Corpo de Whitney Houston já está em New Jersey
O corpo de Whitney Houston chegou nesta segunda-feira à noite (madrugada em Portugal), num avião privado, a Newark, em New Jersey, cidade onde nasceu a cantora e onde se realizará o funeral, no final da semana, confirmou à imprensa a funerária Whigham, contratada pela família para organizar a cerimónia fúnebre. (...)

Corpo de Whitney Houston já está em New Jersey
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 3 | Sentimento 0.136
DATA: 2012-02-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: O corpo de Whitney Houston chegou nesta segunda-feira à noite (madrugada em Portugal), num avião privado, a Newark, em New Jersey, cidade onde nasceu a cantora e onde se realizará o funeral, no final da semana, confirmou à imprensa a funerária Whigham, contratada pela família para organizar a cerimónia fúnebre.
TEXTO: O transporte do corpo da cantora, que morreu no sábado e até esta segunda-feira estava em Los Angeles, aconteceu depois de ter sido autorizado pelo departamento de medicina legal, e gerou um grande aparato policial e de imprensa não só à partida como à chegada a Newark, onde centenas de fãs esperavam o corpo. Nas últimas horas, as mensagens e flores têm-se multiplicado na The New Hope Baptist Church, onde Whitney Houston começou a cantar, ainda em criança. Apesar de a família ainda não ter revelado quaisquer pormenores em relação ao funeral, espera-se que a cerimónia aconteça nesta igreja. O jornal de New Jersey “Star Ledger” noticiou que o funeral de Whitney Houston acontecerá na sexta-feira no Pridential Center, um pavilhão com capacidade para 19 mil pessoas, onde joga a equipa local New Jersey Nets, da NBA. Resultados dentro de seis a oito semanasNa segunda-feira, o departamento de medicina legal do município de Los Angeles revelou que as conclusões oficiais dos peritos sobre a autópsia só serão conhecidas depois de concluídos os exames toxicológicos, que poderão demorar entre seis a oito semanas a processar. À medida que os dias vão passando cresce a especulação sobre o que terá acontecido a Whitney Houston, ao mesmo tempo que novos dados vão sendo revelados pela imprensa norte-americana. Na sua edição online, o Los Angeles Times avança, citando fontes policiais, que Whitney Houston foi encontrada submersa na banheira e inconsciente por um membro da sua equipa, que rapidamente entrou em contacto com o pessoal do hotel e com a emergência médica, que depois de várias tentativas de reanimação declarou o óbito às 15h55 (23h55 hora portuguesa). “Não se pode especular”No entanto, numa conferência de imprensa nesta segunda-feira, a polícia de Beverly Hills explicou que “não se pode especular sobre o que terá causado ou contribuído para a sua morte”. “Não podemos comentar estes rumores nem sabemos de onde é que surgiram”, disse Mark Rosen, porta-voz da polícia. Sabe-se que foram encontrados no quarto de hotel onde Whitney Houston estava hospedada vários frascos de medicamentos prescritos por médicos, que já foram recolhidos pela polícia, que está agora a tentar perceber, junta da família e dos amigos da cantora, como é que esta terá passado as últimas horas. Surgem também notícias de que a mistura de comprimidos com álcool terá sido fatal para a cantora, sendo que um dos fármacos encontrados foi o Xanax – usado no combate à ansiedade – e que, quando combinado com álcool, pode causar sonolência. O site de celebridades TMZ avança ainda, citando fontes próximas da cantora, que a artista não tinha água suficiente nos pulmões, para se provar que terá morrido afogada.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte criança corpo cantora ansiedade
Conselho de taróloga sobre “galdérias” revela “machismo entre as mulheres”
Num programa de leitura de cartas de Tarot, Maria Helena Martins aconselhou uma mulher a manter o casamento com o seu marido adúltero. A associação UMAR considera a situação inadmissível. (...)

Conselho de taróloga sobre “galdérias” revela “machismo entre as mulheres”
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-03-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Num programa de leitura de cartas de Tarot, Maria Helena Martins aconselhou uma mulher a manter o casamento com o seu marido adúltero. A associação UMAR considera a situação inadmissível.
TEXTO: “Arranje-se toda, seja muito bonita que se ele fizer muita ginástica em casa depois para a rua já sobra pouco” – foi este o conselho dado pela taróloga Maria Helena a uma mulher que ligou para o programa por estar a ser traída pelo marido. No programa Ponto de Equilíbrio, transmitido pela SIC Internacional, a cartomante sugeriu que a mulher “cansasse” o seu marido: “É assim que se faz para a gente salvar os nossos casamentos, temos de ser mais espertas que as galdérias”, concluiu. “É inconcebível que na sociedade actual ainda aconteçam situações deste género”, afirma Elisabete Brasil, activista na União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), admitindo que se trata de um discurso penalizador para as mulheres que evidencia o sexismo que ainda está interiorizado na sociedade portuguesa. “A responsável pelo casamento não funcionar é sempre da mulher porque não corresponde ao papel tradicional, enquanto o homem pode tudo – não interessa o que o homem faz, interessa o que a mulher não fez”, explica a activista. Também a socióloga Elisabete Rodrigues considera estar perante um discurso “hiper machista” que “vem desculpar a infidelidade do homem e culpa a mulher, não sendo feito nenhum julgamento ao marido para além de colocar o ónus de resolver a situação na mulher”. A socióloga diz que o episódio é “lamentável”, considerando “triste” que se assista a este “machismo entre as próprias mulheres”. Os conselhos foram dados no programa que Maria Helena Martins apresenta na SIC Internacional, chamado Ponto de Equilíbrio. De acordo com a sinopse do programa, trata-se de um talk-show que pretende "promover o bem-estar físico e emocional”, abordando temas de “medicinas naturais, astrologia e interpretação das cartas”. O segmento de vídeo foi partilhado esta quinta-feira numa página satírica do Facebook intitulada Lena das Cartas em que alguns utilizadores do Facebook mostraram o seu desagrado através de comentários, mostrando-se contra os conselhos da apresentadora do programa, ainda que também haja quem defenda as afirmações. O facto de a apresentadora apelidar as outras mulheres de “galdérias” sem que haja qualquer repreensão da conduta do marido é, para Elisabete Brasil, um indício de que ainda é considerado “errado” que as mulheres decidam o que fazer com o seu corpo e a sua sexualidade. A opinião da socióloga Elisabete Rodrigues é coincidente, pois considera que a sexualidade das mulheres tende a ser moralmente condenada e, “apesar de ter mudado muito, ainda é mais penalizada do que a dos homens”. “O adultério abala perigosamente todos aqueles pilares em que deve assentar um casamento, prática que muito condeno, seja praticado pelo marido ou pela mulher”, afirma Maria Helena na sua página de Facebook, numa publicação feita durante a tarde desta sexta-feira. A apresentadora diz que é frequentemente questionada sobre o que fazer nos casos de adultério, respondendo em primeiro lugar que o casal deve avaliar “se ainda se ama verdadeiramente”. “Se já não houver amor, já não poderá haver casamento”, adianta. Por outro lado, a apresentadora considera que se se decidir perdoar, o casal deve tentar superar a traição e recuperar a confiança perdida. Perante as declarações feitas por Maria Helena Martins no programa da SIC, Elisabete Brasil considera ser peremptório que haja um maior escrutínio de quem pode transmitir mensagens para grandes audiências, uma vez que “estes programas funcionam como um espaço de apoio e são ouvidos por milhares de pessoas que, por vezes, se encontram em momentos de grande vulnerabilidade”. A activista da UMAR diz ainda que a veiculação deste tipo de mensagens machistas perpetua a ideia ultrapassada do papel de dependência das mulheres no casamento, em que o seu corpo é visto como propriedade dos homens, estando ao seu dispor para os satisfazer sem que o contrário aconteça. “É uma ideia de que o casamento é sinónimo de felicidade e tem de ser mantido, mesmo que a mulher se tenha de submeter e subjugar sem vontade”, remata. Não é a primeira vez que uma situação deste género acontece. Já em Junho do ano passado, a taróloga Carla Duarte aconselhava uma mulher vítima de violência doméstica a ter paciência com o seu marido, procurando não discutir e gerar conflito. “Se você recebe violência, corte este ciclo e não dê violência, nem que seja por palavras ou… mime-o”, aconselhava Carla Duarte. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Após uma onda de indignação que se propagou pelas redes sociais, a SIC emitiu um comunicado afirmando “não se rever” no comentário feito pela colaboradora do programa A Vida nas Cartas. A apresentadora do programa, Carla Duarte, acabou por pedir desculpa em directo. Notícia corrigida às 21h27: os comentários escritos na página satírica Lena das Cartas estavam erradamente atribuídos a Maria Helena Martins; a taróloga não partilhou o vídeo na sua página no Facebook.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens violência mulher homem género mulheres doméstica corpo sexualidade casamento adultério infidelidade
A história da violência sexual nos tribunais portugueses vence prémio Maria Lamas
Isabel Ventura analisou os crimes de violência sexual contra mulheres nos tribunais portugueses. Agora, a socióloga espera que a distinção contribua para que seja possível "reflectir e melhorar os mecanismos de apoio às vítimas". (...)

A história da violência sexual nos tribunais portugueses vence prémio Maria Lamas
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 14 | Sentimento 0.4
DATA: 2018-06-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Isabel Ventura analisou os crimes de violência sexual contra mulheres nos tribunais portugueses. Agora, a socióloga espera que a distinção contribua para que seja possível "reflectir e melhorar os mecanismos de apoio às vítimas".
TEXTO: O Prémio Maria Lamas de 2018 para estudos sobre a mulher, género e igualdade foi atribuído a Isabel Nunes Ventura, pelo seu trabalho Medusa no Palácio da Justiça: imagens sobre mulheres, sexualidade e violência a partir dos discursos e práticas judiciais, anunciou a Câmara Municipal de Torres Novas, responsável pelo concurso. Este texto corresponde à tese de doutoramento em Sociologia da autora, tal como está previsto nos critérios do prémio, e foi apresentada em 2016 no Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho. Para esta pesquisa, Isabel Nunes Ventura analisou, desde o século XIX até à data, a história da violência sexual nos tribunais portugueses e chegou à conclusão que existem ainda muito mitos e condicionantes na forma como as vítimas de crimes sexuais são tratadas no sistema jurídico-legal, principalmente quando são mulheres. O júri, constituído por Inês Brasão (vencedora da primeira edição do prémio), Virgínia Baptista (vencedora do prémio em 2016) e Miguel Vale de Almeida, investigador sobre questões de género e sexualidade que integra o painel de júris desde o primeiro ano, foi unânime. Para Isabel Ventura, este prémio "significa uma enorme honra e privilégio", sobretudo porque já homenageou outras investigadoras cujo trabalho admira, revela a socióloga ao PÚBLICO. Este prémio significa também reconhecimento, isto porque "as áreas relacionadas com os estudos sobre as mulheres, de género e feministas são vistas muitas vezes como áreas menores e, obviamente, todas as iniciativas que visem o reconhecimento e dar credibilidade aos trabalhos e aos processos relacionados com essa área são boas", explicou. O trabalho tinha sido já publicado em livro pela Tinta da China em Abril, depois de ganhar o Prémio APAV para a Investigação em Dezembro de 2016. A autora, que considera "sem dúvida" que ainda há muito a mudar na sociedade em relação à violência das mulheres, espera que esta distinção ajude no processo de mudança e que, conjugada com outros factores, possa trazer este tópico para a agenda mediática. "Espero que este trabalho seja um contributo para nós enquanto sociedade e para diferentes sectores sociais que interferem ou impactam mais com os crimes relacionados com a violência sexual", através de uma abordagem sociojurídica. "Um contributo para um maior conhecimento, para que possamos reflectir e melhorar os mecanismos quer de apoio às vítimas de crimes quer aos processos relacionados com percepções de justiça", conclui. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O prémio Maria Lamas, atribuído a cada dois anos e com um valor monetário de três mil euros, é promovido pelo município de Torres Novas. Tal como o nome indica, é uma homenagem a Maria Lamas (1893-1983), jornalista, escritora e lutadora pelos direitos das mulheres portuguesas, natural de Torres Novas, "uma figura extremamente importante na área de estudos sobre as mulheres e dos estudos feministas que desempenhou um papel tão importante em tantas áreas", diz ao PÚBLICO Isabel Ventura ao mesmo tempo que congratula a autarquia pela iniciativa que, na sua opinião, se devia repetir noutros locais do país. A concurso nesta edição de 2018 estiveram 25 trabalhos validados nos dois anos anteriores. A cerimónia de entrega vai realizar-se no próximo dia 8 de Julho na Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, em Torres Novas. O prémio, lançado pela autarquia em 2011, para distinguir estudos sobre a mulher e a igualdade correspondia inicialmente a um prémio de dez mil euros com comparticipação comunitária mas o valor foi alterado depois de a câmara ter sido alvo de críticas por não pagar o valor às duas premiadas da primeira edição. Texto editado por Bárbara Wong
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Mulheres em “autogestão” de pílula correm mais riscos de saúde
“Não há um contraceptivo para todas as mulheres, mas várias mulheres para vários contraceptivos”, sublinha presidente da Sociedade Portuguesa da Contracepção. Casos de embolias pulmonares alegadamente provocadas pela pílula podem resultar em mais gravidezes não planeadas e mais abortos, defende. (...)

Mulheres em “autogestão” de pílula correm mais riscos de saúde
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 12 | Sentimento 0.25
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: “Não há um contraceptivo para todas as mulheres, mas várias mulheres para vários contraceptivos”, sublinha presidente da Sociedade Portuguesa da Contracepção. Casos de embolias pulmonares alegadamente provocadas pela pílula podem resultar em mais gravidezes não planeadas e mais abortos, defende.
TEXTO: Quando o assunto é a segurança da pílula contraceptiva, o mais perigoso são as “mulheres em autogestão”, aquelas que se dirigem às farmácias sem nunca terem passado por uma supervisão médica. São as utilizadoras que decidem adoptar o contraceptivo que a amiga ou familiar toma, sem terem qualquer conhecimento sobre a composição do medicamento, ou as que usam o mesmo há muitos anos sem acompanhamento regular. “Não há um contraceptivo para todas as mulheres, mas várias mulheres para vários contraceptivos”, sublinha Teresa Bombas, presidente da Sociedade Portuguesa da Contracepção (SPDC), em entrevista ao P3. O caso de Carolina Tendon, uma jovem de 22 anos que morreu em Fevereiro de 2014 com uma embolia pulmonar, reacendeu a discussão sobre aquele que é o medicamento mais estudado em todo o mundo pela comunidade científica. A família de Carolina acredita que a sua morte pode estar relacionada com o uso da pílula: a jovem tomava, há dois anos, a Yasmin, um contraceptivo oral combinado. Um ano após a morte, a Unidade de Farmacovigilância do Sul refere, em documento citado pelo PÚBLICO: “A relação causal entre o medicamento suspeito e a reacção adversa ao medicamento notificada foi classificada pelo perito clínico como possível, por se tratar de uma reacção adversa descrita no resumo das características do medicamento e por ter uma relação temporal bem estabelecida”. “Por muito moderna que a medicina seja, há mortes por causas não identificadas ou na sequência de medicamentos”, ressalva Teresa Bombas, estabelecendo uma comparação com “os desportistas, muitos de alta competição, que morreram em campo”. “Eram homens, não tomavam a pílula e passaram em tudo quanto era vigilância médica. ” A médica garante não possuir suficiente informação sobre o caso da jovem Carolina, mas acredita que o tom de alerta que se percebe, “sobretudo na comunicação social”, pode resultar “em complicações psicológicas e médicas”. É seguro continuar a tomar a pílula? “Sim, é”, responde Teresa Bombas sem hesitar. “As mulheres que o estão a fazer sob vigilância médica, obviamente não precisam de suspender”, explica. “Perigoso é um ‘boom’ de abandono dos contraceptivos e um ‘boom’ de aumento de interrupção de gravidez”, explica. No final de 1995, um artigo publicado no jornal médico “Lancet” apontava para um maior risco de tromboembolismo venoso em mulheres que tomavam pílulas com duas substâncias específicas: gestodeno e desogestrel. As consequências do impacto na opinião e na saúde públicas do alerta, também lançado à comunidade médica, fizeram sentir-se “num aumento da taxa de gravidez não planeada e do recurso à interrupção voluntária da mesma”, revela a presidente da SPDC. Estudos realizados no Reino Unido e na Noruega na sequência destas “crises na comunicação social”, como lhes chama a médica, comprovam a relação directa com o abandono do contraceptivo. No país escandinavo, a suspensão da pílula resultou “num aumento da taxa de aborto em 36% nas jovens com menos de 24 anos”, lê-se num comunicado disponível no site da SPDC. Uma vez que a contracepção hormonal combinada é “o método mais comum entre as mulheres portuguesas”, casos como este podem reflectir-se ao nível da saúde pública. “O número de gravidezes não planeadas é um indicador de uma boa ou má assistência no âmbito do planeamento familiar”, diz. Para já, meios como a “Sexualidade em Linha” ou o site “Contraceção. pt” não verificaram, assegura Teresa, “qualquer aumento de perguntas sobre a segurança da pílula contraceptiva”. Já nos serviços médicos, “apareceram algumas pessoas a questionar mas foi algo muito irregular, em várias zonas do país”. "Ausência de vigilância aumenta risco"Além de mitos sobre a utilização e o impacto na fertilidade da mulher, já abordados num outro artigo do P3, a também médica na Maternidade Daniel Matos, em Coimbra, reconhece que as questões relacionadas com a segurança da pílula são recorrentes em consulta. Importante, nesses momentos a sós com o médico, é que as pessoas “sejam sinceras” e tenham presentes “a história pessoal de saúde e familiar”. O propósito? Saber quais os eventuais factores de risco presentes e fazer “o aconselhamento mais adequado possível”. “Normalmente, as pessoas com risco de enfarte, por exemplo, são mais velhas. E os casos [divulgados recentemente] dizem respeito a jovens. Acontece que a população está cada vez mais obesa, há cada vez mais utilização de cigarros, uma série de factores de risco que é preciso pensar em eliminar, se se considerar a saúde a longo prazo”, esclarece. “A pílula é um medicamento perigoso em mulheres com factores de risco”, diz, daí que o acompanhamento seja essencial. “Há mulheres que começaram a tomar a pílula há 20 anos, mas entretanto esqueceram-se que nos últimos dez não foram ao médico e que aumentaram 20 quilos e passaram a fumar 20 cigarros”, exemplifica.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave aborto morte homens campo mulher comunidade social mulheres sexualidade
Imigrante terá morrido de frio ao passar fronteira entre EUA e Canadá
Autoridades locais falam num aumento de imigrantes que tentam atravessar a fronteira, desde que Donald Trump foi eleito Presidente. (...)

Imigrante terá morrido de frio ao passar fronteira entre EUA e Canadá
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 21 Refugiados Pontuação: 11 | Sentimento -0.6
DATA: 2017-06-02 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20170602175655/https://www.publico.pt/n1774195
SUMÁRIO: Autoridades locais falam num aumento de imigrantes que tentam atravessar a fronteira, desde que Donald Trump foi eleito Presidente.
TEXTO: Uma mulher de 57 anos, Mavis Otuteye, foi encontrada morta na fronteira entre o Minnesota, nos EUA, e Manitoba, no Canadá, pelo gabinete do xerife do Condado de Kittson e pela patrulha da fronteira norte-americana, noticia o Guardian. As autoridades acreditam que Mavis terá morrido por elevada exposição a baixas temperaturas e passava a fronteira para pedir asilo no Canadá. A primeira autópsia revela que a imigrante, que segundo as autoridades era natural do Gana, África Ocidental, terá morrido a 26 de Maio. Conclusões definitivas sobre a causa da morte ainda estão, contudo, por apurar. Uma responsável local de Emerson, uma comunidade da província de Manitoba, Canadá, anunciou que tem presenciado um aumento de pedidos de asilo por parte de imigrantes desde que Donald Trump foi eleito Presidente dos EUA. Greg Janzen explica que estas pessoas têm enfrentado temperaturas baixas e neve em direcção ao Canadá, como forma de contornar a política de imigração do Presidente norte-americano. “Alguém morreu a tentar chegar ao Canadá para pedir asilo. Foi algo que já pensámos que pudesse acontecer, mas não nesta época do ano”, conta Greg Janzen. De acordo a Polícia Montada, Manitoba interceptou 477 pessoas desde o início do ano. No entanto, o fenómeno estende-se por todo o país. Na Columbia britânica, foram contabilizados 233 imigrantes pela polícia, no mesmo período. No Quebeque, o número sobe para 1933. Mavis Otuteye é, contudo, a primeira morte confirmada. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. No ano passado, o caso de Seidu Mohammed chamou a atenção da imprensa internacional. O imigrante, também natural do Gana, perdeu todos os dedos por causa do frio, durante o mesmo percurso que Mavis fazia entre os EUA e o Canadá. Em Maio, a Comissão de Imigração e Refugiados canadiana deu permissão para que Mohammed permanecesse no país, explicando que seria demasiado perigoso o indivíduo regressar ao Gana, uma vez que é bissexual. As autoridades responsabilizam a morte de Mavis pelo acordo Safe Third Country, que proíbe pessoas que já tenham procurado asilo nos EUA de fazerem o mesmo pedido, como refugiados, no Canadá. O acordo obriga, assim, a que muitos atravessem a fronteira ilegalmente, muitas vezes sob condições atmosféricas adversas e à noite, para que tenham os seus pedidos de asilo aprovados. Apesar do clima ter melhorado, as autoridades locais foram chamadas a socorrer pelo menos três imigrantes, desde o início de Maio.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Derrocada de Borba e o furo de Aljezur. O pior e o melhor do ano, segundo a Quercus
Este ano, recorda a Quercus, a central nuclear de Almaraz teve luz verde para a criação de um aterro de "lixo" nuclear. Mas também foi anunciada a intenção de desligar os seus reactores em 2024. (...)

Derrocada de Borba e o furo de Aljezur. O pior e o melhor do ano, segundo a Quercus
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Este ano, recorda a Quercus, a central nuclear de Almaraz teve luz verde para a criação de um aterro de "lixo" nuclear. Mas também foi anunciada a intenção de desligar os seus reactores em 2024.
TEXTO: A poucos dias do final do ano, a Quercus fez o seu balanço dos piores e melhores factos ambientais de 2018. De um lado, a ineficaz fiscalização das pedreiras em Borba e a falha das metas dos resíduos urbanos. Do outro, o abandono da prospecção de petróleo em Aljezur e a proibição de utensílios de plástico na administração pública. A encabeçar a lista negra deste ano está a derrocada de uma estrada para o interior de uma pedreira em Borba, Évora, a 19 de Novembro. Cinco pessoas morreram soterradas. Para a Quercus, a queda do talude da pedreira é, não só “um exemplo da falta de uma política de prevenção”, como uma consequência da “exploração exaustiva dos recursos naturais”. Segue-se a previsão de que Portugal ficará aquém das metas para a gestão dos resíduos urbanos, entre elas a redução de 7, 6% do peso dos resíduos produzidos entre 2012 e 2020. Não cumprir “traduz-se numa sobrecarga de perto de 10 milhões de euros/ano adicionais” e “num acréscimo de emissões de CO2”, nota a Quercus. A consternar a associação ambientalista está também a garantia dada pelo Governo de que as obras de reconversão da Base Aérea Militar do Montijo num novo aeroporto vão avançar antes ainda da Avaliação de Impacte Ambiental estar concluída. “O discurso político de opção tomada a todo custo coloca uma pressão inadmissível nos processos em curso”, diz a Quercus. Soma-se o abate de centenas de azinheiras de grande porte no Alto Alentejo, sem autorização do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas. Um “crime ambiental de extrema gravidade”, considera a associação, dada a destruição de um “ecossistema único”, o montado de azinho. Também a contínua expansão da vespa asiática em Portugal, com “elevados impactos” na biodiversidade e na agricultura, figura no lado negro do Ambiente em 2018, para a Quercus. Já Almaraz aparece dos dois lados da barricada. Do lado negativo o facto de ter sido autorizada a criação de um armazém temporário para depósito de resíduos nucleares na central nuclear espanhola, situada a cerca de 100 km da fronteira portuguesa, numa das margens do Tejo. Uma decisão que revela a “incoerência” de Madrid, diz a Quercus, uma vez que a central “tem capacidade para armazenar os seus resíduos nucleares até o final do seu ciclo de vida”. Aí reside um aspecto positivo para a associação ambientalista: é intenção do Governo espanhol desligar os dois reactores de Almaraz até Julho de 2024. Naquilo que 2018 teve de bom a Quercus destaca também a percepção de que “finalmente a mensagem de protecção às espécies florestais autóctones” chegou aos decisores políticos, dando como exemplo o incentivo do Presidente da República ao arranque de eucaliptos. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Positivo para a Quercus foi também o abandono, por parte da Galp e da Eni, do projecto de exploração de hidrocarbonetos na bacia do Alentejo, e o facto de licenças concedidas em 2015 para exploração de gás na região centro estarem suspensas, até que o seu impacto ambiental seja avaliado. Nota positiva leva igualmente a proibição do uso de garrafas, sacos e louça em plástico na administração pública – que podia ir mais longe, diz a Quercus, e incluir o uso de papel em fibras virgens – e o facto de, por determinação da União Europeia, até ao final do ano ser obrigatório que insecticidas com três substâncias letais para as abelhas (imidaclopride, clotianidina e tiametoxame) deixem de ser usados.
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Missão cumprida? Há vida e eleições para além do orçamento
Com o último Orçamento da legislatura aprovado, BE deixou caderno de encargos para 2019, PS reclama ser o garante da estabilidade. (...)

Missão cumprida? Há vida e eleições para além do orçamento
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 2 Animais Pontuação: 6 | Sentimento 0.2
DATA: 2018-11-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Com o último Orçamento da legislatura aprovado, BE deixou caderno de encargos para 2019, PS reclama ser o garante da estabilidade.
TEXTO: Com o orçamento para o próximo ano aprovado, há que olhar agora para o que ainda falta fazer dos compromissos à esquerda e, sobretudo, como se fará essa gestão até às eleições. Nos discursos de encerramento do orçamento, as legislativas foram uma espécie de elefante na sala, para o qual nem todos da esquerda quiseram olhar, apesar de todos o verem. Mas o PSD não se coibiu de o chamar para o centro da conversa para insistir, citando Rui Rio, na acusação de eleitoralismo. E Assunção Cristas colocou-se mesmo como candidata a primeira-ministra, provocando risos na sala. A versão final do quarto orçamento do Governo de António Costa foi aprovada pelos partidos da esquerda e pelo PAN, e com o prometido voto contra de PSD e CDS. O deputado André Silva acabou por votar a favor apesar de ter visto chumbar as suas pretensões de agravamento do IVA para as touradas. Dos parceiros do Governo ouviu-se um discurso mais suave do que em anos anteriores – já ninguém ousou dizer tão claramente que este “não é” o seu orçamento e que o PS continua encostado à direita -, apesar de manterem a ideia de que era possível ter ido mais longe se o compromisso com Bruxelas e com o défice não o impedisse. Será, porém, certo que nos primeiros eventos partidários em que aparecerem, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa irão carregar no discurso crítico do PS ao seu eleitorado. O aviso foi feito da forma mais directa possível por Catarina Martins, que do alto da tribuna lembrou que “esta legislatura não acaba com a votação final deste orçamento” e acrescentou um expressivo “Não pense que se vê livre de nós!” (que na versão escrita do discurso até estava entre parêntesis). “Temos compromissos – entre nós e com a população – para matérias estruturais que serão o centro do debate no Parlamento em 2019”, indicou, garantindo que o Bloco procurará as “melhores soluções até ao último dia da legislatura”. Nesse caderno de encargos incluiu o plano ferroviário nacional, a entidade da transparência, o estatuto do cuidador informal, a habitação, a lei de bases da saúde e a legislação laboral. Tudo matérias que se têm arrastado precisamente por falta de entendimento entre a esquerda. “Temos ainda muito trabalho pela frente”, prometeu, ainda que tenha feito questão de saudar pessoalmente o primeiro-ministro, o Governo, o PS, o PCP e o PEV pelos três anos de trabalho “em conjunto” que permitiu “cumprir o acordo” e até ir “mais longe” em algumas matérias. Depois de o Bloco ter dado o tiro de partida na convenção ao dizer que quer ser Governo, a sua coordenadora admitiu agora como “natural” que em 2019, “ano de eleições” como vincou, BE e PS “confrontem abertamente os seus programas”. “Ninguém deve queixar-se da clareza no debate democrático”, avisou Catarina Martins, numa espécie de tiro de partida eleitoral, que procurou logo a seguir camuflar: “Mas erra quem pensar que a legislatura terminou e que hoje começa a campanha eleitoral. ”Antes, André Silva, do PAN, arriscara entrar directamente na questão eleitoral. O deputado lembrou que o debate que lançou sobre tourada levou o primeiro-ministro a tomar “coragem” para “sair do armário”, elogiou o seu humanismo e defendeu que o PAN “precisa de mais força”. “Afinal de contas são cada vez mais as portuguesas e os portugueses que pensam como nós”, disse, recuperando um slogan do CDS nas legislativas de 2009. Jerónimo de Sousa preferiu puxar pelos louros do PCP não só neste orçamento como nos anteriores – do aumento dos salários e pensões à taxação do grande capital, dos manuais gratuitos ao fim do PEC -, fazendo um balanço “positivo” dos passos dados. Pouco mais de metade do seu discurso foi a elencar medidas, o resto para reclamar “outra política” – mas nada de elogios ao Governo. E ainda teve tempo para criticar a “mão protectora” que PSD e CDS representaram para o Governo nas questões do défice e que impedem o nível de investimento de que o país precisa. Sobre a recuperação do tempo de carreira congelado na função pública e a retoma das negociações dos professores nem uma palavra, mas ficou uma nota mais áspera que a do Bloco: “Não ignoramos o que o Governo e o PS não quiseram adoptar, o que deixaram por cumprir ou mantiveram adiado. ”Uma ideia reiterada pelo ecologista José Luís Ferreira que enalteceu os contributos do PEV para tornar o OE “mais justo e mais sustentável” e que olhou para daqui a um ano, alertando que se o PS tivesse maioria absoluta decerto “não se avançaria o que se avançou”. Com a esquerda apaziguada, o presidente do PS empenhou-se em passar a ideia da missão cumprida – nos indicadores económicos e financeiros e na relação com os parceiros à esquerda. E cumprida pelo PS, insistiu Carlos César, que foi quem “caucionou a boa gestão das finanças públicas e de garantia da sustentabilidade do futuro” do país. E nada disse sobre touradas quando teve a iniciativa singular de apresentar uma proposta que contrariava o Governo. À direita, o discurso oscilou entre o tom de campanha eleitoral de Assunção Cristas e o tom metafórico de Adão Silva. A líder do CDS-PP voltou a assumir optimismo que deixou no congresso de Março – “Se os portugueses me derem a confiança para ser primeira-ministra” – mas sobretudo deixou uma mensagem de demarcação face “às esquerdas” e também ao PSD sem nunca o referir. Colocando o CDS como a “verdadeira alternativa” e a mostrar que “nem todos se curvam aos pés deste Governo", Assunção Cristas contestou a ideia de que o Governo “virou a página da austeridade”. “A austeridade mudou de roupa, maquilhou-se, passou dos impostos directos para os indirectos e passou a pesar no bolso de todos nós independentemente do rendimento”, disse. A líder do CDS dramatizou: “É um Orçamento que persiste na contradição deste Governo: a maior carga fiscal de sempre anda de braço dado com os piores serviços públicos de sempre. Como ouvimos dizer por todo o país: “está pior que no tempo da troika”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Na avaliação do Orçamento do Estado, o PSD e o CDS chegam a ter pontos de contacto no que diz respeito ao desinvestimento nos serviços públicos. Mas só o PSD apontou as falhas nos números do défice, uma batalha que foi lançada por Rui Rio desde o início do processo orçamental. Adão Silva, vice-presidente da bancada, acusou o Governo de fazer um Orçamento mentiroso porque afinal “o défice orçamental foi reiteradamente escondido ao longo deste debate”. E apontou o exagero das cativações através do recurso a uma metáfora: “Se, como dizia o primeiro-ministro, ‘um orçamento sem cativações é um carro sem travões’, exige-se que o primeiro-ministro vá rapidamente à oficina, porque ficou com os calços dos travões colados. É veículo que não sai do sítio, por mais que acelere. Faz barulho, muito barulho, mas permanece parado no mesmo lugar”, ironizou. Na primeira e única vez que interveio no processo orçamental no Parlamento, o primeiro-ministro teve poucas palavras para os seus parceiros mas ainda disse que “valeu a pena” a maioria parlamentar. Enumerou exaustivamente as medidas do Orçamento e não deixou de apontar um largo horizonte para o futuro – a agenda para a década de 2014 – porque “há mais vida para além do OE 2019”.
REFERÊNCIAS:
Uma herança de diamantes e pérolas
Talvez nenhum outro músico pop tenha escrito tantas canções perfeitas, talvez ninguém tenha sido tão excessivo e tão contraditório. Prince Rogers Nelson morreu, mas antes ensinou-nos a dançar. (...)

Uma herança de diamantes e pérolas
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2016-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Talvez nenhum outro músico pop tenha escrito tantas canções perfeitas, talvez ninguém tenha sido tão excessivo e tão contraditório. Prince Rogers Nelson morreu, mas antes ensinou-nos a dançar.
TEXTO: No final de 1989 Prince Rogers Nelson editou um single de 19 minutos, Scandalous, em que surgia a voz de Kim Basinger. O que a faixa tinha de escandaloso não era a duração exorbitante ou a prestação vocal da actriz de Nove Semanas e Meia, antes o romance que cantor e ex-modelo viviam em segredo. Tornou-se uma espécie de piada entre os adolescentes: se Prince, com 1, 58m, conseguia Basinger, qualquer homem conseguiria qualquer mulher. De exemplo de sexualidade irreprimida, Prince passou, pelo menos num certo imaginário juvenil, a exemplo de superação – daí a absoluta perplexidade quando esta quinta-feira se confirmou que era dele o corpo encontrado morto no elevador da propriedade de Paisley Park, em Minneapolis. Dera entrada no hospital na semana passada, mas rumores acerca do seu estado de saúde foram então desmerecidos – era apenas uma gripe, e dias depois, no último sábado, o músico de 57 anos dava uma festa na sua propriedade, orgulhoso da nova guitarra roxa: “Esperem uns dias antes de desperdiçarem as vossas orações”, disse então aos presentes. Depois de meia hora ou mais de especulação – a polícia começou por adiantar que estava a acompanhar o caso de uma morte em Paisley Park –, a representante do músico comunicava o seu falecimento à Associated Press: "É com profunda tristeza que confirmo que o lendário e icónico Prince Rogers Nelson morreu. ” A causa da morte não foi revelada. Para trás ficaram 37 anos de carreira, mais de 100 milhões de discos vendidos, sete Grammys, um Óscar de melhor banda sonora original (por Purple Rain, em 1985), alguns escândalos, certa pulhice, birras que não zangaram o mundo (como querer mudar o nome para ou O Artista Anteriormente Conhecido como Prince), uma tragédia (possivelmente duas) e pelo menos uma dezena de refrãos que qualquer indivíduo urbano entre os 20 e os 60 anos conhece, muito à conta do seu talento para desrespeitar os muros em torno da soul, do funk e do rock e fazer de todos os géneros o seu território, onde cultivou uma potentíssima arma de encantamento maciço: ser Prince. Nem Madonna (que ontem se disse “devastada”), talvez só Michael Jackson, foi tão Eu-Mesmo como Prince – mas há razões para aceitar a tese de que Prince foi, de todas as estrelas pop nascidas na era-MTV, indubitavelmente, a melhor e durante mais tempo. A primeira vez que Prince foi Prince terá sido em 1980, quando lançou Dirty Mind, o seu terceiro disco de estúdio, e o impacto, admitamos, foi visual: surgia na capa em tronco nu e de cuecas, inaugurando uma estética de androginia que cultivou ao longo dos anos e bastas vezes chocou os mais conservadores. Vê-lo-íamos décadas a fio pintado, com cabeleiras e trajes efeminados, como quem tiver visto o vídeo de Kiss se recordará, e sempre de saltos altos. Também nascia aí a sua persona sexual, inevitavelmente excessiva – sexualidade explícita, note-se, e logo no título das canções (Head, por exemplo, é uma abreviatura cândida de felação). Veríamos mais disto ao longo dos anos, em particular nos vídeos de Sexy MF e de Cream, que tem declarados contornos orgiásticos (e pode ser lido como um manual de boas práticas sexuais). Prince era um excessivo e Dirty Mind anunciava a chegada do excesso – que aliás marcaria os anos 80, década da qual Prince foi um símbolo. Essa é outras das marcas de Prince: tudo – a roupa, os solos, os refrãos, os vídeos – tinha de ser levado ao extremo. Numa época em que as canções não podiam exceder os três minutos, ou não passavam na rádio, Prince estendia-as aos sete (como na edição em single de Controversy). Dirty Mind, já agora, marcou o nascimento de um som: uma espécie de funk sintético cruzado com glam-rock, por assim dizer, que serviu de fundação sonora de Prince. É essa a matriz por trás de Purple rain e When doves cry, por exemplo (ambas de Purple Rain, de 1984), só para citar dois êxitos massivos. Dirty Mind chegaria ao sétimo lugar no Top Black Albums da Billboard, mas apenas ao 45. º da classificação geral. Em breve essa distinção deixaria de existir e Prince tornar-se-ia uma estrela global. No ano seguinte saía Controversy, que chegaria à platina e ao milhão de discos vendidos; Prince podia ter feito apenas a faixa-título, um extraordinário exercício repetitivo e encantatório, e já seria suficiente. Mas Prince fez muito mais do que isto – em 1984 iniciava-se uma sequência infernal de discos esmagadores: a Purple Rain seguiram-se, na lista de obras-primas, Parade (1986), Sign O’ The Times (1987) e Lovesexy (1988). É difícil explicar como tamanha qualidade se manifestou perante tanta prolixidade. Prince compunha tudo e gravava praticamente todos os instrumentos – tinha aliás um estúdio caseiro, onde Pedro Abrunhosa recorda ao PÚBLICO ter gravado o seu segundo álbum, Tempo (1996), com a banda do músico, a New Power Generation, depois de ter enviado uma maquete para Paisley Park e dali ter recebido um convite para aparecer. Era, diz, “uma espécie de santuário”, à altura desse “multi-instrumentista notável”, “um clássico” que para Abrunhosa cruza “James Brown e Jimi Hendrix num só”: "Há um antes e depois do Purple Rain na vida de toda a gente; na música há um pré e um pós-Prince”, sintetiza. Essa actividade frenética, da casa-estúdio de Paisley Park para o mundo, bateu frequentemente com as regras da indústria: a sua editora, a Warner, chegou a querer que ele editasse menos discos, o que o levaria a mudar o nome artístico em 1993. Só em 2000, quando o contrato com a Warner expirou, é que Prince voltou a chamar-se Prince – sem que nunca tenha deixado de o ser. Mais recentemente, afirmou-se também com a marcação de concertos quase de surpresa, rejeitando as pressões da Internet, limitando ao máximo as entrevistas e presenças mediáticas, e associando-se a serviços de streaming como o Tidal como reacção à massificação da divulgação musical na Internet. Também nisso constituiu uma inspiração, como sublinha Kalaf Ângelo, músico dos Buraka Som Sistema, destacando “a forma heróica como Prince enfrentou as grandes editoras para reclamar os seus direitos” e “defendeu a sua música no sentido mais puro". Já Paulo Furtado (The Legendary Tigerman) prefere reafirmar que Prince foi “o único músico da sua geração a compreender a essência da soul, do funk e de toda a música afro-americana" – e "com uma capacidade de reformulação e de reinvenção impressionantes” que está por repetir. Muitas vezes desde que lançou Dirty Mind precisámos de facto de palavras novas para descrever Prince. Na sua fase genial e inalcançável, entre 1980 e 1991, editou nada menos do que oito discos extraordinários que inventaram uma nova cosmogonia – nunca é de mais repetir que o jazz, o psicadelismo, o funk, a soul, o rock e a pop uniram-se ali, e que isto parecia à época impensável. Os géneros não se cruzavam, preto era preto e branco era branco. Não no mundo de Prince. E no entanto, enquanto levava ao extremo as suas experiências (musicais, capilares, cosméticas), Prince, o mais estranho dos seres humanos, nunca deixou de estar próximo do ser humano comum e continuou a disparar single de êxito atrás de single de êxito: Purple Rain ficou marcado por Purple rain e When doves cry, Parade por Kiss, Sign O’ The Times por U got the look, If I was you girlfriend ou a faixa-homónima, que mostra que existia um outro Prince, não apenas obcecado com o corpo mas também preocupado com o estado do mundo (sobre uma linha de baixo minimal mas arrasadora, traçava um soberbo travelling que olhava a actualidade da época, do crack aos desastres nucleares). Onde começa e acaba o génio de Prince pode ser discutido: uns dizem que o início jaz em 1980, com Dirty Mind, outros em 1984, com Purple Rain; e haverá quem defenda que acabou em 1988, com Lovesexy, sendo que muitos bradarão que durou pelo menos até 1991, ano em que editou Diamonds and Pearls. Mas os argumentos em favor de Diamonds and Pearls são demasiado fortes, em particular se relembrarmos os seis singles de sucesso retirados desse disco. São 11 anos de composição sem freios – grandiloquente, abundante em orquestrações, contra as regras da indústria. Onze anos no topo, em que atirou vários discos inteiros para a gaveta, sendo que um deles, o Black Album, ganhou um estatuto mítico apenas igualado por Smile, dos Beach Boys. No fundo despedimo-nos de Prince em 1991, quando alcançou a glória de produzir seis singles de sucesso, numa demonstração absurda de como combinar o arrojo inventivo e gancho melódico. Era impossível ir mais longe na arte de desbravar caminho e angariar devotos – e a partir dali Prince não criou um único disco que merecesse entrar na galeria dos mais conseguidos, e isto mesmo tendo em conta que houve singles como The most beautiful girl in the world (o segundo de maior sucesso na sua carreira, lançado em 1994). E como provocar ainda mais depois do vídeo de Cream?Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O resto são as histórias que compõem o mito, em particular as mudanças de nome. Em relação aos dois casamentos (que acabaram sempre em divórcio), foi sempre discreto e mais ainda em relação à morte do seu único filho (em 1996), que poderá ajudar a explicar a posterior conversão religiosa (tornou-se Testemunha de Jeová) e o desaparecimento da vida pública, colmatado com extraordinários desempenhos em palco. Prince estaria a agora a escrever uma biografia (os direitos tinham sido comprados pela editora Random House, que anunciara a publicação para 2017), o que aos nossos olhos de comuns mortais parece tarefa impossível: seria necessário inventar novas palavras para contar esta vida. Havia demasiada criatividade naqueles 158 centímetros. Tanta que não nos ocorre enclausurá-la em nenhum termo que conhecemos. Chamemos ao homem que nos ensinou a dançar, ao homem que nos mostrou que as barreiras caem, e que as Kim Basinger são possíveis, Sua Real Purpureza. com Joana Amaral Cardoso e Isabel Salema
REFERÊNCIAS:
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O mito de Orfeu a planar sobre Tennessee Williams
Segunda de três investidas de Jorge Silva Melo em Tennessee Williams, é uma peça oferecida pelo encenador aos actores Rúben Gomes e Maria João Luís. (...)

O mito de Orfeu a planar sobre Tennessee Williams
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Segunda de três investidas de Jorge Silva Melo em Tennessee Williams, é uma peça oferecida pelo encenador aos actores Rúben Gomes e Maria João Luís.
TEXTO: “Foi há uns três anos, num ensaio final de Dias de Vinho e Rosas, de Owen McCafferty, em que olhava com admiração para o Rúben Gomes que me pus a pensar que outras peças lhe poderia propor”, recorda o encenador Jorge Silva Melo. Foi então que lhe ocorreu, num repente, “todo o Tennessee Williams”. Depois afunilou e pensou nos mesmos papéis que Paul Newman protagonizara no grande ecrã, sob a direcção de Richard Brooks: Chance Wayne em Doce Pássaro da Juventude, Brick em Gata em Telhado de Zinco Quente. E, logo depois, os restantes elencos desataram a clarificar-se na sua imaginação, com Catarina Wallenstein e Maria João Luís à cabeça. “E ao lembrar-me da Maria João Luís também me deu vontade de ver A Noite da Iguana com ela e o Marco Delgado e a Maria João Pinho. Numa cidade em que os actores têm o nome nos cartazes ao lado do do autor, quem me afastaria da bilheteira que anunciasse estes elencos e este autor?”, atira. A sua versão de Gata em Telhado de Zinco Quente estreou-se em Setembro de 2014, Doce Pássaro da Juventude ocupa o palco do Teatro São Luiz entre 10 e 26 de Abril, A Noite da Iguana chegará em 2017. Silva Melo concretiza assim este gosto por “frequentar um autor através de várias obras”. “Fiz isso com Sarah Kane, Fosse, Pinter, Pirandello, Enda Walsh… É como se tivesse realmente uma companhia, um elenco, um repertório, um trabalho, uma poética a convidar. E é tão surpreendente voltar em pouco tempo a um mesmo autor, parece que já lhe conhecemos as artimanhas mas somos sempre surpreendidos. ”Não esconde que “é impossível” esquecer os dois filmes (Gata e Doce Pássaro) realizados por Richard Brooks, de tal forma “foram marcantes e tão importantes a inaugurar uma espécie de idade adulta do público cinematográfico”. Em palco, no entanto, com um menor pudor na abordagem da sexualidade e da política, o encenador revela-se sobretudo encantado por “ouvir a prosa poética e desarrumada de Williams, sentir-lhe o pulso a bater – e nisso, nada como os actores vivos debatendo-se com estas cenas cruéis”. Conhecedor profundo dos filmes, garante só já ver os seus actores e o texto a partir do momento em que os ensaios arrancam. Nessa altura, o cinema varre-se-lhe (tanto quanto possível) da memória. A planarAté porque, como diz a propósito da sua relação com Maria João Luís, não há lugar a “grandes conversas” na preparação das peças. “É deixar correr, deixar andar… e adoro estar na sala de ensaios a vê-la dedilhar as cordas das personagens que inventamos. ” Para a actriz, um dos aliciantes deste encontro artístico é precisamente a delicadeza que Silva Melo coloca na encenação, sem forçar caminhos, partilhando histórias que fornecem pistas que empurram os actores para dentro de si mesmos e para as suas próprias soluções, nunca para uma resposta imaginada às intenções do director. “Ele acredita na inteligência dos actores, acredita que estamos a fazer o nosso trabalho e somos capazes disso”, reforça Maria João Luís. Daí que cada peça acabe fatalmente por significar também uma revelação para Silva Melo, que confidencia o seu encanto com “o modo como o Rúben encontrou a dolência de Brick e o nervosismo juvenil de Chance”. “É também isso que queria, acreditar que os actores descobrem nas personagens segredos que não sabíamos. ”Magníficos que foram Paul Newman e Geraldine Page, aqui os temos Rúben Gomes e Maria João Luís, espantosos nas suas contendas individuais com o passado, amparando-se mutuamente mas prontos a largar o outro assim que uma chamada de Hollywood os possa reclamar para uma outra vida – ela convencida de que o seu comeback foi um desastre (que não foi); ele empenhado em reconquistar a sua amada Heavenly e, assim, salvar-se do desastre (que há-de ser). “Ele nunca viveu o que queria; ela perdeu a glória da sua juventude”, resume Jorge Silva Melo. E cita o persistente mito de Orfeu a planar sobre os textos de Tennessee Williams, daquele vai tentar “resgatar passado e amada aos infernos”. “É um inferno que estas personagens têm de atravessar para nunca reconquistar” aquilo que perseguem a cada momento: o tempo que passou.
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Os católicos não procriam “como coelhos” porque sabem “ponderar”
Papa diz que os católicos não devem procriar "como coelhos”. Teólogos defendem que a novidade das afirmações está na linguagem de Francisco que dispensa qualquer “dicionário de teologia”. (...)

Os católicos não procriam “como coelhos” porque sabem “ponderar”
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Papa diz que os católicos não devem procriar "como coelhos”. Teólogos defendem que a novidade das afirmações está na linguagem de Francisco que dispensa qualquer “dicionário de teologia”.
TEXTO: O Papa Francisco disse que os católicos “não devem procriar como coelhos”. As declarações não surpreendem Rita Líbano Monteiro. Apesar de católica e mãe de seis filhos, faz questão de acentuar: “Não se é melhor católico por se ter muitos filhos. ”Para Francisco, os bons católicos “não devem procriar como coelhos”. Numa conferência de imprensa no avião que o transportou das Filipinas para Roma, o líder da Igreja Católica recusou a ideia de que os casais católicos devem ter o maior número de filhos possível, mas sublinhou que é contra a contracepção artificial. Noel e Rute Asseiceiro, católicos e pais de cinco filhos, não vêem na mensagem de Francisco nada “contra as famílias numerosas e muito menos contra os métodos naturais”. Aliás, concordam: “Somos humanos e não somos coelhos. Os coelhos não conseguem ponderar. ”Rita Líbano Monteiro, 46 anos, administrativa e financeira de uma comunidade terapêutica, em Lisboa, também não podia estar mais de acordo. “Os meus filhos foram tão planeados que o último até é adoptado. ” Usa os métodos naturais - pratica a abstinência sexual com o marido, durante os períodos férteis. “Quando isto é feito com generosidade, não é um peso para a vida do casal. Os períodos de abstinência até ajudam a que os outros se vivam mais intensamente. ”Para esta católica, as afirmações do Papa não são alheias à viagem às Filipinas, que reúne metade dos católicos da Ásia e onde o Papa foi confrontado com a realidade de milhares de crianças abandonadas nas ruas por pais que não as conseguem sustentar. As declarações do líder da Igreja Católica surgem depois de um jornalista lhe perguntar o que diria a uma família católica que tem mais filhos do que economicamente lhe é possível, mas a quem a Igreja proíbe de fazer contracepção. O que o Papa disse é que “a abertura à vida é uma condição do sacramento do matrimónio, mas isso não significa que os católicos devam fazer crianças em série”: “Falei com uma mulher, grávida do seu oitavo filho, depois de sete cesarianas, e disse-lhe: ‘Você quer deixar órfãs sete crianças’”. A mulher respondeu que confiava em Deus. “Deus deu-te os meios para seres responsável”, disse-lhe o Papa. Para Rita Líbano Monteiro, “o que está em causa é a paternidade responsável”, de que é “completa defensora”: “Os nossos filhos nunca foram fruto de azares ou acidentes. ” Para esta católica, “não há contradição entre uma família numerosa e uma paternidade responsável”, desde que cada casal avalie as condições e seja “generoso”: “Se calhar, tendo os mesmos rendimentos base, com seis filhos não se tem o mesmo nível de vida do que só com um. ”Há, porém, casais católicos que tomam outras opções. É o caso de Ana e Diogo Alarcão. “Como casal nunca nos sentimos menos católicos por termos optado sempre por métodos de contracepção artificial, apesar de sabermos que não é essa a orientação da Igreja Católica. Aliás, também nunca nos sentimos discriminados por termos tido relações sexuais antes do casamento ou por termos vivido em comunhão de facto antes de termos decidido casar pela Igreja. ” E acrescenta: “Achamos que a Igreja não devia estar preocupada em discutir se os católicos devem usar meios naturais ou artificiais de contracepção, mas sim como é que vivem a sexualidade. ” O casal tem dois filhos, com 14 e 18 anos, e aborda com eles, “de forma aberta”, as questões da educação sexual, conta Diogo Alarcão, 48 anos, que trabalha numa multinacional de consultoria. “Comicidade da expressão”O que tem, afinal, de original a declaração do Papa? O padre, teólogo e professor de Filosofia na Universidade de Coimbra, Anselmo Borges, destaca a “comicidade da expressão”: “Lembro-me de ter usado essa expressão numa aula: ‘Se pensam que os católicos são obrigados a reproduzir-se como coelhos, estão muito enganados’. ”Também para a teóloga e professora universitária, Teresa Toldy, a novidade não é teológica: “O que é novidade é a forma como diz, a linguagem. Dito de forma clara. Outros papas nunca disseram isto assim, [Francisco] utiliza uma linguagem que faz toda a diferença. As pessoas percebem o que ele diz. Não precisam de um dicionário de teologia. ”São declarações “importantes”: “A Igreja nunca disse para as pessoas se reproduzirem como coelhos. Mas isso entrou muito na mentalidade das pessoas. Há católicos que pensam que é mesmo ‘crescei e multiplicai-vos’. E até ao Concílio Vaticano II eram os filhos que deus quisesse. A sexualidade justificava-se em função da procriação. O Papa sabe que há pessoas que continuam a defender esta ideia. Há grupos que devem ter ficado perplexos com estas declarações. Ele sabe que tem de dizer as coisas assim”, diz Toldy.
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