Leilão da colecção de arte da família Espírito Santo rendeu 1,5 milhões de euros
A estrela do leilão foi a rara taça chinesa do século XVIII, do período Qianlong, arrematada por 204,6 mil euros. (...)

Leilão da colecção de arte da família Espírito Santo rendeu 1,5 milhões de euros
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: A estrela do leilão foi a rara taça chinesa do século XVIII, do período Qianlong, arrematada por 204,6 mil euros.
TEXTO: Foram 149 lotes no total e nem todos foram comprados. A colecção de arte de Ana Maria do Espírito Santo Bustorff Silva (1928-2014) foi leiloada nesta quarta-feira pela Christie’s, em Londres, e rendeu 1, 5 milhões de euros. A estrela do leilão foi, como se esperava, a rara taça chinesa do século XVIII, do período Qianlong, decorada a partir de uma pintura de William Hogarth, que acabou arrematada por 120 mil libras (167, 7 mil euros), com a comissão da leiloeira o preço da peça fixou-se nas 146, 5 mil libras (204, 6 mil euros). Surpresa para a pintura a óleo Circle de Jakob Bogdáni que foi à praça por 30 mil libras (cerca de 42 mil euros) e acabou vendida também por 120 mil libras (com a comissão o preço foi o mesmo da taça chinesa). O leilão começou com alguns lotes a não encontrarem comprador e outros a serem arrematados por valores abaixo das estimativas apontadas pela Christie’s até que ao lote 28 a leiloeira levou à praça a pintura a óleo Circle do húngaro Jakob Bogdáni (1660-1724). As estimativas mais altas da Christie’s apontavam para que a obra fosse arrematada por 50 mil libras (cerca de 70 mil euros) mas esta acabou por ser vendida por mais do dobro do preço. Numa venda muito disputada, a pintura foi arrematada por 120 mil libras (167, 7 mil euros). Segundo o leiloeiro responsável pela venda, o quadro terá sido comprado por um licitador online a partir de Itália. Este foi também o valor da rara taça chinesa do século XVIII e que era anunciada como a estrela deste conjunto que pertencia à neta de José Maria Espírito Santo Silva, o fundador da empresa que deu origem ao Banco Espírito Santo, e filha mais nova de Ricardo do Espírito Santo Silva (1900-1955), que dirigiu o BES nos anos 1930 e foi um importante mecenas e coleccionador de arte. Ana Maria do Espírito Santo Bustorff Silva morreu no ano passado e era a mãe da ex-ministra da Cultura Maria João Bustorff e tia do banqueiro Ricardo Salgado. A peça chinesa foi à praça por 48 mil libras (67 mil euros). Foi disputada não só por licitadores na sala como ao telefone e na internet. Acabou arrematada por um licitador na sala, cuja identidade não foi revelada. O antiquário Jorge Welsh, especializado em porcelanas orientais, considera esta taça “uma peça muito rara no mercado internacional”, e pergunta-se mesmo como “terá vindo parar a Portugal” este objecto decorado com armas inglesas. Já as restantes porcelanas da colecção, acrescenta, incluem “algumas peças interessantes”, mas que "vão aparecendo em leilões e não são de grande raridade". Estas foram as duas peças mais caras de todo o leilão, seguindo-se o par de pastéis de Jean-Baptiste Pillement (1728-1808) vendido por 92, 5 mil libras (129 mil euros), acima das esperadas 60 mil libras (83 mil euros). Uma destas telas é uma vista do Tejo, com pescadores na margem do rio, e a outra mostra uma paisagem ribeirinha escarpada e um rebanho de ovelhas e respectivos pastores. São ambas datadas de 1782, pouco posteriores ao regresso do pintor a Portugal, onde chegou a fundar uma escola. Pillement tinha apenas 17 anos quando chegou pela primeira vez a Lisboa, empregando-se como pintor e decorador. E o seu talento era já então suficientemente reconhecido para que D. José I lhe tenha oferecido o cargo de pintor real, que então recusou para regressar a Londres. Hoje sobretudo reconhecido pela influência que as gravuras que executava a partir dos seus próprios desenhos vieram a ter na disseminação do estilo rococó na Europa, Pillement foi um importante paisagista, e terá justamente atingido o seu apogeu no período em que realizou o par de telas agora leiloado. A colecção integrava ainda várias outras pinturas e esboços do artista, mas que não alcançaram preços significativos. Do total da colecção que era composta por pinturas, desenhos, móveis, porcelanas e pratas de várias épocas e proveniências, 40 lotes não foram vendidos. Quando em Março, a Christie’s anunciou este leilão referiu-se a este conjunto da família como o “mais consistente núcleo da colecção original de peças francesas, chinesas, italianas e inglesas” que Ricardo do Espírito Santo Silva reuniu. Para a leiloeira, Ricardo do Espírito Santo Silva foi um “verdadeiro conhecedor”, “um dos maiores coleccionadores do seu tempo” e “um dos mais importantes patronos das artes em Portugal". Parte da colecção foi doada ao Estado português em 1953, tendo-se criado a Fundação Ricardo Espírito Santo Silva (FRESS), que se mantém activa até aos dias de hoje. Ao doar a colecção Ricardo do Espírito Santo Silva doou também o Palácio Azurara (nas Portas do Sol), para que ali as obras pudessem ser expostas. A outra parte da colecção ficou então com a sua filha, Ana Maria do Espírito Santo Bustorff Silva. É essa colecção privada que nesta quarta-feira a Christie’s leiloa.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filha escola cultura
Um gato de mil milhões de dólares
A aquisição da empresa que criou o Talking Tom Cat por uma companhia chinesa sem credenciais na área tecnológica é apenas o mais recente exemplo de uma tendência asiática. (...)

Um gato de mil milhões de dólares
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-05-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: A aquisição da empresa que criou o Talking Tom Cat por uma companhia chinesa sem credenciais na área tecnológica é apenas o mais recente exemplo de uma tendência asiática.
TEXTO: Quanto vale um gato falante? Para uma empresa chinesa de água oxigenada, a resposta é mil milhões de dólares (898 milhões de euros). Não falamos literalmente de nenhum felino que tenha aprendido a falar, mas não é por isso que a história deixa de surpreender. No início do ano, a Zhejiang Jinke, uma companhia sem qualquer tradição na área da tecnologia (ou dos animais de estimação), resolveu passar um cheque de dez dígitos a um jovem casal da Eslovénia, Samo e Iza Login, pela Outfit7, a empresa de Ljubljana responsável pelo Talking Tom Cat – o popular gato de olhos verdes que repete o que dizemos, com uma voz de desenho animado, através de uma aplicação de telemóvel. Para Samo e Iza, namorados desde o liceu, foi o negócio de uma vida. Ao fim de oito anos a tentar a sorte no mercado das aplicações que a Apple de Steve Jobs inaugurou em 2008, o casal esloveno vendeu a empresa à conta do seu maior sucesso (e como é recorrente nestes casos, com um produto em que depositavam pouca esperança). Agora, e segundo conta esta semana a Bloomberg, os Login preparam-se para aplicar a sua fortuna numa fundação para a sustentabilidade e segurança alimentar. Se é fácil imaginar a satisfação dos eslovenos, torna-se difícil perceber a lógica que presidiu, do lado chinês, ao negócio multimilionário. O que levará uma empresa de água oxigenada a embarcar em semelhante aventura? Tal como a BBC o fez em 2016, a Bloomberg explica que a Zhejiang Jinke não está sozinha, e que são várias as companhias chinesas a irem além-fronteiras e além das suas áreas de negócio para adquirir empresas ocidentais de videojogos, aplicações móveis e entretenimento. O caso mais caricato será o de dois estúdios de videojogos, o canadiano Digital Extremes (co-autor da serie Unreal) e o britânico Splash Damage (envolvido no desenvolvimento de Quake e Doom 3), que foram comprados por um aviário chinês. Mas há também empresas de canalização, construção civil e imobiliário às compras na Europa e na América do Norte. E, claro, empresas tecnológicas como a gigante Tencent. RuneScape, Clash of Clans, League of Legends, World of Warcraft ou Candy Crush Saga são alguns jogos populares que se encontram, em parte ou na totalidade, em mãos chinesas. O mercado justifica estes investimentos. Apesar do abrandamento da economia, a dimensão demográfica da China torna-a inevitavelmente na maior consumidora mundial de videojogos, pelo que até um produto de sucesso modesto pode render uma fortuna. Mas a principal explicação está na bolsa de Xangai. Entrar no principal índice chinês é atingir, a prazo, uma valorização em Bolsa dezenas ou centenas de vezes superior ao valor inicial (e real) da empresa. Ao mesmo tempo, as regras para conquistar e manter o lugar no índice são muito exigentes, e a apresentação obrigatória de lucros torna-se difícil perante a desaceleração da economia. Por isso, e graças à facilidade de financiamento, a compra de um estúdio de videojogos com facturações milionárias para melhorar as contas da empresa-mãe é um recurso útil e relativamente barato. O único obstáculo à multiplicação destes negócios são as leis chinesas de controlo de capitais, o que leva as empresas a conduzirem as aquisições através de sociedades offshore. No caso da Outfit7, o cheque entregue aos Login veio na verdade das Ilhas Virgens Britânicas.
REFERÊNCIAS:
A fábrica de fitas que está presa por um fio
A história da Francisco Soares da Silva não chega para lhe garantir um futuro. Fundada em 1840, a empresa que fabrica as fitas de seda para as medalhas e condecorações do Estado português, começou a definhar com a concorrência dos produtos chineses e agora luta por manter-se à tona. (...)

A fábrica de fitas que está presa por um fio
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-03-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: A história da Francisco Soares da Silva não chega para lhe garantir um futuro. Fundada em 1840, a empresa que fabrica as fitas de seda para as medalhas e condecorações do Estado português, começou a definhar com a concorrência dos produtos chineses e agora luta por manter-se à tona.
TEXTO: Longe vão os tempos em que “choviam encomendas” e a Francisco Soares da Silva “tinha mais de 40 operários e sustentava três famílias”. Instalada desde 1840 à beira do Jardim das Amoreiras, na freguesia lisboeta de Santo António (antiga freguesia de S. Mamede), onde o metro quadrado vale hoje cerca de quatro mil euros, é a única fábrica de fitas, elásticos, cordões e galões de Lisboa, de onde saem, por exemplo, as fitas de seda para medalhas e condecorações atribuídas pelo Governo e pelo Presidente da República. É uma empresa mais do que centenária, que já viveu dias mais felizes. “Enquanto eu for vivo, a fábrica não fecha, mas levamos uma luta tremenda contra os chineses, que estão a fechar os nossos clientes todos”, queixa-se Carlos Manteigas, que tem 90 anos e desde há 30 lidera a empresa. Chegou à Francisco Soares da Silva porque era “amigo da filha do último administrador, ainda da família do fundador”, o próprio Francisco Soares da Silva. Veio para ajudar com as contas e os balancetes e acabou por ficar e converter-se no sócio maioritário, abrindo, entretanto, o capital a parceiros (como gravadores de medalhas), clientes (os armazéns de revenda e as retrosarias de norte a sul do país) e colaboradores. “A base da empresa eram as fitas, eu é que a levei para o caminho da importação”, conta ao PÚBLICO. Durante anos, a Francisco Soares da Silva forneceu retrosarias de Portugal inteiro com fechos, botões, velcros e os artigos mais variados (“Chegámos a ser o maior centro de compras do país”). O negócio ia de vento em popa e, a dada altura, a importação ultrapassou a produção na facturação da empresa. Mas há dez anos, tudo mudou: chegou a concorrência chinesa e, com ela, “metade do negócio foi ao ar”. Se antes a facturação anual rondava os 2, 5 milhões de euros, agora anda em torno do milhão de euros, diz Artur Ricardo, responsável de vendas da empresa, que gostava de ver um novo accionista, “com uma visão mais moderna e abrangente”, a assumir as rédeas da Francisco Soares da Silva. “Precisamos de uma lufada de ar fresco e sangue novo”, diz. Mas Carlos Manteigas, o patrão, garante que a empresa não anda à procura de um investidor: “Procurámos em tempos e vieram para cá pessoas que não tinham competência. ” Por isso, agora, o que o líder da administração ambiciona é “encontrar pessoas que queiram trabalhar”, que percebam de gestão industrial, que saibam o que a empresa produz e como “despachar” os produtos de importação armazenados num edifício do outro lado da rua. Pôs um anúncio no jornal e deposita esperança nos candidatos “que vêm no fim do mês” a entrevistas. “Isto tem potencial, mas comigo tem poucas possibilidades, dada a minha idade”, lamenta o gestor, que continua a chegar ao escritório todos os dias às oito da manhã. Uma “benessezita”Certo é que os desafios da Francisco Soares da Silva estão longe de se esgotar na necessidade de encontrar alguém que assegure a gestão no futuro. Nos últimos anos, fecharam várias retrosarias e as que continuam de porta aberta também encomendam cada vez menos. Carlos Manteigas reconhece que o problema se transformou numa espécie de pescadinha de rabo na boca. Os vendedores, que ganham à comissão, “começaram a sair”— com isso, a empresa também deixou de ter uma força de vendas capaz de chegar a potenciais clientes e gerar negócio. E, “se não houver vendas, não há nada”, nem ordenados, nem dinheiro para pagar as dívidas, que entre a banca e o Estado (fisco e Segurança Social) já somam 400 mil euros. “Se o Estado desse uma benessezita. . . mas não vai dar. Aos grandes perdoam dívidas, aos pequeninos esfolam-nos vivos”, queixa-se. Felizmente, “as máquinas estão todas amortizadas”. Se antes “não se faziam esforços e as encomendas apareciam”, agora a Francisco Soares da Silva tem de fazer o possível para retirar o máximo dos produtos em que é especialista. “As condecorações do Governo, como são um exclusivo nosso, têm uma boa margem de lucro. Mas isso não chega para aguentar a firma. ” Outra aposta são as fitas universitárias. A empresa já trabalha directamente com várias universidades em Portugal, mas Artur Ricardo, que diz que “cada aluno que se forma precisa de 20 metros de fita”, não esconde a ambição de elevar a fasquia e aponta a mira ao gigantesco mercado universitário norte-americano. Assim o novo accionista o quisesse. Enquanto não chega a tal lufada de ar fresco, a empresa (que tem cerca de uma dezena de funcionários) vai procurando agarrar-se a oportunidades de negócio, seja na produção, seja para escoar o material que tem em armazém (muito do qual, ironia do destino, importado da China, e com “qualidade muito superior” aos produtos que inundam o mercado). Agora tem a expectativa de fechar um grande contrato com a Inditex, a dona da Zara, para vender fechos éclair que estão em armazém e outro com a TAP, neste caso para fornecer os elásticos para as cabeceiras dos assentos dos aviões, conta o responsável de vendas. “Estamos sempre a visitar as feiras nacionais e internacionais para estar a par das cores e das tendências”, diz Artur Ricardo. Explica que este ano a moda deu uma mãozinha a um dos produtos que a empresa tem em catálogo: as faixas de gorgorão (as faixas laterais) que enfeitam as calças de senhora em várias colecções de vestuário. “A moda vai e vem e há sempre lugar para os nossos produtos; houve uma altura em que eram os vestidos de praia com as rendas nas bainhas e agora os galões bordados antigos também se estão a ver muito”, explica. No pulso dos festivaleirosO desaparecimento dos clientes tradicionais também obrigou a empresa a “diversificar muito à base das parcerias, como, por exemplo, com a indústria gráfica”. A Francisco Soares da Silva fabrica as fitas de tecido que adornam os pulsos de muitos festivaleiros por esse país fora (as gráficas ganham os contratos com os promotores dos festivais de Verão e encomendam as pulseiras onde depois imprimem os nomes dos eventos). Se a localização no centro de capital dá à Francisco Soares da Silva condições privilegiadas para distribuir os seus produtos por todo o país, também tem um senão, reconhece Artur Ricardo. Esse é o da distância face aos principais centros de formação, que dificultam a tarefa de encontrar pessoal especializado. “Os cursos técnicos estão todos da Covilhã para cima”, porque o coração da indústria têxtil continua a estar no Norte do país. “A rapaziada jovem não quer saber disto”, resume D. Olívia, enquanto se desdobra em cuidados com uma fita de embaixador, “que chega a levar mais de mil fios” de seda (importados do Japão, de Espanha, ou de Itália), colocados um a um nos vários teares da marca suíça Muller. A tecedeira, que chegou à fábrica em 1961, quando “tinha 14, 15 anos”, na companhia de duas irmãs que, entretanto, mudaram de vida, é a única que se orienta hoje no meio das várias máquinas, que estão na maioria paradas. Confessa que se lhe “aperta o coração” quando pensa que a fábrica pode fechar. Diz que ainda tem “mãos eléctricas”, do mais rápido que há “a torcer fio”, capazes de “fazer em três dias 600 metros de fitas” para medalhas. E reconhece que o seu maior desejo era ter a quem ensinar “o ofício mais lindo do mundo”. A Francisco Soares da Silva faz parte do lote restrito de Lojas com História (um projecto da Câmara Municipal de Lisboa) e tem o compromisso de preservar a estrutura do edifício (que já recuperou), e a maquinaria, como o gigantesco tear mecânico da Muller, com 140 anos. “Só existe o nosso e um outro que está na fabricante, na Suíça”, diz Artur Ricardo. O tear centenário disputa o protagonismo com a muito mais discreta “máquina de moiré, inventada em Portugal ainda no tempo do fundador”. Fabricada na metalúrgica Nery, de Torres Novas, é com ela (e com outra, de fabrico mais recente) que a Francisco Soares da Silva aplica a técnica francesa que imprime um efeito marmoreado às fitas e que a distingue de todos os outros fabricantes. Sem o efeito moiré “o Estado nem aceita”, diz Artur Ricardo. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A empresa instalou-se na Praça das Amoreiras precisamente porque foi aqui que o Marquês de Pombal mandou construir o jardim onde se plantaram as 331 amoreiras destinadas a dinamizar a indústria da seda e alimentar a antiga Fábrica de Tecidos de Seda, que hoje acolhe a Fundação Árpád Szenes-Vieira da Silva (paredes meias com a Francisco Soares da Silva). Teve como vizinhas um conjunto de pequenas fábricas (de lenços, botões, pentes, louças e chapéus, entre outras) e é a única que resiste. “Somos a mais antiga e a única a sul do país e temos artigos que mais ninguém sabe fazer no mundo”, garante Carlos Manteigas. “A minha vida está feita, não tenho medo da morte, agora não queria que isto fechasse”, afirma o empresário, que, entre apelos “a que alguém ajude” a Francisco Soares da Silva, também diz ter “a impressão de que, quando chegar a hora da verdade, o Estado não vai deixar cair isto”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte filha social medo espécie desaparecimento
"Onde está Ai Weiwei?" Em Londres, Nova Iorque e numa prisão algures na China
Ai Weiwei não esteve ontem na inauguração da sua instalação junto à Somerset House, em Londres, tal como não estará hoje na abertura da exposição na Lisson Gallery, a mais importante sobre a sua obra realizada até hoje no Reino Unido. O mais famoso artista chinês da actualidade está preso na China - em parte incerta e sem direito a advogados ou a contactos com o exterior - desde o dia 3 de Abril. (...)

"Onde está Ai Weiwei?" Em Londres, Nova Iorque e numa prisão algures na China
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento 0.136
DATA: 2011-05-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ai Weiwei não esteve ontem na inauguração da sua instalação junto à Somerset House, em Londres, tal como não estará hoje na abertura da exposição na Lisson Gallery, a mais importante sobre a sua obra realizada até hoje no Reino Unido. O mais famoso artista chinês da actualidade está preso na China - em parte incerta e sem direito a advogados ou a contactos com o exterior - desde o dia 3 de Abril.
TEXTO: "É terrível montar a exposição na ausência de Ai Weiwei", desabafou, no The Guardian, Nicholas Logsdail, director da Lisson Gallery. Logsdail conta que a última conversa que teve com o artista foi em Janeiro, em Pequim. Weiwei, feroz crítico do regime chinês, que estivera em prisão domiciliária e fora entretanto libertado, estava preocupado com a eventualidade de não conseguir sair do país para as exposições que tinha agendadas nos Estados Unidos e na Europa. Os receios tornaram-se realidade, mas nem os colaboradores de Ai Weiwei na China nem as galerias ocidentais desistiram: na semana passada inaugurou em Nova Iorque a escultura pública Circle of Animals/Zodiac Heads (semelhante à que inaugurou ontem na Somerset House), e ontem e hoje acontecem as inaugurações em Londres. Mais: a Tate Modern exibe uma mensagem onde se lê "Libertem Ai Weiwei", a galeria Neugerriemschneider, em Berlim, inaugurou uma exposição do artista e colocou na fachada um pano com a pergunta "Onde está Ai Weiwei?", e em Paris, na segunda-feira, o artista britânico Anish Kapoor inaugurou no Grans Palais uma escultura monumental, intitulada Leviathan, e dedicou-a a Ai Weiwei, ao mesmo tempo que apelava aos museus e galerias de todo o mundo para fecharem um dia em protesto contra a detenção do artista chinês. Serão estes protestos eficazes? João Fernandes, director do Museu de Serralves, no Porto, e Pedro Lapa, director do Museu Berardo, em Lisboa, têm muitas dúvidas sobre a eficácia deste tipo de acções. "Não podemos deixar de nos sentir revoltados. Mas julgo que a China é mais sensível a argumentos mais pragmáticos", diz João Fernandes ao PÚBLICO. "Acho que todos os que têm qualquer relação económica com a China, que colaboram com o sistema oficial de arte e cultura, deviam sistematicamente confrontá-la com a questão do Ai Weiwei, que é escandalosa. " Como? Não indo à China, por exemplo. "Se fosse convidado, não iria a um país que tem um artista na prisão", afirma. João Fernandes deixa uma pergunta: "A China terá um pavilhão na Bienal de Veneza quando tem um artista preso? É espantoso que o mesmo mundo que atribuiu o Nobel da Paz a um dissidente [Liu Xiaobo] se mexa agora tão pouco. "Pedro Lapa assinou uma petição, subscrita por vários artistas e curadores, de apoio ao artista chinês, mas diz ter consciência de que "serve para muito pouco", sobretudo porque "estamos a lidar com uma ditadura tenebrosa, que conta com a escandalosa complacência do mundo ocidental". O que poderia, então, ser eficaz? "Talvez uma acção conjunta por parte, por exemplo, dos ministros da Cultura de toda a Europa. Seria preciso uma acção política, com boicotes muito efectivos. "Mas, para já, o que há é a mobilização da comunidade artística - ontem em Londres, artistas, directores de galerias e académicos juntaram-se na Somerset House para ouvirem ler textos de Ai sobre a liberdade de expressão. Na Lisson Gallery, os responsáveis colocaram uma fotografia gigante do artista e os visitantes podem ser fotografados com um sinal dizendo "libertem Ai Weiwei". E há, claro, o próprio trabalho de Ai - as doze cabeças de animais do zodíaco em bronze agora no exterior da Somerset House, réplicas de esculturas feitas no século XVIII pelo jesuíta Giuseppe Castiglione para os jardins de um imperador da dinastia Qing, e que foram pilhadas por tropas francesas e inglesas no século XIX, acabando por aparecer em leilões de colecções ocidentais, como a do estilista Yves Saint Laurent. E, na Lisson Gallery, um conjunto de vídeos e esculturas que, escreve o crítico de arte Adrian Searle no Guardian, são "belos e assombrados, assombrados sobretudo pela ausência de Ai" - duas cadeiras vazias, um caixão vazio, longos vídeos de ruas de Pequim, vazias, uma câmara de vigilância praticamente igual (só que em mármore branco) às que Ai tinha no exterior do seu estúdio e através das quais era vigiado pelas autoridades chinesas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura prisão comunidade chinês
Há novas regras para tentar salvar o mamífero mais traficado do mundo
O comércio de pangolins, cujas escamas são usadas na medicina tradicional chinesa, foi banido e foram aprovadas medidas coercivas para caçadores e traficantes. (...)

Há novas regras para tentar salvar o mamífero mais traficado do mundo
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 5 Animais Pontuação: 7 | Sentimento 0.318
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: O comércio de pangolins, cujas escamas são usadas na medicina tradicional chinesa, foi banido e foram aprovadas medidas coercivas para caçadores e traficantes.
TEXTO: Estão longe de ser o animal mais bonito do mundo, mas diz-se que é, de longe, o mamífero mais traficado de todos. Os pangolins são um animal nocturno, com o corpo coberto de escamas, que se alimenta de formigas e vive em regiões tropicais em África e na Ásia. Além de a sua carne ser considerada uma iguaria em certas regiões da China, as escamas também são um ingrediente muito procurado na medicina tradicional chinesa. Isso ajuda a perceber porque é que estão à beira de desaparecer na China e porque é que são os alvos privilegiados de caçadores furtivos nas florestas da Indonésia e do Vietname. Apesar de serem um animal pouco conhecido, estima-se que os pangolins representem 20% de todo o tráfico ilegal de espécies selvagens e que na última década mais de um milhão tenha sido capturado, escreve a BBC. Entre Janeiro e Setembro deste ano, as autoridades capturaram mais de 18 mil toneladas de escamas destes animais ameaçados de extinção em cerca de 19 países, de acordo com um estudo do grupo de conservação da natureza Annamiticus. A maioria destas escamas era proveniente de animais africanos, oriundos dos Camarões, da Nigéria e do Gana. Segundo o especialistas, por cada quilograma de escamas é preciso matar três ou quatro animais. O facto de a procura por pangolins continuar a crescer levou a que recentemente a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção (organização que junta governos de todo o mundo e é conhecida como CITES) tenha, no seu último encontro, em Joanesburgo, votado a proibição total do comércio de qualquer uma das oito espécies conhecidas (quatro vivem na Ásia e outras quatro em África). Além disso, a CITES aprovou uma série de medidas coercivas que os seus membros devem por em acção para combater o tráfico ilegal destes animais. Segundo dados publicados pelo Worldwatch Institute, a enorme procura por parte da China já levou ao “grande declínio” nas populações de pangolins de países como o Camboja, Vietname e Laos. Actualmente, são os pangolins provenientes da Indonésia e da Malásia que abastecem grande parte da procura, além daqueles que vêm de África. Ainda que a China seja membro da CITES, o país permite o consumo de pangolins, nomeadamente as escamas, por respeito às tradições médicas chinesas, lembra o Worldwatch Institute. E, por outro lado, embora vários países tenham proibido a caça furtiva e o comércio internacional instituindo penas pesadas, a verdade é que a sua eficácia é reduzida porque são poucos os que têm os meios humanos e financeiros necessários para uma fiscalização activa, nota a organização. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Foi em 2013 que um acidente de barco expôs, por acaso, a crua realidade do tráfico desta espécie ameaçada. Quando um barco de pesca chinês embateu contra um recife de coral ao largo das Filipinas e as autoridades subiram a bordo para o examinar, descobriram mais de 2000 pangolins mortos e acondicionados em 400 caixas. Foi precisamente um trabalho sobre a captura ilegal de pangolins que deu ao fotógrafo Paul Hilton o prémio Wildlife Photographer of the Year. O fotojornalista de Hong Kong chamou-lhe The pangolin pit (a fossa de pinguins). Nessa imagem, captada em Sumatra (Indonésia), podem ver-se os cadáveres de cerca de quatro mil pangolins, enrolados (tal como o ouriço-cacheiro, enrolam-se quando se sentem ameaçados), em processo de descongelação, momentos antes de serem incinerados pelas autoridades indonésias. Esta foi uma das maiores apreensões de pangolins de que há registo – cerca de cinco mil toneladas, segundo a BBC Earth. Além disso, foram encontrados 96 animais vivos devido ao seu tamanho. Explica a BBC que são alimentados à força, para crescerem e poderem ser vendidos por um preço melhor. "Os crimes contra as espécies selvagens são um grande negócio, mas só vão acabar, quando acabar a procura”, diz Hilton.
REFERÊNCIAS:
China envia soldados para a sua primeira base militar no estrangeiro
Base no Djibuti é a primeira presença militar permanente chinesa no mundo em seis décadas. Pequim diz tratar-se apenas de uma instalação de cariz logístico. (...)

China envia soldados para a sua primeira base militar no estrangeiro
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento -0.21
DATA: 2018-08-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Base no Djibuti é a primeira presença militar permanente chinesa no mundo em seis décadas. Pequim diz tratar-se apenas de uma instalação de cariz logístico.
TEXTO: A China começou a enviar esta quarta-feira os primeiros soldados para o Djibuti, no Corno de África, para iniciar a instalação daquela que será a primeira base militar chinesa permanente no estrangeiro desde o final da Guerra da Coreia. A construção da base foi anunciada no ano passado pelo Governo de Pequim, depois de meses de especulação. A decisão é vista como um dos mais relevantes passos dados pelo Presidente, Xi Jinping, no seu objectivo de intensificar o papel da China como uma superpotência geopolítica – depois do ter atingido esse estatuto na economia. A política externa tradicional chinesa nas últimas décadas privilegiava a “não-intervenção” nos assuntos internos de outros Estados. Nos últimos anos, no entanto, a China tem assumido uma maior centralidade em áreas que anteriormente ignorava. Desde 2008 que a Marinha chinesa participa em missões anti-pirataria no Golfo de Adem, por exemplo, e mais recentemente tem realizado manobras conjuntas com a Rússia no Mar Mediterrâneo. Porém, o Governo chinês tem desvalorizado a construção da base no Djibuti, dizendo que será sobretudo uma instalação com fins logísticos para servir como apoio a missões anti-pirataria e para assegurar a segurança do trabalho humanitário na região, de acordo com a agência estatal Nova China. O “objectivo fundamental do desenvolvimento do poder militar chinês é garantir a ‘segurança da China’, e não se trata de procurar controlar o mundo”, defendeu, num editorial, o site de notícias Global Times, próximo do Partido Comunista Chinês. Não foram dadas informações acerca do número de soldados do Exército de Libertação do Povo que zarparam do porto de Zhanjiang, no Sul da China, nem sobre a data provável de início das actividades na base africana, cujo aluguer irá custar 20 milhões de dólares (17, 5 milhões de euros) por ano, segundo a Economist. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Apesar da sua reduzida dimensão, o Djibuti (com cerca de 800 mil habitantes e com uma área inferior à do Alentejo) ocupa uma posição de grande importância estratégica. Para além da base chinesa, também os EUA, a França e o Japão dispõem de instalações militares no país, onde também há presença regular de missões anti-pirataria da União Europeia. A sua relativa estabilidade política – apesar de o Presidente, Ismail Omar Guelleh, permanecer no poder desde 1999 e ter esmagado protestos da oposição em 2011 – é vista como um oásis numa região assolada pelo terrorismo e pela pirataria. À medida que se consolida como uma superpotência económica, a China tem adoptado igualmente um papel mais central na geopolítica mundial. A intervenção externa é um tabu em Pequim, que prefere abordagens mais pragmáticas. Mas esse paradigma parece estar a mudar. “Pequim tem seguido um caminho intermédio, mantendo o princípio geral de não-interferência enquanto estica a sua interpretação e testa várias formas de o aplicar”, conclui um relatório recente do International Crisis Group, centrado no papel da China no conflito no Sudão do Sul, onde há 750 “capacetes azuis” chineses integrados na missão da ONU. Ao contrário de intervenções tradicionais, como as dos EUA no Médio Oriente, a China parece não ter o objectivo de “exportar” modelos políticos, mas sim proteger os seus interesses nos países em questão, observam os autores do estudo. África parece ser um dos palcos onde esta face da política externa chinesa mais se faz sentir, uma vez que os interesses económicos das multinacionais estatais se multiplicam todos os anos. Em 2015, o Presidente chinês prometeu investimentos no valor de 60 mil milhões de dólares em infraestruturas no continente africano, sobretudo na área dos transportes e energia.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA
EDP e BCP foram as conquistas de Hu Jintao
Os chineses chegaram de bolsos recheados e, dizia-se, prontos para comprarem a dívida pública portuguesa, tal como tinham feito na Grécia e em Espanha. Quanto à dívida, os rumores não se concretizaram, pelo menos oficialmente. Em compensação, a China aproveitou a visita oficial do Presidente, Hu Jintao, a Portugal para diversificar os seus investimentos e prometeu ajudar a economia nacional a sair da crise. A EDP e o BCP foram os principais alvos e, em breve, poderão passar a ter os chineses como seus accionistas. (...)

EDP e BCP foram as conquistas de Hu Jintao
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-11-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os chineses chegaram de bolsos recheados e, dizia-se, prontos para comprarem a dívida pública portuguesa, tal como tinham feito na Grécia e em Espanha. Quanto à dívida, os rumores não se concretizaram, pelo menos oficialmente. Em compensação, a China aproveitou a visita oficial do Presidente, Hu Jintao, a Portugal para diversificar os seus investimentos e prometeu ajudar a economia nacional a sair da crise. A EDP e o BCP foram os principais alvos e, em breve, poderão passar a ter os chineses como seus accionistas.
TEXTO: Ontem, no segundo e último dia da visita de Hu Jintao, a EDP anunciou que a China Power International (CPI), uma das principais empresas de energia chinesas, controlada pelo Estado, está interessada em ser seu accionista de referência. A compra de capital seria feita no mercado e teria de ser superior a dois por cento. As duas empresas assinaram ainda um acordo de cooperação para projectos na Ásia, África, Europa e Brasil. Esse acordo estender-se-ia também à Companhia de Electricidade de Macau, que acaba de conseguir a renovação do contrato de concessão para o transporte, distribuição e comercialização de electricidade no território de Macau, pelo prazo de 15 anos. À EDP junta-se o BCP, que, tal como o PÚBLICO noticiou no sábado, está em contactos com o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC) para a compra de uma participação por parte do maior banco chinês no capital do grupo liderado por Santos Ferreira. Ontem, o BCP e o ICBC deram o primeiro passo, ao assinar um memorando de entendimento com vista a identificar áreas de negócio para uma futura cooperação, que se estende a Macau, Angola e Moçambique. A isso juntam-se mais de uma dezena de acordos, que envolvem outros dois grupos de peso - o BPI e a PT. No último dia da visita de Hu Jintao, que foi acompanhada de mais de 30 entidades e empresas chinesas, o primeiro-ministro, José Sócrates, agradeceu a presença do Presidente chinês e o seu empenho para que as relações comerciais entre Portugal e China dupliquem até 2015. Nos primeiros nove meses do ano, o comércio entre os dois países cresceu 40, 7 por cento, atingindo 2, 4 mil milhões de dólares (1, 7 mil milhões de euros). Já Hu Jintao fez uma das declarações mais fortes das suas últimas visitas oficiais, ao dizer que o seu país "está disposto a tomar medidas concretas para ajudar Portugal a superar a crise financeira mundial". A compra de dívida pública poderá ser uma delas. Antes da visita, o secretário de Estado do Tesouro, Carlos Costa Pina, disse ao Financial Times que não seria surpreendente se os investidores chineses quisessem comprar dívida. No entanto, nada chegou realmente a passar para o papel ou para os discursos oficiais. O Presidente chinês garantiu ainda que iria encorajar as empresas chinesas a investir em Portugal, mas que queria também que os grupos portugueses vendessem produtos na segunda maior economia mundial, que está a deixar de ser só a "fábrica do mundo" para se tornar também um consumidor de peso. A estratégia chinesaDepois de ter apostado em força no continente africano para assegurar um fluxo regular de matérias-primas, a China aproveitou a crise económica e financeira mundial para se lançar em investimentos em empresas estrangeiras. "Como a China é o centro de produção do mundo e, portanto, tudo o que exporta recebe em divisas estrangeiras, acumulou reservas monetárias gigantescas", refere Virgínia Trigo, professor do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). A investigadora, que é especialista em cultura económica chinesa, explica que, inicialmente, a segunda maior economia mundial aplicou as suas reservas nos EUA e nos países limítrofes, mas, com a crise, rapidamente percebeu que tinha necessidade de diversificar os seus investimentos para diminuir os riscos de exposição. Além de estar a investir directamente em empresas, a China tem apostado no desenvolvimento de infra-estruturas de distribuição comercial na Europa. O ponto de partida para esta expansão têm sido os países a braços com dificuldades orçamentais, como a Grécia ou a Itália, que são "compensados" com a compra de dívida pública. Esta ajuda reforça a posição da China na Europa e pode inclusive servir como factor de influência política, numa altura em que o Governo chinês enfrenta crescentes pressões por parte dos EUA para valorizar a sua moeda.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
China: a fábrica do mundo também quer ter carro e casa própria
Acontecimentos como a greve na Honda e a vaga de suicídios na Foxconn estão a mostrar as dores de crescimento no império asiático. (...)

China: a fábrica do mundo também quer ter carro e casa própria
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento 0.2
DATA: 2010-06-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: Acontecimentos como a greve na Honda e a vaga de suicídios na Foxconn estão a mostrar as dores de crescimento no império asiático.
TEXTO: Dez horas de turno são suficientes para fazer sair das linhas de produção quatro mil computadores Dell. Dez horas diárias de trabalho, quase todas de pé. No final do mês o salário não vai muito além dos 900 yuan, cerca de 107 euros. Do complexo industrial da Foxconn em Shenzhen, China, saem milhares de produtos que andam nas mãos dos consumidores de todo o mundo nos seus iPhones, iPods, telemóveis Nokia e computadores HP, Dell e Intel. Mas desde o início do ano, 12 trabalhadores tentaram acabar com a própria vida, dez acabaram por morrer. A fábrica do mundo está a sucumbir à pressão da competitividade. E saltou para as páginas dos jornais por razões pouco habituais. Depois do caso da Foxconn, empresa de Taiwan que há muito tem sido denunciada pela China Labor Watch, 1900 trabalhadores da japonesa Honda, em Foshan, cansaram-se das 12 horas de trabalho diárias, seis dias por semana a ganhar 1500 yuans (179 euros). Estão em greve desde 17 de Maio e o protesto interrompeu a produção de todas as quatro fábricas da Honda na China, incluindo as que são geridas com parceiros locais. Ainda que por razões diferentes, os dois acontecimentos mostram que a emergente economia chinesa está a caminhar, à sua velocidade, para se tornar num país desenvolvido. As condições de trabalho oferecidas pelo maior exportador do mundo não conseguem responder aos anseios do Governo chinês de aumentar o consumo doméstico (e assim sustentar o seu crescimento futuro), e as novas gerações não estão dispostas a trabalhar duramente a vida inteira sem nada em troca. A nova classe média já ultrapassa os 100 milhões de habitantes. Crescem hábitos de consumo e centros comerciais, dispara o preço do imobiliário (ver texto) e a inflação. A China já não quer ser só, e apenas, o país do baixo custo, apetecível para as multinacionais ocidentais. Quer comprar uma casa e ter um carro. Em suma, os trabalhadores anseiam ser remunerados justamente pelo papel que desempenham nesta poderosa máquina produtiva e exportadora. Desigualdade socialMas a desigualdade social que está a crescer entre arranha-céus e bairros de barracas preocupa cada vez mais o Governo chinês e a opinião pública. As dores de crescimento estão agora a dar de si. "Há um sinal de várias mudanças. A onda de suicídios na Foxconn, que emprega 800 mil pessoas, já é publicitada pelo Governo desde há um ano. Os jornais oficiais, como o China Daily, surgem com uma linguagem mais aberta e a expor o problema. Há uma intenção do Governo chinês em expor esta situação. O fosso entre ricos e pobres é cada vez maior e pode vir a prejudicar a paz social na China", observa Virgínia Trigo, investigadora do ISCTE e especialista em cultura económica chinesa. A esperada distribuição de riqueza, diz, não está a chegar a todos e a impaciência cresce. Eventos como os Jogos Olímpicos, em Pequim, ou a Expo Xangai mostram um país moderno, e a construção destas e de outras infra-estruturas "é um dos seus tripés de crescimento sustentável", analisa Gustavo Welcker, consultor da Win Mate International, empresa que facilita negócios na China. Para além da construção em massa, o país assenta o seu desenvolvimento nas exportações e na classe média em emergência. "Estamos a assistir à chegada de camponeses que ainda não estão no mercado e se incorporam no consumo", acrescenta. Associados, estes três factores contribuem para o crescimento de oito por cento ao ano da economia e dão estabilidade ao país mais populoso do mundo. É esta nova geração que está a empurrar a mudança. São muitos os jovens que trabalham na Foxconn, com idades entre os 19 e os 25 anos, que vieram do interior da China para trabalhar "num regime militarizado", aponta Virgínia Trigo. Não se integram, vivem numa rotina de "cama quente", trabalhando longas horas e dormindo em quartos partilhados por beliches sem comunicarem com o vizinho do lado. "Todos os dias repito o que fiz ontem. Gritam connosco o tempo todo. A vida é dura aqui", desabafou à Bloomberg um trabalhador da Foxconn, de unhas negras de sujidade. É proibido falar nas linhas de produção e os intervalos de dez minutos para ir à casa de banho só são permitidos em cada duas horas. "É curioso que esta empresa chegou a estar entre as Melhores para Trabalhar na China", lembra Virgínia Trigo. Na Honda, as características dos trabalhadores são diferentes e espelham outra tendência geracional. "Há muitos estagiários, de 19 anos, contratados pela empresa. É uma nova geração de chineses que não está disposta a suportar a diferença salarial que os seus pais suportavam", aponta. Os jovens trabalhadores do segundo maior fabricante de automóveis do Japão saíram à rua por causa dos ordenados. Não há intenções políticas por detrás. Bastam 800 yuan para a greve terminar. Aumentos indispensáveisPelo menos em público, a Honda ainda não arriscou fazer estimativas do custo da greve, mas serão centenas os modelos Accord e Civic que ficaram por produzir. Propôs um aumento salarial de 24 por cento, passo que Gustavo Welcker considera inevitável não só no construtor como noutras multinacionais. "Sem dúvida que vamos assistir a um aumento progressivo dos ordenados. Veremos como será a evolução da moeda, mas a China já se está a preparar para produzir em outsourcing daqui a duas décadas. É clara a sua influência em África e o cruzamento com empresários e bancos africanos. Conhecemos poucas marcas mundiais chinesas e podem testá-las nesta região antes de as lançar no mercado global. África será a fonte de mão-de-obra barata", antecipa. Ao sair da pele de uma economia emergente, de produção low-cost e eficiente, e oferecer salários mais justos, a China fará aumentar os preços dos bens em todo o mundo, dos brinquedos da Mattel à moda de Tommy Hilfiger. Caminha para o desenvolvimento - um processo natural, "mas à maneira chinesa", lembra Virgínia Trigo. O próprio papel dos sindicatos está a ser questionado internamente. Ao New York Times, Zheng Qiao, do Instituto das Relações Industriais, disse que a paralisação na Honda é um "desenvolvimento significativo na história das relações laborais da China". Um protesto deste nível "vai forçar o sistema actual de sindicatos a mudar e a adaptar-se à economia de mercado". Contudo, a investigadora do ISCTE lembra que o conceito de sindicatos chineses não é igual ao do Ocidente. A sua função é "harmonizar a vontade patronal com a dos trabalhadores". Organizam festas e visitam os colaboradores quando estão doentes. A sede em Pequim da Organização Mundial do Trabalho diz que o número de greves está a crescer, apesar de não existirem dados oficiais. E a juntar a todas as mudanças que chegam aos jornais a conta-gotas, há ainda a relatar a falta de mão-de-obra. Mais de 90 por cento das empresas instaladas no delta do rio das Pérolas - uma das mais importantes zonas industriais que engloba Hong Kong, Macau e parte da província de Guangdong - precisam de cerca de dois milhões de trabalhadores, refere a Bloomberg. Mais um ponto a favor da população activa neste lento jogo negocial por melhores condições laborais. Imobiliário em risco de rebentarA explosão da construção imobiliária nos grandes centros urbanos que acompanhou o crescimento da economia é agora a principal preocupação de economistas e responsáveis políticos quando se discute a sustentabilidade do modelo económico chinês. Embora os dados estatísticos disponíveis sejam reduzidos e pouco fiáveis, não existem dúvidas em relação à velocidade a que os preços das casas na China - principalmente nas grandes cidades - têm vindo a crescer. E se é verdade que existem razões para que os preços subam - como a migração em massa das zonas rurais para as cidades e a subida do poder de compra de uma parte significativa da população -, também parece claro que a valorização dos imóveis está neste momento a ultrapassar em muito aquilo que seria razoável. De tal modo que já são as próprias autoridades chinesas a admitir que se está a criar uma perigosa bolha especulativa no mercado imobiliário. Esta semana, foram tomadas por Pequim uma série de medidas, incluindo a reforma do sistema de impostos sobre o património, que têm como objectivo limitar o crescimento dos preços das casas. E, de uma forma surpreendentemente aberta, um dos membros do comité de política monetária do banco central chinês assumiu, numa entrevista dada no dia da apresentação da nova legislação, que o mercado imobiliário representa actualmente um sério risco económico e social para o país. "O problema do mercado imobiliário na China é agora muito mais fundamental e muito maior do que o problema do mercado imobiliário nos EUA e no Reino Unido antes da crise financeira", disse Li Daokui, citado pelo Financial Times. Este responsável assinala que não se trata apenas de ter uma bolha a formar-se que pode rebentar e inviabilizar a continuação do crescimento económicos. O problema na China é que, mais do que nos países ocidentais, a subida de preços é também um problema social, já que uma população com rendimentos ainda baixos, mas à procura de outras condições de vida, sofre bastante a cada subida de preços das casas. O mais provável é, por isso, que o arrefecimento do mercado imobiliário continue a ser, nos próximos meses, um dos principais objectivos das autoridades chinesas, mesmo que isso represente também um abrandamento do ritmo de crescimento da economia. Se tal acontecer, será certamente melhor do que um colapso repentino e doloroso do sector da construção ou, para as autoridades, o surgimento de um clima de insatisfação social e política. Sérgio Aníbal
REFERÊNCIAS:
Expedição em 14 países parte à procura de 100 espécies de anfíbios “desaparecidas”
Numa expedição sem precedentes, investigadores de 14 países vão partir à procura de 100 espécies de anfíbios que não são vistas há, pelo menos, dez anos. Desde as coloridas rãs da família das Dendrobatidae à salamandra gigante chinesa (Andrias davidianus). (...)

Expedição em 14 países parte à procura de 100 espécies de anfíbios “desaparecidas”
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Asiáticos Pontuação: 3 | Sentimento -0.2
DATA: 2010-08-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Numa expedição sem precedentes, investigadores de 14 países vão partir à procura de 100 espécies de anfíbios que não são vistas há, pelo menos, dez anos. Desde as coloridas rãs da família das Dendrobatidae à salamandra gigante chinesa (Andrias davidianus).
TEXTO: Nos próximos meses, um conjunto de expedições em 18 países na América Latina, África e Ásia vão procurar 100 espécies de anfíbios que se acreditam potencialmente extintas mas que podem estar refugiadas em alguns locais remotos. Este é o primeiro esforço internacional coordenado para tentar encontrar estas criaturas “perdidas”, numa altura em que as populações de anfíbios estão a regredir. Os anfíbios são o grupo de vertebrados mais ameaçado do planeta. Na verdade, mais de 30 por cento de todas as espécies estão ameaçadas de extinção. A perda de habitat, doenças (como o fungo cítrico) e alterações climáticas fizeram com que várias espécies desaparecessem sem deixar rasto em apenas uma época de reprodução, salienta a organização Conservation International, que coordena a expedição. “Os anfíbios são particularmente sensíveis às alterações no ambiente. Por isso, são muitas vezes um indicador do perigo que os ecossistemas correm”, explica Robin Moore, responsável da organização que coordena as expedições. Ainda assim, o estatuto de muitas espécies continua por conhecer devido à falta de investigação. “Esperamos conseguir respostas definitivas e aprender o que permitiu a pequenas populações sobreviver quando o resto da sua espécie se perdeu”, acrescenta Moore. “Qualquer que seja o resultado, as conclusões vão aumentar o nosso conhecimento das ameaças aos anfíbios e aproximar-nos das soluções para os proteger”, comenta a Conservation International em comunicado. “Isto é algo que nunca foi feito antes e é muitíssimo importante não só por causa das ameaças que os anfíbios enfrentam mas também porque representa uma incrível oportunidade para os cientistas redescobrirem espécies há muito perdidas”, comentou Claude Gascon, vice-presidente da Conservation International. A organização sublinha que os anfíbios têm benefícios para os seres humanos, como o controlo das pragas de insectos que espalham doenças e prejudicam as culturas agrícolas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave humanos espécie extinção
Alguém tentou entrar na morgue onde está o corpo de Kim Jong-nam
Polícia malaia quer interrogar diplomata norte-coreano, suspeito de envolvimento no assassínio do meio-irmão do líder da ditadura asiática. (...)

Alguém tentou entrar na morgue onde está o corpo de Kim Jong-nam
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 3 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-02-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Polícia malaia quer interrogar diplomata norte-coreano, suspeito de envolvimento no assassínio do meio-irmão do líder da ditadura asiática.
TEXTO: O caso da morte de Kim Jong-nam está cada vez mais parecido com um filme de espionagem. Não surpreende. Afinal, o morto é irmão de outro Kim, Jong-un, líder de um dos países mais fechados do mundo, onde frequentemente a realidade se mistura com teorias da conspiração. Depois de “tentativas de alguém para entrar” no local, a segurança na morgue do hospital onde o corpo se encontra foi reforçada, ao mesmo tempo que a investigação se começa a aproximar do regime de Pyongyang. As autoridades da Malásia, onde Kim foi assassinado, decidiram enumerar os factos confirmados numa conferência de imprensa – uma necessidade evidente, tendo em conta que nem a identidade do morto estava ainda certa. Apesar de continuar a faltar uma identificação formal, o homem que morreu a 13 de Fevereiro, depois de se sentir mal e pedir ajuda no aeroporto de Kuala Lumpur, é mesmo Kim Jong-nam, 45 anos, em tempos considerado como o mais bem colocado para suceder ao pai à frente do regime norte-coreano. Mais factos: as duas mulheres detidas, uma indonésia e uma vietnamita, apanhadas numa câmara de vigilância a aproximar-se na vítima e a esfregar-lhe um pano no rosto, sabiam que estavam a envenená-lo – a indonésia disse aos investigadores que pensava estar a participar numa brincadeira para um programa de televisão tipo “apanhados”. “Penso que vocês viram o vídeo, certo? A senhora afastou-se em direcção às casas de banho com as mãos para cima. Ela sabia perfeitamente que [a substância] era tóxica e que devia lavar as mãos”, afirmou o chefe da polícia nacional malaia, Khalid Abu Bakar. As suspeitas, acrescentou, ensaiaram várias vezes o ataque em diferentes locais públicos da capital da Malásia, incluindo o próprio aeroporto e um centro comercial. Aos suspeitos iniciais – a indonésia de 25 anos Siti Ayash, a vietnamita Doan Thi Huong, 28 anos (a mulher que se vê no vídeo vestindo uma camisola branca com as letras “LOL), um homem malaio e o norte-coreano Ri Jong-chol, todos sob detenção – juntam-se quatro norte-coreanos que a polícia acredita terem fugido para Pyongyang no próprio dia do crime, outro norte-coreano de 30 anos conhecido como “James” que estará ainda na Malásia, e dois homens ligados ao Estado norte-coreano. Tratam-se de Hyong Kwang-song, segundo secretário da embaixada em Kuala Lumpur, e Kim Uk-il, funcionário da transportadora aérea estatal da Coreia do Norte, a Air Koryo. Questionado pelos jornalistas sobre o envolvimento do grupo de cinco norte-coreanos (o que está detido e os quatro que fugiram da Malásia), o chefe da polícia respondeu que estão “muito implicados”. “Escrevemos ao embaixador a pedir autorização para interrogar os dois”, disse Bakar, em referência ao diplomata e ao homem que trabalha na Air Koryo. “Esperamos que a embaixada norte-coreana coopere e nos permita ouvi-los rapidamente. Caso contrário, vamos obrigá-los a vir até nós. ”É possível que acabe por se verificar a segunda opção. Depois de afirmar que não confia na investigação e acusar a Malásia de estar a trabalhar com “forças hostis” à Coreia do Norte, a embaixada divulgou agora um comunicado em que diz que o facto de as duas detidas terem usado as próprias mãos para tocar em Kim prova que não se tratava de nenhum veneno. Descrevendo-as como “mulheres inocentes”, a embaixada pede a sua libertação imediata. O chefe da polícia malaia diz que ainda não se sabe que tipo de químico foi usado para matar Kim, explicando estar à espera de resultados dos testes às amostras recolhidas na autópsia, que foi inconclusiva. Pyongyang tinha pedido que não se realizasse qualquer autópsia e exigido que as autoridades lhe entregassem o corpo, mas a Malásia, um dos poucos países que até agora mantinha relações diplomáticas com os norte-coreanos, recusou. Kim caiu em desgraça em 2001, quando foi detido no aeroporto de Tóquio com um passaporte falso da República Dominicana. Viveu desde então no exílio com a família mais próxima, passando por Macau, Singapura e pela China continental. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A Coreia do Sul acusa a Coreia do Norte da morte de Kim desde o início do caso, garantindo que havia uma “ordem permanente” do líder Kim Jong-un para eliminar o irmão desde 2012, altura em que este criticou o regime e terá sido alvo de uma primeira tentativa de assassínio. Bakar aproveitou a conferência de imprensa para esclarecer que o filho da vítima, Kim Han-sol, não se encontra na Malásia, como tinha sido noticiado. Seguir-se-ão em breve os episódios dos próximos capítulos. Para já, garante o chefe da polícia malaia, o corpo de Kim vai ficar na morgue à espera que um membro da família se apresente para uma comparação de DNA e uma identificação formal. “Tivemos de tomar precauções”, disse Bakar a respeito da segurança no hospital. “Não vamos deixar que ninguém corrompa a morgue. ”
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime morte homens filho ataque mulher ajuda homem mulheres corpo morto assassínio