Estado perdeu 2618 trabalhadores no primeiro trimestre deste ano
Face a Março de 2013, a queda é de 3,7%. (...)

Estado perdeu 2618 trabalhadores no primeiro trimestre deste ano
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2014-05-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Face a Março de 2013, a queda é de 3,7%.
TEXTO: O emprego na administração pública situava-se nos 516. 121 postos de trabalho em 31 de Março de 2014, uma queda de 0, 5% face a 31 de Dezembro do ano passado, correspondente à saída de 2. 618 trabalhadores. De acordo com a Síntese Estatística do Emprego Público (SIEP) divulgada nesta quinta-feira, referente ao primeiro trimestre de 2014, o sector das administrações públicas perdeu, em termos homólogos, 21. 757 postos de trabalho, menos 3, 7% face a 31 de Março de 2013. O subsector da administração central, que representa cerca de 74, 5% dos trabalhadores no sector público, é o que revela maior perda de emprego em comparação com 31 de Março do ano passado: de um total 434. 991 trabalhadores na altura, registou-se uma redução de 16. 714 postos de trabalho, para 418. 277 trabalhadores, correspondente a uma quebra de 3, 8%, segundo o SIEP. Considerando a variação face a 31 de Dezembro de 2011, com 612. 566 trabalhadores, o emprego na administração pública registou uma quebra global de 8, 4% em 27 meses, equivalente à saída de 51. 445 trabalhadores, "resultado das quebras de emprego de 8, 9% na administração central e de 7% no subsector da administração regional e local", revela o documento. Com um rácio em relação à população total de cerca de 5, 4%, o emprego no sector da administração pública representava, a 31 de Março de 2014, cerca de 10, 8% da população activa e de 12, 7% da população empregada. Para uma taxa de feminização de cerca de 56, 4%, as mulheres trabalhadoras nas administrações públicas correspondem a 12, 5% do total da população activa feminina e a 14, 7% da população empregada do mesmo sexo. Segundo os últimos dados divulgados pelo Boletim Estatístico de Emprego Público (BOEP), referentes ao ano passado, o número de funcionários públicos caiu 3, 8% em Dezembro de 2013, menos 22 mil face ao mesmo mês de 2012. Em Dezembro, trabalhavam no Estado 563. 595 trabalhadores.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave sexo mulheres feminina
Na cabine da portagem há um homem que sorri, o que faz dele um herói
Basta um simples sorriso, um piropo, uma frase amável, para mudar a indiferença que pauta o corropio dos dias. Do alto de uma cabine da portagem da ponte 25 de Abril, um homem toca a vida de milhares. Que agora lhe agradecem. (...)

Na cabine da portagem há um homem que sorri, o que faz dele um herói
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Basta um simples sorriso, um piropo, uma frase amável, para mudar a indiferença que pauta o corropio dos dias. Do alto de uma cabine da portagem da ponte 25 de Abril, um homem toca a vida de milhares. Que agora lhe agradecem.
TEXTO: Tímido, alegre e humilde, o “Senhor da Portagem da Ponte”, como é conhecido Samuel Filipe, já tem mais de sete mil seguidores na página do Facebook que foi criada há um mês apenas para o encontrar e homenagear. A sua boa disposição contagiante, asseguram, faz com que seja impossível passar por ele sem sorrir ou continuar agarrado a alguma má disposição matinal. Sempre com um sorriso e um desejo de bom dia, Samuel vai alegrando o dia de quem passa pela sua cabine, normalmente a número 10, despedindo-se de mão no coração como se lhe doesse ver partir um amigo próximo, um amigo que fez num minuto, na sua maneira bem-disposta e despachada, enquanto recebe o dinheiro, entrega a factura e o troco, apertando ainda a mão em jeito de cumprimento, como que para atenuar a mágoa da despedida. E é sempre assim com toda a gente, com um jeito sincero que já lhe é característico. Há até quem admita que muda de faixa só para o ver e falar com ele, não importa o tempo de espera, até porque a fila do “senhor simpático” é sempre a mais concorrida pelos automobilistas. Quando lhe contaram da página, sentiu-se “extremamente envergonhado”, mas na sua boa-disposição habitual, levou a mão ao coração e lançou um “Ai, obrigada” vindo bem do fundo do peito, na voz algo esganiçada que lhe é característica. Não quer participar nessa homenagem virtual, como não quis falar com o PÚBLICO. “Achamos que se há livros de reclamações, também devia haver livros de reconhecimento às coisas boas que são feitas. A forma como o senhor recebe toda a gente, diariamente, é sem dúvida especial e pensamos que deve ser reconhecido por isso. No fundo queremos devolver-lhe o amor que ele distribui todos os dias, queremos que ele saiba que todos nós lhe damos muito valor. Pequenos gestos fazem a diferença. Um simples sorriso e um elogio matinal podem mudar a forma como cada pessoa encara o seu dia. Este tipo de atitude merece ser homenageada e incentivada”, dizem as criadoras da página, Ana Sopa e Patrícia Faria. A página criada no Facebook dedicada à sua simpatia vê os seguidores aumentar à medida que os minutos passam. Todos os dias publicam o número da cabine onde se encontra para que todos possam ter a oportunidade de passar por ele, mesmo que isso signifique terem de pagar mais, no caso daqueles que têm Via Card, mas são vários os que contam que mudam de faixa e ficam mais tempo na fila só para o verem. E até há quem já nem compre o cartão só para ter oportunidade de passar por ele todos os dias. A página lançou também o desafio aos seguidores para que tirassem fotos com Samuel, residente em Almada. E apesar da sua timidez e da manifesta vontade de ser discreto, já são várias as selfies de quem passa por ele na rua assim como retratos que lhe tiram enquanto exerce as suas funções, uma “captura” do seu sorriso disparada bem depressa para não empatar a fila. Para as mulheres que por lá passam, Samuel tem sempre um comentário mais galanteador - “Tão bonita que está hoje!”, “que linda!” e até “olha uma estrela com pernas!” - disparado venha ou não marido ou namorado ao lado. Vem sempre do coração e não há quem leve a mal, pelo contrário, é receita certa para rasgar um sorriso mais largo a quem passa a ponte. Os milhares de pessoas que passam por ele todos os dias descrevem-no como um anjo, um santo, um homem que faz milagres ao transformar o dia de qualquer pessoa que passe pela sua cabine. E os que voltam têm sempre a satisfação de ser recebidos com um “fico tão feliz por voltar a vê-lo!”. A página a ele dedicada está cheia de incentivos, agradecimentos, muito carinho e emoção, histórias de quem por ele passou e passa e o impacto que lhes trouxe. E até há quem avance que a sua vida não foi fácil, o que o torna ainda, asseguram, mais extraordinário. As criadoras da página afirmam que não esperavam uma adesão tão grande. A dimensão que atingiu é vertiginosa. Se se considerar que é uma página dedicada a um senhor que só aqueles que por ele passam conhecem, e não uma campanha ou figura pública num país pequeno, a ascensão é quase meteórica. “Ao criar a página quisemos fazer uma homenagem e não esperávamos encontra-lo tão rapidamente. Foi uma surpresa quando as pessoas começaram a deixar comentários a dizer o nome do senhor e a falar da sua história de vida. Enquanto administradoras da página, gostávamos apenas que o Sr. Samuel soubesse que faz diferença na vida dos seus clientes e que os nossos seguidores pudessem deixar-lhe mensagens a mostrar isso mesmo. Estamos dispostas a mudar o que for necessário, se o Sr. da Portagem assim o desejar, isto é tudo para ele e só faz sentido se for algo que ele aprove e com o qual se sinta bem”, asseguram.
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Palavras-chave homem mulheres
Rangel centra discurso na aparição de Sócrates na campanha do PS
Cabeça de lista do PSD/CDS assinala a disponibilidade para consensos com os socialistas. (...)

Rangel centra discurso na aparição de Sócrates na campanha do PS
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-16 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20140516170209/http://www.publico.pt/1636241
SUMÁRIO: Cabeça de lista do PSD/CDS assinala a disponibilidade para consensos com os socialistas.
TEXTO: À saída de uma visita à Associação Portuguesa da Cortiça, Paulo Rangel pouco se demorou a falar deste produto exportador e preferiu disparar contra o anúncio da participação de José Sócrates na campanha do PS. “Isto é o regresso a uma visão despesista, é simbólico. Há um candidato do PS que diz que não sabe se é bom ou mau para a campanha”, afirmou aos jornalistas o cabeça de lista da Aliança Portugal, em Santa Maria da Feira. Nuno Melo, o candidato do CDS, aponta para o PS e, mais uma vez, para José Sócrates. “Estamos em eleições europeias, só ao PS ocorreria apresentar o programa de Governo”, começou por dizer o centrista. Para trazer o ex-primeiro-ministro à baila, Nuno Melo lembrou a fotografia tirada por António José Seguro ao lado de Martin Schulz, na passada semana, em Lisboa, e a recriação que foi feita nas redes sociais em que figuravam os Marretas. Para o centrista, era preciso “postar” José Sócrates naquela selfie para “Portugal inteiro ficar a perceber rigorosamente o que está em causa nas eleições de dia 25”. Questionados sobre possíveis alianças com o PS, Rangel assinala a disponibilidade para os consensos. Já Nuno Melo contorna a pergunta sobre um possível incómodo para o CDS, no caso de um entendimento PSD/PS: “Nós, no CDS, não abrimos nenhum ciclo para as legislativas”. Apesar de não se cansarem se sublinharem a coesão da aliança PSD/CDS, o líder dos centristas prepara-se para fazer uma acção de campanha, este domingo, no Alentejo, com o candidato a presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ao mesmo tempo que prossegue a campanha de Rangel no Norte do país. Paulo Rangel considera que são momentos “perfeitamente definidos” e que “é normal”. E garante que é o próprio luxemburguês que “quer cobrir o país todo”. “Tome lá uma canetinha, dá sempre jeito”Os candidatos começaram o dia a percorrer uma rua pedonal de Espinho, onde a recepção foi um pouco melhor do que nos últimos dias, muito graças à aparente popularidade de duas figuras da terra, o presidente da câmara, Pinto Moreira, e Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD. Ao som de cânticos mais afinados das “jotas”, Rangel e Melo foram distribuindo material de campanha. “Tome lá uma canetinha, que dá sempre jeito”, repetiu o cabeça de lista, enquanto o candidato do CDS lembrava que os panfletos têm o calendário dos jogos do Mundial de futebol. Dentro de um café, uma professora reformada desabafou a sua “desilusão” relativamente aos políticos. “Vou votar, mas pela primeira vez não sei em quem”, confessou a Rangel e a Melo. E considerou que a abstenção – um dos maiores receios da Aliança Portugal – significa uma “traição”, já que as mulheres “lutaram” para ter direito de voto. Momentos depois desta conversa amena, um reformado que trabalhou no sector ferroviário expressou a sua indignação contra a maioria PSD/CDS. “Deviam ter vergonha do que andam a fazer ao povo”, gritou. A comitiva saiu discretamente, mas um dos elementos da caravana ficou a discutir com o eleitor. Acabou por desistir e saiu. Foi o incidente da manhã. “Há sempre um em todas as acções de rua”, desabafava um elemento da caravana.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD
Foto de assessor de Erdogan a pontapear manifestante choca a Turquia
Reacção da comitiva do primeiro-ministro turco aos protestos na cidade mineira de Soma causa polémica. (...)

Foto de assessor de Erdogan a pontapear manifestante choca a Turquia
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-16 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20140516170209/http://www.publico.pt/1636151
SUMÁRIO: Reacção da comitiva do primeiro-ministro turco aos protestos na cidade mineira de Soma causa polémica.
TEXTO: As fotografias de um assessor do primeiro-ministro turco a dar pontapés a um manifestante que está no chão, já a ser espancado pela polícia, na cidade de Soma, onde aconteceu o grave acidente numa mina de carvão onde morreram pelo menos 282 mineiros, chocou e indignou a Turquia. As imagens de Yusef Yerkel, apanhadas sob diversos ângulos pelos fotógrafos, foram partilhadas vezes incontáveis nas redes sociais. Yerkel reconheceu que era ele, e prometeu que daria explicações. O primeiro-ministro, Recep Tayyop Erdogan, marcou a sua distância – afirmou que se tratava de um problema do seu assessor. A ida de Erdogan a Soma correu bastante mal. O primeiro-ministro foi obrigado a refugiar-se num supermercado para se refugiar da fúria dos manifestantes, que pontapearam o seu carro, depois de ter dito que acidentes e mortes em minas “são acontecimentos vulgares”, e ter enumerado todas as catástrofes mineiras no mundo desde o século XIX, procurando mostrar que Soma era apenas mais uma. No Twitter, que Erdogan detesta, e no YouTube, que continua a ser de acesso proibido na Turquia, fervilharam as fotos e os vídeos relativos a este incidente. “Ele agrediu-me e insultou-me, tal como ao primeiro-ministro. Devia eu ficar silencioso?”, disse Yusef Yerkel, numa curta declaração citada pelo jornal Hürriyet. No Facebook circula um vídeo em que se vê o primeiro-ministro, conhecido pelos seus ataques de cólera, enfurecer-se contra alguém, no meio da confusão, diz a AFP. Os sites da oposição fizeram circular a história de que Erdogan teria dado uma bofetada a uma rapariga que lhe chamou “assassino” em Soma – mas logo a seguir a história mudou, e o que se diz é que tinha agarrado um mineiro pelo pescoço. Ou, mais recentemente, surgiu um homem que diz ter sido esbofeteado “sem querer” pelo primeiro-ministro” quando estava a ser arrastado pelos seguranças para dentro do supermercado, ao mesmo tempo que gritava aos manifestantes “venham cá apupar-me à minha frente”, relata a versão em inglês do jornal Hürriyet. A verdade é que nenhuma destas histórias tem qualquer confirmação, ao contrário da do seu assessor.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homem rapariga
Alcina nunca ganhou mais de 2300 euros por mês: “Privo-me de muitas coisas”
Não é caso para ir para a fila da sopa dos pobres, mas a vida nas grandes cidades suíças é difícil mesmo para quem ganha acima dos padrões europeus. (...)

Alcina nunca ganhou mais de 2300 euros por mês: “Privo-me de muitas coisas”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2014-05-18 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20140518170209/http://www.publico.pt/1636378
SUMÁRIO: Não é caso para ir para a fila da sopa dos pobres, mas a vida nas grandes cidades suíças é difícil mesmo para quem ganha acima dos padrões europeus.
TEXTO: Um salário mínimo de 4000 francos suíços brutos por mês (3270 euros), um sonho inacessível para a maioria dos europeus, é uma necessidade para a esquerda helvética que avançou com o referendo deste domingo, argumentando que a vida na Suíça é difícil abaixo deste limiar. “Estou em Genebra há um ano, sempre trabalhei na hotelaria de luxo, e o meu salário bruto nunca ultrapassou os 3400 francos brutos (2800 líquidos, o equivalente a 2300 euros). Privo-me de muitas coisas, não me alimento como devia”, explica Alcina Esteves de Almeida, uma portuguesa de 52 anos, divorciada, que vive sozinha num estúdio com uma renda de 1200 francos nos subúrbios de Genebra. Para além do aluguer, Alcina tem que pagar 400 francos de seguro de saúde, os impostos, o telefone, o passe social (70 francos)…“Quando tinha 18 anos vim para Genebra e trabalhei aqui durante dez anos na hotelaria: os salários nessa época não eram tão altos mas a vida era menos cara”, recorda a portuguesa. Como Alcina Esteves de Almeida, um assalariado em casa dez, ou seja mais de 300 mil pessoas, ganha menos de 4000 francos brutos por mês. As contribuições sociais na Suíça podem calcular-se à volta dos 15%, segundo os sindicatos. A iniciativa dos sindicatos que exige um salário mínimo de 22 francos (18 euros) brutos por hora – o que corresponde a um salário mensal de 4000 francos por 42 horas semanais – é combatida pela direita, o Parlamento e o governo, que a consideram um perigo para o emprego. Os opositores – que deverão vencer o referendo segundo as sondagens – denunciam também um custo de vida diferente através do país, e sublinham que existem contratos colectivos de trabalho (CCT) por ramos profissionais, o que permite estabelecer um salário mínimo diferenciado. Um falso argumento segundo os sindicatos. “As convenções colectivas cobrem mais ou menos 50% de trabalhadores”, explica o sindicalista Umberto Bandiera. O que significa que o copo está meio vazio, argumentam os sindicatos, sublinhando que muitos sectores escapam aos CCT, como o comércio a retalho, de vestuário, os call centers, a restauração e a hotelaria. Sectores onde as mulheres estão muito presentes e sofrem mais com a ausência de um salário mínimo, constata Françoise Messant-Laurent, professora de sociologia de trabalho na Universidade de Lausanne. É o caso de “Emma”, uma italiana de 30 anos que prefere manter-se no anonimato, que trabalhou três meses como assistente administrativa numa sociedade ligada à relojoaria em Genebra por 3600 francos. Viver com o seu namorado foi a solução encontrada para pagar a renda de 2600 francos e a creche da filha. Todos o dizem, a habitação pesa demasiado no orçamento. Em Genebra, por exemplo, por um T2 (dois quartos e uma sala), a renda média chegava quase aos 1500 francos no final de 2013, segundo as estatísticas oficiais. Na lista de despesas, seguem-se os impostos, muito elevados na Suíça, as facturas da luz, telefone e gás, os transportes, a alimentação. E os pequenos prazeres – um bilhete de cinema (19 francos) – não são para toda a gente. “Quando eu vou ao supermercado, gasto cerca de 100 francos por semana”, diz EmmaPara “Mario”, um italiano de 25 anos que também não se quer identificar, o futuro é sombrio: trabalhou durante três anos como piloto de aviação numa empresa de Genebra por 2000 francos brutos. “Morava na região de Genebra com dois colegas, a dez minutos do aeroporto, cada um de nós pagava 700 francos por mês. Ao fim do mês não restava quase nada”. Impossível poupar e fazer projectos para o futuro. Claro que nem Alcina, Emma ou Mário consideram estar numa situação que os leve à sopa dos pobres e os três reconhecem que é melhor trabalhar por um salário inferior a 4000 francos do que estar no desemprego. Giuliana Mion, camareira num hotel de luxo de Genebra, acredita que as coisas vão melhorar pouco a pouco. Esta venezuelana de 31 anos, na Suíça há dois anos, vive com o marido, que está a estudar, a irmã e os seus pais. O seu salário: 3400 francos brutos (3000 líquidos). “Não vou ao cinema, não saio para me divertir. Vamos fazer as compras a França porque lá a carne é mais barata”, conta. Mas, diz a sorrir, “não passo fome e nós encontramos maneiras de fazer os nossos programas: ir ao lago, fazer um pic-nic”. Agnes Pedrero/AFP
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Marc Márquez mantém pleno no Mundial de MotoGP
Quinta vitória em cinco corridas nesta temporada. (...)

Marc Márquez mantém pleno no Mundial de MotoGP
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.35
DATA: 2014-05-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Quinta vitória em cinco corridas nesta temporada.
TEXTO: O espanhol Marc Márquez (Honda), campeão do Mundo de MotoGP, manteve o pleno de vitórias no Mundial, ao impor-se no Grande Prémio de França, quinta prova do campeonato. Márquez, que tinha partido da pole position, cumpriu as 28 voltas ao circuito de Le Mans em 44m03, 925s, impondo-se ao italiano Valentino Rossi (Yamaha) e ao compatriota Álvaro Bautista (Honda), segundo e terceiros classificados, a 1, 486 e 3, 144 segundos, respectivamente. Para igualar o feito de vencer as cinco primeiras corridas da temporada do italiano Giacomo Agostini em 1972, que no ano anterior tinha vencido as oito primeiras provas, Márquez teve de recuperar dez posições, até assumir a liderança na 13. ª volta. O detentor do título e líder do Mundial repetiu, aos 21 anos a proeza do australiano Michael Doohan, que em 1997 venceu cinco vezes seguidas a partir da pole position, e tornou-se também no mais jovem piloto a vencer cinco corridas consecutivas na categoria “rainha”, ao superar o registo do britânico Mike Hailwood, que remontava a 1962, quando, aos 22 anos e 160 dias. Na classificação de pilotos, Márquez soma 125 pontos, mais 42 do que o compatriota Dani Pedrosa (Honda), que terminou no quinto lugar, e mais 44 do que Rossi. Miguel Oliveira foi 12. º em Moto3O português Miguel Oliveira (Mahindra), o primeiro português a subir ao pódio no Mundial de motociclismo, concluiu a corrida da categoria Moto3 no 12. º lugar. O australiano Jack Miller (KTM) venceu a corrida e reforçou a liderança no Mundial, ao concluir as 24 voltas ao circuito de Le Mans em 41m30, 582s, à frente dos espanhóis Alex Rins (Honda) e Isaac Viñales (KTM), segundo e terceiro classificados, a 0, 095 e 0, 230 segundos, respectivamente. Depois de ter partido da 14. ª posição da grelha, Miguel Oliveira, concluiu a prova no 12. º lugar, a 14, 504s do vencedor. “A Mahindra não é uma moto fácil de guiar, é sensível em vários aspectos, o travão motor é um calcanhar de Aquiles e, quando está vento, as dificuldades são acrescidas. Se não tiver um cone de ar que ajude nas rectas, torna-se impossível estar na frente”, afirmou o piloto natural de Almada, admitindo que “apenas foi possível por beneficiar de algumas desistências. ”Miguel Oliveira foi relegado para a 13. ª posição da classificação de pilotos, que é liderada por Jack Miller, pelo italiano Enea Bastianini (KTM) e pelo britânico John McPhee (Honda), que somam mais cinco e três pontos do que o português (20 pontos). “A equipa tem sabido reagir às adversidades mas a Mahindra nem tanto, precisamos de algo urgente para estar no lugar para o qual trabalhamos tanto”, lamentou o almadense, antevendo a sexta corrida do Mundial de velocidade, que está marcada para o próximo dia 1 de Junho, em Itália. Em Moto2, o finlandês Mika Kallio (Kalex) foi o mais rápido em Le Mans, aproximando-se do líder do campeonato, o espanhol Esteve Rabat (Kalex), que foi terceiro na corrida, atrás do italiano Simone Corsi, segundo classificado.
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Palavras-chave rainha
Roupa versátil para corpos diversos
Duas amigas lançaram uma empresa com linhas de roupas que podem ser usadas por qualquer pessoa, incluindo quem se desloca em cadeira de rodas. (...)

Roupa versátil para corpos diversos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Duas amigas lançaram uma empresa com linhas de roupas que podem ser usadas por qualquer pessoa, incluindo quem se desloca em cadeira de rodas.
TEXTO: Um novo conceito está prestes a chegar ao mercado: roupas inclusivas, isto é, roupas que podem ser usadas por pessoas com ou sem incapacidade física. A empresa que o está a lançar, IMOA, com sede em São João da Madeira, procura gente entre os 18 e os 80 anos que possa dar rosto às várias linhas. Quis o acaso que Susana Rodrigues e Célia Moreira se conhecessem ao frequentar um curso de “coaching”, tão em voga nestes tempos em que a qualquer um parece dar jeito melhorar a performance. Nada parecia ligar estas mulheres que agora vemos dizer que não querem que alguém tenha de vestir um “saco de batatas” só porque está confinado a uma cadeira de rodas. Susana Rodrigues conta 33 anos. Estudou Biologia. Chegou a iniciar carreira de investigação, mas não, não era no laboratório que encontrava alegria. A sua grande paixão era a moda. Decidiu segui-la. E quis fazer tudo como devia ser. Estudou consultadoria de imagem em França. Aprofundou alguns aspectos em Inglaterra e nos Estados Unidos. Estava a trabalhar nisso. Célia Monteiro, 41 anos, estudou comunicação, fez pós-graduação em assessoria, trabalhou num canal de televisão, mas não lidava bem com o stress. Fez um mestrado em psicologia clínica. Sentia-se no sítio certo. Trabalhava com pessoas que estavam a reaprender a viver depois de terem sido apanhadas por algo tão perturbador como um acidente vascular cerebral ou um traumatismo crânio encefálico. Para trabalhar melhor, fez uma especialização em neuropsicologia. Muitas daquelas pessoas tinham vidas activas, intensas. De um dia para o outro, ficaram em parte paralisadas. Para ninguém é fácil a adaptação à mudança. “Vemos isso quando uma pessoa se casa, quando se divorcia, quando tem filhos, quando perde alguém, quando tem de fazer um luto”, comenta ela. Célia via o que sofriam enfermeiros e familiares para vestir alguns. E via o que sofriam os próprios doentes. Vestir um casaco pode ser tão penoso que alguns preferem passar frio. Há quem se recuse a sair de casa por não se sentir bem com nenhuma peça de roupa que tem no armário. Falaram disso tudo quando se conheceram. O que é funcional não tem estilo. O que tem estilo é pouco funcional. Mas com pequenas alterações, roupas proibidas passam a roupas permitidas. E isso, explica Célia, ajuda os doentes a gostarem mais da sua imagem, a sentirem-se mais motivados para sair de casa. Um ano a pesquisarPensaram em fazer um desfile de moda no hospital de reabilitação em que Célia trabalhava. Puseram-se à procura de roupas modernas, bonitas, que pudessem vestir aos doentes. Nada encontraram. E se contactassem estilistas conhecidos e os desafiassem a fazer peças específicas para o desfile? — questionaram-se. Não. E se tratassem elas de tudo? — perguntaram-se depois. Parecia-lhes que o que tinham aprendido até então podia ser útil numa empresa naquela natureza. Não se atiraram logo de cabeça. Andaram mais de um ano a preparar-se. Com a colaboração de instituições como a Associação do Porto de Paralisia Cerebral, contactaram doentes para perceber que peças lhes faziam mais falta, que dificuldades enfrentavam com as roupas que existem. As peças foram nascendo de um trabalho de equipa, que envolve um designer de moda e um engenheiro do desenvolvimento de produto, e foram sendo testadas por gente com e sem incapacidade. Nunca lhes interessou fazer roupa específica para pessoas com incapacidade. Acham que isso seria discriminar. “Também sou gordinha e não gosto de roupa para gordinhas”, enfatiza Susana. A primeira colecção está pronta. Deverá ser lançada brevemente. Parece-lhes importante ter venda online, até porque entre os potenciais clientes há quem não goste de se deslocar — os espaços pensados pelas lojas para experimentar as peças são muitas vezes impróprios para cadeira de rodas. Mas já estabeleceram parcerias com retalhistas em Lisboa e no Porto e querem ir por aí fora — até ao Médio Oriente, até à Ásia. O primeiro catálogo — uma linha de roupa interior para homem e para mulher, uma linha desportiva, também para os dois géneros, e uma linha de pronto-a-vestir só feminina — fez-se com modelos profissionais. O próximo far-se-á com pessoas comuns. Estão abertas as inscrições para um casting destinado a encontrar pessoas, com e sem incapacidade física, entre os 18 e os 80 anos, que possam dar a cara pela marca durante algum tempo — ser uma espécie de embaixadores.
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Palavras-chave mulher ajuda homem espécie mulheres feminina luto
Comboio entre Porto e Vigo acumulou prejuízos de 1,2 milhões de euros em nove meses
CP e Renfe exploram um comboio deficitário por imposição governamental e estão proibidas de o rentabilizar. (...)

Comboio entre Porto e Vigo acumulou prejuízos de 1,2 milhões de euros em nove meses
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: CP e Renfe exploram um comboio deficitário por imposição governamental e estão proibidas de o rentabilizar.
TEXTO: Entre Julho de 2013 e Março deste ano o comboio Celta, que assegura a ligação directa (sem paragens intermédias) entre Porto e Vigo duas vezes por dia, transportou cerca de 28 mil passageiros. Um número que pode parecer elevado, mas que, no mês de maior procura (Agosto de 2013) representa apenas uma média de 57 passageiros por comboio. A média destes nove meses é de 26 passageiros por cada viagem. Um valor que é mais adequado para um autocarro do que para um comboio, segundo defendia o Governo em 2011 quando apresentou o Plano Estratégico de Transportes (PET), que preconizava o encerramento de linhas e de serviços com procura reduzida. Nestes nove meses, a taxa de ocupação (cada automotora tem 228 lugares) tem sido de 12%, uma fasquia que também foi utilizado no PET para justificar a redução de serviços de transportes públicos. Será por este motivo que as empresas públicas CP e Renfe recusam divulgar informação sobre os resultados de exploração deste novo serviço, que foi inaugurado em Julho de 2013 por decisão conjunta dos governos de Portugal e Espanha, que se entusiasmaram com a criação de um comboio sem paragens entre Porto e Vigo. As duas empresas obedeceram. E até arranjaram um nome original para o novo serviço – Celta. Mas como a linha é de via única, o comboio tem de parar várias vezes para poder cruzar com as composições que circulam em sentido contrário. Populações e autarcas protestaram por não poder apanhar o Celta. Afinal, o comboio até pára, diariamente e durante alguns minutos, em Viana do Castelo, tanto no sentido ascendente, como descendente. Mas os passageiros não podem entrar ou sair, inibindo assim a CP de obter mais alguma receita, como sucederia se houvesse serviço comercial naquela estação. O mesmo acontece em Lousado, Darque, Caminha e Valença onde o “rápido” também pára para cruzar. A CP só divulgou o número de passageiros transportados neste serviço, mas recusou-se a mostrar os resultados de exploração. O PÚBLICO calculou as receitas (fáceis de obter porque só há uma origem e um destino) e as duas principais componentes da despesa: o custo do combustível e a taxa de uso (portagem ferroviária) que é paga às duas empresas gestoras de infra-estruturas: a Refer, em Portugal, e Adif, em Espanha. Os resultados - calculados por defeito porque há mais componentes da despesa que não foram tidas em conta -demonstram um prejuízo brutal no serviço. Em nove meses, a CP e a Renfe terão tido receitas na ordem dos 427 mil euros para despesas superiores a 1, 7 milhões, o que significa um défice de 1, 2 milhões. Seguramente que, em Julho, quando completar um ano de serviço, o Celta terá chegado aos 2 milhões de euros de prejuízos. Este valor era, também, o prejuízo de exploração anual da linha do Tua, quando o Governo decidiu suspendê-la. Similarmente, e de acordo com o PET, as linhas do Corgo, do Tâmega e o ramal da Pampilhosa à Figueira da Foz tinham prejuízos entre 1, 5 a 1, 8 milhões de euros por ano quando foram encerrados. A linha do Oeste, cujo encerramento do serviço de passageiros chegou a estar previsto entre Caldas da Rainha e Figueira da Foz, gerava perdas anuais de 800 mil euros. Ou seja, um só comboio, o Celta, dá mais prejuízo do que todo o tráfego das linhas que fecharam por serem consideradas deficitárias. Um impulso de ministrosO presidente da CP, Manuel Queiró, não esconde que a criação deste comboio obedeceu a um “impulso” do ex-ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, e da sua homóloga espanhola, Ana Pastor. "Resulta de uma vontade dos dois governos e por isso as duas empresas [CP e Renfe] vão até onde os dois governos as deixam ir", disse o gestor, numa entrevista ao PÚBLICO a 14 de Abril, explicando que mais paragens para atrair mais passageiros, como preconizam os autarcas do Minho, "teriam de ser aprovadas pelas tutelas" dos dois países. Autarcas minhotos e o próprio secretário-geral do Eixo Atlântico, Xoán Mao, defende que o Celta deve parar em Viana do Castelo e Barcelos e, eventualmente, em Nine para dar ligação a Braga. Uma opinião partilhada pela própria tecnoestrutura da CP que entende que esta seria uma forma de rentabilizar o comboio e atenuar os prejuízos. Actualmente a viagem sobre carris entre Porto e Vigo é feita em 2h15 e custa 14, 75 euros. Em Junho do ano passado, quando foi decidido lançar um serviço directo entre as duas cidades, a ministra de Fomento espanhola dizia que esperava uma "grande afluência" tendo em conta o preço "muito razoável" do bilhete. E Álvaro Santos Pereira afirmava que o novo comboio permitiria "dinamizar" sectores como o turismo e o comércio, além do investimento entre as duas regiões.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave rainha
Mega-operação mundial contra pirataria informática termina com 97 detidos
Operação conjunta da Europol, Eurojust e FBI para interceptar utilizadores de vírus informáticos BlackShades. (...)

Mega-operação mundial contra pirataria informática termina com 97 detidos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Operação conjunta da Europol, Eurojust e FBI para interceptar utilizadores de vírus informáticos BlackShades.
TEXTO: Pelo menos 97 pessoas foram detidas durante uma operação em 16 países destinada a interceptar os criadores, vendedores e utilizadores de BlackShades, vírus informáticos utilizados para controlar computadores à distância, anunciou esta segunda-feira a Europol e a Eurojust. As duas organizações avançam em comunicado que durante a operação anti-pirataria informática foram feitas 359 buscas a casas na Holanda, Bélgica, França, Alemanha, Reino Unido, Finlândia, Áustria, Estónia, Dinamarca, Estados Unidos, Canadá, Chile, Croácia, Itália, Moldávia e Suíça. Além das detenções, foram ainda apreendidos mais de 1100 aparelhos de armazenamento de dados. Entre os aparelhos estavam computadores, portáteis, telemóveis, routers, discos rígidos e pen drives. A esta lista juntam-se também uma quantidade de dinheiro não especificada, armas de fogo ilegais e droga. O BlackShades é um vírus informático que permite ao utilizador controlar um computador à distância. Assim que é instalado, é possível aceder a documentos, fotografias e outros ficheiros, gravar todas as passwords digitadas e activar a webcam do computador alvo, sem que a vítima se aperceba destas operações. Através deste vírus é ainda possível lançar um ataque de grande escala DDoS, ataques distribuídos de negação de serviço que consistem em enviar uma grande quantidade de pedidos de acesso a um ponto da rede. Dependendo da capacidade de resposta dos servidores, a avalancha de pedidos pode resultar em ligações mais lentas ou na impossibilidade de acesso. A Europol exemplifica com o caso de um jovem de 18 anos que, a partir da Holanda, infectou 2000 computadores com BlackShades, conseguindo controlar as webcams para tirar fotografias a mulheres e raparigas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ataque mulheres
Disco raro de 1971 renasce em vinil mas com as técnicas do século XXI
Raríssimo, o primeiro LP a solo de José Cid volta ao mercado em vinil, num restauro fiel do disco de 1971, mas aproveitando as técnicas do século XXI. O lançamento é hoje, em Lisboa, no auditório da SPA. (...)

Disco raro de 1971 renasce em vinil mas com as técnicas do século XXI
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.15
DATA: 2014-05-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Raríssimo, o primeiro LP a solo de José Cid volta ao mercado em vinil, num restauro fiel do disco de 1971, mas aproveitando as técnicas do século XXI. O lançamento é hoje, em Lisboa, no auditório da SPA.
TEXTO: Quem tiver, à época, manuseado o disco, ficará surpreendido: é igual! Ou quase… A capa, desdobrável, usa o mesmo tipo de cartão rugoso, a tonalidade das fotos é perfeita, interior e contracapa estão tal como na edição original de 1971. No entanto, emendaram-se pequenos erros nos títulos das canções e o vinil utilizado é de 180 gramas, numa prensagem ao gosto dos audiófilos. E, no interior, junto ao disco (que, por fora, é selado numa capa de celofane reutilizável, ao jeito das miniaturas japonesas), há um libreto bilingue, esse sim, inteiramente novo, onde se explica tudo (a história, as canções, os processos musical e técnico) e onde se publicam, pela primeira vez, as letras dos doze temas, o que o original não fazia. Miguel Augusto Silva, da Armoniz, empresa criada em Portugal para este tipo de edições, chegou a este disco através da ideia de “homenagear a música, os artistas e as pessoas ligadas à música portuguesa, através de edições cuidadas em LP, ao mais alto nível”. E ele diz LP, ou seja, vinil, porque acha que “a experiência de escuta de um LP é diferente, é mais física, somos também mais influenciados pelas emoções do objecto em si, da capa, dos textos, das fotos… O retorno é muito mais gratificante e aprende-se muito mais. O formato digital não me dá isso, principalmente hoje em dia com o MP3, onde o objecto desapareceu completamente. ” O primeiro disco a solo de José Cid, além de raríssimo, permitia-lhe a experiência de voltar ao ponto “zero”, há 43 anos. Editado em Maio de 1971 pela Valentim de Carvalho, com selo da Columbia, teve à data apenas 400 cópias, mas não só as masters originais estavam a salvo como o técnico de som Hugo Ribeiro, que o registou na época, estava disponível para voltar a fazer tudo de novo. E assim foi. Com Hugo Ribeiro, esteve, agora, outro grande nome dos estúdios portugueses, José Fortes. Corrigiu-se, como escreve Hugo Ribeiro no libreto do disco actual, o que podia ser uma “escuta enganadora” da época e, num “meticuloso processo de restauro”, mantiveram-se as características da gravação original: “Ao ouvir o resultado, tantos anos depois, tive a sensação de estar novamente no estúdio de gravação”, escreve Hugo Ribeiro. E se, na verdade, lá estivesse, teria pela frente uma máquina 3M M23 de oito pistas (uma novidade para a época, em Portugal), onde José Cid gravou, sozinho, todas as vozes e instrumentos que o disco regista: piano, guitarras, baixo, bateria, órgão, flauta, cravo. “Toquei os instrumentos todos, fiz os coros, tudo…”, explica José Cid, agora, no texto do disco. “Acho que é um trabalho interessante”. O que trazia e nos volta a trazer, agora, este disco? Para lá de sete composições originais de José Cid, na altura ainda a trabalhar com o Quarteto 1111 (Não convém, Olá vampiro bom!, Requiem, Nunca, Lisboa ano 3000, Meu amor e Amigos), uma versão de O Dragão, tema escrito pelo baixista do quarteto, Jorge Moniz Pereira; Gabriela cravo e canela, com letra de Jorge Amado e música de Cid (mais tarde, Dori Caymmi, filho de Dorival, escreveria uma outra versão intitulada Alegre menina); Dom fulano, versão de Natália Correia para um tema do cancioneiro de D. Dinis (cuja letra original, em português medieval, agora se publica a par da outra); Ni Helile, do trovador moçambicano Fany Mpfumo; e finalmente Volkswagen blue, canção que Gilberto Gil compôs e, depois de se cruzar com José Cid em Portugal, lhe ofereceu, junto com outro tema, para gravar. Por cima dos registos de Cid (voz e instrumentos), quis o maestro Pedro Osório juntar alguns apontamentos orquestrais, que Cid tolerou. No geral, diz Miguel Augusto Silva (que no libreto actual analisa meticulosamente cada uma das canções), “o disco é extremamente denso e coeso”, e a componente orquestral de Pedro Osório é bastante inteligente… A transversalidade de influências musicais vai muito para além da abordagem do Quarteto 1111 e da influência psicadélica. Entre a bossa nova, o jazz, o psicadelismo, a música tradicional e a música electroacústica: pop de vanguarda – o que, em certos aspectos, o aproxima de uma estética “canterburiana”… (foi em Canterbury, Inglaterra, que a pop psicadélica, escreve ainda Miguel Silva, “escolheu o jazz e ignorou o blues, namorando a música electroacústica e apaixonando-se pela bossa nova”).
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filho