Derrota em Milão ameaça Governo de Berlusconi
Ainda não havia boletins de voto contados mas as sondagens à boca das urnas já eram suficientemente claras para as televisões italianas anunciarem que o candidato do centro-esquerda, Giuliano Pisapia venceu a câmaras de Milão. A oposição também leva vantagem em Nápoles. (...)

Derrota em Milão ameaça Governo de Berlusconi
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Ciganos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-05-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ainda não havia boletins de voto contados mas as sondagens à boca das urnas já eram suficientemente claras para as televisões italianas anunciarem que o candidato do centro-esquerda, Giuliano Pisapia venceu a câmaras de Milão. A oposição também leva vantagem em Nápoles.
TEXTO: Milão e Nápoles eram as duas cidades mais importantes que iam a votos na segunda volta das eleições municipais e regionais que se realizou domingo e segunda-feira. As urnas encerram às 14h00. Agora já é oficial: segundo os primeiros votos contados, a esquerda obteve 55, 14 por cento, indica o site do Ministério do Interior. Ao contrário de Milão, Nápoles é um bastião tradicional da esquerda, mas juntando a crise do lixo ao facto de a esquerda concorrer dividida, era desta vez um objectivo da direita. E na primeira volta foi o empresário Gianni Lettieri, candidato do Povo da Liberdade, o mais votado. Após a contagem dos boletins em 750 dos 886 centros de voto, Luigi de Magistris, ex-juiz e candidato do Itália dos Valores, o partido de Antonio Di Pietro, obtém 65, 19 por cento, contra 34, 80 por cento do adversário. De acordo com a sondagem da Sky, desta vez A perda de Milão, há 20 anos nas mãos da direita, é especialmente grave para o primeiro-ministro. Para além de ser cabeça de lista do seu Povo da Liberdade, Silvio Berlusconi apostou forte na campanha pela reeleição da presidente de câmara, Letizia Moratti, e considerou que perder Milão seria “impensável”. Na última semana agitou como pôde o fantasma da “extrema-esquerda”, afirmando que com Pisapia a capital económica de Itália se iria tornar numa cidade “islâmica”, “de ciganos”, “caótica” e “entregue aos imigrantes”. Muitos analistas anteciparam que se a direita perdesse Milão, a Liga Norte, partido aliado de Berlusconi, abandonaria o Governo, deixando o primeiro-ministro sem maioria no Parlamento. “Em relação à Liga este é um momento de reflexão, mas também de espera para vermos o que é que decide o grande derrotado deste voto, que é o primeiro-ministro”, afirmou na emissão da Sky Leonardo Boriani, director do "La Padania", o jornal da Liga Norte. Notícia actualizada às 16h20
REFERÊNCIAS:
Tempo domingo segunda-feira
Diálogo Intercultural: trabalho dos jornalistas portugueses é dos melhores da UE
O alto-comissário para a Imigração, Rui Marques, salientou hoje a centralidade dos “media” na promoção do diálogo interculutral e da tolerância, referindo que o trabalho dos jornalistas portugueses nesta área “é um dos melhores exemplos a nível europeu”. A relação entre os “media”, a imigração e o diálogo interculutral e os desafios que daí resultam são os principais temas da reunião dos “Pontos Focais do Ano Europeu do Diálogo Intercultural”, que se realiza hoje em Lisboa, no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia. Na véspera do evento, o alto-comissário para a Imigração e Diálogo Interculutral, Rui ... (etc.)

Diálogo Intercultural: trabalho dos jornalistas portugueses é dos melhores da UE
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Ciganos Pontuação: 6 | Sentimento 1.0
DATA: 2007-11-14 | Jornal Público
TEXTO: O alto-comissário para a Imigração, Rui Marques, salientou hoje a centralidade dos “media” na promoção do diálogo interculutral e da tolerância, referindo que o trabalho dos jornalistas portugueses nesta área “é um dos melhores exemplos a nível europeu”. A relação entre os “media”, a imigração e o diálogo interculutral e os desafios que daí resultam são os principais temas da reunião dos “Pontos Focais do Ano Europeu do Diálogo Intercultural”, que se realiza hoje em Lisboa, no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia. Na véspera do evento, o alto-comissário para a Imigração e Diálogo Interculutral, Rui Marques, lembrou, em declarações à Lusa, que numa sociedade onde os “media” influenciam significativamente a percepção e a construção da realidade, é “fundamental ter em conta o papel que estes têm na promoção do diálogo intercultural”. Nesse sentido, Rui Marques explicou que a iniciativa, na qual participam diversos especialistas nacionais e europeus, pretende relembrar os desafios que se colocam aos órgãos de comunicação social para que estes não condicionem negativamente as condições para esse diálogo. “A presidência portuguesa da UE tem vindo a dar grande importância às questões da imigração e trouxe uma visão positiva deste fenómeno. Esta iniciativa é uma peça desse contributo e uma etapa importante na preparação do Ano Europeu do Diálogo Intercultural (AEDI), que se celebra em 2008”, disse. Fomentar a auto-regulaçãoDe acordo com o responsável, o grande objectivo “é sempre o fomento da auto-regulação” e o do cumprimento do código deontológico, para que não sejam cometidos erros por omissão ou por utilização errada da identificação de nacionalidade ou etnia, a não ser quando esta é explicativa do acontecimento em notícia. Rui Marques lembrou que outro dos desafios passa pela não utilização de categorias grupais como “ciganos” ou “negros” enquanto sujeito da notícia ou como enquadramento de um determinado comportamento. Importa ainda, de acordo com o responsável, avaliar a efectiva relevância de um acontecimento por si mesmo independentemente da origem “diferente” do seu protagonista, ou seja, evitar “as armadilhas do valor-notícia: diferente, estranho e exótico”. Um investimento sério na formação contínua que leve os jornalistas a conhecer de uma forma cada vez mais detalhada a temática das migrações e diversidade cultural é outro dos passos necessários. Diferenças são superficiais“Em Portugal tem-se evoluído muito neste domínio e os jornalistas têm feito grandes esforços no sentido de evitar referências à nacionalidade ou etnia desnecessárias, como também têm vindo a apresentar cada vez mais a realidade humana do fenómeno”. Apesar de os jornalistas portugueses serem um dos melhores exemplos a nível europeu é, no entanto, segundo Rui Marques, fundamental aumentar ainda mais esses esforços e dar maior visibilidade à diversidade cultural e às vantagens que a riqueza multicultural traz para a sociedade. “O grande desafio do Ano Europeu do Diálogo Intercultural vai ser o de dar a conhecer esse contributo, nomeadamente o de fazer perceber às pessoas que o outro, o estranho, é exactamente um ser humano como nós e que as diferenças são realidades superficiais”.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
“A maior expressão de preconceito racial consiste na negação deste preconceito”
A ministra da Justiça falou nesta terça-feira na conferência “Racismo, Xenofobia e Discriminação Étnico-Racial em Portugal”, na Assembleia da República. Leia a versão escrita do discurso na íntegra. (...)

“A maior expressão de preconceito racial consiste na negação deste preconceito”
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Asiáticos Pontuação: 2 Ciganos Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 14 | Sentimento 1.0
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: A ministra da Justiça falou nesta terça-feira na conferência “Racismo, Xenofobia e Discriminação Étnico-Racial em Portugal”, na Assembleia da República. Leia a versão escrita do discurso na íntegra.
TEXTO: Pensar, ponderar, analisar e acima de tudo, realizar estudos sobre os fenómenos do racismo, da xenofobia e da discriminação étnico-racial em Portugal, constitui uma necessidade imperiosa de uma sociedade que cresceu e se diversificou no plano étnico, no plano racial, no plano cultural. Felicito, por isso, a 1ª Comissão e, em particular a subcomissão para a igualdade e não discriminação por esta feliz e tão oportuna iniciativa. Sem informação obtida através de estudos, inquéritos e análises aprofundadas e sérias sobre estas temáticas nunca chegaremos a conhecê-las na sua dimensão integral, sendo incontornável que estes fenómenos existem e atravessam, transversalmente todos os estratos da sociedade. O relatório agora apresentado evidencia claramente essa necessidade de obtenção de informação estruturada, detalhada e atualizada. É redutor e pode ser indutor de erros que cada um de nós fundeie a sua opinião, apenas, em perceções e na análise da realidade limitada que conhece. Tenho a perceção – que julgo partilhada por muita gente -, de que na população racial ou etnicamente diferenciada se inscrevem:- Os economicamente mais desfavorecidos;- Os que possuem os empregos com posições de mais baixa qualificação e consequentemente mais mal pagos;- Os estudantes que apresentam taxas de reprovação e de retenção escolar mais elevadas e revelam maior abstenção escolar;- Os cidadãos com taxas de inserção no ensino superior mais baixas;- Os que registam uma maior taxa de encarceramento criminal;- Os que residem na periferia da periferia, juntando-se em bairros que tendem a transformar-se em guetos, não só económico-sociais, mas também culturais. Tenho, de igual modo, a perceção que essa realidade não é idêntica para as várias comunidades étnico-raciais que residem em Portugal. A discriminação é hierarquizada – existirão uns que estão mais no fim da cadeia do que outros. Ou seja, que o vivenciado pela comunidade negra, ou cigana, não é semelhante ao vivenciado, por exemplo, pelas comunidades de nepalesa, paquistanesa, da europa de leste, brasileira ou chinesa. No que diz respeito a estas últimas, a ideia que parece transparecer é a de que a sua inclusão, pelo menos do ponto de vista social e económico, se mostra um pouco menos difícil, apesar de não deixam de pertencer a grupos étnicos diferenciados. Mas, será esta perceção correta ou ela resultará, tão só, do desconhecimento sobre a vivência destas comunidades? O que se passará em relação à islamofobia e ao antissemitismo? Qual a medida da sua existência e que repercussões tem na sociedade portuguesa?A verdade é que, confesso, não gosto de formar juízos com base em perceções. Confio em factos e não simpatizo com presunções. Também por esta razão, me regozijo pela promoção e realização do trabalho que originou o relatório hoje aqui se apresentado e, mais ainda por a iniciativa partir dos eleitos do povo. Sobre estas temáticas relacionadas com o racismo, a xenofobia e a discriminação étnico-racial tende a recair um enorme manto de silêncio. Tanto quanto me é dado a conhecer, são realizados alguns estudos sectorais, mas não se encontra disponível informação ampla e abrangente, suscetível de ser cruzadas e trabalhada, com base na qual se possa extrair conclusões seguras sobre a realidade. Perguntas tão simples como as de saber quantos são os membros destas comunidades; que idade têm; quantos nasceram em Portugal; quantos aos que não nasceram, há quantos anos aqui residem, onde e como vivem, quanto auferem, que graus de escolaridade detêm, que acesso a empregos, a habitação, a cuidados de saúde ou a bens e serviços lhes são negados? Estas questões não têm hoje resposta. No entanto, se não conhecemos as várias vertentes do problema, nem tão pouco a sua dimensão, como é que poderemos atuar de forma integrada e eficaz?Parafraseando James Baldwin – uma das vozes mais influentes do movimento dos direitos civis, nos Estados Unidos, “nem tudo o que enfrentamos pode ser mudado. Mas nada pode ser mudado enquanto não for enfrentado. O confronto nem sempre traz uma solução para o problema, mas enquanto não enfrentarmos o problema, não teremos solução”. Durante décadas, apregoar a inexistência de fenómenos racistas na sociedade portuguesa tornou-se um quase lugar-comum. A repetição incessante da ideia não teve, contudo, a virtualidade de a converter em verdadeira. A maior expressão de preconceito racial consiste, precisamente, na negação deste preconceito. Porque, como escreveu Sophia de Mello Breyner, – «Vemos, ouvimos e lemos, Não podemos ignorar». E falando na primeira pessoa, eu acrescentaria que se para alem de vermos, ouvirmos e lermos, também sentimos – essa ideia da inexistência de fenómenos racistas na sociedade portuguesa foi, paulatinamente, perdendo solidez. Um número não despiciendo de pessoas passou então a acreditar, na sequência de uma corrente de pensamento que já emerge do século XIX, que a escola, o conhecimento e a cultura se encarregariam de resolver a questão. Bastaria esperar pelo decurso do tempo e pela emergência das novas gerações que, progressivamente, mais escolarizadas teriam, necessariamente, uma abordagem e uma estar diferenciado e iminentemente inclusivo. Claro que importa acreditar na educação e na escolarização, mas não há evidência de que essa seja, a solução para os problemas do racismo e da xenofobia nas nossas sociedades. Ninguém duvida que hoje, não só em Portugal, mas também na Europa, a população, principalmente a mais jovem, alcançou um grau de escolarização muito superior relativamente às gerações que a precederam. Mas esse facto determinou que tivesse diminuído, por exemplo, o discurso de ódio ou a reação perante a diferença racial ou étnica? Diria que não. Pelo contrário, parece ter-se refundado, em pleno século XXI, um discurso de ódio ao diferente, com óbvio recrudescimento das sociedades xenófobas e racistas. É esta constatação que conduz à conclusão de que, relativamente a estas temáticas, bem como em relação a outras, infelizmente a educação, o conhecimento e a cultura não consubstanciam a magia do Santo Graal. Um grau de escolaridade mais elevado poderá tornar as reações mais subtis, menos primárias ou grosseiras, mas não tem a faculdade de as eliminar. Quantas e quantas vezes ouvimos, proferida pelas pessoas mais diversas e diferenciadas: não sou racista mas …, sendo certo que após a adversativa se segue um comentário que, seguramente, exemplifica ou demonstra um qualquer estereótipo negativo que marcará a diferença entre “nós e os outros”. Inúmeras pessoas afirmarão, sem hesitar – que o racismo é estúpido. No entanto, algumas dessas pessoas provavelmente não admitirão, nem sequer perante si próprias, que a diferença os incomoda ou mesmo que lhes causa aversão e lhes determina a reações hostis. Como já alguém afirmou, o racismo é o crime perfeito – quem o comete acha sempre que a culpa é da vítima. Relativamente a estes fenómenos não há uma solução ou a solução. Existirão, ao invés, inúmeros ângulos que necessitam de ser abordados sendo que, entre estes, os mais prementes se prendem com a desigualdade e com a exclusão. Como intervir perante o medo da diferença? Como agir e o que fazer para a diferença não se transmute em desigualdade?Mais: como intervir na sociedade atual onde a coberto do anonimato potenciado pelas redes sociais floresce o sentimento anti-imigrante e onde grande parte dos males do mundo é imputado a um outro que, por qualquer razão, nos seja dissemelhante?Creio que uma das chaves – claro está que integrada numa miríade de outras – será a da inclusão. O receio, o medo e a hostilidade serão, creio, tanto menores, quanto mais o diferente nos seja próximo, quanto mais convivermos, repartirmos, e estabelecermos cumplicidades com esses outros. Essa inclusão apenas se alcançará se os que aparentemente não são iguais frequentarem as mesmas creches, o mesmo ensino pré-escolar, as mesmas escolas, forem vizinhos ou colegas de trabalho. Se tiverem os mesmos estímulos. Esta será, creio, uma das vias que possibilitará que a diferença deixe de convulsionar ou inquietar e se converta em normalidade. Essa normalidade poderá então criar a oportunidade para, fazendo minhas as palavras do Papa Francisco, «viver com a cultura do outro» e, ao vivê-la, a vermos e sentirmos como natural. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Importa, todavia, que não tenhamos ilusões: a estrada que importa percorrer é imensa e, não raras vezes, o caminho parece infinito. Não obstante, acredito, firmemente, que um dia virá que todos concordarão, sem reserva, com Gabriel García Marquez: uma pessoa só tem direito de olhar outra de cima para baixo no momento de a ajudar a levantar-se. Temos de construir sobre bons valores partilhados e ver na diversidade, não uma ameaça, mas antes uma riqueza: Portugal não merece nem espera de nós outra atitude. Termino felicitando mais a primeira Comissão por ter decidido iniciar um debate esclarecido sobre questões subalternizadas no pensamento e discurso institucionais. Nesta matéria o negacionismo, a persistência na desvalorização do fenómeno conduz ao desastre e à radicalização de posições.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime direitos escola cultura exclusão educação racismo comunidade social igualdade medo racista negra imigrante discriminação xenofobia
Fascistas e anti-semitas: os eleitos mais à direita que Le Pen
Para além de eurocépticos, foram eleitos eurodeputaos claramente racistas. (...)

Fascistas e anti-semitas: os eleitos mais à direita que Le Pen
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 5 Ciganos Pontuação: 6 | Sentimento 0.392
DATA: 2014-05-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Para além de eurocépticos, foram eleitos eurodeputaos claramente racistas.
TEXTO: Este Parlamento Europeu vai ser tomado de assalto por uma multidão de deputados eurocépticos, mas entre eles há um subgrupo de eleitos cujas ideias podem ser descritas como fascistas e racistas e, sobretudo entre os que são provenientes da Europa de Leste, anti-semitas. É o caso do Jobbik húngaro, um partido de extrema-direita que tanto no discurso como em acções é anti-judeus e anti-ciganos. Com 14, 7%, o Jobbik elegeu três eurodeputados, apesar de pouco tempo antes das eleições de 25 de Maio, um deputado desta formação ter sido acusado de espiar no Parlamento Europeu a favor da Rússia. Mas a grande surpresa veio da Alemanha, em que os neonazis do Partido Democrata Nacional, que concorreram com um programa anti-imigração, mas são classificados como racistas e anti-semitas, elegeram pela primeira vez um eurodeputado. Os seus líderes dizem coisas como “a Europa é um continente branco” e têm cartazes com frases como “dá-lhe gás”. O partido eurocéptico Alternativa para a Alemanha obteve também sete deputados para o Parlamento Europeu. Na Grécia, o Aurora Dourada, partido de clara inspiração nazi, elegeu três eurodeputados, apesar de o seu líder, Nikos Michaloliakos, e vários deputados, estarem presos. Estes partidos não estão aliados com a Frente Nacional ou o Partido da Liberdade de Geert Wilders e não se sabe se conseguirão formar um grupo parlamentar à parte. No entanto, a onda eurocéptica acabou por retirar votos a algumas das forças mais extremistas e violentas de extrema-direita que perderam os seus eurodeputados, segundo uma tabela feita pelo centro de investigação britânico Counterpoint, como o Attaka búlgaro, o Partido Nacional Britânico ou até mesmo o Partido Nacional Eslovaco. Correcção do número de eleitos pelo Jobbik: 3 e não 12
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave imigração assalto
O pesadelo do PNR é Portugal "transformado num gigantesco Martim Moniz"
PNR convocou um meet para a praça mais multicultural da capital. O partido garante não estar contra os estrangeiros, mas contra os políticos. Contudo, atacou apenas um. (...)

O pesadelo do PNR é Portugal "transformado num gigantesco Martim Moniz"
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 2 Ciganos Pontuação: 6 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-10-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: PNR convocou um meet para a praça mais multicultural da capital. O partido garante não estar contra os estrangeiros, mas contra os políticos. Contudo, atacou apenas um.
TEXTO: “A nossa verdadeira acusação não vai para estas pessoas, mas contra os políticos!” Já depois da volta à praça, foi assim que o presidente do PNR, José Pinto-Coelho, explicou a razão de ser do meet nacionalista, organizado este sábado no Martim Moniz, em Lisboa. Foi na praça mais multicultural da capital que se juntaram os apoiantes daquele partido para protestarem contra a descaracterização da identidade portuguesa, que, na opinião do PNR, arrisca ser “subjugada” por “usos e costumes contrários à nossa matriz. ”Por mais de uma vez, aquele dirigente fez questão de frisar que o alvo não são os imigrantes de origem asiática, magrebina e africana que se concentravam por ali. “Os grandes culpados são os políticos que empurram os portugueses para a emigração e que depois subsidiam esta invasão”, explicou ao PÚBLICO. Não foi uma questão de pele, garantiu, que os levou ali. Foram os políticos que permitiram uma “invasão, que não é inocente”, insistiu. O problema do PNR, contudo, é a aparente contradição entre esse discurso e as mensagens subliminares ou os desabafos dos apoiantes quando se vêem confrontados com o desafio do diferente. Uma contradição que saltou à vista, logo que Pinto-Coelho personalizou o ataque. Depois de tantos governos – tanto de direita como de esquerda – com um discurso favorável em relação à entrada de imigrantes, o presidente do partido apontou o dedo apenas ao presidente da câmara de Lisboa, António Costa. Que acusou de ter como “agenda política transformar Portugal num gigantesco Martim Moniz”. Depois disso, atacou os políticos que “obrigam os portugueses a passar fome e a abandonar o seu país”, sem nunca se referir, por exemplo, ao primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que há dois anos considerava a emigração como uma “oportunidade” para os mais jovens. O verniz da mensagem polida também estalou mais facilmente quando quem começou a falar não fazia parte da direcção. A dada altura, quando o grupo saía já do Centro Comercial da Mouraria, depois da intervenção dos seguranças privados, dois jovens participantes faziam o balanço da passagem pelos corredores ocupados por lojas de chineses. “Isto é de ficar de olhos em bico”, atirou um. “Um gajo até fica laranja”, respondeu o outro. Momentos antes, o vice-presidente do PNR, João Pais Amaral, pediu à “fila indiana” para não tirar fotos no interior do recinto comercial. “Ninguém quer fotos porque aqui não há facturas”, gritou com um sorriso nos lábios. Ao longo da volta, foi notório o esforço da organização para evitar provocações. Quando o ajuntamento arrancou para dar a volta à praça, seguiu-se silêncio, em “fila indiana” como solicitado, e sem palavras de ordem. A assinalar o partido, apenas duas bandeiras e uns quantos coletes fluorescentes com a sigla PNR. As insinuações foram subliminares e, como tal, os visados nem se aperceberam quem estava ali a passar-lhes pela porta dos estabelecimentos comerciais. Uma idosa de etnia cigana, ao ver passar a comitiva, julgou ver no ajuntamento algo diferente. “Mais um deputado?”, perguntava desconfiada. Não foram os imigrantes, portanto, quem reagiu à passagem da coluna. Foi na rua, quando os manifestantes se preparavam para entrar no segundo centro comercial, que a palavra de ordem “Portugal” provocou uma desgarrada com o grupo de jovens que perseguia a coluna. “Antifascista!”, começou a ouvir-se do centro da praça. “Portugal sempre!”, gritaram em resposta. “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais!”, contra-atacava um grupo de jovens. “Portugal independente!”, vociferavam os apoiantes do PNR. “Nazis, fascistas, chegou a vossa hora, os imigrantes ficam, vocês vão embora!”O contingente policial à vista – que por esta altura já contabilizava cerca de 20 elementos – foi controlando a situação com duas barreiras de agentes até que os dois lados perderam o interesse na disputa verbal. Do lado do contra, os sorrisos imperavam, como se uma batalha tivesse sido ganha. Enquanto o grupo cantava “Grândola, Vila Morena”, Pedro Lima, que garantiu não fazer parte de qualquer partido, explicou ao PÚBLICO que a comparência dos cerca de 20 que ali estavam resultava dos alertas lançados pelas redes sociais. Houve “eventos criados” no facebook a defender uma resposta, explicava Pedro Lima. “E grupos diferentes de pessoas apareceram”, rematou.
REFERÊNCIAS:
Tarefas urgentes para antifascistas
Quando ainda era o tempo das crónicas a alertar para o regresso do fascismo nunca pensei que a versão atualizada do século XXI viesse a ser tão caricaturalmente parecida com o original. (...)

Tarefas urgentes para antifascistas
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 2 Ciganos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-07-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Quando ainda era o tempo das crónicas a alertar para o regresso do fascismo nunca pensei que a versão atualizada do século XXI viesse a ser tão caricaturalmente parecida com o original.
TEXTO: Acabaram-se as crónicas a alertar para a possibilidade de um regresso do fascismo: ele aí está, inconfundível e indesmentível. Quando o governo dos EUA separa crianças dos pais para as encerrar em campos de detenção. Quando o ministro do interior da Itália diz que vai fazer um censo para expulsar todos os ciganos estrangeiros e acrescenta que “infelizmente teremos de ficar com os ciganos italianos porque não os podemos expulsar”. Quando o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, faz um discurso dizendo que “nenhum compromisso europeu será possível em matéria de imigração e asilo” porque “a Hungria é contra a mistura” com povos estrangeiros. Quando tudo isto acontece, o regresso do fascismo já se deu. Sem eufemismos e sem pleonasmos. Sim, é verdade que ainda não ocorreram as piores calamidades — mas alguém quer ficar sentado de braços cruzados a ver se é possível lá chegar? O facto é que a infra-estrutura legal, política, institucional e cultural que possibilita as piores tragédias já está montada. Este não é o momento de esperar para ver. Este é o momento da solidariedade e da resistência. Este é o momento de os antifascistas procurarem entender quais são as suas tarefas prioritárias. Adiante estão aquelas que considero serem as minhas. Em primeiro lugar: contra o fascismo eu tenho aliados na esquerda, no centro e na direita democráticas. Todos aqueles que forem a favor do Estado de direito e dos direitos fundamentais são meus amigos no contexto atual. Discordarei com eles sobre a austeridade, o politicamente correto, o progressismo e o conservadorismo e todas as coisas sobre as quais já discordávamos antes. Mas se eles e elas sentirem a mesma urgência em fazer, em primeiro lugar, barragem contra a barbárie, estamos juntos. Em segundo lugar: é inadmissível justificar moralmente as atitudes que os fascistas do século XXI estão a tomar nos EUA e na Europa, nem branquear a responsabilidade moral que têm aqueles que os apoiam. Isto não impede que continuemos a discutir se as causas deste febrão estão na economia ou na cultura, na austeridade de que foram vítimas os pobres e a classe média ou no egoísmo desenfreado de muitos ricos. Estas discussões são interessantes, são até importantes, e continuaremos a tê-las. Mas é preciso traçar uma linha muito clara entre a compreensão do fenómeno e a sua justificação. Não me venham dizer para assumir como natural que uma vítima da austeridade ou um perdedor da globalização passe a ser racista e adepta de tiranetes — primeiro porque isso não é verdade, e em segundo lugar porque as tendências xenófobas e autoritárias se combatem com nada menos do que intransigência, venham de onde vierem. Em terceiro lugar, esta é uma luta global a precisar de solidariedade global. Não me façam discursos sobre o respeito que os nacionais-populistas dizem ter pela soberania e pelo princípio da não-ingerência. Está na cara que eles estão organizados numa “Internacional Nacionalista”. Está na cara que Putin adora intrometer-se nas eleições dos outros. Esteve à vista de todos que Trump anteontem interferiu na política interna alemã para tentar ajudar à queda do governo e à ascensão dos nacionais-populistas germânicos. A resposta deve ser igualmente clara: onde houver um opositor democrático a Trump, Putin, Orbán e Salvini, eu estou com ele ou ela de todas as maneiras que encontrar. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Em quarto lugar, é preciso salvar a UE e a ONU. Alguns não concordarão comigo. Tanto pior — como eu disse, estas são as minhas prioridades e não serão as de todos. Pois para mim a ideia de que há algo de bom a ganhar com o colapso da UE ou da ONU — de que sair da UE pode servir para “fazer o socialismo” ou algo do género — é a mais perigosa das fantasias. Do colapso da UE ou da ONU só resultaria o mesmo vale de lágrimas que se seguiu ao colapso da Sociedade das Nações. Em quinto lugar, é preciso cuidar do nosso jardim. No século XX, Portugal foi dos primeiros países a entrar na noite escura e dos últimos a sair. Se o pior vier a acontecer, há que lutar para garantir que desta vez Portugal seja, se tiver de o ser, uma ilha de democracia e progressismo. As condições que temos não são das piores. Tratemos de manter o consenso pelo estado de direito entre e a democracia pluralista que temos entre nós. Quando ainda era o tempo das crónicas a alertar para o regresso do fascismo — escrevo sobre o que se está a passar na Hungria, por exemplo, desde o Verão de 2010 — nunca pensei que a versão atualizada do século XXI viesse a ser tão caricaturalmente parecida com o original. Se alguém então me revelasse que em 2018 estaríamos a assistir a qualquer dos eventos mencionados no primeiro parágrafo eu provavelmente responderia: calma, é possível que o fascismo volte, mas não com tanta desfaçatez e arrogância. Talvez não exatamente com campos de concentração, censos anti-ciganos e apelos à limpeza étnica. Pois bem, eis-me lamentavelmente a reconhecer: se errei, foi por defeito e não por excesso.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA UE
Marine Le Pen desafia Nigel Farage na luta pela chefia dos eurocépticos europeus
A francesa e o britânico estiveram em Bruxelas a aliciar possíveis aliados para um grupo no Parlamento Europeu. (...)

Marine Le Pen desafia Nigel Farage na luta pela chefia dos eurocépticos europeus
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 2 Ciganos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: A francesa e o britânico estiveram em Bruxelas a aliciar possíveis aliados para um grupo no Parlamento Europeu.
TEXTO: Quem vai ser o principal eurocéptico de Bruxelas? Nigel Farage, que tem co-liderado o grupo Europa Liberdade e Democracia, ou Marine Le Pen, que com o holandês Geert Wilders tenta estabelecer uma aliança concorrente depois da recusa de Farage em juntar-se ao grupo da extrema-direita francesa?Em Bruxelas, Marine Le Pen deu esta quarta-feira uma conferência de imprensa para dizer que não tem “qualquer preocupação com a existência” de um grupo de extrema-direita. “As combinações possíveis são consideráveis”, disse, sem revelar os contactos que fez. “O princípio de uma negociação exige discrição”, concluiu. Já do lado de Nigel Farage, soube-se que houve um almoço com Beppe Grillo, o líder do Movimento 5 Estrelas em Itália, mas não houve conferências de imprensa. Apesar de em número de deputados haver espaço para dois grupos, a barreira está no número de nacionalidades necessárias – sete. E se é muito importante para estes partidos ter um grupo para financiamento e influência, também é importante evitar certas associações – partidos como o neonazi Aurora Dourada da Grécia deverá ser evitado tal como foi o Jobbik da Hungria. Para já, Marine Le Pen e Geert Wilders contam com partidos como o Bloco Flamengo belga, o FPÖ austríaco e a Liga Norte, que até agora integrou o grupo de Farage. Com mais dois países, seria formado um grupo. Farage teria vantagem por ter já um grupo estabelecido, mas deverá perder aliados. Primeiro, para Le Pen – não só a Liga Norte de Itália, como um antigo presidente da Lituânia. Segundo, para o grupo Conservadores e Reformistas formado pelo primeiro-ministro britânico David Cameron: o Partido do Povo da Dinamarca (anti-imigração), que vendeu as eleições no país, e o Finlandeses (antigo Verdadeiros Finlandeses, anti-política de resgates aos países da crise) procuram mais respeitabilidade e prefeririam juntar-se a Cameron; resta saber se este os aceita, porque enfrentará riscos se se associar a partidos que já manifestaram laivos racistas. O grupo perdeu ainda um deputado ultranacionalista eslovaco (que, lembra o Financial Times, disse uma vez que os ciganos mereciam “um longo chicote num quintal pequeno”) que não foi reeleito. As notícias sobre o almoço de Farage e Grillo aumentaram a especulação de que o UKIP, que quer a saída do Reino Unido da UE, e o 5 Estrelas, que quer a saída da Itália do euro, se possam associar. Também os alemães da Alternativa para a Alemanha (AfD, anti-política de resgates e por um euro em menos países) consideram juntar-se a este grupo. Actualmente, Le Pen e Wilders formam com o bloco flamengo e o FPÖ uma aliança com base em Malta e que já lhes permite receber fundos do PE (quase 400 mil euros por ano). Mas um grupo político seria diferente, tanto em financiamento (chegando a um a três milhões de euros por ano) como sobretudo em influência nas questões a discutir e na agenda até à participação nas comissões. E ambos querem este poder para, como anunciaram na constituição desta aliança, “destruir por dentro o monstro de Bruxelas”. O grupo de Farage não usou muito deste poder de influência. Os eurocépticos foram o grupo menos participativo no Parlamento cessante. Segundo o estudo Conflicted Politicians – the populist radical right in the European Parliament, de Marley Morris, especialista em direita populista do centro de estudos britânico Counterpoint Institute, não houve relatórios revelantes, e nem em propostas de alterações de legislação o grupo teve grande sucesso: em 65 propostas, apenas duas foram aprovadas: uma da Liga Norte pedindo mais indicações do país de origem de alguns produtos importados de países terceiros, e outra em relação ao tempo de resposta do Presidente ou do secretário-geral aos eurodeputados. O que os populistas têm feito, diz Heather Grabbe, da Open Society. ao Financial Times, é usar o Parlamento Europeu “como um canal de YouTube gigante” para os seus discursos (e alguns acabam mesmo por ser populares no site de vídeos, como o de Farage a dizer que Herman von Rompuy tem “o carisma de uma esfregona”). “A “grande mudança” será se começarem realmente a tentar participar nos trabalhos do Parlamento. “Esse será um jogo completamente diferente”, notou. Com os partidos pró-União Europeia a dominarem 70% do Parlamento, o número de eurocépticos não será o suficiente para realmente aprovar medidas extremistas, mas a sua participação poderá passar das longas intervenções de alguns deputados para estratégias mais organizadas de dificultar os trabalhos.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Não há consenso para questionar origem étnico-racial no próximo Censos
Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade reuniu-se com grupo de trabalho para discutir como recolher dados sobre discriminações e desigualdades. Questionado o facto da discussão sobre racismo estar sob alçada do Alto Comissariado para as Migrações (...)

Não há consenso para questionar origem étnico-racial no próximo Censos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 10 Ciganos Pontuação: 6 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-07-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade reuniu-se com grupo de trabalho para discutir como recolher dados sobre discriminações e desigualdades. Questionado o facto da discussão sobre racismo estar sob alçada do Alto Comissariado para as Migrações
TEXTO: Há falta de informação sobre os processos de discriminação e racismo em Portugal. Para colmatar essa lacuna é preciso recolher dados. Sobre isto houve acordo no grupo de trabalho formado pela Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade para debater o tema, reunido pela primeira vez esta segunda-feira. O que não é consensual é o facto de o próximo Censos 2021 ser um dos instrumentos para recolher esses dados – o que permitiria, por exemplo, saber qual a composição étnico-racial da população portuguesa. A reunião surge depois de, em Setembro, o então ministro Adjunto Eduardo Cabrita ter dito que o Governo estava a trabalhar com o Instituto Nacional de Estatística (INE) para que fosse incluído este tipo de informação no próximo Censos, como o fazem o Reino Unido, Brasil ou Estados Unidos. Já com a nova titular da pasta da Igualdade – Rosa Monteiro substituiu Catarina Marcelino quando Eduardo Cabrita mudou para Administração Interna – criou-se um grupo composto por académicos como Cristina Roldão, Marta Araújo, Rui Pena Pires, Jorge Malheiros ou Jorge Vala, pelo Alto Comissariado para as Migrações (ACM), pelo Observatório das Comunidades Ciganas (integrado no ACM), pelo SOS Racismo e pelo gabinete do Censos no INE, entre outros. Da reunião saiu o compromisso de serem integrados representantes das comunidades ciganas, afrodescendentes e asiáticas e de abrir este debate à sociedade em geral e aos grupos racializados, disseram a socióloga Cristina Roldão e o activista do SOS Racismo Mamadou Ba, do grupo de trabalho. Esta era uma reivindicação expressa no artigo colectivo que saiu no PÚBLICO, Recolha de dados étnico-raciais sim, mas com quem, como e para quê?, subscrito também por estes dois membros. As dezenas de signatários, entre grupos anti-racistas, cidadãos ou académicos, consideraram que a recolha de dados “poderá ser um passo sem precedentes no combate ao racismo e às desigualdades étnico-raciais na sociedade portuguesa” mas criticaram “a decisão unilateral do Governo em avançar com a proposta para os Censos 2021”, “sem concertação prévia com as comunidades racializadas”. Rosa Monteiro leu a carta “com atenção” e respondeu ao PÚBLICO ter a intenção de trabalhar “com todos”: “queremos construir uma estratégia de forma participada e integradora”. Reconhecendo que “há fenómenos de racismo, discriminação e desigualdade estrutural” em Portugal, afirmou que “é muito importante dar visibilidade" a "um problema” que é “de toda a sociedade”. Disse também: “Estamos a começar um caminho que já está atrasado”. O debate sobre a recolha de dados, recomendado pela ONU, organizações internacionais, reivindicado por movimentos sociais e activistas é antigo em Portugal. Embora refira que a recolha de dados étnico-raciais através do Censos é algo a que se opõe, o sociólogo Rui Pena Pires concorda que é preciso mais informação sobre os processos de discriminação mas “não sobre as pessoas”: “O Censos não me diz nada sobre discriminação na saúde, na justiça, permite medir mas não compreender”. Isso pode ser feito através de “inquéritos ou estudos”, defende. Para Jorge Malheiros, “em princípio” o Censos pode ser um bom instrumento para colmatar o défice de informação “desde que salvaguardados os riscos” do mau uso desses dados. Mas “deve haver um debate alargado” na sociedade sobre os prós e contras, refere. Na reunião foi debatido outro ponto “problemático”: o facto de esta discussão estar na pasta das migrações, ou seja, sob alçada do ACM. Isto porque, defende-se no artigo, as desigualdades étnico-raciais tocam várias áreas que extravasam “a competência restrita da política migratória”. Na reunião “ficou patente que existe grande dificuldade em pensar nas políticas de combate ao racismo fora das migrações”, lamenta Cristina Roldão, e “isto é um ponto de tensão neste debate”. “É preciso admitir de uma vez por todas que existem portugueses que são negros, são ciganos, não são migrantes”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Rosa Monteiro coloca de parte essa separação e refere que o ACM tem outras competências que passam pelo combate ao racismo. Embora concordem que o debate esteja a ser feito sob alçada do ACM porque é ele que tem essa pasta, tanto Jorge Malheiros como Rui Pena Pires admitem que o racismo saia da alçada das migrações. “O racismo deve ser tratado com a mesma autonomia que a discriminação por sexo, é uma questão de igualdade que não tem nada a ver com as questões da imigração”, diz Pena Pires. “As questões da interculturalidade e de discriminação racial e de base étnica podem estar noutra entidade. É preciso também fazer este debate”, acrescenta Jorge Malheiros. Mamadou Ba conclui dizendo que, no final, espera que “o Estado assuma a sua responsabilidade quando o relatório for produzido e o traduza em políticas públicas”. O grupo irá produzir uma recomendação ao INE, reunindo mensalmente até pelo menos Outubro.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Brandos costumes
Os que duvidam ainda do racismo instalado na sociedade portuguesa são os mesmos que pensam que o problema não é o desemprego e sim a preguiça do desempregado. (...)

Brandos costumes
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 10 Ciganos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os que duvidam ainda do racismo instalado na sociedade portuguesa são os mesmos que pensam que o problema não é o desemprego e sim a preguiça do desempregado.
TEXTO: Racismo em Portugal? Desde que o lusotropicalismo se tornou doutrina oficial do salazarismo e os governos democráticos o envernizaram com um discurso de “superação do passado” e de “diálogo” e “cooperação”, o Estado português vive em estado de negação permanente e nunca se mostrou disponível para enfrentar o problema. Há mais de um século que a maioria dos portugueses se deixou convencer, com a maior das auto-condescendências, pela ideia da exceção portuguesa no mundo e na história, de uma pretensa diferença essencial que teria feito com que, de tanto termos “lançado a semente da solidariedade universal” (como dizia Mário Soares em 1992), de tanto de se ter sabido “entender e misturar realmente com os outros” (Cavaco, em 2008), a nossa vida coletiva tivesse estado isenta de preconceito e perseguição racial - ou que as nossas colónias nem colónias tivessem sido, e, já agora, que a guerra colonial não foi nem colonial, nem guerra sequer. . . Neste contexto, como é que se interpreta o que aconteceu há dias na Cova da Moura (Amadora)? Agentes da equipa de intervenção rápida da PSP percorriam o bairro, Bruno Lopes, 24 anos, conversava na rua, em crioulo, com primo e é esbofeteado e pontapeado por polícias sem, dizem as testemunhas, ter oferecido resistência. Moradores protestam, tentam filmar a situação, polícia dispersa-os com violência. Jailza Sousa, 29 anos, da Associação Cultural Moinho da Juventude, assiste a tudo da varanda de casa e, enquanto segura nos braços um filho, é alvejada com balas de borracha. Bruno é levado para a esquadra, detido toda a noite, espancado. “Diziam-me para me candidatar ao Estado Islâmico. ” Chamam-lhe “preto, macaco”, que “iam exterminar a nossa raça” (PÚBLICO, 10. 2. 2015). Cinco ativistas da associação vão até à esquadra para exigir a sua libertação, entre eles Celso Lopes e Flávio Almada, ambos rappers e investigadores, o primeiro na Universidade de Aveiro, o segundo na de Coimbra. Os polícias não os deixam entrar, disparam balas de borracha (duas atingem Celso numa perna), puxam os ativistas para dentro da esquadra, e batem-lhes com fúria: no Hospital Amadora-Sintra, os médicos comprovam dentes partidos, hematomas de tal gravidade que um dos jovens terá sofrido um AVC. Na esquadra, os insultos acompanham o espancamento. Conta Flávio Almada: “Consegui ver a expressão de um dos polícias, quando disse (. . . ): 'Se eu mandasse, vocês seriam todos exterminados. Não sabem o quanto eu odeio vocês, raça do caralho, pretos de merda. ' Nunca tinha visto um ódio, em estado bruto, daquela forma (. . . ). ” Para quem os espanca, eles não são portugueses: são “pretogueses”!Sabendo que o caso é denunciado imediatamente nas redes sociais e nos media, a PSP assume o relato habitual: “cinco jovens terão tentado invadir a esquadra, atacada à pedrada”, “um agente terá também sido agredido tendo sido transportado ao hospital com um braço partido. ” O problema é que desta vez, além de Bruno Lopes, um dos muitos jovens desempregados do bairro habituados à violência policial, não hesitaram em deter, espancar e pedir a prisão preventiva (recusada pela juíza) para ativistas de um projeto comunitário que tem 30 anos na Cova da Moura, creditado com prémios como o de Direitos Humanos da Assembleia da República. Como diz Flávio Almada, “tenho curso superior, sou ativista, conheço muita gente e muita gente acredita em mim — agora um jovem que tenha pelo menos um antecedente criminal: ninguém o iria apoiar. ”Portugal não é os EUA, a Cova da Moura não é Ferguson. Não é o que se repete sempre entre nós, que aqui não há violência racial? Não vivemos nós convencidos de que uma redoma de brandos costumes nos afasta das tempestades xenófobas do Ocidente rico? Não é daqui que sai a falsa ingenuidade de quem sublinha que em Angola não fizemos o que os franceses fizeram na Argélia, que Moçambique não era a Rodésia ou a África do Sul, que no Brasil colonial nunca fizemos o que os espanhóis fizeram no lado deles da América? Em suma, que nós não somos racistas como os outros!Mas prestará alguém atenção aos estudos do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultura (ACIDI) e aos relatórios de entidades tão oficiais como a Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI) do Conselho da Europa? Ou julgar-se-á que estas comissões só têm é de gastar tempo com os outros? Em 2013, a ECRI verifica que “muitas pessoas teriam má opinião dos ciganos, que consideram parasitas, bem como dos brasileiros e dos africanos, que associam à criminalidade”; o “aumento do número de sites internet racistas” (entre os quais “um forum internet, manifestamente criado em Portugal”, notoriamente gerido por militares da GNR”). Desde o seu relatório de 2007 que entende que “incidentes graves” como os “disparos desferidos contra Africanos e Ciganos” “podem”, na linguagem sempre diplomática destas entidades, “traduzir a existência de uma cultura de preconceitos raciais por parte de certos membros da polícia”, pelo que a ECRI voltou a “[convidar] as autoridades a proceder a um inquérito sobre a possível existência de uma cultura institucional de racismo ou discriminação racial no seio da polícia. ” A comissão “está muito surpreendida com a modéstia dos números [relativos a investigações ou a condenações resultantes de denúncias contra agentes da polícia por atos racistas ou de discriminação racial], que lhe sugerem que o sistema atual de apresentação de queixas não funciona”. Na falta de empenho das autoridades portuguesas “vê (. . . ) um sinal inquietante da reticência geral em enfrentar e em reagir ao fenómeno do racismo e da discriminação racial na polícia”, apercebendo-se “que os agentes das forças da ordem processados por violências racistas são raramente condenados, [bastando-lhes] invocar a legítima defesa para serem absolvidos. ”
REFERÊNCIAS:
Discurso da extrema-direita ganha terreno na Europa
Após o naufrágio de Lampedusa, em que morreram mais de 300 imigrantes ilegais, olhamos a influência crescente da extrema-direita na agenda política europeiaNa vila de Brignoles, no Su-deste de França, joga-se este domingo uma parte do futuro da extrema-direita europeia. É bem provável que seja eleito à segunda volta um candidato da Frente Nacional (FN) de Marine Le Pen, num momento em que um quarto dos franceses se diz disposto a votar neste partido para as eleições europeias de Maio de 2014. A força política que rejeita a imigração muçulmana e a União Europeia tem cada vez mais aceitação entre os franceses. Não ... (etc.)

Discurso da extrema-direita ganha terreno na Europa
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 11 Ciganos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-13 | Jornal Público
TEXTO: Após o naufrágio de Lampedusa, em que morreram mais de 300 imigrantes ilegais, olhamos a influência crescente da extrema-direita na agenda política europeiaNa vila de Brignoles, no Su-deste de França, joga-se este domingo uma parte do futuro da extrema-direita europeia. É bem provável que seja eleito à segunda volta um candidato da Frente Nacional (FN) de Marine Le Pen, num momento em que um quarto dos franceses se diz disposto a votar neste partido para as eleições europeias de Maio de 2014. A força política que rejeita a imigração muçulmana e a União Europeia tem cada vez mais aceitação entre os franceses. Não é apenas bizarria gaulesa: há partidos semelhantes noutros países europeus, que obtêm votações na casa dos 20% e que, em maior ou menor grau, juntam a hostilidade à imigração ao discurso anti-europeu. O resultado de Brignoles será lido como uma previsão de como a FN poderá dar-se nas eleições locais de Março - um passo mais para a verdadeira ambição de Le Pen, que é dirigir o maior partido de França e ser Presidente da República. Mas se o partido de extrema-direita francês é o mais conhecido, no Reino Unido, Áustria e Holanda outros partidos de extrema-direita que chegaram ao poder ou obtiveram votações que ameaçam os partidos tradicionais têm posto na agenda política a restrição da imigração e a retracção da integração europeia. Veja-se a Áustria: Heinz Christian Strache, líder do Partido da Liberdade Austríaco (FPÖ), fala do "poder desmesurado de Bruxelas" e de uma "elite política que perdeu o contacto com a população". Na campanha para as legislativas de 29 de Setembro, a palavra de ordem foi "amor ao próximo" - desde que seja austríaco. Ficou em terceiro lugar, com 21, 4%, bastante perto do resultado dos dois partidos que tradicionalmente dividem o poder na Áustria. Strache, que também joga na "desdiabolização", tal como Marine Le Pen, desenvolveu o tema do heimat, sentimento de pertença à sua pátria e ao seu país, com um rap cantado por ele próprio e uma banda desenhada em que ele é o herói e os imigrantes turcos são o bombo da festa. Em Itália, o partido que normalmente se associa ao discurso anti-imigração é a Liga Norte. Mas quando há uma vaga de indignação nacional com o naufrágio de Lampedusa e está a correr uma petição do jornal La Repubblica com dezenas de milhares de assinaturas para mudar a lei Bossi-Fini - que criou o delito de "clandestinidade" para os imigrantes ilegais e tornou crime socorrer barcos com imigrantes em alto-mar - quem produziu a nota dissonante mais forte foram Beppe Grillo e Roberto Casaleggio, os gurus do Movimento 5 Estrelas (M5S). Reagiram no seu blogue contra uma emenda apresentada no Senado por dois senadores eleitos pelo próprio M5S, chamando-lhes "Doutores Estranhoamor sem controlo". A emenda "é um convite lançado aos migrantes de África e do Médio Oriente a embarcar para Itália", afirmam. "Lampedusa está à beira da ruptura, a Itália não está bem. Quantos imigrantes podemos acolher se um italiano em cada oito não tem meios para comer?"Este tipo de argumentação não seria mal vista no Reino Unido, onde a imigração se tornou um dos temas mais importantes em 2007. Uma sondagem IPSOS-Mori diz que 39% dos britânicos concordam com a afirmação de que "os imigrantes prejudicam a recuperação económica ao ficarem com os empregos". Além disso, 56% dos inquiridos consideram que o Reino Unido tem "uma proporção mais elevada" de imigrantes do que outros países europeus. Quem tem lucrado com este descontentamento é o UKIP (Partido da Independência do Reino Unido), cujos resultados têm disparado nas eleições locais intercalares e nas sondagens. Mesmo sem deputados na Câmara dos Comuns, este partido eurocéptico e contrário à imigração, liderado por um astuto populista chamado Nigel Farage, tornou-se numa dor de cabeça para o primeiro-ministro David Cameron. Farage prometeu que provocará "um terramoto político" nas eleições europeias de Maio de 2014 e o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, levou-o a sério: afirmou que o UKIP pode bem ganhar as eleições, acusando os conservadores de Cameron de se estarem a tornar "eurocépticos para tentarem obter vantagem eleitoral". Crime romenoNo caso britânico, o papão é o imigrante de Leste. Daí que no congresso do UKIP, em Setembro, Farage tenha alertado para a "onda de crime romena" que garante estar a atingir o Reino Unido, e que prevê que piore a partir de 2014 se Roménia e Bulgária entrarem plenamente no espaço Schengen. Desde 2007 que estão em vigor na UE restrições temporárias à movimentação de cidadãos destes países - só o podem fazer com passaporte. Deviam terminar em Janeiro, mas cada país tem o direito de vetar a adesão de outro à zona Schengen. Há Estados-membros, como a França, que querem manter este controlo. A ministra da Administração Interna de David Cameron, Theresa May, desmentiu a "onda de crime romeno", chamando-lhe "retórica do medo". "Um terço dos crimes de Londres é cometido por estrangeiros e cerca de um terço dos habitantes é estrangeiro", afirmou na BBC. A Europol também desmentiu esta ideia, num comunicado em que disse ter identificado 240 grupos de crime organizado romeno a actuar no espaço europeu - cerca de 6, 7% do total. Mas, tal como Cameron acedeu a promover um referendo sobre a permanência do Reino Unido na UE a partir de 2017 - se ganhar as próximas eleições -, May anunciou um pacote legislativo com o objectivo de criar "um ambiente hostil" para imigrantes ilegais. Está em estudo a saída de Londres da Convenção Europeia dos Direitos Humanos - para evitar que, nos cerca de 70 mil pedidos anuais de asilo recebidos por Londres, sejam invocadas estas disposições. Ou, nas palavras da ministra, que haja "abusos". Apresentado na quinta-feira, o novo pacote legislativo inclui a exigência de que imigrantes temporários, como estudantes estrangeiros, paguem uma "contribuição" para o Sistema Nacional de Saúde no valor de 200 libras (cerca de 235 euros), para desencorajar aquilo a que a governante chama "turismo de saúde" - estrangeiros que beneficiam do sistema britânico de cuidados médicos. Aos senhorios, passará a ser exigido que comprovem se os seus inquilinos estão legalizados - se não o fizerem, podem incorrer em 3000 libras de multa (3500 euros). A proposta está a ser criticada, porque pode aumentar o risco de os imigrantes não arranjarem alojamento, e por promover a discriminação. Medos francesesEm França, os cerca de 20 mil ciganos imigrantes da Roménia e da Bulgária tornaram-se um bode expiatório. Se com o Governo de direita de Nicolas Sarkozy eram escorraçados dos acampamentos e conduzidos à fronteira, acusados de furtos e outros crimes, com o Governo socialista de François Hollande passa-se a mesma coisa, ainda que a Comissão Europeia tenha avisado Paris de que a situação não pode continuar. O ministro do Interior francês, Manuel Valls, afirmou que só uma minoria de famílias ciganas deseja de facto integrar-se. As suas palavras geraram grande polémica, mas encontraram eco em 93% dos franceses. "O ministro refere-se aos projectos de inserção, que dizem respeito, de facto, a poucas famílias. Mas esquece-se de uma coisa: muitas vezes, enquanto são feitos os diagnósticos sociais para identificar as famílias que desejam integrar-se o campo onde estão é evacuado e as famílias são dispersas. Mas não porque recusem integrar-se", comentou ao Libération Michael Ghet, especialista que trabalha no gabinete do representante especial para as questões dos ciganos no Conselho da Europa. "Ao procedermos à sua expulsão sistemática, fabricamos "os ciganos" como exemplo de sub-humanidade", escreve o filósofo André Glucksmann no mesmo jornal, revoltando-se contra "esta crise de loucura geral. "Quem tem beneficiado de todo este mal-estar, a que se juntam a crise económica, o desemprego e os cortes para tentar equilibrar as contas francesa, tem sido a Frente Nacional de Marine Le Pen, que segue uma estratégia de crescimento sustentada para ser mais do que um simples partido de protesto. É uma força política contra o sistema, contra o PS e contra a UMP, o grande partido do centro-direita francês. "Apresenta um espelho no qual [as classes mais baixas e média] reconhecem a sua experiência social: a fragilidade dos laços sociais, o aumento da vulnerabilidade, a imprevisibilidade do amanhã. A crítica que fazem à UMP e ao PS de serem surdos a esta destruição da sua vida quotidiana", notou em entrevista ao Le Monde o sociólogo Alain Mergier.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS