Flores em Hanói no local onde McCain foi derrubado durante a Guerra do Vietname
O piloto da Marinha foi derrubado a 26 de Outubro de 1967 e foi prisioneiro de guerra cinco anos e meio na infame prisão de Hoa Lo. (...)

Flores em Hanói no local onde McCain foi derrubado durante a Guerra do Vietname
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.15
DATA: 2018-08-26 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20180826174029/https://www.publico.pt/1842098
SUMÁRIO: O piloto da Marinha foi derrubado a 26 de Outubro de 1967 e foi prisioneiro de guerra cinco anos e meio na infame prisão de Hoa Lo.
TEXTO: Nas margens de um lago tranquilo na baixa de Hanói, uma inscrição já meio diluída lembra um acontecimento violento ocorrido há 51 anos. “A 26 de Outubro de 1967, no Lago Truc Bach, os militares e o povo de Hanói capturaram o major John Sidney McCain, piloto da Força Aérea da Marinha americana”, lê-se no monumento, que mostra um aviador com os braços levantados acima da cabeça em frente a uma asa de avião destruído. McCain, o senador dos Estados Unidos que em 2008 se candidatou sem sucesso à presidência dos Estados Unidos, com o seu estilo inconfundível de inconformista e que se tornou num dos maiores críticos do Presidente Donald Trump, morreu no sábado, aos 81 anos. O piloto da Marinha estava a voar um dos dez aviões que foram abatidos pelos militares do Vietname do Norte naquele dia, segundo a inscrição no monumento que McCain visitou quando regressou ao Vietname em 2009. “Senti que devia vir aqui trazer flores”, disse Robert Gibb, um americano em Hanói que pôs um ramo de flores na base do monumento depois de ouvir a notícia da morte de John McCain, na manhã deste domingo. Gibb foi apenas um dos norte-americanos residentes em Hanói que foram prestar homenagem ao senador. A maior parte deles levou flores. Um deixou uma bandeira dos EUA. “Foi o último homem em quem votei para Presidente”, disse Gibb. “O momento em que ele caiu aqui mudou-lhe a vida. ”McCain foi “pescado” do Lago Truc Bache, seguiram-se cinco anos e meio como prisioneiro de guerra – classificado como prisioneiro de guerra importante, era filho de um almirante – na prisão de Hoa Lo Prison, conhecida como "Hanoi Hilton" pelo que lá se passava e onde, disse, ele e outros foram torturados, embora os vietnamitas digam que os americanos foram bem tratados. A estátua marcando o local foi erguida em 1967, e renovada nos anos de 1980 e 1990. É impossível não ver o monumento – a rua de árvores alinhadas onde está situado é hoje uma popular atracção turística, circundada por cafés, lojas de gelados e vendedores de algodão doce. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Le Ma Luong, antigo director do Museu de História Militar do Vietname que conheceu McCain em 2010, disse à Reuters que se lembra do senador como um profissional que falava muito bem e que muito contribuiu para a construção das relações dos EUA com o Vietname. Luong disse que tinha pena que McCain, no seu regresso, não tivesse conseguido recuperar o anel que usava quando foi retirado do lago. “O anel tinha-lhe sido dado pela mulher e desapareceu depois de ter sido derrubado e salvo. Fizemos o que pudemos para o encontrar, mas em vão”, disse Luong. “A sua contribuição para as relações entre o Vietname e os EUA será sempre lembrada. ”
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Comissão Europeia vai propor fim da mudança de hora: "As pessoas querem, nós faremos"
Decisão surge um dia depois de terem sido conhecidos os resultados do questionário aberto a todos os europeus, que teve 4,6 milhões de respostas, das quais 84% concordavam com o fim da mudança da hora. (...)

Comissão Europeia vai propor fim da mudança de hora: "As pessoas querem, nós faremos"
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.12
DATA: 2018-08-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Decisão surge um dia depois de terem sido conhecidos os resultados do questionário aberto a todos os europeus, que teve 4,6 milhões de respostas, das quais 84% concordavam com o fim da mudança da hora.
TEXTO: Reverter ou adiantar os relógios duas vezes por ano será uma rotina que está prestes a acabar. Um dia depois de conhecidos os resultados do inquérito europeu, onde 84% das 4, 6 milhões de respostas dizia concordar com o fim da mudança da hora, Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, anunciou esta sexta-feira que a vontade dos europeus será respeitada. "As pessoas querem, nós faremos", disse o responsável à televisão pública alemã ZDF, segundo o jornal Deutsche Welle. E adiantou ainda que a Comissão "decidirá sobre o tema ainda hoje [sexta-feira]". Mesmo assim, a mudança não entrará imediatamente em vigor. Antes, como explica um comunicado da Comissão Europeia é preciso que este órgão faça chegar uma proposta de lei para abolir a mudança de hora ao Conselho e ao Parlamento Europeu. Depois, é preciso que o Parlamento Europeu aprove a medida. Segundo os resultados provisórios divulgados na manhã desta sexta-feira, só 0, 33% dos portugueses (rácio entre o número de respostas vindas de Portugal e o número de habitantes) responderam ao inquérito. Desses, 85% querem o fim da mudança da hora. Foram os alemães quem mais respondeu ao questionário (3, 79%) — cerca de três milhões das respostas (65% do total) vieram do país. Para 84% o fim da mudança da hora é a opção mais adequada. Na altura em que lançou a proposta sobre o fim da mudança da hora, a Comissão Europeia frisava alguns dos aspectos positivos e negativos da potencial mudança. O sono de algumas pessoas irá melhorar. Isto porque, especialmente para quem tem problemas cardiovasculares ou perturbações do sono a mudança de hora é particularmente negativa, disse ao PÚBLICO o presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono, Miguel Meira e Cruz, em 2017. No caso da agro-pecuária, o fim da mudança de hora também significaria mais tranquilidade para os animais, uma vez que seria possível manter as suas rotinas. Por outro lado, as actividades agrícolas ao ar livre – como as colheitas – que beneficiam da alteração para o horário de Verão, sairão a perder se o fim da mudança se concretizar. Fonte comunitária precisou à Lusa que a anterior consulta pública mais participada — relativa à preservação da Natureza, designadamente sobre as directivas "aves" e "habitats" — havia suscitado um total de 552 mil respostas, seguida de uma consulta sobre a modernização e simplificação da Política Agrícola Comum (PAC), que reuniu 322 mil contributos, números portanto muito aquém daqueles agora na consulta sobre a mudança de hora, que teve uma adesão inédita por parte dos cidadãos e entidades de todos os Estados-membros. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Ao lançar a consulta, Bruxelas lembrava que "a maioria dos países da UE tem uma longa tradição de disposições relativas à hora de Verão, que tinham como objectivo principal poupar energia", existindo ainda outros motivos, "como a segurança rodoviária, o aumento das oportunidades de lazer decorrentes do prolongamento da luz do dia ou, simplesmente, um alinhamento pela prática dos países vizinhos ou dos principais parceiros comerciais". Bruxelas apontou que "alguns Estados-Membros abordaram esta questão em ofícios dirigidos à Comissão" e, por outro lado, o Parlamento Europeu adoptou uma resolução, em Fevereiro de 2018, na qual convidava o executivo comunitário a "fazer uma avaliação exaustiva da directiva e, se necessário, apresentar uma proposta de revisão", defendendo todavia ser "crucial manter um regime de hora uniforme da UE, mesmo após o fim da mudança de hora bianual". "Tendo em conta todas estas questões", a Comissão comprometeu-se a avaliar as duas opções estratégicas possíveis para assegurar um regime harmonizado: "ou manter as disposições relativas à hora de Verão na UE, actualmente em vigor, ou acabar com a actual mudança semestral de hora em todos os Estados-membros e proibir alterações periódicas", o que "não teria qualquer efeito na escolha do fuso horário", sublinhou o executivo comunitário.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Fogo na serra de Sintra em rescaldo, mas regresso do vento preocupa
Fogo de grandes dimensões deflagrou junto ao Convento da Peninha, tendo provocado 21 vítimas, 11 das quais tiveram que ter assistência hospitalar. (...)

Fogo na serra de Sintra em rescaldo, mas regresso do vento preocupa
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-10-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Fogo de grandes dimensões deflagrou junto ao Convento da Peninha, tendo provocado 21 vítimas, 11 das quais tiveram que ter assistência hospitalar.
TEXTO: O incêndio que deflagrou este sábado à noite no Parque Natural de Sintra Cascais já está em fase de rescaldo, mas ainda preocupa os responsáveis da Protecção Civil. Isto porque o vento ameaça regressar até às 15h e de novo a partir das 22h, o que pode provocar reacendimentos. "O incêndio entrou em fase de rescaldo, mas não podemos baixar a guarda", afirmou o comandante distrital de Lisboa, André Fernandes, numa conferência de imprensa à hora do almoço. A prioridade foi renovar os operacionais que estão no terreno, substituindo os que estiveram durante a noite, na fase mais complicada do fogo. O comandante distrital adiantou que o incêndio já provocou 11 feridos, todos ligeiros, dez dos quais bombeiros e um civil, que já teve alta hospitalar. Outros dez bombeiros foram assistidos no local, mas regressaram ao combate. "Contabilizamos 21 vítimas", referiu André Fernandes. Relativamente aos danos materiais, o comandante distrital desmente um colega do Comando Nacional de Operações de Socorro que adiantou que havia duas casas danificadas. André Fernandes garantia que o fogo só atingira anexos e destruíra uma viatura ligeira. Foi dado por dominado pelas 10h45, precisou o responsável da Protecção Civil. André Fernandes disse que de manhã houve oito meios aéreos envolvidos no combate ao incêndio na serra de Sintra, alguns dos quais se iam manter no local até ao final da tarde. O responsável adiantou ainda que há várias máquinas de rasto no terreno a construir um aceiro, uma faixa sem vegetação, à volta do perímetro do incêndioPelas 12h10, estavam no local do incêndio 724 operacionais, apoiados por 216 veículos. "Estamos a falar de um incêndio num parque natural, que faz parte da rede natura 2000, que conflui com uma área urbana fortemente habitada", justificava Paulo Santos, do Comando Nacional de Operações de Socorro da Protecção Civil, para explicar o elevado número de meios no local ao longo da noite e manhã. Os operacionais estão agora atentos aos reacendimentos, que se não forem rapidamente debelados podem fazer com que o incêndio se active novamente. O incêndio obrigou à retirada de um total de 347 pessoas, 300 das quais do parque de campismo de Cascais, e 47 das respectivas habitações das aldeias de Biscaia, Figueira do Guincho, Almoínhas e Charneca. O Picadeiro D. Carlos também foi evacuado, o que obrigou a retirar do local 70 animais. No entanto, segundo André Fernandes à hora de almoço tanto campistas como residentes já tinham autorização para regressarem. O incêndio deflagrou no sábado, às 22h50, na zona da Peninha, serra de Sintra, tendo depois alastrado ao concelho de Cascais. O combate às chamas foi muito dificultado pelos ventos que chegaram a ter rajadas de 100 quilómetros por hora, o que levou a uma rápida velocidade de propagação. Olhando para as imagens de satélite disponibilizadas pelo Sistema de Informação Europeu de Incêndios Florestais, Paulo Fernandes, professor do Departamento de Ciências Florestais da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), estima que arderam mais de 600 hectares no incêndio. Fonte oficial da Protecção Civil dizia ao PÚBLICO cerca das 00h30 que o fogo estava "fora de controlo". O combate às chamas, que conta com a participação de diversas corporações de bombeiros de localidades dos distritos de Lisboa, Setúbal e Leiria, estava então a ser dificultado pelo vento. O "vento muito forte" também era referido ao PÚBLICO por Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais, que falava numa situação de "gravidade acentuada", com "projecções muito grandes". O autarca afirmou, contudo, que estão no terreno meios de combate suficientes. Durante a noite, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deslocou-se à Câmara de Sintra, onde esteve reunido com o autarca Basílio Horta, para acompanhar a coordenação do combate às chamas. O primeiro-ministro António Costa também já falou sobre o incêndio, garantindo que esteve até às 4h30 a acompanhar à distância o fogo. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O local onde deflagraram as chamas esta noite, junto ao Convento da Peninha, já foi palco de alguns incêndios graves, com destaque para a tragédia de 7 de Setembro de 1966, quando 25 militares do Regimento de Artilharia Fixa de Queluz morreram durante o combate a um sinistro que durou sete dias. Devido ao tempo seco, grande parte do país encontrava-se este sábado sob risco máximo de incêndio, nomeadamente os distritos de Vila Real, Bragança, Viseu, Aveiro, Santarém, Coimbra, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Beja e Faro. Na primeira semana de Outubro foram registados mais de 600 incêndios em todo o território nacional. Com Lusa
REFERÊNCIAS:
Tempo Outubro Setembro
Peixe mexicano pode dar pistas sobre regeneração do coração
Investigadores da Universidade de Oxford acreditam que o estudo num peixe poderá conduzir a avanços no campo da medicina regenerativa. (...)

Peixe mexicano pode dar pistas sobre regeneração do coração
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Investigadores da Universidade de Oxford acreditam que o estudo num peixe poderá conduzir a avanços no campo da medicina regenerativa.
TEXTO: O peixe tetra-mexicano (Astyanax mexicanus) de superfície, espécie de água doce que habita nos rios do Norte do México, consegue regenerar o seu coração e os cientistas acreditam que uma investigação recente sobre este animal poderá dar pistas para tratamentos cardíacos no futuro. Um estudo publicado agora na revista Cell Reports descobriu três áreas do genoma do Astyanax mexicanus (que habita nos rios) envolvidas na sua capacidade de regenerar o tecido do coração, enquanto o homólogo deste peixe que habita nas grutas de Pachón, no México, não tem essa capacidade. Um dos genes envolvidos na regeneração é o gene lrrc10, que também está presente nos humanos. Estes peixes das grutas habitaram também, há cerca de 1, 5 milhões de anos, os rios do Norte do México mas foram arrastados por inundações para as cavernas, o que fez com que estes animais se adaptassem às condições do seu novo habitat e a viver em total escuridão. Neste sentido, perderam a visão e a cor. A comparação destes dois tipos de peixes tetra-mexicanos permitiu chegar à conclusão de que aqueles que habitam nos rios têm a capacidade de regenerar o tecido após lesões cardíacas. Já naqueles que habitam nas grutas, o tecido do coração cicatriza, o que pode dificultar a sua capacidade de bombear o sangue. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Os investigadores esperam que o estudo, financiado pela Fundação Britânica do Coração, possibilite o desenvolvimento de técnicas que possam modificar artificialmente a forma como os genes funcionam. No futuro, o objectivo passa por descobrir formas de regenerar o músculo do coração em doentes que sofreram ataques cardíacos, evitando que a solução passe pelo transplante em casos mais graves. Mathilda Mommersteeg, investigadora da Universidade de Oxford (em Inglaterra), e que fez parte do estudo, disse citada pela BBC que acredita “que este peixe pode dizer-nos, a determinada altura, como podemos reparar o coração humano”, apesar de sublinhar que é preciso uma maior investigação para perceber quais os genes que podem estar envolvidos na regeneração cardíaca. Texto editado por Teresa Firmino
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Palavras-chave humanos estudo espécie animal
As abelhas também compreendem o conceito de zero
Tal como os primatas ou os golfinhos, as abelhas também reconhecem o número que representa a inexistência de algo. (...)

As abelhas também compreendem o conceito de zero
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-08-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: Tal como os primatas ou os golfinhos, as abelhas também reconhecem o número que representa a inexistência de algo.
TEXTO: Além de polinizarem as plantas e de produzirem mel, as abelhas também compreendem o conceito de zero. Esta é a principal conclusão de um estudo realizado por cientistas da Austrália e de França e que é publicado esta sexta-feira na revista Science. As abelhas juntam-se assim a um “clube de elite” que consegue distinguir o zero de outras quantidades. Neste grupo encontram-se os golfinhos, os papagaios ou os primatas. Enquanto os humanos têm cerca de 86 mil milhões de neurónios, as abelhas têm menos de um milhão. Mesmo assim, têm sido um bom modelo para a investigar a cognição nos insectos. Alguns estudos já mostraram que as abelhas conseguem compreender conceitos abstractos como a semelhança ou a diferença. Contudo, ainda se sabe pouco quanto às suas capacidades numéricas. Como tal, um grupo de cientistas testou essa aptidão. Na experiência, começaram por identificar as abelhas e atraíram-nas para uma parede com quadrados brancos e figuras pretas (que representavam números até cinco). Depois, as abelhas foram treinadas para escolher o quadrado com o menor número de figuras. Se o fizessem, recebiam uma recompensa. A equipa fez ainda testes às abelhas com um quadrado sem figuras e quadrados com figuras. Observaram que elas compreendiam que o zero – o quadrado sem figuras – era o número mais baixo (embora não terem sido treinadas para tal). Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Os cientistas consideram que estes resultados poderão ajudar-nos a compreender como diferentes cérebros representam o zero ou contribuir para novos desenvolvimentos na inteligência artificial. “O zero é um conceito difícil de compreender e uma capacidade matemática que não surge facilmente – as crianças demoram alguns anos até a aprenderem”, diz Adrian Dyer, do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne (Austrália) e um dos autores do estudo citado num comunicado da sua instituição, acrescentando que o zero foi a “coluna vertebral” da matemática moderna e dos avanços tecnológicos. Por exemplo, o zero, que representa a inexistência de algo, é tão importante para as contas do dia-a-dia como para a construção de naves espaciais. “Pensávamos que apenas os humanos tinham inteligência para entender o conceito, mas investigação recente tem mostrado que os macacos e as aves também têm um cérebro capaz de o fazer. O que não sabíamos – até agora – era se os insectos compreendiam o zero. ”Mas ainda há muitas questões por responder. Por exemplo, como é que o cérebro das abelhas representa o nada? Ou há um mecanismo neuronal especial envolvido na percepção do zero?
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Palavras-chave humanos estudo aves
O que é, afinal, o jogo suicidário Baleia Azul?
A participação no jogo Baleia Azul pode conduzir ao suicídio de adolescentes que se encontram vulneráveis. (...)

O que é, afinal, o jogo suicidário Baleia Azul?
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.2
DATA: 2017-04-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: A participação no jogo Baleia Azul pode conduzir ao suicídio de adolescentes que se encontram vulneráveis.
TEXTO: O jogo Baleia Azul – ou Siniy Kit, como é conhecido em russo ou Blue Whale, em inglês – é composto por um total de 50 desafios diários, e que deve, portanto, ser completado no final de 50 dias. Cada desafio é enviado diariamente por um “curador” ou “administrador” que pede provas (como fotografias ou vídeo) de que o desafio foi cumprido na íntegra pelos jogadores que são, por norma, adolescentes com problemas de depressão ou isolamento. Uma das premissas do jogo é que se deve jogar até ao fim, sem desistências e sem contar a ninguém. Este jogo acaba por ser, na realidade, um incentivo ao suicídio, já que grande parte dos desafios envolve automutilação e o último desafio é “Tira a tua própria vida”. O nome “Baleia Azul” vem de um dos desafios – em que é pedido ao jogador que se mutile e desenhe uma baleia azul no braço – com base na crença de que as baleias azuis (os animais) dão à costa voluntariamente com o intuito de perderem a vida. Apesar de alguns desafios serem simples ou até inócuos, a maior parte dos desafios está relacionada com a automutilação. O primeiro desafio é “Com uma navalha, escreve ‘F57’ na mão e envia uma fotografia para o curador”. Um dos desafios mais simples pede que seja partilhado nas páginas da rede social russa VKontakte (VK) a hashtag “#i_am_whale”; outro pede que se passe o dia sem falar com ninguém e, noutra, é sugerido que encontre alguém que também esteja a participar no jogo. Já vários outros desafios pedem que a pessoa se mutile repetidamente ou que suba a telhados ou pontes para se sentar na borda e, por fim, que tire a própria vida. Confira, em baixo, alguns dos desafios:O Baleia Azul é jogado sobretudo na famosa rede social russa VKontakte; noutros países, o fenómeno tem-se propagado por outras redes sociais. Alguns adolescentes são “identificados” pelos curadores através do uso de determinadas hashtags ou por fazerem parte de certos grupos nas redes sociais (como grupos sobre depressão ou suicídio). Depois de serem contactados por esse “administrador” ou por se voluntariarem a jogar, o jogador recebe um desafio diário que deve ser cumprido e registado. Os "curadores" são as pessoas responsáveis por introduzirem os jogadores – a maior parte jovens – nos desafios Baleia Azul. Todos os dias enviam mensagens com o desafio do dia e asseguram-se, pedindo fotografias ou vídeos como prova, de que os desafios foram cumpridos. Os curadores dizem ter em sua posse todas as informações do jogador, como o local de residência e quem são os seus familiares, informações essas que são usadas como ameaça no caso de o jogador querer desistir. Em Novembro do ano passado, Filipp Budeikin, de 21 anos, foi detido por suspeitas de ser um destes curadores e incentivar o suicídio entre os jovens. Ainda está a aguardar julgamento. Este fenómeno começou em 2016 e presume-se que tenha começado na Rússia, através da rede social mais utilizada no país, VKontakte. A Rússia é um dos países com a taxa mais elevada de suicídios entre a população jovem. De acordo com uma notícia publicada no jornal russo Novaia Gazeta, este jogo pode ter causado 130 suicídios na Rússia entre Novembro de 2015 e Abril de 2016. Ainda assim, muitos suicídios não têm qualquer relação comprovada entre a morte auto-induzida e o facto de terem aceitado fazer parte do jogo Baleia Azul. Mesmo que os dois fenómenos estejam directamente relacionados, importa referir que os casos de suicídio podem ter partido de pessoas que se encontravam fragilizadas ou já tinham a ideia de se suicidarem em mente, tendo o jogo funcionado como um contributo ou um estímulo. Mais recentemente, na Colômbia, a polícia terá detectado que uns 3200 jovens com perfil no Facebook terão participado no jogo. No Brasil foram noticiadas dezenas de suicídios cometidos por adolescentes com ligações à participação no jogo Baleia Azul. Sim. Uma jovem no Algarve atirou-se de um viaduto em Albufeira, na sequência da sua participação no jogo Baleia Azul. A jovem ficou ferida mas não morreu. A PSP confirmou ter tido conhecimento de outros dois casos, e garante que está a “monitorizar” o fenómeno, “tendo em conta as recentes notícias da adesão de crianças e jovens” ao jogo. Também em Espanha uma menor deu entrada nas urgências de um hospital em Barcelona. Numa mensagem publicada no Twitter, as autoridades espanholas admitem ter conhecimento de casos, “ainda que isolados” de jovens que praticaram actos relacionados com o jogo. Alguns dos desafios propostos no jogo podem ter resultados visíveis e detectáveis. Os golpes feitos por navalhas ou lâminas nos braços e nas mãos, assim como um corte com a palavra “sim” na coxa direita são alguns destes exemplos. Também a saída de casa por volta das 04h20 da manhã ou a publicação nas redes sociais da hashtag “#i_am_whale” podem indiciar que a pessoa se encontra dentro do jogo suicidário. Segundo recomendações da PSP, os pais são aconselhados a “manterem-se informados relativamente ao jogo e a alertar crianças e jovens para as suas implicações”, bem como a aumentarem a supervisão das actividades dos filhos na Internet e nas redes sociais. “Importa ainda que os pais alertem as crianças sobre os riscos de adicionar desconhecidos e recomendem que apenas a família, amigos e pessoas da escola façam parte da lista de amizades nas redes sociais”, acrescenta a PSP. Há ainda alguns sinais de alerta gerais, indicados pela Sociedade Portuguesa de Suicidologia (SPS), de que alguém possa estar a pensar cometer suicídio: comentários acerca da morte ou suicídio, a preparação de documentos, o oferecimento de objectos pessoais de valor sentimental elevado ou a escrita de cartas a amigos ou familiares. “O nível de energia é também um factor importante a ter em conta”, lê-se no site da SPS, já que é na fase de remissão da depressão que o risco de suicídio aumenta. Há ainda outros sinais de risco exteriores como a sensação de desesperança, ansiedade intensa, autodesprezo, apatia, tristeza intensa, comportamento impulsivo e mudanças rápidas de humor”. A Sociedade Portuguesa de Suicidologia recomenda que a pessoa que esteja a contemplar o suicídio seja sempre ouvida e acompanhada. Existem ainda várias linhas de ajuda e apoio sobre o suicídio em Portugal e na Europa:SOS – Serviço Nacional de Socorro: 112SOS Voz Amiga (entre as 16 e as 24h00):SOS Telefone Amigo: 239 72 10 10Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Telefone da Amizade: 22 832 35 35Escutar - Voz de Apoio – Gaia: 22 550 60 70SOS Estudante (20h00 à 1h00): 808 200 204
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Godard, em todo o lado
Um homem de 86 anos encontrou-se com os fãs através de telemóvel. Não esteve presente em Cannes, está em todo o lado. O seu Le Livre d’Image, leitura das mensagens com que as imagens do passado anunciam o nosso futuro, parece ter a violência do último dos homens. (...)

Godard, em todo o lado
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-07-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um homem de 86 anos encontrou-se com os fãs através de telemóvel. Não esteve presente em Cannes, está em todo o lado. O seu Le Livre d’Image, leitura das mensagens com que as imagens do passado anunciam o nosso futuro, parece ter a violência do último dos homens.
TEXTO: “Godard não está aqui, ou seja aqui em baixo, il est là-bas’” – algures em Rolle, no cantão de Vau, na Suíça. Mas a sua presença desceu este sábado sobre o Festival de Cannes, onde “il n’est pas ici en bas, il est là-bas” foi a nada inocente introdução do jornalista Gérard Lefort aos procedimentos para receber Jean-Luc Godard: por FaceTime, no telemóvel. Os jornalistas faziam fila para dizerem “bom-dia” a um ecrã — saudação intimidada ou excitada pelos nervos —, antes de apresentarem as suas questões; o som, a voz de Godard, depois irradiava para toda a sala das conferências de imprensa. Foi godardiana esta experiência do som e da imagem como vidas com vida própria, e foi um ritual íntimo, como entre amigos — estava-se entre espessuras variadas do “fã”, mas era comum a todos o quererem fazer um beija-mão virtual. Godard está em todo o lado, foi o que quis dizer Lefort, está desmaterializado e desdobrado. Está no cartaz do festival, a partir de uma foto de plateau de Pierrot le Fou. Está na história de Cannes, onde pela primeira vez apareceu em 1962 como figurante no Cléo de 5 à 7/ Duas horas da vida de uma mulher de Agnès Varda — e há 50 anos interrompia as festividades a pedir solidariedade para com os estudantes e operários que se manifestavam em Paris, no Maio de 68, chamando “estúpidos” aos que insistiam em falar de travellings e de grandes planos. O ano passado foi representado na competição por um “duplo” (Louis Garrel que o interpretava em Le Redoutable de Michel Hazanavicius) e enviou a sua ausência (o final do documentário de Agnès Varda e JR Visages Villages, em que falhava um encontro). Este ano enviou para o concurso um filme, Le Livre d’Image, que parece ter tido os dedos do último dos homens, a mão da violência e solidão do último dos homens. Diz ele que a maior parte dos filmes conta “aquilo que se faz”, o que está a tornar o cinema num Facebook, e que os dele “são sobre o que não se faz, por isso sobre aquilo que não está no facebook”. Filme sem actores (“os actores contribuem para o totalitarismo da imagem filmada contra a imagem pensada”) e até sem cão, o que havia ainda no anterior Adieu au langage, Le Livre d’Image é um filme-pilhagem como nas Histoire(s) du Cinéma, em que a rodagem é a montagem de arquivos, picando textos, músicas, filmes, quadros. Denuncia às tantas as mentiras de Joan Crawford no Johnny Guitar de Nicholas Ray cortando-lhe a palavra (sabe-se que os homens matam aquilo que amam) e acaba com a dança ferida de morte do velho que procura em vão a juventude perdida no episódio Le Masque, de Le Plaisir, de Max Ophuls. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Le Livre d’Image acaba ferido, com o som, a voz e os aforismos a sobreporem-se, a agredirem-se, tonitruante espectáculo desta leitura, nas ruínas do passado, dos convites que foram endereçados ao futuro. As imagens, alteradas, violentadas, empasteladas de cor, são portadoras de mensagens — a maior parte das vezes, porque Le Livre d’Image é um filme de Godard, criptadas. Existe o cinema (de Aldrich, de Welles, de Dovjenko, de Duvivier… há Marilyn, das fotografias de Bert Stern e de George Barris), existe a música e os textos, é impossível e inútil sinalizar e enumerar, é um território de guerra e em guerra. Não é metáfora, o filme fala do mundo árabe e do Ocidente. Não é análise geopolítica, não tem ambição ensaística, é parábola, conto, turbilhão. Disse Godard, quando falou à imprensa: “O Ocidente quer ocupar-se dos árabes, mas os árabes não precisam que tomem conta deles, foram até eles que inventaram a escrita. ”A violência de Le Livre d’Image, que é algo de autodestrutivo, poderia configurar também um objecto autoparódico. Isto se Godard se permitisse o humor — o que ele tem ou não tem era aliás o tema nos corredores, como operação de limpeza de estilhaços a seguir ao bombardeamento: ele não é generoso, ele dificulta de propósito, ele é um génio artístico mas um deficiente ser humano (“viste o que ele fez à Varda?”), ele não é como Buñuel, que permitia que se acedesse ao inexplicável através do humor, ele. . . etc. Ele é, isso sim, portador de uma solidão, e do sentido da sua espectacularização, que faz de Le Livre d’Image um momento de agudização — e obviamente de saturação — de uma experiência. E, claro, dos rituais de um festival. Não tenhamos dúvidas: Godard em Cannes não é experimentado contra Cannes, Godard em Cannes, tal como outra estrela de cinema, produz uma das suas apoteoses. 87 anos e tanta determinação, vitalidade no ecrã, como faz, o que o faz querer ainda dizer e fazer?, perguntaram-lhe. A voz que respondeu tem a idade e a tosse de um octogenário. “As pessoas têm geralmente muita coragem com as suas vidas mas não têm coragem para as imaginar. Eu saio-me mal com as coisas da minha vida mas tenho coragem para a imaginar”. E sobre testamentos. . . saiba-se que Jean-Luc Godard quer continuar, dependendo um pouco das suas pernas e muito das suas mãos.
REFERÊNCIAS:
Rui Vitória afasta euforia após goleada sobre o Sp. Braga
Técnico do Benfica confirmou intenção de trazer reforços em Janeiro. Frente ao Desportivo das Aves, equipa "encarnada" não terá muitas alterações em relação à vitória sobre os “arsenalistas”. (...)

Rui Vitória afasta euforia após goleada sobre o Sp. Braga
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Técnico do Benfica confirmou intenção de trazer reforços em Janeiro. Frente ao Desportivo das Aves, equipa "encarnada" não terá muitas alterações em relação à vitória sobre os “arsenalistas”.
TEXTO: O Benfica apenas precisa de um empate para o apuramento para a final a quatro da Taça da Liga. Depois da expressiva goleada para o campeonato frente ao Sp. Braga (6-2), Rui Vitória fez a antevisão à deslocação de sexta-feira à Vila das Aves, onde os “encarnados” medirão forças com o Desp. Aves que, em caso de vitória, rouba o apuramento às “águias”. Após uma fase menos boa na temporada, a equipa de Rui Vitória soma sete triunfos consecutivos. O bom momento de forma não passou despercebido ao técnico dos “encarnados” que confirma algumas mudanças internas no emblema da Luz que facilitaram esta melhoria: “Houve algumas mudanças internas no nosso funcionamento diário. Termos a consciência do que tínhamos de o fazer: sermos mais rigorosos, permanentemente exigentes, unirmo-nos cada vez mais, acreditar naquilo que estamos a fazer, não desviar o nosso foco. Existiram uma série de estratégias que utilizámos. É evidente que houve mais [alterações] do ponto de vista operacional que não vou esmiuçar. Estamos, de facto, a ganhar, mas não muda a nossa forma de pensar. Jogo a jogo, um passo de cada vez: é essa a forma de pensar nesta altura”. O treinador do Benfica aproveitou a conferência de imprensa para deixar uma “bicada” aos rivais, afirmando que existe uma diferença de tratamento nas vitórias tangenciais de outros clubes, comparativamente às do clube “encarnado”: “Vamos ver nos últimos dez jogos quantas equipas ganharam pela margem mínima. A nós esteve sempre associada uma vitória sofrida, em algumas equipas não aconteceu. Para essas equipas foi uma crença, determinação e para nós foi um fracasso. Nós resistimos a isso e temos de resistir. No último jogo fizemos uma exibição de enorme categoria e vamos tentar continuar. O importante é ganhar, se possível jogando bem”. Com a aproximação do mercado de Inverno, os clubes europeus começam a preparar a lista de reforços para a segunda metade da época. Rui Vitória, porém, garantiu que as transferências “encarnadas” não serão substanciais e que apenas se restringirão a uma ou duas posições: “Mais [importante] do que reforçar, são as mudanças que iremos fazer. Não serão substanciais, mas são pormenores que, no mercado de Janeiro, faremos. Terão sempre, como fundo, a questão financeira e a questão de valor. Trazer [um jogador] por trazer, não é isso que queremos fazer. É evidente que tenho as minhas ideias, mas não é altura indicada para estar a dizer quem é. A maioria dos negócios faz-se quase no último dia de Janeiro”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Já diz o ditado que “em equipa que ganha não se mexe” e, ao que tudo indica, essa filosofia será posta em prática frente ao Desp. Aves, na sexta-feira, com o técnico a confirmar que não tem “grandes intenções” de alterar a formação que goleou o Sp. Braga. Para terminar a conferência de imprensa, Rui Vitória fez questão de deixar uma palavra amiga a Bruno Simões, adepto benfiquista que ficou ferido após o autocarro em que seguia ter sido apedrejado, quando passavam por Barcelos. “Queria dar um abraço solidário ao Bruno Simões. O futebol não é isto. É um espectáculo muito bonito, que deve ser vivido pelas famílias. As pessoas têm que ir ao futebol com tranquilidade. Que todos pensemos que esta modalidade tem de ser bem defendida e promovida. A todos os Brunos e independentemente de todas as cores deste país”.
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Vitória foi o primeiro a parar o "Keizerball"
"Leões" pederam em Guimarães e foram ultrapassados pelo Benfica no segundo lugar do campeonato. (...)

Vitória foi o primeiro a parar o "Keizerball"
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DATA: 2018-12-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: "Leões" pederam em Guimarães e foram ultrapassados pelo Benfica no segundo lugar do campeonato.
TEXTO: O V. Guimarães conseguiu fazer aquilo que mais ninguém conseguiu. Os minhotos foram os primeiros a derrubar o Sporting de Marcel Keizer, triunfando no D. Afonso Henriques por 1-0. Luís Castro misturou o antídoto perfeito para a fúria goleadora dos “leões”, que chegaram a Guimarães com 30 golos nos últimos sete jogos mas que, pela primeira vez, ficaram a zero desde que o holandês chegou. O Sporting perdeu em dia de vitórias de FC Porto e Benfica e, por isso, ficou mais longe do primeiro lugar e desceu para terceiro; o Vitória manteve o seu excelente momento e vai entrar em 2019 mas perto do rival do Minho. Injusto destacar apenas um jogador numa excelente exibição colectiva dos minhotos, muito bem orientados por Luís Castro, que, depois de derrotar o FC Porto, voltou a fazer a vida negra a um candidato ao título. A haver alguma crítica, talvez a falta de frieza na finalização, mas 1-0 também vale três pontos. Ficou muitas vezes frente a frente com os jogadores do Vitória e foi ganhando os duelos todos, com a excepção do golo sofrido, em que não teve culpa, e da saída imprudente num lance que foi anulado por fora-de-jogo de Guedes. Houve muita gente desinspirada no Sporting, mas esse estado foi muito evidente naqueles que costumam decidir. Bruno Fernandes decidiu quase sempre mal, muito complicativo na condução do ataque “leonino”. Foi um triunfo por números mínimos, o suficiente para o Vitória ficar com os três pontos, mas que não faz muita justiça ao domínio que os homens de Luís Castro tiveram durante quase todo o jogo, quase sempre no sítio certo a pressionar e impedir a circulação de bola rápida e em progressão que tem sido a imagem de marca do Sporting. Provocaram mais vezes o erro do adversário e tiveram o mérito de aguentar nas poucas vezes que o Sporting atacou com propósito e rapidez. Não fosse Renan Ribeiro a fechar a baliza e os números podiam ter sido outros. O Vitória foi a equipa mais perigosa logo nos primeiros minutos, pressionante na conquista da bola e rápida na sua condução rumo à baliza adversária, e justificou plenamente o lance feliz que resultou no único golo do jogo, aos 26’. Na sequência de um alívio de Mathieu após um canto vimaranense, Tozé recolheu a bola bem longe da área, encheu-se de fé e rematou. A bola raspou em dois jogadores do Sporting e mudou de trajectória o suficiente para enganar Renan. Estar a perder não era nada de novo para o “Keizerball”, a tal filosofia futebolística que tem como um dos princípios preferir ganhar por 4-3 do que por 1-0. De todas as vezes que tinha estado a perder (contra Desp. Aves e Nacional), o Sporting tinha emergido triunfante e goleador e a primeira reacção tinha sempre acontecido na primeira parte. Mas, pela primeira vez desde que Keizer chegou, os “leões” foram para o intervalo sem marcar. Na segunda parte, entraria Raphinha, que não jogava desde Outubro, para o lugar de Jovane, menos confortável como titular do que como suplente utilizado. Durante os primeiros minutos da segunda parte, o Sporting pareceu perto de encaminhar mais uma reviravolta. Ola John ainda ameaçou elevar para 2-0 quase no reatamento, mas Renan defendeu com competência. Na resposta, Miguel Luís conduziu o contra-ataque “leonino”, meteu em Raphinha e o brasileiro ex-Vitória disparou para uma bela defesa de Douglas, um raro momento de lucidez atacante no meio da desinspiração de homens que têm estado inspirados. Bas Dost, Bruno Fernandes e Diaby pouco se viram. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Depois, praticamente só deu Vitória. Douglas lançou Guedes em profundidade, Renan fez falta que daria expulsão (se fosse fora da área) ou penálti e amarelo (se fosse, como era o caso, dentro), mas, após revisão do videoárbitro (VAR), o árbitro assinalou fora-de-jogo de Guedes e anulou o lance. Renan e o poste (um cabeceamento de Pedro Henrique aos 74’) foram mantendo o resultado na diferença mínima e os homens que Keizer foi lançando para o jogo (Mané e Petrovic) pouco fizeram para evitar a derrota. O holandês bem tinha dito que este dia ia chegar. O segredo está em que dias destes não aconteçam muitas vezes.
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Morreu PQP, o maior industrial do país
Pedro Queiroz Pereira tinha 69 anos e morreu numa queda no seu barco em Ibiza (...)

Morreu PQP, o maior industrial do país
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DATA: 2018-11-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pedro Queiroz Pereira tinha 69 anos e morreu numa queda no seu barco em Ibiza
TEXTO: O empresário e presidente da Semapa e da Navigator, Pedro Queiroz Pereira (PQP), morreu ao final da noite de sábado, em Ibiza, onde estava de férias, na sequência de uma queda no seu barco onde habitualmente passa o mês de Agosto. Tinha 69 anos, três filhas. As suas herdeiras terão nas mãos o futuro do maior grupo industrial de base nacional. Esta segunda-feira o corpo será autopsiado em Espanha, sendo que tudo o que se vier a desenrolar de seguida está dependente desta intervenção. E desconhece-se quando será enviado o corpo para Portugal, para ser velado. A sucessão e a herança estão fechadas. O controlo da Semapa foi assegurado por PQP após a guerra com o GES que acabou no Outono de 2013. O empresário e as três filhas, Mafalda, Filipa e Lua, dominam mais de 50% da Semapa, detendo a mãe de PQP, de 96 anos, ainda uma posição accionista relevante na parte remanescente. Entretanto, em 2016, foi nomeada uma gestão profissional liderada por João Castelo Branco, actualmente à frente da Comissão Executiva, o que impede eventuais vazios de liderança que se possam abrir com a sua morte. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reagiu publicamente, apresentando “sentidas condolências à família de Pedro Queiroz Pereira” e lamentando “o prematuro desaparecimento desse grande industrial português”. Uma morte precoce que apanhou todos de surpresa. Um deles foi José Maria Ricciardi, antigo presidente do BESI, e que, ao PÚBLICO, evocou PQP como “o maior industrial do país e um criador de riqueza e de emprego, que eu conheci muito bem” e de “quem tive o privilégio de ser seu amigo. ” Para Ricciardi, “a sua morte é uma grande perda para a economia portuguesa e internacional”. José Maria Ricciardi recorda-o ainda como “um grande amigo dos seus amigos, que me ajudou muito na vida e a quem nunca esquecerei. ” E evidencia como “uma das características [de Pedro] que mais admirava, a determinação e a capacidade de se rodear de profissionais de elevadíssima qualidade, como Carlos Alves, João Castelo Branco e Diogo Silveira”. A partir de 2012, o antigo presidente do BESI alinhou, dentro do Grupo Espírito Santo (onde o grupo Queiroz Pereira detinha 7% do capital), com PQP, na luta contra as intenções de Salgado de dominar a Semapa. O outro banqueiro que se destacou nas tropas do empresário foi Fernando Ulrich, à época a presidir ao BPI, que possuía 10% da holding industrial. “Foi um grande choque, não estava à espera”, confessou ao PÚBLICO Fernando Ulrich, que conhecia PQP desde os tempos “da escola. ”“Foi ele o artífice da reconstrução do grupo familiar herdado do pai, Manuel Queiroz Pereira, o que fez com êxito, o que o tornou o empresário mais bem-sucedido da minha geração”. Para Ulrich o industrial “teve sempre a noção de qual era o seu papel enquanto empresário e qual era o papel dos técnicos e especialistas”. Em seu entender o sucesso do amigo a isto se deve: “À conjugação da vontade e da determinação com uma visão empresarial, que combinou rodeando-se sempre de pessoas muito competentes”. “Desde o primeiro momento em que me falava dos seus projectos, verifiquei que era uma obsessão rodear-se dos melhores profissionais, cujas opiniões ouvia genuinamente, e a que dava grande peso. Mas última palavra era sempre a dele”. Com efeito, quando, a 6 de Novembro de 2009, o Presidente Aníbal Cavaco Silva, ao participar na inauguração da nova fábrica da Portucel/Soporcel, o condecora com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Industrial, PQP assume-se o vértice da pirâmide: “Sou eu que a recebo [condecoração] mas ela é oferecida a todos os meus colaboradores, entre eles, o Carlos Alves e o José Honório [os principais executivos]. ”Em texto publicado no Expresso, o advogado Jorge Bleck recorda PQP como um “lutador nato”, que vivia para “desenvolver o país que amava”, um homem que “abominava os salões da política, as intrigas de palácio e a subjugação ao poder”. Mas PQP tinha paixões. E uma delas era o automobilismo. E é a ela que se deve a alcunha de “pêquêpê” que o “salvará” quando, em Março de 1975, por ordem do Otelo [Saraiva de Carvalho], o foram buscar a casa, no Restelo. A cena foi relatada ao PÚBLICO pelo próprio PQP: “Durante três horas insistiram que eu estava a esconder as armas para fazer a contra-revolução. ” A tese acentua-se quando “entraram na garagem e viram uns pneus próprios de ralis, parecidos com os usados pela Jeep, e me perguntaram: ‘Onde estão os ‘Jeeps’ da contra-revolução?’”. Explicou-lhes: “Eu e o meu irmão participamos em ralis. E identifiquei-me como o “Pêquêpê”. E bastou para o clima se desanuviar e “os cabos tornaram-se uns tipos porreiros, eh pá Pêquêpê. . . e já não revistaram mais nada. ” E PQP partiu para o Brasil, onde esteve durante um curto período. Muitos amigos continuaram a tratá-lo por “pêquêpê”. Um deles é Pedro Roriz que o conheceu com 10 anos no Colégio Militar, “de onde ele saiu a meio e eu continuei, para nos reencontramos depois, ele como piloto de automóveis e eu como jornalista”. “Ele preocupava-se mais com a velocidade e chegou mesmo a ser campeão nacional de velocidade em 87 e em 88. O Pedro fazia testes com o objectivo de tornar os carros mais competitivos”. “Competia no rali das camélias, em Sintra, à porta da sua casa, e no rali de Portugal (antigo Rali Internacional TAP), o mais importante”, nomeia Roriz, que, em 1984, é desafiado pelo empresário, já na época a trabalhar no grupo, a ser “o seu co-piloto no Rali de Portugal”. E “no terceiro dia da competição, quando vínhamos da Póvoa para Viseu, e estávamos a discutir o primeiro lugar dos portugueses com o Jorge Ortigão, voámos”. Ou seja, explicou Roriz, “saímos literalmente da estrada, que de um lado tinha barreiras e do outro a montanha, e a primeira vez que tocámos no chão foi 30 metros abaixo da estrada: o carro deu três cambalhotas e ficamos de patas para o ar. ”Um episódio ficou na memória dos dois: “Como não havia comunicações rápidas, o Guarda Nacional Republicano pegou no rádio e disse: ‘Atenção, atenção, despiste do carro número 26. Os dois membros da equipa estão completamente mortos’. A informação gerou pânico no Estoril Sol, na altura o centro nevrálgico do Rali de Portugal, que solicitou informações. A ver que os espectadores tinham colocado o automóvel direito, e que os dois passageiros estavam cá fora, “o GNR pegou no rádio e disse: ‘Atenção, atenção. Os dois membros da equipa estão completamente vivos. ’”PQP e Roriz constataram que a preocupação do GNR era dizer que estavam "completamente" vivos. Mas ambos com ferimentos. O desenlace serviu de aviso a “Pêquêpê”, pois foi o último Rali de Portugal em que participou. A velocidade atrai quem gosta de correr riscos. E correr riscos faz parte da vida de um empresário como PQP: “Nunca pus em risco os activos do grupo, o que seria extremamente arriscado era não ter feito nada. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Dali para cá PQP tornou-se o industrial do país com maior relevância. Desenvolveu o grupo que o pai deixou aos três filhos (mas que as irmãs venderam) “sem pedir um único euro aos accionistas, nunca houve um aumento de capital. Fiz tudo com o pelo do cão [e dívida], com o que sobrou do 25 de Abril. ”O Expresso refere que, em conjunto com a sua mãe, PQP era dono de uma fortuna avaliada em 779 milhões de euros, o que fazia dele o sétimo mais rico do país. Foi um grande empresário, deixou o maior grupo industrial do país. Mas até foi mais do que isso. Foi o primeiro a perceber que o seu então amigo, e sócio no Grupo Espírito Santo, Ricardo Salgado, tinha um padrão de actuação que não correspondia ao que todos imaginavam: era um banqueiro que fugia a dizer a verdade e recorria a métodos que hoje o Ministério Público suspeita de terem servido para burlar o banco, branquear capitais, fugir ao fisco, e corromper governantes.
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