Um tiro no pé para a Honda, o título adiado para Márquez
Marc Márquez foi desclassificado e perdeu vantagem sobre Jorge Lorenzo. (...)

Um tiro no pé para a Honda, o título adiado para Márquez
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Marc Márquez foi desclassificado e perdeu vantagem sobre Jorge Lorenzo.
TEXTO: Este domingo podia ter sido o dia mais feliz da vida de Marc Márquez. Aos 20 anos, o piloto da Honda podia ter-se sagrado campeão do mundo de MotoGP se vencesse o Grande Prémio da Austrália e o seu compatriota Jorge Lorenzo não fizesse melhor que um terceiro posto. Mas um erro inacreditável da equipa provocou a desclassificação do jovem piloto catalão, que perdeu uma parte considerável da vantagem que tinha sobre Lorenzo no Mundial. De 43 pontos antes da corrida deste domingo, restam 18 – com dois Grandes Prémios por disputar. A semana que antecedeu o GP da Austrália foi marcada pela intensa discussão em torno dos pneus. A Bridgestone, fornecedora oficial da classe rainha do motociclismo, mostrou-se preocupada com a degradação demasiado rápida que estava a registar-se e que pode estar relacionada com o novo piso do circuito de Phillip Island. Havia várias hipóteses em cima da mesa: fazer uma corrida mais curta, fazer duas corridas, ou manter o plano inicial mas obrigando os pilotos a mudar de moto a meio da corrida. Foi esta a hipótese escolhida, pese embora a oposição de alguns pilotos, como Jorge Lorenzo. Marc Márquez votou a favor: “Claro que a ele [Jorge Lorenzo] lhe interessa uma coisa e a mim outra. Mas o que eu digo tem mais lógica”, dizia com um sorriso o jovem piloto, que chegou à Austrália com 43 pontos de vantagem sobre o compatriota e com a hipótese de se sagrar campeão mundial de MotoGP na temporada de estreia na principal categoria. Mas alguém na Honda estava desatento. A direcção da corrida deliberou encurtar a corrida para apenas 19 voltas, sendo que os pilotos estavam obrigados a ir à box, no máximo, até à décima volta. Lorenzo, na pole position, saiu muito rápido mas não conseguiu ganhar uma vantagem substancial sobre Márquez, que o seguiu sempre de perto. Na décima volta, Jorge Lorenzo saiu para a box e trocou de moto. Para surpresa geral, Marc Márquez continuou em pista e fez mais uma volta antes de também ele ir trocar de moto. O jovem catalão regressou à corrida no grupo dos primeiros, com Lorenzo e Dani Pedrosa. Mas, poucos minutos depois, os comissários deliberavam a desclassificação de Márquez, por não ter respeitado o período obrigatório para troca de moto. O chefe da equipa Honda, Livio Suppo, admitiu que se tratou de um equívoco da equipa: “Foi um erro da equipa. Mostrámos-lhe [a Márquez] o sinal para entrada na box demasiado tarde”. Quando regressou à box, após a desclassificação, Márquez foi recebido com vários pedidos de desculpa: “Disse-lhes [à equipa] o que digo sempre. Um dia posso falhar eu, outro dia podem falhar vocês, somos todos pessoas e enganamo-nos, mas ainda temos 18 pontos de vantagem e temos de continuar como até agora”, confessou. “O plano que tínhamos não era correcto, pensávamos que podíamos trocar de moto naquela volta. Agora temos de esquecer tudo isto e concentrar-nos em Motegi [onde se corre o GP do Japão no próximo fim-de-semana]”, sublinhou Marc Márquez. Apesar de ter perdido grande parte da vantagem sobre Lorenzo, o jovem catalão mantém-se optimista quanto ao título de campeão: “O campeonato é muito longo. Hoje aconteceu isto e em Motegi pode acontecer outra coisa qualquer. Sei que estamos no bom caminho e sinto-me bem na moto. Hoje podia ter lutado pelo pódio ou pela vitória”, resumiu. Em Motegi o cenário mantém-se para Marc Márquez: se quiser se campeão tem de vencer e esperar que Lorenzo não faça melhor que o terceiro lugar. Mas o jovem catalão até pode conquistar o título não ganhando nenhuma das duas corridas que restam no calendário. Um segundo e um terceiro lugar bastam, mesmo que Jorge Lorenzo obtenha duas vitórias. O espanhol da Yamaha venceu na Austrália pela primeira vez enquanto piloto de MotoGP, constituindo-se sucessor de Casey Stoner – o piloto australiano, campeão mundial em 2007 e 2011, tinha vencido de forma consecutiva as últimas seis corridas “em casa”, ou seja, em Phillip Island. “Tivemos muita sorte. Sem este erro do Marc acho que ele teria sido primeiro ou segundo classificado. Agora o campeonato mudou muito. Antes da corrida praticamente não tínhamos hipóteses, uns 2% ou 3%, mas agora temos uns 20% ou 30% [de hipóteses de conquistar o título]. Mas o Marc é muito competitivo em qualquer circuito e temos de estar no nosso melhor em Motegi e Valência”, frisou Lorenzo. Restam duas corridas e 18 pontos separam os grandes favoritos à conquista do título. Marc Márquez, o estreante de 20 anos a viver uma temporada de sonho, parte à frente. Mas conseguirá resistir à pressão do “veterano” Jorge Lorenzo, de 26 anos e já com dois títulos de campeão mundial de MotoGP no currículo? Motegi vai começar a esclarecer as dúvidas.
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Palavras-chave rainha
Sociais-democratas deixam cair exigência de aumento de impostos para formar governo com Merkel
SPD reúne hoje convenção para decidir sobre continuação das negociações com a CDU de Angela Merkel para um Governo de grande coligação (...)

Sociais-democratas deixam cair exigência de aumento de impostos para formar governo com Merkel
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.033
DATA: 2013-10-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: SPD reúne hoje convenção para decidir sobre continuação das negociações com a CDU de Angela Merkel para um Governo de grande coligação
TEXTO: Os sociais-democratas alemães parecem ter deixado cair a exigência de um aumento de impostos para os mais ricos, que tinham defendido durante a campanha, como condição para entrar num Governo de coligação com os democratas-cristãos da chanceler Angela Merkel. O SPD, segundo a imprensa alemã, parece ter-se focado noutras exigências: o salário mínimo de 8, 5 euros por hora. Merkel prefere acordos por sector e região, mas outras figuras do partido já disseram que aceitariam se isso não custasse empregos. Um estudo de institutos económicos avisou que a medida deverá custar postos de trabalho, especialmente no Leste do país, onde há muitos salários mais baixos, por exemplo. Outros focos de atenção dos sociais-democratas nas negociações serão ainda o intensificar da luta contra o desemprego jovem na Europa e “assegurar e fortalecer o crescimento e emprego na Europa”. O partido quer ainda um aumento do investimento em infra-estruturas e educação, (a CDU já aceitou, desde que não implique aumento da dívida ou de impostos), pagamento igual para homens e mulheres, e pensões de reforma iguais no Leste e Oeste (ainda são diferentes), diz o diário Süddeutsche Zeitung. “Desta vez quero garantir que não vamos fazer um acordo de coligação em que fazemos o oposto do que propomos na campanha”, disse o líder do partido, Sigmar Gabriel, ao diário de grande circulação Bild. Gabriel está empenhado numa grande coligação, mas não quer ver repetido o desastre que a última, entre 2005 e 2009, foi para o SPD em termos eleitorais: seguiu-se o pior resultado do pós-Guerra para os sociais-democratas. Assim, o SPD tenta obter o máximo de concessões da CDU, apesar da grande diferença de votação e deputados: 311 da CDU contra 192 do SPD. Na última grande coligação a situação tinha sido de quase empate eleitoral. Se a convenção der, como se espera, luz verde, as negociações serão retomadas na quarta-feira. O processo só terminará quando um acordo foi submetido a um referendo interno aos 470 mil membros do SPD.
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Palavras-chave homens guerra educação estudo mulheres desemprego salário
Descoberto relógio biológico no ADN
Novo mecanismo pode ajudar a compreender o processo de envelhecimento e ao desenvolvimento de formas de o controlar. (...)

Descoberto relógio biológico no ADN
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Novo mecanismo pode ajudar a compreender o processo de envelhecimento e ao desenvolvimento de formas de o controlar.
TEXTO: Descobriu-se no ADN um mecanismo que funciona como um relógio biológico, que mede a idade dos tecidos e dos órgãos e pode ajudar a compreender melhor o processo de envelhecimento, revela a última edição da revista científica Genome Biology. Segundo a investigação, a cargo de cientistas da Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos Estados Unidos, o relógio mostra que, ainda que muitos tecidos saudáveis envelheçam ao mesmo ritmo que o conjunto do organismo, alguns fazem-no mais rápido e outros mais lentamente. Os investigadores acreditam que o conhecimento deste funcionamento ajudará a entender o processo de envelhecimento e também a desenvolver fármacos que permitam controlá-lo. “Seria muito emocionante desenvolver intervenções terapêuticas para reajustar o relógio e, com optimismo, mantermo-nos jovens”, disse Steve Horvath, professores de genética da Universidade da Califórnia e responsável pela investigação. No estudo, a equipa de investigadores avaliou o ADN de quase 8. 000 amostras de 51 tipos de tecidos e células do corpo, focando-se particularmente como a metilação, um processo natural que modifica quimicamente o ADN, varia com a idade. O relógio biológico acelera nos primeiros anos de vida até aos 20 anos, depois reduz a velocidade e mantém o ritmo contínuo, segundo a investigação, que indica que ainda se desconhece se estas mudanças no ADN causam o envelhecimento. Os dados do relógio biológico revelam que os tecidos saudáveis do coração revelam uma idade biológica de cerca de nove anos mais jovens do que se pensava, enquanto os tecidos mamários femininos envelhecem mais rápido que o resto do corpo. “Os tecidos mamários femininos, incluindo os saudáveis, parecem mais velhos que outros do corpo humano. É interessante, tendo em conta que o cancro da mama é o mais comum nas mulheres. Além disso, a idade é um dos factores de risco do cancro, por isso, este tipo de resultados, poderia explicar porque é que o cancro da mama é tão comum”, acrescentou Horvath.
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Palavras-chave estudo mulheres corpo
No Facebook não há maminhas mas há decapitações
Ao autorizar vídeos de decapitações, a empresa americana levantou questões que vão da sua ética à sua jurisdição. (...)

No Facebook não há maminhas mas há decapitações
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ao autorizar vídeos de decapitações, a empresa americana levantou questões que vão da sua ética à sua jurisdição.
TEXTO: É um mundo estranho, o do Facebook. Um mundo onde não se pode mostrar a imagem de uma mama de mulher, mas se autoriza a publicação de vídeos de pessoas a serem decapitadas. A administração desta empresa americana com mais de mil milhões de utilizadores em todo o mundo decidiu, esta semana, voltar a permitir a publicação de imagens e filmes de decapitações. Em Maio, e depois de milhares de protestos – um deles da Family Online Safety Institute, que tem representação na administração do Facebook –, a empresa decidiu suspender "temporariamente" as publicações, até tomar uma decisão. A suspensão, explicou o Facebook em comunicado na altura, aconteceu para proteger a liberdade dos utilizadores desta rede social que não queriam ver aquele tipo de imagens ou correr o risco de ficar perturbados por elas. Agora é usado o mesmo argumento: as decapitações voltam ao Facebook em nome da liberdade dos utilizadores que querem "conhecer o mundo em que vivem" e ter a possibilidade de condenar o que lhes desagrada. Em 2012, quando o Facebook actualizou as suas regras de publicação, insistindo que não podem ser mostradas imagens de mamas de mulheres mas podem ser publicados filmes em que se vê pernas a serem partidas e com os ossos de fora, o especialista do jornal britânico The Guardian Charles Arthur escreveu que as regras demonstram claramente que o Facebook é (e só podia ser) uma empresa com origem nos Estados Unidos da América. Foi nos Estados Unidos da América que uma estação de televisão, a CBS, teve que pedir desculpas públicas porque, na transmissão em directo de uma final do campeonato de futebol americano se viu o mamilo da cantora Janet Jackson. Quinhentas mil pessoas apresentaram queixa e a Federal Communication Commision (comité para as comunicações) multou a CBS em 550 mil dólares (cerca de 450 mil euros), que só não foram pagos depois de o assunto ter sido levado ao Supremo Tribunal, que deliberou a favor da estação. Uma empresa americanaSó na América, então, se percebe que exista uma rede social mundial onde é proibido mostrar pessoas embriagadas (ou desmaiadas por excesso de álcool), mas é permitido publicar vídeos de sangrentos acidentes de automóvel. "Estamos a trabalhar para dar aos utilizadores mecanismos para controlarem os conteúdos que querem ver", disse à BBC um porta-voz do Facebook cujo nome não é revelado. Acrescentou que, em breve, poderão surgir banners a advertir que as imagens são sensíveis e podem causar perturbações. E, concluiu a fonte da BBC, nos casos em que claramente as decapitações são glorificadas ou que as imagens sirvam para defender aquele tipo de acto, serão apagadas pela empresa. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, considerou a decisão do Facebook uma "irresponsabilidade". E espera-se uma polémica semelhante à que levou à suspensão da publicação dos vídeos com este tipo de conteúdos – na origem das queixas esteve um filme em que uma mulher, que se crê mexicana, é decapitada por um homem de cara coberta. "Isto é absolutamente horrível e tem que ser imediatamente apagado. . . Há muita gente nova que pode ver isto. Tenho 23 anos e estou perturbado com os poucos segundos que vi", dizia uma das queixas. O Facebook só admite utilizadores com 13 ou mais anos, mas há muitos milhares que são mais novos. Os utilizadores de todo o mundo vão reagir, uns a favor e outros contra, o que demonstra mais uma vez as falhas de se usar a legislação de um país num serviço que é usado em todo o mundo. Muitas associações de pais vão condenar o Facebook, que entrou na bolsa em 2012 (as acções, de valor considerado demasiado alto, 38 dólares, caíram a pique no primeiro ano, mas estão agora quase nos 60 dólares) e cuja prestação nos mercados nunca foi afectada pelas polémicas. As associações de psicólogos já repudiaram a decisão dos gestores americanos e falaram de regras de bom gosto e de bom senso: "Bastam uns segundos de exposição a este tipo de material gráfico para se ficar com danos psicológicos permanentes", sintetizou a organização Yellow Ribbon, da Irlanda do Norte. O poder de decisão do FacebookNo outro lado do espectro do protesto, também já há movimentações. Nos EUA, alguns grupos já disseram estar preocupados com a possibilidade de o Facebook poder tapar parcialmente imagens, o que consideram ser uma violação à liberdade de expressão – defendem que a responsabilidade pela exposição de menores aos conteúdos da Internet é dos pais e não das empresas. Outros, como o grupo de direitos digitais francês La Quadrature, sublinharam que o problema que os vídeos de decapitados – e outros regulamentos do Facebook – levanta é mais abrangente. "Mostra o poder que o Facebook tem de decidir o que pode e o que não pode ser expresso na rede. Quando faz essas escolhas, está a ser profundamente antidemocrático, seja qual for a razão para a tomada de decisão. Só uma autoridade judicial pode determinar restrições, e sempre de acordo com a lei", disse à BBC o co-fundador de La Quadrature, Jeremie Zimmermann.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
A manifestação de apoio à troika que acabou a mandá-la “lixar-se”
Mentira visou atrair a atenção da comunicação social para a manifestação do próximo sábado. (...)

A manifestação de apoio à troika que acabou a mandá-la “lixar-se”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Mentira visou atrair a atenção da comunicação social para a manifestação do próximo sábado.
TEXTO: Afinal, a manifestação de apoio à troika era falsa. A organização foi montada pelo Movimento Que Se Lixe a Troika e os alvos foram os do costume: Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, responsáveis pelo programa de assistência financeira a vigorar em Portugal. Ainda antes das 18h, vários elementos da comunicação social já montavam todo o aparato para a cobertura da acção inédita de apoio à troika, mas manifestantes nem um. O primeiro a aparecer lançou logo o mote: “Então é esta a manifestação?! Viva a Merkel!”. A primeira entrevista que concedeu foi ao Canal Q (canal de humor e de entretenimento das Produções Fictícias), num acto premonitório. À medida que os manifestantes, cerca de 30, iam chegando à Praça dos Restauradores, a perplexidade dos jornalistas ia aumentando. Uma rapariga disse pertencer à organização e foi de imediato bombardeada com perguntas. — Mas, afinal, qual é mesmo o objectivo desta manifestação?— Estamos aqui para agradecer a presença da troika no nosso país. Achamos que as medidas que têm sido tomadas estão a fazer de Portugal um país novo — revelou. — E que medidas são essas?— As medidas que têm conduzido ao aumento do desemprego, por exemplo. As pessoas têm de ter estes incentivos. Até queríamos que acabassem com o Serviço Nacional de Saúde. As pessoas podiam passar a fazer mais exercício e a cuidar melhor da saúde. — A menina é actriz? Isto é uma encenação? — questionava-se. Nunca desarmaram. Dali, continuaram a encenação, própria de um sketch dos Monty Python, rumo ao Largo Jean Monnet, onde fica a Representação da Comissão Europeia em Lisboa. Ali fariam uma declaração à comunicação social. Depressa se percebeu que nada daquilo podia bater certo — o tom irónico ultrapassava os dotes para a representação. O inaudito desfile subiu a Avenida da Liberdade. Os manifestantes envergavam óculos escuros, perucas, máscaras com narizes e fatos de aspecto burguês. Empunhavam cartazes onde se lia, por exemplo, “Vamos trabalhar mais horas! Obrigado, troika!”. Uma estranha procissãoAs palavras de ordem causavam estranheza a quem passava. “Qual é o melhor banco do mundo?” “BPN!”, respondia-se. “O povo não manda aqui, quem manda é o FMI” e “Contratos não, desemprego sim”, eram os cânticos que se ouviam. À janela assomavam rostos curiosos e atónitos perante tão estranha procissão. Nem os agentes da PSP conseguiam disfarçar alguns sorrisos. Chegados ao destino, os manifestantes deixaram espaço para a jovem que se apresentou como Camila Lourenço se dirigir aos jornalistas, que se acotovelavam. Se tinham chegado até ali, valia a pena ver como é que acabava. “O movimento Obrigado, Troika está ultrajado com as ofensivas contra a austeridade”, por “gentinha que insulta os credores”, denunciava a jovem. Ao lado, outro manifestante comia um chocolate chamado troika. “Não saiam de casa no dia 26 de Outubro, sábado. Sábado, 26 de Outubro”, avisava. “Nada de ir para o Rossio às 15h e depois para São Bento. ” Para terminar, exultante: “A troika é quem mais ordena, que se lixe o povo!”. Mais a sério, os manifestantes, associados ao movimento Que Se Lixe a Troika, justificavam a iniciativa como uma forma de chamar a atenção dos meios de comunicação para o protesto do próximo sábado. Um dos membros do movimento contava ao PÚBLICO que “esta é a terceira vez que tentam apresentar a manifestação publicamente”, não tendo conseguido nenhuma visibilidade nas duas anteriores. A ideia de montar um protesto fictício surgiu há dias e o intuito era precisamente captar a atenção dos meios de comunicação social por um motivo absurdo. A missão parece ter sido cumprida. Jornalistas dos principais meios de comunicação nacionais acorreram à acção de “apoio à troika”! e nem uma televisão turca escapou. Para esta segunda-feira, às 18h estava marcada uma acção de apoio à troika com o objectivo de “agradecer a ajuda” aos credores internacionais, a quem “Portugal tem de mostrar o seu reconhecimento por uma ajuda que os portugueses podem aproveitar”, explicou esta manhã, ao PÚBLICO, Rita Ferreira de Vasconcelos, uma das organizadoras do grupo de cidadãos auto-intitulado Obrigado, Troika. No entanto, a manifestação revelou ser falsa.
REFERÊNCIAS:
Entidades PSP TROIKA FMI
Descoberta no leite humano uma proteína capaz de neutralizar o VIH
Novo resultado permite explicar por que é os bebés de mães seropositivas não contraem mais vezes o vírus da sida através da amamentação, um efeito que até aqui permanecia em grande parte misterioso. (...)

Descoberta no leite humano uma proteína capaz de neutralizar o VIH
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2013-10-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Novo resultado permite explicar por que é os bebés de mães seropositivas não contraem mais vezes o vírus da sida através da amamentação, um efeito que até aqui permanecia em grande parte misterioso.
TEXTO: Cientistas norte-americanos descobriram, no leite materno humano, uma substância que poderá proteger os bebés que são amamentados da infecção pelo vírus da sida. Os seus resultados foram publicados ontem na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. Esta substância natural e inata — uma proteína chamada tenascina-C ou TNC, descoberta nos anos 1980 por um dos co-autores do estudo — já era conhecida por promover a cicatrização das feridas. Mas, até aqui, não tinha sido detectada no leite — e não se lhe conheciam propriedades antimicrobianas. A amamentação é uma das vias de transmissão do vírus da sida das mães para os seus bebés. Em 2011, segundo as estimativas da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), 330 mil crianças no mundo terão sido infectadas pelo VIH durante a vida fetal, à nascença ou pouco depois, incluindo através da amamentação. Para prevenir esse contágio, utilizam-se medicamentos antirretrovirais. Mas, para além da sua potencial toxicidade e do desenvolvimento de estirpes resistentes do VIH que o seu uso pode acarretar, o acesso a estes fármacos é, na realidade, bastante limitado. Nem todas as mulheres grávidas fazem um teste de despistagem do VIH e, nos países com poucos recursos, menos de 60% das grávidas beneficiam de tratamentos preventivos para protegerem os seus bebés. Um dos objectivos que foram estabelecidos a nível global pelas organizações internacionais de saúde consiste, precisamente, em eliminar a transmissão mãe-filho do VIH. E nesse sentido, começou-se a procurar alternativas terapêuticas seguras e acessíveis que possam substituir os antirretrovirais. Há muito que se sabe que o leite materno possui qualidades protectoras capazes de inibir a transmissão mãe-filho do vírus da sida — e isso apesar das repetidas exposições dos bebés ao vírus, por vezes durante anos, através da lactação. Mais geralmente, aliás, sabe-se que, nos países em desenvolvimento, nos primeiros seis meses de vida de um bebé, a amamentação aumenta seis vezes a hipótese de sobrevivência e evita a diarreia e infecções pulmonares. Mas, em relação à sida em particular, não se conhecia ao certo a origem desse efeito protector. Sallie Permar, da Universidade Duke (EUA), e colegas, que estavam à procura deste tipo de alternativas aos antirretrovirais contra a sida, decidiram analisar o leite materno. E agora, estes cientistas poderão ter descoberto uma das substâncias responsáveis pelo efeito anti-VIH do leite materno. Os cientistas expuseram, in vitro, o leite de mulheres seronegativas a uma série de estirpes do VIH e constataram que o efeito protector parecia ser devido a uma proteína de grande tamanho. A seguir, graças a um processo de sucessivas separações das proteínas do leite, identificaram a responsável: a TNC. Uma análise mais aprofundada revelou que a TNC neutraliza o VIH ligando-se ao invólucro viral. “A TNC é um componente da matriz extracelular”, explica Permar em comunicado da sua universidade. “É uma proteína que desempenha um papel na reparação dos tecidos. Também se sabe ser importante para o desenvolvimento fetal, mas a sua presença no leite materno e as suas propriedades antivirais nunca tinham sido descritas. ”É provável que a TNC actue em conjunto com outros factores anti-VIH do leite, salienta a cientista. Mas, mesmo assim, “dada a actividade de largo espectro da TNC contra o vírus, poderá ser possível desenvolver uma terapêutica preventiva, administrável por via oral aos bebés antes da amamentação, tal como se faz de forma rotineira, nas regiões em desenvolvimento, com os sais de reidratação”. “A descoberta do efeito inibidor do VIH desta proteína do leite materno fornece uma possível explicação para o facto de os lactantes nascidos de mães seropositivas não serem infectados mais frequentemente”, diz Barton Haynes, director do Instituto de Vacinas Humanas da mesma universidade. “Também permite pensar que é possível induzir no leite factores inibidores do vírus ainda mais potentes, tais como anticorpos, capazes de proteger totalmente os bebés da infecção pelo VIH. ”
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Entidades EUA
União Europeia reabre negociações sobre adesão da Turquia
Processo estava parado há três anos. (...)

União Europeia reabre negociações sobre adesão da Turquia
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DATA: 2013-10-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Processo estava parado há três anos.
TEXTO: A União Europeia vai reabrir as negociações sobre o processo de adesão da Turquia, decidiram os ministros dos Negócios Estrangeiros que reuniram esta terça-feira no Luxemburgo. "Desenvolvimentos recentes na Turquia sublinham a importância do compromisso com a União Europeia, que continua a ser o ponto de referência para as reformas naquele país. Com esse fim, as negociações para a adesão devem ganhar novo impulso", disse aos jornalistas o comissário responsável pelas adesões, Stefan Fule. "Parabéns meus amigos turcos: abre-se um novo capítulo nas conversações de adesão à UE depois de uma pausa de três anos. É o momento de nos pormos em dia", escreveu no Twitter o chefe da diplomacia da Lituânia (país que detém a presidência rotativa da UE), Linas Linkevicius. Em concreto, as negociações serão retomadas na próxima reunião sobre novos alargamentos, no dia 5 de Novembro. E são retomadas após meses de tensão entre Bruxelas e Ancara sobre a matéria e sobre as políticas do Governo turco, chefiado por Recep Tayyip Erdogan. Crucial para o desbloqueamento foi a mudança de posição da Alemanha, um dos países que mais obstáculos colocava à entrada da Turquia, que aceitou o retomar do processo. Fundamental foi também a publicação do relatório anual da Comissão Europeia sobre os países candidatos, que deu parecer positivo à Turquia. O documento, publicado na semana passada, voltou a criticar o uso excessivo da força contra os manifestantes turcos. Mas considera de forma muito positiva as reformas anunciadas por Erdogan, que lhes deu o nome de "pacote democratizante". O primeiro-ministro turco centrou este primeiro pacote na minoria turca, concedendo aos curdos alguns direitos, como o ensino da sua língua nas escolas privadas, e nas mulheres que vão ser autorizadas a usar o véu islâmico nos empregos que tenham no Estado. O juramento nacionalista obrigatório nas escolas públicas desaparece e será criada uma comissão anti-discriminação. A Turquia foi membro associado da UE quando esta ainda se chamava Comunidade Económica Europeia. Pediu acesso em 1987 e o processo de negociação da adesão começou em 2005. Dos 35 capítulos estabelecidos para serem cumpridos por Ancara, apenas um foi completado até agora. O reconhecimento, por parte de Ancara, da República Turca do Norte do Chipre, e falhas no respeito dos direitos humanos (entre eles a liberdade de expressão e de informação e os direitos das minorias) tornaram-se obstáculos ao avanço das negociações.
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Entidades UE
Ministério Público reabre processo ao desaparecimento de Maddie
Kate e Gerry dizem que reabertura do processo é um “passo importante”. Comissário inglês elogia trabalho inicial da PJ. (...)

Ministério Público reabre processo ao desaparecimento de Maddie
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Kate e Gerry dizem que reabertura do processo é um “passo importante”. Comissário inglês elogia trabalho inicial da PJ.
TEXTO: O Ministério Público anunciou nesta quinta-feira a reabertura do inquérito relativo ao desaparecimento de Madeleine McCann, enquanto passava férias com a família na Praia de Luz, no Algarve, em Maio de 2007. Os pais reagiram, dizendo que não querem criar “expectativas” e a polícia inglesa elogia a Judiciária. Uma nota da Procuradoria-Geral da República (PGR) adianta que a reabertura foi determinada “na sequência de proposta da Polícia Judiciária (PJ), e atendendo à apresentação de novos elementos indiciários que justificam o prosseguimento da investigação”. O inquérito vai continuar a correr na Procuradoria da República de Portimão, que, segundo a nota, requereu ao juiz de instrução que o inquérito fique sujeito ao segredo de justiça. O PÚBLICO noticiou na edição impressa desta quinta-feira que as autoridades portuguesas ponderavam a reabertura do caso. O pedido da PJ foi resultado do trabalho de mais de dois anos de reanálise do processo levado a cabo por uma equipa da PJ do Porto, criada em Março de 2011. Um grupo de quatro inspectores liderados pela coordenadora de investigação Helena Monteiro – que nunca havia contactado com o inquérito, evitando assim qualquer contaminação na apreciação – terá identificado testemunhas que nunca foram inquiridas enquanto o processo esteve a decorrer, até Julho de 2008. Isso mesmo é confirmado num comunicado divulgado esta quinta-feira pela PJ. “Esse trabalho de reanálise, que decorreu durante os últimos dois anos e meio, permitiu conhecer novos indícios que, impondo a continuação da investigação, preenchem os requisitos (. . . ) para a reabertura do inquérito”, lê-se na nota. A PJ adianta que, à semelhança do que sucede com todos os casos de crianças desaparecidas, apesar do arquivamento formal do inquérito, “continuou a estar atenta a toda e qualquer informação susceptível de permitir conhecer o paradeiro da menor Madeleine McCann, as circunstâncias em que ocorreu o seu desaparecimento e a identidade do(s) seu(s) autor(es)”. Investigação centrada na tese do raptoO PÚBLICO sabe que os elementos da PJ do Porto já se deslocaram várias vezes ao Algarve, para recolher elementos e realizar diligências informais, que permitirão sustentar a necessidade de reabrir o caso. A reabertura do inquérito é a única forma de que a PJ dispõe para inquirir formalmente essas testemunhas. A reanálise do processo volta a centrar a investigação na tese de rapto, a principal linha seguida pela Scotland Yard, que também abriu uma investigação ao desaparecimento de Maddie. A equipa da PJ do Porto terá ficado convicta dessa tese perante a observação cuidada de toda a informação existente no processo. Fonte da PJ fez questão de realçar ao PÚBLICO que o pedido de reabertura do processo resulta exclusivamente do trabalho da equipa do Porto e não de elementos recolhidos pela Scotland Yard, que também abriu uma investigação ao desaparecimento de Maddie. Esse trabalho também não se confunde com o de outra equipa de seis inspectores da delegação da PJ de Faro que está há mais de um mês a realizar as diligências solicitadas pelas autoridades britânicas, no âmbito de um pedido de cooperação internacional. A direcção nacional da PJ recusa-se a adiantar pormenores sobre os novos indícios recolhidos e até sobre quem ficará responsável pela investigação, tentando resguardar o trabalho dos inspectores. Contactado pelo PÚBLICO, o advogado do casal McCann, Rogério Alves, remeteu para mais tarde um comentário sobre a reabertura da investigação. Pais da Maddie não querem criar “expectativas”Um representante dos pais de Maddie, Kate e Gerry McCann, já comentou a reabertura do inquérito ao desaparecimento da menina inglesa pela PGR. “Kate e Gerry não querem criar demasiadas expectativas, mas, se a polícia portuguesa quer reabrir a investigação, isso é um desenvolvimento significativo e um passo muito importante”, disse esta quinta-feira ao Daily Express. Na quarta-feira, o comissário superior e chefe da Polícia Metropolitana de Londres, Bernard Hogan-Howe, defendeu a forma como a polícia portuguesa desenvolveu a investigação inicial ao desaparecimento. O comissário admitiu que seria “muito difícil” para os investigadores da PJ que estiveram momentos depois do alerta do desaparecimento na Praia da Luz saber que tipo de crime estava em causa. “É muito difícil lidar com estas coisas logo de início quando não sabemos se a criança apenas se afastou [do local onde a tinham deixado]. É muito difícil perceber se foi isso ou se ocorreu mesmo um crime”, disse Hogan-Howe em declarações à radio LBC, citadas pelo jornal The Scotsman. O comissário disse acreditar que a investigação inicial tenha sido “um verdadeiro desafio” para a PJ. “Qualquer pessoa pode voltar atrás e dizer 'por que não fizeram isto?'”, aludiu, sublinhando, contudo, que “isso é fácil de dizer”. “Não gostamos quando dizem isso da Polícia Metropolitana de Londres, por isso não vamos dizer o mesmo dos polícias portugueses”, defendeu acreditando que “agora existe” a “melhor oportunidade” de descobrir, num trabalho conjunto entre as duas polícias, o que “realmente aconteceu” no âmbito desta “terrível tragédia”.
REFERÊNCIAS:
Entidades PJ
PGR centraliza crimes sexuais contra menores pela Net para melhorar investigações
PGR quer aumentar a celeridade na recolha de provas, mas não adianta se irá destacar mais peritos informáticos (...)

PGR centraliza crimes sexuais contra menores pela Net para melhorar investigações
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2013-10-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: PGR quer aumentar a celeridade na recolha de provas, mas não adianta se irá destacar mais peritos informáticos
TEXTO: A procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, decidiu recentemente centralizar no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) a investigação dos crimes sexuais cometidos contra crianças através da Internet e de meios informáticos. Em causa estão os crimes sexuais comunicados às autoridades portuguesas por outros países ou entidades não-governamentais estrangeiras, como é o caso das que gerem motores de busca e redes sociais. O DCIAP passa a "iniciar, exercer e dirigir a acção penal relativamente a crimes sexuais praticados contra menores com recurso a meios informáticos ou divulgados através destes", diz o despacho a que o PÚBLICO teve acesso. Na origem da decisão, que versa sobre crimes de "posse, fabrico e distribuição de pornografia infantil, a instigação de menores à prática de actos sexuais, a prostituição infantil e o envio de material de natureza obscena a crianças", está a necessidade de uma maior celeridade na obtenção de provas e de um tratamento centralizado da informação para identificar a "existência de redes criminosas". Após a intervenção do DCIAP, os processos podem ser encaminhados "para os serviços do Ministério Público (MP) territorialmente competentes". A procuradora-geral reconheceu ao PÚBLICO que não há, até agora, um "conhecimento rigoroso" do universo destes processos, nem o número de inquéritos instaurados e o resultado dos mesmos. "Também não se sabe se os meios disponíveis são adequados. Há uma noção de grandes cifras negras e de pouco sucesso nas investigações", explicou. Precisamente por não existir informação tratada, Joana Marques Vidal não consegue especificar quantos inquéritos a casos deste tipo foram abertos em 2012. A Procuradoria-Geral da República adiantou apenas ter recebido cerca de 500 denúncias sobre este tema do National Center for Missing & Exploited Children, uma ONG com apoio do Congresso Americano, que conta com colaboração de todos os grandes fornecedores de serviços de Internet dos EUA. Ao PÚBLICO, a procuradora-geral explicou ainda que o DCIAP fará "fundamentalmente diligências iniciais junto das operadoras para identificação dos utilizadores suspeitos", mas recusou esclarecer quantos peritos informáticos existem agora nesse departamento e se irá haver algum reforço face ao previsível aumento de trabalho que a decisão importa. O seu gabinete revelou apenas que a intervenção do DCIAP será feita em "articulação com o Gabinete de Cibercrime" da Procuradoria-Geral da República. Fonte do MP, sublinhando o aumento de trabalho referente a perícias informáticas, salientou que, por exemplo, o DIAP de Lisboa continua a ter apenas um perito informático e que a PJ não dispõe de mais peritos que possa fornecer. Em Fevereiro, o Expresso noticiou que o único perito informático do DIAP de Lisboa, que realiza perícias em todos os processos que envolvam material informático e não apenas em inquéritos a crimes sexuais praticados por essa via, era o único para mais de 1600 processos.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA PJ
"Ele foi um mestre" (David Bowie)
Lou Reed morreu e nas redes sociais multiplicaram-se as mensagens e homenagens deixadas ao músico. (...)

"Ele foi um mestre" (David Bowie)
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Lou Reed morreu e nas redes sociais multiplicaram-se as mensagens e homenagens deixadas ao músico.
TEXTO: De David Bowie a John Cale, dos Pixies aos TV on the Radio, das Savages à Peaches, de Anthony Bourdain a Salman Rushdie. Porque na música influenciou uma série de gerações e porque longe dela foram muitos os que o idolatraram, na hora da sua morte não houve quem o esquecesse. “Ele foi um mestre”, foram as palavras simples de David Bowie, que talvez não tivesse sido o camaleão que foi sem a influência enorme que Lou Reed teve em si. Esta foi a mensagem que Bowie partilhou no seu Facebook, juntamente com uma foto em que os dois se cumprimentam. John Cale, com quem Reed entrou verdadeiramente no mundo da música e com quem viria a formar os Velvet Underground, recorreu ao Twitter para prestar a sua homenagem. “O mundo perdeu um excelente compositor e poeta. Eu perdi o meu parceiro de recreio de escola”, escreveu logo a seguir à notícia da morte. Mais tarde escreveu emocionado, citado pela Pitchfork, que as “gargalhadas partilhadas há algumas semanas, vão lembrar-me para sempre tudo o que foi bom entre nós”. “Ao contrário de outros com histórias semelhantes – temos o melhor da nossa fúria disposta em vinil, para o mundo ver”, acrescentou. “Tenho tanta pena de saber da morte de Lou Reed, é um choque tremendo”, escreveu, pouco depois de a notícia ter sido dada, Kim Gordon, ex-Sonic Youth, banda que teve nos Velvet Underground uma grande influência. A avaliar pelas mensagens que continuam ao longo desta segunda-feira, choque e surpresa é o sentimento que prevalece. Apesar de em Maio Lou Reed ter estado internado e ter sido submetido a um transplante de fígado, não houve quem no domingo imaginasse que o músico pudesse estar assim tão doente. O músico e compositor norte-americano Nile Rodgers falou disso mesmo na mensagem que deixou no Twitter: “Lou Reed descansa em paz. Fiz um programa do Jools Holland com ele no ano passado e gozámos à grande. Não sabia que ele estava doente”. Para Iggy Pop as notícias da morte da Lou Reed são “devastadoras”, enquanto Lee Ranaldo, também dos Sonic Youth, escreve que Reed é “insubstituível”. Já no Facebook, os Pixies partilharam a notícia da morte, que foi avançada pela Rolling Stone, referindo-se a Lou Reed como “uma lenda”. A veterana Sharon Jones congratulou-se por ter tido a “sorte” de partilhar o palco com Lou Reed Reed. “Um momento, uma música e um homem que nunca esquecerei”, escreveu a cantora folk ao mesmo tempo que partilhou um vídeo desse momento. Os norte-americanos TV on the Radio partilharam no Facebook várias fotos das várias fases de Lou Reed. “É um dia tão triste. Obrigado pela tua influência imensurável”, lê-se na página da banda. Também as britânicas Savages partilharam no Facebook uma foto de Lou Reed ainda novo, apenas com a legenda: “Descansa em paz, Lou”. A canadiana Peaches partilhou o vídeo de Satellite of Love, escrevendo que Lou Reed foi “uma parte enorme” dos seus anos de estudante. “Quando olhar para o céu à noite, espero ver-te lá. ”Já os Pearl Jam aproveitaram o concerto de domingo em Baltimore, nos Estados Unidos, para homenagearem Lou Reed, dedicando-lhe Man Of The Hour. “Ele foi um visionário que mudou vidas”, disse Eddie Vedder no concerto, onde tocaram ainda Waiting For The Man em homenagem a Reed. Estes são apenas alguns dos exemplos dos milhares de mensagens deixadas nas redes sociais. Escrever que o mundo da música chora a morte de Lou Reed não é um exagero quando são tantas as homenagens prestadas. Dos mais novos aos mais velhos. Do rock, à folk e ao pop. A controversa Miley Cyrus, os históricos The Who, Patrick Carney (baterista dos Black Keys), Flea (dos Red Hot Chilli Peppers), Morrissey, Jim James, as Warpaint, Alex Kapranos (dos Franz Ferdinand), Gary Numan, LL Cool J, Juliette Lewis, Tom Morello (dos Rage Against the Machine e dos Audioslave). Mas nem só da música vieram as mensagens. Foram muitos os actores, realizadores, escritores e caras conhecidas da televisão que também quiseram deixar umas palavras. O chef americano Anthony Bourdain escreveu no Twitter uma parte da canção Sweet Jane: “Heavenly wine and roses… seem to whisper to me…. when you smile”, enquanto o escritor britânico Salman Rushdie escreveu que o seu amigo Lou Reed “chegou ao fim da sua canção”, fazendo referência a duas mais das icónicas músicas de Reed: “But hey, Lou, you'll always take a walk on the wild side. Always a perfect day”. Para o actor e comediante Ricky Gervais, morreu “um dos maiores artistas do nosso tempo”, um homem que será sempre relevante, como destacou o actor Samuel L. Jackson. “Sempre fui inspirado por ele”, escreveu ainda o actor John Cusack, que “apenas” conheceu Lou Reed “através da sua arte”. “Um grande e singular poeta. ”Em Portugal também foram muitos os que quiseram prestar uma última homenagem a Lou Reed como The Legendary Tiger Man, You Can't Win, Charlie Brown, Rita Redshoes, Pedro Abrunhosa, Jorge Palma, Mafalda Veiga, Miguel Angelo ou David Fonseca. À Lusa, Zé Pedro, dos Xutos&Pontapés, recordou a primeira vez que viu Lou Reed. “Foi em em 1977, em França, e fiquei fascinadíssimo com o concerto dele”, disse Zé Pedro, para quem Reed “meteu Nova Iorque no mapa” do rock, causando “um grande impacto com os seus primeiros discos”. Para António Manuel Ribeiro, vocalista dos UHF, Lou Reed “é uma referência" da sua geração: "É um mito como o John Lennon, que me ajudou a ser músico”. Também Luís Varatojo, guitarrista dos A Naifa, destacou a grande influência “para a maior parte da música feita até hoje”. “Fez de uma voz que quase não tinha um bom cantor, o que só está ao alcance de alguns”, acrescentou.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte escola homem cantora