Aprendemos que o euro não chega para salvar o país das crises
Há duas alternativas para o futuro: ou a organização da zona euro muda, avançando para uma união mais forte, ou Portugal terá de se desenvolver pelos seus próprios meios. Mas, em 2002, já sabíamos que o crédito fácil não chegava para crescermos. (...)

Aprendemos que o euro não chega para salvar o país das crises
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Há duas alternativas para o futuro: ou a organização da zona euro muda, avançando para uma união mais forte, ou Portugal terá de se desenvolver pelos seus próprios meios. Mas, em 2002, já sabíamos que o crédito fácil não chegava para crescermos.
TEXTO: O Portugal do euro afinal também tem crises parecidas ao Portugal do escudo. Quando a economia nacional conseguiu, em 1999, ser uma das onze fundadoras da moeda única europeia, poucos eram os que acreditavam que o país voltasse a ter de enfrentar, como tinha acontecido por exemplo em 1983, uma crise grave de financiamento externo, em que apenas o recurso a ajudas externas permite resolver a situação. No entanto é isso que agora está de novo a acontecer. Desde 1999 até agora, os portugueses foram aprendendo muitas coisas sobre o euro. As primeiras foram as mais fáceis. Com a moeda única veio o fim do risco de desvalorização cambial, que tinha empurrado a economia para várias crises graves no passado. Por isso, os portugueses puderam começar a aceder, de forma bastante fácil e barata, ao financiamento externo. Os bancos e o Estado pediram dinheiro aos investidores estrangeiros e estes, porque Portugal já tinha o euro e não o escudo, passaram a conceder crédito a taxas apenas ligeiramente superiores ao que faziam às grandes economias europeias como a Alemanha ou a França. Com taxas tão baixas, muitas vezes inferiores à taxa de inflação, o crédito passou a ser o motor da economia portuguesa, com os particulares a pedirem empréstimos para a compra de casa e carro e as empresas para investirem. Nos últimos anos da década de 90 e no início do novo milénio todos, incluindo o Estado, aproveitaram o crédito fácil e barato para gastar mais e a economia cresceu rapidamente. Por volta de 2002, começou-se a perceber que não era possível, mesmo com o euro, crescer apenas à base do crédito e que, se não se fizesse nada de produtivo com o dinheiro emprestado, a uma certa altura a economia estagnava. Em 2003, o país entrou em recessão. As famílias já tinham um endividamento que superava os 100 por cento do seu rendimento disponível. As empresas eram as mais endividadas da Europa. E assim, apesar de o crédito continuar barato e atractivo, não tinham mesmo espaço de manobra para pedir mais empréstimos, reduzindo o ritmo de crescimento do consumo. Ao mesmo tempo, o Estado, para cumprir a regra dos três por cento do défice imposta por Bruxelas, também cortou na despesa e no investimento. Nos anos seguintes, o crescimento, quando surgiu, foi sempre lento e abaixo da média europeia. Ao fim de poucos anos de euro, com o impulso do crédito barato esgotado e com o país a perder quota de mercado nos produtos de mão-de-obra intensiva para as economias asiáticas, a estagnação económica passou a ser um cenário difícil de evitar. Ainda assim, nos mercados internacionais continuava a ver-se Portugal apenas como mais uma região do euro. As agências de rating atribuíam classificações elevadas ao país e o financiamento a custo baixo continuava a ser fornecido sem stress ao Estado e aos bancos nacionais. A moeda única não garantia que a economia crescesse, mas continuava a evitar uma crise de falta de financiamento de grande dimensão. Essa última ilusão esfumou-se com a crise financeira internacional dos últimos anos. Para salvar o sistema bancário e evitar um colapso das economias, os Estados de todo o mundo fizeram disparar os seus défices. As necessidades de financiamento do sector público atingiram recordes no mundo desenvolvido e os mercados, com menos liquidez entre mãos e com tantos Governos a pedir tanto dinheiro ao mesmo tempo, começaram a ser mais criteriosos em relação a quem emprestam o seu dinheiro. Mesmo dentro da zona euro. Primeiro viram as contas erradas da Grécia e, depois, viraram-se para os outros países que apresentavam níveis de endividamento mais altos e potenciais de crescimento mais baixos, como Portugal. E foi assim que, de forma repentina, o país se vê agora a braços com uma situação em que os bancos estão dependentes do Banco Central Europeu para obter financiamento no exterior e o Estado corre o risco de ter de recorrer ao fundo de emergência criado pela zona euro e pelo Fundo Monetário Internacional. Portugal, que desde 2003 estava, de forma lenta mas progressiva, a tentar corrigir dos excessos registados no momento da entrada no euro, vê-se agora na iminência de ter de fazer tudo atabalhoadamente e de uma vez só. Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal durante a maior parte do tempo desde a criação do euro e um dos que foram surpreendidos por esta súbita fragilidade de Portugal na zona euro, explicou o que sucedeu num discurso efectuado em Lisboa aos seus parceiros do BCE: "Era suposto a união monetária dar-nos tempo para um processo gradual de reequilíbrio. A crise financeira interrompeu esse processo (. . . ), agora temos de fazer um ajustamento mais abrupto, mais rápido e mais severo. "Aprendemos esta década que aquilo que o euro é suposto dar-nos pode não se concretizar e que ou a forma como a zona euro está organizada muda, avançando para uma união ainda mais forte, ou a economia portuguesa tem de encontrar, sem receitas mágicas e por si própria, uma forma de crescer e desenvolver-se.
REFERÊNCIAS:
Estado português planeia entre 13 e 15 emissões de dívida no primeiro trimestre
O Estado português deverá, durante o primeiro trimestre de 2011, efectuar entre 13 e 15 novos leilões de obrigações e bilhetes de tesouro, num valor que deverá superar os 10 mil milhões de euros. Estas operações serão decisivas para aferir a opinião dos mercados relativamente à situação das finanças públicas do país. (...)

Estado português planeia entre 13 e 15 emissões de dívida no primeiro trimestre
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.25
DATA: 2010-12-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Estado português deverá, durante o primeiro trimestre de 2011, efectuar entre 13 e 15 novos leilões de obrigações e bilhetes de tesouro, num valor que deverá superar os 10 mil milhões de euros. Estas operações serão decisivas para aferir a opinião dos mercados relativamente à situação das finanças públicas do país.
TEXTO: De acordo com o plano de financiamento para 2011, hoje publicado pelo Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP), durante o primeiro trimestre do próximo ano irá proceder-se ao lançamento de uma nova série de Obrigações de Tesouro (que terá como montante mínimo os 3000 milhões de euros) e à realização de leilões de quatro a seis linhas, com valores situados entre os 750 e os 1250 milhões de euros. Além disso, nos bilhetes de tesouro (instrumentos com prazos mais pequenos que as OT), está previsto para os primeiros três meses do ano o lançamento de três novas séries e a reabertura de cinco séries, tudo através de leilões que podem ir dos 750 até aos 1250 milhões de euros. Sempre considerando os valores mínimos de emissão previstos, o montante total a ser pedido pelo Estado português aos mercados através destes instrumentos é de 10250 milhões de euros. Os três primeiros meses do ano são considerados pelos analistas como decisivos para a forma como o Estado português irá conseguir, em 2011, fazer face às suas necessidades de financiamento. Nesta altura, são vários os Governos europeus a recorrerem em larga escala aos mercados e Portugal não pode, por causa do calendário de amortizações de dívida, deixar de também fazer pedidos significativos de empréstimos. Para a totalidade do ano, o IGCP diz que as emissões brutas de obrigações de tesouro serão de 20 mil milhões de euros. Enquanto, relativamente aos bilhetes de tesouros apenas refere o montante de emissão líquida prevista (emissões brutas menos as amortizações), que antevê ser "marginalmente positivo em 2011". Esta entidade, responsável pela gestão da dívida pública, anunciou ainda que continuará a haver recurso ao financiamento de muito curto prazo, nomeadamente operações de reporte com bancos, e coloca a hipótese de realização de emissões com denominação em divisas diferentes do euro, no âmbito do programa EMTN, que permite ao Estado aceder a novos mercados, como o asiático.
REFERÊNCIAS:
Étnia Asiático
Bolsa de Lisboa "encolheu" 6,3 mil milhões de euros em 2010
Hoje, a bolsa de Lisboa ainda vai negociar durante meia sessão, mas não é expectável que possa alterar substancialmente o saldo negativo que acumulou durante um ano de sobressaltos e dificuldades. (...)

Bolsa de Lisboa "encolheu" 6,3 mil milhões de euros em 2010
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Hoje, a bolsa de Lisboa ainda vai negociar durante meia sessão, mas não é expectável que possa alterar substancialmente o saldo negativo que acumulou durante um ano de sobressaltos e dificuldades.
TEXTO: O principal índice da bolsa portuguesa, o PSI 20, apresentava ontem, no final da sessão, uma desvalorização anual de 9, 6 por cento. Em capitalização bolsista, ou em valor de mercado das 20 empresas do índice, registou-se uma redução de 6, 3 mil milhões de euros. O desempenho da bolsa nacional em 2010 contrasta com o ganho registado no final de 2009, que superou os 33 por cento. Apesar de negativo, o saldo final da praça portuguesa fica longe das quedas acumuladas pelas bolsas da Grécia, Espanha e Itália, países que tal como Portugal estiveram no centro do crise da dívida pública e dos défices elevados, que marcou o último ano. O principal índice da bolsa grega, país que no início de Maio foi intervencionado pelo fundo de resgate criado pela União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional (FMI), acumulava ontem uma perda de 35, 2 por cento. O Ibex 35, o principal índice espanhol, perdia 17, 4 por cento e o italiano FTSE MIB perdia 13, 2 por cento. No grupo dos países gravemente afectados pela crise da dívida está ainda a Irlanda, resgatada financeiramente em Novembro. Ainda assim, o seu principal índice bolsista, o ISEQ, apresentava ontem uma perda de apenas 3, 2 por cento. Na zona euro, apenas a bolsa de Paris também apresentava um saldo negativo, embora bem menor, já que se ficava pelos 2, 2 por cento (CAC). Apesar da turbulência que varreu, por várias vezes, todas as bolsas do Velho Continente, as bolsas de Londres e de Frankfurt terminam o ano com ganhos apreciáveis, respectivamente de 10, 3 e 16, 1 por cento. E registaram-se ganhos ainda maiores nas bolsas da Dinamarca (35, 9 por cento) e ainda nas bolsas da Suécia (21 por cento) e da Finlândia e da Noruega (18 por cento). As quedas bolsistas do Sul da Europa contrastam com os ganhos dos principais índices norte-americanos, liderados pelo Nasdaq 100, com uma valorização acumulada, a meio da tarde de ontem, de 19, 65 por cento. O S&P 500 valorizava mais de 12 por cento, seguido do Doe Jones, a ganhar perto de 11 por cento. A evolução dos dois principais índices asiáticos foi oposta, com o Hang Seng, de Hong kong, a apresentar com um saldo anual positivo superior a cinco por cento, e o Nikkei, principal índice da bolsa de Tóquio, a perder cerca de três por cento. Perdas chegaram aos 20%A queda anual próxima dos 10 por cento da bolsa de Lisboa acaba por ser um mal menor tendo em conta o valor que chegou a perder em Maio, altura em que o índice quebrou a barreira dos sete mil pontos, tocando o mínimo do ano nos 6566, 04 pontos. Nessa altura, e face ao último valor de 2009, o PSI-20 chegou a perder 22, 4 por cento. Esta queda coincidiu com o resgate financeiro da Grécia, que não acalmou os mercados. Depois do apoio à Grécia, a pressão dos investidores acentuou-se face a Portugal, eleito como o próximo país a precisar de apoio financeiro, o que se reflectiu numa subida dos juros da dívida pública e numa fuga, quase em massa, de investidores institucionais, essencialmente estrangeiros, da bolsa portuguesa. As estatísticas da bolsa, até ao final da sessão de anteontem, revelam que o volume total de negócios da praça portuguesa totalizou 41, 4 mil milhões de euros, mais 26 por cento que em 2009. Pressionado pelos mercados, essencialmente pelos juros das Obrigações do Tesouro a 10 anos, que se aproximaram dos 6, 5 por cento em Maio, o valor mais alto desde a entrada de Portugal no euro, por Bruxelas, e pelas agências de rating, o Governo português reforçou o primeiro PEC ainda em Maio, já com aumentos de impostos (IVA e IRC). Portugal escapou ao resgate em 2010 e acabou por ser a Irlanda o segundo país a ser apoiado financeiramente, mas não escapou a novos cortes de rating por parte das agências internacionais e foi "obrigado" a apresentar, em finais de Setembro, um PEC III (com corte de salários), com medidas que o Banco de Portugal, o FMI e outros organismos internacionais defendem que vão arrastar a economia portuguesa para uma recessão em 2011. E é por causa da perspectiva de recessão da economia portuguesa e do receio de que o país vai enfrentar dificuldades para se financiar que a hipótese de intervenção do FMI continua a pairar sobre o país. No final de 2010, apesar de alguma recuperação, estes factores continuaram a pesar sobre a evolução das cotações, afectando principalmente as sociedades que mais dependem do financiamento externo, como os bancos. Nesta perspectiva, os prognósticos para a bolsa portuguesa, para 2011, são mais difíceis de fazer. Com perspectivas de recessão da economia portuguesa, agravada pelo menor poder de compra das famílias portugueses, e com o risco do país no nível elevado em que está, não se espera, no curto prazo, o regresso dos investidores estrangeiros.
REFERÊNCIAS:
Entidades FMI
Airbus mantém liderança no sector aeronáutico em 2010
Fabricante europeia duplicou encomendas e ultrapassou expectativas de venda de aviões em 2010, vencendo novamente a rival Boeing. (...)

Airbus mantém liderança no sector aeronáutico em 2010
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Fabricante europeia duplicou encomendas e ultrapassou expectativas de venda de aviões em 2010, vencendo novamente a rival Boeing.
TEXTO: Depois de a indústria aérea ter vivido um ano de retracção em 2009, penalizando as fabricantes de aviões, muito dependentes do investimento das companhias de aviação no aumento e renovação de frota, Airbus e Boeing atingiram no ano passado resultados recorde. A fabricante europeia ultrapassou a fasquia das 500 entregas de aviões, para 510 unidades, mais 12 do que em 2009, de acordo com dados divulgados pela empresa, detida pela EADS, e citados pela AFP. Apesar de ter assistido a 70 anulações durante o ano, a Airbus conseguiu duplicar o número de encomendas, passando de 271 para 574 entre 2009 e 2010. Estes números consagram a empresa como a número um no sector, derrotando, novamente, a rival norte-americana Boeing, com a qual mantém uma disputa por causa de ajudas financeiras atribuídas tanto pela Europa como pelos Estados Unidos. Esta última fabricante foi penalizada, em 2010, pelos atrasos no avião Dreamliner 787, que concorre directamente com o A380 da Airbus. Ainda assim, também a Boeing conseguiu superar os objectivos traçados para o ano passado, uma vez que ultrapassou, por duas unidades, a meta das 460 entregas e chegou às 530 encomendas em 2010. Numa conferência realizada hoje, em Toulouse, o presidente da Airbus congratulou-se com os resultados alcançados, mas sublinhou que “não há certezas de que a crise económica já tenha passado”, pelo menos, para o sector da aviação. A empresa da EADS teve de lidar, no ano passado, com problemas técnicos relacionados com os A380 e ainda está a tentar chegar a um acordo de financiamento para os aviões militares europeus A400M. Tendo em conta as encomendas que já começaram a surgir em 2011, nomeadamente por parte da Virgin América, que pretende adquirir 90 equipamentos Airbus, as expectativas da Airbus para este ano são altas. Suportada pelo novo avião A320 NEO e pelo crescimento do mercado asiático, a fabricante estima chegar ao final do ano com 520 a 530 entregas e contratar mais 3000 trabalhadores, a maioria em França.
REFERÊNCIAS:
Étnia Asiático
Subida consecutiva do petróleo arrisca recuperação económica global
A procura mundial de petróleo deverá aumentar, este ano, para 89,1 mil milhões de barris diários, prevê a Agência Internacional de Energia (AIE), que hoje reviu também em alta os números de 2010, face à escalada do preço do crude. (...)

Subida consecutiva do petróleo arrisca recuperação económica global
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.1
DATA: 2011-01-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: A procura mundial de petróleo deverá aumentar, este ano, para 89,1 mil milhões de barris diários, prevê a Agência Internacional de Energia (AIE), que hoje reviu também em alta os números de 2010, face à escalada do preço do crude.
TEXTO: A aproximação à barreira psicológica para perto dos 100 dólares nos mercados internacionais no início de Janeiro representa um “verdadeiro risco” para a “recuperação económica mundial”, avisa, em comunicado, a agência para a energia da OCDE. O ano passado foi relativamente estável até Setembro, altura a partir da qual os preços subiram cerca de 25 por cento. O crescimento da procura diária de barris foi de 87, 7 milhões, o que representa um aumento de 3, 2 por cento em relação a 2009 (2, 7 milhões de barris por dia). Os países ricos tiveram uma procura superior à esperada pela agência liderada por Nabuo Tanaka, o que, a par com o crescimento económico sólido nos países asiáticos, sobretudo na China e um Inverno rigoroso no hemisfério norte, contribuiu para a revisão quarta revisão consecutiva da AIE desde Novembro. A produção nos países produtores de petróleo atingiu, em Dezembro, o nível mais elevado em dois anos. A alta dos preços tem estado na linha da frente das declarações do presidente executivo da Agência. Ainda ontem na Cimeira Mundial da Energia do Futuro, nos Emirados Árabes Unidos, Nabuo Tanaka mostrou-se tocou na questão e apontou exemplos de países a seguir para preparar o futuro e tornar os países menos dependentes do petróleo. Falou dos Emirados por estar a investir em fontes renováveis e nucleares, e elogiou Portugal também pela aposta nas renováveis e no carro eléctrico. Em Portugal, a escalada dos preços notada em Dezembro fez o presidente da Galp Energia, Ferreira de Oliveira, avisar, na altura, que a alta dos preços se iria traduzir de forma inevitável na factura dos clientes. Logo nos primeiros dias de Janeiro o crude atingiu o valor mais alto dos últimos dois anos, com o barril de referência na Europa para entrega em Fevereiro a fechar nos 95, 90 dólares no mercado de Londres.
REFERÊNCIAS:
Étnia Árabes
FMI revê em alta crescimento mundial para este ano
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu hoje em alta as suas previsões de crescimento para a economia mundial em 2011, apontando para uma expansão de 4,4 por cento, mas avisa que a recuperação enfrenta riscos elevados. (...)

FMI revê em alta crescimento mundial para este ano
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.08
DATA: 2011-01-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu hoje em alta as suas previsões de crescimento para a economia mundial em 2011, apontando para uma expansão de 4,4 por cento, mas avisa que a recuperação enfrenta riscos elevados.
TEXTO: Numa actualização das projecções do seu World Economic Outlook, hoje divulgada, o FMI aponta para um crescimento mundial de 4, 4 por cento este ano, 0, 2 por cento acima das últimas previsões, feitas em Outubro. A melhoria fica, sobretudo, a dever-se aos Estados Unidos e ao novo pacote de medidas que o país aprovou no final do ano passado. A maior economia mundial deverá crescer três por cento este ano, mais 0, 7 por cento face ao que o FMI previa em Outubro. O Japão dará também o seu contributo, crescendo um ponto percentual acima do previsto (1, 6 por cento), graças também a novas medidas que permitirão à economia um crescimento moderado. Na zona euro, o FMI está a apontar para o mesmo crescimento que em Outubro – 1, 5 por cento. A Alemanha será o grande motor da expansão, crescendo 2, 2 por cento, mais 0, 2 por cento do que o inicialmente previsto. Nas economias emergentes, o ritmo de crescimento permanecerá acelerado, com o FMI a prever um aumento do PIB na ordem dos 6, 5 por cento. Excluindo os países asiáticos, a África subsariana será a região a apresentar um maior crescimento – 5, 5 por cento – graças à crescente procura interna e ao aumento do apetite mundial por matérias-primas. O FMI destaca, contudo, que “riscos descendentes que se colocam à recuperação permanecem elevados”, sobretudo devido à crise da dívida soberana na zona euro. De acordo com o fundo, o grande risco é que as tensões da zona euro continuem a aumentar e acabem por estender-se a outros países europeus. Além disso, o FMI considera que há alguma “falta de progresso na formulação de planos de consolidação orçamental a médio prazo nas maiores economias mundiais”, a que se junta ainda as preocupações com o mercado imobiliário norte-americano, que continua fraco, e a escalada dos preços das matérias-primas. Finalmente, o fundo salienta que, apesar do seu bom desempenho, há o risco de sobreaquecimento e de formação de bolhas nos mercados emergentes, devido aos elevados fluxos de capital em direcção a estas economias. “Com os mercados emergentes a representaram actualmente quase 40 por cento do consumo mundial e mais de dois terços do crescimento mundial, um abrandamento nestas economias teria um impacto sério na recuperação mundial e para o reequilíbrio que precisa de ser feito”, salienta a instituição.
REFERÊNCIAS:
Entidades FMI
Cortes salariais, desemprego, impostos... e agora juros altos
Por si só, a subida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE) no próximo mês poderia não ter um grande impacto. Mas, quando se junta a um desemprego elevado, ao agravamento da carga fiscal, à redução ou contenção salarial e à escalada dos preços dos combustíveis e dos alimentos, o cocktail torna-se explosivo. (...)

Cortes salariais, desemprego, impostos... e agora juros altos
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.16
DATA: 2011-03-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Por si só, a subida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE) no próximo mês poderia não ter um grande impacto. Mas, quando se junta a um desemprego elevado, ao agravamento da carga fiscal, à redução ou contenção salarial e à escalada dos preços dos combustíveis e dos alimentos, o cocktail torna-se explosivo.
TEXTO: Os juros dos empréstimos à habitação vão aumentar, bem como os custos do crédito às empresas, penalizando ainda mais o consumo privado e o investimento. Num cenário destes, dificilmente a economia escapará a uma recessão. A crescente pressão inflacionista, decorrente do aumento dos preços das matérias-primas energéticas e alimentares e da recuperação económica nas grandes economias europeias, nomeadamente a Alemanha, levou na quinta-feira o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, a admitir a possibilidade de aumentar os juros em Abril. A "preparação" para a primeira subida de taxas desde o início da crise, depois de quase dois anos no mínimo histórico de um por cento, apanhou de surpresa os mercados, que só estavam a antecipar uma subida das taxas de referência mais para o final do ano. Caso venha a confirmar-se o aumento dos juros, o preço do dinheiro vai ficar mais caro para os bancos, que tenderão a fazer reflectir esse custo no financiamento às famílias e às empresas. O impacto sobre o crédito à habitação, que está geralmente indexado às taxas Euribor, pode chegar aos 80 euros este ano (ver texto na página seguinte). Já para as empresas, as condições de financiamento não só vão piorar, como poderá haver efeitos secundários no sector exportador, devido à subida do euro. "A subida das taxas de juro pelo BCE não seria dramática se fosse um movimento isolado, mas, na realidade, vem juntar-se à subida dos preços administrados, dos bens alimentares e dos combustíveis, à redução dos benefícios sociais, ao aumento de impostos e à persistência de um desemprego elevado", salienta Cristina Casalinho, economista-chefe do BPI. Neste contexto, conclui, é "mais um factor a agravar a hipótese de recessão", que consta das previsões das principais organizações internacionais e do próprio Banco de Portugal, mas continua a ser posta de parte pelo Governo. Juntando o já elevado nível de endividamento nacional à subida das prestações da casa, os particulares terão menos margem de manobra para poupar. A Deco (ver texto na página seguinte) prevê mesmo um aumento do número de casos de sobreendividamento este ano. Para não falar do incumprimento. "A partir do momento em que aumentem as taxas, vai aumentar o malparado", considera o economista João Duque. Europa a duas velocidadesIgualmente preocupante é o impacto que uma subida dos juros pode ter sobre o acentuar de uma Europa a duas velocidades. "Tem havido uma discussão a nível europeu sobre a possibilidade de o BCE ser mais complacente ao nível da inflação, permitindo que as economias mais avançadas tenham níveis de inflação mais altas, o que permitiria ganhos de competitividade nas economias mais fracas", explica Cristina Casalinho. Ontem, contudo, o BCE demonstrou que não é esta a sua posição. Para João Duque, o BCE está a olhar para a economia europeia como um médico, "cuidando dos órgãos vitais [a Alemanha, por exemplo] e desprezando o que não é". Uma postura que tenderá a acentuar as divergências de crescimento europeias. O código do BCETodos os meses, depois das reuniões do conselho de governadores do BCE, há quem siga muito atentamente a comunicação do presidente, Jean-Claude Trichet. O discurso é praticamente igual, mudando, quando muito, uma palavra ou uma frase. Mas, para os analistas, é precisamente aí que se adivinha em que direcção segue a política monetária do BCE. Ontem, depois de a autoridade monetária europeia ter admitido que é possível um aumento dos juros já no próximo mês, os analistas apressaram-se a fazer a análise ao discurso. Primeira diferença: pela primeira vez em muito tempo, o BCE não disse que as taxas de juro actuais - no mínimo histórico de um por cento - permanecem "apropriadas". Segunda diferença: Trichet disse que o banco iria manter uma "forte vigilância" quanto à subida dos preços, uma expressão que, quando usada no passado, sinalizou um aumento iminente das taxas de juro. "Durante o último ciclo de aperto da política monetária, a expressão "forte vigilância" foi usada um mês antes de todas as mudanças de política (excepto em Março de 2006, quando só foi usada a palavra "vigilância")", explica o banco JP Morgan, que definiu um código de palavras usado pelo BCE. Além disso, desta vez, o presidente do BCE disse que a política da autoridade monetária é "muito acomodatícia" (flexível) e não apenas "acomodatícia" como dizia nos últimos meses, o que pode indicar que a autoridade estará prestes a mexer nas taxas de juro. Quem é atingido pela subida das taxas de juroFamíliasSe as taxas de referência do BCE aumentarem no próximo mês, os bancos tenderão a reflectir o aumento do seu custo de financiamento nos empréstimos que dão às famílias, bem como às empresas. De acordo com o BPI, é possível que o BCE suba a sua taxa directora dos actuais 1 por cento para 1, 75 até ao final do ano, o que se traduziria num agravamento de 50 a 200 euros nas prestações mensais do crédito à habitação. A Euribor tem estado já a subir nos últimos meses e, de acordo com os analistas, deverá manter este ritmo, acompanhando a subida do preço do petróleo. Isto vai levar a uma menor procura de crédito por parte dos particulares, prejudicando os bancos. Além disso, vai pressionar o rendimento disponível daqueles que têm empréstimos, levando à redução do consumo, debilitando a capacidade de poupança e contribuindo para o aumento das situações de incumprimento. De acordo com Natália Nunes, do gabinete de apoio ao sobreendividamento da Deco, "o número de famílias em situações de dificuldade deverá aumentar este ano". "O cenário é preocupante, porque estamos a falar de famílias que viram o seu rendimento diminuído, seja pelos cortes salariais, seja por situações de desemprego, seja pelo aumentos de preços", explica. Em 2008, altura em que as Euribor atingiram os cinco por cento, dez por cento das situações de sobreendividamento que chegaram à Deco eram causadas só pela subida das taxas de juro. Natália Nunes diz que, actualmente, muitas famílias apresentam uma taxa de esforço elevada, em que mais de 40 por cento do rendimento vai para pagar créditos. "Neste contexto, basta uma pequena alteração do orçamento familiar para gerar problemas", conclui. EmpresasPara as empresas, tal como para as famílias, um aumento das taxas de juro teria reflexo imediato nos custos de financiamento. No caso das empresas que vendem sobretudo para o mercado interno, o aumento das taxas de juro, conjugado com a quebra da procura interna (decorrente das medidas de austeridade postas em marcha pelo Governo), "iria esmagar mais as margens e adiar decisões de investimento", considera Cristina Casalinho, economista-chefe do BPI. Para as empresas exportadoras, o cenário é aparentemente melhor, já que é alavancado na recuperação da economia mundial e, nomeadamente, europeia. Mas nem o sector exportador está isento de riscos. O simples anúncio de um possível aumento das taxas de juro em Abril bastou para aumentar o valor do euro face ao dólar nos últimos dois dias. Ora, "a subida da moeda única prejudica as exportações para fora do mercado europeu, sobretudo para os EUA e o Reino Unido, mas também para os mercados asiáticos", salienta Cristina Casalinho. Para dois dos principais sectores exportadores nacionais - os têxteis e o calçado -, o cenário é já de algum alarme. "Além de uma subida das taxas tornar o financiamento às empresas mais caro, pode aumentar o euro, o que penaliza a nossa competitividade", afirma Paulo Vaz, director da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP). Actualmente, o sector vende ao estrangeiro dois terços do que produz e, apesar de 80 por cento das exportações ainda irem para dentro da União Europeia, tem sido cada vez maior a aposta na diversificação e, nomeadamente, nos EUA, o principal mercado extracomunitário para exportação dos têxteis nacionais. "Basta uma valorização do euro, que os grandes retalhistas americanos reagem a uma diferença de cinco a dez cêntimos e deixam de comprar", conclui Paulo Vaz. No sector do calçado, que coloca fora de Portugal 95 por cento da sua produção, a preocupação é, também, a possível valorização do euro, que "pode condicionar a estratégia de crescimento nos mercados extracomunitários", explica Paulo Gonçalves, da associação do calçado, a APICCAPS. No ano passado, as exportações do sector para os EUA aumentaram 20 por cento. EstadoAo invés das famílias e das empresas, o impacto de uma subida dos juros do BCE sobre o Estado não seria directo. Só as emissões de dívida de curto prazo - os chamados Bilhetes do Tesouro - podem ser influenciadas pela subida das taxas mas, mesmo assim, o que mais influencia os custos a que o Estado se financia é o prémio de risco, que tem estado em alta nos mercados. No entanto, a subida das taxas tende a reduzir o rendimento disponível das famílias e a reduzir o consumo privado, o que, por sua vez, reduz as receitas do Estado decorrentes do IVA. Além disso, ao contribuir para uma recessão, o aumento dos juros prejudica indirectamente o Estado, que pode ver a sua tarefa de redução do défice mais dificultada do que previa.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA DECO
Segurança alimentar preocupa líderes mundiais
Aumento da pobreza, instabilidade política e social, escassez de alimentos: as consequências da escalada de preços das matérias-primas preocupam o mundo e puseram o tema da segurança alimentar na ordem do dia. (...)

Segurança alimentar preocupa líderes mundiais
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Aumento da pobreza, instabilidade política e social, escassez de alimentos: as consequências da escalada de preços das matérias-primas preocupam o mundo e puseram o tema da segurança alimentar na ordem do dia.
TEXTO: Em meados de Fevereiro, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, reforçou as preocupações que se arrastam há vários meses, afirmando que os preços dos alimentos estão a atingir um nível de alerta e apelou aos dirigentes das vinte principais economias mundiais (G20) para darem prioridade à alimentação em 2011. Antes, o ministro da Agricultura francês, Bruno Le Maire, já tinha avisado que os tumultos originados pelos preços dos alimentos serão inevitáveis se as nações industrializadas não encontrarem soluções para a subida dos preços. Mas os apelos têm tido poucos resultados práticos, a avaliar pela declaração final do encontro do G20, que teve lugar entre 18 e 19 de Fevereiro. Os dirigentes discutiram o impacto da subida dos preços, mas limitaram-se a pedir relatórios sobre as causas e desafios que esta volatilidade coloca aos consumidores e produtores e a reiterar “a necessidade de um investimento a longo prazo no sector agrícola nos países em desenvolvimento”. Preços não param de subirEm Fevereiro, pelo oitavo mês consecutivo, os alimentos voltaram a subir de preço, segundo o índice mensal publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). A FAO revelou, na quinta-feira, que o índice atingiu os 236 pontos em Fevereiro, mais 2, 2 por cento do que em Janeiro, o valor mais elevado em termos reais e nominais dos últimos 20 anos, altura em que a esta organização começou a monitorizar os preços. Os responsáveis do Programa Alimentar Mundial, a agência das Nações Unidas que fornece alimentos a cerca de 100 milhões dos mais pobres habitantes do mundo, alertaram para uma potencial “tempestade perfeita” que resulta da combinação de custos galopantes, tragédias climáticas e instabilidade política. Países fortemente dependentes de importações alimentares, como os Emirados Árabes Unidos, anunciaram já a criação de uma reserva estratégica de alimentos, água e medicamentos para fazer face a situações de emergência. A Coreia do Sul, o terceiro maior importador mundial de milho, também pretende criar uma reserva de cereais, juntando-se a outras nações asiáticas que estão preocupadas com os preços elevados dos alimentos e a possibilidade de agitação social. AICEP e Bloco alertaram em PortugalPor cá, a ideia não desperta entusiasmo, apesar do presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Basílio Horta, e o Bloco de Esquerda, terem lançado o repto ao Governo. O ministro da Agricultura, António Serrano, entende que Portugal não tem condições para criar uma reserva alimentar e defende que o combate ao aumento do preço dos alimentos passa por uma maior capacidade de produção dos países. Além disso, para António Serrano esta é uma questão que deve ser coordenada a nível internacional. “Não é viável que um país qualquer possa ter uma política própria fechada sobre esse tema”, salientou.
REFERÊNCIAS:
Étnia Árabes
Líder da extrema-direita finlandesa defende renegociação de resgate financeiro de Portugal
O líder do partido de extrema-direita finlandês “Verdadeiros Finlandeses”, Timo Soini, que desde as eleições deste domingo lidera a terceira força política daquele país nórdico, defendeu hoje que a União Europeia deve renegociar o resgate financeiro de Portugal. (...)

Líder da extrema-direita finlandesa defende renegociação de resgate financeiro de Portugal
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: O líder do partido de extrema-direita finlandês “Verdadeiros Finlandeses”, Timo Soini, que desde as eleições deste domingo lidera a terceira força política daquele país nórdico, defendeu hoje que a União Europeia deve renegociar o resgate financeiro de Portugal.
TEXTO: Em declarações à televisão pública finlandesa YLE, Timo Soini indicou que “terá de haver mudanças” nos planos europeus de construir um mecanismo de estabilidade financeira, apesar de não ter querido dar mais pormenores sobre os pontos que deveriam ser modificados. “O mais importante é que a Finlândia não precise de pagar pelos erros dos outros”, sublinhou Soini, que com os resultados eleitorais de ontem é um dos candidatos mais firmes para formar governo com os conservadores, que venceram o escrutínio mas com uma margem mínima. O líder de extrema-direita, que nas últimas eleições para o Parlamento Europeu também tinha sido o candidato mais votado da Finlândia, assegurou que a sua intenção é mudar a partir de dentro as políticas económicas de Bruxelas. “Já se viu que o pacote de ajudas à Grécia e à Irlanda não funcionou. Agora as coisas vão começar a fazer-se de outra forma na Europa”, sublinhou. Soini, conhecido pelas suas visões ultranacionalistas e eurocépticas, também dirigiu duras palavras contra a UE, ao afirmar que a União “fracassou”. “Temos que a gerir melhor”, disse. Os “Verdadeiros Finlandeses” advertiram durante a campanha que não estão dispostos a participar num governo que dê “luz verde” a novos resgates financeiros, incluindo o português. Analistas prevêem que as políticas comunitárias sejam precisamente o maior entrave para a entrada do partido no governo devido à postura pró-europeia dos conservadores. O avanço da extrema-direita na Finlândia teve um efeito imediato nos mercados ao contribuir para a queda da cotação do euro nas principais bolsas asiáticas e europeias. O partido conservador Kokoomus venceu as eleições legislativas finlandesas com uma margem mínima, segundo os dados finais da comissão eleitoral. A força política liderada pelo ministro das Finanças finlandês cessante, Jyrki Katainen, obteve 20, 4 por cento dos votos e 44 dos 200 assentos parlamentares do parlamento (Eduskunta), mais dois cargos parlamentares do que o Partido Social-democrata finlandês (42), que conquistou 19, 1 por cento dos votos. Mas o grande vencedor da jornada eleitoral foi o partido nacionalista de extrema-direita Perussuomalaiset (“Verdadeiros Finlandeses”, em português), que conseguiu 19 por cento dos votos, o que representa 39 assentos parlamentares, oito vezes mais do que nas eleições legislativas de 2007, um feito sem precedentes na história da Finlândia. O maior derrotado das eleições finlandesas foi o partido centrista da primeira-ministra Mari Kiviniemi, que caiu sete pontos (15, 8 por cento) e conquistou 35 assentos parlamentares, menos 17 em comparação com as anteriores eleições. Kiviniemi reconheceu a derrota e assegurou que o verdadeiro vencedor das eleições foi o partido liderado por Soini, o único partido com representação no parlamento de Helsínquia que não perdeu votos. A taxa de participação foi de 70, 4 por cento, mais 2, 5 pontos percentuais do que nas anteriores legislativas.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Em 2025, o dólar vai deixar de dominar o sistema monetário mundial
O Banco Mundial (BM) prevê que, daqui a 14 anos, o sistema monetário internacional deixe de ser dominado pelo dólar, tornando-se um sistema multi-divisas, centrado na moeda americana, no euro e no iuan. As maiores economias emergentes vão reforçar o seu protagonismo e, em 2025, contribuirão para mais de metade do crescimento mundial. (...)

Em 2025, o dólar vai deixar de dominar o sistema monetário mundial
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-05-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Banco Mundial (BM) prevê que, daqui a 14 anos, o sistema monetário internacional deixe de ser dominado pelo dólar, tornando-se um sistema multi-divisas, centrado na moeda americana, no euro e no iuan. As maiores economias emergentes vão reforçar o seu protagonismo e, em 2025, contribuirão para mais de metade do crescimento mundial.
TEXTO: No relatório “Global Development Horizons 2011 – Multipolarity: The New Global Economy”, hoje divulgado, o BM projecta que o grupo das economias emergentes cresça a uma média de 4, 7 por cento entre 2011 e 2025, enquanto as economias avançadas vão crescer apenas 2, 3 por cento. Em 2025, as seis maiores economias emergentes – Brasil, China, Índia, Indonésia, Coreia do Sul e Rússia, vão contribuir para mais de metade do crescimento mundial. Estas mudanças terão, desde logo, impacto no sistema financeiro internacional que, de acordo com o BM, deixará de ser dominado por apenas uma moeda – o dólar americano – convertendo-se num sistema multi-divisas. De acordo com o Banco Mundial, no longo prazo, a dimensão e dinamismo da economia chinesa e a rápida globalização das suas empresas e bancos irá levar a moeda chinesa, o iuan, a assumir uma papel internacional mais importante. Em 2025, prevê o BM, o cenário mais provável é o de um sistema monetário multipolar, centrado no dólar, no euro e no iuan. Controlando dois terços das reservas monetárias internacionais e com fundos de investimento com investimentos a nível mundial, os países emergentes vão tornar-se actores de relevo nos mercados financeiros. Mudança de paradigma económico“O rápido crescimento das economias emergentes introduziu mudanças na forma como os centros de crescimento económico estão distribuídos pelas economias desenvolvidas e em vias de desenvolvimento – este é, verdadeiramente, um mundo multipolar”, considera Justin Yifu, economista-chefe do BM. De acordo com a instituição, à medida que estas mudanças de poder se vão efectuando, as economias emergentes vão induzir crescimento aos países menos desenvolvidos, através de transacções financeiras e comerciais. “As instituições financeiras internacionais terão de adaptar-se rapidamente”, afirma Justin Yifu. Mas não é só a este nível que irá haver mudanças. As próprias economias emergentes irão ter de alterar o seu paradigma económico, passando a sustentar mais o seu crescimento em ganhos de produtividade e na procura interna. Com a emergência de uma classe média forte nos países em desenvolvimento e com as mudanças demográficas que estão já a ocorrer em várias economias do sudeste asiático, a pressão do consumo interno irá aumentar, o que, segundo o Banco Mundial, poderá conduzir a um crescimento mundial mais sustentável.
REFERÊNCIAS:
Étnia Asiático