Hospital decidiu se criança grávida aborta ou não, mas não divulga decisão
Especialistas do Hospital de Santa Maria avaliaram caso de menina de 12 anos grávida do padastro. Mãe foi constituída arguida por não ter denunciado abusos sexuais. (...)

Hospital decidiu se criança grávida aborta ou não, mas não divulga decisão
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.333
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150501172134/http://www.publico.pt/1694037
SUMÁRIO: Especialistas do Hospital de Santa Maria avaliaram caso de menina de 12 anos grávida do padastro. Mãe foi constituída arguida por não ter denunciado abusos sexuais.
TEXTO: O futuro da menina de 12 anos que está grávida de cinco meses depois de alegadamente ter sido violada pelo padrasto foi esta quarta-feira decidido por uma equipa multidisciplinar de especialistas do Hospital de Santa Maria (Lisboa) onde está internada, mas a decisão sobre uma eventual interrupção ou continuação da gravidez não vai ser divulgada. A decisão foi tomada pela “direcção clínica da instituição e por pediatras, pedopsiquiatras, obstetras, psicóloga e assistentes sociais” que analisaram em conjunto “o contexto inerente à criança”, explicou, em nota de imprensa, a directora clínica do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (em que o Santa Maria está integrado), Margarida Lucas. Esta equipa levou em conta “os aspectos clínicos, éticos, jurídicos e sociais que decorrem da situação em causa” e tomou uma decisão “considerando o superior interesse da criança”, assegurou. O CHLN escusa-se a prestar esclarecimentos adicionais, alegando o “respeito pela confidencialidade médica" e a protecção da privacidade da criança”. A menina foi levada para o hospital por funcionários da escola que frequenta quando estes perceberam que estaria grávida. Este é um caso fora do comum porque, além da idade da menina (completou recentemente 12 anos), ela está grávida de mais de 20 semanas, o que significa que ultrapassou o prazo previsto na lei portuguesa para poder abortar por ter sido vítima de violação. De acordo com o Código Penal, uma gravidez resultante de violação pode ser interrompida até às 16 semanas, mas admite-se o aborto até às 24 semanas se existirem razões para crer que o nascituro sofrerá de grave e incurável doença e não se estabelece qualquer prazo se estiver em causa a grave e irreversível lesão física ou psíquica da mulher. A legislação não estabelece qualquer distinção entre menores e adultas. Se há especialistas que consideram que não é possível interromper a gravidez no caso desta criança, por estar ultrapassado o limite das 16 semanas, há outros que defendem que se poderá invocar a primeira alínea do artigo 142 do Código Penal (despenalização da interrupção voluntária de gravidez). Esta não especifica qualquer prazo quando está em causa um risco grave e irreversível para a saúde física ou psíquica da mulher. A menina tem uma história de vida atribulada, tendo sido retirada à família quando tinha cerca três anos e passado um ano e meio numa instituição. Acabou por regressar a casa, onde, com cerca de seis anos terá sido já abusada sexualmente pela primeira vez pelo padrasto. Na altura, a polícia chegou a investigar a situação, mas o caso foi arquivado porque ela negou. As primeiras relações sexuais com penetração terão começado aos dez anos e continuaram sem que ela dissesse nada a ninguém. Em comunicado, a PJ adiantou na segunda-feira que foi a Directoria de Lisboa e Vale do Tejo que deteve o padrasto da menina, de 43 anos, e sublinhou que ele está “fortemente indiciado” pela prática de crimes de abuso sexual de crianças. “A investigação apurou que os abusos já decorriam desde há dois anos, sendo que dos mesmos resultou a actual gravidez da vítima”, revelou ainda a PJ. O suspeito tem “antecedentes por crimes de idêntica natureza e cometeu os factos na residência que partilhava com a vítima e a mãe desta”, acrescentou. Entretanto, a mãe da menor foi constituída arguida com termo de identidade e residência por alegada conivência com os abusos sexuais perpetrados pelo companheiro ao longo de dois anos, adiantou esta quarta-feira o "Diário de Notícias". Caso se prove que sabia dos abusos sexuais e que permaneceu calada, arrisca-se a ser condenada. Ainda assim, ignora-se se o poder de representação parental lhe foi retirado, em parte ou não totalidade. Caso continue a ser a representante legal da menina, terá a última palavra face ao parecer dos especialistas do Hospital de Santa Maria. De acordo com o Código Penal, no caso da interrupção voluntária de gravidez não punível em menores de 16 anos, o consentimento deve ser dado por um representante legal.
REFERÊNCIAS:
Entidades PJ
Presa mulher suspeita de ligação a morte de meio-irmão de Kim Jong-un
A Coreia do Sul suspeita que duas mulheres mataram meio-irmão de Kim Jong-un. Causas da morte deste crítico do regime, liderado pelo seu meio-irmão norte-coreano, ainda estão a ser averiguadas. (...)

Presa mulher suspeita de ligação a morte de meio-irmão de Kim Jong-un
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento -0.16
DATA: 2017-02-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Coreia do Sul suspeita que duas mulheres mataram meio-irmão de Kim Jong-un. Causas da morte deste crítico do regime, liderado pelo seu meio-irmão norte-coreano, ainda estão a ser averiguadas.
TEXTO: Uma mulher com documento de identificação vietnamita foi presa no aeroporto de Kuala Lampur esta quarta-feira de manhã por suspeita de estar ligada à morte de Kim Jong-nam, o meio-irmão do líder da Coreia do Norte, na Malásia. Segundo a Reuters, a agência secreta da Coreia do Sul suspeita que duas mulheres norte-coreanas assassinaram, envenenando na Malásia, Kim Jong-nam. A suspeita “foi identificada nas câmaras de vigilância do aeroporto e estava sozinha na hora da detenção”. A agência diz ainda que as autoridades norte-coreanas não querem que seja feita ao autópsia, e querem que o corpo dele seja transportado para a Coreia do Norte. As causas da morte de Kim Jong-nam, um crítico do regime norte-coreano, ainda estão a ser averiguadas. Já ontem a televisão sul-coreana TV Chosun avançava que Kim tinha sido envenenado no aeroporto por duas mulheres. As primeiras informações tinham referido um ataque com um spray. Ao mesmo tempo, fontes do Governo norte-americano disseram à agência que suspeitavam que os assassinos eram da Coreia do Norte. Kim Jong-nam, o meio-irmão mais velho do líder da Coreia do Norte, 46 anos, estava em Kuala Lumpur à espera de um voo para Macau, onde viveu grande parte da sua vida. Foi agarrado por alguém por trás, sentiu-se zonzo e pediu ajuda – morreria a caminho do hospital, segundo a polícia. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Jong-nam era filho de Kim Jong-il e da actriz Song Hye-rim, e não conhecia Kim Jong-un. Terá sido sempre mais próximo do tio, Jang Song-thaek, executado em 2013 por ordem do líder da Coreia do Norte, acusado de traição. Kim Jong-nam já tinha sido alvo de uma tentativa de homicídio, em 2012, quando a Coreia do Sul deteve um agente dos serviços secretos norte-coreanos que estaria a planear um atropelamento de Kim, supostamente sob ordens do líder norte-coreano. Segundo a Reuters, numa reunião o primeiro-ministro sul-coreano, Hwang Kyo-ahn, disse: “Se se confirmar que o assassinato de Kim Jong-nam foi cometido pelo regime norte-coreano isso irá mostrar claramente a brutalidade e desumanidade do regime”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homicídio filho ataque mulher ajuda mulheres corpo assassinato
Serenatas e filmes de Debbie Reynolds, ingénua da era de ouro de Hollywood
Preferia a comédia e a música ao drama e o seu papel mais conhecido foi o de Kathy em Serenata à chuva. Nos anos 1950, se a América via as mulheres de uma forma, era aquela que Reynolds encarnava. Alguns filmes — e a voz — da actriz. (...)

Serenatas e filmes de Debbie Reynolds, ingénua da era de ouro de Hollywood
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2016-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Preferia a comédia e a música ao drama e o seu papel mais conhecido foi o de Kathy em Serenata à chuva. Nos anos 1950, se a América via as mulheres de uma forma, era aquela que Reynolds encarnava. Alguns filmes — e a voz — da actriz.
TEXTO: Debbie Reynolds, estrela dos anos 1950 do cinema americano, fez a sua grande entrada em Hollywood num filme sobre Hollywood. Serenata à chuva, um dos melhores musicais de sempre, colocou-a no meio de dois heróis do musical e da comédia norte-americana e, em parte, na sua eterna posição no cinema americano. A sua Kathy Selden, rosto luminoso e voz feliz, marca o filme, que é sobre a passagem do cinema mudo para o sonoro com todas as agruras das heroínas e os fingimentos da indústria. Adorava cantar e adorava a comédia — “o drama é infeliz e interpretar alguém infeliz far-me-ia infeliz", disse ao Boston Globe em 1990. O papel de "ingénue" do cinema americano era também alimentado pelos filmes mais sentimentais. A flor do pântano, de 1957, é outro filme de Reynolds que a tornou amada pelo público americano. A história de Debbie Reynolds escreveu-se também em torno da família cinematográfica que construiria, mesclada com a sua carreira. Em 1956 era lançado Vem a meus braços, o filme em que contracena com o seu marido, o cantor Eddie Fisher, com quem se casara um ano antes, e pai dos seus dois futuros filhos, Todd e Carrie. O casamento duraria apenas dois anos e marcaria parte da história pública da família, terminando com Fisher a casar-se repentinamente com Elizabeth Taylor. Muitos dos seus papéis — e filmou com Blake Edwards, Vincente Minnelli ou John Ford — reflectem, como escreve o New York Times, em parte a atitude dos EUA para com as relações amorosas, a família e, claro, as mulheres. A partir da década de 1960, os filme românticos integram títulos como Quando o divórcio bate à porta ou Como se divorciam os americanos. O filme de 1964 Os milhões de Molly Brown, em que é uma jovem que procura uma vida melhor, dar-lhe-ia a sua primeira e única nomeação para o Óscar de Melhor Actriz. Muitas comédias românticas e poucos dramas compõem a sua carreira. A conquista do Oeste, de John Ford, o filme com um sem número de estrelas, é um deles. Nos mais de 30 títulos que integram a sua carreira, há algumas passagens pela televisão — além de várias participações teatrais. No final dos anos 1960 teve uma série televisiva, The Debbie Reynolds Show, e décadas mais tarde, depois de a sua relação tumultuosa com a filha, Carrie, ter sido não só plasmada em livro e no cinema com Postcards from the Edge e Recordações de Hollywood, respectivamente, voltaria ao pequeno ecrã na série Will and Grace, em que foi nomeada para um Emmy, além de ter entrado em Delírio em Las Vegas, com Johnny Depp, e Dentro e fora, com Kevin Kline. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Além de fazer vozes para Family Guy, como a filha, Reynolds continuava a actuar e acedera participar no documentário Bright lights com e sobre a sua relação com a filha, apresentado este ano em Cannes. Um dos seus últimos papéis mais visíveis foi a de mãe de Liberace em Por detrás do candelabro, o filme para a HBO com Michael Douglas e Matt Damon. Há três anos, dera uma entrevista a Alec Baldwin em que passou em revista a sua carreira.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Eu caminhei como um zombie
A Vida Invisível é um filme de um exaltante gosto pela vida dos mortos. Vítor Gonçalves não filmava há 27 anos, quando se estreou com Uma Rapariga no Verão. O que é que lhe aconteceu? É uma pergunta despudorada, mas o filme, a sua melancolia e a sua solidão, dão uma resposta. Só temos de tacteá-la. (...)

Eu caminhei como um zombie
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2016-02-06 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20160206113854/http://ipsilon.publico.pt/cinema/texto.aspx?id=335375
SUMÁRIO: A Vida Invisível é um filme de um exaltante gosto pela vida dos mortos. Vítor Gonçalves não filmava há 27 anos, quando se estreou com Uma Rapariga no Verão. O que é que lhe aconteceu? É uma pergunta despudorada, mas o filme, a sua melancolia e a sua solidão, dão uma resposta. Só temos de tacteá-la.
TEXTO: Um dia vi um homem num ministério. ” E surgiu a Vítor Gonçalves uma imagem. “Vi-o a caminhar num corredor, senti a dimensão do espaço, a dimensão das paredes. . . Foi a ver isto que Hugo nasceu. ”Hugo, o que é? “Uma certa melancolia, uma certa solidão e um certo afastamento da vida — mas não um desistente, é um homem que ainda deseja uma promessa de vida, um homem que aspira a qualquer coisa”. Hugo é também um sentimento de familiaridade, reconhece o realizador. “Há pessoas que não consigo pensar e outras que consigo pensar muito bem. Senti o Hugo sempre como alguém diferente de mim, mas havia nele um núcleo de familiaridade. O sentimento de morto-vivo é a ponte. A familiaridade comigo é essa” — o elo que se estabelece entre pessoas que não se sentem vivas, como se a vida não estivesse ao seu alcance. Daí a “exaltação” pela complexidade de que poderia ser feito alguém que estava a fazer surgir no cineasta um desejo de proximidade — quando a ideia e a proximidade a essa ideia tornavam a personagem uma figura obscura, que se fechava, imprescrutável, Vítor Gonçalves regressava, com sede de transfusão, àquela imagem original de um homem no corredor. Hugo é já um salto no tempo em relação a essa imagem inicial. É a personagem principal, interpretada por Filipe Duarte, de A Vida Invisível, filme rodado num ministério real, em confronto com um corredor real. “A palavra em inglês seria dismayal: uma espécie de choque de desilusão e de desencanto”, começa por sublinhar Vítor Gonçalves. “Aquele corredor real nada tinha a ver com a imagem de que falei. Mas tinha de filmar nele. Através do enquadramento, da luz e da mise-en-scène, tinha de encontrar uma outra imagem que já não é a primeira, mas que ainda é mais misteriosa do que a primeira. Filmar para mim é viver enquanto se filma um plano: o deslumbramento de um mundo que eu não tinha ainda visto, de um corredor que eu ainda não tinha visto — mas que é capaz de estar ligado ao primeiro pensamento, à primeira ideia. ”Da vida dos mortosA Vida Invisível é, então, um filme de um exaltante gosto pela vida dos mortos. O espectador pode experimentá-lo ao detectar presenças, como se ficasse investido de um toque mediúnico que o fizesse sentir, nos planos, cenas invisíveis por baixo das que foram filmadas, como se tacteasse um filme secreto que se esconde debaixo de escadas ou espreita num corredor. São essas as zonas de sombra que constituem o habitat de Hugo, personagem que gosta mais da companhia dos mortos do que dos vivos — é o que lhe diz uma rapariga, Adriana/Maria João Pinho, vida que Hugo também deixou escapar. “Ao longo de todo o processo do filme, essa foi a ideia à qual sempre voltei: um morto-vivo, alguém que não se sente realmente vivo. E que tem uma grande dificuldade em pensar o que está a acontecer à sua vida. Ele não se sente vivo, mas não é capaz de pensar o que lhe está a acontecer — por isso as palavras de Adriana são necessárias para ele pensar que não tem acesso à experiência de estar vivo”, explica o realizador. “Houve sempre essa ideia abstracta, mas a questão era como fazer um filme que não fosse literário. Que tivesse, através da forma e da matéria, uma presença que nos fizesse viver essa ideia. ”É entre os mortos que o filme gosta de estar, absorvendo a respiração do funcionário público Hugo que é a respiração dos corredores e das salas dos ministérios no Terreiro do Paço, em Lisboa, onde ele trabalha — é aí que A Vida Invisível fixa o espectador, viciando-o nas sombras (a cada regresso ao filme aguçam-se os sentidos, a morbidez, o prazer. ) É ali que Hugo sabe que o seu superior, António (João Perry), está a morrer. Figura tutelar, autoridade paterna, aquilo que os une e como os une está resumido naquela sequência em que António vai descendo escadas em caracol e deixando cair papéis, como se fosse o seu legado, nessa descida atraindo Hugo para a escuridão, como se o quisesse fixar aí, prendendo-o à sua memória. É das coisas mais misteriosas, intensas de A Vida Invisível a forma como cria presenças nos décores, que de coisas mortas passam a coisas habitadas. Vítor Gonçalves não filmava há 27 anos, quando se estreou com Uma Rapariga no Verão, momento também das promessas iniciais de Pedro Costa (O Sangue) ou de Teresa Villaverde (A Idade Maior), filmes em que a infância e a adolescência se confrontavam com o património dos pais, submetendo-se ou libertando-se do fardo, em qualquer dos casos não escapando às figuras tutelares — ao desejo delas. Quase três décadas depois, período em que esteve afastado da realização, Vítor Gonçalves filma como se tivesse deixado o plateau apenas na véspera. Essa sensação invadiu-o e ele só consegue explicá-la, como aliás faz em relação ao seu retiro, com recurso ao mistério ou a um desígnio fantástico — certamente A Vida Invisível e a personagem de Hugo falam disso. E é como se, 27 anos depois, Uma Rapariga no Verão (filme que Gonçalves realizou aos 35 anos e que se foi cobrindo de culto a cada exibição na Cinemateca e que só agora se estreia no circuito comercial — ver texto nestas páginas) continuasse a falar-nos (fechado no seu mistério, coisa que não é totalmente explicável por ter permanecido invisível) e mantivesse diálogo com A Vida Invisível, filme que Gonçalves realiza aos 62 anos. Também ali havia alguém, uma rapariga, a estrebuchar perante o património de quimeras dos “pais”, qualquer coisa de monstruoso que ameaçava sufocá-la. E também ali havia um pedaço de fantástico, e de loucura e de febre, numa personagem de João Perry, alguém engolido pelas fantasias coloniais do pai, não lhe restando se não a loucura — e uma pantera enjaulada, porque está em Uma Rapariga no Verão um pedaço de Jacques Tourneur e, já agora, está também uma delírio pós-colonial muitos anos antes do Tabu de Miguel Gomes. “Estive anos sem ver Uma Rapariga no Verão. Mas não me afastei emocionalmente desse filme. Quando o voltei a ver, senti que continuava a ter acesso ao seu universo emocional e quando rodava A Vida Invisível senti que havia uma espécie de sombra de Uma Rapariga no Verão”, diz o cineasta. Para viver essa alegriaO que é que lhe aconteceu em quase três décadas? É uma pergunta tão despudorada, e tão condenada a ficar sem respostas, como aquela que quiser detectar o que se passa na cabeça da personagem de Hugo durante o seu percurso das sombras para a luz — o que sabemos é que no final Hugo, visivelmente, se move. “Comecei por estudar Engenharia Civil no Instituto Superior Técnico”, começa por contar Vítor Gonçalves, como se estivesse a tactear no escuro a sua presença. “No final do curso fiz uma ruptura — fui para o cinema. ” Corria o ano de 1975. “A engenharia era um território de razão, de previsibilidade, e a ruptura correspondeu a um desejo de viver uma criatividade ligada à emoção. Que fosse capaz de me colocar em contacto com outras pessoas de outra maneira. ” De viver o cinema em conjunto. Em 1983 é co-fundador da Trópico Filmes, empresa que produz Uma Rapariga no Verão (1986), O Sangue, de Pedro Costa (1987) e A Nuvem, de Ana Luísa Guimarães (1992). O sonho viria a desvanecer-se no contacto com a realidade, tal como uma juvenil euforia que no final dos anos 80 tomou conta de muitos espectadores em relação ao “seu” cinema. “A dimensão solitária de cada um de nós entrou sempre em tensão” com o projecto de grupo. “Muito depressa a solidão de cada um tornou evidente que tínhamos de nos separar”. Isso não explica, assegura, o que se iria passar a seguir. “Tive um recuo interior em relação à criatividade. E em relação às pessoas — isolamento e afastamento dos outros. Mas tive sempre a sensação muito forte de me manter ligado ao cinema, que nunca deixou de ser o centro da minha vida. ” Nomeadamente integrando o corpo docente da Escola Superior de Teatro e Cinema, onde lecciona na área de realização e onde foi pensando o cinema em conjunto com os alunos. Mas a verdade é que desapareceu. E que deixou como vestígio um filme tão frágil e simultaneamente tão gratínico. Porque é que regressou? “Não consigo explicar racionalmente. É como se fosse um movimento oposto. Voltei a aproximar-me da sala de montagem e a estar próximo de uma câmara de filmar. E, com isso, a ideia de voltar a fazer um filme. Aquela sensação de ter filmado na véspera. . . foi uma sensação tão forte, foi como se não tivesse vivido aqueles 30 anos quando voltei ao plateau para filmar o primeiro plano de A Vida Invisível. Como se não tivesse a percepção do tempo, de há quanto tempo não reenquadrava um plano. Sinto uma alegria profunda quando encontro o plano e o plano me transforma emocionalmente. Como se através do plano houvesse uma metamorfose da evidência daquele real, que me traz uma realidade que eu ainda não tinha visto. O cinema, filmar, é importante para mim, para viver essa alegria. ” Rejubilemos: Vítor Gonçalves moveu-se no plano.
REFERÊNCIAS:
Ossos de antiga prisão de Évora dão voz às vítimas da Inquisição
Atiraram-nos para o lixo, sem qualquer respeito pelos corpos já sem vida. É o que contam os esqueletos de homens e mulheres presos pelo Tribunal do Santo Ofício de Évora. Tinham problemas nos dentes e nas articulações – mas a tortura a que eram submetidos não ficou registada no esqueleto. (...)

Ossos de antiga prisão de Évora dão voz às vítimas da Inquisição
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.1
DATA: 2015-09-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Atiraram-nos para o lixo, sem qualquer respeito pelos corpos já sem vida. É o que contam os esqueletos de homens e mulheres presos pelo Tribunal do Santo Ofício de Évora. Tinham problemas nos dentes e nas articulações – mas a tortura a que eram submetidos não ficou registada no esqueleto.
TEXTO: O castigo era das almas, mas os corpos foram abandonados sem direito a cerimónias fúnebres ou compaixão de últimos instantes. Nos 20 metros quadrados do “quintal da limpeza dos cárceres”, a lixeira da prisão do Tribunal da Inquisição de Évora, 12 esqueletos e 980 ossos desarticulados são hoje a memória última que sobejou da vida de homens e mulheres perseguidos pelo Santo Ofício. Uma equipa de investigadores foi analisar essas ossadas, que datam dos séculos XVI e XVII, e recuperar os respectivos processos acusatórios e determinou que as vítimas terão sido acusadas de “judaísmo”, “heresia” e “apostasia”. Os restos mortais foram encontrados por acaso, entre 2007 e 2008, durante as intervenções arqueológicas desenvolvidas para a recuperação do antigo Tribunal da Inquisição, edifício que hoje pertence à Fundação Eugénio de Almeida. Ao lado, o templo romano do século I d. C. ergue-se como símbolo da liberdade que teima em persistir. A empresa Crivarque Arqueologia e a Universidade de Évora foram responsáveis pelas escavações no “quintal da limpeza dos cárceres”, onde se encontravam dispersos, entre lixo doméstico, ossos que pertenceram a pelo menos 16 pessoas. Entre 2012 e 2013, o material osteológico foi estudado pela equipa de cientistas do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde da Universidade de Coimbra e do Departamento de Biologia da Universidade de Évora, que publicou os resultados em Julho deste ano na revista Journal of Anthropological Archaeology. “Encontrámos ossos de pelo menos 16 indivíduos [distinguidos pelo osso do fémur esquerdo]. Pelos relatórios arqueológicos de campo, sabemos que mais alguns esqueletos ficaram no local, porque a área onde se encontravam não iria ser afectada pelas obras”, diz Bruno M. Magalhães, da Universidade de Coimbra. A área escavada constitui apenas 11, 5% do total do quintal, motivo que leva os investigadores a pensar ser possível encontrar mais restos mortais na área não explorada. “Uma vez que se escavou uma área pequena, é previsível que mais algumas dezenas de indivíduos falecidos nos cárceres de Évora tenham sido atirados para aquela lixeira. ”O que fez os investigadores concluírem que os corpos teriam sido para ali atirados foi a posição em que se encontravam. A disposição dos esqueletos era variável, o que revelou a ausência de cerimónia fúnebre. Uns estavam de barriga para baixo, outros de lado e outros virados para cima; nenhum apresentava qualquer orientação da cabeça relativamente aos pontos cardeais. Além disso, a sua posição face à camada de terra indicava que os corpos não teriam sido sepultados. “Dos 12 esqueletos recuperados sabemos que um elemento comum a quase todos é que não foi aberta sepultura para a sua colocação. Foram apenas descartados, atirados para aquele local”, diz Bruno Magalhães. “Se eram tapados ou não, não temos dados que nos digam isso, mas penso que seriam, principalmente pelos maus cheiros que existiram no local. Pelo menos uma pequena quantidade de terra seria colocada. ”Depois de analisarem fotografias do local tiradas durante as escavações – nas quais participou ainda Teresa Matos Fernandes, das universidades de Coimbra e Évora, e uma das autoras do segundo estudo –, os cientistas foram traçar o perfil biológico de cada um dos indivíduos encontrados. Os esqueletos pertenciam a 12 adultos, três homens e nove mulheres. E o que contam os ossos sobre os indivíduos e a vida na prisão? “Sobre as condições de vida no cárcere os ossos não contam muito. Sabemos que aqueles indivíduos morreram no cárcere, mas nem todas as doenças deixam provas nos ossos. E também não encontramos provas de torturas, como, por exemplo, membros superiores ou inferiores partidos”, diz Bruno Magalhães. “Provavelmente, se o local fosse todo escavado, teríamos outro tipo de provas. Essencialmente, as provas que temos indicam patologia oral, patologia degenerativa articular e não articular, vertebral, alguma patologia infecciosa e traumática, mas que não parecem estar associadas a tortura. ”Notícias do padre António VieiraMas neste caso a literatura veio preencher as lacunas no que a biologia não pôde contar. Nas Notícias Recônditas do Modo de Proceder a Inquisição de Portugal com os Seus Presos, publicadas em 1821, o padre António Vieira ilustra as condições em que eram mantidos os presos no cárcere de Évora, enquanto aguardavam julgamento. “Nestes cárceres estão de ordinário quatro, e cinco homens; e às vezes mais, conforme o número de presos que há; e a cada um se lhe dá seu cântaro de água para oito dias (e se acaba antes, tem paciência) e outro mais para a urina, com um serviço para as necessidades, que também aos oito dias se despejam: e, sendo tantos os em que conservam aquela imundícia, é incrível o que nele padecem estes miseráveis, e no Verão são tantos os bichos, que andam os cárceres cheios, e os fedores tão excessivos, que é benefício de Deus sair dali homem vivo. E bem mostram os rostos de todos, quando saem nos Actos, o tratamento que lá tiveram, pois vêm em estado que ninguém os conhece. ”
REFERÊNCIAS:
Religiões Judaísmo
Corbyn divide Labour com escolha de aliado para número dois da sua equipa
Novo líder diz que "governo-sombra" é inclusivo, mas a nomeação de McDonnell, o futuro do Reino Unido na UE e poucas mulheres em cargos-chave geram polémica. (...)

Corbyn divide Labour com escolha de aliado para número dois da sua equipa
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-09-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Novo líder diz que "governo-sombra" é inclusivo, mas a nomeação de McDonnell, o futuro do Reino Unido na UE e poucas mulheres em cargos-chave geram polémica.
TEXTO: Jeremy Corbyn concluiu a primeira tarefa à frente do Partido Trabalhista britânico com a nomeação do “governo-sombra”, uma equipa que diz ser “unificadora, dinâmica e inclusiva”. Mas as primeiras brechas surgiram com a nomeação do porta-voz para as Finanças – John McDonnell, deputado tão à esquerda como o novo líder que admite “não ser muito bom” a fomentar consensos. Os primeiros dias de Corbyn à frente dos trabalhistas provam que a crispação veio para ficar: O novo líder mostra-se agastado com a animosidade da imprensa e o assédio dos jornalistas; os conservadores insistem que o Labour passou a ser “uma ameaça à segurança nacional e à segurança económica” do país; e os deputados da ala mais centrista saem de cena mas não sem antes criticarem Corbyn. O clima não promete desanuviar com a chegada ao Parlamento da polémica lei dos sindicatos, um diploma que a oposição diz ser um ataque sem precedentes ao direito à greve e que, entre outras propostas, define que uma paralisação só pode ser convocada se mais de 50% dos trabalhadores sindicalizados participarem na votação prévia. Corbyn, que nesta segunda-feira se sentou pela primeira vez na bancada da frente da oposição em Westminster, e as centrais sindicais prometem bater-se com todas as armas contra “este novo ataque aos trabalhadores”, abrindo a perspectiva de um confronto que evoca a luta dos sindicatos contra o Governo de Margaret Thatcher. Mas, para já, é ainda nos estilhaços da eleição de Corbyn que as atenções estão centradas, numa tentativa para perceber se conseguirá unir o partido ao ponto de calar, pelo menos no curto prazo, os que lhe pressagiam uma liderança breve. As nomeações para o “governo-sombra” – o grupo de deputados que repartem a resposta aos ministros nas várias áreas da governação – foram feitas a conta-gotas, mas depressa se percebeu que eram raros os que iam transitar da equipa de Ed Miliband. E dos três adversários na corrida à liderança só Andy Burnham aceitou o convite de Corbyn, assumindo a pasta do Interior. O novo líder foi também criticado por ter escolhido apenas homens para os cargos mais importantes, apesar de 16 dos 31 porta-vozes serem mulheres e de Angela Eagle acumular a pasta do Comércio com a responsabilidade de substituir Corbyn no debate semanal. A polémica maior surgiu, porém, com a confirmação de que será McDonnell, que foi seu chefe de campanha, a conduzir a política económica do Labour. Socialista como o novo líder, o novo porta-voz para as Finanças vai ainda mais longe nas suas propostas, ao defender a nacionalização da banca ou o fim da autonomia do Banco de Inglaterra para definir a política monetária. Ideias que prometem deixar lívida a City e, temem os centristas, remetem o Labour para o estatuto de partido de protesto. A escolha de McDonnell foi vista como “uma declaração de guerra” às outras alas do partido, escreveu a editora de política da BBC, Laura Kuenssberg, adiantando que a sua entrada na equipa foi a principal razão pela qual outros moderados se afastaram. O próprio admitiu que não é figura de consenso quando, num encontro com sindicalistas, elogiou a moderação que Corbyn demonstrou na campanha. “A isso chama-se bondade, significa respeito pelo outro mesmo quando não concordamos. Eu não sou muito bom nisso e é por isso que eu não sou líder do Labour. ”O incómodo estende-se à ala mais à esquerda. O secretário-geral da Unison, uma das centrais sindicais que apoiou Corbyn, admitiu ter reservas sobre a escolha de McDonnell e Hilary Benn, que se mantém como porta-voz para as questões externas, disse apenas “respeitar” a decisão do líder. McDonnell respondeu na mesma moeda. Depois de Benn ter afirmado numa entrevista à BBC que o Labour fará campanha a favor da permanência do Reino Unido na União Europeia, independentemente das circunstâncias em que se realizar, o “número dois” do “governo-sombra” assegurou que os trabalhistas vão reservar a sua posição até perceberem que renegociação o primeiro-ministro, David Cameron, vai conseguir.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens guerra lei ataque mulheres assédio
Kwesi Nyantakyi quer resolver os problemas do futebol com sensualidade
O presidente da federação ganesa quer mulheres bonitas nas bancadas para atrair adeptos aos estádios no campeonato local. (...)

Kwesi Nyantakyi quer resolver os problemas do futebol com sensualidade
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.2
DATA: 2015-09-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: O presidente da federação ganesa quer mulheres bonitas nas bancadas para atrair adeptos aos estádios no campeonato local.
TEXTO: Os estádios podem não ser confortáveis, o futebol pode andar longe de ser brilhante mas, para o presidente da Federação ganesa de futebol (GFA), o principal problema do campeonato nacional, que explica a falta de adeptos nos estádios, é bem mais simples: não há mulheres sensuais nas bancadas. Kwesi Nyantakyi tem o diagnóstico bastante claro. “Tenho dito isto vezes sem conta. . . Temos de levar mulheres sensuais para os estádios, porque os homens segui-las-ão prontamente para os recintos e vamos ter maiores assistências”, apontou à rádio local Montie FM o líder do futebol ganês. Nyantakyi dirige a GFA desde Dezembro de 2005 e a sua ficha na Wikipédia identifica-o, com porventura demasiada honestidade (e pouca credibilidade), como “pugilista, advogado e ditador do futebol ganês”. Em Agosto foi reeleito para novo mandato e não tardou a desenvolver a sua mais recente ideia: “Lembro-me de um jogo para o qual levámos algumas raparigas bonitas, com umas calças boas, e enquanto elas passeavam pelo estádio havia histeria nas bancadas. Temos de tentar usar estes truques para aumentar as assistências nos estádios. A maioria dos homens, quando sabe que vão estar mulheres bonitas no estádio, vai lá de propósito para admirá-las. ”Este tipo de opinião aproxima Kwesi Nyantakyi das mais altas esferas do futebol mundial. Afinal, o próprio presidente (agora demissionário) da FIFA, Joseph Blatter, sugeriu que o futebol feminino podia tornar-se mais popular se as jogadoras usassem equipamentos diferentes: “Podiam usar roupas mais femininas, como acontece no voleibol. Por exemplo, calções mais justos. As jogadoras são bonitas, se permitem que o diga”. Não será por acaso que o nome do líder da Federação ganesa foi apontado como um bom candidato à sucessão de Blatter. “É competente, um dos melhores do nosso continente. Acredito que nos deixaria a todos orgulhosos como presidente da FIFA”, disse, no mês passado, o presidente da Federação liberiana, Musa Bility. Kwesi Nyantakyi pode não ser consensual, mas a sua influência no futebol ganês é indiscutível. A selecção qualificou-se para o primeiro Mundial da sua história, o de 2006, já com ele na liderança da Federação, e repetiu a presença em 2010 e 2014. A ida ao Brasil acabou por não correr muito bem, dentro e fora das quatro linhas. A equipa foi eliminada na fase de grupos e foi denunciado publicamente o desvio das verbas destinadas à preparação. “Peço desculpa ao país, mas vamos esquecer o passado”, afirmaria Nyantakyi perante a comissão presidencial de inquérito ao caso. * Planisférico é uma rubrica semanal sobre histórias de futebol e campeonatos periféricos
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Palavras-chave homens mulheres
“Não será um Dakar em saldo”
Prova rainha do todo-o-terreno disputar-se-á na Argentina e na Bolívia. (...)

“Não será um Dakar em saldo”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-11-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Prova rainha do todo-o-terreno disputar-se-á na Argentina e na Bolívia.
TEXTO: O Rali Dakar de 2016 vai disputar-se apenas na Argentina e na Bolívia, após as desistências de Chile e Peru, mas, de acordo com o director da prova rainha de todo-o-terreno, com um percurso mais duro do que o programado originalmente. “Este Dakar será talvez mais duro do que o que estava inicialmente previsto. A corrida vai surpreender aqueles que pensam que conhecem bem estes territórios”, observou Etienne Lavigne, durante a conferência de imprensa de apresentação da próxima edição do Dakar, em Paris. A oitava edição da prova em solo sul-americano parte de Buenos Aires, a 2 de Janeiro, percorrendo um total de 9. 300 quilómetros – dos quais 4. 700 a 4. 800 cronometrados -, até à chegada, a Rosario, também na Argentina, no dia 16, mas sem passagem por alguns locais emblemáticos, no Chile e no Peru. O Chile foi o primeiro a abdicar da prova, em consequência das inundações que provocaram grandes danos no norte do país, mas o Peru, que voltaria a receber o Dakar após dois anos de ausência, desistiu pouco depois, para se concentrar na contenção das consequências do fenómeno climatérico El Niño. “Fomos sempre capazes de encontrar um final positivo a estas perturbações extra-desportivas”, disse Lavigne. “Teremos um verdadeiro Dakar, não será um Dakar em saldo”. O Dakar de 2016 visitará pela terceira vez a Bolívia, onde a caravana terá de passar pelo salar de Uyuni, o maior deserto de sal do mundo, a mais de 3. 500 metros de altitude, na mais extensa etapa da competição, com perto de 550 quilómetros. A Argentina, o único país que marcou presença em todas as oito edições, será ainda dominadora em 2016, recebendo o prólogo, o dia de descanso, a 10 de Janeiro, em Salta, e falhando apenas uma etapa na sua totalidade, a sexta, precisamente, no salar de Uyuni. Uma das atracções do Dakar de 2016 será a presença do piloto francês Sébastien Loeb, detentor de nove títulos mundiais de ralis, que se estreia na prova rainha de todo o terreno ao volante de um buggy Peugeot, que regressou em 2015, após 25 anos de ausência. A marca francesa está determinada em assumir o comando das operações, apostando num trio de pilotos que acumulam 17 vitórias: os franceses Stéphane Peterhansel (cinco em automóveis e seis em motos) e Cyril Despres (cinco em motos) e o espanhol Carlos Sainz (uma em automóveis). “Loeb vai conhecer um universo novo, tanto a nível de duração das etapas, como de competir em altitude. Será um prazer ir seguindo as suas descobertas”, assinalou Lavigne. Na categoria de motos não haverá nenhum antigo campeão à partida, sendo o português Paulo Gonçalves, 2. º em 2015, um dos mais fortes candidatos a suceder ao espanhol Marc Coma, vencedor das duas últimas edições, que terminou a carreira. com Lusa
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Palavras-chave rainha
Joni Mitchell não está em coma mas continua internada
Surgiram rumores de que a cantora e compositora canadiana estaria em coma. Site oficial de Joni Mitchell ja desmentiu. (...)

Joni Mitchell não está em coma mas continua internada
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento -0.1
DATA: 2015-04-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Surgiram rumores de que a cantora e compositora canadiana estaria em coma. Site oficial de Joni Mitchell ja desmentiu.
TEXTO: Nesta terça-feira surgiram rumores de que a cantora e compositora canadiana de 71 anos estaria em coma mas o site oficial de Joni Mitchell desmentiu essa informação. Mitchell, que no final do mês de Março foi encontrada inconsciente em sua casa em Los Angeles, continua internada num hospital da zona. Está alerta e os médicos esperam uma recuperação total. Os rumores de que estaria em coma surgiram depois de o site de celebridades TMZ ter divulgado uns documentos que a amiga de longa data da cantora, Leslie Morris, preencheu no hospital, responsabilizando-se por Mitchell e por todos os seus assuntos. Numa das alíneas destes papéis, ler-se-á que a canadiana está “em coma sem responder a nada” e por isso não pode tomar quaisquer decisões, sendo por isso necessário um tutor legal. No entanto, num breve comunicado publicado no site oficial de Joni Mitchell, que tem feito algumas actualizações sobre o seu estado de saúde, a informação não corresponderá à realidade. “A Joni não está em coma. A Joni continua no hospital – mas compreende, está alerta, e tem todos os sentidos. Uma recuperação total é esperada”, lê-se na declaração que explica ainda que o documento obtido pelo TMZ dá a Leslie Morris, amiga da autora de Big Yellow Taxi há mais de 44 anos, “a autoridade de tomar decisões de cuidados de saúde” assim que Joni Mitchell sair do hospital. “A Joni é uma mulher forte e não está nem perto de desistir de lutar”, continua o comunicado. Até hoje não se sabe ao certo o que aconteceu a uma das mais importantes cantoras e compositoras da música popular contemporânea. Foi encontrada inconsciente em casa a 31 de Março e está desde então internada na unidade de cuidados intensivos de um hospital da zona de Los Angeles. Em Dezembro, numa entrevista à Billboard, a vencedora de oito Grammys revelou sofrer de uma doença rara de pele, conhecida como "síndrome de Morgellons". “É uma doença estranha e incurável que parece vir de outro planeta. Fibras de diferentes cores são expelidas pela minha pele como cogumelos depois de uma chuvada", dizia então a cantora, admitindo que continuar na música seria difícil tendo em conta a sua condição, queixando-se ainda da falta de conhecimento geral em relação à doença. “Na América, os médicos mandam-nos para um psiquiatra. ”Nascida em 1943 em Fort Macleod, no Canadá, é uma das mais influentes cantoras e compositoras da actualidade. A sua música inspirou inúmeras versões e alguns tributos, como aquele que aconteceu em 2013, em Lisboa, quando no Misty Fest Amélia Muge, Aline Frazão, Ana Bacalhau, Cati Freitas, Fábia Rebordão, Luísa Sobral, Mafalda Veiga, Manuela Azevedo, Márcia e Sara Tavares homenagearam Joni Mitchell num concerto especial – Joining Mitchell. No ano passado, a canadiana, que entrou para o Rock and Roll Hall of Fame em 1997, editou uma caixa de quatro discos que percorrem a sua carreira, Love Has Many Faces: A Quartet, A Ballet, Waiting to Be Danced. Shine, de 2007, é o seu último disco de originais.
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Partidos BE
Holanda proíbe o véu integral
A ideia é interditar o uso da burqa e do niqab nos edifícios e transportes públicos. Na rua não será proibido. Medida diz respeito a 500 mulheres, no máximo. (...)

Holanda proíbe o véu integral
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.35
DATA: 2015-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: A ideia é interditar o uso da burqa e do niqab nos edifícios e transportes públicos. Na rua não será proibido. Medida diz respeito a 500 mulheres, no máximo.
TEXTO: O Governo holandês decidiu proibir o uso do véu integral em lugares públicos. Serão proibidos tanto a burqa, que tapa até os olhos com uma rede, e o niqab, que oculta todo o corpo e a cabeça, mas deixa os olhos de fora. A desobediência à lei será punida com uma multa que pode ir até 405 euros. Os locais em que será proibido o véu integral são escolas, hospitais, edifícios do Governo e transportes públicos, diz a AFP, citando um comunicado do Ministério do Interior. Na rua não haverá problema em andar com o rosto tapado, de acordo com este projecto de lei, que terá ainda de ser aprovado pelo Parlamento. “Não há nenhuma raiz religiosa nesta lei”, garantiu o primeiro-ministro Mark Rutte. Em causa estão apenas questões de segurança. “O Governo procurou o melhor equilíbrio entre a liberdade das pessoas em vestir-se como desejam e a importância de uma comunicação mútua e em que há identificação”, afirmou o governante. O primeiro Governo de Mark Rutte (2010-2012), apoiado no Parlamento pelo partido do político anti-islão Geert Wilders, já tinha tentado adoptar uma lei semelhante, mas nunca foi aplicada, após a queda do seu Executivo. Agora governa à frente de uma coligação de liberais e trabalhistas e os dois partidos acordaram em fazer uma nova lei, que não proíbe o véu integral na via pública, mas sim nos edifícios públicos. Na prática, esta legislação dirá respeito a muito poucas pessoas — segundo a emissora estatal, NOS, apenas 100 a 500 mulheres usam na Holanda o véu integral, e a maior parte delas apenas ocasionalmente. O número é avançado pela antropóloga Annelies Moors, da Universidade de Amsterdão, que acusa o Governo de “praticar uma política de símbolos”. O Governo anunciou que vai submeter o diploma legal à avaliação do Tribunal Constitucional, além de ser discutido no Parlamento. Em Julho do ano passado, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem validou a interdição do uso do véu islâmico integral em França, considerando que esta proibição não infringia a liberdade religiosa. A Bélgica e algumas regiões suíças também não autorizam o uso do véu integral.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos lei tribunal homem mulheres corpo