Explosão de uma prisão na Florida faz dois mortos
Fuga de gás terá causado o acidente. (...)

Explosão de uma prisão na Florida faz dois mortos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Fuga de gás terá causado o acidente.
TEXTO: Dois prisioneiros morreram e 100 a 150 pessoas ficaram feridas, entre presos e guardas prisionais, após uma explosão numa cadeia na Florida na madrugada de quinta-feira, que parece ter-se devido a uma fuga de gás. A explosão ocorreu pelas 11h00 locais (6h00 em Lisboa) e arrasou o edifício de quatro andares da prisão de Escambia, que alojava cerca de 600 prisioneiros, 400 homens e 200 mulheres, explicou a porta-voz daquele condado, Kathleen Castro. “O edifício ainda está de pé, mas está instável e colapsou parcialmente”, disse, citada pela Reuters. Algumas testemunhas dizem ter sentido o cheio a gás – daí a suspeita de que a explosão se deva a uma fuga de gás. Não houve notícia de que algum prisioneiro tenha escapado da prisão na confusão que se seguiu. Não é ainda claro como morreram os dois prisioneiros. Não houve incêndio após a explosão, que poderá ter estado relacionado com as fortes tempestades que atingiram o Sul dos Estados Unidos nos últimos dias. No condado de Escambia, onde fica o estabelecimento prisional, foi mesmo declado estado de emergência, devido ao mau tempo, que destruiu edifícios, estradas e vias férreas. "A prisão sofreu inundações na quarta-feira, em resultado da chuva", reconheceu Castro.
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Palavras-chave homens prisão mulheres
Sinn Féin denuncia motivações políticas na detenção de Gerry Adams
Adams apresentou-se numa esquadra da polícia de Antrim, na Irlanda do Norte, ao início da noite de quarta-feira, para um depoimento “voluntário” no processo relativo ao rapto e assassínio de Jean McConville. (...)

Sinn Féin denuncia motivações políticas na detenção de Gerry Adams
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Adams apresentou-se numa esquadra da polícia de Antrim, na Irlanda do Norte, ao início da noite de quarta-feira, para um depoimento “voluntário” no processo relativo ao rapto e assassínio de Jean McConville.
TEXTO: O vice-primeiro ministro da Irlanda do Norte, Martin McGuiness, denunciou a actuação da polícia que promoveu a detenção do líder histórico do partido republicano Sinn Féin, Gerry Adams – no âmbito da investigação de um crime atribuído ao Exército Republicano Irlandês (IRA) em 1972 – como uma “tentativa deliberada de influenciar o resultado das eleições” locais e europeias dentro de três semanas. Para McGuinness, que pertence ao Sinn Féin, a prisão do líder republicano prova que “ainda existe um lado negro no policiamento da Irlanda do Norte”, que tem estado a “flectir os músculos nos últimos dias”. Como explicou, não é de agora que Adams é atacado “de forma hostil e maliciosa” por aqueles que “veementemente se opõem à estratégia de paz do Sinn Féin”. Adams apresentou-se numa esquadra da polícia de Antrim, na Irlanda do Norte, ao início da noite de quarta-feira, para um depoimento “voluntário” no processo relativo ao rapto e assassínio de Jean McConville, uma viúva de 37 anos, por membros IRA. “Já tinha manifestado à polícia a minha disponibilidade para reunir com os detectives”, para reafirmar a sua “total inocência” no caso, que remonta a Dezembro de 1972. O presidente do Sinn Féin foi detido para interrogatório às 20h, ao abrigo da Lei de Terrorismo aprovada no ano 2000, e que prevê a possibilidade de manter um suspeito detido sem acusação durante 28 dias. No entanto, a lei exige que a detenção seja confirmada por um juiz após as primeiras 48 horas. A morte de Jean McConville causou enorme comoção na época, e ainda hoje o seu caso destaca-se como um dos mais brutais do período de violência política e sectária entre nacionalistas e “lealistas” e entre católicos e protestantes que se prolongou por mais de 30 anos na Irlanda do Norte – uma época historicamente designada como The Troubles. “Apesar de nunca me ter dissociado do IRA, isso não quer dizer que concordo com tudo o que eles fizeram, porque não concordo. O caso de Jean McConville, particularmente, constituiu um erro grave, e uma profunda injustiça para ela e a sua família. Mas felizmente, a guerra acabou”, sublinhou Gerry Adams, num comunicado divulgado antes de se apresentar na esquadra. Adams, que formalmente nunca foi membro do IRA, está à frente do Sinn Féin, o segundo maior partido da Irlanda do Norte, desde 1983. Mas a sua intervenção política começou ainda na adolescência, certamente por influência da família, activa no movimento do republicanismo armado. Em 1972, foi detido sem acusação ao abrigo de uma controversa lei de poderes especiais, acabando por ser libertado por indicação do IRA, que apontou o seu nome para a delegação que iria negociar o cessar-fogo com o Governo britânico (um processo falhado e que culminou na famosa Sexta-Feira Sangrenta, em que o IRA fez explodir 20 bombas em Belfast). Originária da zona leste de Belfast, região dos protestantes leais à coroa britânica, Jean converteu-se ao catolicismo após o casamento com Arthur McConville, com quem teve dez filhos. A família acabou por se instalar na outra ponta da cidade, onde habitam os católicos – em 1971, Jean ficou viúva num bairro hostil. O seu rapto, levado a cabo por paramilitares do IRA nas vésperas do Natal de 1972, terá ficado a dever-se aos boatos que corriam na zona sobre a sua alegada “colaboração” com as autoridades protestantes: houve vizinhos que disseram tê-la visto socorrer um soldado britânico, enquanto outros alegaram que informava a polícia sobre as movimentações dos republicanos. Essas alegações foram postumamente desmentidas, após um inquérito formal da provedoria da polícia da Irlanda do Norte. No ano passado, a BBC produziu um documentário sobre o seu desaparecimento: a filha Agnes, lembrou o dia em que um grupo de homens e mulheres apareceu de surpresa à porta de sua casa, e arrastou Jean aos gritos para dentro de uma carrinha. “E nunca mais a vimos. "O rapto foi imediatamente atribuído ao IRA, que todavia negou qualquer envolvimento com o caso. Sabe-se agora que Jean terá sido escondida em diversos locais usados pelos guerrilheiros, até ser executada com um tiro na cabeça e enterrada num lugar secreto. O inquérito foi reaberto em 1999, na sequência dos trabalhos (confidenciais) da Comissão para a Localização dos Restos Mortais das Vítimas – uma das concessões do IRA para a assinatura do acordo de paz de Sexta-feira Santa de 1998. Essa foi a primeira vez que a guerrilha nacionalista admitiu ser responsável pelo rapto, morte e ocultamento de nove dos chamados desaparecidos da violência sectária, entre os quais Jean McConville. O seu corpo só viria a ser encontrado em 2003, numa praia de County Louth, na República da Irlanda.
REFERÊNCIAS:
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Meteorologistas deixam de nos dizer na televisão se faz sol ou chuva
RTP era o único canal de televisão que tinha informação sobre o estado do tempo apresentada por especialistas. (...)

Meteorologistas deixam de nos dizer na televisão se faz sol ou chuva
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DATA: 2014-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: RTP era o único canal de televisão que tinha informação sobre o estado do tempo apresentada por especialistas.
TEXTO: Há sete anos, os meteorologistas regressavam à RTP para nos informarem sobre o estado do tempo após uma ausência de 17 anos. Esta quarta-feira, a informação meteorológica despediu-se de novo da estação pública de televisão, o único canal que ainda tinha este serviço. O último boletim foi apresentado por Teresa Abrantes às 9h15 no programa Bom dia Portugal. Depois das previsões para hoje, a meteorologista há 35 anos, e também directora do Departamento de Meteorologia e Clima, deixou algumas palavras de despedida depois de anunciar que “chegou o bom tempo”. “Lamento que Portugal volte a ser um dos poucos países da Europa, senão o único país da Europa, que não tem um meteorologista a apresentar a informação meteorológica, pelo menos num dos canais de televisão”, disse. Em 1990, a RTP suspendia a apresentação do boletim meteorológico para o retomar em Março de 2007. Nessa altura, o Instituto de Meteorologia, agora Instituto Português do Mar e da Atmosfera, conseguia que a informação que produzia deixasse de ser disponibilizada só através de mapas e apresentada pelas então chamadas “meninas do tempo” ou pelos pivôs dos telejornais. Cinco meteorologistas passaram a apresentar as previsões do estado do tempo no âmbito de um protocolo com a RTP, no programa Bom dia Portugal.
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Tempo Março
Milhares de adeptos da F1 assinalam os 20 anos da morte de Senna em Imola
Em 1 de Maio de 1994, o piloto que liderava então o Grande Prémio de San Marino despistou-se a mais de 300 quilómetros hora. (...)

Milhares de adeptos da F1 assinalam os 20 anos da morte de Senna em Imola
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-01 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20140501170210/http://www.publico.pt/1634292
SUMÁRIO: Em 1 de Maio de 1994, o piloto que liderava então o Grande Prémio de San Marino despistou-se a mais de 300 quilómetros hora.
TEXTO: Milhares de adeptos de Fórmula 1 juntaram-se esta quinta-feira no circuito de Imola, em Itália, para assinalar os 20 anos da morte, durante o Grande Prémio de San Marino, do tricampeão mundial Ayrton Senna. No circuito Enzo e Dino Ferrari circularam dezenas de carros, num dia em que estão previstas algumas cerimónias no âmbito das duas décadas que passaram desde a morte do piloto brasileiro, um dos mais carismáticos na modalidade. Ainda esta quinta-feira, são esperados em Imola os pilotos Fernando Alonso e Kimi Raikkonen para uma cerimónia que assinalará a memória de Senna, depois de, na quarta-feira, ter-se realizado um serviço memorial na curva de Tamburello, na qual Senna se despistou. Em 1 de Maio de 1994, o piloto, que liderava então o Grande Prémio de San Marino, despistou-se a mais de 300 quilómetros hora, embatendo com o seu monolugar com violência num muro de betão. Horas depois, às 18h40 locais, Senna foi declarado morto. “Os nossos corações afundaram-se quando nos deram a notícia”, sublinhou esta quinta-feira o italiano Marco, de 31 anos, e que estava em Imola em 1994, então um jovem rapaz de 11 anos. Em Imola, esteve também esta quinta-feira a brasileira Daniela, de 39 anos, lembrando Senna: “O que me move em relação a ele era a sua humildade, o enorme carisma. Está nos nossos corações, como se fosse da família”. Nos 20 anos da sua morte, o piloto tem sido lembrando um pouco por todo o lado e também Lewis Hamilton ou Fernando Alonso se associaram à sua memória. “Ele [Senna] era uma lenda incrível. Gostamos de pensar que um dia seremos reconhecidos como alguém que seria capaz de guiar como ele o fazia”, justificou o britânico. Já Alonso revelou que em criança tinha fotografias de Ayrton Senna no seu quarto. “Nos meus tempos de escola não tinha fotografias de raparigas, claro que era muito novo para isso, mas tinha o Ayrton no meu quarto”, confessou o piloto espanhol. A irmã de Ayrton Senna, Viviane, também disse que o legado do piloto mantém-se vivo, nomeadamente através da Fundação que ela dirige e que serve para ajudar a criar oportunidades para as crianças. “O Ayrton queria realmente que o Brasil funcionasse, que todos tivessem uma oportunidade e desse sonho nasceu o Instituto”, disse Viviane Senna à agência France Press, explicando que actualmente trabalha com mais de dois milhões de crianças e 75. 000 professores em 1. 000 cidades brasileiras.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte escola violência criança morto
Desemprego estabiliza em 15,2% no primeiro trimestre
Em Março havia 807 mil desempregados em Portugal, dos quais 135 mil tinham menos de 25 anos. (...)

Desemprego estabiliza em 15,2% no primeiro trimestre
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2014-05-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Em Março havia 807 mil desempregados em Portugal, dos quais 135 mil tinham menos de 25 anos.
TEXTO: Portugal teve em Março uma taxa de desemprego de 15, 2%, a mesma desde o início do ano e uma descida face aos 17, 4% do mesmo mês de 2013. Porém, o número de jovens sem emprego continua a subir. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Eurostat, o gabinete de estatísticas da Comissão Europeia, e apontam um desemprego de 11, 8% na zona euro, também estável ao longo do primeiro trimestre e ligeiramente abaixo dos 12% de há um ano. Os números indicam que havia em Março 807 mil pessoas desempregadas no país, das quais 135 mil tinham menos de 25 anos. A taxa de desemprego jovem subiu de 34, 6% para 35, 4% ao longo dos três primeiros meses do ano — ainda assim, ficou significativamente abaixo dos 40, 1% verificados em Março de 2013. O desemprego é também ligeiramente superior nas mulheres (15, 5%) do que entre os homens (14, 9%). A evolução anual do desemprego na zona euro mostra descidas em dez Estados-membros, subidas em 15 e uma estabilização em três. Portugal surge listado entre os que mais viram o desemprego diminuir, a par da Hungria (onde o desemprego é de 7, 9%), Letónia (11, 6%) e Irlanda (11, 8%). Os países com maiores subidas foram Chipre (para 17, 4%), Países Baixos (7, 2%), Itália (12, 7%) e Croácia (17, 3%). Os países com maior nível de desemprego são a Grécia e Espanha, onde está desempregada uma em cada quatro pessoas que integram a população activa. O desemprego mais reduzido surge na Áustria, Alemanha e Luxemburgo, com taxas de 4, 9%, 5, 1% e 6, 1%. Os números agora apresentados pelo Eurostat incluem uma ligeira revisão em baixa dos meses anteriores a Março, para os quais tinha anteriormente sido indicada uma taxa de 15, 3%.
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Palavras-chave homens mulheres desemprego
Alunos que vêm do privado estão mais predispostos para a fraude académica
Quatro em cada dez estudantes admitiram que copiariam num exame. E 52% que copiariam por um colega. “Uma pressão maior para o êxito” faz “aumentar a propensão para a fraude”, admite investigador. (...)

Alunos que vêm do privado estão mais predispostos para a fraude académica
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.166
DATA: 2014-05-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Quatro em cada dez estudantes admitiram que copiariam num exame. E 52% que copiariam por um colega. “Uma pressão maior para o êxito” faz “aumentar a propensão para a fraude”, admite investigador.
TEXTO: A predisposição para cometer fraude académica é maior entre os estudantes que frequentaram escolas privadas antes de entrar no ensino superior, entre aqueles estão num curso que não foi a primeira opção, entre os que pertencem a agregados familiares com maior grau de escolaridade e rendimentos mais elevados. Estas são algumas conclusões de um estudo que está a decorrer no Centro de Estudos Sociais (CES), da Universidade de Coimbra, que envolveu 7292 alunos de licenciatura e mestrado integrado. Os primeiros resultados serão apresentados em Coimbra, na próxima semana, num colóquio internacional sobre “A ética dos alunos e a tolerância de professores e instituições perante a fraude académica no ensino superior”. E mostrarão que ter uma média de curso mais baixa é outro factor que faz aumentar a predisposição para a fraude académica. Isso e ser do sexo masculino — os homens, mais do que as mulheres, apresentam mais tolerância em relação a actos como copiar, fornecer respostas a um colega no exame, comprar um trabalho ou apresentar o mesmo trabalho em diferentes disciplinas (apenas alguns exemplos de actos considerados fraude). Em declarações ao PÚBLICO, o investigador do CES responsável pelo projecto, Filipe Almeida, professor da Faculdade de Economia de Coimbra, avançou alguns resultados. Como este: 44% dos alunos admitiram que copiariam num exame, usando “materiais não autorizados”. E 52% admitiram que copiariam por um colega. Sete em cada dez (73%) disseram que apresentariam o mesmo trabalho em diferentes disciplinas, enquanto 65, 3% assumiu que forneceria respostas a um colega no exame. No entanto, 88% dos alunos declararam que não comprariam trabalho a um colega e 78, 5% que não aceitariam beneficiar de nota colectiva sem ter participado no trabalho de grupo. Tudo o que envolve transacções em dinheiro é moralmente mais inaceitável pelos estudantes, conclui Filipe Almeida. O investigador ressalva que falta ainda analisar os dados do ponto de vista sociológico. Mas não se mostra surpreendido com o facto de serem os estudantes das famílias com maiores posses e nível cultural mais elevado a revelarem uma maior predisposição para a fraude. E porquê? Porque esses alunos “provêm de um ambiente que cria uma pressão maior para o êxito”. Pode nem ser uma “pressão activa” por parte dos pais. O êxito é algo que muitos dos jovens desses meios exigem de si próprios. “E essa pressão pode fazer aumentar a propensão para a fraude”, diz Filipe Almeida que nota que “o nível de desenvolvimento moral nem sempre corresponde ao nível de desenvolvimento económico e cultural”. Ninguém denuncia Para os jovens, os principais “motivos” para a fraude são, segundo os próprios, “o nível de exigência pedagógica do curso” (a carga horária excessiva, a dificuldade, os métodos de avaliação desadequados. . . ). Já quanto se lhes pergunta sobre o que pode contribuir para inibir a fraude, “o desenvolvimento de uma relação de proximidade com os professores” é um dos aspectos mais referidos — mais do que proibir os telemóveis nos exames, por exemplo. A explicação, admite Filipe Almeida, será simples: é mais difícil enganar alguém com quem se tem uma relação afectiva mais próxima. “Talvez alguma coisa não esteja a correr bem, talvez as relações com os professores sejam fracas, as turmas grandes. . . o ensino despersonalizou-se. ”O estudo, desenvolvido nos últimos três anos, foi aplicado a uma amostra de 7292 alunos de licenciatura ou mestrado integrado, todos de nacionalidade portuguesa e com pelo menos dois anos de matrícula em instituições de ensino superior público e privado, universitárias e politécnicas, nas áreas científicas de Economia e Gestão, Engenharias, Medicina, Enfermagem, Direito, Comportamento Humano, Artes e Ensino. Também envolveu 2727 professores, mas os dados relativos a essa parte não estão ainda disponíveis. O objectivo era avaliar a atitude e a opinião de alunos e professores, identificar culturas de fraude, padrões de tolerância à fraude, a frequência com que é praticada e os motivos e os inibidores da transgressão — a propósito da frequência com que é praticada, 80, 1% dos alunos consideraram que se copia com alguma frequência ou com regularidade (“com regularidade”, é o que dizem 30, 2% dos inquiridos). Os investigadores acreditam que a formação universitária pode desempenhar um papel decisivo na consolidação de um padrão ético exigente — com influência na conduta moral no contexto profissional futuro. Mas também pode estimular condutas de transgressão. Foi isso que quiseram perceber, com este estudo financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.
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Palavras-chave homens sexo estudo mulheres
Obama pede revisão de procedimentos na pena de morte
Presidente enumera "problemas significativos" na aplicação do castigo nos Estados Unidos. (...)

Obama pede revisão de procedimentos na pena de morte
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Presidente enumera "problemas significativos" na aplicação do castigo nos Estados Unidos.
TEXTO: O Presidente norte-americano, Barack Obama, pediu uma revisão aos programas de execução de pena de morte em vários estados dos EUA, depois de uma execução no Oklahoma esta semana em que tudo correu mal, classificando o caso como “profundamente perturbador”. O Departamento de Justiça declarou que iria começar a revisão dos programas dos estados, à semelhança do que já tinha feito com o programa federal (as execuções a nível federal são raras e estão suspensas desde o início desta revisão, em 2011). “O indivíduo que foi sujeito à pena de morte tinha cometido crimes odiosos”, disse Obama sobre o caso de Clayton D. Lockett, condenado pelo assassínio de uma rapariga de 19 anos que violou, alvejou e enterrou ainda viva. O Presidente notou que a sua posição sobre a pena de morte não mudou: “Já disse no passado que há certas circunstâncias nas quais um crime é tão horrível que a aplicação da pena de morte pode ser apropriada – homicídios em massa, assassínios de crianças. ”Mas “na aplicação da pena de morte neste país, temos visto problemas significativos – preconceito racial, aplicação desigual da pena, situações em que pessoas no corredor da morte entretanto se descobriu não serem culpados, ao encontrarem-se provas exculpatórias”, sublinhou o Presidente, para concluir: “Tudo isto, penso eu, levanta questões significativas sobre o modo como está a ser aplicada a pena de morte. ”O estado do Oklahoma suspendeu a que seria a segunda execução da noite depois da de Lockett ter corrido terrivelmente mal e o condenado ter acabado por morrer de ataque cardíaco, depois de intenso sofrimento. A questão surge numa altura em que o debate sobre a legalidade do método da injecção letal se alargou, quando os laboratórios farmacêuticos europeus têm recusado vender medicamentos para este efeito, deixando os estados a recorrer a medicamentos menos usados e cujas interacções e modo de actuação são mal conhecidas (a composição dos cocktails de drogas usadas é mantida em segredo). Quanto a Obama, o seu apoio à pena capital sempre foi acompanhado de dúvidas sobre a sua eficácia – na sua biografia escreveu que “as provas dizem-me que a pena de morte faz pouco para deter o crime”. Enquanto senador do Illinois, depois de jornalistas apresentarem provas de que um homem no corredor da morte estava inocente, Obama dedicou-se ao assunto e trabalhou junto com o Ministério Público, polícia, e a organização de defesa dos direitos humanos American Civil Liberties Union (ACLU), para alterar a legislação exigindo, por exemplo, a gravação electrónica de interrogatórios em casos de homicídio, para diminuir a obtenção de confissões falsas. Outra posição pública que o New York Times lembra que Obama tomou sobre a pena de morte foi quando discordou da uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça que declarava inconstitucional a pena de morte no caso de uma criança que tinha sido violada mas não assassinada. No entanto, o New York Times nota que Eric Holder, o procurador-geral (equivalente a ministro da Justiça), que vai rever a questão, é um opositor da pena de morte. Aprovou que o Ministério Público pedisse o castigo em menos de 5% dos casos em que poderia fazê-lo, deixando de lado por exemplo o caso de Dzhokhar Tsarnaev, acusado pelo atentado na maratona de Boston no ano passado. Apesar de Washington não ter acção directa no modo como os estados aplicam a pena de morte, muitos responsáveis acreditam que Washington poderia marcar um tom para os restantes. Nos últimos anos, vários estados aboliram a pena capital: Nova Iorque, Nova Jérsia, Novo México, Illinois, Connecticut e Maryland.
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Entidades EUA
O sindicato que fabricou o presidente Lula
No final da década de 1970, um sindicato de metalúrgicos tornou-se um pesadelo da ditadura militar no Brasil. Lula da Silva iniciava aí o seu caminho para Presidente. O seu legado dá ainda hoje aos metalúrgicos do ABC um poder raro. (...)

O sindicato que fabricou o presidente Lula
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: No final da década de 1970, um sindicato de metalúrgicos tornou-se um pesadelo da ditadura militar no Brasil. Lula da Silva iniciava aí o seu caminho para Presidente. O seu legado dá ainda hoje aos metalúrgicos do ABC um poder raro.
TEXTO: Lá fora, uma chuva violenta do Verão bate nos plásticos e nos andaimes que cobrem a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, no coração industrial do Brasil; lá dentro, homens e mulheres recuperam o fôlego após a fuga à tempestade ou procuram os diferentes serviços do sindicato espalhados pelos vários pisos do edifício que fica a um quilómetro da gigantesca fábrica da Volkswagen, quase na periferia de São Bernardo do Campo; no primeiro andar, uma foto gigante com Lula a discursar antecipa um gabinete que parece esquecido no tempo. Rafael Marques, o actual presidente do sindicato, abre as portas e entra-se no lugar onde Luís Inácio Lula da Silva começou a construir a sua lenda, fazendo o sindicato entrar na História como uma das principais forças que levaram à abertura democrática no Brasil dos anos de 1980. Não há memória de sindicalistas provenientes de indústrias como a metalúrgica a acabarem eleitos para a Presidência da República e se há registo de graves conflitos e grandes mudanças desencadeados pelas lutas sindicais um pouco por todo o mundo, poucos atingiram a dimensão e profundidade das que o sindicato com sede em São Bernardo do Campo, a uns 70 quilómetros de São Paulo, organizou entre 1977 e 1984. Foi ali que se juntou uma geração de operários temperados pela clandestinidade e pela coragem em enfrentar uma ditadura feroz. Devanir Ribeiro, hoje deputado federal do Partido dos Trabalhadores (PT), estreou-se nesse combate há mais de 50 anos, quando integrava os movimentos de católicos progressistas e se aproximou da área de influência da Juventude Comunista. “[Com o golpe militar de 1964], perdi o emprego e entrei numa lista negra”, recorda Devanir. Entre 1964 e 1969 teve de vaguear por empregos clandestinos em várias cidades do ABC, o triângulo formado por Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul. Acabaria por parar em São Bernardo, onde chegou “meio clandestino e com medo” em Janeiro de 1969. Por essa altura, já Luís Inácio Lula da Silva estava inscrito no sindicato. Lula fazia parte de uma vaga de migrantes que tinham largado o Nordeste pobre em procura de oportunidades na grande cidade. Chegara a um bairro popular de Guarujá, no sul do Estado de São Paulo, em Dezembro de 1952, após uma viagem de 13 dias na caixa aberta de um camião. A industrialização da década de 1950 abriu novas saídas para jovens como Lula, que em 1966 se empregou nas Indústrias Villares, da família do aviador Santos Dumont. Dois anos depois inscreve-se no Sindicato dos Metalúrgicos de Diadema e São Bernardo (era assim que se chamava na época) por influência do seu irmão, Frei Chico, que na época militava clandestinamente no Partido Comunista do Brasil. Devanir Ribeiro recorda esses tempos em que ele e Lula foram ganhando ascendência no sindicato com um sorriso que denuncia nostalgia e orgulho. “Éramos muito rebeldes”, lembra. Como metalúrgicos de empresas multinacionais, que trabalhavam em empresas de ponta, integravam uma espécie de aristocracia da classe operária. Em São Bernardo, a “Detroit do Brasil”, sede das “montadoras” de automóveis, podia-se fazer “um sindicalismo à parte”, diz Devanir. “A indústria automobilística tinha a sua história na Alemanha ou na Suécia, onde os sindicatos eram respeitados. O nosso poder aquisitivo era melhor. E tínhamos mais capacidade de ler jornais e revistas, de discutir política”, recorda o deputado federal. Lula deixa a fábrica onde era torneiro-mecânico em 1972 e vai para o sindicato gerir o departamento de “infortunística” que, como o nome sugere, tratava de acidentes e outros imprevistos laborais. Em 1975 é eleito presidente com 92% dos votos e a 19 de Abril de 1975 apresenta-se na tomada de posse de fato, gravata e colete - uma infâmia para a classe operária. “Ele convidou o Laudo Natel, que era governador do Estado pela Arena [o partido oficial do poder militar], e o próprio presidente da Arena. Era muito aberto. Eu era contra tudo. No sindicato éramos todos radicais mesmo. Aliança nem no dedo. Ele dizia que tínhamos de conversar com todo o mundo. Não tinha preconceito”, lembra Devanir Ribeiro. Quando no final da década de 1970 se começam a tornar mais nítidos os sinais de estertor da ditadura, Lula revela-se ao Brasil. Em 1977, um estudo da economista portuguesa famosa nos círculos da esquerda brasileira, Maria da Conceição Tavares, confirma dados de uma central estatística ligada aos sindicatos que apontam para uma perda de 34% de poder de compra dos salários desde 1973. “Foi aí que começámos com um movimento que perguntava: ‘Cadê os nossos 34’? Começámos a fazer debates. Os patrões diziam que não tinham dinheiro dos trabalhadores no bolso. Nós respondíamos: ‘porque essa sua calça é nova, não é doutor’?”, recorda, rindo, Devanir Ribeiro. O ensaio de 1977 prenunciava algo de mais vigoroso e intenso no ano seguinte. Lula endurece o discurso e lança o surto grevista que despontou no ABC em Maio de 1978. A memória da época situa o início dessa vaga na fábrica da Scania, mas Devanir Ribeiro, que esteve na linha da frente da organização diz que não. “A greve começou na Mercedes Benz, no sector dos transportes. Nós pensámos assim: os transportes param e pára a fábrica. Mas era uma fábrica muito grande, eles conseguiram isolar o sector dos transportes e a greve morreu aí. Então fomos para a Scania já mais preparados. E aí a greve foi na linha de produção”, recorda. Nesse dia, mais de 3000 trabalhadores entram nas instalações da empresa sueca mas não ligam as máquinas. Estavam a fazer a primeira greve desde que, em 1968, a ditadura publicara o Acto Institucional 5, que criminalizava as greves.
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Governo inaugura hospital que considera "mau exemplo de planeamento"
Grávidas já começaram a ser atendidas no Centro Materno-Infantil do Norte. Ex-secretário de Estado da Saúde critica actuais governantes. (...)

Governo inaugura hospital que considera "mau exemplo de planeamento"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.69
DATA: 2014-05-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Grávidas já começaram a ser atendidas no Centro Materno-Infantil do Norte. Ex-secretário de Estado da Saúde critica actuais governantes.
TEXTO: O Centro Materno-infantil do Norte, uma unidade que o ministro da Saúde, Paulo Macedo, chegou a classificar como “um mau exemplo de planeamento”, vai ser inaugurado terça-feira, “sem que se tenham iniciado as obras de reabilitação do antigo edifício da Maternidade Júlio Dinis e do indispensável parque de estacionamento”. A denúncia é feita pelo ex-secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, responsável pela construção do centro, que vai contar com 45 valências de atendimento direccionadas para a mulher e a criança. Enquanto governante, Manuel Pizarro desbloqueou a construção da obra, que custou mais de 50 milhões de euros e que levou mais de duas décadas a ganhar forma. A nova unidade vai ser inaugurada pelo primeiro-ministro e pelo ministro da Saúde “sem que no decurso de quase três anos de obr, o Governo tenha transferido um cêntimo para o Centro Hospitalar do Porto (Hospital de Santo António), causando graves problemas à gestão financeira desta unidade de saúde”, acusa. O também vereador da Câmara do Porto mostra-se satisfeito com a abertura da unidade, que “vai representar uma grande melhoria nas condições de atendimento das crianças e das mulheres do Porto e do Norte do país e, ao mesmo tempo, vai permitir optimizar os meios técnicos que já existem no centro hospitalar”. O também presidente da concelhia do PS/Porto salienta que a “obra devia de estar pronta em todas as suas componentes em Setembro de 2013 e, apesar de todo o atraso, vai ser inaugurada sem que as obras de requalificação do edifício da maternidade que estavam previstas tenham começado e sem que tenha sido iniciada a construção do parque subterrâneo com 314 lugares”. Pizarro acusa o “Governo de tentar fazer desta inauguração uma festa em pleno período de campanha eleitoral, quando fez tudo o que podia para atrasar ou até impedir o avanço da obra”. E puxa da ironia para criticar Paulo Macedo. O ex-secretário de Estado declara que a “hostilidade do actual Governo a esta obra foi de tal ordem que o próprio ministro da Saúde chegou a classificá-la como um mau exemplo de planeamento". Perante isto, "é caso para dizer que em vésperas de eleições o senhor ministro não se inibe de vir inaugurar uma obra mal planeada”. Hoje, à entrada da Maternidade Júlio Dinis, vai ser descerrado um cartaz do PS onde se lê:” Centro Materno-Infantil: Este Governo não queria, mas o Porto venceu!”. O líder da concelhia socialista do PS/Porto entende que “em nome da saúde e da qualidade de vida das crianças e das mães, os cidadãos do Porto e do Norte devem exigir que a obra seja levada até ao fim”. As primeiras grávidas já começaram a ser atendidas na nova unidade, que tem capacidade para realizar 4500 partos/ano. Até ao final deste mês abrem bloco de partos, serviço de neonatalogia e os internamentos de ginecologia e de obstetrícia, serviços que estão ainda a funcionar na Maternidade Júlio Dinis, a segunda maior país e que fica situada junto ao centro materno-infantil. Mais atrasada está a transferência do serviço de Pediatria, que deverá ocorrer até finais de Junho. A administração da nova unidade de saúde materno-infantil garante que vai receber todas as mulheres e crianças de qualquer área de residência.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS
Paulo Malhães: ascensão e morte de um torturador brasileiro
Conhecido por Doutor Pablo, o coronel usava as “casas da morte” para torturar presos até os transformar em informadores da ditadura militar brasileira. Quem resistia era executado e mutilado. Depois de confessar, sem arrependimento, foi encontrado morto a 25 de Abril. (...)

Paulo Malhães: ascensão e morte de um torturador brasileiro
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Conhecido por Doutor Pablo, o coronel usava as “casas da morte” para torturar presos até os transformar em informadores da ditadura militar brasileira. Quem resistia era executado e mutilado. Depois de confessar, sem arrependimento, foi encontrado morto a 25 de Abril.
TEXTO: Tudo na pitoresca casa da Rua Arthur Barbosa, 668, uma moradia branca assente em lajes de granito, disfarçada pela vegetação do alto do morro que olha para a cidade de Petrópolis, apontava para a banalidade do quotidiano. De vez em quando havia festas e outras funções sociais, organizadas em nome do Doutor Pablo – nome de código do director do Centro de Informações do Exército, Paulo Malhães, um dos mais prolíficos torturadores brasileiros, que morreu – possivelmente assassinado – no passado dia 25 de Abril, um mês depois de oferecer o seu depoimento à Comissão Nacional da Verdade que investiga os crimes da ditadura militar brasileira (1964-1985). A moradia de Petrópolis está inscrita na história brasileira como uma das dez “casas da morte” mantidas pelo aparelho repressor em vários estados do país (o rótulo foi aplicado pela fama de que ninguém saía dali vivo). Além das instalações militares oficialmente utilizadas pelo Governo militar como centros de detenção de presos políticos, a década de 70 viu nascer cárceres privados, “casas de conveniência” nas palavras de Paulo Malhães, mantidas clandestinamente pelas Forças Armadas. “A gente dava sustos, e o susto era sempre a morte. A casa de Petrópolis era para isso, uma casa de conveniência, como a gente chamava”, explicou numa entrevista ao jornal “O Globo”, em Junho de 2012. “Eu organizei o lugar: quem eram as sentinelas, qual era a rotina, quando se dava festa para disfarçar, por exemplo. Tinha que dar vida a essa casa”, gabou-se na altura o coronel reformado, aos dois jornalistas que o convenceram a falar, no seu “sítio” do bairro de Marapicu, na zona rural de Nova Iguaçu, estado do Rio de Janeiro, onde se instalou na reforma. Ao longo de sete anos, várias dezenas de prisioneiros políticos terão passado pela casa de Petrópolis, conhecida pelas diferentes equipas de torturadores como o “Codão”. Malhães – ou “Pablo”, um fazendeiro que às vezes visitava a cidade – invariavelmente obtinha resultados: o seu objectivo era converter o preso e infiltrá-lo como informador do regime junto dos grupos dissidentes; a sua estratégia era a violência, física ou psicológica. Quando não funcionava, o oficial do Exército aplicava a solução final: estima-se que pelo menos 22 pessoas tenham sido executadas na Rua Arthur Barbosa, os seus corpos mutilados e escondidos. Até hoje, nenhum deles foi localizado. Um dos “desaparecidos” da ditadura foi o antigo deputado federal Rubens Paiva, preso a 20 de Janeiro de 1971 e morto durante uma sessão de tortura no Rio de Janeiro. Paulo Malhães negou, repetidamente, ter tido qualquer interferência nesse caso até Março passado, quando admitiu ao jornal O Dia ter feito desaparecer o corpo do parlamentar. “Recebi a missão para resolver o problema”, declarou, sem precisar qual o destino final do cadáver: “Pode ser que tenha ido para o mar, pode ser que tenha ido para o rio”. Mas uma semana depois, testemunhando à Comissão Nacional da Verdade, desmentiu-se a si próprio, esclarecendo que a missão de ocultação acabou por ser executada por outra pessoa. “Eu só disse que fui eu porque acho muito triste quando a família passa 38 anos querendo saber qual o seu paradeiro. Não sou sentimental, mas tenho as minhas crises”, confessou. Mas o Doutor Pablo não teve qualquer crise quando admitiu que torturou, matou e escondeu os cadáveres de “uma quantidade razoável” de presos políticos que passaram pela casa da morte da serra fluminense nos chamados anos de chumbo: homens e mulheres que eram membros da Vanguarda Popular Revolucionária; Acção Libertadora Nacional; Vanguarda Armada Revolucionária Palmares; Movimento Revolucionário 8 de Outubro – grupos de esquerda armada compostos maioritariamente por estudantes – e ainda do Partido Comunista Brasileiro. “Quantas pessoas é que o senhor matou?”, perguntou o jurista José Carlos Dias, durante a sessão da Comissão Nacional da Verdade. “Tantas quanto foram necessárias”, respondeu Paulo Malhães. “E quantas torturou?” “É difícil de dizer, mas foram muitas”. “Está arrependido?”, quis saber Dias. “Cumpri o meu dever. Não me arrependo”, garantiu o torturador, um dos cinco militares e ex-agentes do Centro de Informações do Exército que até agora aceitaram depor. “Se precisasse, faria tudo novamente”, frisou.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homens violência mulheres corpo morto