Subida de juros até 2011 “não terá um grande significado”
O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), António de Sousa, diz que o aumento das taxas de juro será reduzido no curto prazo, mantendo a folga nos pagamentos (...)

Subida de juros até 2011 “não terá um grande significado”
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.2
DATA: 2010-07-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), António de Sousa, diz que o aumento das taxas de juro será reduzido no curto prazo, mantendo a folga nos pagamentos
TEXTO: Em tempos de crise, há que fazer escolhas e, para o presidente da APB, os bancos não poderiam continuar a financiar grandes projectos, como o TGV, e emprestar dinheiro às famílias e às empresas. António de Sousa afirma que, ao nível dos particulares, não há um aumento do crédito malparado como seria de esperar face à actual conjuntura negativa. Sobre a crise de liquidez, diz que o BCE pouco mais pode fazer, e que o problema só será resolvido quando terminar a desconfiança face às dívidas soberanas. Verifica-se uma tendência para dar a cada país margem para definir o calendário da implementação das novas regras de aumento dos fundos próprios dos bancos, decorrentes de Basileia 3. Como vê esta situação?Acho que seria benéfico, porque uma das nossas questões [na reunião que decorreu em Bruxelas] tinha precisamente a ver com o faseamento das várias medidas para os diversos países e para as diversas regiões, ou seja, em termos da União Europeia e de outros blocos económicos. No caso de Portugal, quais seria as etapas ideais e o calendário?Uma das questões que foi mais criticada tem a ver com a pró-ciclicidade das medidas. Ou seja, as medidas, quando são tomadas, acentuam o ciclo. Se a situação está má, as medidas tornam-na rapidamente ainda pior. E uma boa parte destas medidas vão obrigar a aumentos de capital, a situações de diminuição do endividamento dos bancos -- embora isso não afecte muito os bancos portugueses -- e a mudanças nos rácios de liquidez. Aqui já poderá haver algum impacto. Porque um rácio pode ser muito bem concebido, conceptualmente estamos todos de acordo, mas depois o número que é posto no rácio pode ser altamente difícil de atingir. Concretamente em relação ao timing, o problema é que estamos neste momento na parte baixa do ciclo. Assim, ao fazer novas imposições, novos acrescentos em termos de capital, obviamente que torna a situação ainda mais difícil. Mais uma vez temos uma situação de pró-ciclicidade. Aquilo que quisemos evitar com Basileia II poderia estar a acontecer com Basileia III. Acha que não deve ser imposto neste momento um aumento de capitais próprios?O reforço de capitais é necessário, a prazo. O que aconteceu foi que, nesta crise financeira, houve um conjunto de produtos, que acabaram por ser chamados de activos tóxicos que estiveram muito relacionados com o subprime, ligado a empréstimos concedidos sem as garantias necessárias. Eu acho que a regulamentação sobre os produtos e sobre essas situações extremas de concessão de crédito pode e deve prosseguir. Aliás, tudo o que tem a ver com regulação de produtos, como os Credit Default Swap (CDS) ou o short-selling, é urgente e necessário e pode começar já porque não afecta os bancos comerciais normais, relacionados com a economia real e têm o problema da pró-ciclicidade. Se é verdade que o sistema financeiro português não teve a ver com a origem da crise, parece ter havido no passado uma concessão desenfreada de crédito, com facilitismo, e isso terá contribuído para uma má imagem do sector. Os bancos são sempre mal vistos. Se hoje se diz que emprestaram demais, durante anos afirmou-se que deviam emprestar mais, quando realmente, em certos casos, já estavam a conceder demasiados empréstimos. E a maior parte do crédito ao consumo não é emprestado pelos bancos. A promoção, a publicidade, era em larga escala. . . Sim, mas o crédito em consumo em Portugal é muito pequeno, quando comparado com outros países. E isso é um dos aspectos positivos da nossa banca. Cerca de 80 por cento do crédito concedido está ligado a empréstimo para compra de habitação. Depois há um tipo de crédito ao consumo, mas com um activo, que é o que é utilizado para compra de automóveis, que vale entre cinco a sete por cento do total. Isso faz com que o crédito ao consumo puro ronde os dez por cento. E a maior parte do crédito ao consumo veio das sociedades financeiras de aquisição a crédito, não dos bancos. Por isso, quando se diz que o crédito malparado das famílias não tem aumentado muito substancialmente, isso tem precisamente a ver com o facto do crédito ao consumo ser bastante pequeno e, no caso da habitação, das taxas de juro terem descido de tal maneira que a taxa de esforço diminuiu. Não se nota um aumento do crédito malparado como seria de esperar com este ciclo tão negativo e taxa de desemprego tão grande. A banca portuguesa resistiu bem até agora. Mas acha que está em condições de resistir em 2011 se a crise liquidez persistir?Em termos de capitais sim, mas o problema é de liquidez. Não é possível um sistema financeiro aguentar anos a fio sem haver um mercado interbancário, que é essencial para o financiamento dos bancos. Nomeadamente porque, e isso é particularmente verdade em Portugal, continuamos a ter um défice de transacções correntes muito elevado. Esse défice tem de ser financiado e quem o faz é o exterior, através dos bancos. Ora, se os bancos não conseguem financiamento, obviamente que se cria um problema substancial. E são poucas as empresas que conseguem ir financiar-se directamente ao mercado internacional, além de que mesmo essas estão a sentir dificuldades. Isto para dizer que não há sequer uma experiência histórica, nem em Portugal nem no estrangeiro, de o mercado interbancário estar fechado durante mais de um ano. A situação começou a tornar-se complicada em Portugal a partir de Fevereiro, quando começou a grande discussão sobre a dívida soberana. E quando a dívida soberana tem problemas, automaticamente, se não se empresta ao Estado, ainda menos se empresta às empresas desse mesmo Estado, a menos que tenham uma grande parcela da sua actividade no estrangeiro. Quando é que acha que este problema se irá resolver?Não faço a mínima ideia. Como é que o BCE pode melhorar ainda mais o fornecimento de liquidez?Por agora, não há que melhorar ainda mais. O sistema está a funcionar bem, e pode continuar a funcionar assim. Na prática, o que o BCE está a fazer é financiar os bancos com base no colateral que eles têm, ligado aos activos de boa qualidade. Obviamente que, como já aconteceu em 2008, e que se tem falado ao nível do BCE, há a eventualidade de voltar aos empréstimos mais longos, além dos três meses, que é mais seguro para os bancos, dando mais estabilidade. De resto não há muito mais que possa fazer, excepto medidas como as que foram utilizadas nos EUA e Inglaterra e que implicam uma alteração substancial da política monetária, com a concessão directa de empréstimos a empresas. Isso nunca foi feito na zona euro. Como é que vê então as diferenças estratégias de regulação a nível mundial?Posso dizer-lhe o que é que eu gostaria que acontecesse, e que não é o que está a acontecer na realidade. Obviamente que era muito melhor se fossem sistemas idênticos para os vários agentes financeiros mais importantes: EUA, Europa e a parte asiática, que hoje em dia não é despiciente. Muito provavelmente não se irá conseguir uma igualdade entre as todas as reformas de regulação, mas pelo menos convém que haja uma concertação, de forma que o problema da “concorrência desleal” não seja demasiado afectado. Acha que isso vai acontecer ou espera que isso vá acontecer?Eu gostaria que viesse a acontecer. Tenho algumas dúvidas que aconteça num nível adequado. Provavelmente irá haver algumas distorções, o que não vai ser bom para ninguém. Infelizmente, vejo um retraimento da parte dos EUA, que ao início era muito favorável à regulação. Disse que o crédito malparado das famílias não tinha subido assim tanto. Não teme que isso se altere quando os juros subirem? Porque tem havido uma folga. . . Claramente. A descida das taxas de juro trouxe uma folga para as famílias bastante grande. Mas repare que a subida das taxas de juro, que é inevitável a prazo, vai ser muito moderada. Infelizmente, a situação económica não está para grandes subidas das taxas de juro. Era bom que a taxa de juro pudesse subir rapidamente porque isso significaria que se estava a verificar uma recuperação económica muito grande. Enquanto a descida das taxas de juro foi de quatro e tal por cento, quando se fala de aumento das taxas de juro, mesmo para 2011, estamos a falar de algo da ordem de 0, 25 por cento, não devendo chegar ao meio por cento. Mesmo que haja esse aumento, e estou a falar de um prazo de um ano e meio, não terá um grande significado. O crédito mal parado está a subir nas empresas?Está a subir mais do que nas famílias e diria que considerando a recessão que existiu o ano passado que está a subir moderadamente. E diria que era expectável que o mal parado tivesse subido mais do que aquilo que se verificou. E não subiu por duas razões: as taxas de juro estão mais baixas e criaram uma almofada para esta situação. E, por outro lado, muitas empresas criaram uma política de redução de stocks que lhes permitiu libertar dinheiro para a sua actividade corrente. O crédito mal parado subiu, mas comparando com outros países europeus, subiu bastante menos. Apesar de as nossas empresas estarem muito endividadas. Mas tiveram uma reacção rápida. Os bancos admitem abertamente que têm problemas de liquidez e que estão a dar menos crédito à economia, que é uma das suas principais missões. . . O crédito ainda está a subir. Está é a subir cada vez menos. Está a subir?Sim, está é a abrandar. Há aqui duas coisas. Há o crédito que é concedido em um mês e há a totalidade do crédito. O saldo do crédito continua a subir, tem é vindo a abrandar nestes últimos meses. Nesse caso há o problema de, se o crédito continuar a subir, o endividamento não descer. . . Penso claramente que o endividamento não pode continuar a subir, porque temos um problema de restrição internacional, de quem é que nos empresta o dinheiro. E isso é um problema que se coloca à República, aos bancos e às empresas. Mas como é que se articula essa necessidade de o crédito não poder continuar a subir com a animação da economia? O que é os bancos vão fazer?Isso depende da estratégia de cada um dos bancos. Se o cenário se mantiver diria aquilo que os bancos têm dito, e que passa por cortar nos grandes empréstimos. Preferem fazer o crédito às famílias e às PME, mais de retalho e com fidelização de clientes. Foi aí que surgiram as questões ligadas ao financiamento dos grandes projectos. Acha que há condições para a banca financiar o TGV?Vai ter dificuldade. Para haver dinheiro para os grandes empréstimos os bancos dificilmente poderiam continuar a operar no retalho. O Ministério das Finanças conhece este assunto muito bem. Quais os principais desafios para os bancos?Os relacionados com a liquidez, saber quando desaparece esta restrição de liquidez. O que é imprevisível. Embora conjuntural não se sabe quanto tempo vai demorar. E outra, estrutural, que tem que ver com a rentabilidade dos bancos. A rentabilidade dos bancos está neste momento muito afectada e os resultados dos bancos em Portugal atingiram em Portugal um valor, em relação aos capitais próprios, da ordem de um e dois por cento, o que é baixíssimo. Com rentabilidades deste género vão ter problemas em termos internacionais graves. A rentabilidade da actividade que é considerada aceitável em termos internacionais anda à volta de 12 e 15 por cento. Os bancos tem consciência disso e hoje uma boa parte da rentabilidade vem das participações financeiras que têm e de algumas actividades que têm em termos internacionais. Quando olhamos para a rentabilidade consolidada, por comparação com a da actividade doméstica, nota-se logo. Hoje os grandes bancos nacionais tem posições em empresas não financeiras, nos serviços, e em bancos lá fora, e quando se retira o contributo destas participações os números diminuem para um quinto, um sexto do que são os números da actividade da banca. O problema da rentabilidade está relacionado sobretudo com o financiamento, que está muito caro, e, em termos marginais, cada vez que um banco empresta dinheiro está a perder dinheiro. Como assim?Um banco está a financiar-se a cinco por cento e a emprestar a dois. No caso do crédito à habitação está a emprestar a 1, 8 por cento (que é média). Nos empréstimos novos já não é assim, pois os bancos estão a levantar os spreads para que o prejuízo não seja tão grande. Outro problema tem que ver com a capacidade para manter os custos baixos, o que não é muito fácil. Pois já antes da crise os bancos eram considerados dos mais eficientes em termos europeus. Não há muita capacidade para ganhar eficiência adicional. Isto só tem solução quando a economia começar a crescer. A restrição de liquidez será menor quando forem conhecidos os testes de stress?Enquanto houver uma situação de dúvida sobre a dívida soberana é muito difícil que melhore a situação dos bancos. O que é tradicional é que os ratings das repúblicas seja superior pelo menos um ponto ao das instituições desses países. Enquanto não houver uma superação da situação em relação ao país é muito difícil que melhore a situação dos bancos. Os testes de stress podem dar mais confiança no sistema, mas duvido que os mercados abram só por causa disso. Mas um banco pode ser sólido e entrar em colapso por falta de liquidez?Pode. Essa é a questão. Como é que se ganha a confiança dos mercados?Tem que se dar a noção ao mercado de que o pagamento da divida é real. Temos que ter um défice mais pequeno a prazo, a a divida externa não pode continuar a aumentar e deve haver um certo equilíbrio da balança. O problema é que o tempo de reacção dos mercados não é de um dia para o outro. Uma coisa é anunciar as medidas, outra coisa é implementá-las e depois avaliar a sua eficácia. E neste momento ainda estamos no anúncio das medidas. Está afastado o risco de intervenção do FMI?Neste momento sim. Só haverá risco se acontecer algum problema grande em Espanha. Acha que a carga fiscal em Portugal é demasiado forte para a capacidade que os portugueses têm de gerar riqueza?Penso que sim. A outra forma de reduzir o défice de forma estrutural é reduzir despesa. Mas a curto prazo, como já defendi, a única forma é subir impostos. Não há outra forma de o fazer. Mas soluções para resolver problemas conjunturais, também devem ser conjunturais. Os impostos devem ser extraordinários, como se fez em 1983 e 1984, e não permanentes. O Governo tinha como prioridade, quando tomou posse, a reprivatização do BPN. Mas isso ainda não se fez. O que aconteceu?A situação económica. Neste momento não me parece que seja muito fácil fazê-lo. Não tem havido, em Portugal e na Europa, apetência por adquirir activos bancários e por isso percebo que não se tenha avançado mais depressa, pois não vai ser fácil encontrar comprador. Uma das bandeiras de Pedro Passos Coelho, para se distinguir do PS, é a privatização da CGD. Concorda?Pessoalmente defendo para já, e que já antes defendia, a privatização de alguns negócios da CGD, nomeadamente dos seguros. Aliás, [foi isso que] defendi quando estava à frente da CGD, quando foi adquirida a Mundial Confiança. Parcialmente?Através da dispersão parcialmente o capital em bolsa. Até porque não existe hoje nenhuma seguradora cotada em bolsa em Portugal. A totalidade do capital?Inicialmente apenas uma parte. Diria que uma parte sim, mas mais do que uma parte tenho dúvidas. E não necessita de ser a maioria do capital, nem a totalidade. E em relação ao banco CGD propriamente dito?Digo o mesmo que disse quando estava na CGD. Em princípio não me faz nenhuma confusão que a CGD seja pelo, menos parcialmente, privatizada, pois é útil para lhe dar uma lógica de mercado. Mas não me parece que seja oportuno, nomeadamente enquanto na maioria dos países europeus existir uma presença muito significativamente do Estado no sistema bancário. Portanto acho que Portugal também deve ter uma presença no sistema bancário. Não vai agora privatizar a CGD e nacionalizar outro banco ao lado. E não teme que privatizar parcialmente seja o primeiro passo para privatizar totalmente?Não. Sinceramente não vejo nenhuma razão para isso. Mas pessoalmente acho que uma das razões para privatizar algumas instituições é para lhes dar uma lógica de mercado mais claro, e dar-lhes maior transparência. Aliás, quando estive na CGD a empresa começou a cumprir com um conjunto de obrigações junto da CMVM, que até aí não prestava. Quando se diz que a CGD não está na bolsa, é só parte da verdade porque a partir do momento em que tem obrigações cotadas na bolsa tem que seguir as normas do mercado. Então qual é o interesse da privatização?Ser o mais transparente possível, mas neste momento não é oportuno levantar a questão. Acha que há espaço para concentração entre bancos portugueses?Entre bancos pequenos claramente. E eventualmente entre bancos pequenos e bancos grandes, ainda recentemente o Banif comprou o Banco Mais. Agora concentrações entre bancos grandes parece-me mais difícil, dadas as estruturas accionistas existente. Concorda com o levantamento do sigilo bancário?O sigilo bancário já é possível em Portugal para uma série de coisas. E até se diz que o sigilo bancário continua a criar problemas em termos fiscais. A lei actual é perfeitamente adequada em que, em qualquer caso, se possa levantar o sigilo bancário. Partilha da opinião dos que criticam o papel das agências de rating na crise?Só há três (Fitch, Moody’s, Standard & Poor’s) e era útil existirem mais agências de rating e existirem mais opiniões. Mas há mais, só que ninguém as ouve. As outras são tão pequenas que não têm expressão. Na prática só há aquelas três, o que é pouco pois estamos a falar a nível mundial. E isto reflecte um mercado onde predomina uma concentração excessiva. E depois todas elas são norte-americanas, embora tenham presença na Europa, com tendência para usar métodos muito orientados pela filosofia anglo-saxónica. A Fitch é um pouco diferente, mas acaba por ir pela norma do mercado. E, depois, penso que deviam claramente orientar-se apenas para serem agências de rating, e não terem nenhum conflito de interesses e não entrarem, como estava a acontecer antes da crise, pelas áreas da consultoria. Dito isto era desejável que existissem mais agências e mais pluralidade. E não defende que o sector deve ter regulação?O problema é saber como é que se regula uma agência de rating. Para mim é uma ideia muito interessante mas ainda estou para ver qual é a eficácia dessa regulação.
REFERÊNCIAS:
Sócrates confiante nas reformas dos últimos cinco anos
O primeiro-ministro acredita que as reformas feitas pelo Governo nos últimos cinco anos terão resultados positivos, embora admita que não resolvem todos os problemas do país. Em entrevista ao Financial Times (FT), José Sócrates destaca as mudanças na educação, na legislação laboral, a redução de 73 mil de funcionários públicos e os investimentos nas renováveis como as imagens de marca dos últimos anos. (...)

Sócrates confiante nas reformas dos últimos cinco anos
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.125
DATA: 2010-07-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: O primeiro-ministro acredita que as reformas feitas pelo Governo nos últimos cinco anos terão resultados positivos, embora admita que não resolvem todos os problemas do país. Em entrevista ao Financial Times (FT), José Sócrates destaca as mudanças na educação, na legislação laboral, a redução de 73 mil de funcionários públicos e os investimentos nas renováveis como as imagens de marca dos últimos anos.
TEXTO: “Desafio qualquer um a mostrar-me um país que tenha sido tão reformista nos últimos cinco anos”, desafiou o primeiro-ministro numa entrevista que integra um suplemento de seis páginas sobre Portugal. O FT considera Sócrates um “optimista inveterado”, e alerta que os tempos difíceis que o país atravessa são um teste a essa sua característica. Portugal “tirou partido da Zona Euro”, mas agora tem que pagar uma pesada factura, escreve o jornal britânico. E é o próprio primeiro-ministro quem acaba por reconhecer que nem tudo está feito. “Estas reformas resolveram todos os problemas de Portugal”, questionou, “claro que não, mas eu respondo pelos últimos cinco anos. Temos encarado de frente as dificuldades da economia e estou muito confiante em relação aos benefícios que estas reformas trarão”. Na análise a Portugal, o FT destaca como positivo a forma como as empresas portuguesas têm vindo a explorar os laços com as antigas colónias, a aposta nas renováveis ou os avanços nos serviços públicos electrónicos e na desburocratização dos processos de licenciamento. A forma como o sector dos têxteis e do calçado ultrapassou as deslocalizações para os países asiáticos também é destacada, assim como os esforços em promover o turismo histórico e de natureza. Do lado oposto, surgem as pequenas e médias empresas, que empregam 82 por cento da força de trabalho, mas que são apresentadas como um elo que tem vindo a enfraquecer e que enfrenta graves problemas de crédito.
REFERÊNCIAS:
Países Portugal
FMI conta com a Ásia para atenuar o choque do rigor na Europa
O Diretor-Geral adjunto do Fundo Monetário Internacional, Naoyuki Shinohara, afirmou em Singapura que o vigor do crescimento na Ásia deve ajudar a economia mundial a atenuar o choque provocado pelas políticas de rigor orçamental na Europa. (...)

FMI conta com a Ásia para atenuar o choque do rigor na Europa
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Diretor-Geral adjunto do Fundo Monetário Internacional, Naoyuki Shinohara, afirmou em Singapura que o vigor do crescimento na Ásia deve ajudar a economia mundial a atenuar o choque provocado pelas políticas de rigor orçamental na Europa.
TEXTO: “Pela primeira vez, a contribuição da Ásia para uma retoma mundial excede a das outras regiões”, sublinhou Shinohara, num discurso cujo texto foi transmitido à imprensa em Washington. Mas, acrescentou, “os acontecimentos recentes na Europa, e a volatilidade dos mercados financeiros que os acompanharam, recordaram-nos que a retoma é frágil, e sujeita a riscos consideráveis”. “Circunstâncias desfavoráveis na Europa podem perturbar o comércio mundial, com consequências para a Ásia dado o papel sempre importante da procura externa”, prosseguiu Shinohara. “No entanto, mesmo que a Ásia não esteja imune aos acontecimentos noutro lugar no mundo, a região está numa posição muito sólida para afastar esses riscos, se estes se vierem a materializar”, considerou o adjunto japonês de Dominique Strauss-Kahn. “A chave para os governantes será olhar para o quadro global e estarem prontos para agir rapidamente em função da evolução da situação. Com o aumento do poder económico da Ásia, as escolhas política feitas na região terão consequências importantes na economia mundial”, afirmou. “Felizmente, a solidez do orçamento na maior parte das economias asiáticas deu-lhes a possibilidade de reagir com flexibilidade. No caso de repercussões provenientes da Europa, há espaço para fazer uma pausa na retirada das políticas de relançamento”, declarou. Em Abril, o FMI previu que a Ásia em desenvolvimento vai conhecer de longe o crescimento mais forte ao mundo, com uma subida de 8, 7 por cento, enquanto a zona euro terá a mais fraca, com apenas um por cento
REFERÊNCIAS:
Entidades FMI
"A mania de 'Espanha, Espanha, Espanha' foi um exagero"
Mira Amaral, ex-ministro de Cavaco Silva, prevê um período lento de recuperação no mundo e diz que, para Portugal, as exportações são a única salvação, mas com diversificação dos mercados. (...)

"A mania de 'Espanha, Espanha, Espanha' foi um exagero"
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Mira Amaral, ex-ministro de Cavaco Silva, prevê um período lento de recuperação no mundo e diz que, para Portugal, as exportações são a única salvação, mas com diversificação dos mercados.
TEXTO: Luís Mira Amaral, engenheiro electrónico, com as pastas do Trabalho e da Segurança Social (1985-1987) e da Indústria e da Energia (1987-1995), dedicou-se no último ano a pensar no futuro e nos problemas actuais do País, da Europa mas também do Mundo. O resultado da sua reflexão está publicado ao longo de 372 páginas onde procura responder a esta questão: “E depois da crise?” No livro, com prefácio do ex-ministro das Finanças Miguel Cadilhe, Mira Amaral, hoje presidente do luso-angolano BIC Portugal, defende que o País tem condições para sair da crise se cumprir o PEC e diz que a Europa só recuperará desta crise se caminhar para um maior federalismo orçamental e fiscal. Mas admite que vamos entrar numa recuperação lenta da economia mundial, não afastando o cenário da recessão. Miguel Cadilhe diz que o autor procura responder a uma questão: “Como se sai disto”? Primeiro não se pode esquecer a cena internacional. E existem três cenários, em U, em V e em W. O cenário em V será uma recuperação rápida da economia mundial, o em U será lenta e o em W será uma dupla recessão. Chamando a atenção para os três cenários, acho que uma recuperação rápida da economia mundial está fora de causa. Portanto vamos ter uma recuperação lenta havendo alguma ameaça, que não está afastada, de haver uma nova recessão. E essa recuperação lenta será muito liderada pela China, pela Índia e pelo Brasil. Há algum receio de que a China esteja sobre aquecida e que haja alguma travagem chinesa nessa matéria. Nesse caso começa a ser um problema para a economia mundial, pois a China é que tem sido o motor da recuperação da economia mundial. E temos alguns sinais de recuperação nos EUA. E na Europa, será pior do que os EUA. E Portugal?Vamos levar muitos anos de sangue, suor e lágrimas. Repare que aquilo que o Primeiro-Ministro disse, eufórico, que Portugal registou o maior crescimento da zona euro do primeiro trimestre, não é sustentável. Porquê? Porque a recuperação foi induzida pelo aumento do consumo e das exportações. Esperemos que este seja sustentável. Mas já quanto ao consumo, e com as medidas de aperto, vai haver uma queda. Daí que os cenários para 2011 e 2012 sejam mais sombrios do que aquilo que ele andava a anunciar. E 2009 para os que estão empregados até melhorou, pois as taxas de juro e a gasolina desceram o que deu o embalo no consumo. Agora bastam as medidas que aí vem, de aperto fiscal a sério, e nem é pelo facto de ter havido alguma subida dos juros ou da gasolina, para estes cenários piorarem. Vamos caminhar para uma crise da procura?Portugal já está em crise há muitos anos e vamos levar muitos anos para ultrapassar as nossas debilidades estruturais. A única hipótese é termos um crescimento liderado pelas exportações. Com os desequilíbrios internos não vejo possibilidade de liderar isto pelo consumo privado ou público, dado o endividamento externo, das famílias e do Estado. Mas já não podemos contar com alguns dos mercados mais próximos?No livro faço referência às relações com o exterior e evidencio dois casos, o de Angola e o de Espanha. Espanha tem, tal como nós, graves problemas e as análises mostram que não vai ter um crescimento rápido. E claramente hoje não é realista contar com a Espanha, que foi um grande mercado para Portugal antes da crise. O PS e o PSD fizeram bem ao elegerem a Espanha como prioridade?Aquela mania da Espanha, Espanha, Espanha foi um exagero. Mas Espanha estava a crescer e nós não podíamos deixar de aproveitar. Agora os governos [de Durão Barroso e de José Sócrates] ao dizerem esta frase deram um sinal de que a Espanha ia ser a nossa salvação, o que é um erro. No livro demonstro claramente que o modelo económico espanhol era um gigante com pés de barro. E não era sustentável. Porquê? Porque foi feito à custa da bolha imobiliária, as casas dos espanhóis cada vez valiam mais e eles sentiam-se mais ricos e consumiam mais. E depois havia um influxo de mão-de-obra não qualificada para o sector imobiliário. Se fosse ver a competitividade no sector espanhol dos bens transaccionáveis, onde está indústria, ela não era superior à portuguesa porque os ingredientes da economia espanhola não eram famosos. E pensar que Espanha era a salvação foi um disparate. Agora o Governo fez uma coisa correcta. É que a partir de certa altura, corrigiu o erro, e começou a diversificar e a apostar na Argélia, em Angola, na Venezuela, na Líbia e no Brasil. E fez bem. No livro afirma que não vamos crescer à custa dos mercados comunitários?A minha análise mostra que precisamos de estar no euro para ter estabilidade financeira e cambial, mas depois só vamos crescer à custa dos mercados não comunitários. E mesmo que a Alemanha aumente a procura e o consumo, como nós temos um perfil de exportações muito parecido com os asiáticos, é fácil perceber que o aumento da procura alemã será também aproveitado pela Ásia. Onde tem um perfil mais adequado às necessidades é em mercados não comunitários. As políticas keynesianas de aumento da procura não fazem sentido?Em Portugal não. Porque estamos a ajudar outros mercados, a dinamizar as exportações e o emprego noutros locais, pois somos um pequeno país aberto ao exterior. Esta politica só é valida para economias fechadas. E com a nossa divida publica e a divida externa, também não conseguimos relançar a procura cá dentro. Há asfixia financeira e depois em termos económicos não temos oferta para aproveitar. O único país europeu em condições de beneficiar de uma política keynesiana é a Alemanha e mesmo assim adoptou medidas de austeridade. Os países do sul deviam ter uma política de emagrecimento, mas a Alemanha como locomotiva europeia devia ser responsável por alguma compensação. Porque não o fez?O Governo alemã herdou uma velha tradição alemã de ter muito medo da disciplina orçamental e do aumento da inflação. E esse reflexo mental alemão que o leva a entrar num programa de austeridade. No seu livro tece considerações sobre a acção do BCE e da Fed (Federal Reserve norte-americana). . . Quando analiso as políticas monetárias do FED e do BCE chamo a atenção de que são diferentes, e não é porque o BCE não tenha a mesma competência técnica. Mas é porque o governo alemão quase que tem aqui um direito de veto de uma golden-share sobre o BCE que impede que este seja tão expansionista ou agressivo como a FED. Quando o BCE compra divida pública dos países em maior dificuldade, e compra no mercado secundário, o que votou contra foi o governador alemão, o que mostra o seu conservadorismo. Ele tem a tese de que se nós não tivermos estabilidade financeira, se os mercados não nos emprestarem, seria o desastre. Mas acho que ainda não estamos nessa situação. No final da crise vamos ter um BCE mais Budensbank (banco central alemão) ou Fed?Vai ser mais Budensbank. Os alemães têm no BCE uma GS e se quisermos salvar a zona euro vamos ter de caminhar para um maior federalismo orçamental e fiscal o que significa um maior comando alemão. E já se fala que os alemães vão indicar o nome que vai substituir o Trichet [o actual presidente do BCE]. Essa solução não vai criar tensões fortes, dentro da zona europeia?Vai. Mas os países do sul não têm outra alternativa: Portugal, Espanha, Grécia e, eventualmente, Itália. Com o ajustamento que fez, a Irlanda já saiu dos radares. Há vários cenários: a Alemanha farta-se e sai do euro, e o euro sem a Alemanha fica a falar sozinho; no meio do programa de ajustamento que vai ser doloroso pode haver pulsões populistas que levem, por opção estratégica, a Grécia a sair do euro, para desvalorizar a moeda, e depois Portugal e depois a Espanha; ou, finalmente, avançar para um maior federalização das políticas orçamentais e fiscais. O que para mim significa soberania partilhada com Bruxelas e sujeita ao visto alemão. Esta é a única forma de salvar a zona euro. E neste cenário os alemães ganham maior importância, pois são o país mais forte, e que impõe o comando. E o BCE também. O PEC é uma decisão alemã. Não se esqueça da capa do economista que diz três anos para salvar o euro. As questões vão-se colocar no prazo de três anos. A liderança europeia tem sido eficaz?Tem sido muito fraca. Helmut Schmidt [chanceler alemão entre 1974 e 1982] disse que na Europa só havia uma instituição que funcionava que era o BCE. Depois do que vimos na crise grega houve uma liderança tardia, difusa, de resposta lenta. E hoje estamos a pagar juros superiores do que se tivesse havido uma resposta rápida. O que é que isto revela? Que o reforço da UE se faz através de crises. A Europa só avança depois de uma crise. E só há duas soluções: ou retrocede; ou aprofunda a integração. Alguns defendem que a crise do euro vai permitir avançar mais na integração política. Discorda de Paul Krugman que diz que a Grécia vai sair do euro e a seguir Portugal?Ele às vezes exagera. Mas se olharmos para o que diz como um aviso é positivo. Mas para mim não é líquido que aquilo que ele defende esteja certo. Não acho que se a Grécia não conseguir pagar tenha que sair do euro. O ministro das Finanças alemão já disse, embora tenha sido criticado injustamente, que é necessário um default ordenado da divida pública grega, com algum corte dos juros. E isto não é dramático. O estado de nova Iorque, no contexto da União Económica Monetária (UEM) americana já o fez. A crise da UE passa apenas pela federalização das políticas orçamentais e fiscais?E deve criar mecanismos anti-crise mais rápidos e explícitos e ainda ter possibilidade de escalonação parcial de dividas públicas o que significa um default organizado. E o caso grego para mim já é evidente. É claro que os gregos vão sair deste programa com uma divida brutal, de 150 por cento do PIB, e que não vai ser paga e, portanto, vai ter que ser feito um programa de escalonação da divida grega com algum corte de parte dos juros. E o ministro das Finanças alemão já o disse. Compreende o governo alemão?Sim. Conforta-me pois há racionalidade na actuação do governo alemão. Apesar do povo alemão não querer que a Alemanha nos ajude e de estar descontente com o euro, é o governo alemão que está a introduzir racionalidade na Europa e a aguentar a situação. A solidariedade tem duas vias. Não podemos pedir que a Alemanha ajude a Europa e depois esquecer as dificuldades que o Governo tem com o seu povo. Teme a vinda do FMI a Portugal?Não, se as medidas propostas pelo governo forem executadas a sério e introduzidas mais algumas reformas não vamos precisar da ajuda do FMI, como necessitou a Grécia. Se o PEC não for aplicado, então vamos precisar da ajuda. O euro está em risco?Está. Se um país acabar por sair do euro o euro acaba?Se a Grécia saísse, ou outro país do sul, o euro reconstituía-se à volta da Alemanha e do Benelux. Era a velha zona marco, com a entrada de outros países do leste da esfera alemã. Neste cenário extremo, era um euro germanizado. Não criava tensões a Alemanha e a França?Sim. A França ficava numa situação desconfortável pois hoje faz um papel de charneira entre a Alemanha e os países do sul. “Não sei se dentro de cinco anos ainda se pode falar em bancos geridos por portugueses e com capitais nacionais”O sistema financeiro europeu vai resistir à crise de liquidez?Quando se fala em banca europeia, devíamos estar preocupados com a banca alemã e francesa. Vamos ver se os seus testes de resistência que estão a ser feitos aos bancos alemães e franceses têm em linha de conta o papel de divida pública grega, portuguesa e espanhola que possuem. E se os testes entram com algum cenário de incumprimento. Se o papel tiver risco de crédito, obviamente que terá efeito nos bancos franceses e alemães. Para mim deve-se olhar para a relação que os grandes bancos têm em termos de divida pública, isso é mais importante do que olhar para as cajas espanholas. Até porque o Governo espanhol já acordou e criou um fundo de recuperação dos bancosEnquanto presidente do luso-angolano BIC Portugal e ex-presidente da CGD, acha que os bancos portugueses vão resistir a esta terceira vaga da crise mundial?Os bancos portugueses têm rácios de capital adequados e portanto não têm problemas de solvabilidade. Podem ter problemas de liquidez, como aliás acontece a outros bancos europeus, porque os mercados interbancários se fecharam e porque não há poupança interna suficiente para lhe dar o “funding” de que necessitam. Daqui a cinco anos ainda se pode falar em bancos geridos por portugueses e com capitais nacionais?Sinceramente não sei. Um dos riscos desta situação de elevadíssimo endividamento externo é levar à venda ao exterior dos nossos activos empresariais. É como em nossa casa termos de vender as jóias da família. Está confiante que os quatro bancos nacionais [CGD, BCP, BES e BPI] vão passar nos testes de resistência que o BCE está a fazer?Sim. Mas é evidente que hoje existe uma questão que já se pôs com os testes de stress nos EUA e que é esta. Se os testes de stress dão bons resultados e os grandes bancos não têm problemas alguns dirão? Foi mais um instrumento de marketing e isto não é a sério. Pois se fosse a sério mostrava os problemas. O ponto crucial desta matéria é este: os testes devem ser transparentes para evitar dúvidas e desconfianças no sentido em que sejam mais um instrumento de marketing do que um exercício de ver se eles em condições extremas estão em condições de sobreviver. Mas a banca portuguesa tem rácios de solvabilidade adequados e é vítima do desequilíbrio externo, pois vai ao exterior buscar os fundos de que necessita pois tem falta de poupança interna. O que é isso significa?A curto prazo o problema de liquidez está resolvido. Mas se o País poupar mais então teremos mais liquidez interna e maior credibilidade junto dos mercados exteriores. O problema de solvabilidade, que é de médio e longo prazo, coloca-se se nós não pouparmos mais internamente e se os mercados externos se fecharem o que tem também a ver com o cumprimento do PE. “Qualquer líder político tem legitimidade para defender que o Estado deve manter posições accionistas em sectores estratégicos”Está ao lado do actual líder do PSD que defende que o Estado deve sair de todas as empresas? Há um profundo cinismo dos grupos portugueses que formam o que eu chamo o bloco central político financeiro. Querem que o Estado mantenha lá uma posição para os proteger e no dia em que querem vender estão-se nas tintas para o Estado e decidem sair do capital. Qualquer líder político, de qualquer partido, tem legitimidade para dizer: eu entendo que estes sectores são estratégicos para a economia portuguesa e se é assim devo manter uma posição accionista forte na empresa. O que eu não percebo é esta lógica de querer vender tudo e depois querer manter uma GS para mandar. A isto eu chamo o neo-liberalismo selvagem. Uma das bandeiras de Passos Coelho, para se distinguir do PS, foi a privatização da CGD. Concorda?Que eu saiba, neste momento não defende isso. Mas eu defendo um modelo de governação para a CGD mais imune à intervenção do governo, com um conselho geral formado por senadores, gente de grande competência técnica e credibilidade ética. O maior erro que cometi durante a minha vida profissional foi ter aceite o convite realizado pelo governo do PSD para ir para a CGD. Nessa altura defendi um modelo de gestão mais independente do poder político. Mas acabei por sair de lá enxovalhado pelo PSD. Da minha experiência na CGD, percebi que para ser Presidente da CGD, não interessa ser gestor bancário, como eu, o que interessa é ter “skills” de gestor público, que eu não tenho, sabendo dar graxa ao ministro ou ministra das Finanças. . . . No seu livro faz críticas ao modelo de supervisão financeira que vai ser adoptado em Portugal. Pode explicar porquê?Repetindo o que escrevi no livro, dir-lhe-ei que não estou de acordo com o modelo proposto pelo Governo e defendo que a supervisão prudencial e a supervisão comportamental não devem estar separadas em duas entidades distintas. Uma entidade que trata só da parte comportamental acaba por se transformar na associação de defesa dos consumidores – esquecendo a dimensão prudencial. Na altura disse mesmo que não me revia nos comentários realizados pelo presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) [António de Sousa], que não pôs em causa a proposta do governo apenas fazendo declarações com verdades de La Palisse e recomendando apenas alguns cuidados na implementação do modelo. Agi na qualidade de cidadão e enviei uma nota ao Ministro das Finanças dando conta da minha discordância em relação à posição da APB. Qual foi a minha surpresa quando constatei que quer o presidente da APB, quer o ex-Governador do BdP, este já em trânsito para Frankfurt, de repente começaram a fazer criticas à solução do Governo. “Ouvir os espanhóis queixarem-se de que o Governo português usou uma Golden Share dá para nos rirmos” Qual é a sua opinião sobre o veto do Estado, com uso da Golden Share (GS), à venda das acções que a PT possui na Vivo?Como não estou na vida partidária não entro na luta política contra o PM. Mas faz-me confusão que se utilize uma GS para evitar a venda de uma subsidiária da PT, que está no Brasil. Agora imagine se o presidente Lula viesse dizer: “O quê? Estão a exercer uma GS sobre uma empresa brasileira? Quem pode exercer a GS sou eu. ” Concorda com Pedro Passos Coelho que veio dizer que era contra a venda da Vivo e contra o uso da GS?Não vou entrar nessa guerra. Em todo o caso se a Telefónica ou outra empresa europeia avançasse para comprar a PT eu entenderia perfeitamente que o governo português usasse a GS. Somos todos europeus, mas todos actuam desta forma. E há alguns sectores mais sensíveis, como as telecomunicações, a energia e a banca, que são utilities para toda a economia, onde se pode aplicar aquela noção de que são estratégicos para o País. Em termos económicos não é bem assim, mas em termos políticos eu percebo que se diga. Nesses casos, tomando um estrangeiro o controlo desses sectores acho que a GS seria bem utilizada. A tese da Europa de que não devem existir GS é razoável, mas todos os países a utilizam ou usam instrumentos idênticos. Quando ouvimos os espanhóis queixarem-se de que o Governo português usou uma GS é para nos rirmos. Porquê?Quando a alemã E. On quis comprar a Endesa, lembro-me das patifarias que o governo espanhol fez para impedir e depois o Governo espanhol acabou se aliar à italiana Enel para travar a venda. O governo espanhol interferiu claramente no mercado e por isso não tem qualquer autoridade para criticar o governo português sobre o uso da GS. Nunca comprei a ideia dos centros de decisão nacional, porque agora um que subscreveu esta tese é agora um dos que quer vender. No momento em que quer fazer mais-valias qualquer grupo português ou estrangeiro actua na óptica da racionalidade económica. O que deve fazer o Estado quando quer manter algum poder sobre uma empresa?Primeiro deve ser o Estado a decidir se uma empresa é estratégica para o País e não os privados. E depois se quisermos manter algumas empresas sob controlo estratégico português então mais vale, ou não privatizar, ou manter uma posição relevante. O que me faz confusão é privatiza-se mas depois quer-se manter o controlo. Acha que o Estado deveria ter mantido na Galp e na EDP uma posição de 20 por cento?Com certeza. É mais sério manter alguma posição accionista do que vender tudo e depois querer mandar. Compreenderia que o Governo subisse a posição que detém na PT?Compreenderia, mas o Governo já não tem dinheiro para comprar. Qual é a solução?Fazer um acordo parassocial. Aceito que o Estado mantenha a GS até onde for possível para garantir que a PT não seja vendida. E para mim é muito simples: se a União Europeia não consegue pôr na ordem os franceses, os espanhóis e alemães, porque vem pôr na ordem Portugal?(Versão completa)
REFERÊNCIAS:
Exportações continuam a aumentar mas défice comercial agrava-se em 436 milhões
Se, nos três primeiros meses deste ano, Portugal tinha conseguido diminuir o défice da balança comercial em 168 milhões de euros, esse esforço foi agora apagado com a divulgação dos números do segundo trimestre. Entre Abril e Junho, o défice comercial nacional aumentou 436 milhões de euros, totalizando quase cinco mil milhões de euros. (...)

Exportações continuam a aumentar mas défice comercial agrava-se em 436 milhões
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Se, nos três primeiros meses deste ano, Portugal tinha conseguido diminuir o défice da balança comercial em 168 milhões de euros, esse esforço foi agora apagado com a divulgação dos números do segundo trimestre. Entre Abril e Junho, o défice comercial nacional aumentou 436 milhões de euros, totalizando quase cinco mil milhões de euros.
TEXTO: De acordo com os dados preliminares ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações de bens e serviços aumentaram 15, 4 por cento para os nove mil milhões de euros, uma subida superior à registada no primeiro trimestre (14, 6). Contudo, as importações também aumentaram 13, 2 por cento para os 14 mil milhões de euros e, como o seu valor está acima das exportações, geraram um novo "buraco" na balança comercial. Os combustíveis, lubrificantes e material de transporte e acessórios continuam a ser as categorias a arrecadar fatias mais significativas, tanto do lado das importações como das exportações. De acordo com o INE, o saldo negativo foi provocado pelas trocas comerciais fora da zona euro e da União Europeia (UE), visto que o saldo comercial melhorou em relação aos parceiros europeus. Para os países da UE, as exportações aumentaram 13, 2 por cento, enquanto as importações subiram 7, 3. Com os países terceiros, o cenário é outro: as exportações subiram 22, 4 por cento, mas foram superadas pelas importações, que dispararam 33, 8 por cento. A Ásia (com destaque para a China) foi uma das regiões de onde Portugal mais aumentou as importações, enquanto que as exportações se mantiveram praticamente inalteradas face ao ano passado. Em vez dos 633 milhões de euros registados no segundo trimestre de 2009, Portugal importou agora bens e serviços dos países asiáticos no valor de 986 milhões. O peso da China é aqui superior a um terço. Do lado oposto, a pesar no negócio de exportação esteve a quebra de vendas para os Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), que importaram menos 82 milhões de euros entre Abril e Junho, face a igual período do ano passado. Tal como já tinha acontecido nos três primeiros meses do ano, as exportações voltaram a acelerar no segundo trimestre, sinalizando uma recuperação da actividade económica a nível europeu que está a ser muito impulsionada pela Alemanha (ver caixa). Contudo, resta saber se esta subida das exportações será suficiente para, por si só, assegurar o crescimento. No primeiro trimestre, a economia portuguesa cresceu 1, 8 por cento face a igual período de 2009 e um por cento face ao trimestre anterior. Este desempenho foi alavancado nas exportações e no consumo privado, que cresceu sobretudo por via das compras de automóveis. Contudo, segundo os dados do Banco de Portugal, o indicador que mede o consumo privado inverteu a sua tendência de subida em Abril e, até Junho, tem estado em queda, reflectindo os receios generalizados com a crise económica e com o impacto que as medidas de austeridade lançadas pelo Governo possam vir a ter na economia. Paralelamente, a confiança dos consumidores portugueses permanece fraca, tendo atingido em Julho o nível mais baixo face à média da zona euro desde que a Comissão Europeia regista este indicador, ou seja, desde 1986.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Portas defende vigilância mútua, mas com soberania fiscal
O CDS-PP defende visto prévio aos orçamentos dos estados membros da União Europeia por parte do Ecofin, mas salienta a importância de haver “soberania fiscal”. (...)

Portas defende vigilância mútua, mas com soberania fiscal
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: O CDS-PP defende visto prévio aos orçamentos dos estados membros da União Europeia por parte do Ecofin, mas salienta a importância de haver “soberania fiscal”.
TEXTO: “Todos os países devem fazer um caminho comum para finanças públicas equilibradas e por isso deve haver uma vigilância mútua para que os objectivos se cumpram”, afirmou Paulo Portas após um encontro com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, e o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Pedro Lourtie, com vista à preparação do Conselho Europeu de quinta-feira. Esta posição, acrescentou o líder do CDS-PP, fica também a dever-se ao facto de haver fundos portugueses envolvidos no sistema de emergência financeira para ajudar os países da UE com problemas. Porém, salientou, “deve haver soberania fiscal”, de forma a Portugal ter “uma política competitiva para atrair investimento”. Outra questão que o CDS-PP debateu com Luís Amado foi a possibilidade do mercado europeu se abrir aos países asiáticos, nomeadamente ao Paquistão como forma de apoiar o país que foi vítima de cheias que afectaram fortemente a população. Paulo Portas pediu, no entanto, cuidado, pois diz que o sector têxtil português já vive uma forte crise. “O Governo deve defender os interesses nacionais porque vivemos uma conjuntura económica que não admite novos abalos”, afirmou.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Congresso dos EUA abre caminho a sanções económicas à China
Comité da Câmara dos Representantes aprova legislação que permite retaliar sobre países que mantêm a moeda artificialmente desvalorizada. (...)

Congresso dos EUA abre caminho a sanções económicas à China
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.2
DATA: 2010-09-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Comité da Câmara dos Representantes aprova legislação que permite retaliar sobre países que mantêm a moeda artificialmente desvalorizada.
TEXTO: A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos deu ontem o pontapé de saída para o lançamento de uma guerra comercial com a China. Um comité da câmara baixa do Congresso norte-americano aprovou uma alteração legislativa que autoriza a Casa Branca a impor retaliações a países que mantêm as suas moedas artificialmente desvalorizadas. A medida, que ainda terá de passar o crivo do plenário da Câmara dos Representantes e do Senado, não refere os países alegadamente prevaricadores. Mas ninguém duvida que foi aprovada a pensar na China. Nos últimos meses, cresceu nos Estados Unidos a onda de críticas à política cambial da potência asiática. A China é acusada de manter a sua moeda, o yuan, artificialmente desvalorizada, de forma a injectar competitividade nas suas exportações. Este comportamento acaba por gerar concorrência desleal para os produtos chineses face a bens similares produzidos noutros países. Esta semana, a speaker do Congresso norte-americano, a democrata Nancy Pelosi, afirmava: "Se a China permitisse que a sua moeda flutuasse ao sabor das condições dos mercados, seria possível criar um milhão de postos de trabalho nos Estados Unidos e reduzir o défice comercial em 100 mil milhões de dólares. "A alteração legislativa faz equivaler a política de desvalorização artificial de uma moeda a um subsídio que é concedido por um Estado a um produto que se destina à exportação - prática condenada pela Organização Mundial do Comércio. A administração norte-americana, no caso de a medida passar, poderá impor sanções aos produtos importados da China sob a forma de taxas aduaneiras que reflectirão a diferença entre a cotação actual do yuan e o que valeria no mercado sem intervenção das autoridades chinesas. Na sequência da crise financeira mundial, a China decidiu manter a sua moeda a uma taxa de câmbio fixa (6, 83 dólares) e só em Junho passado permitiu que ela flutuasse no mercado. Mas condicionada a balizas de valorização que não permitissem oscilações significativas. Durante dois meses, a comparação com o dólar manteve-se estável, mas, nas últimas semanas, o yuan voltou a cair, com cotações abaixo daquele valor de referência. Esta evolução da moeda chinesa irritou os responsáveis norte-americanos, e o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e o próprio Presidente Obama criticaram as autoridades chinesas, embora sem nunca referirem medidas concretas de retaliação. Com as eleições legislativas à porta (são já em Novembro) e uma situação no terreno não muito confortável para os democratas, a margem de manobra da Casa Branca neste dossier está a reduzir-se. Um dos pontos essenciais da campanha eleitoral é a elevada taxa de desemprego nos Estados Unidos e cresce a convicção de que a China tem fortes responsabilidades neste drama social. Anteontem, perante uma plateia de empresários em Nova Iorque, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, afirmou sem rodeios que uma valorização substancial do yuan não está na agenda de Pequim. Na ONU, à margem da assembleia geral, Obama pediu a Jiabao a reformulação da política cambial chinesa.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Actividade económica global voltou a abrandar em Agosto
A actividade económica voltou a abrandar em Agosto no conjunto dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), mantendo-se estável na zona euro, pelo quarto mês consecutivo, de acordo com os indicadores hoje divulgados pela organização. (...)

Actividade económica global voltou a abrandar em Agosto
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.014
DATA: 2010-10-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: A actividade económica voltou a abrandar em Agosto no conjunto dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), mantendo-se estável na zona euro, pelo quarto mês consecutivo, de acordo com os indicadores hoje divulgados pela organização.
TEXTO: A OCDE, que reúne os países com as economias mais desenvolvidas, aponta que a evolução dos seus indicados compósitos avançados “reforça os sinais de abrandamento da expansão económica”, já observados em Julho, acumulando quatro meses consecutivos de crescimento reduzido, ou mesmo negativo. Para a zona euro, estes indicadores apontam para uma estabilização da actividade económica, sem movimentos relevantes nos últimos quatro meses, enquanto o grupo das maiores economias asiáticas (China, Índia, Indonésia, Japão e Coreia) tem vindo a cair ao mesmo ritmo mensal (0, 2 pontos) nos últimos cinco meses. As perspectivas para a actividade económica na Alemanha, Japão e Rússia apontam para uma manutenção da expansão económica, com a OCDE a projectar que as economias do Canadá, França, Itália, Reino Unido, Brasil, China e Índia estejam a dirigir-se para uma contracção.
REFERÊNCIAS:
Entidades OCDE
Comércio mundial abrandou no terceiro trimestre
O comércio mundial desacelerou entre Julho e Setembro, registando um crescimento que é quase metade do trimestre anterior, revela a Organização Mundial do Comércio (OMC). (...)

Comércio mundial abrandou no terceiro trimestre
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: O comércio mundial desacelerou entre Julho e Setembro, registando um crescimento que é quase metade do trimestre anterior, revela a Organização Mundial do Comércio (OMC).
TEXTO: De acordo com os últimos dados, hoje divulgados, o comércio internacional de mercadorias cresceu 18 por cento no terceiro trimestre face a igual período de 2009. No segundo trimestre, o crescimento tinha sido bastante superior – 26 por cento. Entre Janeiro e Setembro, o comércio cresceu 23 por cento, prosseguindo a recuperação iniciada no segundo trimestre de 2009. Contudo, apesar de a evolução estar a ser positiva, a OMC destaca que o valor das trocas internacionais permanece abaixo o nível anterior à crise económica e financeira que rebentou em 2008. O ano passado foi um ano negro para o comércio mundial, com as trocas internacionais a caírem 12, 2 por cento, a maior queda desde a Segunda Guerra Mundial. O comércio fora da União Europeia (ou seja, entre os Estados da UE e o resto do mundo) cresceu mais do que as trocas dentro da união. As exportações asiáticas aceleram 30 por cento, enquanto as de África e do Médio Oriente aumentaram 22 por cento, sobretudo devido à subida dos preços das matérias-primas. Apesar da desaceleração no terceiro trimestre, a OMC mantém inalteradas as suas previsões para 2010, esperando um crescimento de 13, 5 por cento no comércio mundial. Este valor não é, contudo, comparável com os valores trimestrais, visto que estes não são ajustados à sazonalidade nem às mudanças nos preços.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE OMC
Ranking das maiores companhias de aviação dominado pela Ásia
A Ásia está a ganhar mais terreno na indústria aérea. Uma tendência que é visível nos indicadores de tráfego, mas também no ranking das maiores transportadoras, liderado pela Air China. (...)

Ranking das maiores companhias de aviação dominado pela Ásia
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Ásia está a ganhar mais terreno na indústria aérea. Uma tendência que é visível nos indicadores de tráfego, mas também no ranking das maiores transportadoras, liderado pela Air China.
TEXTO: Em termos de capitalização, a Air China é, de acordo com dados divulgados hoje pela Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA), a maior companhia de aviação do mundo, valendo 20 mil milhões de dólares (14, 9 mil milhões de euros, ao câmbio actual). A segunda maior empresa do sector também é asiática. No ranking da IATA, que está hoje reunida com jornalistas, o número dois cabe à Singapore Airlines, avaliada em 14 mil milhões de dólares (cerca de 10, 4 mil milhões de euros). Seguem-se a Cathay Pacific, com sede em Hong Kong, que vale 12 mil milhões de dólares (perto de 8, 9 mil milhões de euros) e a China Southern, avaliada em 11 mil milhões de dólares (8, 2 mil milhões de euros). Só no quinto lugar surge uma transportadora aérea instalada fora da Ásia. Trata-se da LATAM, nascida, este ano, da fusão entre a chilena LAN e a brasileira TAM, cujo valor também se situa nos 11 mil milhões de dólares (8, 2 mil milhões de euros, ao câmbio actual). Nos lugares seguintes estão a norte-americana Delta e a alemã Lufthansa, ambas avaliadas em dez mil milhões de dólares (o equivalente a 7, 5 mil milhões de euros). Ou seja, juntas valem o mesmo que o gigante asiático Air China. A jornalista está em Genebra a convite da TAP e da IATA
REFERÊNCIAS:
Étnia Asiático