A ascensão e queda de Harvey Weinstein, em quatro actos
Detido e formalmente acusado de violação e abuso sexual, este foi em tempos um dos mais poderosos nomes de Hollywood. (...)

A ascensão e queda de Harvey Weinstein, em quatro actos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Detido e formalmente acusado de violação e abuso sexual, este foi em tempos um dos mais poderosos nomes de Hollywood.
TEXTO: A saga Harvey Weinstein ajudou a iniciar um debate nacional nos EUA sobre poder e género e monopolizou manchetes durante muitos meses. A perspectiva da sua prisão representa uma espantosa queda de um dos mais poderosos produtores de Hollywood. Segue-se um breve olhar sobre a vida e a volátil carreira de Weinstein. Em 1979, Bob e Harvey Weinstein fundaram a Miramax, que ajudou a trazer o cinema de autor para o mainstream. A produtora afirmou-se no final dos anos 80 com três êxitos: Sexo, Mentiras e Vídeo, de Steve Soderbergh, O Meu Pé Esquerdo, de Jim Sheridan, que deu um Óscar a Daniel Day-Lewis, e Cinema Paraíso, de Giuseppe Tornatore, que obteve o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. A Disney comprou o estúdio em 1993 por um valor situado entre os 60 milhões e os 80 milhões de dólares, dando-lhe uma injecção de capital e o apoio de uma poderosa companhia multinacional. A Miramax continuou na senda do sucesso, financiando Pulp Fiction, o êxito de Quentin Tarantino de 1994, que se revelou um dos filmes mais influentes da década. O filme, feito com um orçamento de 8, 5 milhões de dólares, acabou por lucrar mais de 200 milhões de dólares a nível mundial. Ao longo de um período de 11 anos, de 1992 a 2003, a Miramax Films teve sempre pelo menos um filme seu nomeado para os Óscares todos os anos, ganhando o prémio de Melhor Filme para vários deles, como sejam O Paciente Inglês (1996), A Paixão de Shakespeare (1998) e Chicago (2002). Outros filmes aplaudidos provenientes da Miramax foram O Bom Rebelde (1997) e Regras da Casa (1999) e êxitos como Gritos (1996) e Jackie Brown (1997). A Miramax ficou conhecida por “perseguir Óscares com uma persistência – e um orçamento – nunca antes visto na indústria cinematográfica”, escreveu o The Washington Post em 2008. Mas os irmãos Weinstein também ficaram conhecidos por uma forma impiedosa de abordar os negócios. “A Miramax funcionava na base do medo. Eles intimidam, eles gritam imenso, eles espumam pela boca”, declarou à revista Vanity Fair Stuart Burkin, que entrou para a empresa em 1991. Mesmo quando dominava Hollywood, de acordo com o que escreve o The New York Times, já Harvey Weinstein era acusado de assédio sexual continuado. A actriz Ashley Judd disse que quando, em 1997, estava a filmar Kiss the Girls ele a atraiu para o quarto de hotel dele para uma “reunião”, e tentou forçá-la a fazer-lhe uma massagem ou a vê-lo a tomar um duche. Ao longo da década de 90, escreveu o The New York Times, ele assinou acordos extrajudiciais com várias mulheres, incluindo uma jovem assistente em Nova Iorque em 1990, a actriz Rose MacGowan em 1997 e uma outra assistente em Londres em 1998. A situação de Weinstein a nível profissional piorou na primeira década do século. A Disney separou-se dos Weinsteins em 2005, após desentendimentos sobre o cada vez maior orçamento dos filmes e o nível de autonomia do estúdio. Nesse mesmo ano Harvey e Bob fundaram uma nova produtora independente, a Weinstein Co. , mas parecia que Harvey tinha perdido parte da sua magia. Entre 2005 e 2009, a Weinstein Co. estreou cerca de 70 filmes, muitos dos quais ninguém quis ver. Os fiascos incluíam o filme Pecado Capital, de 2005, com os actores Clive Owen e Jennifer Aniston, que os críticos ridicularizaram como sendo “um pedaço de lixo polido e muitas vezes ridículo” e “risível”. Ao longo desse período, Weinstein também se abalançou a outras áreas, adquirindo parte da marca de roupa Halston, parte da cadeia de televisão por cabo Ovation, e o site social A Small World. “Quando lá cheguei, em 2008, a atenção já não estava nos filmes”, disse à Vanity Fair David Glasser, presidente da Weinstein Co. “O Harvey estava focado na Internet e na moda e no panorama dos media a nível global. ”Para complicar ainda mais as coisas, em 2008 a NBC Universal processou a Weinstein Co. por esta ter assinado um contrato destinado a levar o reality show Project Runway do canal Bravo para o Lifetime. A Weinstein Co. acabou por resolver o assunto fora dos tribunais, assinando um acordo com a NBC Universal por valores que não foram divulgados. O ressurgimento profissional de Harvey Weinstein aconteceu por volta de 2011. O Discurso do Rei, com Colin Firth no protagonista, foi nomeado para 12 Óscares, arrecadando a estatueta para o Melhor Filme. Os críticos desfizeram-se em louvores, apelidando Weinstein como “o regressado”. No ano seguinte, Weinstein arrasou nos Globos de Ouro, com A Dama de Ferro, A Minha Semana com Marilyn e O Artista, que acabaria por vencer na categoria de Melhor Filme nos Óscares. Meryl Streep homenageou-o na cerimónia dos Globos de Ouro, chamando-lhe “Deus”. Como escreveu o blogue Gawker, Weinstein tinha “renascido do túmulo para se banquetear com os ossos dos seus inimigos”. Nesse ano, foi nomeado pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do Mundo. Weinstein basicamente desapareceu da vida pública depois de as reportagens do The New York Times e da New Yorker terem divulgado décadas de acusações de assédio sexual e agressão contra ele. E mais acusações continuaram a surgir. Weinstein emitiu uma longa declaração em que pedia “uma segunda oportunidade”, e terá dado entrada numa clínica de reabilitação para viciados em sexo no estado do Arizona. Mas isto não teve grande impacto, e a antipatia face à sua pessoa continuou a aumentar. Mais de 40 mulheres acusaram publicamente o produtor de comportamento desapropriado, incluindo Lupita Nyong’o e Gwyneth Paltrow. A nível nacional, a publicação destas acusações ajudou a iniciar um debate acerca de maus comportamentos sexuais no local de trabalho que levou a que pessoas em posições elevadas, na maioria homens, tenham anunciado a sua demissão. Depois de, em Outubro de 2017, se ter demitido do conselho de administração da Weinstein Co. , tudo começou a descambar. Apenas três dos membros da administração não se demitiram, e apesar de o irmão, Bob Weinstein, também dono de parte da empresa, ter inicialmente afastado rumores de uma possível venda, rapidamente surgiram informações que indicavam que a companhia tinha efectivamente iniciado negociações com vista à sua alienação. Em Fevereiro deste ano, o antigo procurador-geral do estado de Nova Iorque, Eric Schneiderman, processou a empresa em representação dos seus empregados, acusando Weinstein de repetidamente assediar sexualmente, intimidar e diminuir empregadas e de criar um ambiente de trabalho hostil. Schneiderman foi também encarregado pelo governador Andrew Cuomo de investigar de que forma o procurador de Manhattan, Cyrus Vance Jr. , tinha abordado uma queixa de ataque sexual contra Weinstein. Mas uma notícia da New Yorker que detalhava acusações de abuso contra Schneiderman levou, no início deste mês, à sua repentina demissão. Em Março, a Weinstein Co. apresentou falência, o que libertou os que acusavam Weinstein dos seus acordos de não-divulgação. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Neste mês, Ashley Judd, uma das mulheres que acusam Weinstein, avançou com um processo contra Weinstein no Supremo Tribunal de Los Angeles, alegando que “ele arruinou uma incrível oportunidade profissional de Ms. Judd” ao denegri-la junto dos produtores da trilogia O Senhor dos Anéis. Isto aconteceu depois de Judd se ter recusado a vê-lo a tomar duche ou a fazer-lhe uma massagem no quarto de hotel dele “no final de 1996 ou início de 1997”, alega-se no processo. Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post. Tradução de Eurico Monchique
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Os corações da França
A I Guerra vista a partir das mulheres que ficaram, que asseguraram a continuação da economia familiar. (...)

Os corações da França
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: A I Guerra vista a partir das mulheres que ficaram, que asseguraram a continuação da economia familiar.
TEXTO: Um estranho filme, a viver num desequilíbrio permanente em que o “conseguido” e o “falhado”, as ideias boas e as ideias que nem por isso, parecem coexistir de forma que se diria harmoniosa se isso não parece um paradoxo. Mas, também por causa disso, interessante, e sobretudo difícil de arrumar duma penada. Realização: Xavier Beauvois Actor(es): Nathalie Baye, Laura Smet, Iris Bry, Cyril DescoursSubscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Vale a pena aproveitar os acasos da distribuição e aproximá-lo do Frantz de François Ozon. Porque ambos são evocações da I Guerra, numa perspectiva francesa, e porque, como o de Ozon (que se inspirava num filme de Lubitsch de 1931), também o de Beauvois vai buscar uma fonte cronologicamente próxima dos acontecimentos (um romance de Ernest Pérochon publicado em 1924). É a I Guerra dada na “retaguarda”. Há algumas cenas nas trincheiras, mas no essencial está-se na quinta dominada pelas mulheres protagonistas visto que os homens da família vão desaparecendo para as fileiras do exército. Isto proporciona, em primeiro lugar, um olhar algo irónico sobre o bucolismo e as mitologias campestres, tão presentes na pintura francesa daquelas décadas, coisas que Beauvois, pela iluminação ou pelos enquadramentos, está sempre a evocar mesmo sem precisar de citações explícitas. Depois, o lugar das mulheres ali, as mulheres que ficam, as “guardiãs”, que tomam conta da quinta e dos seus afazeres, e que asseguram a continuação da economia familiar. Asseguram ou tentam assegurar mais qualquer coisa, sobretudo a matriarca, Nathalie Baye: a perservação de uma moral social, e de uma moral sexual (a relação com as duas mulheres mais novas, a nora, Laura Smet, e a orfã que é acolhida na quinta, Iris Bry), algo mais complicado de garantir se, estando os filhos ou os maridos longe, se instala nas redondezas um regimento do exército americano. Apesar de ser um nó central da narrativa, esta questão acaba por ser esquemática e previsível. E o que é que fica, então, e tem uma força inesperada e irrecusável? As longas, longuíssimas, cenas, os longuíssimos planos, em que Beauvois mostra estas mulheres no trabalho e nas tarefas diárias, seja nos campos seja dentro de casa, duma forma que faz com que a acção nunca seja “indicativa” e se converta em tudo o que há para ver. É o esforço, o trabalho (e portanto uma certa violência), mas também é o ritual, a garantia de que as coisas se mantêm e continuam, um quotidiano “estruturante”. Esta ambivalência, que no fundo se replica na organização do filme e até na reacção que ele inspira, é algo a que é difícil dizer que não.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens guerra violência social sexual mulheres
Piaf na voz de Viviane: “Arrepio-me a cantar estas canções”
A cantora apresenta em Lisboa, no Teatro da Trindade, um espectáculo só com canções de Édith Piaf, tema do seu último disco. Este sábado, às 21h30. (...)

Piaf na voz de Viviane: “Arrepio-me a cantar estas canções”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: A cantora apresenta em Lisboa, no Teatro da Trindade, um espectáculo só com canções de Édith Piaf, tema do seu último disco. Este sábado, às 21h30.
TEXTO: Ao sexto disco, Viviane decidiu homenagear Édith Piaf. “São umas aspas que eu decidi abrir na minha carreira, porque me apeteceu”, diz a cantora ao PÚBLICO. Nascida em França, em Nice, em 14 de Maio de 1972, e radicada em Portugal desde os 13 anos, foi a voz dos Entre Aspas e desde que iniciou uma carreira a solo já gravou seis discos em nome próprio: Amores Imperfeitos (2005), Viviane (2007), As Pequenas Gavetas do Amor (2011), Dia Novo (2014), Confidências (2015) e Viviane canta Piaf (2017), que apresenta ao vivo em Lisboa, no Teatro da Trindade, este sábado, às 21h30. “Quando era pequenina, em França, ouvia a Édith Piaf como ouvia Juliette Gréco, Aznavour, Ferré, todos os grandes. Ouvia, mas não prestava grande atenção. Só mais tarde é que comecei a ouvi-los com outros ouvidos e a valorizá-los. E foi em Portugal que comecei a cantar algumas canções da Édith Piaf, por brincadeira. ” Isso antes dos Entre Aspas, que ela formou com Tó Viegas em 1990. “Já é uma paixão algo antiga. Porque aquelas canções foram amadurecendo dentro de mim até chegarem a este disco. ”Disco que partiu de um espectáculo no Teatro das Figuras, em Faro. “Fui convidada, em 2016, a fazer três espectáculos diferentes. Fiz um de retrospectiva da minha carreira, outro da minha carreira a solo, e ainda faltava um tema. Como já tinha experimentado fazer canções da Édith Piaf ao vivo, porque não construir um espectáculo e trazer estas canções, que já muita gente deixou de ouvir, para o presente? E funcionou muito bem, encheu o teatro. ” E assim nasceu o disco, lançado em Dezembro de 2017. Escolher as canções obedeceu a um único impulso: “São as canções com que mais me identifico. E quis também mostrar as várias facetas da cantora. Porque há pessoas que só têm na memória as canções mais dramáticas, mas ela era extremamente irreverente. Cantou coisas como Johnny tu n’est pas um ange, que está aí [no disco] ou L’homme à la moto, que é história de um motoqueiro. E eu quis mostrar também esse lado. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Esta identificação com as canções de Piaf tem, para Viviane, vários ângulos. “Há uma empatia: gosto da letra, gosto da música e dá-me gozo interpretar. Estou em palco e arrepio-me a cantar estas canções. Mexem comigo, é muito intenso. Mas também me divirto, ao mesmo tempo. Só se pode cantar estas canções com uma entrega enorme. ”O disco tem dez canções. Além das já citadas Johhny e L’Homme à la moto, há La vie en rose, La foule, Non rien de rien, Comme moi, Padam padam, L’accordéoniste, Les flons flons du bal e, a fechar, L’hymne à l’amour. Mas em palco, nos 90 minutos que dura o espectáculo, ouvem-se outras que não foram gravadas. “Para lá dessas, há canções fantásticas que não pude incluir no disco e estão no espectáculo. Por exemplo : Milord, Sous le ciel de Paris ou Les amants d’un jour. Vai haver uma surpresa, lá pelo meio, e as pessoas ficam emocionadas quando vêem aquele momento especial. ”O espectáculo Viviane Canta Piaf já foi apresentado este ano, entre outras salas, na Casa da Música, no Porto, a 17 de Maio. Com Viviane (voz e flauta), estão em palco Tó Viegas (guitarra acústica e guitarra portuguesa), Filipe Valentim (piano), João Vitorino (guitarra eléctrica), João Gentil (acordeão) e Bruno Vítor (contrabaixo).
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cantora
Harvey Weinstein admitiu ter oferecido empregos em troca de sexo. Ou não?
Suposta confissão do produtor acusado de abuso sexual à revista britânica The Spectator já foi desmentida pelo seu advogado. (...)

Harvey Weinstein admitiu ter oferecido empregos em troca de sexo. Ou não?
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-07-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Suposta confissão do produtor acusado de abuso sexual à revista britânica The Spectator já foi desmentida pelo seu advogado.
TEXTO: “Harvey Weinstein admitiu que tinha trocado papéis em filmes por sexo?” Este foi o título escolhido pelo jornal norte-americano New York Times para relatar a confusão que se instalou após a revista britânica The Spectator ter anunciado na sexta-feira que tinha o exclusivo da primeira entrevista com o produtor de Hollywood, acusado de ter violado e abusado sexualmente de mais de 70 mulheres, três delas já com processos em tribunal contra ele. Harvey Weinstein, o homem no centro do escândalo sexual que iniciou o movimento #MeToo, nega até agora todas as acusações. A entrevista foi dada pelo produtor de cinema ao colunista Taki Theodoracopulos, um amigo de Weinstein, segundo o New York Times. “Você nasceu rico, privilegiado e bem-parecido. Eu nasci pobre, feio, judeu e tive de lutar toda a minha vida para chegar a algum lado. Você teve muitas miúdas, mas nenhuma olhou para mim até eu ser grande em Hollywood. Sim, eu dei-lhes trabalho no cinema em troca de sexo, mas é o que fazia toda a gente e ainda faz. Mas nunca, nenhuma vez, forcei qualquer mulher”, terá afirmado o antigo produtor de 66 anos, citado pela revista. A “surpreendente confissão”, como lhe chama o jornal norte-americano, com Weinstein a admitir explicitamente que trocava trabalho por sexo, foi desmentida horas depois de ter sido publicada pelo advogado do produtor, Benjamin Brafman. O advogado afirma ter estado presente na reunião entre os dois, “um encontro social” e não uma entrevista, e que o produtor foi mal citado. O desmentido veio acompanhado de uma declaração do próprio colunista: “Depois de 41 anos como colunista da Spectactor sem nenhum desmentido, acredito que posso ter interpretado mal a conversa que Weinstein teve comigo em Nova Iorque no mês passado. Foi um erro meu. ” No mesmo depoimento, Taki Theodoracopulos reconhece que o encontro com Weinstein foi “uma visita social” e diz esperar “não ter prejudicado o caso”. O site da revista britânica, como nota o New York Times, continua a manter o artigo em lugar de destaque na edição americana online, sem qualquer correcção.
REFERÊNCIAS:
Étnia Judeu
O sucesso do Tia Isabel explica-se pelos sabores regionais
Cozinha tradicional assente na qualidade do produto, ambiente moderno e confortável e uma história que emula o espírito afoito e determinado das minhotas, “mulheres de grande valor”. (...)

O sucesso do Tia Isabel explica-se pelos sabores regionais
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.3
DATA: 2019-06-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Cozinha tradicional assente na qualidade do produto, ambiente moderno e confortável e uma história que emula o espírito afoito e determinado das minhotas, “mulheres de grande valor”.
TEXTO: Para lá da procura da satisfação e do prazer gastronómico, com um restaurante – como qualquer outro produto – há sempre maior empatia quando ele tem associada uma boa história. No caso do Tia Isabel ainda mais. Por ser minhota e logo lembrar as “mulheres de grande valor” que Zeca Afonso consagra nos versos da sua canção, aquelas que – sendo também “as mais bonitas” – pelo seu estilo afoito, directo e determinado, Miguel Esteves Cardoso escreveu que “deveriam mandar em Portugal”. Pelo menos no que à comida diz respeito, não haveria certamente grandes razões de queixa.
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Palavras-chave mulheres
Reagiu ao assédio sexual e foi repreendida pela chefia. “Isto é um mundo de homens”
Mais de um em cada dez trabalhadores portugueses terão sofrido assédio sexual no local de trabalho. “Estragaram-me a vida toda”, relata uma vítima a quem o processo retirou tranquilidade ao longo de dois anos. “Devia ter-lhe dito, peço desculpa pelo incómodo, pode tirar as mãos das minhas partes íntimas?” (...)

Reagiu ao assédio sexual e foi repreendida pela chefia. “Isto é um mundo de homens”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.5
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Mais de um em cada dez trabalhadores portugueses terão sofrido assédio sexual no local de trabalho. “Estragaram-me a vida toda”, relata uma vítima a quem o processo retirou tranquilidade ao longo de dois anos. “Devia ter-lhe dito, peço desculpa pelo incómodo, pode tirar as mãos das minhas partes íntimas?”
TEXTO: A gota de água aconteceu há precisamente dois anos. O episódio que gerou a queixa de Sónia Mesquita por assédio sexual ocorreu ao fim de meses de insinuações impróprias, feitas por um colega. Trabalhavam na mesma agência bancária, em Tondela, e apesar de não ser a pessoa a quem reportava hierarquicamente, era o responsável pela aprovação de um crédito à habitação que Sónia precisava que fosse revisto depois do divórcio. Ao longo de meses, entre Janeiro e Junho de 2017, sempre que perguntava como estava a análise do seu processo, o homem dava-lhe respostas como: “Já sabes o que tens de fazer. ” Um dia, quando Sónia se deslocou à zona de refeições para encher uma garrafa de água, o gerente seguiu-a, agarrou-a por trás, apalpou-a na zona genital e disse-lhe: “Tenho aqui um preservativo no bolso. Vamos lá?”
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homem sexual assédio divórcio
Estarei condenado a engordar se deixar de fumar?
O medo de ganhar peso é a principal razão pela qual os fumadores adiam a cessação tabágica ou têm uma recaída após terem deixado de fumar, sendo este padrão mais observado nas mulheres fumadoras. (...)

Estarei condenado a engordar se deixar de fumar?
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: O medo de ganhar peso é a principal razão pela qual os fumadores adiam a cessação tabágica ou têm uma recaída após terem deixado de fumar, sendo este padrão mais observado nas mulheres fumadoras.
TEXTO: Não está obrigatoriamente condenado, mas a probabilidade de aumentar de peso é grande. A boa notícia é que, mesmo que aumente de peso, os benefícios da cessação tabágica superam os efeitos negativos desses potenciais quilos a mais, pois o risco de mortalidade é maior em fumadores com o peso normal do que em ex-fumadores com excesso de peso ou obesidade. É muito importante referir este ponto, pois o medo do ganho de peso é a principal razão pela qual os fumadores adiam a cessação tabágica ou têm uma recaída após terem deixado de fumar, sendo este padrão mais observado nas mulheres fumadoras. Qual pode ser então a dimensão deste “estrago” no peso? Em média, após um ano de cessação tabágica, o peso pode aumentar 4 a 5kg, sendo este aumento mais pronunciado nos três primeiros meses. Claro que, como em todos os processos de aumento ou perda de peso, cada caso é um caso e, mesmo nos casos de cessação tabágica analisados na meta-análise acima citada, 13% das pessoas até perderam peso, sendo que outros 13% também ganharam mais de 10kg (sendo este o grupo que merece mais preocupação por parte dos profissionais de saúde). Estes números são facilmente explicados quer pelo carácter supressor do apetite que a nicotina possui (e que é amplificado pela cafeína) quer pelo aumento do metabolismo que também está associado ao seu consumo. Além disso, a ausência da nicotina reforça a recompensa sensorial da comida, sendo que os snacks ricos em gordura e açúcar partilham com a nicotina a libertação de neurotransmissores associados ao prazer e recompensa, algo que ganha mais importância pelas mudanças positivas no olfacto e paladar que a cessação tabágica proporciona. Para quem fuma, importa talvez começar por melhorar a alimentação ainda antes de tentar deixar de fumar. Os fumadores por norma já comem pior, com menor ingestão de várias vitaminas e minerais, com a agravante de o próprio tabaco já comprometer por si mesmo o nosso estado nutricional. Os nutrientes mais “antioxidantes”, tais como vitamina E, C, betacaroteno, selénio e, indirectamente, o zinco, são mobilizados em maior quantidade nos fumadores, não sendo de estranhar que o seu status no organismo de quem fuma seja menor. Até por isso a recomendação de vitamina C nos fumadores pode ser mais do que três vezes superior (200mg/dia) à dos não-fumadores. Uma vez que ninguém consegue ter uma alimentação perfeita todos os dias, nas situações em que não seja possível ter uma boa ingestão de fruta e legumes (principalmente laranja, quivi, pimento, cenoura, meloa, frutos vermelhos, tomate, brócolos, espinafre) pode ser útil recorrer a um suplemento que não ultrapasse mais do que os 100% da dose diária recomendada destes nutrientes. Dado este primeiro passo de “planeamento nutricional” para a cessação tabágica, é preciso ter alguma calma para não querer tentar mudar tudo de uma vez. Neste processo pode não ser muito inteligente tentar em simultâneo deixar de fumar e emagrecer ou controlar de forma excessiva o peso. Uma restrição calórica excessiva pode reforçar o papel da nicotina como substância aditiva, sendo mais ponderado fazer apenas algumas mudanças na rotina de modo a tentar limitar os danos que podem acontecer ao peso. Que rotinas alimentares se podem modificar para tornar este processo mais suportável?Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Snacks pouco calóricos e mastigáveis para manter as mãos e boca ocupadas, como pastilhas elásticas, gomas, rebuçados ou gelatinas (todos eles possuem hoje versões sem açúcar), tremoços, mirtilos ou outras frutas transportáveis e fáceis de comer sem ter de descascar como maçã, pêra, pêssegos, morangos, (para não falar de cenouras baby ou tomates-cereja, que, em boa verdade, não são a visão óptima e realista de lanche para quem tem uma alimentação de base desequilibrada). Porções individuais de queijo e iogurtes magros bem como os recentes iogurtes hiperproteicos (idealmente os sólidos, de modo a serem mais saciantes) são também boas alternativas. Os frutos gordos, como nozes, amêndoas, avelãs e afins, sendo até excelentes fontes de vitamina E, não são muito aconselháveis pelo elevado teor calórico que possuem. Estabelecer a rotina de ter a garrafa de água sempre presente para que possa beber água sempre que precisa de colocar algo na boca, bem como evitar numa primeira fase o café, bebidas alcoólicas, saídas nocturnas e demais situações em que o hábito do cigarro estivesse instituído, são um conjunto de acções fundamentais para aumentar o sucesso da decisão de parar de fumar. Tentar ter sempre calorias “mastigáveis” nas grandes refeições é igualmente importante. Se beber água ou um refrigerante light em vez de um refrigerante normal ou um copo de vinho, isso já lhe permite comer, por exemplo, mais 100g de arroz/massa/batata no prato ou mais 50g de pão nas entradas. Se evitar o pacotinho de manteiga na entrada ou não molhar o pão no azeite, esse crédito calórico já dá para comer mais “comida a sério” no prato. Em todas as situações pode “entupir-se” de sopa, mesmo que seja fora de casa e leve batata. O potencial saciante que dela advém é fundamental para que possa controlar o peso sem tanta fome. Não é preciso relevar o papel que o exercício físico pode ter, mas à semelhança do que foi falado na alimentação, se é sedentário, querer mudar tudo de uma vez pode não ser indicado. (Mais estratégias podem ser consultadas nas excelentes Linhas de Orientação sobre Cessação Tabágica e Ganho Ponderal da Direcção-Geral da Saúde)Deixar de fumar é uma decisão demasiado importante na saúde de alguém para ser adiada com medo do aumento de peso. Controlar as expectativas e aceitar que o peso pode aumentar, controlando ao máximo esse aumento (pesar-se com regularidade pode ajudar), e pensando que esse peso pode ser recuperado mais à frente, é um começo. Procurar uma consulta multidisciplinar de cessação tabágica para ser acompanhado a vários níveis é o passo seguinte.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave fome consumo medo mulheres
Documentários: duas histórias sobre o crime real e o caso Amy Berg
Uma realizadora oferece gratuitamente o seu documentário sobre abuso sexual de rapazes em Hollywood e tem uma série associada ao fenómeno Serial na HBO Portugal. (...)

Documentários: duas histórias sobre o crime real e o caso Amy Berg
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.2
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma realizadora oferece gratuitamente o seu documentário sobre abuso sexual de rapazes em Hollywood e tem uma série associada ao fenómeno Serial na HBO Portugal.
TEXTO: Estes tempos de “peak TV”, em que nunca houve tanta produção televisiva, também são tempos de pico de documentário – da encomenda de vários documentários e séries documentais pelos canais RTP, da promessa da SIC de enveredar pelo “docudrama”, das horas de programação temática (alienígenas, crime, nazis) nos canais de cabo, do Netflix a fazer acordos para documentários com Ava DuVernay, Steven Spielberg ou o casal Obama. Uma proeminente realizadora de documentários cujo trabalho deveria ser mais proeminente serve para contar duas histórias a propósito disto: como nem sempre (e muito recentemente) foi assim e como o crime real, os podcasts e o streaming se cruzam para mostrar como as coisas podem ser agora. Amy Berg começou a sua carreira de documentarista de longa-metragem com Deliver Us from Evil (2007), sobre a forma como a Igreja Católica lidava com o padre Oliver O’Grady, condenado por pedofilia e a quem eram atribuídas novas paróquias em diferentes zonas conforme os fiéis locais iam sabendo do seu cadastro. Foi nomeada para os Óscares. Nos anos seguintes, continuou num caminho de investigação sobre o sistema judicial ou casos de abuso, apenas intervalado com Little Girl Blue, o elogiado documentário sobre Janis Joplin. West of Memphis (2012) centrou-se nos West Memphis Three, três adolescentes condenados pelo homicídio de três crianças e libertados passados 18 anos de prisão e de acusações de erros graves na investigação. Prophet’s Prey (2015) é sobre Warren Jeffs, um auto-intitulado profeta mórmon que está preso por abuso sexual de crianças. E An Open Secret (2014) é sobre o abuso sexual sistemático de rapazes na indústria do cinema, focando o caso da Digital Entertainment Network (entretanto encerrada; tinha como investidor o realizador Bryan Singer, que é acusado por vários jovens de assédio e agressão sexual e que as nega). É An Open Secret que ajuda a contar a primeira história – a de como não teve distribuição em qualquer plataforma nem convites para ser exibido em festivais. E de como, três anos depois, foi colocado gratuitamente no Vimeo, na esteira das denúncias contra Harvey Weinstein, e em poucas semanas acumulou três milhões de visualizações. “É difícil imaginar que há quatro anos o documentário do Michael Jackson e o documentário do R. Kelly tivessem distribuição”, diz Amy Berg ao The Guardian. A HBO, que tem uma longa tradição de documentário, marcou o ano com Leaving Neverland, sobre as alegadas vítimas de abuso sexual de Michael Jackson. Juntamente com o seu co-produtor britânico, o Channel 4, o filme foi visto por mais de quatro milhões de espectadores – fora o seu público em streaming, como foi o caso da HBO Portugal. E não se trata apenas do estatuto de estrela de Jackson, visto que, segundo o Netflix, em 2016, 73% dos seus assinantes viram pelo menos um documentário. Trata-se de uma vontade de ver documentários, e sobretudo histórias de crime real. Entretanto houve Making a Murderer, há Conversations With a Killer, The Disappearance of Madeleine McCann ou a série e o documentário baseados no podcast do Los Angeles Times, Dirty John. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. E assim chegamos à segunda curta história, a do mais recente trabalho de Amy Berg, The Case Against Adnan Syed (HBO Portugal). São quatro episódios de uma série na forja desde Outubro de 2015, um ano depois de Adnan Syed, condenado em 2000 pelo homicídio da ex-namorada Hae Min Lee, ter sido o centro de um caso sério de popularidade. O podcast Serial inaugurou uma forma de contar histórias em áudio, inspirou e ajudou a insuflar a bolha de “crime real” nas imagens em movimento. Amy Berg devorou Serial, juntando-se aos mais de 175 milhões de downloads só no seu primeiro ano de vida, e produziu esta série. Se Serial praticamente interpôs um recurso no tribunal da opinião pública, os verdadeiros recursos judiciais negaram a Syed, também em Março, um novo julgamento e reiteraram a sua condenação. “Li uma coisa que comparava o [género] ‘crime real’ com uma descarga de adrenalina, como a que experimentamos numa montanha-russa. Acho que há uma natureza viciante nesta ideia de ‘crime real’”, admite ao The New York Times Amy Berg, cujo trabalho vai muito além de uma moda. No Vimeo, está então An Open Secret, na HBO Portugal está The Case Against Adnan Syed. Ambos falam também sobre documentários.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime homicídio tribunal prisão ajuda género sexual abuso assédio
Haus Laboratories: vem aí a marca de maquilhagem de Lady Gaga
A cantora norte-americana vai lançar em Setembro uma marca de maquilhagem. Na apresentação, sublinha o poder da maquilhagem como forma de auto-expressão. (...)

Haus Laboratories: vem aí a marca de maquilhagem de Lady Gaga
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: A cantora norte-americana vai lançar em Setembro uma marca de maquilhagem. Na apresentação, sublinha o poder da maquilhagem como forma de auto-expressão.
TEXTO: Lady Gaga anunciou o lançamento de uma marca de maquilhagem própria, numa colaboração com a Amazon. Chama-se Haus Laboratories. Os produtos — ainda não revelados — vão estar disponíveis para pré-encomenda já na próxima segunda-feira, 15 de Julho. Inicialmente, a marca terá seis kits com mistura de cores para olhos, lábios e maçãs do rosto. Os preços (49 dólares, o equivalente a 43, 60 euros), comenta a publicação especializada Fashionista, são “mais baixos do que as marcas de prestígio, mas mais altos de que muita da típica oferta de beleza da Amazon”. Num vídeo de um minuto, a cantora apresenta os valores da marca, centrados na individualidade e auto-expressão. “A última coisa que o mundo precisa é de mais uma marca de beleza. Mas paciência”, começa por dizer, enquanto vão passando imagens de várias pessoas, filmadas pelo fotógrafo Daniel Sannwald. “Dizem que a beleza está nos olhos de quem vê, mas na Haus Laboratories dizemos que a beleza é como nos vemos a nós próprios. Queremos que gostem de vós próprios. A nossa Haus, as vossas regras!”, conclui. Ao mesmo tempo, a aposta da cantora de 33 anos não é um tiro no escuro. Segue um percurso trilhado em anos recentes por inúmeros youtubers, bem como celebridades como Rihanna e Kylie Jenner (e o resto do clã Kardashian). As marcas como a Kylie Cosmetics e Fenty Beuty ultrapassam o modelo clássico em que as figuras públicas emprestavam a sua imagem a um produto qualquer, com pouco envolvimento na sua produção e comunicação. São marcas centradas numa identidade própria, com valores bem definidos, e apoiam-se na comunicação directa, pelas redes sociais, entre as celebridades que as encabeçam e os fãs. Para o lançamento da marca, Gaga juntou-se com a Amazon. Ao Business of Fashion, citado pela Fashionista, comenta a parceria: “Há empresas que olham para mim, para aquilo que defendo e para a forma como vejo o mundo; e se não está perfeitamente em linha com o que fazem e estão preocupados em alienar clientes. . . Dizem qualquer coisa como ‘Podes só mudar metade da equação?’ (o que para mim é a equação inteira) para que possamos fazer um acordo? Não há mensagem de aceitação, não há acordo. Este [acordo com a Amazon] é maravilhoso porque foi do género ‘vamos fazer um acordo, para mudar o mundo com a sua beleza’. ”A publicação sublinha como a maquilhagem é um passo lógico na carreira da cantora norte americana — afinal “foi a maquilhagem que lhe permitiu inventar a ‘Lady Gaga” no início da década 2000”. “A cor é transformativa — é poderosa, é linda e é como eu encontrei a minha voz com a maquilhagem. Descobri-me a mim própria, mas também outras pessoas descobriram-me a mim, através da forma como me expressava”, comenta a cantora. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. “Quando era jovem nunca me sentia bonita”, comenta numa publicação no Instagram. “Descobri a minha beleza através da habilidade de me inventar a mim própria e de me transformar. ”A Haus Laboratories vai estar disponível para pré-encomenda a 15 de Julho. Já o lançamento oficial — para nove países, incluindo Reino Unido, Estados Unidos, França, Japão e Alemanha — será em Setembro. A marca também estará à venda através do seu site global. O nome deriva daquele que a cantora dá à equipa criativa, que está por detrás do visual distintivo que marcou a artista desde o início da sua carreira, Haus of Gaga. Inclui, por exemplo, profissionais da área da moda, dança, maquilhagem e música.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave género cantora
Relojoaria mecânica no feminino: o tempo delas tem cada vez mais complicações
Se no passado a oferta de relojoaria para mulheres não passava de jóias com ponteiros ou versões simplificadas de relógios de homem, em quartzo, hoje há grandes marcas a acordar para um segmento de mercado pouco explorado. Afinal, as mulheres também querem complicações? (...)

Relojoaria mecânica no feminino: o tempo delas tem cada vez mais complicações
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.5
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Se no passado a oferta de relojoaria para mulheres não passava de jóias com ponteiros ou versões simplificadas de relógios de homem, em quartzo, hoje há grandes marcas a acordar para um segmento de mercado pouco explorado. Afinal, as mulheres também querem complicações?
TEXTO: A página inicial do site da Audemars Piguet dá as boas-vindas com o novo Royal Oak Concept. Trata-se de um relógio manual, com um turbilhão, reserva de 72 horas e uma caixa de 38, 5 milímetros. É também uma peça desenhada para mulheres — a primeira desta colecção, desde o seu lançamento em 2002. Como outras marcas, a relojoeira suíça está a apostar no mercado feminino ao nível da alta relojoaria. “Nunca vi um relógio de senhora que simultaneamente encarna e subverte tão bem a ideia de um relógio tradicionalmente feminino”, comenta Jack Forster, director da Hondikee, uma revista digital especializada em relojoaria. Por um lado, é um relógio mecânico que exibe as complicações através do mostrador e no fundo; por outro, está coberto por dezenas de diamantes. Tradicionalmente a oferta de relógios de mulher centrava-se mais em peças com jóias e movimentos de quartzo — equiparadas ora a peças de joalharia com um ponteiro, ora a versões simplificadas dos modelos de homem. Mas a ideia de que as todas as mulheres querem relógios mais enfeitados no exterior e que não dão qualquer importância às complicações está, para alguns especialistas, ultrapassada. Há muito que as marcas reconheceram o número crescente de mulheres a comprar e a usar relógios pensados para homem. Agora, estão a dar resposta a esta procura de outra forma: com peças que exibem igualmente a beleza externa e o cérebro do relógio. Veja-se alguns exemplos: em 2017, a Omega lançou um modelo mais pequeno, de 38 milímetros, do seu clássico Speedmaster (aquele que o astronauta Buzz Aldrin levava no pulso quando pisou a Lua, na missão Apolo 11), com um calibre igualmente sofisticado; um ano antes, a Bulgari apresentou uma nova versão do seu modelo Serpenti, com o réptil enrolado à volta do mostrador em vez do pulso e um movimento manual esculpido em ouro, visível no mostrador; e a Chanel — que tem dado os primeiros passos na alta relojoaria — levou à feira de Basileia em 2017 o seu segundo calibre de manufactura própria, cujos movimentos desenham a icónica camélia da maison francesa. O Bremont Solo-32, o Tradition Dame da Breguet e o Graff Floral são outros dos vários modelos que têm surgido nos últimos anos. Também a Patek Phillipe recebe os visitantes na homepage com o mais recente lançamento da colecção Twenty~4, que rompe com a tradição da linha feminina criada há quase duas décadas. Em contraste com os relógios rectangulares de quartzo que a caracterizavam, os novos modelos são redondos e mecânicos, com movimentos automáticos. E em vez de terem apenas um mostrador com as horas, exibem também o dia do mês e os segundos. “Combinando o estilo descontraído com competência técnica, a colecção Twenty~4 automática para mulheres resume a elegância feminina”, descreve a marca. A procura neste segmento feminino existe efectivamente, garante Michael Fridman, embaixador da Audemars Piguet. “Estamos a vender mais relógios de mulher, tanto com como sem pedras preciosas, e estamos a vender mais relógios que tradicionalmente eram direccionados para os homens oferecerem às mulheres — incluindo de 39mm, 41mm, 42mm e até alguns de 44mm”, afirma ao PÚBLICO, por email. “Na maior parte dos mercados, as vendas de relógios de mulher subiram de aproximadamente 10% [da facturação total], há vários anos, representando hoje 30% de todas as vendas”, acrescenta. Segundo o CEO da Breguet, Marc A. Hayek, citado pela Haute Time, em Maio de 2017, o segmento de relógios de senhora da marca “aumentou de 20% do total das vendas para 35% nos últimos três ou quatro anos”. Já a Piaget, uma marca bastante virada para o universo feminino, identifica uma evolução nos gostos. “Nos últimos anos, a mulher tem-se interessado cada vez mais pelo mundo da relojoaria, pelos mecanismos, materiais e sobretudo pelo design”, afirma Stephanie Aubry, directora de Piaget de Espanha e Portugal, ao Culto. “Este súbito interesse [das marcas] pelo ‘que as mulheres querem’ não vem de um desejo de compensar uma falta de atenção lamentável”, comenta Christophe Roulet, director do HH Journal (publicado pela Foundation de la Haute Horlogerie). “As marcas conseguiram antes identificar nas suas clientes do sexo feminino um potencial de crescimento por explorar, numa altura em que o mercado de homem saturado está a mostrar sinais de languidez”, continua. Segundo o mesmo, a crescente oferta, por sua vez, foi também estimulando a procura. “Os relógios de mulher evoluíram de pequenos relógios de homem com movimentos de quartzo para designs frívolos com borboletas e flores e depois para algo — finalmente — com substância”, escreve na mesma publicação Roberta Naas — que no ano passado moderou a conferência Women in Luxury, com mais de cem mulheres e homens de negócio, em Nova Iorque. De acordo com Naas, a maioria das mulheres presentes no evento afirmava que estava interessada em relógios mais complexos. Sublinhavam o impacto da “informação de qualidade e material educacional disponíveis [hoje em dia] na Internet”. Já Stephanie Aubry, da Piaget, considera que “as redes sociais e os meios de comunicação consolidaram os relógios de mulher como um must”. “As mulheres estão mais activas do que nunca. Estão a trabalhar mais do que nunca. Querem algo prático”, observa Cara Barrett, jornalista do Hodinkee — que também esteve presente na conferência —, em entrevista ao New York Times. “Cada vez mais procuram relógios que possam usar no seu dia-a-dia: confortáveis, com estilo e que marquem a sua personalidade", comenta também Stephanie Aubry. Não quer dizer que as marcas não comuniquem de forma diferente, consoante o tipo de relógio. Voltemos ao caso do Audemars Piguet. Enquanto as páginas dos diferentes relógios mecânicos pensados para homem se desdobram em descrições de pormenores técnicos, a do novo Royal Oak Concept refere antes a “estética distinta que evoca o Inverno no Vallée de Joux” e o mostrador de ouro branco que brilha com diamantes. Especificidades sobre o calibre ou detalhes como resistência debaixo de água nem vê-los. Em letras garrafais é resumido o espírito do relógio: “Ousado e ao mesmo tempo intensamente feminino. ” Já a Patek Phillipe apresenta os novos modelos Twenty~4 com algum nível de detalhe técnico, mencionando, por exemplo, características do calibre (visível no fundo) e o mostrador com um design “legível”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. É aqui que Sara Orlando, publisher da Watch Time nos Estados Unidos, aponta uma questão que algumas marcas têm descurado. “De certa forma, a indústria vira-se para os homens para comprarem estes relógios para as mulheres e acho que estão a olhar da forma errada, porque muitas mulheres são bem sucedidas, recebem um salário decente e elas podem comprar os seus próprios relógios, mas têm de compreender o seu valor”, comenta. Cara Barrett vai mais longe: “Acho que a indústria suíça pensa que as mulheres são como as donas de casa dos anos 1950, que precisam de um relógio de cocktail. ”Há quem argumente ainda que as classificações de género são cada vez menos relevantes, tendo em conta que muitas mulheres compram relógios (aparentemente) feitos para homem e vice-versa — sobretudo quando o comércio online se torna cada vez mais prevalente, mesmo em categorias mais altas. Na verdade, há marcas que já não fazem esta distinção, ou pelo menos não a apresentam de forma tão evidente. Michael Fridman, da Audemars Piguet, afirma que “as categorias tradicionais de género na relojoaria evoluíram e vão continuar a evoluir”. Refere o modelo Frosted Gold, inicialmente lançado como um relógio pensado para senhora e depois adaptado para tamanhos maiores (com o mesmo design), de forma a corresponder à procura de clientes homens. “Com certeza que existem relógios que são mais femininos em termos de códigos de design ou masculinos em termos de códigos de design, mas é o indivíduo que decide o que quer colocar no seu pulso”, conclui.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens mulher homem sexo género mulheres feminina salário