Obama defende na Indonésia expansão dos laços com países muçulmanos
“É maravilhoso poder estar de volta na Indonésia”, proclamou o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, à chegada ao país onde viveu durante quatro anos na sua infância e cuja visita teve de adiar por duas vezes por vicissitudes da política interna norte-americana. (...)

Obama defende na Indonésia expansão dos laços com países muçulmanos
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-11-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: “É maravilhoso poder estar de volta na Indonésia”, proclamou o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, à chegada ao país onde viveu durante quatro anos na sua infância e cuja visita teve de adiar por duas vezes por vicissitudes da política interna norte-americana.
TEXTO: O Presidente norte-americano e a mulher foram recebidos em Jacarta como um filho pródigo que regressa a casa – até a delegação de jornalistas que seguiu a aterragem do Air Force One irrompeu em aplausos. Apesar da recepção calorosa, Obama poderá ter de abreviar a sua visita e abandonar o país antes do que o previsto: não está ainda afastada a hipótese de uma massa de cinza vulcânica, resultante da erupção do vulcão do monte Merapi, paralisar o tráfego aéreo da região e o Presidente norte-americano tem mais duas etapas para cumprir no seu périplo asiático de dez dias. A agenda em Jacarta é vasta e ambiciosa, e prevê o aprofundamento da cooperação entre os Estados Unidos e a Indonésia em três níveis: nas relações comerciais, políticas e de segurança e defesa. Mas as primeiras – e mais significativas -- palavras do Presidente americano foram para a vasta população muçulmana (e, além fronteiras, para o mundo árabe em geral). Ao lado do Presidente indonésio Susilo Bambang Yudhoyono, Obama disse que “estamos no bom caminho para uma melhor compreensão do mundo muçulmano”, acrescentando todavia “que ainda há muito trabalho a fazer”. “Sei que não vamos eliminar completamente os desentendimentos e desconfianças que se”, reconheceu o Presidente dos Estados Unidos, que no ano passado, num discurso na Universidade do Cairo, definiu os termos da sua política de “mão estendida” aos muçulmanos. Questionado sobre os resultados dessa política, Obama disse que se tratava de um “projecto sério e sustentado”, mas também “incompleto”. Em concreto, Obama referiu-se ao processo negocial entre israelitas e palestinianos, que está a ser mediado pela sua Administração. O Presidente exprimiu preocupação com o possível impasse das negociações, e criticou as duas partes envolvidas por, no seu entender, “não estarem a fazer um grande esforço para encontrar um compromisso que assegure a paz”. Obama apontou a retomada da construção de apartamentos nos colonatos judaicos da Cisjordânia como o exemplo do “tipo de actividade que não contribui em nada para as negociações de paz”.
REFERÊNCIAS:
Étnia Asiático
Suu Kyi já está em liberdade e agora terá de unir a oposição
Aung San Suu Kyi afirmou uma vez: "A verdadeira liberdade é a libertação do medo". Ontem, acabou a sua prisão domiciliária. Agora irá cumprir o que tomou como a missão de uma vida: acabar com o temor que a junta militar ainda espalha pelos birmaneses. (...)

Suu Kyi já está em liberdade e agora terá de unir a oposição
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.4
DATA: 2010-11-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Aung San Suu Kyi afirmou uma vez: "A verdadeira liberdade é a libertação do medo". Ontem, acabou a sua prisão domiciliária. Agora irá cumprir o que tomou como a missão de uma vida: acabar com o temor que a junta militar ainda espalha pelos birmaneses.
TEXTO: Aproxima-se serenamente do gradeamento encarnado que separa os jardins da sua casa da rua, onde estão dois mil apoiantes à espera. Com toda a tranquilidade ajeita as flores com que enfeita o cabelo, como sempre, apanhado atrás. Erguem-se braços no ar, com câmaras fotográficas ou em aplausos. Há anos que a mais carismática dissidente da Birmânia - e uma das mais famosas prisioneiras políticas do mundo, se não mesmo a mais famosa - está proibida de se dirigir a uma multidão. As suas palavras serão difíceis de entender no meio de gritos de boas-vindas, mas o repórter da Reuters ouviu isto: "Devemos trabalhar juntos. Só assim iremos atingir o nosso objectivo. . . Quando chegar a altura de falar, não se calem. "Depois, a líder da Liga Nacional para a Democracia (LND) regressou a casa para a primeira reunião com o seu partido em quase sete anos. Hoje, deverá encontrar-se com apoiantes. Havia dúvidas sobre se a junta militar iria impor alguma restrição à liberdade de movimentos de Suu Kyi, que na quinta-feira fez saber que não aceitaria uma libertação condicional. Ontem, um responsável assegurou sob anonimato à AFP: "Ela é totalmente livre, não há qualquer condição. "Isto não quer dizer que se mantenha assim. É certo que estará sempre sob "vigilância apertada"; e "se for demasiado directa quanto às irregularidades das eleições [do dia 7], provavelmente será outra vez acusada de alguma coisa", declara ao PÚBLICO Diane Mauzy, especialista em Sudeste Asiático da University of British Columbia (Canadá). "[O generalíssimo] Then Shwe não a suporta. "A última das suas penas de prisão domiciliária terminava em 2009, mas um incidente com um americano que apareceu em sua casa atravessando a nado o lago que a rodeia deu o argumento à junta que os termos da sua detenção tinham sido quebrados. Foi condenada a outros 18 meses, o tempo suficiente para ficar impedida de participar nas eleições. A maior ameaça individualMas nem os últimos sete anos de clausura esvaneceram o seu papel como factor de unidade de todos os que se opõem à ditadura militar. "Ela continua a ser a maior ameaça individual, [ainda que] colectivamente os monges representem uma ameaça maior", continua Mauzy. Em 2007, a "revolta de açafrão" dos monges budistas resultou em 31 mortos e 74 desaparecidos, e em centenas de detenções. A Birmânia ocupou durante semanas as primeiras páginas da imprensa internacional. O país não conheceu ainda a abertura política pela qual Suu Kyi luta há mais de 20 anos. Mas algumas coisas mudaram. Há exactamente uma semana, os birmaneses foram chamados às urnas para as primeiras legislativas em duas décadas. Não tanto para uma partilha de poder entre militares e oposição (o vencedor foi o Partido da Solidariedade e Desenvolvimento da União, pró-regime), mas sobretudo para uma redistribuição dos poderes dentro da junta militar, salientava o Bangkok Post. O diário vê um papel muito especial para a Nobel da Paz. "Ela deve aproveitar esta oportunidade para juntar as várias facções da oposição e das minorias étnicas. Uma tarefa difícil. " Sobretudo tendo em conta esta realidade: em duas décadas de activismo, Aung San Suu Kyi tem pouca experiência de vida política no terreno porque passou 15 anos detida. "Não sei que papel vai poder desempenhar. Tentará unir a oposição", diz também Mauzy. "Tem a autoridade moral, mas poucas opções. "Com o boicote da LND às eleições - que Suu Kyi acusou de serem uma farsa, em coro com vários responsáveis e analistas internacionais - o partido teve de ser desmantelado e um outro grupo, que defendia a participação, emergiu. "Participar ou boicotar, ela tinha um dilema. E está agora a tornar-se, aos 65 anos, uma espécie de "já era"", continua Mauzy. "Começam a surgir histórias de a Birmânia andar para a frente sem ela. "
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Aprendemos que o Ocidente já não é o centro do mundo
O mundo deixou de ter um "centro" para ter vários. A Ásia adoptou os pilares da sabedoria ocidental e ressurge. Não é do "declínio" americano ou ocidental que se trata, mas da "ascensão do Resto" do mundo. (...)

Aprendemos que o Ocidente já não é o centro do mundo
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento -0.1
DATA: 2010-12-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: O mundo deixou de ter um "centro" para ter vários. A Ásia adoptou os pilares da sabedoria ocidental e ressurge. Não é do "declínio" americano ou ocidental que se trata, mas da "ascensão do Resto" do mundo.
TEXTO: 1. O Ocidente continuará forte mas deixará de dominar o mundo, declarou há semanas, em Milão, Kishore Mahbubani, professor e antigo diplomata de Singapura. "Os Estados Unidos e a Europa foram óptimos guardiões da ordem mundial, mas agora estão em retirada. " O título do último livro de Mahbubani, publicado em 2008, dispensa comentários: O Novo Hemisfério Asiático - A Irresistível Mudança do Poder Global para o Leste. A mudança começa na "transferência da riqueza": o conjunto do Produto Nacional Bruto do G7 será ultrapassado em 2020 pelo conjunto do "E7", os "emergentes" com maior projecção político-económica - Brasil, Rússia, Índia, China (os BRIC), México, Indonésia e Turquia. A "transferência do poder" é mais complicada. Também em 2008 o indo-americano Fareed Zakaria, então director da Newsweek International, publicava uma obra de choque: O Mundo Pós-americano. É uma nova ordem multipolar. Militarmente, a América continua a ser uma "potência única", mas está politicamente enfraquecida. Tem uma base económica e tecnológica extremamente forte. Não se trata do "declínio" americano ou ocidental mas da "ascensão do Resto". Ou os EUA se adaptam ao novo mundo, para o modelar e estabilizar, ou suscitarão vagas de nacionalismo nos "países do Resto", concluía. O problema maior é a China, não por crescer mas porque "opera numa tão grande escala que se torna capaz de mudar a natureza do jogo". O termo "Resto" é uma ironia: até há poucos anos, era vulgar um quadro distribuir os grandes indicadores económicos em duas colunas - "Ocidente" e "Resto do Mundo". 2. É interessante olhar a questão Ocidente-Oriente por um prisma asiático. Singapurense de origem indiana, Mahbubani é um arauto da "ressurgência" da Ásia. Que diz ele?Reflectindo a ambivalência asiática, antes de acusar, celebra o Ocidente. "Os Estados ocidentais alcançaram o auge do desenvolvimento humano: não só "zero guerras" mas também "zero perspectiva de guerra" entre ocidentais. " O que não é um dado adquirido na Ásia - Coreia, China-Japão, Índia-Paquistão encerram pesadas ameaças. Faz a apologia dos "sete pilares da sabedoria ocidental": mercado livre, ciência e tecnologia, meritocracia, pragmatismo, primado da lei, educação e cultura de paz. Por que ressurge a Ásia? Porque decidiu adoptar aqueles "pilares", seguindo o exemplo do Japão. O paradoxo do seu "milagre económico" é que ele se deve às políticas de comércio livre dos EUA e da Europa. Depois, equaciona o novo conflito. O Ocidente desenhou, no fim da II Guerra Mundial, uma ordem multilateral, com base nas Nações Unidas. Os asiáticos não a contestam, pois "foram os grandes beneficiários". Querem a sua reestruturação. "A Ásia não quer dominar o Ocidente", quer forçá-lo a abrir mão do domínio sobre as instituições globais, do FMI ao Banco Mundial, do G7 ao Conselho de Segurança da ONU. A crise financeira já levou à substituição do G7 pelo G20 e a uma correcção de forças no FMI. Mas os "emergentes" pedem mais e querem ter uma palavra na gestão das crises internacionais. O mundo seria mais bem governado pela "competência asiática" do que pela "incompetência ocidental", argumenta Mahbubani. Atribui à irresponsabilidade americana e aos seus mitos económicos a crise que ameaça desestabilizar o capitalismo. E a guerra do Iraque, à revelia do Conselho de Segurança, acelerou o declínio do Ocidente, em termos de poderio e de descrédito dos seus valores e instituições. "A incapacidade do Ocidente de admitir o carácter inviável da sua dominação mundial representa um grave perigo para o mundo. (. . . ) Haverá uma verdadeira crise da gestão da ordem mundial se não mudar de rumo. " A liderança americana está enfraquecida mas a China e a Índia não têm os atributos necessários para a substituir. Reconhece: "Um vazio de liderança global é perigoso. "
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Cientista da equipa que descobriu novo humano diz que este se reproduziu connosco
Pelo menos até há 30 a 50 mil anos, um grupo de humanos desconhecidos até agora, os denisovanos, coexistiram com os Neandertais e a nossa espécie (os humanos modernos). Mais: houve mistura genética entre os denisovanos e nós, uma conclusão de novas análises genéticas aos achados da gruta Denisova, na Sibéria. Um dos cientistas da equipa, Bence Viola, do Instituto Max Planck para a Antropologia Evolutiva, Alemanha, diz que há 100 mil anos a diversidade humana era muito maior do que pensávamos. (...)

Cientista da equipa que descobriu novo humano diz que este se reproduziu connosco
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.068
DATA: 2010-12-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pelo menos até há 30 a 50 mil anos, um grupo de humanos desconhecidos até agora, os denisovanos, coexistiram com os Neandertais e a nossa espécie (os humanos modernos). Mais: houve mistura genética entre os denisovanos e nós, uma conclusão de novas análises genéticas aos achados da gruta Denisova, na Sibéria. Um dos cientistas da equipa, Bence Viola, do Instituto Max Planck para a Antropologia Evolutiva, Alemanha, diz que há 100 mil anos a diversidade humana era muito maior do que pensávamos.
TEXTO: Os denisovanos são uma nova espécie de humanos?Não falamos da questão de os denisovanos serem ou não uma nova espécie, porque é difícil responder a isso com os dados genéticos. Utilizando a definição biológica aceite, segundo a qual os membros de diferentes espécies são reprodutivamente isolados, pelo que não têm descendência, é difícil declarar os denisovanos - e também os Neandertais - como uma espécie separada, uma vez que se reproduziram claramente com os humanos modernos. Em geral, estes resultados levam-nos a repensar, pelo menos a mim, o conceito de espécie na evolução humana. Qual a importância da descoberta desta forma de humanos antigos? Esta descoberta mostra que vários grupos humanos - alguns diriam espécies - habitaram a Terra ao mesmo tempo há cerca de 100 a 80 mil anos. Há 100 mil anos pode ter havido cinco grupos de humanos: teríamos os humanos modernos (os nossos antepassados directos) em África; os Neandertais na Europa e em parte do Próximo Oriente; os denisovanos na Sibéria e possivelmente em parte do Sudeste asiático; talvez o Homo erectus tardio em Java, na Indonésia; e a forma anã do Homo floresiensis na ilhas das Flores, Indonésia. Isto é bastante diferente do que pensávamos há dez anos, pois nessa altura supunha-se só existirem os humanos modernos e os Neandertais. Quando se extinguiram os denisovanos? E porquê? Não sabemos. Embora pensemos que provavelmente se espalharam pela Ásia, não temos qualquer prova clara disso noutro sítio [além dos achados na gruta Denisova, na Sibéria]. A sua extinção deve ter acontecido depois de há 50 mil anos, que é a idade mais provável dos achados de Denisova. Provavelmente, isto aconteceu ao mesmo tempo que a extinção dos Neandertais [há 30 mil anos]. Não temos modelos para as razões por que se extinguiram, mas talvez a competição com os humanos modernos seja uma boa razão. Temos um osso e um dente destes humanos na Sibéria. Mas, bastante longe, a sua equipa também descobriu que as actuais populações da Melanésia apresentam traços genéticos desses humanos. As migrações deles são um quebra-cabeças?São. Sabemos que os seus antepassados saíram de África a certa altura, mas não sabemos quando. Eles acabaram na Ásia, mas só temos provas claras deles na Sibéria. Pensamos que estiveram noutras partes da Ásia, como no Sul da China, uma vez que sabemos [através de análises genéticas] que encontraram os melanésios, habitantes da Papuásia-Nova Guiné e Ilhas Salomão. É pouco provável que estes tipos tenham ido primeiro para norte, para a Sibéria, para depois virem para sul em direcção ao Pacífico. Estamos só a começar a compreender o que se passou na Ásia. Por que é que essa rota logo para norte é pouco provável? A maioria das pessoas supõe que os antepassados dos melanésios [já humanos modernos], após saírem de África, seguiram uma rota através da costa Sul e Sudeste da Ásia. Por isso, a ideia de que os denisovanos foram primeiro para a Sibéria e depois é que viraram para sul parece menos provável. Qual é a maior surpresa que este achado trouxe?
REFERÊNCIAS:
Étnia Asiático
Nós, os Neandertais e agora também a Mulher-X
Era uma mulher. Viveu entre há 30 a 50 mil anos. E, sem que o suspeitássemos até agora, pertencia a um grupo de humanos diferente de nós, mas que se reproduziu com a nossa espécie. Eis a Mulher-X, o primeiro indivíduo identificado desse grupo. (...)

Nós, os Neandertais e agora também a Mulher-X
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Era uma mulher. Viveu entre há 30 a 50 mil anos. E, sem que o suspeitássemos até agora, pertencia a um grupo de humanos diferente de nós, mas que se reproduziu com a nossa espécie. Eis a Mulher-X, o primeiro indivíduo identificado desse grupo.
TEXTO: Este novo capítulo na história complexa da nossa espécie, os humanos modernos ou Homo sapiens sapiens, é contado amanha na revista Nature, pela equipa de Svante Pääbo, guru mundial da paleoantropologia genética do Instituto Max Planck para a Antropologia Evolutiva, em Leipzig, na Alemanha. Em 2008, encontrava-se a ponta do dedo de um humano na Sibéria, na gruta Denisova. Pensando estar perante a falange de um humano moderno, talvez de um Neandertal com sorte, a equipa de Pääbo sequenciou o ADN extraído desse pedaço de osso — não o ADN do núcleo das células, mas o que está nas mitocôndrias, as baterias das células e que é herdado só pela parte da mãe. Quando viram os resultados, os cientistas não queriam acreditar: tinham em mãos ADN de um humano antigo desconhecido, pertencente a uma linhagem diferente das duas que até aqui se sabia terem habitado a Europa e a Ásia nessa altura — os humanos modernos, que saíram de África há cerca de 60 mil anos, e os Neandertais, que surgiram na Europa e Médio Oriente há 300 mil anos e extinguiram há cerca de 30 mil. Em Março último, a equipa revelou esses resultados, também na Nature, e espantou toda a gente. Era também a primeira vez que um novo grupo de humanos era descrito não a partir da morfologia dos seus ossos fossilizados, mas da sua sequência de ADN. Só pelo ADN das mitocôndrias, que está fora do núcleo das células, os cientistas não podiam saber se aquela falange, de um indivíduo com cinco a sete anos de idade, era de homem ou mulher. Mas deram-lhe a alcunha de Mulher-X, porque o ADN mitocondrial é matrilinear e porque gostavam de imaginar que era de uma mulher. Depois, partiram para a sequenciação do ADN contido no núcleo celular e é a análise desses resultados que agora publicam. Além de confirmarem que a falange é mesmo feminina, os cientistas dizem que este novo grupo de humanos partilha um antepassado comum com os Neandertais, mas cada um seguiu uma história evolutiva diferente. Portanto, há 50 mil anos, além de nós e dos Neandertais, havia um terceiro grupo de humanos. Chamaram-lhe denisovanos. Também sequenciaram agora o ADN mitocondrial retirado de um dente molar de outro indivíduo, um jovem adulto, descoberto na mesma gruta. Tanto o ADN como a morfologia do dente corroboram que se trata de um humano distinto dos Neandertais e da nossa espécie. Durante décadas, discutiu-se se os Neandertais se teriam reproduzido ou não com a nossa espécie e se, apesar de extintos, haveria um bocadinho deles dentro de nós. Em Maio, o mesmo Pääbo pôs um ponto final na polémica, com a sequenciação do genoma dos Neandertais, dizendo que sim, que nos actuais euroasiáticos há um pouco de Neandertal. E agora a sua equipa diz que nos humanos modernos há igualmente um pouco dos denisovanos. Mas, ao contrário dos Neandertais, os denisovanos não contribuíram geneticamente para os euroasiáticos actuais. As comparações genéticas entre os denisovanos e humanos modernos da Euroásia, África e Melanésia mostraram que são estes últimos que herdaram os seus genes. De facto, a equipa descobriu que os naturais da Papuásia-Nova Guiné e das Ilhas Salomão partilham um número elevado de traços genéticos com os denisovanos, o que sugere que houve reprodução entre estes humanos até há poucos meses desconhecidos e os antepassados dos melanésios. Sozinhos há pouco tempo“Em conjunto com a sequenciação do genoma dos Neandertais, o genoma dos denisovanos sugere uma imagem complexa das interacções genéticas entre os nossos antepassados e diferentes grupos antigos de hominíneos”, comenta Pääbo, citado num comunicado de imprensa do seu instituto. “O facto de os denisovanos terem sido descobertos no Sul da Sibéria, mas terem contribuído para o material genético de populações de humanos modernos da Papuásia-Nova Guiné sugere que os denisovanos podem ter-se espalhado pela Ásia”, diz.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave humanos mulher homem espécie feminina
Preços batem recorde e geram receios de nova crise alimentar
Numa altura em que ainda estão bem vivas as marcas da última crise alimentar, em 2008, o mundo arrisca-se a voltar a passar pelo mesmo. (...)

Preços batem recorde e geram receios de nova crise alimentar
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.136
DATA: 2011-01-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Numa altura em que ainda estão bem vivas as marcas da última crise alimentar, em 2008, o mundo arrisca-se a voltar a passar pelo mesmo.
TEXTO: Os preços dos alimentos atingiram em Dezembro máximos históricos, retomando a ameaça de uma crise alimentar e das suas consequências: medidas proteccionistas, mais pobreza e protestos nos países menos desenvolvidos. Em Dezembro, o índice de preços da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), que reúne 55 matérias-primas alimentares, bateu um recorde histórico. Foi o sexto mês consecutivo de aumento. E já fez vítimas. Em Setembro de 2010, 13 pessoas foram mortas em Moçambique durante os protestos contra um aumento de 30 por cento no preço do pão, que disparou devido à escalada dos preços do trigo. Embora a subida dos preços alimentares ainda não tenha atingido a dimensão de 2008 - quando vários países em desenvolvimento foram sacudidos por revoltas populares, como o Egipto, os Camarões ou o Haiti -, está já a despertar a preocupação de várias nações, nomeadamente do continente asiático. Na China e na Índia, por exemplo, a inflação já chegou aos dois dígitos. As autoridades mostram-se cada vez mais receosas de que a economia seja posta sob pressão, gerando instabilidade social num continente onde milhões de pessoas vivem na pobreza. Alguns países asiáticos já tomaram medidas para tentar travar uma nova crise alimentar, como é o caso da China, que vai destinar subsídios para compra de comida às famílias mais pobres. Já o Governo da Indonésia apelou às famílias para que plantem alimentos, contendo a inflação. Além de movimentos especulativos, a escalada dos alimentos deve-se ao crescente apetite por parte da China e da Índia e à própria subida do petróleo.
REFERÊNCIAS:
Étnia Asiático
O mapa-mundo do património português
Como se define o que é o património português no mundo? É tudo o que foi construído pelos portugueses? Ou tudo o que, de uma forma ou outra, foi influenciado pela presença de portugueses? A Gulbenkian acaba de editar três volumes com um levantamento inédito. (...)

O mapa-mundo do património português
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Como se define o que é o património português no mundo? É tudo o que foi construído pelos portugueses? Ou tudo o que, de uma forma ou outra, foi influenciado pela presença de portugueses? A Gulbenkian acaba de editar três volumes com um levantamento inédito.
TEXTO: Igrejas, claro, mas também fortalezas, prisões, armazéns, sedes de bancos, hotéis, liceus, cinemas, estações de correios, fábricas, roças em São Tomé, ruas e praças no Mindelo, sobrados no Brasil, casas particulares e grandes edifícios de habitação. Brasil, claro, mas também Angola, Moçambique, São Tomé, Cabo Verde. E Timor e Índia, mas também Sri Lanka e Macau, Indonésia e Birmânia, Etiópia e Tanzânia. A Fundação Calouste Gulbenkian acaba de lançar três volumes com o levantamento do património que os portugueses espalharam pelo mundo. É uma obra de peso - em mais do que um sentido. Hoje, a partir das 15 horas, a Universidade de Coimbra organiza uma discussão crítica do projecto Património de Origem Portuguesa no Mundo. José Mattoso, que foi o coordenador do trabalho (com Mafalda Soares da Cunha), vai conversar com o professor catedrático Joaquim Romero de Magalhães, o historiador António Manuel Hespanha e o antropólogo João Pina Cabral. A primeira pergunta que surge assim que começamos a folhear a obra e deparamos com construções tão diferentes em sítios tão diferentes do mundo (só se incluíram estruturas que ainda existem) é: como se define o que é "de origem portuguesa"? O arquitecto Walter Rossa (que coordenou o volume dedicado à Ásia) revê-se mais no conceito de "influência" do que no de "origem", que implica uma iniciativa portuguesa (ligada em princípio à ideia de soberania sobre o território). "No caso da Ásia, se utilizasse o conceito de origem teria que reduzir muito consideravelmente o número de itens", diz. "O que temos aí são iniciativas em que os portugueses têm uma maior ou menor participação. Há áreas enormes, o golfo de Bengala, todo o Sudeste Asiático, onde Portugal não teve nunca soberania, mas em que há um papel da Igreja portuguesa, do Padroado, e de aventureiros que faziam parte da máquina portuguesa. " O caso asiático é, sublinha, "completamente diferente do do Brasil [o volume da América do Sul é coordenado por Renata Malcher de Araújo], onde havia uma civilização muito incipiente e que do ponto de vista da cultura edificada tinha pouca expressão". Na Ásia a contribuição dos portugueses funde-se com outras. "Quando olhamos para uma igreja goesa, o que vemos é uma igreja goesa, não é nem indiana nem portuguesa, mas resulta de uma fusão cultural. "No caso do Norte de África, mar Vermelho e Golfo Pérsico, Filipe Themudo Barata seguiu uma lógica semelhante. "Para mim, património de origem portuguesa seria aquele que serviria os interesses estratégicos coloniais do império português. O problema é que havia muitas situações em que os portugueses tinham arquitectos árabes ou estrangeiros a trabalhar para eles. Ou, noutros casos, como aconteceu depois da batalha de Alcácer Quibir, eram provavelmente arquitectos e engenheiros portugueses, mas prisioneiros, que voltaram a construir as fortificações de Larache. "Também o arquitecto José Manuel Fernandes, que se ocupou da África subsariana, diz preferir "o termo "matriz", ao modo do [escritor] José Eduardo Agualusa, em vez de "origem"". Isto porque "a presença ou influência portuguesa foi múltipla (em muitos territórios diferenciados, um pouco por todo o continente e ilhas vizinhas), longuíssima no tempo (quase seiscentos anos, 1415-1975), e portanto expressa em tipologias de imensa variedade (tardo-medieval, clássico-barroco, romântico-industrial, arquitectura modernista)". O mesmo não sucedeu na América ou na Ásia, "apenas no diminuto Macau e no rarefeito Timor".
REFERÊNCIAS:
PJ liberta mulher raptada em Vila do Conde há uma semana
A Polícia Judiciária (PJ) deteve um cidadão de origem estrangeira como presumível autor de crime de rapto de que foi vítima uma sua concidadã levado a cabo, durante a noite de 25 de Janeiro, na zona de Vila do Conde. (...)

PJ liberta mulher raptada em Vila do Conde há uma semana
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-02-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Polícia Judiciária (PJ) deteve um cidadão de origem estrangeira como presumível autor de crime de rapto de que foi vítima uma sua concidadã levado a cabo, durante a noite de 25 de Janeiro, na zona de Vila do Conde.
TEXTO: Segundo a PJ, a vítima, uma empresária de 41 anos, terá sido “violentamente interceptada quando regressava apeada à sua residência e logo introduzida numa viatura automóvel de propriedade do ora arguido onde, depois de aproximadamente uma hora de viagem, foi ameaçada de morte e amordaçada e, após, amarrada a uma árvore, em zona de mato afastada de qualquer urbanização”:A polícia de investigação revela ainda que a vítima terá permanecido amarrada “por um período aproximado de vinte minutos". Depois "foi desamarrada da árvore e novamente introduzida na viatura automóvel do detido, que a transportou até à zona de Vila Nova de Famalicão”, onde a colocou “sob sequestro num apartamento” até ontem, quando foi resgatada – “em bom estado de saúde, apesar de todas as privações e ameaças” - por elementos da PJ. O rapto ter-se-á enquadrado “num plano de constrangimento de terceira pessoa ao pagamento de dívida alegadamente existente a crédito do arguido, que, entretanto, foi frustrado devido à acção de investigação e intervenção conduzida. ”O detido, com 43 anos de idade e empresário dos ramos da restauração e vestuário, vai ser presente a interrogatório judicial para aplicação das medidas de coacção tidas por adequadas. O "Expresso" avança que a vítima e o alegado agressor são chineses, podendo o crime estar ligado a máfias com origem neste país asiático. O PÚBLICO contactou a PJ do Porto para confirmar esta informação, estando ainda a aguardar resposta. Notícia actualizada às 16h15
REFERÊNCIAS:
Entidades PJ
A Internet Interplanetária está a caminho
“Quando é que poderemos ter Internet noutros planetas?” A pergunta foi feita por um telespectador, via Facebook, a um dos “pais” da Internet, o americano Vint Cerf. E a resposta a esta pergunta, dada perante as câmaras da CNN, parece ser esta: mais cedo do que julgávamos. (...)

A Internet Interplanetária está a caminho
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-02-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: “Quando é que poderemos ter Internet noutros planetas?” A pergunta foi feita por um telespectador, via Facebook, a um dos “pais” da Internet, o americano Vint Cerf. E a resposta a esta pergunta, dada perante as câmaras da CNN, parece ser esta: mais cedo do que julgávamos.
TEXTO: “Na verdade existe um projecto chamado Internet Interplanetária. Estou a trabalhar nele desde 1998, com a NASA”, respondeu Cerf, a partir dos estúdios da CNN. O actual funcionário da Google - onde ostenta o título de Chief Internet Evangelist - explicou que estão actualmente a ser testados novos protocolos de comunicação entre naves espaciais e destas com a Terra. “Temos novos protocolos, que são necessários para se fazerem as comunicações interplanetárias. Porque o actual sistema TCP/IP [o protocolo em que se baseia a Internet, que permite a entrega, de modo fiável e ordeiro, de ‘pacotes’ de informação de uma máquina para outra] simplesmente não funciona com viagens de ida e volta que duram 48 horas”, explicou Cerf. “Por isso, a resposta [à pergunta do leitor] é: ‘Estamos quase prontos para fazer a comunicação com Marte, com missões que decorrerão em 2015 e 2016. Algumas pessoas dizem: ‘És maluco, estás à espera de comunicar com extraterrestres?’ E eu digo: ‘Não, estou à espera que as naves espaciais possam comunicar entre elas e com a Terra’. É para isso que servem os novos protocolos”, disse ainda Cerf. O guru da Internet foi ainda questionado acerca de outros assuntos relacionados com a Internet. Nomeadamente os recentes acontecimentos no Egipto, onde um funcionário da Google, Wael Ghonim, foi considerado um dos mentores da revolução que começou por se alastrar pela Internet. Cerf aclarou que, apesar de a Google estar satisfeita por um dos seus funcionários ter usado a tecnologia para ajudar o seu povo, Wael Ghonim fê-lo durante as suas férias e em nome próprio. “Os telespectadores não devem ficar com a ideia que isto foi uma actividade da Google. Isto foi uma acção de Wael Ghonim, um homem que acreditava verdadeiramente naquilo que estava a fazer. Estamos contentes que ele tenha sido libertado. Ele representa o tipo de coisa que acontece num ambiente aberto como é o da Internet. Ele e o seu povo estavam desejosos de se exprimirem com impacto. E eu acho que toda a gente tem essa oportunidade no ambiente aberto da Internet. Gael conseguiu arranjar uma maneira de usar a tecnologia para ajudar o seu povo”. A China foi outro dos assuntos em foco durante a entrevista. O Google teve problemas, durante o ano passado, com a forte censura das autoridades chinesas aos resultados devolvidos pelo motor de busca. Isso originou uma transferência provisória dos servidores do gigante tecnológico para Hong Kong, a partir de onde o serviço não sofreria qualquer censura. A este propósito, Vint Cerf disse que a Google - apesar das dificuldades que possa encontrar em alguns países - tem de estar presente em todo o mundo, porque a Internet também está presente em todo o mundo. “Não nos podemos esquecer que uma enorme fatia dos utilizadores de Internet está no continente asiático. Há cerca de 800 milhões de asiáticos online, metade dos quais estão na China. Por isso, como é que nós não podemos, pelo menos tentar, estar nos seus mercados?”.
REFERÊNCIAS:
Entidades NASA
Para Sul ou para fora do país, o êxodo continua
Foi um movimento de aproximação que desencadeou um movimento contrário, de afastamento. Quando, no passado dia 11 de Março, as placas tectónicas colidiram com uma potência equivalente a 30 mil bombas atómicas de Hiroxima, os japoneses atingidos pela tragédia começaram a afastar-se do epicentro da catástrofe. Primeiro do sismo, depois do maremoto e finalmente das radiações. Foram três tragédias numa só. O Japão vive a sua pior catástrofe desde a II Guerra Mundial. Os estrangeiros estão em fuga e os japoneses afastam-se o mais possível do Nordeste do país. (...)

Para Sul ou para fora do país, o êxodo continua
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Foi um movimento de aproximação que desencadeou um movimento contrário, de afastamento. Quando, no passado dia 11 de Março, as placas tectónicas colidiram com uma potência equivalente a 30 mil bombas atómicas de Hiroxima, os japoneses atingidos pela tragédia começaram a afastar-se do epicentro da catástrofe. Primeiro do sismo, depois do maremoto e finalmente das radiações. Foram três tragédias numa só. O Japão vive a sua pior catástrofe desde a II Guerra Mundial. Os estrangeiros estão em fuga e os japoneses afastam-se o mais possível do Nordeste do país.
TEXTO: O “El País” relatava ontem a história de Mariko, uma mãe de dois filhos que decidiu abandonar Tóquio e rumar a sul, deixando o marido para trás. "As crianças estão muito inquietas. Desde sexta-feira passada que os alarmes de sismo não param de soar e eu estou preocupada com a radiação. Não aguentava mais estar em Tóquio", disse Mariko ao diário espanhol. Esta mãe resolveu aceitar o convite de uma amiga e apanhou um dos inúmeros comboios de alta velocidade que atravessam o país em direcção a Nara, perto de Osaka (Sul do país). A repórter do “El País” - que viajou de comboio até Hiroxima, cidade tristemente célebre por ter sido a primeira a ser bombardeada com uma ogiva atómica - descreve a viagem como estranhamente barulhenta. Os japoneses, normalmente reservados e silenciosos, começaram a rumar a sul e muitos levam crianças consigo, cujos risos e brincadeiras acabam por desanuviar o ambiente. As autoridades tentam, em regime de contra-relógio, evitar uma catástrofe nuclear na central de Fukushima, seriamente afectada pelo sismo e que ameaça lançar para atmosfera uma nuvem radioactiva. O Governo japonês pediu a todas as pessoas que vivam num raio de dez quilómetros da zona de exclusão (20 km a partir da central) para se manterem dentro de portas ou abandonarem aquela área. Mais de 200 mil pessoas já foram retiradas da zona, apesar de o Governo ter vindo a público dizer que os níveis de radiação não apresentam riscos imediatos para a saúde fora da área de exclusão. Os cidadãos americanos foram aconselhados pelas autoridades do seu país a manterem um raio de exclusão maior: 80 quilómetros. Um primeiro voo fretado pelas autoridades americanas levantou voo de Taiwan transportando cem pessoas - familiares de funcionários americanos, na sua maioria - de volta para os EUA. Estava previsto para ontem à tarde um novo voo. Um responsável americano precisou igualmente que catorze autocarros partiram de Tóquio para ir buscar cidadãos que ficaram bloqueados a norte da central nuclear acidentada. O Reino Unido também está a fazer transportar milhares de cidadãos de Tóquio e já começou a disponibilizar voos para Hong Kong. Paralelamente, Alemanha, França, Austrália e Nova Zelândia já advertiram os seus cidadãos para abandonarem Tóquio e o Nordeste do país. Como os voos comerciais para sair do Japão começaram a ficar esgotados, alguns países fretaram voos adicionais para retirar cidadãos do país asiático. Entretanto, os hotéis de Hong Kong tentam absorver o êxodo de pessoas provenientes do Japão. "Hong Kong é um refúgio natural para as empresas que procuram realojar as suas equipas fora do Japão", comentava ontem um porta-voz do hotel de luxo Langham, citado pela AFP. O JW Marriott, o Four Seasons e o Shangri-La também viram as suas reservas subir em flecha nos últimos dias. Para além dos hotéis, algumas instituições - como o Liceu Francês - e diversas casas privadas de Hong Kong vão igualmente acolher muitos estrangeiros que estavam no Japão na altura da catástrofe. Kevin Williams, um professor de Inglês, escolheu ficar. O consulado britânico de Sendai ofereceu-lhe um lugar num autocarro para longe da zona de exclusão que foi traçada em redor da central de Fukushima, mas ele não partiu. A namorada japonesa tentou convencê-lo a partir e ele ainda hesitou. "Tive um momento de pânico e só pensei em fugir", contou a um jornalista do “Guardian”. "Admito que é bastante assustadora a ideia de ficar aqui, mas seria ainda mais assustador pensar que tinha deixado Satomi [a namorada] sozinha". Os dois vão passar os próximos dias fechados em casa, sem abrir portas e janelas, à espera que o pior passe. O plano dos dois, depois de o pesadelo acabar, é casarem-se.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA