Chineses manifestam-se contra Japão
Milhares de chineses cercaram a embaixada japonesa em Pequim, no sábado, atirando pedras, ovos e garrafas. Há também protestos noutras cidades da China, tudo por causa do aumento de tensões entre as duas potências asiáticas que disputam um conjunto de ilhas. (...)

Chineses manifestam-se contra Japão
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-09-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Milhares de chineses cercaram a embaixada japonesa em Pequim, no sábado, atirando pedras, ovos e garrafas. Há também protestos noutras cidades da China, tudo por causa do aumento de tensões entre as duas potências asiáticas que disputam um conjunto de ilhas.
TEXTO: Os paramilitares rodearam a embaixada com escudos e bastões para conter a manifestação. “Devolvam-nos as nossas ilhas! Demónios japoneses fora!”, gritam alguns manifestantes. Um dos cartazes dizia: “Pelo respeito pela nossa terra mãe, devemos entrar em guerra contra o Japão. ”“Odiamos o Japão. Sempre odiámos o Japão. O Japão invadiu a China e matou muitos chineses. Nunca o iremos esquecer”, disse por seu lado Liu Gang, citado pela Reuters. A disputa de anos escalou dramaticamente na sexta-feira quando a China enviou seis navios de vigilância para um grupo de ilhas desabitadas, que fica no Mar da China, aumentando as tensões entre os dois países a níveis que não se viam desde 2010. As ilhas pertencem a um dono privado japonês e o envio dos barcos foi uma resposta chinesa às intenções do Japão de comprar as ilhas que em Tóquio chamam-se Senkaku, mas em Pequim são conhecidas como Diaoyu. As relações sino-nipónicas estão há muito condicionadas pela memória amarga das agressões militares do Japão à China nas décadas de 1930 e 1940. Hoje, os dois países competem ainda pelos recursos e pelo poder político da região. O ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão regressou mais cedo de uma viagem à Austrália por causa da crise. Os diplomatas dizem que Tóquio e Pequim querem impedir que as tensões escalem, mas gerir esta situação pode ser difícil, já que a liderança da China está a passar por uma mudança, o Japão está prestes a ter eleições e há uma desconfiança profunda entre os dois países. Raramente o Governo chinês, liderado pelo Partido Comunista, permite que as manifestações. “Acho que o governo está a encorajar isto”, disse um manifestante, que deu o nome de Uda Chen. “Podiam ter-nos parado a todos de nos aproximar quando estávamos na estação do metro. O Governo ensinou-nos a sermos anti japoneses na escola, por isso se querem que nós paremos, seria como estarem a tapar as suas próprias bocas”, acrescentou. O tablóide chinês Global Times, que pertence ao jornal People’s Daily do Partido Comunista, defendeu que a recuar em relação a esta questão não era uma opção para a China. “A China deve estar confiante em esmagar estrategicamente o Japão”, lê-se no jornal, que defende que o exército chinês deve “aumentar a sua preparação e intensificar a sua capacidade dissuasora” contra o Japão. “A China não vai fugir se o Japão recorrer às forças armadas. ”
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra escola chinês japonês
A corrupção é um risco para o Partido Comunista Chinês
O Presidente Hu Jintao abriu o 18.º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), em Pequim, nesta quinta-feira, com um discurso recheado de frases sonantes. Uma delas, sobre os riscos da corrupção, polariza nesta manhã as atenções mediáticas, sobretudo fora da China. (...)

A corrupção é um risco para o Partido Comunista Chinês
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-11-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Presidente Hu Jintao abriu o 18.º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), em Pequim, nesta quinta-feira, com um discurso recheado de frases sonantes. Uma delas, sobre os riscos da corrupção, polariza nesta manhã as atenções mediáticas, sobretudo fora da China.
TEXTO: "Se não lidarmos bem com este assunto [a corrupção], isto pode tornar-se fatal para o partido, e até causar o colapso do partido e a queda do Estado", alertou Hu Jintao, que está de saída do cargo. O discurso de abertura, dirigido a 2268 delegados oriundos de todo o país, fez a apologia dos últimos dez anos de vida do regime que, segundo Hu Jintao, deve fazer todos os esforços para combater a corrupção, segundo noticia a agência de notícias chinesa Xinhua. "Os responsáveis políticos, em qualquer posição, mas especialmente os de topo, devem respeitar o código de conduta para uma governação transparente", frisou Hu Jintao, que será substituído no final deste Congresso, após uma década na Presidência. "Eles [os responsáveis políticos] devem exercer uma auto-disciplina rígida e fortalecer a educação e a supervisão sobre as famílias e os seus gabinetes e nunca deverão procurar privilégios", prosseguiu o ainda líder chinês, segundo a mesma agência oficial chinesa. O congresso do PCC, ou "grande reunião" como lhe chamam na China, realiza-se de cinco em cinco anos, em Pequim. De dez em dez anos, como sucede agora em 2012, é escolhida a liderança política, nomeado o Politburo do Comité Central e a respectiva Comissão Permanente. Hu Jintao terá como sucessor o actual vice-presidente, Xi Jinping, que se tornará o novo secretário-geral do PCC e Presidente da China no final deste congresso que durará uma semana. Nos últimos meses, o escândalo de corrupção que envolvia um alto quadro como Bo Xilai e a família deste (expulso do Comité Central) estiveram no centro das atenções mediáticas. E duas semanas antes do congresso, uma reportagem sobre a riqueza amealhada por figuras de proa do regime, como o primeiro-ministro, Wen Jiabao, causou largo incómodo na China, que bloqueou mesmo o acesso via Internet ao jornal The New York Times e às pesquisas nos motores de busca sobre este tema na restante imprensa mundial. Hu Jintao nunca falou de nenhum caso concreto – nem no nome de Bo Xilai, que chegou a ser visto como um possível substituto do Presidente –, mas não deixou de defender a importância de uma gestão limpa. "Todos aqueles que violarem a disciplina do partido e as leis do estado, sejam quem forem, seja qual for a posição ou o poder, devem ser levados à justiça sem perdão", insistiu Jintao, defendendo que o PCC deve "assegurar a igualdade de tratamento" para todos face à disciplina. "Não pode haver excepções", conclui, num discurso optimista em que prometeu riqueza ao povo chinês. Recusa do modelo ocidentalNo longo discurso, Hu Jintao prometeu continuar os "esforços activos e prudentes" para reformar a estrutura política e tornar mais extensiva a democracia popular”, mas assegurou que Pequim “nunca irá copiar o sistema político ocidental”. Sobre a economia, o líder cessante disse que o caminho é o "socialismo chinês". "A questão do caminho que tomamos é vital para o partido e para o futuro da China, para o destino da nação e o bem estar do povo", sublinhou, exaltando a escolha feita nas últimas décadas como o caminho correcto, de acordo com a agência Xinhua. Para lidar com as circunstâncias difíceis "tanto no plano interno como no plano externo", com "o fosso entre pobres e ricos a alargar", foi possível à China construir uma "sociedade moderadamente próspera", disse Hu Jintao, de acordo com o jornal The New York Times.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave educação igualdade chinês
Guia para o 18.º Congresso do Partido Comunista Chinês
O que é? Os chineses chamam-lhe a "grande reunião". Após a morte de Mao Tsetung, em 1977, ficou decidido que se realizaria de cinco em cinco anos, sempre em Outubro ou no início de Novembro. Em Pequim, reuném-se 2200 delegados oriundos de todas as províncias e territórios chineses para nomear novos dirigentes. Este ano assume uma importância maior porque é chegado o momento de mudar de líderes (o que acontece de dez em dez anos). O todo-poderoso Comité Permanente terá uma nova composição e um novo secretário-geral assumirá a presidência na próxima década. (...)

Guia para o 18.º Congresso do Partido Comunista Chinês
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-11-08 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20121108161726/http://www.publico.pt/1570581
SUMÁRIO: O que é? Os chineses chamam-lhe a "grande reunião". Após a morte de Mao Tsetung, em 1977, ficou decidido que se realizaria de cinco em cinco anos, sempre em Outubro ou no início de Novembro. Em Pequim, reuném-se 2200 delegados oriundos de todas as províncias e territórios chineses para nomear novos dirigentes. Este ano assume uma importância maior porque é chegado o momento de mudar de líderes (o que acontece de dez em dez anos). O todo-poderoso Comité Permanente terá uma nova composição e um novo secretário-geral assumirá a presidência na próxima década.
TEXTO: O que acontece lá dentro?Não se sabe. Há uma cerimónia de abertura, com discursos (o de Hu Jintao e o mais aguardado no dia da abertura dos trabalhos), e outra de encerramento, com novos discursos. Entre um momento e o outro há o silêncio — é tudo secreto. O que, na verdade, é pouco importante, como explica a BBC. O Congresso deveria escolher o Comité Central, que escolheria o Politburo e o Comité Permanente — ou seja, as decisões deveriam ser feitas de baixo para cima e não o contrário. Mas todas as decisões estão tomadas quando chega a data e o Congresso só as formaliza. Quem é escolhido para secretário-geral do partido?No tempo de Mao Tsetung e Deng Xiaoping, o líder escolhia o seu sucessor. Esse tempo passou e o processo d e selecção é agora um braço de ferro entre facções dentro do partido. Este ano o processo, repleto de intrigas políticas e não só (o caso Bo Xilai, por exemplo), foi em parte tornado público e expôs que há pouca harmonia e entendimento colectivo nas transições políticas chinesas. O Presidente que cessa funções, Hu Jintao, escolhera Li Keqiang para novo secretário-geral e Presidente, mas Xi Jinping foi consensual junto de um maior número de grupos de interesses. Quem são os delegados?Em teoria, os congressos e assembleias locais escolhem os representantes que vão enviar a Pequim. Perto de 62% dos delegados detêm cargos de liderança no partido, a nível provincial ou nas regiões autónomas. Os restantes são membros do partido, mas representantes das chamadas “bases”. Quem são os novos dirigentes?São a quinta geração desde Mao. Passaram por cargos na administração e na gestão e têm educação superior. Alguns foram secretários provinciais do partido. A 4. ª geração (que está de saída) era sobretudo composta por economistas e engenheiros. Este ano, e ainda de acordo com a análise feita pela BBC aos novos nomes, há um número muito elevado e atípico de “príncipes” — filhos de antigos dirigentes que, por isso, beneficiaram de uma educação e de uma vida priviligiadas e viajaram para fora da China. Quem sai?Os analistas dizem que esta será uma renovação de líderes monumental. Sete dos nove membros do Comité Permanente devem sair, assim como 14 dos 25 no Politburo. Setenta por cento dos dirigentes da Comissão Central Militar (o órgão do partido que contrtola o Exército do Povo) serão substituídos. Além dos jogos políticos, também a idade dita a mudança. Na China, quem chega aos 70 anos tem que se retirar da política. Alguns lugares de todo o aparelho serão já ocupados pela 6. ª geração. Todas estas mudanças tornam este Congresso num dos mais importantes da História moderna da China. O que acontece ao Presidente que cessa o mandato?Hu Jintao poderá tornar-se, como outros antes dele, num reformado muito poderoso que continuará a puxar os cordéis do rumo da China. São seus protegidos os homens que assumem, a partir do próximo ano, o governo do país. Se prosseguem a mesma linha do que ele ou avançam para um programa de reformas mais abragente, e que inclua o próprio sistema político, é a grande dúvida. Alguns especialistas em política chinesa dizem que as reformas são essenciais para evitar que a crise social que já existe se avolume, que comecem os problemas na economia e que o papel do próprio PCC seja posto em causa. Quantos congressos se realizam na China?Dois. Muitas vezes são confundidos. O Congresso Nacional do PCC é um acontecimento interno do partido e é o mais importante pois, como diz a Constituição chinesa, o Estado existe “debaixo da liderança do Partido Comunista”. O Congresso Nacional do Povo é o parlamento. Reune uma vez por ano, em Março, para votar nova legislação, e anima Pequim pois muitos dos três mil congressistas usam trajes tradicionais das suas regiões. Notícia aumentada às 11h43
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens educação social
Qual é o património cultural chinês que se esconde em Portugal?
Colóquio em Lisboa vai lançar inventário geral do património chinês em Portugal (...)

Qual é o património cultural chinês que se esconde em Portugal?
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 12 | Sentimento -0.02
DATA: 2013-01-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Colóquio em Lisboa vai lançar inventário geral do património chinês em Portugal
TEXTO: O lançamento das bases de um inventário geral do património chinês existente em Portugal é o objectivo de um colóquio que vai decorrer durante três dias, em Lisboa, com a participação de duas dezenas de especialistas. Intitulado “Património Cultural Chinês em Portugal”, o colóquio vai decorrer entre 21 e 23 de janeiro no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), uma das entidades organizadores, em conjunto com a Escola Superior de Artes Decorativas Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva e o Instituto de História de Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Contactada pela agência Lusa, Cristina Costa Gomes, uma das investigadoras e membro da comissão científica do encontro, explicou que este colóquio “vai servir para fazer um primeiro inventário geral do património chinês existente em Portugal”. “Já existem muitos estudos, mas queremos fazer um levantamento geral do que já existe, porque há novas investigações em curso e queremos reunir os especialistas para fazer o ponto da situação do que está a ser feito actualmente”, indicou. De acordo com a especialista, o património chinês existente em Portugal é vasto e está disperso por coleções particulares e públicas, desde peças de porcelana, móveis, biombos, papéis, azulejos, cartografia e textos. No seu trabalho, Cristina Costa Gomes está a realizar atualmente um levantamento do papel de parede chinês existente em Portugal, em casas particulares e em museus. “É um material frágil, e nalguns casos já foi alvo de restauro. Alguns já terão até desaparecido”, observou. De acordo com um texto introdutório do colóquio, assinado pelos organizadores, “um dos patrimónios universais mais presente em Portugal, desde os finais do século XV, é o da civilização chinesa”. “Há mais de meio milénio que o porto, as ruas e as casas de Lisboa e do restante território acumulam cultura material e intelectual chinesa e reexportam esses traços civilizacionais para a restante Europa do sul e do norte”, sublinham. Esse património cultural chinês, “vasto mas disseminado, secularmente integrado mas não sistematicamente inventariado, organizado, investigado é um dos tesouros internacionais da cultura portuguesa”, salientam. Este colóquio irá constituir “o primeiro passo dum sistemático projecto de estudo e divulgação que visa inventariar e problematizar os traços do passado chinês, presentes no universo cultural e patrimonial de língua portuguesa”. “Cacos da China: Contributos para um inventário dos embrechados em Portugal”, por André Lourenço e Silva, “A representação da China na cartografia portuguesa do século XVI”, por José Manuel Garcia, e “Biombos chineses em coleções portuguesas”, por Alexandra Curvelo, são alguns dos temas que estarão em foco no encontro, a partir de segunda-feira.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola cultura estudo chinês
Yong Sheng é o primeiro navio chinês a estrear a Passagem do Noroeste
Degelo em 2007 no Pólo Norte permitiu a travessia da Passagem do Noroeste entre o Atlântico e o Pacífico com navios. Percurso demora menos 12 a 15 dias e promete dar impulso às exportações chinesas. (...)

Yong Sheng é o primeiro navio chinês a estrear a Passagem do Noroeste
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 12 | Sentimento 0.125
DATA: 2013-08-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Degelo em 2007 no Pólo Norte permitiu a travessia da Passagem do Noroeste entre o Atlântico e o Pacífico com navios. Percurso demora menos 12 a 15 dias e promete dar impulso às exportações chinesas.
TEXTO: Um navio de transporte de mercadorias operado pelo Grupo Cosco, detido pelo governo chinês, está a testar uma nova rota marítima até à Europa, através da Passagem do Noroeste, entre o Atlântico e o Pacífico. É a primeira vez que um cargueiro da China ruma ao continente europeu através deste percurso. As alterações climáticas no Árctico e o degelo em 2007 encurtaram a rota entre a Europa e a Ásia tornando a passagem navegável. A viagem é entre 12 a 15 dias mais rápida do que através do tradicional Canal do Suez. O cargueiro Yong Sheng saiu do porto de Dalian quinta-feira e deverá demorar 33 dias a chegar a Roterdão, via Estreito de Bering. De acordo com a AFP, a nova rota é navegável por um período de quatro meses por ano e encurta a distância em cerca de sete mil quilómetros. Cerca de 90% do comércio externo da China é feito por mar e a nova rota poderá reduzir custos às empresas marítimas. A União Europeia e os Estados Unidos são os principais clientes das exportações chinesas. Em 2012, 46 navios utilizaram a Passagem do Noroeste (em 2010 foram apenas quatro), um número residual comparado com o do Canal do Suez, que tem um tráfego de 19 mil navios por ano e 162 quilómetros de extensão, entre os mares Mediterrâneo e Vermelho. Contudo, estima-se que em 2020 mais de 15% do comércio internacional chinês poderá recorrer à nova rota. O Grupo Cosco, que se torna na primeira empresa chinesa a tentar a travessia marítima comercial pela Passagem do Noroeste, é formado por oito subsidiárias e tem uma frota com mais de 500 navios.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave chinês
Procuradores chineses pedem pena pesada para Bo Xilai
Julgamento do antigo dirigente do Partido Comunista Chinês terminou ao fim de cinco dias. Bo negou em tribunal as acusações de corrupção e abuso de poder (...)

Procuradores chineses pedem pena pesada para Bo Xilai
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 12 | Sentimento -0.1
DATA: 2013-08-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Julgamento do antigo dirigente do Partido Comunista Chinês terminou ao fim de cinco dias. Bo negou em tribunal as acusações de corrupção e abuso de poder
TEXTO: Terminou nesta segunda-feira o julgamento de Bo Xilai, o ex-dirigente do Partido Comunista Chinês (PCC) caído em desgraça. Nas alegações finais, os procuradores pediram pena pesada para o antigo responsável por considerarem que não demonstrou qualquer remorso dos crimes de corrupção e abuso de poder de que é acusado. O julgamento, de uma visibilidade pouco habitual na China, ficou marcado pela feroz defesa de Bo, que negou em tribunal as acusações e atacou as testemunhas arroladas pela acusação, incluindo a sua mulher Gu Kailai, cujo envolvimento no assassínio de Neil Heywood, um empresário britânico, ajudou a precipitar o seu afastamento do PCC. “Ao longo dos últimos dias, o acusado não só negou uma grande quantidade de provas conclusivas e de factos sobre os crimes, como entrou em contradição com os testemunhos que deu antes do julgamento”, sublinhou o procurador, segundo excertos da transcrição colocados pelo tribunal no site de microblogging chinês Weibo. “As acusações são extremamente graves e ele recusou reconhecer a sua culpa. Nestas circunstâncias não há lugar para indulgência, mas para uma pena pesada, em cumprimento da lei”. Na sua última intervenção, o antigo dirigente reivindicou o seu direito a contestar as acusações e disse que a confissão foi escrita num momento de grande pressão, em que ainda acreditava ser possível salvar a sua carreira política. Bo - que até ao ano passado liderava a hierarquia na metrópole de Chongqing, no Sudoeste da China e era um mais fortes candidatos a integrar o comité permanente do PCC - é acusado de receber subornos de empresários, desviar fundos destinados a projectos públicos e de abuso de poder por ter tentado esconder as suspeitas que recaíam sobre a sua mulher. Apesar de negar a autoria dos crimes, o antigo dirigente reconheceu ter cometido erros que mancharam a imagem do partido, nomeadamente pela forma como lidou com Wang Lijun, o antigo chefe da polícia de Chongqing e quem primeiro lhe contou as suspeitas que recaíam sobre a sua mulher. Foi a fuga de Wang para o consulado dos EUA na vizinha cidade de Chengdu que viria a despertar aquele que se transformou na maior crise enfrentada pela liderança chinesa desde o massacre na Praça de Tiananmen, em 1989, desencadeada precisamente quando o PCC se preparava para renovar a sua cúpula. Depois de entregue às autoridades, o antigo responsável da polícia denunciou Kailai como responsável pela morte do empresário britânico – alegadamente por causa de um negócio que correra mal – e implicou Bo em vários casos de suborno. Depois disso, Bo foi expulso do Politburo (o segundo mais importante centro de decisões da política chinesa, a seguir à Comissão Permanente) e mais tarde do próprio partido. No domingo, Wang contou em tribunal que Bo o esmurrou no rosto quando ele lhe disse que a mulher era suspeita da morte de Heywood, mas o dirigente ripostou acusando o chefe da polícia de ter fugido porque mantinha uma relação com Kailai e temia a sua reacção. A leitura da sentença não tem ainda data marcada, mas não restam dúvidas sobre a sua condenação, até porque esse é o veredicto desejado pelos dirigentes chineses que, depois do escândalo, pretendem fazer de Bo um exemplo da sua determinação para combater a corrupção no interior da hierarquia – uma das prioridades do novo Presidente, Xi Jinping. Contudo, e apesar de em teoria poder ser condenado à morte, os observadores não esperam que a pena capital seja aplicada.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Vietname reprime protestos anti-chineses
Pequim começou a retirar os seus cidadãos, após ataques violentos contra fábricas e empresas controladas por chineses. (...)

Vietname reprime protestos anti-chineses
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pequim começou a retirar os seus cidadãos, após ataques violentos contra fábricas e empresas controladas por chineses.
TEXTO: O regime do Vietname declarou este domingo guerra aos protestos anti-chineses, já Pequim tinham começado a retirar milhares de cidadãos do vizinho comunista. Há uma semana, Hanói decidiu permitir manifestações contra a China, depois de o Governo chinês ter iniciado a construção de uma plataforma petrolífera e enviado vários navios para águas disputadas: os protestos espalharam-se pelo país e resvalaram para motins e confrontos, com várias fábricas chinesas destruídas e dois mortos. Pequim já fez sair do Vietname mais de 3000 cidadãos, incluindo parte dos feridos, transportados num avião equipado para os tratar, e enviou cinco navios para fazer o mesmo com centenas de outros. Pelo menos dois chineses foram mortos e 135 ficaram feridos, ao mesmo tempo que dezenas de fábricas foram destruídas. A China acusa o Governo vietnamita de “conivência” com os atacantes e anunciou a suspensão de programas de trocas bilaterais, tendo em conta a actual “atmosfera sombria”. Vários analistas consideram que Hanói planeou instrumentalizar os manifestantes, acabando por perder o controlo da situação, com os protestos a chegarem a 22 das 63 províncias do Vietname – um país fortemente dependente do investimento estrangeiros. Para além do nacionalismo, os vietnamitas, pouco habituados a poderem sair à rua, estariam a protestar tanto contra a China como contra os salários baixos (muitos vezes pagos por empresas estrangeiras, que preferem, aliás, contratar trabalhadores dos seus países) e o seu próprio Governo. “Sob a superfície, esta raiva tem tanto a ver com a corrupção e a incompetência de Hanói como com quaisquer ressentimentos em relação à China”, dizia há dias ao New York Times Robert Templer, autor de vários livros sobre o Vietname. “Tudo se resume a muita raiva e a muito poucas formas de a canalizar. ”Agora, as autoridades receberam ordens para “fazerem o necessário para impedir com toda a firmeza manifestações ilegais susceptíveis de perturbar a ordem e a segurança públicas”, avisou no sábado à noite o primeiro-ministro, Nguyen Tang Dung. Já na manhã de domingo, dois pequenos protestos foram imediatamente travados pelas forças de segurança. As autoridades enviaram milhares de polícias para várias cidades, ao mesmo tempo que detinham ou impediam de sair de casa muitos activistas e críticos conhecidos do regime. Várias detenções foram feitas em Hanói e na grande Ho Chi Minh, a maior cidade do país, rodeada de vários parques industriais. Em Hanói, as ruas e um parque junto à embaixada chinesa foram encerrados e os jornalistas foram afastados da zona. Pequim reivindica de forma cada vez mais activa territórios do mar do Sul da China que abrangem zonas em disputa – que países como o Vietname, as Filipinas, o Japão, Brunei e Taiwan consideram suas. Há estudos que indicam a existência de grandes reservas de petróleo e gás natural na área. Desta vez, os avanços aconteceram nas ilhas Paracel, situadas entre o Norte do Vietname e as Filipinas, e reivindicadas por Pequim e por Hanói, mas controladas pelos chineses desde 1974 depois de uma batalha naval que provocou a morte a 50 vietnamitas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte guerra chinês
Google acaba com censura e direcciona chineses para motor de busca em Hong Kong
A Google cumpriu o que tinha prometido e acabou com a versão chinesa do motor de busca, que era auto-censurada por imposição de Pequim. (...)

Google acaba com censura e direcciona chineses para motor de busca em Hong Kong
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-03-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Google cumpriu o que tinha prometido e acabou com a versão chinesa do motor de busca, que era auto-censurada por imposição de Pequim.
TEXTO: A partir de hoje, os cibernautas que tentem aceder ao Google a partir da China serão direccionados para Google. com. hk, a versão do motor de busca feita especificamente para Hong Kong, que é uma região especial chinesa e que escapa às regras de ciber-censura que vigoram na China continental. “Acreditamos que esta nova estratégia de oferecer pesquisa não censurada em chinês simplificado e a partir de Google. com. hk é uma solução sensata para as questões que temos enfrentado – é completamente legal e vai aumentar significativamente o acesso à informação para as pessoas na China”, escreveu o responsável legal e um dos vice-presidentes, David Drummond, no blogue oficial da empresa. Drummond reconhece que a China pode a qualquer momento impedir o acesso ao Google. com. hk (o país tem em funcionamento um dos mais sofisticados sistemas de filtragem de informação online do mundo). “Esperamos que a China respeite a nossa decisão”, afirmou a este respeito. O Governo já reagiu de forma dura, acusando a Google de “politizar assuntos comerciais”, de quebrar compromissos e de fazer acusações sem fundamento. Em Janeiro, a Google disse que abandonaria a China caso o Governo insistisse em que os resultados das pesquisas fossem censurados. A auto-censura é uma condição obrigatória para qualquer empresa que queira trabalhar naquele que já é o maior mercado do mundo em termos de cibernautas – e já foi aceite por mais empresas para além da Google, entre as quais Microsoft e Yahoo. Entre os conteúdos que é obrigatório filtrar estão temas políticos incómodos para Pequim, como a independência do Tibete ou o massacre de Tiananmen. A ameaça da Google deu-se depois de a empresa ter registado tentativas de intrusão nas contas de e-mail de activistas de direitos humanos que usavam o Gmail, o serviço de correio electrónico oferecido pela multinacional americana. Segundo a empresa, os ataques tiveram origem em Pequim, mas nunca foi estabelecido um elo concludente com actividade governamental. A tomada de posição Google deu origem a várias trocas de recados entre a administração americana (que se queixa frequentemente de ciber-espionagem chinesa) e o Governo de Pequim. A China garantiu logo desde o início que não tencionava mudar as actuais políticas de controlo da informação e por várias vezes afirmou que a Internet no país funcionaria bem sem a Google – contrariamente ao que acontece em boa parte do mundo, o motor de busca americano tem no mercado chinês uma quota que ronda apenas os 30 por cento, muito atrás do líder, um motor de busca local chamado Baidu. A empresa montou também uma página, actualizada diariamente, onde é possível ver que serviços estão acessíveis a partir da China. Actualmente, o YouTube, o Blogger e uma ferramenta da Google para construção de sites estão completamente inacessíveis. Outros serviços estão parcialmente bloqueados. A multinacional informou ainda que tanto os laboratórios de investigação, como os escritórios de venda de publicidade vão continuar a funcionar na China. Notícia actualizada às 22h05
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos humanos chinês
Depois de portugueses e espanhóis, agora foram assaltados jornalistas chineses
Depois do assalto aos jornalistas portugueses e espanhóis em Magaliesburg, também ontem foi a vez de um grupo de três jornalistas chineses que estão a trabalhar na cobertura noticiosa do Mundial de futebol na África do Sul ser assaltado. (...)

Depois de portugueses e espanhóis, agora foram assaltados jornalistas chineses
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-06-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Depois do assalto aos jornalistas portugueses e espanhóis em Magaliesburg, também ontem foi a vez de um grupo de três jornalistas chineses que estão a trabalhar na cobertura noticiosa do Mundial de futebol na África do Sul ser assaltado.
TEXTO: O assalto ocorreu em plena luz do dia e no meio de Joanesburgo. Os jornalistas chineses tinham chegado há poucas horas à África do Sul e, enquanto atravessavam Joanesburgo, pararam por momentos na berma da estrada. Foi nesse momento que viram o carro onde seguiam ser cercado por um conjunto de indivíduos com armas de fogo que, de seguida, os roubou. Este caso registou-se horas depois do incidente com jornalistas portugueses e espanhóis em Magaliesburg, que ocorreu durante a noite e no hotel onde estavam alojados, e elevou os níveis de preocupação com a segurança para quem se deslocou à África do Sul para assistir ou trabalhar no Mundial 2010, a apenas um dia do início da competição. A FIFA anunciou hoje que tinham sido feitas três detenções relacionadas com o assalto aos jornalistas portugueses e espanhóis e que tudo o que havia sido roubado foi recuperado. “Sabemos que a polícia está a tratar da situação. Prenderam três pessoas e recuperaram o que tinha sido roubado, incluindo dinheiro", afirmou Wolfgang Eichler, porta-voz da FIFA, embora tenha adiantado que o hotel onde o caso sucedeu não estivesse no lote de estabelecimentos hoteleiros aprovados pela FIFA.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave assalto
Nobel da Paz atribuído ao activista chinês Liu Xiaobo
As piores expectativas de Pequim foram confirmadas hoje quando o Prémio Nobel da Paz de 2010 foi atribuído ao activista chinês Liu Xiaobo, “pela sua longa e não violenta luta pelos direitos humanos fundamentais na China”. (...)

Nobel da Paz atribuído ao activista chinês Liu Xiaobo
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-10-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: As piores expectativas de Pequim foram confirmadas hoje quando o Prémio Nobel da Paz de 2010 foi atribuído ao activista chinês Liu Xiaobo, “pela sua longa e não violenta luta pelos direitos humanos fundamentais na China”.
TEXTO: A mulher de Liu, Liu Xia, declarou-se "absolutamente encantada" ao saber da atribuição do Prémio e pediu "com insistência" ao Governo chinês para libertar o seu marido. O galardoado era um dos favoritos deste ano, tendo dedicado a sua vida a defender os direitos humanos dentro e fora do seu país. O também ex-professor de Literatura de 54 anos passou as duas últimas décadas a entrar e a sair de estabelecimentos prisionais chineses por defender e lutar por uma reforma democrática. Hoje, o seu percurso valeu-lhe o primeiro Nobel da Paz para o seu país, com o comité a salientar que há muito que acredita que “existe uma relação próxima entre os direitos humanos e a paz”, reforçando que o próprio Alfred Nobel disse que são um pré-requisito para a “fraternidade entre nações”. Contudo, o debate que antecedeu a escolha levou o próprio director do Instituto Nobel Norueguês a confirmar, na semana passada, que um responsável político chinês o advertiu para as consequências que uma decisão destas acarretaria em termos de diplomacia com a China. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros foi peremptório, em Setembro, ao declarar que Liu violara a lei e as suas acções eram “totalmente contrárias aos propósitos do Prémio Nobel da Paz”. E ameaçou que se o prémio avançasse que os negócios noruegueses na China ficariam em risco, com uma referência directa à gigante do petróleo e gás, a Statoil. Apesar do alerta, o comité avançou e, em comunicado, destaca que Liu “tem sido um forte porta-voz na aplicação dos direitos humanos fundamentais também na China”, considerando-o mesmo um “símbolo” desta luta. Outros dos oponentes à escolha foram, no entanto, mais inesperados, como vários outros activistas que lutam pelos mesmos objectivos. Numa carta que usa expressões tão fortes como “espezinhar os direitos humanos”, um grupo acusa mesmo o Liu de ter difamado outros dissidentes e de muitas vezes ser pouco severo com os líderes chineses, abandonando mesmo algumas causas. Entre algumas nas iniciativas mais conhecidas do agora Nobel da Paz, destaca-se o manifesto que promoveu em Dezembro de 2008 e que ficou conhecido como “Carta 08” – em analogia com a “Carta 77” dos dissidentes da Checoslováquia comunista – e que foi publicada no 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem das Nações Unidas. Liu Xiaobo, após ter participado nos protestos da Praça Tiananmen, em 1989, foi já detido várias vezes. Na última detenção, um ano após a carta, foi condenado a onze anos de prisão. Notícia actualizada às 11h10
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos lei humanos mulher prisão homem chinês