - Rayuela), a que se seguiria Todos os fogos o fogo (1966). Com o dinheiro ganho com as traduções conseguiram comprar um velho pavilhão na Place du Général Beuret, em Paris, que remodelaram, e onde Aurora viveu até à sua morte. Uma viagem a Cuba nos anos 60, e a divergência dos olhares de ambos sobre a realidade da ilha (o entusiasmo dele contrastando com a desilusão dela), podem explicar o início do afastamento do casal, que acabaria por se separar em 1968. Cortázar viveu depois com a escritora lituana Ugné Karvelis, que era a sua agente na editora Gallimard, e mais tarde veio a casar com a escritora e fotógrafa canadiana Carol Dunlop, com quem escreveu Los autonautas de la cosmopista (1983). Mas a amizade com Aurora continuou sempre sólida e profunda, e depois da morte de Dunlop, em 1982, que deixou o escritor mergulhado numa profunda depressão, foi ela quem permaneceu ao lado de Cortázar durante os dois anos que ele ainda viveu. Cortázar morreu a 12 de Fevereiro de 1984, de leucemia (embora haja outras teorias sobre as causas da morte, nomeadamente a de que teria sido infectado com o vírus da sida devido a uma transfusão de sangue, e que teria depois infectado Carol Dunlop) deixando Aurora como única herdeira da sua obra. A partir daí, com a ajuda da amiga e editora Carmen Balcells, a tradutora deu um novo fôlego ao trabalho de Cortázar. O El País recorda que foi ela que “com uma constância que se deve ao amor, nunca interrompido, retomou nos anos 90 a presença de Cortázar nas livrarias, reeditou livros que voltaram a ter vida, e resgatou do esquecimento manuscritos perdidos ou edições que já não se encontravam […]. ”Entre as novas edições ligadas a Cortázar da responsabilidade de Aurora Bernárdez encontram-se a correspondência, em cinco volumes, e um dicionário biográfico ilustrado, Cortázar de la A a la Z. Un álbum biográfico, editado pela Alfaguara no início deste ano em que se comemorou o centenário do escritor. Em 2009, lançara com a mesma editora Papéis Inesperados, uma compilação de textos inéditos de Cortázar que encontrara num móvel da sua casa em Paris.
REFERÊNCIAS:
CDS pisca olho ao PSD ao propor eliminação total da sobretaxa do IRS até 2019
Assunção Cristas diz que programa ainda não foi validado pelo partido e que PSD ainda não foi informado. Mas mostra flexibilidade na questão fiscal, um sinal de aproximação ao parceiro de coligação (...)

CDS pisca olho ao PSD ao propor eliminação total da sobretaxa do IRS até 2019
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Assunção Cristas diz que programa ainda não foi validado pelo partido e que PSD ainda não foi informado. Mas mostra flexibilidade na questão fiscal, um sinal de aproximação ao parceiro de coligação
TEXTO: Depois de uma guerrilha com o PSD, nos últimos anos, para fazer baixar a sobretaxa do IRS, o CDS-PP agora prevê que a eliminação só seja concretizada no prazo de uma legislatura, ou seja, até 2019. Um sinal de aproximação que o partido de Paulo Portas parece dar ao seu parceiro de coligação. Mas desse assunto, a vice-presidente do partido e directora do gabinete de estudos não quis falar. Esta sexta-feira, em conferência de imprensa sobre o estado da arte do programa do CDS, Assunção Cristas, traçou seis objectivos que estão a ser trabalhados pelo partido, independentemente do teor do acordo de coligação que vier a ser assinado com o PSD. “Vamos trabalhar com afinco para chegar ao final da legislatura sem sobretaxa IRS e o IRC com uma taxa competitiva”, afirmou. Dentro do Governo de coligação, os centristas foram muito críticos do “enorme aumento de impostos” aplicado pelo Governo, defenderam insistentemente que a sobretaxa tem um carácter “excepcional” e que “aconteceu num determinado momento, por uma determinada circunstância”. Um dos últimos episódios dessa batalha decorreu na preparação do Orçamento do Estado para 2015, em que o líder do CDS-PP e vice-primeiro-ministro se bateu por uma descida da sobretaxa de IRS (3, 5%) já para este ano, mas que acabou por falhar. Resultou num crédito fiscal para 2016, que será devolvido aos contribuintes se houver um excedente de receita. É também no combate à fraude e evasão fiscal que o CDS se apoia para conseguir cumprir a meta de eliminar faseadamente a sobretaxa do IRS. Já noutras matérias, a proposta eleitoral dos centristas é ambiciosa: crescimento económico a atingir 3% e o desemprego a baixar para um dígito, até ao final da próxima legislatura. Quanto ao IRC, Assunção Cristas esclareceu que a descida prevista situa-se entre os 19% e os 17%, e que serão estes os valores em causa. Outro dos objectivos anunciados é o de Portugal ter um crescimento económico a rondar os 3%, também numa previsão faseada na próxima legislatura. Nesse sentido, os grupos de trabalho do CDS vão centrar-se em áreas como a fiscalidade, concorrência, energia, captação do investimento directo estrangeiro, e redução de custos de contexto. Com este ritmo de crescimento, os centristas prevêem um desemprego abaixo dos 10%, com um “dígito” apenas, até ao final da legislatura, apontou a ministra da Agricultura, sem concretizar um número. Um objectivo para o qual o partido está a trabalhar nas áreas de investimento, em políticas activas de emprego, fiscalidade, além de ser facilitado pelo crescimento económico previsto. A inversão da quebra da natalidade e o apoio aos idosos são outras das linhas do esboço do programa eleitoral do CDS, repescando assim duas bandeiras do partido antes de 2011 quando estava na oposição. No momento em que o CDS dá conta dos trabalhos de preparação do programa, ainda está indefinido o acordo de coligação pré-eleitoral com o PSD. Questionada sobre se o CDS já informou o seu parceiro no Governo sobre os avanços nos trabalhos das propostas do partido, Assunção Cristas limitou-se a dizer que “ainda não houve uma validação política” pelos órgãos do CDS e que, por isso, "ainda não houve qualquer contacto" com o PSD. Com ou sem acordo de coligação, "o CDS tal como o PSD está a fazer o seu trabalho de casa” para ter “boas ideias para um programa autónomo ou conjunto”. A vice-presidente refutou a ideia de que as propostas apresentadas pareçam desligadas de quatro anos de governação da qual o CDS fez parte. E deu o exemplo do crédito fiscal, que foi adoptado para a sobretaxa do IRS, e a proposta da eliminação até ao final da legislatura, 2019. As soluções têm que ser vistas à luz do fim de um “período de grande constrangimento” e o início de um “período de normalidade e de crescimento sustentável”, afirmou. O CDS conta ter todos os relatórios dos grupos de trabalho prontos em Maio. Será um programa “mais ambicioso”, e “diferente”. “Mal seria se assim não fosse”, concluiu.
REFERÊNCIAS:
Partidos PSD
Algarve investe mais dois milhões a “engordar” praias de Lagoa e Albufeira
Manter a praia de Quarteira custa seis milhões de euros. Ao fim de dez anos desaparece a areia, volta tudo ao mesmo. E a construção de esporões, dizem os especialistas, não é alternativa. (...)

Algarve investe mais dois milhões a “engordar” praias de Lagoa e Albufeira
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Manter a praia de Quarteira custa seis milhões de euros. Ao fim de dez anos desaparece a areia, volta tudo ao mesmo. E a construção de esporões, dizem os especialistas, não é alternativa.
TEXTO: O Algarve vive um dilema: deixar cair livremente as arribas ou investir milhões para retardar o efeito da erosão? A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) tem em curso mais uma operação de alargamento de seis praias nos concelhos de Lagoa e Albufeira — um investimento superior a dois milhões de euros. A cada Inverno que se aproxima crescem os receios sobre os avanços do mar mas isso não impede que se continue a querer construir empreendimentos nas zonas de risco. A praia de Quarteira, por exemplo, beneficiou de uma recarga de areias há quatro anos para se manter, que foram sugadas do mar. Das toneladas de detritos que foram depositados ao longo da costa, numa extensão de cerca de quatro quilómetros, já desapareceu 45%. Agora, e à semelhança do que foi feito em 2010 em seis praias do concelho de Loulé — Vale do Lobo, Dunas Douradas, Vale Garrão, Forte Novo, Almargem e Loulé Velho, está a decorrer mais uma recarga de areia em Lagoa. O processo de realimentação para que as praias fiquem com uma largura de cerca de 40 metros começou no final de Agosto na Praia Nova, junto ao promontório de Nossa Senhora da Rocha (Lagoa), prevendo-se que dentro de um a dois dias termine o trabalho na praia da Cova Redonda, passando depois às praias da Coelha e do Castelo, em Albufeira. A operação deverá estar concluída até Novembro. Na fase final, são as praias de Benagil e Carvoeiro (Lagoa), as beneficiadas. Mas será esta a solução? A principal fonte de alimentação das praias, recordou o director regional da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Sebastião Teixeira, “são as arribas, que caem de forma natural”. Só que este processo natural leva um tempo que não se coaduna com as exigências dos interesses ligados ao turismo, que reclamam a consolidação das arribas. Uma exigência que levou o Instituto da Água, há cerca de 15 anos, a tomar uma medida polémica no concelho de Albufeira: mandou forrar as arribas da praia dos Pescadores a betão, e pintar o cimento de cor amarelada. A justificação para a intervenção foi a “salvaguarda das pessoas e bens”. Por causa deste dilema, realizou-se recentemente em Quarteira um debate sobre “Que futuro para o Algarve, sem praias?” O tema veio a propósito da apresentação do projecto Change — um estudo coordenado pela investigadora Luísa Schmidt, do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, que visa analisar os problemas de natureza social e ambiental na linha de costa, tendo-se focado em três casos — Caparica (Almada), Barra-Vagueira (Aveiro) e Quarteira. O que se deve então fazer para manter as praias: construir esporões ou fazer a recarga artificial do areal? “O problema não está no tipo de intervenção”, responde Alveirinho Dias, especialista em dinâmica costeira. O problema, sublinha, “está no ordenamento do território — construiu-se em zonas de risco”. No mesmo sentido, Luísa Schmidt chamou a atenção para os casos da Caparica e Vagueira (Aveiro) — uma questão que, disse, “exige monitorização”, tendo presente que “há um preço a pagar” para mitigar os erros urbanísticos. No caso de Quarteira, observou Sebastião Teixeira, “sabe-se que, de dez em dez anos, é preciso investir seis milhões de euros para manter a praia”. O presidente da junta de freguesia, Telmo Pinto, perplexo, comentou: “Estamos dependentes do turismo, e sem praia não há turistas”. Da plateia, uma das convidadas para o debate defendeu a necessidade de prosseguir com a construção de mais esporões, a nascente, sugerindo que essa poderia ser a solução a replicar por toda a costa. O director regional da APA discordou: “Podia resolver-se um caso pontual, mas deslocava-se-se o problema para outro síto”, disse. No mesmo sentido, ao PÚBLICO, Alveirinho Dias, afirmou: “Há mais de meio século que se conhece o resultado da construção de esporões — os problemas do litoral não estão relacionados com a dinâmica costeira, o problema está na ocupação do território em zonas de risco”.
REFERÊNCIAS: