Em 2013, já poderemos saber se vem aí um tsunami
Testado futuro sistema de alerta de tsunamis no Atlântico Nordeste, Mediterrâneo e outros mares na região. Num dos cenários testados por 19 países, simulou-se um terramoto ao largo de Portugal, seguido de ondas gigantes, idêntico ao de 1755. (...)

Em 2013, já poderemos saber se vem aí um tsunami
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.5
DATA: 2012-12-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Testado futuro sistema de alerta de tsunamis no Atlântico Nordeste, Mediterrâneo e outros mares na região. Num dos cenários testados por 19 países, simulou-se um terramoto ao largo de Portugal, seguido de ondas gigantes, idêntico ao de 1755.
TEXTO: Às 8h15, o exercício arrancou: naquele instante tinha acabado de acontecer, ficticiamente, um sismo ao largo de Portugal, com epicentro na Falha da Ferradura, que seria capaz de desencadear um tsunami. A partir do final de 2013, se este cenário se tornar real, poderemos ser alertados, com minutos de antecedência, que vem a caminho de Portugal uma onda gigante. Pouco depois do momento marcado para o sismo fictício, o recém-criado Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em Lisboa, enviava a mensagem inicial para instituições de 19 países, incluindo portuguesas, com a localização e magnitude do sismo e alertava para um possível tsunami, com estimativas do tempo de chegada da primeira onda a várias zonas costeiras do Atlântico Nordeste – desde o próprio continente e ilhas até Espanha, Marrocos ou Irlanda. Minutos mais tarde, a equipa do geofísico Fernando Carrilho, do IPMA, fazia seguir a segunda mensagem, com uma actualização da magnitude do sismo: passava de 8, 1 para 8, 7 graus, a mesma energia libertada no terramoto de 1755, um dos mais fortes de que há memória, que destruiu Lisboa e matou cerca de dez mil pessoas na capital portuguesa. O exercício foi mais um teste ao futuro sistema de alerta precoce de tsunamis no Atlântico Nordeste, Mediterrâneo e outros mares na região, que a Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da UNESCO está a criar desde 2005, o ano a seguir ao tsunami que atingiu o Sudoeste asiático e provocou a morte a mais de 200 mil pessoas. No Pacífico e Caraíbas, já existe um sistema mantido pelos Estados Unidos com outros países, tal como no Índico, este criado depois da tragédia de 2004. Em Abril deste ano, já tinha havido um teste às comunicações do futuro sistema de alerta na Europa, então com o envio de uma mensagem de alerta de um hipotético tsunami, enviada pelo Observatório e Instituto de Investigação de Sismos de Kandilli, em Istambul, Turquia, para 30 países. No caso de um sismo com epicentro no mar, com potencialidade para gerar ondas gigantes, é crucial que o alerta seja dado em poucos minutos e que os centros responsáveis pelos avisos nos vários países reajam depressa. Agora, nas últimas terça e quarta-feira, 19 países testaram não só as comunicações, mas também a capacidade de os serviços de protecção civil para lidarem com a ameaça de um tsunami, explica Fernando Carrilho, um dos coordenadores do projecto em Portugal. Desta vez, o teste incluiu quatro cenários de tsunamis gerados por sismos: a Turquia enviou o alerta relativo ao Mediterrâneo Oriental, a França ao Mediterrâneo Ocidental, a Grécia ao Mar Egeu e Portugal ao Atlântico Nordeste. No caso do cenário gerido pelo IPMA, na terceira, entre as seis mensagens enviadas esta terça-feira, confirmava-se já a ocorrência do hipotético tsunami, com medições na costa por marégrafos, tanto portugueses como de outros países. O tsunami chegaria com uma onda de nove metros a Sagres, 22 minutos depois do suposto sismo, e de cinco metros a Cascais, 40 minutos depois. A Casablanca, por exemplo, chegaria uma onda de oito metros. A propagação da onda desde a Falha da Ferradura – com mais de 100 quilómetros de extensão e que tem sido apontada como uma das que possivelmente originou o sismo de 1755 – pode ver-se numa simulação animada do IPMA. Três países em operação. . . Por enquanto, só três países estão em condições de lançar alertas à população, baseando-se sobretudo em informação sísmica – por exemplo, se ocorre um sismo com epicentro no mar e magnitude superior a 6, 5 graus, existe a possibilidade de tsunami. Por outro lado, o sistema praticamente não tem ainda estações no fundo do mar, cujos sensores permitiriam detectar com mais fiabilidade se um tsunami vem a caminho da costa. Os sensores das estações detectam uma certa variação na altura da coluna de água, causada porque o fundo do mar sofre uma deformação produzida por um sismo. É que um sismo é originado quando a crosta terrestre se rompe. No mar, gera-se um tsunami quando essa ruptura também deforma o fundo do mar. “Em Julho e Agosto, a Grécia, Turquia e França declararam que estão em operação: o Mediterrâneo Ocidental e Oriental tem já sistema de monitorização e alerta, ainda que sem estações no fundo do mar, com excepção da Turquia, que instalou algumas estações no mar de Mármara”, refere Fernando Carrilho. “No Atlântico Nordeste e Mediterrâneo Central ainda não está em operação nenhum sistema. Portugal defendeu, na última reunião [dos parceiros envolvidos no sistema], em Setembro, que está a planear entrar em operação no último trimestre de 2013. ”Assim sendo, no final do próximo ano, com base na magnitude e localização dos sismos e ainda em medições do nível do mar pelas estações maregráficas que existem na costa, quando a onda lá chegar, o IPMA estará em condições de enviar alertas para os países participantes no sistema. Em Portugal, a Autoridade Nacional de Protecção Civil decidirá então, na sequência dessas mensagens, o que fazer: se lançará avisos à população e se neles haverá ordem de evacuação de determinadas zonas. . . . E no mar, três estações para o Sudoeste ibéricoPara quando a instalação das estações no fundo do mar? “[Por causa da crise], nos tempos mais próximos nenhum país europeu vai ter estações no fundo do mar”, diz Maria Ana Baptista, do Instituto Dom Luiz da Universidade de Lisboa, também coordenadora do projecto em Portugal. Seja como for, a configuração estudada do sistema para o Sudoeste do cabo de São Vicente incluiu o mínimo de três estações. A compra e instalação de cada uma delas custariam cerca de 700 mil euros, a que se juntariam outros 700 mil euros por ano em manutenção. “Esta é a componente mais difícil de concretizar, porque envolve grandes investimentos. Provavelmente, o sistema arrancará dependendo da rede sísmica e maregráfica, sem estações no fundo do mar”, diz Fernando Carrilho. “Ou é Portugal que avança e instala e mantém em operação esses equipamentos, ou, no âmbito de cooperação internacional, considera-se que esses equipamentos serviriam Espanha, Marrocos, Irlanda, Reino Unido e haveria uma parceria que suportaria essa instalação. ”Mesmo sem estações no fundo do mar, como um tsunami demora só alguns minutos a chegar a certas zonas da costa portuguesa, como seria avisada a população? “Teria de haver sistemas de alerta sonoros nas praias mais expostas e difusão de mensagens nos canais televisivos”, responde Fernando Carrilho. “Se for durante a noite, os sinais sonoros são os mais eficazes”, sublinha o geofísico, acrescentando que a Câmara Municipal de Setúbal já tem uma experiência desse género na praia de Albarquel.
REFERÊNCIAS:
Entidades UNESCO
Situação de desemprego vai agravar-se, prevê a OIT
A Organização Internacional do Trabalho, em 2012, somou mais quatro milhões aos desempregados no mundo. São agora 197 milhões. (...)

Situação de desemprego vai agravar-se, prevê a OIT
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Organização Internacional do Trabalho, em 2012, somou mais quatro milhões aos desempregados no mundo. São agora 197 milhões.
TEXTO: A Organização Internacional do Trabalho (OIT) registou um aumento de mais quatro milhões de desempregados em 2012 e afirma que o panorama de degradação do mercado de trabalho vai agravar-se ainda mais em 2013 e 2014. De acordo com o relatório das tendências globais de emprego, divulgado no final da noite de segunda-feira, o mercado de trabalho não registou uma melhoria em 2012, como havia acontecido no ano anterior, e o número de desempregados à escala global aumentou para os 197 milhões. O pior, afirma a OIT, ainda estará para vir. Apesar de o Banco Mundial apontar para a retoma económica mundial no fim de 2013 e inícios de 2014, o mercado de trabalho deve degradar-se ainda mais durante esses dois anos. Para 2013, a OIT espera mais 5, 1 milhões de desempregados. Para 2014, mais três milhões. A maior parte do desemprego mundial continua concentrado nas economias desenvolvidas. Mas em 2012 a tendência inverteu-se, de acordo com o relatório da OIT. Três quartos dos quatro milhões de novos desempregados de 2012 foram registados em economias em desenvolvimento, um facto que aponta para um alastramento agravado das consequências da crise internacional de 2008. O aumento do desemprego foi maior no Este e Sul asiático e na África subsariana. Já as áreas que escaparam ao aumento significativo do desemprego não fugiram à deterioração da qualidade laboral. A Organização Internacional do Trabalho aponta para um aumento no "emprego vulnerável" e no número de trabalhadores que vivem "abaixo ou muito próximo da linha de pobreza". De acordo com a OIT, a recessão europeia tem grande parte da responsabilidade no contágio do surto do desemprego às economias emergentes. Por um lado, a Europa cortou nas importações à Ásia, em particular no caso da China, que serve como motor económico da região e que em 2012 registou o pior ano de crescimento da economia desde 1999. Para além do mais, a OIT aponta para a política da zona euro como o principal caso de "incoerência entre política monetária e orçamental". Esta incoerência na abordagem à crise da dívida soberana, argumenta a organização, levou à "incerteza no panorama mundial". Este ponto surge como uma das principais preocupações da OIT. De entre as propostas para uma linha de políticas económicas "mais coerente e previsível", a organização refere ainda que devem existir perspectivas "credíveis" de saída da crise para países "particularmente afectados pela crise da dívida", que passariam por um "alívio dos fardos financeiros nas famílias". Condições de trabalho para os jovens vão piorar Dos 197 milhões de desempregados, 73, 8 milhões são jovens. Em 2012, a taxa de desemprego nos jovens aumentou para 12, 6%, sendo que a OIT espera que, até 2014, haja mais 500 mil jovens desempregados, o que deve forçar a taxa para os 12, 9%. "A crise diminuiu dramaticamente as perspectivas de trabalho para os jovens, já que muitos são afectados pelo desemprego de longo prazo desde a sua entrada no mercado de trabalho, uma situação nunca antes vista em outras recessões cíclicas", lê-se no documento. Os números apontam para uma deterioração das condições de trabalho para os jovens. Desde 2007 que a percentagem de jovens desempregados há mais de seis meses aumentou dos 28, 5% para os 35%. A OIT diz que este problema é "particularmente severo" na Europa, onde 12, 7% dos jovens se encontram desempregados e fora do ensino ou formação profissional. Ciclo vicioso e apelo ao investimento Um dos principais problemas identificados pela OIT para o aumento do desemprego é a falta de investimento económico. Face a uma crise que também afecta a disponibilidade de crédito para os consumidores e empresas e que, por arrasto, leva também a um nível de investimento abaixo do normal, o crescimento económico encontra-se hesitante. Uma condição que se vai alimentando a si própria até que haja, como afirma a OIT; outras fontes de investimento. "Medidas de austeridade e tentativas descoordenadas para promover a competitividade em vários países europeus aumentaram o risco de uma espiral deflacionária de salários mais baixos, consumo mais enfraquecido e a queda da procura mundial", lê-se no relatório da OIT, divulgado na noite de segunda-feira. A organização aponta então para os Governos e para os investidores privados. Mas a OIT exige investimento pelos Governos apenas nos casos em que haja espaço de manobra orçamental. A falta de investimento está também a levar as economias emergentes a não aumentarem os seus padrões de qualidade de vida. A Organização Internacional do Trabalho afirma que os países emergentes abandonaram a tendência para adoptar reformas estruturais. Isto porque, defende a OIT, deixou de haver investimento a forçar a migração de postos de trabalho da agricultura para a indústria, por exemplo.
REFERÊNCIAS:
Entidades OIT
Procura para emissão de dívida portuguesa chega aos 10.000 milhões
As taxas de juro podem ficar nos 5% ou ligeiramente abaixo, dizem fontes próximas da operação. (...)

Procura para emissão de dívida portuguesa chega aos 10.000 milhões
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: As taxas de juro podem ficar nos 5% ou ligeiramente abaixo, dizem fontes próximas da operação.
TEXTO: A emissão de dívida pública a cinco anos que está a ser realizada esta quarta-feira de manhã pelo Estado português recebeu como resposta dos investidores uma procura de cerca de 10. 000 milhões de euros, de acordo com fontes próximas da operação. Ainda está a ser realizado nesta fase o acerto das ofertas, mas a taxa de juro que poderá resultar desta procura deverá ficar próxima dos 5%, talvez ligeiramente abaixo. Neste momento, a operação está encerrada para o mercado asiático e para o europeu, mas ainda falta o norte-americano. O fecho deverá assim ficar concluído ao início da tarde. A confirmarem-se estas informações, a procura dos investidores supera significativamente os 2000 milhões de euros que são avançados como sendo o objectivo do Tesouro português. Não está excluída a hipótese de a colocação realizada ser superior, tendo em conta a procura registada. A taxa de juro, por seu lado, poderá ficar ligeiramente acima do valor registado ontem ao fim do dia no mercado secundário, quando a taxa de juro da linha de OT que está a ser reforçada com esta emissão registava uma taxa de 4, 9%. A venda de dívida a cinco anos desta quarta-feira é o primeiro ensaio português de regresso aos mercados de dívida a longo prazo desde que pediu assistência financeira à troika, em Abril de 2011. A última emissão do mesmo tipo - a cinco anos e feita através de um sindicato bancário - foi realizada a 7 de Fevereiro de 2011 e conduziu à colocação de 3500 milhões de euros a uma taxa de 6, 4%. Dois meses mais tarde, Portugal teve de solicitar um resgate à troika. Esta quarta-feira, no mercado secundário, os juros sobem para a dívida portuguesa a cinco anos. Depois de manterem o nível dos 4, 8% ao início da manhã, as Obrigações do Tesouro a cinco anos estavam a ser negociadas no marco dos 4, 949% por volta das 10h30. A venda de dívida desta quarta-feira está a ser desenvolvida num esquema de leilão sindicado. Quer isto dizer que, a ajudar o Tesouro português se encontram quatro bancos: Barclays, Deutsche Bank, Morgan Stanley e o português BES. O papel destes bancos é o de ajustar com os investidores o valor que querem comprar da dívida portuguesa que será colocada no mercado. Notícia corrigida às 13h A operação ainda não está fechada no mercado norte-americano.
REFERÊNCIAS:
Entidades TROIKA
Europol desmantela rede que manipulava jogos de futebol
Jogos da Liga dos Campeões e de qualificação para Europeu e Mundial entre os encontros manipulados. Ligas turca, alemã e suíça são as mais afectadas. Mais de 380 jogos sob suspeita na Europa. (...)

Europol desmantela rede que manipulava jogos de futebol
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-02-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Jogos da Liga dos Campeões e de qualificação para Europeu e Mundial entre os encontros manipulados. Ligas turca, alemã e suíça são as mais afectadas. Mais de 380 jogos sob suspeita na Europa.
TEXTO: Investigadores da Europol identificaram mais de 380 jogos de futebol manipulados na Europa, incluindo dois encontros da Liga dos Campeões e partidas de qualificação para o Europeu e o Mundial, bem como “jogos de topo nas Ligas europeias”. Rob Wainright, director da Europol, revelou que foram identificados 425 oficiais (árbitros, dirigentes, membros das organizações futebolísticas, etc. ), jogadores e outros suspeitos em 15 países. Ao todo, foram já detidas 50 pessoas. "Temos provas em mais de 150 casos. As operações eram dirigidas a partir de Singapura, com subornos superiores a 100 mil euros por jogo", disse Friedhelm Althans, chefe de investigação da polícia de Bochum. , na Alemanha. Segundo a BBC, esta rede de manipulação de resultados gerou lucros de oito milhões de euros só na Alemanha, tendo utilizado 15, 8 milhões de euros para corromper os envolvidos. O maior pagamento individual foi de 140 mil euros. A maior parte dos jogos viciados realizaram-se nos campeonatos turco, alemão e suíço, disseram os responsáveis da polícia europeia, citados pela AFP. Os responsáveis da Europol não revelaram quais os jogos em causa, mas adiantaram que um dos encontros da Liga dos Campeões se realizou em Inglaterra nos últimos três a quatro anos. Esta rede de corrupção estará relacionada com apostas no mercado asiático, levando à manipulação de jogos principalmente na Europa, mas não só. O suborno a jogadores, árbitros ou dirigentes era realizado com o objectivo de conseguir um determinado resultado, que traria lucros no sistema de apostas. Laszlo Angeli, procurador húngaro, deu um exemplo de como o esquema funciona: "Um húngaro, que estava imediatamente abaixo do líder [da rede] em Singapura, mantinha contacto com árbitros húngaros, que depois tentavam viciar os jogos que dirigiam um pouco por todo o mundo. ""Um jogo manipulado pode envolver 50 suspeitos em dez países de continentes diferentes", explicou Althans, sublinhando a importância da cooperação policial. "Há mesmo dois jogos de qualificação para o Mundial, em África, e outro na América Central, que estão sob suspeita", acrescentou o mesmo investigador. "Parece-nos claro que esta é a maior investigação de todos os tempos sobre alegada viciação de resultados", salientou Rob Wainright, citado pela AFP, numa conferência de imprensa, em Haia. Os investigadores, no entanto, temem que este caso seja apenas “a ponta do icebergue”. A investigação foi iniciada pela Europol há 18 meses, centrando-se inicialmente na Alemanha, Finlândia e Hungria, antes de ser alargada à Eslovénia, Áustria e outros países. As autoridades policiais analisaram 700 jogos em 30 países, concluindo que mais de 680 foram viciados - 380 na Europa e 300 em África, Ásia e América Central e do Sul. Nesta investigação, que ainda decorre, foram analisados 13 mil emails. O PÚBLICO já contactou a Polícia Judiciária para saber se há ramificações desta rede em Portugal e se há suspeitas sobre jogos envolvendo equipas portuguesas, mas ainda não obteve resposta. Este caso surge depois de já terem sido investigados casos de jogos viciados na Europa de Leste e em Itália.
REFERÊNCIAS:
Étnia Asiático
D. José Policarpo reconhece dificuldades do Papa em governar a Igreja
Cardeal de Lisboa não sabe as razões por que Bento XVI abandona o cargo, mas enumera algumas. (...)

D. José Policarpo reconhece dificuldades do Papa em governar a Igreja
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DATA: 2013-02-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Cardeal de Lisboa não sabe as razões por que Bento XVI abandona o cargo, mas enumera algumas.
TEXTO: Cardeal Patriarca de Lisboa reconhece que Bento XVI teve um pontificado difícil. "Este Papa teve frentes complicadas de grande exigência e sofrimento da Igreja", declara em conferência de imprensa, esta terça-feira, em Lisboa. Os escândalos da pedofilia; o fenómeno conservador dos cristãos que seguem o cardeal Marcel Lefebvre; e as cartas tornadas públicas pelo mordomo do Papa, no último ano, são os temas que o Cardeal Patriarcada aponta como as "frentes mais complicadas" que Bento XVI teve de enfrentar. "Não sei quantos bispos demitiu, mas foi um homem de grande coragem", aponta D. José Policarpo sobre o escândalo da pedofilia, lembrando ainda os documentos redigidos por Bento XVI para aplicar nas dioceses, de maneira a combater e a evitar o abuso de crianças por consagrados. Quanto ao chamado Lefebvrismo, D. José Policarpo recorda que este foi um dossier herdado de João Paulo II e que o objectivo do Vaticano é evitar um "novo cisma do Ocidente", entre os católicos pós e pré-Concílio Vaticano II, mas que Bento XVI não conseguiu grandes resultados. Sobre os seguidores do cardeal francês, o Patriarca de Lisboa diz: "É um problema de fé: se acreditam ou não na fé da Igreja". Marcel Lefebvre não aceitou as decisões saídas do Concílio Vaticano II, há 50 anos, não obedecendo, por isso, ao Papa e tendo ordenado quatro bispos à revelia da Santa Sé. "Este dossier não avançou e sei que fez sofrer muito o Santo Padre", diz D. José, reforçando que Bento XVI não esqueceu o Vaticano II e por isso a Igreja celebra actualmente o Ano da Fé, "proclamando a actualidade do Concílio como bússola segura". Outro "dossier difícil" foi "o que se passou há meses dentro da Cúria" com a divulgação de cartas do Papa pelo seu mordomo. "Magoou muito o Santo Padre e deve tê-lo preocupado". D. José confessa que rezou muito por Bento XVI durante esse período. Agora, até que ponto estes temas fizer o Papa renunciar ao cargo, D. José Policarpo diz que "não sabe". "Ninguém pode impedir que o Papa sofra", acrescenta, mas "os motivos reais que o levaram a sentir-se sem força, só ele sabe". D. José lembra que, em termos físicos, Bento XVI está muito debilitado. Fez vários bypass e tem dificuldade em andar, é ajudado a subir as escadas e tem "uma carripana engraçada" para fazer o cortejo litúrgico na Basílica de São Pedro, exemplifica. Papa era a excepçãoA renúncia de Bento XVI é histórica e, apesar de não ser única, abre um precedente a que os futuros Papas o possam vir a fazer, reconhece o Cardeal Patriarca, lembrando que antigamente os cargos eram vitalícios e havia uma justificação espiritual para tal: "Quando se entregava a uma missão, entregava-se a vida". "Havia uma espiritualidade na entrega a estes cargos vitalícios", reforça. Contudo, o Concílio Vaticano II abre essa possibilidade quando define que para os "grandes serviços da Igreja a pessoa deve estar capaz de a exercer". O Papa Paulo VI regulou essa matéria para os bispos – que devem apresentar a sua resignação aos 75 anos – mas não o fez para o Sumo Pontífice. "No âmbito da Cúria Romana, o Papa era a excepção", explica D. José. Agora, Bento XVI abriu um precedente histórico. "É uma decisão que fez história". O Cardeal Patriarca está convencido que não se estabelecerão regras mas que os "futuros Papas estão mais livres" para renunciar. "Penso que o fim de João Paulo II fez repensar esta questão", reflecte, acrescentando que aquele também pensou em renunciar mas foi pressionado a não fazê-lo. Talvez por isso, Bento XVI tenha surpreendido todos com a sua decisão, mesmo os que lhe estavam mais próximos. Mas o Papa preparou a sua saída, continua o Cardeal Patriarca, caso contrário não tinha nomeado mais seis cardeais, recentemente, depois de já ter reunido o consistório. Ou seja, pretendia que o colégio de eleitores estivesse completo para eleger o seu sucessor. "Agora percebo", confessa. Sucessor mais jovemD. José Policarpo não diz em quem vai votar para ser o sucessor de Bento XVI mas avança que gostaria que fosse uma pessoa mais nova. Para "estar capacitado para exercer o ministério da Igreja" deve ser um "homem mais novo". "Tem havido uma alternância entre mais jovens e mais velhos, é normal que este conclave escolha um mais novo", considera. Apesar de já se jogar o "totopapa", como diz o patriarca, não se sabe quem será o escolhido, embora D. José confesse que gostava que fosse um asiático. "As hipóteses não são muitas, mas era um sinal ao continente onde a Igreja está a crescer mais". O importante é "identificar uma personalidade com capacidade de gerir a Igreja. Uma pessoa mais nova dava fôlego no princípio deste milénio", defende. Por isso, D. José não obedece a esse critério. Afinal tem 77 anos e deveria abandonar o cargo de Cardeal Patriarca no próximo dia 26 – embora ainda não saiba o que vai suceder, uma vez que cabe ao Papa decidir. "Estou descansado porque é pouco provável [ser Papa]", conclui.
REFERÊNCIAS:
Étnia Asiático
Como uma lesma contribui para 12 mil milhões de euros em prejuízos na Europa
Estudos da Agência Europeia do Ambiente dão conta de como 28 espécies invasoras podem ameaçar a saúde, a natureza e a economia. (...)

Como uma lesma contribui para 12 mil milhões de euros em prejuízos na Europa
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-02-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Estudos da Agência Europeia do Ambiente dão conta de como 28 espécies invasoras podem ameaçar a saúde, a natureza e a economia.
TEXTO: Como é que um bicho de cinco centímetros consegue causar um imenso problema em Tchernobil? Ou outro, ainda mais pequeno, é capaz de condenar à morte imensas e centenárias palmeiras? São espécies exóticas, o que não seria de todo mau, se não se transformassem em pragas altamente destrutivas, capazes de causar prejuízos na Europa na ordem dos 12 mil milhões de euros por ano. Para melhor conhecer as espécies invasoras e os impactos que podem causar na biodiversidade, saúde e economias europeias, a Agência Europeia do Ambiente acabou de publicar estudos que fornecem pistas para o seu controlo. Porque os danos podem ser significativos. Xenofobia à parte, não é apenas por serem estrangeiras que se lhes pode apontar o dedo. Algumas, incapazes de sobreviver sozinhas, não colocam qualquer problema nos países que agora colonizam, longe da pátria. O caso mais conhecido é o da batata, originária do outro lado do oceano, mas que mudou os hábitos alimentares dos europeus. Por razões alimentares ou ornamentais, ou simples acaso, são muitas as espécies não-nativas trazidas para a Europa e que agora se espalham pelo Velho Continente. Mas alguns destes bichos, fungos ou plantas têm uma capacidade invejável de chegar, ver e vencer. Sem predadores naturais, impõem-se, destroem as suas congéneres e causam milhares de problemas. Nem é preciso sair da Europa para se perceber que espécies que viviam sem sobressalto em determinadas áreas são capazes de se transformar em monstros noutras. Peguemos num bicho que os portugueses tão bem conhecem: o coelho. Natural da Península Ibérica, foi levado pelos romanos para outras paragens há muitos séculos. E se nalguns casos não coloca qualquer problema, servindo para alimentar rapinas ou humanos ou até servir como presa de caça, noutros locais destrói campos agrícolas ou condena outras espécies à fome por tudo comer. Mas há casos que só trazem malefícios, sem que se vislumbrem quaisquer benefícios. É o caso do mexilhão-zebra, natural da Rússia, e que chegou à Europa em cascos de navio ou por expansão natural através das vias fluviais postas em contacto pela engenharia do homem. Com fêmeas capazes de pôr um milhão de ovos por ano, aglomeram-se em canos e outras infra-estruturas, bloqueando-as. Foi o que chegou a acontecer com o reservatório para arrefecimento de água de Tchernobil. Outros dois casos de espécies exóticas invasoras que têm vindo a inquietar os portugueses dizem respeito a dois insectos – mortais. Um é o escaravelho-vermelho-das-palmeiras, que não tem feito mais nada do que secar as árvores até ao seu definhamento. Há centenas de casos reportados no país. Outra, de que se tem falado recentemente mas que já é uma velha conhecida dos europeus, é a vespa-asiática, que não consegue conviver com as abelhas, desertificando colmeias. Mas embora Portugal tenha casos graves com exóticas – com os das acácias, do jacinto-de-água ou do lagostim-do-luisiana –, a maioria das espécies agora estudadas pela Agência Europeia do Ambiente afecta sobretudo o resto da Europa. E vão desde a lesma-espanhola, que destrói culturas agrícolas, a plantas como a ambrósia-gigante, que potencia alergias como a febre-dos-fenos. São 28 espécies estudadas, que incluem insectos como o mosquito-tigre, acusado de transmitir 20 doenças diferentes, ou o esquilo-cinzento, dramático em certas zonas agrícolas. O aumento do turismo e das trocas comerciais entre os países pode ter potenciado o número de espécies exóticas existentes na Europa, uma tendência que tem tudo para continuar, agravada pelas alterações climáticas que fazem com que habitats antes inóspitos para algumas espécies se tornem agora aprazíveis. Este estudo é mais um contributo para a estratégia europeia de defesa da sua biodiversidade, ameaçada por inúmeros factores a que se acrescentam as espécies invasoras, tidas como estando a pôr em causa 110 das 395 espécies nativas da Europa que estão classificadas como criticamente em risco de extinção.
REFERÊNCIAS:
Mercados torcem o nariz à indecisão política em Itália
Uma clara derrota de Mario Monti, preferido pelos mercados, e o impasse governativo que resulta das eleições leva bolsas a cair e juros da dívida a subir, principalmente nos países do Sul. (...)

Mercados torcem o nariz à indecisão política em Itália
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-02-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma clara derrota de Mario Monti, preferido pelos mercados, e o impasse governativo que resulta das eleições leva bolsas a cair e juros da dívida a subir, principalmente nos países do Sul.
TEXTO: Os mercados sofrem nesta terça-feira com o impasse político em Itália. O rescaldo das eleições legislativas fez disparar os juros da dívida dos países do Sul do euro e a afundar as bolsas europeias. Das eleições legislativas italianas de domingo e segunda-feira não saiu qualquer vencedor claro. Pier Luigi Bersani, do Partido Democrata (de centro-esquerda), venceu as eleições na Câmara dos Deputados, mas não no Senado, o que força o seu partido a uma coligação sem parceiros óbvios e de expectável fragilidade. O termo “ingovernável” é, aliás, o mais utilizado para retratar o impasse político que saiu das urnas italianas. Será a expectativa de novas eleições que está a afectar mais o desempenho dos mercados internacionais. “Há uma possibilidade de os italianos se estarem a dirigir novamente para as urnas. No curto prazo, os investidores não gostam da incerteza”, afirmou à Reuters Bem Le Brun, analista de mercado na OptionsXpress, em Sidnei. Do lado português, Paulo Portas assumiu nesta terça-feira uma postura defensiva. Em Madrid, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros afirmou que é preciso aguardar por novos desenvolvimentos políticos. Até porque, argumentou Paulo Portas, face àquilo "que ainda nos parece impossível, ou situações impossíveis, os italianos sempre tiveram a criatividade e o talento de transformar em situações possíveis e viáveis". Posição contrária à de Portas assumiu José António Seguro, que disse estar "muito preocupado" com as consequências dos resultados eleitorais em Itália. “Espero que haja condições para a formação de um Governo com estabilidade porque a Itália é um país muito importante na Europa e porque é necessária mais uma voz à esquerda na União Europeia", afirmou o Líder do PS ao final da manhã. O primeiro-ministro português preferiu alertar para os riscos sistémicos que o problema italiano pode desencadear na zona Euro. "A estabilidade política, não sendo um valor em si mesmo, é um elemento muito importante nos tempos que estamos a viver - e todos devemos saber tirar boas conclusões disso", começou por afirmar Pedro Passos Coelho. "Existem elementos de carácter sistémico que não dependem estritamente de cada país mas que têm impacto significativo nas várias economias de cada Estado da zona Euro, em particular naqueles que apresentam resultados mais difíceis, como são os que estão sob assistência financeira ou aqueles que estão sob maior pressão dos mercados", acrescentou o primeiro-ministro, aproveitando para alertar para os "riscos que ainda existem no horizonte", que devem fazer com que se tenha "uma posição de alguma humildade e de algum comedimento". A Alemanha também reagiu aos resultados. Preocupado com a instabilidade política e a expressão do voto anti-austeridade, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Guido Westerwelle, deixou um apelo: "É essencial e no melhor interesse de toda a Europa que a Itália tenha rapidamente um governo estáve e operacional". O ministro alemão acrescentou ainda que os responsáveis políticos sabem que a "Itália precisa actualmente de uma política de reformas e de uma política de consolidação". Queda nas bolsasAs bolsas são as mais prejudicadas nesta manhã. Por volta das 10h25, o índice italiano, o FTMIB, caía 4, 57%. A segunda maior queda era do índice de Madrid, que perdia 2, 76%, seguido do CAC40, de Paris, que caía 2, 06%. O principal índice de Lisboa, o PSI20, perdia 1, 7%. Os índices espanhol, francês e português têm vindo a atenuar a sua queda ao longo da manhã. Já em relação ao índice italiano verifica-se um agravamento. No campo da dívida soberana, as obrigações do Tesouro italiano a dez anos subiram nesta terça-feira para um máximo de 4, 877% de juros, face aos 4, 839% com que iniciaram o dia. O mercado espanhol é tradicionalmente o que maior exposição tem em relação ao desempenho económico e político em Itália. Os juros da dívida a dez anos de Espanha atingiram nesta manhã os 5, 5% no mercado secundário, vindos dos 5, 275% com que iniciou o dia. A dívida portuguesa também disparou com a incerteza política em Itália. A dívida a dez anos no mercado secundário passou para os 6, 617% de juros, face aos 6, 478% com que iniciou esta terça-feira. O ministro espanhol da economia reagiu ao salto nos juros da dívida. Citado pelo El País, Luís da Guindos, disse esperar que o aumento seja passageiro, mas reconhece que “a estabilidade política em Itália é importante”. O mercado asiático também sofreu com a indecisão política italiana. A bolsa de Tóquio encerrou a sessão desta terça-feira a cair 2, 26%. A derrota do preferido dos mercadosO tumulto dos mercados também se deve ao facto de Mario Monti, o conservador italiano e muito bem cotado nos mercados, ter arrancado apenas 10% dos votos de domingo. Monti substituiu Sílvio Berlusconi em Novembro de 2011 como primeiro-ministro italiano, num governo tecnocrático nomeado sem eleições, levando a cabo uma política de consolidação orçamental e austeridade que o tornou no favorito dos mercados. Porém, as suas opções tê-lo-ão prejudicado junto do eleitorado, que votou contra a austeridade. A entrada em cena de Sílvio Berlusconi também ofuscou Monti. Berlusconi, que obteve 22% dos votos na Câmara dos Deputados, chegou a propôr uma coligação de centro-direita entre os dois. Em 2008, Berlusconi tinha obtido 37, 6% dos votos.
REFERÊNCIAS:
Egipto vai voltar a ter viagens de balão
O Egipto vai voltar a ter viagens de balão que ficaram suspensas em Fevereiro depois de 19 pessoas morrerem durante um acidente de balão. (...)

Egipto vai voltar a ter viagens de balão
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-03-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Egipto vai voltar a ter viagens de balão que ficaram suspensas em Fevereiro depois de 19 pessoas morrerem durante um acidente de balão.
TEXTO: O Egipto vai voltar a ter viagens de balão que ficaram suspensas em Fevereiro depois de 19 pessoas morrerem durante um acidente de balão perto da cidade de Luxor. As vítimas foram, na sua maioria, turistas asiáticos e europeus que estavam no balão. O acidente aconteceu depois de se dar uma explosão de gás e o balão incendiar-se. Um egípcio morreu. As viagens de balão vão recomeçar a partir de 1 de Abril para duas companhias, disse o ministro da Aviação Wael al-Maadawi, num comunicado à agência noticiosa MENA. Segundo o ministro, as regras de segurança foram melhoradas o que vai assegurar um maior controlo na manutenção dos controladores dos balões ar quente. As viagens de balão são uma grande actividade turística no Egipto, embora tenham decaído desde a saída de Hosni Mubarak em 2011. Dois anos de instabilidade afastaram muitos turistas do país.
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Tempo Abril Fevereiro
Depois da Coreia do Norte, Google faz diplomacia económica na Birmânia
Eric Schmidt foi a Rangum pedir que os líderes do país que admitiu alguma democracia não controlem a Internet, quando o mercado de telecomunicações se está a abrir a investidores estrangeiros. (...)

Depois da Coreia do Norte, Google faz diplomacia económica na Birmânia
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.2
DATA: 2013-03-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Eric Schmidt foi a Rangum pedir que os líderes do país que admitiu alguma democracia não controlem a Internet, quando o mercado de telecomunicações se está a abrir a investidores estrangeiros.
TEXTO: Na segunda visita à Ásia desde o início do ano – a primeira foi à Coreia do Norte –, o presidente não executivo do Google argumentou nesta sexta-feira na Birmânia que a Internet fará com que o país não volte à ditadura. “O vosso Governo tomou uma decisão política incrivelmente importante: abrir o país a ideias estrangeiras, à Internet, às vossas próprias [tele]comunicações, aos vossos jornais”, disse na Universidade Tecnológica de Rangum, numa conferência intitulada Conversa entre Eric Schmidt e os Futuros Líderes da Birmânia, de onde seguiu, de acordo com a agenda oficial, para um encontro com o Presidente birmanês, Thein Sein. Durante a ditadura militar, o controlo sobre os meios de comunicação era apertado, mas tem vindo a ser progressivamente afrouxado desde Março de 2011, após quase cinco décadas de governo militar. Em Agosto do ano passado, o Governo anunciou o fim da censura prévia aos media. No próximo mês, surgirão os primeiros jornais privados. Nos sites, praticamente desapareceu o controlo sobre conteúdos, segundo um relatório da OpenNet Initiative, uma fundação que reúne universidades americanas e canadianas. “A Internet vai fazer com que seja impossível voltar atrás”, afirmou Schmidt, que, segundo a agência Reuters, recebeu um forte aplauso quando aconselhou o Governo a manter-se afastado da regulação da Internet. Naquele que era um dos países mais fechados do planeta, o acesso a telemóveis é escasso e à Internet ainda mais raro. A popopulação ronda os 60 milhões, mas, de acordo com o Banco Mundial, só 1% acedia à Internet em 2011. Relatos do jornal Times of India dão conta de que há alturas do dia em que é praticamente impossível aceder ao email devido à lentidão da rede, provocada por infra-estruturas débeis. Já a taxa de penetração de telemóveis, segundo dados governamentais, é de 9% (o Banco Mundial indicava 2, 5% em 2011), o que coloca o país quase no fim da tabela mundial e a uma grande distância de outros países da região, como o Camboja (70%) e a Tailândia (110%). Os cartões de telemóvel são vendidos a preços exorbitantes: mais de 200 dólares nos tempos recentes, o que corresponde a cerca de metade do salário mínimo anual estabelecido no ano passado. Na Tailândia, por exemplo, custam quatro dólares. O Governo birmanês, porém, já comunicou que vai baixar drasticamente os preços, como parte dos esforços para alcançar a meta de fazer com que oito em cada dez habitantes tenham um telemóvel em 2016. Oportunidades de negócioA expansão das telecomunicações nos populosos países asiáticos é uma oportunidade de negócio a que as multinacionais têm estado atentas, e o mercado de comunicações birmanês já despertou atenções. Em Janeiro, o Governo arrancou com o processo de atribuição de duas licenças para teleoperadores, convidando empresas estrangeiras a candidatarem-se. Pelo menos um operador norueguês, dois de Singapura e um da Malásia manifestaram interesse numa adjudicação que poderá estender-se por 20 anos. O Google lançou esta semana a versão birmanesa do motor de busca e Schmidt disse esperar que a empresa possa disponibilizar mais conteúdo local, incluindo os populares mapas Google e o serviço de fotografias Street View, os quais, observou, poderão ajudar a atrair turistas. Por outro lado, as duas fabricantes mais populares de telemóveis no país – a sul-coreana Samsung e a chinesa Huawei – usam o sistema Android (desenvolvido pelo Google) para equipar muitos dos seus modelos, o que ajudará a multinacional americana a atrair utilizadores para o seu vasto leque de serviços, muitos dos quais vêm pré-instalados nos modelos Android. A abertura da Birmânia contrasta com a postura da Coreia do Norte, país ao qual o presidente do Google fez em Janeiro uma visita, muito mediatizada, mas classificada como pessoal. Schmidt observou mais tarde que a decisão de permanecer isolada fará com que seja “muito difícil” para a Coreia do Norte ter crescimento económico e apelou a que o país abrisse o uso da Internet. Já nesta semana, a caminho da Birmânia, Schmidt passou pela Índia, onde a empresa americana tem instalações e um centro de investigação. Esteve reunido com start-ups locais, apelou a medidas que fomentem o empreendedorismo tecnológico e aproveitou para criticar a legislação aprovada no ano passado, que obriga as empresas que operam online a vigiarem os conteúdos publicados pelos utilizadores.
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Palavras-chave salário
Neozelandesa Fonterra retira do mercado leite em pó contaminado
Empresa garante não haver risco para os consumidores. Com mais cinco empresas, o grupo de lacticínio foi condenado na China por concertação de preços. (...)

Neozelandesa Fonterra retira do mercado leite em pó contaminado
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.136
DATA: 2013-08-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Empresa garante não haver risco para os consumidores. Com mais cinco empresas, o grupo de lacticínio foi condenado na China por concertação de preços.
TEXTO: A Fonterra, a maior empresa de lacticínios neozelandesa, retirou do mercado todos os lotes de leite em pó suspeitos de estarem contaminados por uma bactéria que pode causar botulismo e ser fatal. A garantia foi deixada pelo presidente do grupo, Theo Spierings, que nesta quarta-feira fez saber que todas as remessas foram retiradas de venda. “A mercadoria está nos armazéns e não há praticamente risco para os consumidores”, assegurou. Em causa está a contaminação de um produto de soro de leite usado para o fabrico de leite de bebé e bebidas desportivas, que afectou várias pessoas e já obrigara o gigante agro-alimentar (uma cooperativa que junta 13. 000 agricultores) a pedir desculpas públicas pelo sucedido. O produto contaminado foi elaborado em Maio do ano passado, mas só em Março seguinte foi detectada a presença de Clostridium bolulinium, a bactéria que causa bolutismo, infecção que pode provocar paralisia muscular e ser potencialmente fatal. O caso levou também o grupo norte-americano Abbott a retirar esta semana duas remessas de leite em pó na China, uma vez que o grupo adquiriu à Fonterra o concentrado de proteína de soro de leite que alegadamente está contaminado. Mas há mais sete clientes a quem a empresa neozelandesa vendeu o produto. A Fonterra tem sido acusada de reagir tarde, o que levou há dias o primeiro-ministro da Nova Zelândia, John Jey, a alertar para as consequências do caso na reputação do país como fornecedor mundial de produtos lácteos, em particular para países asiáticos onde o leite para bebés é considerado seguro e de referência. O grupo neozelandês garantira que os produtos da marca estão seguros, mas as autoridades da Rússia, China, Tailândia, Vietname, Singapura e Malásia ordenaram que fossem retirados das prateleiras os produtos de leite em pó provenientes da Nova Zelândia. Com uma produção de 15, 4 mil milhões de litros de leite por ano, a Fonterra é um dos principais exportadores de produtos lácteos a nível mundial (um quarto das suas vendas está no mercado externo) e tem na China com um dos maiores destinos de venda. Multa de 82 milhões de euros a seis empresasNum caso separado, a Fonterra e outras cinco empresas estrangeiras do sector de lacticínios foram multadas na China pela prática ilícita de concertação de preços. Segundo a Reuters, a coima aplicada chega a 82 milhões de euros. Foram condenadas as norte-americanas Mead Johnson (num valor equivalente a 25 milhões de euros) e Abbott (9, 4 milhões de euros), a chinesa Biostime (20 milhões), o grupo holandês Friesland (5, 9 milhões) e a subsidária da francesa Danone, a Dumex (21, 1 milhões de euros). À Fonterra, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma chinesa aplicou uma coima de 550 mil euros. Quando veio a público que a entidade chinesa de supervisão económica investigava as empresas do sector dos lacticínios, a Abbott e a Royal Friesland (produtora holandesa da marca Friso) anunciou de imediato uma baixa de preços. O mesmo fizeram a Danone, a Wyeth Nutrition (subsidiária da Nestlé), a Meiji e o fabricante chinês Beingmate – as três últimas não foram abrangidas pelas coimas da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, com quem colaboraram antecipadamente para evitar multas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave chinês