Dizem as apostas que Murakami volta a ser o favorito ao Nobel da Literatura
Segundo a casa de apostas Ladbrokes, o escritor japonês tem 1 em 3 hipóteses de vencer o Nobel. António Lobo Antunes é o único português na lista, embora muito longe do topo. (...)

Dizem as apostas que Murakami volta a ser o favorito ao Nobel da Literatura
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2013-09-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Segundo a casa de apostas Ladbrokes, o escritor japonês tem 1 em 3 hipóteses de vencer o Nobel. António Lobo Antunes é o único português na lista, embora muito longe do topo.
TEXTO: Já depois de no passado ter sido apontado como o principal favorito, Haruki Murakami volta a destacar-se na corrida ao Prémio Nobel da Literatura, que deverá ser anunciado em Outubro (a data não foi ainda divulgada). O escritor japonês surge em primeiro na casa de apostas Ladbrokes, seguido da norte-americana Joyce Carol Oates. Apesar de nem sempre antecipar a escolha da Academia Sueca, que a esta altura ainda não sabe quem será o premiado, o mercado das apostas é um indicador a ter em conta. Aponta, pelo menos, os que maior probabilidade têm a partir de uma lista de cem nomes favoritos. No ano passado, Murakami já ocupava o topo da referida lista, mas o Nobel acabou por ser entregue ao chinês Mo Yan, o n. º 2. Haruki Murakami, autor de Kafka à Beira-Mar e 1Q84 (edição Casa das Letras), surge como favorito numa altura em que o seu novo livro, Colorless Tsukuru Tazaki and His Years of Pilgrimage, está a ser traduzido para inglês, devendo chegar às lojas no próximo ano. No Japão a obra foi editada em Abril e provocou uma grande correria às livrarias, o que levou a que a editora japonesa optasse por duplicar a tiragem de 500 mil exemplares para um milhão. De acordo com a Ladbrokes, Murakami, 64 anos, tem uma hipótese em três de levar para casa o prémio da prestigiada academia sueca, o mais ambicionado no mundo por qualquer escritor. Logo a seguir surge a escritora Joyce Carol Oates, com uma em seis. Seguem-se o húngaro Peter Nádas "uma em sete), o poeta sul coreano Ko Un (uma em dez) e a canadiana Alice Munro (uma em 12). O top dez é completado com o poeta sírio Adonis, que este sábado esteve na Gulbenkian, no âmbito do ciclo Grandes Lições, do Programa Próximo Futuro. Considerado o maior poeta árabe vivo, Adonis, que em 2011 foi o favorito nestas apostas depois da Primavera Árabe, acabando por perder para o poeta sueco Tomas Tranströmer, está agora em sexto com a hipótese de ganhar o prémio de uma em 14. Seguem-se o norte-americano Philip Roth e o israelita Amos Oz com uma em 16, o norte-americano Thomas Pynchon e o queniano Ngugi Wa Thiog'o com uma em 20. Na lista, à semelhança de outros anos, surge apenas um português: António Lobo Antunes. No entanto, as probabilidades do escritor vencer são menores do que no ano passado. Na lista da Ladbrokes Lobo Antunes surge agora o com uma hipótese em 100, quando em 2012 a probabilidade era de uma em 25. Mas há ainda mais dois autores de língua portuguesa nesta lista, um repetente, que é o poeta brasileiro Ferreira Gullar, e o moçambicano Mia Couto, um estreante na lista dos favoritos. Ambos têm as mesmas probabilidades de Lobo Antunes. Em breve saberemos se as apostas se confirmam. Desde 1901, foram já premiados com o Nobel da Literatura 109 escritores, dos quais apenas 12 eram mulheres.
REFERÊNCIAS:
No maior dos museus virtuais já cabem dois palácios portugueses
Os palácios nacionais de Sintra e de Queluz são os primeiros da corte portuguesa a integrar o Google Art Project. A partir de hoje, 64 das suas obras estão disponíveis nesta plataforma digital. (...)

No maior dos museus virtuais já cabem dois palácios portugueses
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.4
DATA: 2013-10-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os palácios nacionais de Sintra e de Queluz são os primeiros da corte portuguesa a integrar o Google Art Project. A partir de hoje, 64 das suas obras estão disponíveis nesta plataforma digital.
TEXTO: A colecção do Google Art Project está maior e, a partir de hoje, mais portuguesa. Deste enorme catálogo de arte digital que, desde o seu lançamento em 2011, tem vindo a quebrar barreiras geográficas, fazem agora parte os palácios nacionais de Sintra e de Queluz. Estes são assim os primeiros palácios portugueses a entrar nesta plataforma, disponibilizando gratuitamente e em alta resolução imagens de 64 obras das suas colecções, algumas delas classificadas como Bens de Interesse Nacional (a mais alta classificação no património móvel). Depois do Museu Colecção Berardo, em Lisboa, que tem disponíveis 23 obras, e da Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro, em Águeda, representada com 50 peças, estas são as próximas instituições nacionais a integrar o projecto da Google, que conta já com mais de 250 museus e galerias de todo o mundo. Ainda este ano deve entrar o Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado (MNAC), cujo processo já foi formalizado. A inclusão do Palácio da Pena, também em Sintra, está já a ser preparada. "Achámos que esta era uma plataforma importante para divulgar estes dois palácios numa dimensão absolutamente mundial", diz ao PÚBLICO a directora dos palácios de Sintra e de Queluz, Inês Ferro, para quem o Google Art Project é "uma montra privilegiada, sobretudo pela qualidade das imagens e das outras instituições e colecções representadas". Com esta entrada, o Palácio de Sintra, com 28 obras, e o de Queluz, com 36, juntam-se a instituições internacionais tão importantes como o Museu Rainha Sofia, em Madrid, a Tate Britain e a National Gallery de Londres, o Metropolitan de Nova Iorque, o Rijksmuseum de Amesterdão, e o Palácio de Versalhes, em França. "Toda a ideia de participar no projecto está em sintonia com os objectivos de internacionalização dos monumentos da Parques Sintra e, neste caso específico, com a promoção das colecções de arte de dois palácios reais", explica o historiador Fernando Montesinos, que com Inês Ferro escolheu as obras agora disponíveis e que variam entre o mobiliário, a azulejaria, os têxteis, a escultura e a pintura. Destas destacam-se, por exemplo, a tapeçaria com as Armas Reais Portuguesas, o Globo Celeste de Christoph Schissler e o Pagode Chinês no Palácio de Sintra, e as esculturas de John Cheere ou o Pianoforte de Clementi, no Palácio de Queluz. O que foi escolhido para representar estas colecções, e assim chamar mais visitantes aos dois monumentos, garante Fernando Montesinos, são "as peças de referência". "O critério de fundo foi que todo o acervo de artes decorativas dos palácios, do século XV ao XIX, devia estar representado, quer na sua diversidade quer na sua multiculturalidade. Não há uma leitura cronológica ou por autores. Isto é o que temos de melhor", assegura, acrescentando porém que nada substitui o contacto directo com as obras de arte aqui mostradas. "O Google Art Project não é o objectivo em si mas o meio", acrescenta. Para a directora dos dois palácios, o que é importante também é que, através das obras escolhidas, qualquer pessoa ficará a saber "um bocadinho da nossa história". "Não nos podemos esquecer de que, apesar de muito diferentes, estes dois palácios foram habitados pela família real e, por isso, ao falar de um determinado objecto, estamos a dar acesso à história", diz Inês Ferro, explicando que houve um cuidado muito grande na elaboração das legendas de cada obra. "Dada a vocação deste projecto, e o seu público vasto, não quisemos entrar em demasiado pormenor. Procurámos dar a informação de forma rápida e ao mesmo tempo científica para que qualquer pessoa possa entender o objecto e ao que ele alude no contexto das colecções. "Inês Ferro destaca ainda que, uma vez que o Google Art Project permite o acesso pormenorizado das obras com imagens de alta resolução, os estudiosos e investigadores também ficam a ganhar com esta entrada. "É uma ferramenta notável à qual espero que se juntem outros projectos portugueses, estou convencida de que este será o caminho", conclui a directora. Também Montesinos espera que mais monumentos possam seguir o exemplo destes dois palácios. "Não tenho dúvidas de que é importante promovermos desta forma o nosso património e quantos mais estivermos presentes, mais força ganhamos", acrescenta o historiador. Além dos palácios portugueses, a plataforma celebra hoje também a entrada de oito novos museus, incluindo pela primeira vez instituições do Luxemburgo e do Equador. Da arte antiga à contemporânea, da pintura à cerâmica, da Índia e China ao Irão e Portugal, o leque é cada mais amplo e conta já com 48 mil obras de nove mil artistas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave rainha chinês
Putin é a personalidade mais influente do mundo, segundo a Forbes
Obama, que era o número um da lista em 2012, passou para segundo devido ao “período fraco” que atravessa a sua administração. (...)

Putin é a personalidade mais influente do mundo, segundo a Forbes
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2013-10-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Obama, que era o número um da lista em 2012, passou para segundo devido ao “período fraco” que atravessa a sua administração.
TEXTO: O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, subiu ao primeiro lugar da lista anual da Forbes, publicada esta quarta-feira, ultrapassando o Presidente norte-americano, Barack Obama, que liderou o ranking em 2012. “Putin solidificou o seu controlo sobre a Rússia (‘ditador’ não é mais uma palavra estranha para ponderar), enquanto o período fraco de Obama parece ter aparecido mais cedo que o comum para um Presidente no segundo mandato”, justifica a publicação. “Qualquer um que tenha observado o jogo de xadrez sobre a Síria e as escutas da NSA este ano ficou com uma ideia clara da mudança nas dinâmicas individuais de poder”, refere ainda a Forbes. A completar o pódio aparece o Presidente chinês, Xi Jinping, eleito há cerca de um ano. A lista de 72 personalidades, uma por cada 100 milhões de pessoas, integra 17 chefes de Estado e 27 CEO. O quarto lugar é ocupado pelo Papa Francisco, que se estreia na lista da Forbes, publicada desde 2009. Obama tinha sido o número um em todas as edições, excepto em 2010, quando foi ultrapassado pelo ex-Presidente chinês, Hu Jintao. A edição de 2013 da lista da revista norte-americana dá ainda conta de uma subida do número de mulheres, que representam 12% das personalidades mais influentes do mundo. Entre elas estão a chanceler alemã, Angela Merkel, no 5. º lugar, a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, no 20. º lugar, e ainda a directora do FMI, Christine Lagarde, na posição 35. A lista das personalidades mais influentes do mundo é baseada nas escolhas dos editores da Forbes. De acordo com a revista, a lista pretende responder às seguintes questões: "Qual é a verdadeira natureza do poder e será que poderemos realmente comparar e classificar chefes de Estado com figuras religiosas e traficantes de droga?"Recentemente, um grupo de personalidades russas enviou uma candidatura em nome de Vladimir Putin para o Comité Nobel, pedindo a atribuição do Nobel da Paz ao Presidente russo pelo seu papel de mediação do conflito sírio.
REFERÊNCIAS:
Entidades FMI
Reportagem: Da corrida nos Jogos Olímpicos para a corrida ao Parlamento afegão
Uma das raras atletas olímpicas afegãs decidiu concorrer contra o medo e a intimidação. Afinal, ela sempre foi uma mulher num mundo de homens. (...)

Reportagem: Da corrida nos Jogos Olímpicos para a corrida ao Parlamento afegão
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma das raras atletas olímpicas afegãs decidiu concorrer contra o medo e a intimidação. Afinal, ela sempre foi uma mulher num mundo de homens.
TEXTO: Entre senhores da guerra, ex-guerrilheiros mujahedin, clérigos conservadores e homens de negócios corruptos a correrem para um lugar no Parlamento afegão, está Robina Jalali, uma candidata de 25 anos de Cabul, que oferece uma história de vida bem mais inspiradora. Criada durante o violento regime taliban que era implacável com as mulheres, Jalali treinou, ainda assim, como atleta e, depois da queda dos taliban, seguiu a paixão de ir aos Jogos Olímpicos, apesar de ter ficado em penúltimo lugar nos 100 metros, em Atenas, em 2004, e em último em Pequim, em 2008. No Afeganistão, uma nação muçulmana conservadora onde qualquer mulher continua a esconder a sua identidade vestindo a burqa, a odisseia olímpica de Jalali assemelha-se a um conto de fadas. Agora, a sequela: Jalali está de novo na corrida - para um lugar na Wolesi Jirga, a câmara baixa do Parlamento afegão. Embora o interesse fosse, de início, pouco entre as mulheres, uma campanha de recrutamento do Comité Independente Eleitoral resultou num recorde de 406 mulheres candidatas às eleições de 18 de Setembro para, pelo menos, 64 assentos reservados às mulheres, consagrados na Constituição afegã, que lhes garante 25 por cento dos 249 lugares. Mais de dois mil homens estão na corrida. Mas estas mulheres, incluindo empresárias e activistas civis, relatam ameaças diárias dos taliban e de outros grupos rebeldes. "Não tenho medo dos taliban, porque estou habituada", diz Jalali no seu escritório, seguro por uma porta de ferro, mas sem guardas de armados. Um quadro do presidente Hamid Karzai a cumprimentá-la depois dos Jogos Olímpicos está em cima da secretária. "No início, quando comecei no atletismo, atiravam contra a minha casa toda a propaganda ameaçadora dos taliban", conta. "Era a única rapariga a correr com os homens. Toda a gente me insultava ou me dizia para desistir. Depois de correr, quando voltava para casa, costumava chorar e pensar: "Por que é que eu não posso ser como os homens?""Ser tratada como os seus homólogos masculinos não tem sido fácil para as deputadas afegãs, que têm sido ignoradas, deitadas a baixo ou pior. Em 2007, os deputados votaram a suspensão de Malalai Joya, uma deputada de 32 anos que entregou, no Parlamento, uma repreensão contra os líderes militares corruptos. Vive há três anos na clandestinidade e optou por não disputar novas eleições. Mas Jalali permanence imperturbável. Com umas bochechas grandes e uns grandes olhos escuros, Jalali chamou tanto à atenção pelos seus cartazes de campanha glamorosos como pelas suas proezas atléticas. Permanece solteira numa cultura em que as mulheres se casam cedo, porque considera que não seria livre para fazer uma carreira política, se tivesse um marido. Como muitas raparigas, Jalali e as sete irmãs (tem mais dois irmãos) foram secretamente educadas em casa durante a era taliban. Aos 16 anos, retomou a escola quando os taliban saíram do poder em 2001. Também prosseguiu com o atletismo, correndo descalça ou em sandálias, depois com umas sapatilhas chinesas baratas, na pista do estádio de Cabul, onde os taliban tinham antes executado prisioneiros. O seu pai, Haji Jamaludin, homem de negócios que viajava para o Dubai e a China, lembra-se de Robina, quando era pequena, lhe dizer: "Não me consideres mulher. Considera-me um filho. ""Eu deixava-a sair e praticar desportos", diz Jamaludin. "Ignorava todos os comentários das pessoas que me diziam para não deixar a minha filha sair do Afeganistão, porque era a desgraça para uma mulher. "
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Partidos LIVRE
Do kitch ao prático: os souvenirs do casamento real
De cada vez que é anunciado um casamento real, no dia seguinte há canecas, tapetes de rato, pratos, t-shirts, talheres, forras de almofadas e ímans para o frigorífico empilhados nas prateleiras das lojas turísticas por essa Europa fora. (...)

Do kitch ao prático: os souvenirs do casamento real
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: De cada vez que é anunciado um casamento real, no dia seguinte há canecas, tapetes de rato, pratos, t-shirts, talheres, forras de almofadas e ímans para o frigorífico empilhados nas prateleiras das lojas turísticas por essa Europa fora.
TEXTO: As canecas são um dos artigos mais vendidos durante a “febre” pré-boda. Há qualquer coisa de apelativo-kitch em beber um café com leite a partir de cerâmica estampada com as caras da realeza. Mas este casamento já produziu pelo menos dois modelos originais de canecas: um primeiro, made in China, cujos produtores não acertaram com a fotografia do noivo. Provavelmente pouco habituados às linhagens europeias, os chineses trocaram a imagem de William pela do seu irmão, Harry. O modelo entrou automaticamente para o anedotário internacional dos media. Num segundo modelo sui generis que foi posto à venda pode ler-se qualquer coisa como “Estou-me nas tintas para o Casamento Real”. No fundo da caneca, a mensagem sai reforçada com um “Desculpem mas. . . Só estamos a ser honestos”. Esta caneca foi idealizada por uma designer de Staffordshire, Camila Prada, que declara que este tipo de seguidismo em torno do casamento real é quase “degradante”. Há, aliás, todo um friso da sociedade britânica que tenta a todo o custo escapar a esta avalancha mediática. São os refuseniks, indica a BBC, que distingue entre aqueles que simplesmente têm mais que fazer que assistir ao enlace entre dois estranhos e os que, sendo republicanos, se opõem à monarquia e a tudo o que ela representa ou celebra. Outros souvenirs menos ortodoxos incluem um verniz de unhas “Waity Katie” - o nome dado à futura princesa que durante anos esperou pelo pedido de casamento - e sacos para vómito [como os que existem nos aviões] para todas as mulheres que se sintam mal por não se casarem com o solteiro mais desejado a norte do Cacém. Ou para todos aqueles a quem a boda real dá a volta ao estômago. Os sacos - que estão a ser vendidos da Nova Zelândia ao Canadá - têm a imagem dos noivos estampada a duas cores, junto a um slogan apropriado: “throne up”. E depois há os preservativos com as caras dos noivos e frases do tipo: “Relaxa e pensa em Inglaterra” e “Tal como um casamento real, ter relações com o ser amado é uma ocasião inesquecível”. Muito apropriadamente, os preservativos dão pelo nome de “Crown Jewels”. Antes de os súbditos experimentarem os preservativos reais, aconselha-se talvez a cerveja “Kiss Me Kate”, criada por uma cervejeira de Nottinghamshire. E se no final de tudo isto ficar com amargos de boca, nada melhor que comprar o conjunto dispensador de pastilhas “Pez” William e Kate. Mas tirando estas bizarrias cómicas, o negócio da memorabilia casamenteira é um caso sério. Muito sério. Há milhões em jogo. Os souvenirs oficiais foram postos à venda em Dezembro, depois de o príncipe William ter aprovado três artigos - uma caneca, um prato e uma caixa para comprimidos - com as iniciais enlaçadas dos noivos, o emblema real do príncipe e a data do casamento - 29 de Abril de 2011. Mas os artigos que não levam o selo da casa real britânica têm feito tanto ou mais sucesso que os que o levam e estão à venda praticamente desde o anúncio do enlace. E normalmente são muito mais baratos. Toda a gente quer um pedaço do bolo. Não do bolo de noiva - esse será servido a um grupo muito restrito de pessoas em todo o mundo - mas sim do bolo financeiro que um evento deste género consegue gerar. E este fenómeno não se restringe ao Reino Unido. Das fábricas chinesas até aos lugares mais remotos da Commonwealth, este enlace está a trazer proventos a todos aqueles que queiram desenhar, criar, construir ou cozinhar alguma coisa que leve os nomes William e Kate. Mesmo online esta boda é um sucesso. O eBay está a vender réplicas do anel de noivado de Kate (que pertencia originalmente a Diana de Gales) por cerca de 20 dólares a unidade. Escusado será dizer que as pedras destes sucedâneos são pouco preciosas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave género mulheres princesa casamento
Do kitsch ao prático: os souvenirs do casamento real
De cada vez que é anunciado um casamento real, no dia seguinte há canecas, tapetes de rato, pratos, t-shirts, talheres, forras de almofadas e ímans para o frigorífico empilhados nas prateleiras das lojas turísticas por essa Europa fora. (...)

Do kitsch ao prático: os souvenirs do casamento real
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: De cada vez que é anunciado um casamento real, no dia seguinte há canecas, tapetes de rato, pratos, t-shirts, talheres, forras de almofadas e ímans para o frigorífico empilhados nas prateleiras das lojas turísticas por essa Europa fora.
TEXTO: As canecas são um dos artigos mais vendidos durante a “febre” pré-boda. Há qualquer coisa de apelativo-kitsch em beber um café com leite a partir de cerâmica estampada com as caras da realeza. Mas este casamento já produziu pelo menos dois modelos originais de canecas: um primeiro, made in China, cujos produtores não acertaram com a fotografia do noivo. Provavelmente pouco habituados às linhagens europeias, os chineses trocaram a imagem de William pela do seu irmão, Harry. O modelo entrou automaticamente para o anedotário internacional dos media. Num segundo modelo sui generis que foi posto à venda pode ler-se qualquer coisa como “Estou-me nas tintas para o Casamento Real”. No fundo da caneca, a mensagem sai reforçada com um “Desculpem mas. . . Só estamos a ser honestos”. Esta caneca foi idealizada por uma designer de Staffordshire, Camila Prada, que declara que este tipo de seguidismo em torno do casamento real é quase “degradante”. Há, aliás, todo um friso da sociedade britânica que tenta a todo o custo escapar a esta avalancha mediática. São os refuseniks, indica a BBC, que distingue entre aqueles que simplesmente têm mais que fazer que assistir ao enlace entre dois estranhos e os que, sendo republicanos, se opõem à monarquia e a tudo o que ela representa ou celebra. Outros souvenirs menos ortodoxos incluem um verniz de unhas “Waity Katie” - o nome dado à futura princesa que durante anos esperou pelo pedido de casamento - e sacos para vómito [como os que existem nos aviões] para todas as mulheres que se sintam mal por não se casarem com o solteiro mais desejado a norte do Cacém. Ou para todos aqueles a quem a boda real dá a volta ao estômago. Os sacos - que estão a ser vendidos da Nova Zelândia ao Canadá - têm a imagem dos noivos estampada a duas cores, junto a um slogan apropriado: “throne up”. E depois há os preservativos com as caras dos noivos e frases do tipo: “Relaxa e pensa em Inglaterra” e “Tal como um casamento real, ter relações com o ser amado é uma ocasião inesquecível”. Muito apropriadamente, os preservativos dão pelo nome de “Crown Jewels”. Antes de os súbditos experimentarem os preservativos reais, aconselha-se talvez a cerveja “Kiss Me Kate”, criada por uma cervejeira de Nottinghamshire. E se no final de tudo isto ficar com amargos de boca, nada melhor que comprar o conjunto dispensador de pastilhas “Pez” William e Kate. Mas tirando estas bizarrias cómicas, o negócio da memorabilia casamenteira é um caso sério. Muito sério. Há milhões em jogo. Os souvenirs oficiais foram postos à venda em Dezembro, depois de o príncipe William ter aprovado três artigos - uma caneca, um prato e uma caixa para comprimidos - com as iniciais enlaçadas dos noivos, o emblema real do príncipe e a data do casamento - 29 de Abril de 2011. Mas os artigos que não levam o selo da casa real britânica têm feito tanto ou mais sucesso que os que o levam e estão à venda praticamente desde o anúncio do enlace. E normalmente são muito mais baratos. Toda a gente quer um pedaço do bolo. Não do bolo de noiva - esse será servido a um grupo muito restrito de pessoas em todo o mundo - mas sim do bolo financeiro que um evento deste género consegue gerar. E este fenómeno não se restringe ao Reino Unido. Das fábricas chinesas até aos lugares mais remotos da Commonwealth, este enlace está a trazer proventos a todos aqueles que queiram desenhar, criar, construir ou cozinhar alguma coisa que leve os nomes William e Kate. Mesmo online esta boda é um sucesso. O eBay está a vender réplicas do anel de noivado de Kate (que pertencia originalmente a Diana de Gales) por cerca de 20 dólares a unidade. Escusado será dizer que as pedras destes sucedâneos são pouco preciosas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave género mulheres princesa casamento
OMS: surto é provocado por uma nova estirpe da bactéria E.coli
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou hoje que é uma nova estirpe nunca antes detectada da bactéria E.coli que tem provocado centenas de infecções e já fez 18 mortes na Europa. (...)

OMS: surto é provocado por uma nova estirpe da bactéria E.coli
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.136
DATA: 2011-06-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou hoje que é uma nova estirpe nunca antes detectada da bactéria E.coli que tem provocado centenas de infecções e já fez 18 mortes na Europa.
TEXTO: Testes preliminares mostraram que a bactéria é uma forma mutante de dois tipos diferentes de E. coli. “É uma nova estirpe que nunca foi isolada em pacientes”, disse Hilde Kruse, especialista em segurança alimentar da OMS, à Associated Press. “Tem várias características que a tornam mais virulenta e fazem com que produza mais toxinas”, comparada com as centenas de estirpes de E. coliCientistas chineses que têm também examinado a bactéria no Instituto de Genómica de Pequim também afirmaram que esta tem genes que a tornam resistente a certos antibióticos. O foco da infecção está no Norte da Alemanha, onde já morreram 17 pessoas. Na última madrugada morreu uma senhora de 81 anos, em Hamburgo, no hospitla onde estão internadas as vítimas da forma agravada da intoxicação alimentar, a síndrome hemolítica-urémica. Neste momento, estão ali internadas 102 pessoas, 17 das quais são crianças. Dois terços dos adultos são mulheres. Uma 18ª vítima morreu na Suécia, mas tinha estado na Alemanha. Neste momento há mais de cem casos de pessoas doentes em vários países: Alemanha, Suécia, Dinamarca, Holanda, Espanha e Reino Unido. O Reino Unido reportou hoje sete casos, todos de pessoas que estiveram na Alemanha. O presidente do Instituto Robert Koch (responsável pelo controlo sanitário na Alemanha), Reinhard Burger, admitiu que o foco da bactéria possa nunca ser descoberto, depois de terem sido erradamente culpados pepinos espanhóis. Também avisou que o surto poderá demorar "semanas, ou mesmo meses". Notícia actualizada às 15h35
REFERÊNCIAS:
Entidades OMS
Na Wikipédia, Kate Middleton já era duquesa antes de casar com William
Catherine, duquesa de Cambridge. É assim que abre agora a página dedicada a Kate Middleton na versão em inglês da Wikipédia, que foi fortemente editada esta sexta-feira de manhã. O histórico da página dá conta de cerca de 150 alterações entre a meia-noite e as 14h00, pouco depois dos dois beijos dos recém-casados que selaram a união na varanda do Palácio de Buckingham. (...)

Na Wikipédia, Kate Middleton já era duquesa antes de casar com William
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-05-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Catherine, duquesa de Cambridge. É assim que abre agora a página dedicada a Kate Middleton na versão em inglês da Wikipédia, que foi fortemente editada esta sexta-feira de manhã. O histórico da página dá conta de cerca de 150 alterações entre a meia-noite e as 14h00, pouco depois dos dois beijos dos recém-casados que selaram a união na varanda do Palácio de Buckingham.
TEXTO: No portal comunitário, a jovem descendente da classe trabalhadora integrou a família real britânica mais cedo do que o previsto: aconteceu na saída da madrugada, às 5h25, quando Kate passou a ser “Sua Alteza Real”, princesa consorte. O contributo seguinte, seis minutos depois, repôs alguma personalidade à princesa William: vírgula, mestre em Artes (Escócia). A entrada biográfica da mãe merece reparos por volta das 6h00 e os cibernautas tiram duas horas para descansar. Às 8h09, há novidades para dar: Isabel II nomeia o neto duque de Cambridge, um título extinto há mais de um século, e Kate Middleton passa a ostentar na página “duquesa de Cambridge”. (De facto, ainda não era: faltava o casamento, marcado para as 11h00 na abadia de Westminster. )Ora, às 8h11 o passo é corrigido, pára, marcha atrás: o casamento acontece a 29 de Abril, “após o qual será oficialmente conhecida como SAR A Duquesa de Cambridge”. As intervenções na página aumentam. O ducado vale anotações de rumores – a nomeação e a possibilidade de não ser aceite. Às 8h31 chegam os restantes títulos, mais uma vez por antecipação: condessa de Strathearn e baronesa de Carrickfergus. StAnselm, editor veterano da Wikipédia, entra em acção dez minutos depois, para limpar algumas anomalias na página, nada de substancial. Às 9h01, são associadas à biografia em inglês versões em várias outras línguas: árabe, persa, russo, bielorrusso, ucraniano, hebraico, macedónio, panjabi, tâmil, tailandês, chinês, coreano e japonês. Os convidados começam a chegar a Westminster, conforme o protocolo, e as televisões arrancam com os directos. Pausa na edição. Os motores aquecem e os Rolls Royce preparam o desfile pelas ruas de Londres, com os noivos e as respectivas famílias. William, primeiro; Kate, quarenta minutos mais tarde. Até às 11h00, são poucos os que se importaram em corrigir ou aumentar a informação sobre a noiva. A essa hora, uma questão ética. Mattgirling, administrador da Wikipédia inglesa, apaga o nome de um amigo de William que o terá aconselhado a ter uma abordagem menos rígida face aos relacionamentos. Pergunta: é justo citar alguém de forma negativa com base num artigo do Daily Mail? A propósito de nomes, ainda existem algumas referências a “Kate” na página. São todas alteradas para Catherine. Com o casamento celebrado, continuam as mexidas formais na escrita, trocam-se vulgares expressões por outras que dizem o mesmo mas são mais redondas. A edição intensifica-se durante a cerimónia, abranda na saída do casal da abadia e volta a mexer até o William e Catherine aparecerem na varanda do Palácio de Buckingham, com a restante família real, para acenar aos súbditos e selar a celebração com dois beijos. Foi uma manhã prolífera na escrita comunitária da actual duquesa de Cambridge. Registaram-se cerca de 150 alterações na página até à hora do almoço volante oferecido pela Rainha. Os cibernautas aproveitaram para baixar a guarda. Os contributos continuam a surgir, mas em menor número. O processo pode sempre ser acompanhado no histórico que a Wikipédia disponibiliza de todas as suas páginas, de forma a tornar transparente a construção da maior enciclopédia online.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave rainha princesa chinês japonês casamento
Segurança alimentar está nas mãos de cada um e nós podemos ajudar!
Acredita-se que se poderia evitar a maioria das doenças transmitidas por alimentos se estes fossem manuseados com segurança do “prado ao prato”. (...)

Segurança alimentar está nas mãos de cada um e nós podemos ajudar!
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Acredita-se que se poderia evitar a maioria das doenças transmitidas por alimentos se estes fossem manuseados com segurança do “prado ao prato”.
TEXTO: A alimentação é uma necessidade fundamental do Homem. Os consumidores esperam que os alimentos que compram e consomem sejam apetecíveis, nutritivos e, ao mesmo tempo, seguros. Este último aspeto significa que os alimentos consumidos não podem colocar a saúde do consumidor em perigo. Mas, como diz o velho provérbio chinês, “quem não tem alimento, tem um problema, quem tem alimentos, tem vários problemas”. De facto, as toxinfeções alimentares (doenças causadas pela ingestão de alimentos contaminados por microrganismos patogénicos) são um problema grave. De acordo com as estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), 23 mil pessoas adoecem e cinco mil morrem, anualmente, na Europa, na sequência da ingestão de alimentos contaminados. Os consumidores estão, hoje, mais conscientes das questões de segurança alimentar do que nunca, mas, curiosamente, uma grande parte das toxinfeções alimentares está associada à preparação e ao consumo de alimentos nas nossas casas. A exposição dos alimentos a temperaturas de aquecimento ou de refrigeração inadequados e, ainda, algumas práticas de higiene incorretas, são as violações de segurança alimentar identificadas com maior frequência. Acredita-se, portanto, que se poderia evitar a maioria das doenças transmitidas por alimentos se estes fossem manuseados com segurança do “prado ao prato” – e o consumidor pode, a este nível, ter um papel determinante!A comunicação de risco, uma das etapas que compõem a análise de risco – base da política de segurança dos alimentos – visa “dotar os consumidores e o público em geral da informação necessária para fazerem uma escolha consciente e sustentada”. Várias iniciativas têm sido levadas a cabo em todo o mundo com o objetivo de reduzir o impacto das doenças transmitidas por alimentos, informando, inclusive, os consumidores sobre práticas de segurança alimentar em casa. Mas, estarão estas estratégias de comunicação de risco a ser eficazes? Estarão a ser comunicados os riscos mais significativos e as melhores formas de os controlar? As campanhas de comunicação de risco estarão a chegar às populações-alvo? Estarão a ser utilizados os canais de comunicação mais eficazes? Os consumidores entenderão as mensagens? Os consumidores confiarão nas fontes de informação? Estarão identificadas as barreiras à comunicação eficaz com cada grupo-alvo? Terão as práticas e comportamentos de segurança alimentar melhorado muito?A verdade é que – por exemplo – apesar de várias campanhas aconselharem os consumidores a não lavar o frango para evitar a propagação de Campylobacter, esta prática é, ainda, uma rotina nas cozinhas das pessoas. Simultaneamente, ainda que vários sites e outras fontes de informação alertem para o risco de contração de listeriose nas mulheres grávidas e as suas respetivas consequências, muitas mulheres continuam a consumir alimentos de alto risco durante a gravidez. Destaque-se, ainda, o caso dos lanches das crianças, que, frequentemente, incluem alimentos perecíveis – como é o caso, por exemplo, do fiambre –, armazenados à temperatura ambiente por longos períodos de tempo. É preciso esclarecer: quantos frigoríficos domésticos funcionam à temperatura recomendada? Quantos consumidores sabem qual é esta temperatura? E quantos a verificam?Cabe à comunidade científica, às autoridades e ao mercado encontrar as melhores estratégias para ajudar os consumidores a mitigar os riscos alimentares. Mais do que aumentar o conhecimento e a perceção de risco, será necessário influenciar o comportamento de risco das pessoas. É este o propósito da equipa multidisciplinar do projeto SafeConsume - Safer food through changed consumer behavior: Effective tools and products, communication strategies, education and a food safety policy reducing health burden from foodborne illnesses.
REFERÊNCIAS:
C-3PO não é fã de A Guerra das Estrelas - mas está quase lá
O actor britânico guia os espectadores de Star Wars in Concert (a 22 e 23 no Pavilhão Atlântico) por 33 anos e seis filmes da ópera espacial mais famosa do mundo. Mas para já conduz o P2 numa conversa sobre os filmes e a personagem que lhe dará, enfim, a imortalidadeNa espessa enciclopédia da cultura popular do século XX, Anthony Daniels e o seu C-3P0 têm o seu lugar garantido. Há quase 33 anos, estreava-se o primeiro filme da saga Guerra das Estrelas de George Lucas e um contrariado actor britânico com treino de mímica encaixava-se, com dificuldades, num fato dourado de dróide protocolar. Diria a primeira fala d... (etc.)

C-3PO não é fã de A Guerra das Estrelas - mas está quase lá
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-12-29 | Jornal Público
TEXTO: O actor britânico guia os espectadores de Star Wars in Concert (a 22 e 23 no Pavilhão Atlântico) por 33 anos e seis filmes da ópera espacial mais famosa do mundo. Mas para já conduz o P2 numa conversa sobre os filmes e a personagem que lhe dará, enfim, a imortalidadeNa espessa enciclopédia da cultura popular do século XX, Anthony Daniels e o seu C-3P0 têm o seu lugar garantido. Há quase 33 anos, estreava-se o primeiro filme da saga Guerra das Estrelas de George Lucas e um contrariado actor britânico com treino de mímica encaixava-se, com dificuldades, num fato dourado de dróide protocolar. Diria a primeira fala de um filme que se tornou uma ópera espacial e um fenómeno cheio de sucedâneos e intenso culto. Mas Anthony Daniels não queria conhecer George Lucas. Um simpático actor teatral e da BBC Radio foi empurrado pelo seu agente para o estranho Episódio IV. Na sua personagem, inspirada no andróide de Metropolis, de Fritz Lang, e num de dois camponeses de A Fortaleza Escondida [Akira Kurosawa, 1958], inscreveu os tiques de mordomo inglês. Hoje, na rua, não é reconhecível como Harrison Ford, Carrie Fisher ou Natalie Portman. No entanto, é o único actor que participou nos seis filmes - tal como encetou a saga, é dele a última fala do derradeiro filme. E agora é o anfitrião, o narrador, a voz de Star Wars in Concert, a megaprodução que traz a Lisboa nos próximos dias 22 e 23 a Royal Philharmonic Concert Orchestra para tocar a inconfundível e oscarizada banda sonora de John Williams. Anthony Daniels fala com as mãos, faz pequenos ruídos para se explicar, mimetiza. Nunca a personagem Threepio - a versão oral do seu título oficial, C-3P0 - emerge na conversa entusiasmada. Fala de música - "Gosto de música sinfónica. Tenho de tudo no meu iPod: de Queen a Dvorák ou Mahler" -, mas não carrega consigo a banda sonora de Guerra das Estrelas - "Isso seria ir longe de mais. " Daniels, que esteve em Lisboa na segunda-feira, é um contador de histórias. Histórias de Guerra das Estrelas, claro, das prequelas I, II e III e dos originais IV, V e VI, sobre o trabalho e aprendizagem de uma vida (agora dá a voz à série de animação Clone Wars, em Portugal no Cartoon Network). Afinal, diz ao P2 no Pavilhão Atlântico, que acolherá o espectáculo, só compreendeu mesmo a história de Guerra das Estrelas quando começou a narrar este concerto em 2009. Nos bastidores de um concerto, George Lucas foi cumprimentá-lo. "Estávamos a falar de como nem eu nem ele podemos ser fãs. Porque fizemos os filmes, sabemos como isto funciona por dentro. Mas do que ambos gostamos é do amor das pessoas. Por causa deste concerto, estou quase a tornar-me um fã. Quase. " Estando tão envolvido na saga e agora neste espectáculo, tem noção de quantas gerações tem envolvido? Há muitos miúdos na audiência? Oh, sim, dos quatro aos 94 anos, a família toda assiste. Isso é maravilhoso para mim. A Guerra das Estrelas é uma história estranha e inteligente que podemos partilhar com os nossos filhos e eles connosco. No avião estava a ler um dos meus guiões para Clone Wars e esta série é, para muitas crianças A Guerra das Estrelas - que elas nunca viram. E depois vão crescer e verão os filmes pela ordem certa. O que há de engraçado no Star Wars in Concert é que eu [não] conto a história como George Lucas - do IV ao VI e depois I, II, III. [Abana a cabeça e faz uma careta. ] O homem era estúpido! [risos] Sempre que chegavam os guiões para cada filme ficava. . . humm?! Não fazia ideia do que ali estava. Com Star Wars in Concert, porque contamos a história de forma muito simples e ordenada, mesmo que não se tenha visto um filme, sai-se de lá a compreender toda a saga. Ali há quatro viagens: a de Anakin Skywalker de bom, para mau, para a redenção; a de um jovem numa demanda, um herói [Luke Skywalker]; a viagem de George Lucas a tentar vender os seus guiões até que a Fox lá lhe deu um dinheirito; e a minha viagem, que foi de não querer conhecer o George Lucas - o meu agente disse muitos palavrões - até entrar num filme que foi muito, muito desconfortável e uma experiência não muito boa, e depois noutro, e noutro e agora estou aqui em Portugal. Literalmente por causa deste espectáculo desenvolvi uma compreensão, um afecto por esta história e compreendo, vejo o enorme afecto de milhares de pessoas todas as noites. Ao longo destes 33 anos, não sente que está sempre a voltar à mesma personagem? Como é que se relaciona com ele? Em palco, ele surge às vezes? Estou a narrar a história de fato, como um homem de negócios. Mas há várias vezes em que a personalidade do Threepio sai de mim [ruído veloz]. O espírito dele é verdadeiro. É uma cara bela. É um rosto sereno, mas que eu posso pôr a mexer. Ele é parte da minha vida. . . às vezes. Às vezes durante meses. . . nada. Já na semana passada fiz vozes em Clone Wars, depois fiz a voz de uma máquina de jogo em Las Vegas e vim de Los Angeles, onde estamos a refazer as maravilhosas Star Tours [simulador num parque de diversões]. Por isso no último mês tenho sido, sem fim à vista, o C-3P0. Mas no princípio ninguém sabia que eu era esta personagem, porque a Lucasfilm queria fingir que era um verdadeiro robot. Agora, quando saio para o palco, o aplauso é enorme. Às vezes as pessoas perguntam-me na rua: "É o C-3P0?" E eu respondo: "Neste momento não. " [risos] "Mas é o Anthony Daniels, certo?" "Sim. " "Obrigada. " Depois de todos estes anos, estou muito feliz, sinto-me muito em casa. O C-3P0 é também o comic relief da saga - quão útil foi a sua técnica como mimo para o interpretar? Muito, muito importante. E foi por isso que o George me quis conhecer. Eu era bastante bom em mímica na escola de artes e ele sabia que este tipo de figurino era difícil. Ficamos sem expressão facial, consigo ver a quilómetros mas só em frente. [Quando filmávamos O Regresso de Jedi] estava sempre a dizer aos Ewoks [pequenas personagens peludas] que tinham de fazer tal e qual como ensaiámos, porque senão. . . . Ahhh! [Simula o grito de um Ewok pisado pelo dróide. ] Mas tínhamos sobressalentes. Gosta de Ewoks? Sim, mas não são os meus preferidos. E do Jar Jar Binks [personagem das prequelas]? Nem por isso - aliás, Lucas é idolatrado pelos três primeiros filmes, mas os seguintes são menos consensuais. O que acha deles? Fazer a segunda trilogia foi diferente, porque havia tanto digital. E o que isso significa realmente é que eu, e todos os actores, tivemos de usar mais a imaginação. E claramente algumas das caracterizações foram feitas para um público mais jovem. O George queria deliberadamente incluir os mais jovens na saga, o que enlouqueceu algumas pessoas. Só mencionar Jar Jar Binks faz algumas pessoas bater com a cabeça numa parede. Mas os miúdos de dez anos adoram que ele fale de forma estranha e que apanhe coisas com a língua. Eu sou um pouco velho para os Episódios I e II. Mas o Episódio III é fascinante pela interacção entre o Hayden Christensen e o Ewan McGregor, esplêndida. Os primeiros episódios tinham tudo: bem vs mal, daddy issues do espaço, arquétipos mitológicos. . . É isso que explica o sucesso? É um segredo que até o George tenta adivinhar, mas tem razão. Há histórias e mitos clássicos: a de uma viagem, a de alguém a aceitar um desafio, o pegar na espada - o que é um elemento clássico - e um momento de redenção, não como algo religioso, mas como algo humanista. Muitos elementos dos mitos gregos e romanos, mas também dos mitos nórdicos têm os eternos conflitos entre pais e filhos. Muitas pessoas que vierem ao espectáculo vão reviver momentos da sua infância e dos seus conflitos parentais. O George, de forma muito inteligente e com muita pesquisa, teceu esta história com linguagem engraçada, personagens engraçadas e fora do normal, pô-las sujas e credíveis. E numa altura em que as pessoas queriam contos de fadas. Anos 1970, guerra do Vietname, filmes como Os Incorruptíveis contra a Droga, muito excitantes e agrestes, mas não muito simpáticos. E aqui tínhamos pessoas divertidas, uma coisa peluda - um Wookie -, uma princesa com um cabelo pateta. O timing foi absolutamente mágico. Mas na rodagem os actores não escondiam a sua desconfiança em relação aos alienígenas, espadas luminosas e diálogos solenes. O que pensava na altura? Quando estávamos a guiar pelo deserto [na rodagem na Tunísia, que fazia as vezes do planeta Tatooine] e a dar falas um ao outro, disse ao Mark Hamill [Luke Skywalker]: "Como é que podes dizer essa fala estúpida com uma cara séria?" E ele dizia-me: "E tu, já viste as falas que tens?" "Mas eu estou atrás de uma máscara, nenhum dos meus amigos me vê a dizer isto!" Mas é uma homenagem que se tem de fazer aos actores: toda a gente foi muito profissional. E tanta gente acreditou em nós. O George Lucas, sem desculpas, despejou-nos a meio da história [no Episódio IV]. Muito inteligente. A única pessoa que compreendia que aquilo podia funcionar era o George. E mesmo ele tinha dúvidas. Hoje, e sei porque lhe perguntei, está extasiado. Mas não gosta de ficção científica. Até saiu de uma sessão de 2001 - Odisseia no Espaço e exigiu o seu dinheiro de volta. Porquê? Muitas pessoas o fizeram na altura: acharam que era uma porcaria, mas não tiveram a coragem de pedir a devolução do dinheiro. Mas vi o filme duas vezes no ano passado e adorei. [Em 1968] era demasiado avançado para o meu tempo, para a minha idade. Acho que é um filme notável, ainda não percebo bem o fim e aquela estranha trip. Mas na altura não gostava de sci-fi, achava o Star Trek uma parvoíce. Agora interesso-me muito mais e sou muito humilde. Mas a Guerra das Estrelas é mais fantasia científica. E há nela uma realidade. É num planeta, as pessoas vestem roupas usadas e sujas. Guarda recordações dos filmes? Tenho algumas coisas, mas em minha casa não veria nada. Seria embaraçoso. Narcisista? Não seria eu. Em minha casa não há nada dos filmes. Só coisas guardadas em alguns armários. Seria antinatural, sim, narcisista. Não tenho vergonha, de todo, mas tê-lo [C-3P0] na minha sala seria. . . estranho. E quando se apercebeu de que aquele filme tinha mudado a sua vida? Com a capa da Newsweek. E depois estava a pôr as minhas pegadas à porta do Chinese Theater, em Hollywood. Estranho. (Pausa). Ainda lá estão, vi-as há uns meses, cheias de pontas de cigarros. E as pessoas estavam a fotografar as pegadas, mas não a mim. Eu estava ali a olhar para elas. Não me reconheceram. Se eu estivesse vestido assim [aponta para o pequeno boneco que o acompanhou até Lisboa]. . . Só me apercebi mais recentemente, quando olho para trás e vejo: mudou a minha vida. Não houve um momento. Posso estar aqui e fazer parte da história para sempre e sempre. Porque agora, com os media digitais, ele [aponta para a cabeça do robot, uma das que usou na rodagem original] vai existir sempre, até ao fim dos tempos. Eu não. (Silêncio) E por isso é preciso ser responsável. Estou muito feliz com ele, estou orgulhoso com o facto de ele continuar. Nada há de mau nele, é gentil, é uma boa pessoa. E é uma espécie de imortalidade.
REFERÊNCIAS:
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