Ex-autarca de Miranda do Douro é candidato ao Turismo do Porto e Norte
Júlio Meirinhos pretende 'turismo em toda a região'. Sem avançar datas, comprometeu-se com uma "gestão entre homens e mulheres" na candidatura. (...)

Ex-autarca de Miranda do Douro é candidato ao Turismo do Porto e Norte
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Júlio Meirinhos pretende 'turismo em toda a região'. Sem avançar datas, comprometeu-se com uma "gestão entre homens e mulheres" na candidatura.
TEXTO: O ex-presidente da câmara de Miranda do Douro, Júlio Meirinhos, é candidato à presidência do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), indicou à Lusa, apontando que se candidata por "missão". "É uma candidatura transversal a toda a região. Não é uma candidatura partidária e muito menos uma candidatura de uma sub-região. O lema vai ser 'Turismo em toda a região'. Não é para qualquer trampolim político, tenho uma carreira feita. Considero-me totalmente disponível e tenho convicção de que tenho canal aberto e um bom entendimento com a tutela no sentido de conseguir um grande reforço de verbas, porque a situação é neste momento negra", afirmou Júlio Meirinhos. Em declarações à agência Lusa, o também ex-deputado pelo PS e ex-governador civil de Bragança, não avançou com datas para apresentação da candidatura, mas contou que tem recebido "o apelo de imensos autarcas". "Neste momento tenho excesso de candidatos para os órgãos electivos. A candidatura está pronta e estaremos no terreno em breve", disse. Júlio Meirinhos avançou que, além de estar focado em "repartir partidariamente" a lista, quer "repartir a gestão entre homens e mulheres", apontando que Joana Garrido, ex-vereadora do Turismo da Câmara de Barcelos, ligada ao PSD, será sua vice-presidente se vier a ser eleito. "A história desta entidade regional vem da partilha entre forças políticas, porque todos são chamados a uma missão que não pode ser partidarizada nem politizada. O turismo é um sector de extrema importância para haver brincadeiras. Orgulho-me de na minha vida pública nunca ter sido acusado nem julgado, portanto, estou à vontade e livre", disse o ex-autarca. No dia 5 de Dezembro, no final de uma reunião na sede do TPNP, em Viana do Castelo, o até aqui presidente da mesa da assembleia geral, Eduardo Vítor Rodrigues, anunciou a marcação de eleições antecipadas para 18 de Janeiro, uma decisão que aconteceu após três dos cinco elementos da comissão executiva terem apresentado a demissão. O também presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia adiantou que nas eleições também será votada uma nova assembleia geral. "Julgo que o presidente da assembleia geral, eu próprio, ao assumir a demissão, deu o exemplo do que deveria acontecer - caírem os órgãos para uma nova legitimidade política. Não está em causa nenhum tipo de tomada de posição jurídica, moral ou outra relativamente ao doutor Melchior Moreira. Está em causa que depois de tudo o que aconteceu só há, de facto, uma solução para o TPNP que passe por um novo ciclo, um novo tempo e uma clarificação integral dos órgãos", referiu o autarca. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O presidente da Comissão Executiva do TPNP, Melchior Moreira, está actualmente em prisão preventiva no âmbito da Operação Éter, uma investigação em curso da Polícia Judiciária sobre uma alegada viciação de procedimentos de contratação pública que culminou com a indiciação de cinco arguidos. Entre os restantes quatro arguidos encontram-se Isabel Castro, directora operacional do TPNP, que ficou suspensa de funções e com proibição de contactos, e Gabriela Escobar, jurista na mesma entidade, que ficou sujeita a proibição de contactos. Quanto a Júlio Meirinhos, é advogado, formado pela Universidade de Coimbra. Entre os vários cargos que exerce ou exerceu destacam-se a ligação ao Comité das Regiões em Bruxelas e à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. Em 2002, presidiu à Região de Turismo do Nordeste Transmontano e em 2008 incluiu a comissão instaladora da actual entidade regional. "A região e a estrutura humana têm de ser valorizadas. Tenho a firme convicção de que a secretária de Estado do Turismo tem uma enorme simpatia pela entidade regional do Norte e nos ajudará a virar a página actual que não é a desejável. Tenho também orgulho de ter as grandes instituições privadas no meu conselho de marketing", concluiu.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD LIVRE
Desperdício zero: a startup que faz dos retalhos alta-costura
Chama-se The Thinker and The Sinner e aproveita os tecidos e o patchwork para lhes dar uma nova vida. Pelo caminho, 10% das receitas são revertidas para duas associações: Movimento Mulheres de Vermelho e APAV. (...)

Desperdício zero: a startup que faz dos retalhos alta-costura
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento -0.2
DATA: 2018-12-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Chama-se The Thinker and The Sinner e aproveita os tecidos e o patchwork para lhes dar uma nova vida. Pelo caminho, 10% das receitas são revertidas para duas associações: Movimento Mulheres de Vermelho e APAV.
TEXTO: Começou com as nossas avós a juntarem os trapinhos que andavam lá por casa e a cosê-los uns aos outros e há ainda quem diga que a técnica era famosa no antigo Egipto. Muitas mantas, pegas para tachos e até sacos para o pão nasceram do patchwork. A marca portuguesa The Thinker and The Sinner transformou esta tradição em alta-costura. A empresa foi lançada por António Peres e Paulo Julião e as peças são feitas por Julião e sete costureiras que trabalham no pequeno atelier nas Olaias, Lisboa. Os tecidos, doados por associações, marcas, amigos e familiares dos criadores, são a alma do negócio. António Peres cresceu rodeado de tecidos, linhas e dedais. Resultado de um desafio proposto pela mãe, costureira de longa data, nasceu uma almofada que foi o início de tudo. A empreitada ocupou os tempos livres da mãe, mas não foi fácil: "Confesso que é obra coser um pedaço de seda de dois milímetros!". Foi a semente da The Thinker and The Sinner. "Tinha centenas de gravatas em casa, levei-as para o atelier e, hoje em dia, reconheço muito daquilo que é a minha memória e que está ligada àqueles tecidos”, conta António. Paulo Julião, designer de moda e director da marca, juntou-se a António e lançaram a The Thinker and The Sinner, com um investimento inicial de 50 mil euros. Ficou surpreendido com a qualidade daquelas primeiras almofadas, que lhe lembravam produtos italianos ou parisienses de luxo. As missangas e pequenos tecidos são minuciosamente bordados à mão em missões que podem durar dias. Uma das três costureiras principais da marca confessa que já desfizeram peças vezes sem conta até ficarem perfeitas. "O desafio começa em pegar numa técnica que já existe, reinventar e reavivá-la", afirma Paulo Julião. Vivem sob a máxima do "zero desperdício", aproveitando gravatas, vestidos e lenços para construir almofadas e, no futuro, uma linha de acessórios. Os preços das almofadas vão dos 90 aos 200 euros. O nome desta nova e pequena empresa nasceu das duas dimensões que, para António Peres, caracterizam mais a natureza humana: o pensamento e o pecado. “Somos pecadores e só não o somos mais porque o pensador em nós não nos deixa. Ter uma almofada destas é um pecado perdoado. ”Querem criar almofadas monomarca, mas, para isso, os gigantes da alta-costura não podem simplesmente esquecer as políticas de reciclagem. As grandes marcas de alta-costura, seguindo a política de não fazerem promoções ou saldos, "são acusadas de queimar os restos de tecido que sobram e este é o problema que tem de ser resolvido”, afirma António. “Teria toda a importância para nós. ”Os criadores decidiram reverter 5% das receitas para o Movimento Mulheres de Vermelho — criado em 2006 com o objectivo de alertar a comunidade feminina para os problemas cardíacos — e 5% para a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV). Paulo conta que, quando António lhe mostrou o projecto, não aceitou apenas por gostar do design. Doente oncológico desde 2016, sente o dever social de ajudar: "Fui ajudado por tantas pessoas. Isto é uma causa pessoal. " Muitas das peças foram pensadas para as causas e serão leiloadas em eventos específicos. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A apresentação da marca à comunicação social foi feita esta quarta-feira na Sala de Arquivo da Câmara de Lisboa, onde foi oferecida à autarquia uma almofada com a caravela portuguesa como protagonista. No decurso de seis meses de trabalho intenso, a equipa de sete costureiras desenvolveu dezenas de peças, incluindo a almofada que será oferecida à cantora Madonna, actualmente residente em Lisboa, para “agradecer o que ela tem feito pelo país, a visibilidade que deu a Portugal”, afirma António Peres. As peças ainda não foram expostas aos consumidores e o site estará disponível em Janeiro do próximo ano. Texto editado por Pedro Rios
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave comunidade social mulheres feminina cantora
Retrato do artista enquanto extraterrestre
Godard? É apenas a caução de Michel Hazanavicius para filmar rabos de raparigas com caução. (...)

Retrato do artista enquanto extraterrestre
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Godard? É apenas a caução de Michel Hazanavicius para filmar rabos de raparigas com caução.
TEXTO: Mesmo sem se ter visto o último filme de Jean-Luc Godard (Le Livre d’Image) recentemente apresentado em Cannes, é fácil ver no prémio que ele ganhou (a Palma de Ouro “especial”) um reflexo sintomático da dificuldade de lidar com ele e com o seu cinema: ele é como os outros mas não é bem “como os outros”, os seus filmes medem-se com os outros filmes mas não são bem como os outros filmes, remetidos (mesmo quando a ocasião é a de um prémio “máximo”) para uma espécie de universo paralelo, um universo “especial”, desligado do fluxo da “contemporaneidade” representado pelo palmarés oficial (é claro que se pode ver nesta decisão uma auto-defesa do juri, uma forma de evitar as críticas que choveram quando, por Adeus à Linguagem, Godard recebeu um prémio ex-aequo com Xavier Dolan, mas até esse episódio reforça a questão: como, onde, arrumar Godard no caudal do cinema contemporâneo?). Realização:Michel Hazanavicius Actor(es):Louis Garrel, Stacy Martin, Bérénice Bejo, Grégory GadeboisVem esta introdução a propósito do filme de Michel Hazanavicius, que, à sua maneira (em grande parte involuntária e desajeitada), reflecte a mesma questão, a da relação de Godard com o cinema contemporâneo ou, porque a ordem dos factores não é no caso arbitrária, do cinema contemporâneo com Godard (o Godard “pessoa” e o Godard “ideia”, se assim se pode dizer). Godard, o Temível inspira-se no livro autobiográfico de Anne Wiazemsky (Un An Après) em que ela contou os anos do seu relacionamento com Godard, anos que corresponderam a um período crítico no percurso do cineasta: o choque com o Maio de 68, a intensa politização que já vinha de trás e que esse choque reforçou, a vontade de reinventar a prática do cinema de alto a baixo, a partir de uma perspectiva intrinsecamente política, que culminou com o “desaparecimento” do Godard no seio do Grupo Dziga Vertov e continuou ao longo dos anos 70 na sua produção marginal e “experimental”, desligada de qualquer forma canónica de produção. O fim do Godard “festivo”, “pop” e “superstar” que fora uma das mais efusivas faces da Nouvelle Vague na primeira metade dos anos 60. Há dois planos, portanto, em que o filme se joga. O primeiro, a espécie de comédia conjugal que inventa uma intimidade (não importa com quanta fidelidade documental) para as personagens de Godard (Louis Garrel) e Wiazemsky (Stacy Martin) — e insistimos, “personagens”, porque há nelas uma maleabilidade de cartoon, uma superficialidade que (quase) as autonomiza dos seus referentes da vida real, e que portanto num certo sentido as “redime”. Tivesse Hazanavicius um décimo do talento de um Tashlin e podia ser divertido como uma screwball em desenho animado. Como não tem, é só disparatado, mesmo que o disparate até possa pontualmente fazer rir ou sorrir. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. E o segundo plano, o de uma comédia “estética” ou “ideológica”, que tem a ver com a convulsão do pensamento de Godard sobre o cinema e sobre a política. É aí que o filme não tem remissão. De Hazanavicius não se esperaria “empatia”, mas o certo é que Godard, O Temível revela apenas incompreensão. O seu Godard, é neste plano, filmado como um extraterrestre que diz coisas bizarras e tem ideias estranhas. Nenhuma vontade, ou capacidade, de ir ao encontro dele, de superar essa superfície de estranheza. E com Godard vão a época, as preocupações da época, a História da época, tudo tratado como uma sucessão de caprichos também eles incompreensíveis, numa insensibilidade total (assim se esboroando, por exemplo, o desenho de Godard como figura de solidão, naquele momento em que é apupado no plenário de estudantes e percebe que, para eles, ele também é um “velho”, ele também é “o poder” — e citamos este momento porque é um dos poucos em que se tem a sensação, ilusória, de que o filme vai “agarrar” alguma coisa que seja significativa). No fundo, não estamos muito longe do universo de O Artista. Como fazia para o tempo do cinema mudo, Hazanavicius recusa terminantemente o reconhecimento da maioridade das personagens que povoam os mundos que filma, e em Godard, O Temível encontramos o mesmo tipo de crianças grandes, ingénuas e caprichosas, que protagonizavam o seu olhar sobre a Hollywood dos anos 20. Não surpreende, portanto, que o filme seja pueril até à quinta casa, inclusive naquilo que vai pilhar (“citar”) ao cinema de Godard: repare-se na quantidade de grandes planos do rabo de Stacy Martin, “legitimados” pelos planos do rabo de Bardot em O Desprezo. A resposta prática de Hazanivicius à questão que expusemos a abrir o texto não anda longe de ser esta: Godard? Serve para filmar rabos de raparigas com caução. É um pouco triste.
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Partidos LIVRE
Madonna e Celeste Rodrigues num dueto com Elvis
Para a cantora americana, uma noite típica em Lisboa inclui cantorias à volta da mesa e um dueto com a irmã de Amália. (...)

Madonna e Celeste Rodrigues num dueto com Elvis
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-08-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Para a cantora americana, uma noite típica em Lisboa inclui cantorias à volta da mesa e um dueto com a irmã de Amália.
TEXTO: Apesar das lutas contra a burocracia e da dificuldade em encontrar casa, Madonna parece uma alfacinha de gema. E para a cantora norte-americana uma noite típica em Lisboa inclui uma ida a uma casa de fados. Desta vez, Madonna juntou-se à fadista Celeste Rodrigues, irmã de Amália, na Mesa de Frades, em Alfama, no sábado à noite. As duas interpretaram o tema Can't Help Falling In Love – lançado em 1961 por Elvis Presley –, ao som de uma guitarra. "O Elvis segue-me para todo o lado. Tão incrível estar sentada e a cantar ao lado da lenda viva Celeste Rodrigues. Uma das minhas músicas preferidas. Como guitarrista Tumiko!", comentou num clip da actuação. Depois do vídeo partilhado no Instagram, o Culto contactou o guitarrista Pedro Castro, dono da Mesa de Frades, que confirmou a presença da cantora no espaço – recentemente reaberto, depois de ter estado em renovação no último ano. "A Madonna já a tinha ouvido cantar na minha outra casa de fados [Associação do Fado Casto]. Como gostou muito de a ouvir perguntou onde é que a Celeste costuma ir cantar", conta o músico. As duas combinaram, então, hora e lugar. "O que me parece é que há uma grande vontade e uma grande curiosidade, com enorme respeito, de [Madonna] perceber a cultura lisboeta, os fados. Parece-me que ela está muito interessada em perceber a nossa cultura profundamente", partilha ainda Pedro Castro, que esteve presente no serão, de guitarra em mão. De acordo com o músico, Madonna já ouviu uma série de fadistas e "a grande fixação dela é a Celeste". Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Aos 94 anos, Celeste Rodrigues tem uma afinidade pela casa de fados de Alfama e vai agora começar a cantar lá uma vez por semana – estando ainda por definir qual o dia ao certo. Madonna publicou ainda um vídeo de Dino D'Santiago e outros músicos a cantar Petit Pays, de Cesária Évora. Recorde-se que a cantora já admitiu a possibilidade de Lisboa vir a inspirar o seu próximo álbum. Já não é novidade que Madonna gosta de um bom serão musical: em Setembro visitou uma casa de fados em Alfama, onde assistiu a uma actuação de Vânia Duarte, e participou no evento Lisbon Living Room Sessions, onde Dino Santiago lhe dedicou uma versão alternativa do êxito Like a Virgin.
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Palavras-chave cultura cantora
Cabelo volta a crescer em doente com calvície de origem imunitária
Depois de fazer um tratamento com um medicamento para o eczema, o cabelo de uma rapariga de 13 anos com alopecia voltou a crescer. (...)

Cabelo volta a crescer em doente com calvície de origem imunitária
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Depois de fazer um tratamento com um medicamento para o eczema, o cabelo de uma rapariga de 13 anos com alopecia voltou a crescer.
TEXTO: Uma equipa de cientistas dos Estados Unidos anunciou na revista JAMA Dermatology que um medicamento para o eczema conseguiu fazer crescer o cabelo de uma doente com alopecia total (sem cabelo no couro cabeludo). A equipa quer agora fazer um ensaio clínico para investigar melhor este tratamento. A doente deste trabalho era uma rapariga com 13 anos. Desde os sete meses que fazia tratamentos para o eczema (ou dermatite atópica), uma doença cutânea. Além disso, tinha alopecia total – doença auto-imune que provoca a perda total do cabelo – desde os dois anos. Em Julho de 2017, esta rapariga começou a levar injecções semanais de dupilumab, um medicamento que tinha acabado de ser aprovado pela FDA (a agência federal que regula os medicamentos e a alimentação nos EUA) para o tratamento de eczema moderado e grave. Depois de seis semanas de tratamento, os sintomas provocados pelo eczema melhoraram e pequenos cabelos finos e incolores (uma espécie de penugem) começaram a crescer no couro cabeludo. Ao fim de sete meses de tratamento, já tinham crescido cabelos maiores e pigmentados. Devido a esta mudança, o tratamento foi interrompido durante dois meses. Nessa altura, a rapariga voltou a perder cabelo. Mas, em Abril de 2018, fez novamente o tratamento e o cabelo continuou a crescer. A equipa salienta ainda que os restantes tratamentos para o eczema aplicados a esta rapariga não tinham feito o cabelo crescer. “Ficámos bastante surpreendidos porque esta doente não tinha cabelo desde os seus dois anos”, refere Maryanne Makredes Senna, do Hospital Geral do Massachusetts, (Estados Unidos) e uma das autoras do trabalho, num comunicado da sua instituição. “Apresentamos aqui o primeiro caso conhecido de crescimento de cabelo num doente com alopecia total associado ao uso do dupilumab”, lê-se no artigo científico. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. E como explicam os cientistas que isto tenha acontecido? Maryanne Makredes Senna indica que “o mecanismo do dupilumab de atingir uma via-chave do sistema imunitário conhecida por ser hiperactiva no eczema poderá explicar a sua acção contra a alopecia”. E acrescenta: “Por agora, é difícil de saber se o dupilumab poderá induzir o crescimento de cabelo noutros doentes com alopecia. Mas suspeito que poderá ser útil em doentes com alopecia universal [perda de cabelo em todo o corpo] e alopecia areata [que, normalmente, afecta uma parte do couro cabeludo]. ”Em 2014, uma equipa de cientistas aplicou um fármaco para doenças sanguíneas em doentes com alopecia areata e conseguiu que o cabelo de três pessoas voltasse a crescer em três meses. Relativamente ao recente trabalho, Maryanne Makredes Senna indica no comunicado que a equipa submeteu uma proposta para um ensaio clínico em que se dará dupilumab a doentes com alopecia. “Esperamos ser capazes de investigar mais isto [o tratamento] num futuro próximo”, salienta a cientista.
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Entidades EUA
Pais vão ter mais cinco dias de licença parental
Majorações do abono de família também deverão ser alargadas, de acordo com o Programa para a conciliação da vida profissional, pessoal e familiar que é apresentado pelo Governo esta quarta-feira. (...)

Pais vão ter mais cinco dias de licença parental
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.5
DATA: 2018-12-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Majorações do abono de família também deverão ser alargadas, de acordo com o Programa para a conciliação da vida profissional, pessoal e familiar que é apresentado pelo Governo esta quarta-feira.
TEXTO: Mais tempo de licença para os pais de recém-nascidos e majorações alargadas no abono de família. Estão são duas das 33 medidas do Programa para a conciliação da vida profissional, pessoal e familiar que o Governo apresenta esta quarta-feira. O plano será discutido com os parceiros sociais e testado, como projecto-piloto em 45 organizações públicas e privadas. De acordo com a proposta do Governo que será apresentada esta quarta-feira, a licença parental inicial exclusiva do pai vai ser alargada de 15 para 20 dias úteis. Esta medida já consta de uma proposta de lei do Governo que foi enviada para a Assembleia da República e cuja discussão aguarda agendamento. Além disso, em caso de desemprego da mãe ou noutras situações em que esta não possa gozar de licença de maternidade, os pais passam a ter direito a uma licença de 15 dias, que será facultativa. As medidas serão anunciadas esta quarta-feira e são adiantadas pelo Diário de Notícias, que avança que o "Programa para a conciliação da vida profissional, pessoal e familiar" tem um total de 33 medidas e prevê soluções como o teletrabalho e horas limite para reuniões, bem como incentivos à partilha de licença entre pais e mães e protocolos com entidades que prestem serviços de saúde, desporto, cultura e lazer. Apenas no caso da administração pública, o plano prevê um direito a dispensa para acompanhamento de crianças até aos 12 anos no primeiro dia do ano lectivo. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A estratégia agora apresentada será implementada inicialmente, como projecto-piloto, em 45 organizações, das quais 21 da administração pública, 11 autarquias e 13 empresas privadas. O Governo quer ainda majorar, em função da idade, nos primeiros seis anos de vida, os abonos de família. O programa prevê também majorações em agregados familiares com dois ou mais filhos, para crianças com menos de um ano de idade. Esta é uma matéria sobre a qual o Executivo podia legislar, mas decidiu negociar previamente em sede de concertação. As linhas gerais do programa foram apresentadas na sexta-feira aos parceiros sociais.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei cultura desemprego
Supremo mantém-se aberto para Kavanaugh, mas um senador republicano ameaça fechá-lo
Votação na Comissão de Justiça do Senado terminou em confusão: a maioria aprovou o envio da nomeação de Kavanaugh para uma votação final, mas um dos senadores do Partido Republicano só a aprovará se houver uma investigação do FBI às acusações de abuso sexual. (...)

Supremo mantém-se aberto para Kavanaugh, mas um senador republicano ameaça fechá-lo
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: Votação na Comissão de Justiça do Senado terminou em confusão: a maioria aprovou o envio da nomeação de Kavanaugh para uma votação final, mas um dos senadores do Partido Republicano só a aprovará se houver uma investigação do FBI às acusações de abuso sexual.
TEXTO: O processo de nomeação do juiz norte-americano Brett Kavanaugh para o Supremo Tribunal dos Estados Unidos saiu esta sexta-feira da Comissão de Justiça do Senado, chegando assim ao último passo. Agora, é preciso que pelo menos 50 dos 51 senadores do Partido Republicano confirmem essa nomeação, já que os 49 do Partido Democrata vão votar contra — um desfecho que parecia estar garantido, mas que acabou por sofrer uma reviravolta dramática ao final da tarde. O que estava em causa era a votação na Comissão de Justiça do Senado, e não a votação final para confirmar o juiz Kavanaugh como novo membro do Supremo Tribunal. Este era um passo essencial para a conclusão do processo. Depois da nomeação pelo Presidente Trump, em Julho, Kavanaugh teve de se submeter a audições na Comissão de Justiça do Senado, composta por 11 senadores do Partido Republicano e dez do Partido Democrata (os republicanos têm mais um senador porque estão em maioria no Senado). Essas audições chegaram ao fim quinta-feira, numa sessão dedicada a ouvir Kavanaugh e a professora universitária Christine Blasey Ford, que acusa o juiz de a ter tentado violar quando ambos eram adolescentes, em 1982. Mas a reunião da Comissão de Justiça teve vários momentos marcantes, e até inéditos, que tanto reflectem a tensão provocada pelas acusações de abuso sexual contra o candidato a juiz do Supremo, como o estado de deterioração a que chegou o diálogo entre os dois maiores partidos norte-americanos. O mais espectacular de todos esses momentos aconteceu na fase final da reunião da Comissão de Justiça, quando se tornou evidente que vários senadores do Partido Democrata e um do Partido Republicano não regressaram para a votação à hora marcada. O senador republicano era Jeff Flake, que tinha manifestado muitas dúvidas sobre o juiz Kavanaugh, mas que ainda assim anunciara durante a tarde que iria votar a favor da sua nomeação. Mas quando regressou à sala, para a votação, Flake acrescentou um "mas" à sua decisão: sim, iria aprovar o envio do processo de nomeação para o plenário do Senado, mas esperava que o FBI abrisse uma investigação às acusações de abuso sexual contra Kavanaugh — juntando-se assim às reivindicações do Partido Democrata. Se isso não acontecer ao longo da próxima semana, e se os seus colegas do Partido Republicano forem em frente com a votação final, então o senador do Arizona poderá votar contra a nomeação de Kavanaugh. Antes do drama nos instantes finais, os senadores do Partido Democrata ainda tentaram que o Partido Republicano aceitasse adiar a votação em sede de comissão, com duas exigências: uma investigação do FBI às acusações de Christine Blasey Ford contra o juiz Kavanaugh, e uma intimação para que uma outra testemunha fosse chamada a depor no Senado, sob juramento. Tal como indicaram na quinta-feira, durante as audições a Ford e a Kavanaugh, os democratas queriam questionar Mark Judge — o amigo de Kavanaugh que Ford acusa de ter testemunhado o ataque, que terá ocorrido em 1982. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Mas essa proposta de moção foi imediatamente recusada pelo líder da comissão, o republicano Chuck Grassley, o que provocou uma revolta no lado dos senadores do Partido Democrata: quatro deles levantaram-se e abandonaram a sala, em protesto, enquanto Grassley ainda falava. Pouco antes, quando todos os senadores foram chamados a dizer se aceitavam ou não o adiamento da votação, os senadores Cory Booker e Kamala Harris, do Partido Democrata, mantiveram-se em silêncio, a abanar a cabeça em sinal de protesto, e nem sequer anunciaram o seu voto em voz alta, ao contrário do que é habitual. As cenas emotivas continuaram fora da sala onde a Comissão de Justiça se reuniu. Uma mulher que se apresentou como vítima de abusos sexuais, e que estava a protestar no Senado contra a nomeação do juiz Brett Kavanaugh, apanhou o senador republicano Jeff Flake num elevador e questionou-o sobre o seu sentido de voto. Flake faz parte da Comissão de Justiça do Senado e era um dos cinco senadores do Partido Republicano que ainda não tinham indicado o seu sentido de voto. Por esse motivo, o Partido Democrata tinha esperanças de que o senador republicano do Arizona votasse esta sexta-feira contra a corrente. Contas feitas, a liderança do Partido Republicano tem agora de pensar bem sobre os próximos passos: se aceitar uma investigação do FBI, corre o risco de enterrar de vez a nomeação, se forem descobertos novos factos; se insistir numa votação final sem a investigação, Flake pode votar contra a nomeação, o que por sua vez pode convencer as suas colegas Lisa Murkowski e Susan Collins, também elas indecisas, a fazerem o mesmo — nesse cenário, a maioria republicana seria insuficiente para confirmar Kavanaugh.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave tribunal ataque mulher sexual abuso
A natureza feminina: loucura justificada em Thelma, de Joachim Trier
Thelma é uma rapariga como qualquer outra. Excepto que não é. Ela não é como eu, como tu, como ela. Joachim Trier quer, com o seu filme, avisar-nos. Trier quer que acordemos. (...)

A natureza feminina: loucura justificada em Thelma, de Joachim Trier
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.4
DATA: 2018-10-13 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20181013140819/http://publico.pt/1847182
SUMÁRIO: Thelma é uma rapariga como qualquer outra. Excepto que não é. Ela não é como eu, como tu, como ela. Joachim Trier quer, com o seu filme, avisar-nos. Trier quer que acordemos.
TEXTO: “Há algo dentro de ti” são as palavras que cedo se infiltram nos nossos ouvidos para mais tarde ecoarem nos créditos finais do último filme de Joachim Trier, Thelma, um filme-metáfora que revela uma nova faceta do realizador norueguês na sua até então exploração pela efemeridade da memória, o axioma da morte. Desta vez, numa hibridez de género que pede a não-categorização do filme, Trier dedica-se a trabalhar aquela errática intensidade com que o movimento íntimo e interior, consequência do raspar por um sentido de ser e estar no mundo secreto de uma rapariga, é manifestado. E consegue, no processo, evidenciar a até ali imperceptível repressão social e moral infligida no decorrer dos vários inícios da sua jovem vida. Thelma é uma rapariga como qualquer outra. Excepto que não é. Ela não é como eu, como tu, como ela. Thelma tem algo dentro dela que, quando accionado por uma atracção desigual, um desejo incompreensível, combate o seu estado pré-condicionado e se manifesta, física e involuntariamente, através de um ataque dito não-epiléptico psicogénito. Narrado como um sintoma genético, esta é a corrente que desfibrilha a verdade por detrás do desejo, diz-nos o filme quando chega ao seu segundo acto. O feitiço (ou será milagre?), curiosamente mais poderoso que a rapariga, evidencia a sua natureza num acto sobrenatural, fazendo dela uma vítima à mercê da vulnerabilidade do seu corpo ou, de igual forma, na agente do seu “próprio querer”, aquando do desprendimento autorizado da sua mente nesse corpo, dessa libertação para com o mundo ansiado, escondido em seu redor. Thelma consegue impulsionar o que mais cobiça para que se concretize. Presa numa desconexão com ela mesma, provocada pela sua família, a sua natureza torna-se táctil. A tampa que a amparava explode. E pela dor clínica de um ataque neurológico, é libertado o impulso para a atopia do mundo. Assim, e uma vez aceite, decorre uma confrontação. A confrontação com quem ela poderá ser, com o significado de todas as coisas, com o querer amar-se, para não só ser amada mas também deixar-se sê-lo. Enquanto mulher. Aparentado a Carrie de Stephen King, Trier não é o primeiro a relatar a assim denominada histeria, a loucura feminina. No cinema, Cassavetes é capaz de ser o mais ilustre, até hoje, contador de histórias dessas temáticas. Não só as desmistificava, como também o molde escolhido para encaixilhar esse seu "contar" se centrava numa volatilidade, numa modulação emocional com que a sua câmara corria olhares, mãos, e assim parava para as contemplar, no seu examinar do cinema-gesto, do cinema enquanto ser feminino. Também em Thelma, há uma ideia de uma emoção, para lá do medo pelo desconhecido, para lá do "ser-de-idade". Há a mulher sob o efeito de uma possessão, habitualmente vista através de uma lente masculina como um objecto aberto à infiltração de algo que arrisca, não só o controlo do seu ser, mas também da sociedade em redor, do olhar com o qual a mulher sedenta por significado não se pode dar à auto-descoberta livre de condicionantes exteriores. Épicas são as figuras de Lady Macbeth, de Ofélia em Hamlet, da mítica Medusa, até de Madame Bovary ou de Hedda Gabler — tidas como intrinsecamente dementes em virtude da sua feminilidade, sujeitas a uma vulnerabilidade que as enfraquecia e as condenava à manipulação daqueles à sua volta — na sua oposição às normas e conformidades sociais, independentemente do registo temporal no qual se encontravam. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Durante décadas, a literatura descreveu o prognóstico para uma doença dada à mulher primeiro, uma crença alimentada depois por elas, para sempre instruídas à manutenção das suas permanentes edições. Havia que evitar o disparar do alarme que se fazia sentir quando uma mulher era, na sua introspecção, alertada por si mesma a ser alguém, a criar uma história sua para si, uma versão que podia ser expandida, e onde o significado de tal era atribuído e dirigido só por ela, sem aditivos. Trier quer, com o seu filme, avisar-nos. Trier quer que acordemos. Thelma não é como nós. Thelma acorda. Muda. Metamorfoseia-se. Thelma deixa-se amar. Thelma colide com a necessidade de se tornar nela, de se entregar à loucura livremente. E como Vivian Gornick afirmava no seu ensaio, temos de “(…) nos libertar, combatendo internamente. Ser derrotadas pelo esforço. Perder a batalha numa grande escala. Enlouquecer. (…) A loucura é a doença simbólica da vida”. Thelma ajuda-nos a compreender a urgência do acto.
REFERÊNCIAS:
Coreia do Sul declara guerra a câmaras ocultas em casas de banho
Casas de banho serão verificadas diariamente em busca de câmaras ocultas. Filmar mulheres nos provadores de roupa, nas casas de banho públicas ou por baixo das saias é um problema grave na Coreia do Sul. As imagens acabam divulgadas em sites pornográficos. (...)

Coreia do Sul declara guerra a câmaras ocultas em casas de banho
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento -0.16
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Casas de banho serão verificadas diariamente em busca de câmaras ocultas. Filmar mulheres nos provadores de roupa, nas casas de banho públicas ou por baixo das saias é um problema grave na Coreia do Sul. As imagens acabam divulgadas em sites pornográficos.
TEXTO: Para fazer frente às câmaras de vídeo escondidas em casas de banho públicas – cujas imagens são depois divulgadas online em sites de pornografia, sem consentimento das vítimas –, a capital da Coreia do Sul comprometeu-se a controlar diariamente as casas de banho públicas. Só no ano passado, foram denunciados mais de 6000 casos de câmaras escondidas em casas de banho e em provadores de roupa, refere a BBC neste domingo. Em Agosto, 70 mil coreanos (sobretudo mulheres) saíram às ruas de Seul para se mostrarem contra este tipo de invasão de privacidade, pedindo medidas que punissem os responsáveis. Manifestavam-se contra quem filmava mulheres sem o seu consentimento, não só em casas de banho públicas, mas também nas escolas, escritórios ou transportes públicos, conta a AFP. “A minha vida não é a tua pornografia”, lia-se em alguns dos cartazes exibidos no protesto. Segundo a BBC, 80% das vítimas da pornografia resultante de câmaras escondidas são mulheres. Das 5400 pessoas detidas no ano passado por serem suspeitas de crimes relacionados com câmaras ocultas, só 2% foram presas. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A polícia sul-coreana fez uma campanha em que mostra mulheres em algumas destas situações – nas casas de banho, em casa, em provadores de roupa. A campanha pretende assustar quem pretenda fazer downloads de vídeos do género. (Cuidado: o vídeo abaixo pode ferir susceptibilidades)A agência de notícias sul-coreana Yonhap refere que as casas de banho públicas só são verificadas cerca de uma vez por mês. Agora, além das autoridades competentes, os funcionários responsáveis pela manutenção das casas de banho terão também de investigar as casas de banho em busca de câmaras.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave género mulheres
Menstruação obrigou agente espanhola a abandonar o posto. Agora, enfrenta processo disciplinar
Mulher alega que se ausentou entre cinco a dez minutos. Situação levou à instauração de um processo disciplinar, mas Guarda Civil desmente versão. (...)

Menstruação obrigou agente espanhola a abandonar o posto. Agora, enfrenta processo disciplinar
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento -0.15
DATA: 2017-04-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Mulher alega que se ausentou entre cinco a dez minutos. Situação levou à instauração de um processo disciplinar, mas Guarda Civil desmente versão.
TEXTO: Em Espanha, uma mulher ao serviço da Guarda Civil espanhola está a braços com um processo disciplinar, que pode levar a dois dias de suspensão sem direito a renumeração, por se ter ausentado do seu posto para alegadamente colocar um penso higiénico. O El País dá conta da história, que aconteceu a 8 de Março — coincidentemente, o Dia da Mulher. A agente estava de serviço num carro-patrulha numa rotunda em Barcelona, numa acção de rotina. Segundo as testemunhas presentes no local, a mulher ausentou-se durante cinco a dez minutos. “Apareceu-lhe inesperadamente a menstruação, vendo-se obrigada a dirigir-se a uma casa de banho para colocar um penso higiénico de forma imediata para não manchar o seu uniforme nem o veículo”, conta uma das testemunhas ao diário espanhol. A casa de banho mais próxima situava-se a 300 metros. Quando regressou ao carro, um tenente havia acabado de chegar. E a repreensão começou quase de imediato e em forma de gritos, conta, nesse caso, o companheiro da mulher. “Vais à casa de banho antes ou depois do ponto de controlo, mas não durante”, terá dito o tenente. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Depois do sucedido, nervosa e em lágrimas, a agente da guarda civil chegou à esquadra para falar com o capitão e denunciar o comportamento do tenente. Mas o primeiro afirmou que não tinha autoridade em relação ao segundo, apesar de acabar por admitir que tinha sido o tenente a pedir para não falar com a mulher. Cinco dias depois, tendo permanecido em casa durante este período, voltou à esquadra para tentar fazer novamente a denúncia ao superior hierárquico. Mas foi-lhe dito que teria de falar primeiro com o alvo da denúncia. Assim, a 13 de Março, escreve o El País, a mulher falou com o tenente para o informar da queixa que iria realizar. Dois dias depois, e uma semana após o incidente, o tenente deu entrada com um processo disciplinar porque não tinha pedido permissão para se ausentar do posto de controlo. A agente accionou um protocolo existente para denunciar assédio laboral, mas pouco foi ainda feito, segundo o advogado de defesa, Antonio Suárez-Valdés. A direcção-geral da Guarda Civil informou entretanto que a versão oferecida pela agente é desproporcionada, explicando que a repreensão foi realizada por não ter existido o pedido de permissão de abandono do posto de serviço, requerimento que é exigido como consequência do alerta terrorista de nível 4 que está em vigor neste momento no país. Além disso, argumenta-se que foi oferecida baixa psicológica à mulher, mas que em nenhum dos dois encontros com o psicólogo a agente referiu o incidente, tendo apenas relatado o mesmo depois de ter sido instaurado o processo disciplinar.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave mulher assédio