Nomeado director do Gabinete de Investigação de Segurança e de Acidentes Ferroviários
Organismo independente estava vazio desde 2011. Acidente de Alfarelos fez acordar o Governo para o seu preenchimento. (...)

Nomeado director do Gabinete de Investigação de Segurança e de Acidentes Ferroviários
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-11-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: Organismo independente estava vazio desde 2011. Acidente de Alfarelos fez acordar o Governo para o seu preenchimento.
TEXTO: Nelson Oliveira, licenciado em Engenharia Civil e pós-graduado em Engenharia Ferroviária pela Universidade Católica, é o novo director do Gabinete de Investigação de Segurança e de Acidentes Ferroviários (GISAF), um órgão que estava inactivo desde 2011. O novo director foi escolhido após concurso público lançado pela Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública e transita do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, onde é chefe de departamento. É também presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos-de-Ferro (APAC) e destacou-se recentemente como consultor quando, a pedido da Câmara das Caldas da Rainha, elaborou um estudo sobre a Linha do Oeste, que foi decisivo para evitar o seu encerramento, previsto no Plano Estratégico de Transportes de 2011. O GISAF é um organismo independente, que resulta da transposição de directivas comunitárias, encarregado de zelar pela segurança ferroviária e proceder a inquéritos em caso de acidente, em vez de serem as empresas nele envolvidas. Desde 2011, após a demissão do seu anterior director que alegou falta de condições (nem um carro de serviço tinha), que este gabinete estava inactivo, e é provável que ainda hoje assim continuasse se não tivesse ocorrido, em Janeiro deste ano, o aparatoso acidente de Alfarelos no qual um Intercidades chocou contra uma automotora regional. Na altura, o Governo remediou o assunto, mandatando a CP e a Refer para, sob tutela do Instituto da Mobilidade e Transportes Terrestres (IMTT), elaborar o relatório do acidente. Onze meses depois, a Secretaria de Estado dos Transportes e o IMTT têm recusado divulgar as suas conclusões. A Comissão de Acesso aos Documentos Admnistrativos (CADA), após queixa do PÚBLICO, considerou, em 24 de Setembro, que esse relatório é de acesso público e que o IMTT “deveria facultar o documento pretendido”. Ainda assim, após insistência do PÚBLICO, o referido instituto mantém a recusa na sua divulgação. Nos Estados Unidos, e na maioria dos países europeus, a divulgação dos relatórios dos acidentes ferroviários (e também aéreos) é prática comum e, nalguns casos, obrigatória. Uma prática que pretende evitar que se repitam acidentes por circunstâncias análogas.
REFERÊNCIAS:
Entidades IMTT
Portugueses estão mais solidários e preferem dar alimentos
Aumentou o número de pessoas que contribuem de forma regular com donativos para causas sociais, mas há menos a fazer voluntariado. (...)

Portugueses estão mais solidários e preferem dar alimentos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2013-11-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: Aumentou o número de pessoas que contribuem de forma regular com donativos para causas sociais, mas há menos a fazer voluntariado.
TEXTO: Os portugueses estão mais solidários face ao que acontecia há três anos. Segundo um estudo realizado este ano, 30% dos portugueses contribuem de forma regular com donativos para acções de solidariedade social, enquanto em 2010 a percentagem se ficava pelos 11%. “As pessoas têm mais atenção no que diz respeito à solidariedade social. Ouvimos todos os dias nas notícias casos de pessoas que precisam de ajuda e cada um de nós conhece alguém que está em necessidade”, explica Luísa Villar, presidente da associação Link, responsável pelo estudo Solidariedade e a Responsabilidade Social em Portugal: Onde Estamos?, que foi apresentado nesta quarta-feira em Lisboa. Contudo, apesar do aumento do número de pessoas que contribuem regularmente para acções de solidariedade, são também mais os inquiridos que afirmam não contribuir para qualquer causa solidária (eram 46% em 2010, contra 54% em 2013), dos quais fazem parte os indivíduos que já deram apoio a instituições ou ONG no passado e que agora deixaram de fazê-lo de forma regular e que aumentaram de 11% para 22%)De acordo com os resultados, os portugueses preferem ajudar através do donativo de bens alimentares (74%), seguindo-se o voluntariado (35%), os donativos em peditório de rua (31%) e os donativos no momento do pagamento de compras (27%). “Os portugueses ajudam se não lhes der trabalho”, refere Luísa Villar, para explicar o facto de a doação de bens alimentares ser a principal escolha dos inquiridos. “Se for comprar um pacote de arroz, compro dois e isso não custa nada”, acrescenta. O mesmo argumento ajuda a explicar por que os donativos por transferência bancária não são comuns entre os inquiridos, representando apenas 12% das preferências. “Nos Estados Unidos, cada pessoa contribui para uma ou duas associações por transferência bancária todos os meses. Aqui, as pessoas não gostam disso, dá-lhes trabalho e não gostam de ajudar sempre a mesma instituição”, explica a presidente da Link. Quem mais doa vive no Litoral NorteNo entanto, se a doação de bens alimentares aumentou, o mesmo não se pode dizer do voluntariado, que diminuiu sete pontos percentuais face a 2010 (de 42% para 35%). Quanto ao seu perfil, a maioria dos voluntários tem entre 18 e 24 anos e tem maior prevalência no interior do país. Quanto às pessoas que fazem donativos, têm maioritariamente entre 45 e 54 anos e concentram-se sobretudo no Litoral Norte do país, não existindo diferenças de comportamento entre homens e mulheres nos dois casos. As crianças e os idosos são os grupos considerados prioritários para o apoio social por 76% dos inquiridos. Seguem-se os deficientes (54%), os doentes (51%) e os sem-abrigo (48%). O estudo revela ainda que 81% das pessoas entendem que a realização de acções de causas sociais deveria ocorrer ao longo do ano e não apenas no Natal, o que representa um aumento face aos 70% em 2010. “As campanhas ao longo do ano funcionam se forem bem pensadas. As empresas é que só se lembram na altura do Natal”, refere Luísa Villar. A presidente da Link explica que, mesmo para o marketing das empresas envolvidas nestas campanhas, a concentração no Natal não é tão positiva, uma vez que “as pessoas nem se lembram de quem estão a ajudar”. Quanto às acções de solidariedade social, o Banco Alimentar é a mais conhecida dos portugueses (32%), seguindo-se a campanha Arredonda, (com 7%). As marcas mais associadas a acções de carácter social são o Continente (25%), o Lidl (11%) e o Pingo Doce (9%). Para Luísa Villar, ainda há muito caminho a percorrer. “Já entrámos no carro, mais ainda não arrancámos”, refere. “É necessário educar as crianças para a responsabilidade social”. E refere como exemplo o caso dos EUA, país no qual “as crianças começam a fazer serviço comunitário na escola e no liceu, têm tempo lectivo dedicado a isso e dá-lhes créditos para a sua avaliação”. O estudo foi feito com base nas respostas de 1021 indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos, distribuídos proporcionalmente por todas as regiões de Portugal continental. Os inquéritos foram conduzidos entre 17 e 28 de Maio pela empresa GfK, através de entrevistas directas nas residências dos inquiridos.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Com a onda de raptos, Maputo é agora “uma cidade-fantasma”
Em Junho, foi sequestrado o primeiro português, um empresário, libertado um mês depois. A Polícia Judiciária deslocou-se então a Moçambique. Agora, continuam raptados três portugueses (...)

Com a onda de raptos, Maputo é agora “uma cidade-fantasma”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-11-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Em Junho, foi sequestrado o primeiro português, um empresário, libertado um mês depois. A Polícia Judiciária deslocou-se então a Moçambique. Agora, continuam raptados três portugueses
TEXTO: Quando a onda de raptos começou em 2011 em Moçambique, não havia mulheres ou crianças entre os sequestrados. Especialmente visados eram empresários de sucesso entre a comunidade indo-paquistanesa. Os resgates, pagos ou não, atingiam as centenas de milhares de dólares. A maioria dos casos não chegava a ser tornada pública. Já este ano, as mulheres e os filhos de homens de negócios passaram também a ser alvos dos sequestradores. Sobretudo nos últimos meses, os casos tornaram-se mais frequentes, violentos e flagrantes, com ataques e raptos em plena luz do dia a atingir crianças e outras comunidades como a moçambicana de raça negra e a portuguesa. Alguns gangs aparecem armados de espingardas AK-47. Na semana que fechou com a denúncia do escritor Mia Couto sobre a existência de uma força “sem nome e sem rosto”, numa cerimónia pública no dia 25 de Outubro, pelo menos cinco pessoas tinham sido raptadas em cinco dias. Três delas eram mulheres. Já esta semana, mais duas mulheres foram sequestradas: uma cidadã portuguesa, gestora financeira de uma empresa, e uma cidadã moçambicana de 33 anos, mulher de um funcionário da organização não-governamental Save The Children. A primeira foi levada do gabinete das instalações da empresa, na Matola, arredores de Maputo. A segunda estava na sua casa em Laulane, também arredores da capital, com os filhos, a irmã e o cunhado, quando foi levada pelo que se pensa ser um grupo de cinco homens. Horas depois, era também anunciado, pelo jornal moçambicano A Verdade, o rapto de uma criança de três anos. Depois do sobressalto sentido entre a comunidade portuguesa, em Junho, quando o primeiro português foi raptado e libertado um mês depois, os portugueses começaram, pela primeira vez, a sentir que podiam também ser um alvo, diz um empresário português há 15 anos em Moçambique que pede anonimato por motivos de segurança. Além da portuguesa sequestrada esta terça-feira, dois portugueses foram raptados há mais de uma semana, confirmou ao PÚBLICO o cônsul de Portugal em Maputo, Gonçalo Teles Gomes. No total, desde Junho, quatro portugueses foram raptados. Só o primeiro – de Junho – foi libertado. A Polícia Judiciária esteve então em Moçambique para “prestar colaboração às autoridades moçambicanas por solicitação das mesmas”, disse ao PÚBLICO uma fonte da PJ, que não quis adiantar o que está previsto no caso dos três portugueses ainda em cativeiro. O medo de represáliasMuitos episódios violentos não chegam a ser denunciados ou tornados públicos, por medo de represálias. Um deles, conta o empresário contactado, aconteceu há poucas semanas. Um grupo de atacantes mandou parar uma carrinha de transporte escolar e sair todas as crianças. Entre elas estava o filho de um homem de sucesso, que era quem os homens procuravam. A criança foi raptada e mais tarde libertada, depois do que terá sido o pagamento de um resgate de meio milhão de dólares. Na semana passada, milhares de pessoas protestaram nas ruas de Maputo e Beira contra o silêncio do Governo e a ineficácia da polícia. Dois dias antes, um rapaz de 13 anos tinha sido morto em cativeiro, logo depois de a mãe ter comunicado o rapto ao chefe da delegação local da Polícia de Investigação Criminal. O pânico instalou-se. E com ele a suspeita crescente de que a polícia não protege os cidadãos. Por medo, muita informação mantém-se em segredo. Mas começa a circular em Maputo a informação de denúncias de mulheres que, depois de sequestradas, reconheceram entre polícias fardados os seus atacantes. Uma delas conseguiu fugir após ter sido raptada há umas semanas. Já na companhia do marido, dirigiu-se à esquadra para apresentar queixa. Quando entrou, sob pretexto de se sentir mal, saiu apressadamente e mais tarde fugiu do país. Fora de Moçambique (onde permanece) fez a denúncia, num circuito privado de informação entre a comunidade, de que na esquadra tinha reconhecido dois dos seus raptores entre os polícias fardados. Outra mulher foi à esquadra, depois de ser assaltada em plena Avenida Marginal por um grupo de homens que partiram os vidros do carro com martelos e lhe roubaram todo o dinheiro que levava no carro. Também ela acabou por não apresentar queixa. Mais tarde, fez circular a informação de que, na esquadra, vira entrar dois polícias, e reconhecera um deles como um dos atacantes. O casal com filhos mudou-se, no dia seguinte, da casa onde morava. A informação “chocante”, diz o empresário português que falou ao PÚBLICO, mais uma vez circulou entre a comunidade portuguesa que partilha o que sabe, como única forma de saber o que se passa, para melhor decidir. E a decisão passa, cada vez mais, por tirar os filhos ou as famílias do país. Dezenas de crianças de famílias portuguesas já saíram de Moçambique, como disse ao PÚBLICO esta semana o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário. A directora da Escola Portuguesa em Maputo também afirmou à Lusa que, desde Setembro, 40 crianças deixaram a escola, que tem 1600 alunos de 14 nacionalidades. Outras crianças e adolescentes terão deixado de frequentar outras escolas. O fim do “miniparaíso”Já era habitual ver casas com grades ou seguranças à porta em Maputo. Agora, passou a ser frequente ver responsáveis de grandes empresas deslocarem-se com carros de seguranças à frente e atrás da sua própria viatura, descreve o empresário português em Moçambique. Não data de há muito o tempo em que Maputo era uma “cidade aprazível” e Moçambique um “miniparaíso”, diz. “Na capital, as pessoas saíam a pé de casa para as esplanadas. As mesas dos restaurantes estavam sempre cheias. ”Agora, só o dia dá uma aparência de normalidade à vida. À noite, as ruas ficam desertas. “Os restaurantes estão vazios, ninguém sai de casa. Maputo está em estado de sítio. Parece uma cidade-fantasma. ”É na capital, antes uma cidade aberta e transbordante de vida nocturna, que se sente “o pânico”, enquanto no centro e no Norte do país se vive a insegurança de acções militares entre a Renamo e as forças do Governo. Na semana passada, perante a onda de raptos, o Presidente, Armando Guebuza, manifestou confiança na polícia. “Tenho confiança na guarda presidencial e no comandante-geral da Polícia”, afirmou. Dias antes, o Ministério do Interior demitira o director da Polícia de Investigação Criminal, num gesto interpretado pela imprensa como reacção à fraca resposta da polícia à onda de raptos. E, pela mesma altura, foram condenados três polícias que integravam uma rede de sequestradores que chegavam a exigir 165 mil dólares de resgate. Um dos condenados era membro da guarda do Presidente.
REFERÊNCIAS:
Entidades PJ
Twitter fecha primeiro dia em bolsa a valorizar 73%
Mesmo com prejuízo, a procura pelas acções foi grande. Empresa encaixou 1820 milhões de dólares. (...)

Twitter fecha primeiro dia em bolsa a valorizar 73%
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2013-11-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Mesmo com prejuízo, a procura pelas acções foi grande. Empresa encaixou 1820 milhões de dólares.
TEXTO: Foi um dia em grande para a empresa que ganhou fama por só permitir pequenas mensagens. As acções do Twitter dispararam no dia de estreia em bolsa e chegaram a rondar os 50 dólares. A cotação fechou nos 44, 94 dólares, 73% acima dos 26 dólares da oferta pública inicial. O Twitter terminou o dia com uma capitalização de 2448 milhões de dólares (1825 milhões de euros) e encaixou 1820 milhões de dólares com a operação. No arranque da sessão na Bolsa de Nova Iorque estiveram os co-fundadores Evan Williams, Biz Stone e Jack Dorsey, bem como o director-executivo, Dick Costolo, e o responsável financeiro, Mike Gupta. O toque simbólico de abertura foi pouco convencional e, em vez de ter sido dado pelos responsáveis do Twitter, a empresa decidiu que ficaria nas mãos do actor Patrick Stewart (conhecido pelo papel de Jean-Luc Picard, na série Star Trek), por uma menina de nove anos que montou uma banca de venda de limonada para contribuir para o fim da escravatura infantil, e por uma representante da polícia de Boston. Numa mensagem no Twitter, a Bolsa de Nova Iorque explicou a escolha feita pela empresa com o facto de esta considerar que deve o sucesso aos utilizadores. A empresa conseguiu uma grande procura pelas acções, apesar de ainda não dar lucro. De acordo com a informação apresentada ao regulador de mercados americano, no primeiro semestre deste ano, a empresa teve perdas de 69 milhões de dólares. Desde a fundação, em 2006, acumulou prejuízos de 419 milhões de dólares. Os investidores, porém, contam que o crescimento acelerado do serviço seja capaz de gerar receitas publicitárias que tornem a empresa rentável. Para além de conteúdo promocional que os anunciantes pagam para que seja exibido aos utilizadores (frequentemente inserido no fluxo de conteúdos a que estes acedem), o Twitter também vende dados a outras empresas. O negócio do Twitter está também fortemente assente no mercado americano: 23% dos utilizadores estão nos EUA e é neste país que a empresa consegue 75% das receitas. A empresa disse ter planos para reforçar o crescimento noutros países. Quanto entregou a documentação para a oferta de venda inicial, a empresa afirmou ter cerca de 215 milhões de utilizadores em todo o mundo. As comparações com o fiasco da oferta de venda inicial do Facebook são inevitáveis. Esta rede social estreou-se em bolsa com uma cotação de 34 dólares, tendo afundado ao longo das primeiras horas e fechado praticamente no preço inicial, graças à intervenção dos bancos que conduziram a operação.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Obras de arte digital de Andy Warhol descobertas em disquetes dos anos 80
Uma equipa do museu Andy Warhol, em Pittsburgh, ajudada por informáticos de uma universidade local, resgatou de antigas disquetes uma dúzia de obras que o ícone da Pop Art realizou há quase 30 anos num computador Amiga 1000 (...)

Obras de arte digital de Andy Warhol descobertas em disquetes dos anos 80
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-04-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma equipa do museu Andy Warhol, em Pittsburgh, ajudada por informáticos de uma universidade local, resgatou de antigas disquetes uma dúzia de obras que o ícone da Pop Art realizou há quase 30 anos num computador Amiga 1000
TEXTO: Doze obras de arte digital realizadas por Andy Warhol (1928-1987) num Commodore Amiga 1000, um computador lançado em 1985, foram recuperadas de antigas disquetes conservadas no museu que conserva o seu espólio, em Pittsburgh, na Pensilvânia. Uma delas é um auto-retrato, outras são revisitações de alguns dos seus temas predilectos, das latas de sopa Campbell e das bananas à actriz Marilyn Monroe. A história da descoberta destas pioneiras pinturas em computador começou quando o nova-iorquino Cory Arcangel, um artista pós-conceptual conhecido pela sua utilização inovadora dos meios digitais – são célebres os trabalhos que construiu a partir de jogos de vídeo –, apanhou no You Tube imagens de Warhol desenhando em computador um retrato da cantora e actriz Debbie Harry, vocalista dos Blondie. O vídeo que Arcangel viu integrava a campanha de promoção do Amiga 1000, cujo fabricante aproveitou o fascínio do mais icónico representante da Pop Art pelas novas tecnologias que estavam a surgir nesses últimos anos da sua vida. Quem melhor do que Warhol para ilustrar as potencialidades gráficas do novo modelo?Cory Arcangel quis saber o que fora feito do retrato de Debbie Harris, e se não existiriam outros resultados daquela insólita parceria entre Warhol e um fabricante de computadores (que não tardaria, aliás, a falir, apesar de ter criado, com os modelos Amiga, uma série de máquinas revolucionárias nos domínios da imagem e do vídeo). Arcangel contactou então uma curadora do Andy Warhol Museum, Tina Kukielski, e constatou que o retrato de Debbie Harris está exposto há décadas no museu de Pittsburgh, mas que ninguém ouvira falar de outras obras digitais que Warhol pudesse ter realizado na mesma altura. Acompanhado de Kukielski, Arcangel foi então falar com o responsável da equipa de arquivistas do museu, Matt Wrbican, que é também um reconhecido especialista na biografia de Warhol. E foi aqui que verdadeiramente começou a busca, na qual participaram vários outros funcionários da casa e um grupo de estudantes do Clube de Computadores da Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, uma associação que possui uma vasta colecção de hardware de computadores antigos e que tem sido premiada pela invenção de software destinado a salvar materiais de equipamentos obsoletos. Este esforço conjunto acabou por dar resultados. Em disquetes (discos flexíveis para armazenamento de dados criadas nos anos 70 e que ainda chegaram ao início do século XXI) que o museu tinha arrumado com o rótulo de “inacessíveis”, uma vez que quando entraram na colecção, em 1994, não foi possível lê-las em nenhum equipamento, os jovens universitários encontraram uma dúzia de obras de arte digital criados no mesmo Amiga 2000 em que Warhol compusera o retrato de Debbie Harris. Em termos temáticos, as imagens que foi possível salvar não trazem muito de novo à obra de Warhol. As latas de sopa, Marilyn, a Vénus de Boticelli, aqui numa versão com três olhos, são revisitações de territórios familiares, mas, como observa a jornalista Melissa Locker na Time, “mostram um artista consagrado num momento de evolução”, tentando adaptar a sua arte a um novo meio, que implicava trabalhar num ecrã, usando um rato. Andy Warhol, diz ainda Locker, “parecia determinado a dominar as novas tecnologias”. E é fascinante pensar o que o mestre da Pop Art poderia ter feito no capítulo da arte digital caso não tivesse morrido uns escassos dois anos após essas suas primeiras experiências com o Amiga 1000.
REFERÊNCIAS:
Guia supremo e 682 apoiantes da Irmandade condenados à morte no Egipto
Sentença, a segunda parte do maior julgamento da história moderna do país, ameaça fazer reacender a tensão, a um mês das presidenciais. (...)

Guia supremo e 682 apoiantes da Irmandade condenados à morte no Egipto
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-04-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Sentença, a segunda parte do maior julgamento da história moderna do país, ameaça fazer reacender a tensão, a um mês das presidenciais.
TEXTO: Um tribunal egípcio recomendou a pena de morte para o guia supremo da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, e outros 682 apoiantes da confraria, na segunda parte de um processo maciço e sumário que foi alvo de repúdio internacional. No mesmo dia, e confirmando que há cada vez menos espaço para vozes dissidentes, uma outra instância baniu o grupo pró-democracia que foi um dos principais organizadores da revolta que, em 2011, levou ao derrube do regime de Hosni Mubarak. Said Youssef Sabry, juiz único do tribunal que julga os mais de 1200 acusados de terem participado em manifestações violentas em Minya, na região do Alto Egipto, “demonstrou uma vez mais o quanto a justiça egípcia se tornou arbitrária a parcial e se arrisca a ser, pura e simplesmente, mais uma engrenagem do aparelho repressivo das autoridades”, reagiu a Amnistia Internacional, mal foi conhecido o veredicto. Dos 683 condenados nesta segunda-feira apenas 50 estão detidos – os restantes estão foragidos ou tinham sido postos em liberdade condicional antes do início do julgamento que, tal como o que terminou em Março com a condenação à morte de 529 militantes da Irmandade, não durou mais do que uma sessão, sem que os advogados tivessem direito a apresentar a defesa dos arguidos. À porta do tribunal houve gritos e desmaios, mas também quem não calasse a revolta, apesar da forte presença policial. “Onde está a justiça?”, gritaram mães, filhos e mulheres de condenados. O advogado de defesa Khaled Elkomy disse à BBC que existem provas de que 60% dos arguidos nem sequer participaram nas manifestações de 14 de Agosto em Minya. Dois polícias morreram nos protestos, no mesmo dia em que mais de 700 apoiantes de Mohamed Morsi, deposto pelo Exército um mês antes, eram mortos pelas forças de segurança em duas praças do Cairo. “Isto é um processo político contra os que se opõem ao regime militar”, disse à AFP Gamal, um professor de árabe de 25 anos que está entre os condenados à revelia. Na sessão desta segunda-feira, o juiz proferiu ainda a sentença final para o primeiro grupo de acusados: apenas 37 dos 529 arguidos condenados à morte (dos quais apenas 123 estão detidos) viram as suas penas confirmadas, tendo as restantes sido comutadas em prisão perpétua. O mesmo poderá acontecer com esta nova sentença que, tal como sucede com todas as condenações à pena capital, foi enviada para análise para o grande mufti do Egipto, a mais alta autoridade religiosa do país – a sua opinião não é vinculativa, mas as condenações são ainda passíveis de recurso e todo o julgamento pode vir a ser anulado tamanhas são as violações processuais identificadas. Seja qual for o desfecho, a condenação à morte de Badie, que é arguido em vários outros processos em que incorre na pena capital, arrisca-se a fazer subir tensões quando falta exactamente um mês para as eleições presidenciais que irão, com toda a certeza, eleger Abdu Fattah al-Sissi, chefe militar que afastou Morsi e que entretanto abandonou o Exército para poder candidatar-se. “Mesmo que me executem mil vezes não me vão desviar do caminho certo”, respondeu o líder da Irmandade, citado pelo seu advogado, durante uma audiência em tribunal no Cairo, onde está detido. Desafiador, contam fontes da segurança citadas pela Reuters, brincou com outros dirigentes da Irmandade pedindo-lhes para lhe irem comprar o uniforme vermelho dos condenados à morte. Estes julgamentos – os maiores de sempre da história moderna do país – têm confirmado os receios dos activistas dos direitos humanos de que o governo imposto pelos militares e os juízes estão decididos a esmagar todos os dissidentes. Um receio que um tribunal do Cairo reforçou nesta segunda-feira ao ilegalizar o movimento 6 de Abril por “prejudicar a imagem do Estado” e contactos ilegais com estrangeiros. Os três fundadores do grupo, que usou as redes sociais para mobilizar os jovens que estiveram na frente dos protestos na Praça Tahrir contra Mubarak, foram condenados em Dezembro a três anos de prisão por terem organizado um protesto não-autorizado na capital.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos morte humanos tribunal prisão mulheres
Apoios a quem perdeu subsídio de desemprego aumentaram 11% num ano
Em Março, 49.932 portugueses estavam nesta situação. No total, 367.012 beneficiam de prestações de desemprego, menos 12% face a 2013. (...)

Apoios a quem perdeu subsídio de desemprego aumentaram 11% num ano
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-04-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Em Março, 49.932 portugueses estavam nesta situação. No total, 367.012 beneficiam de prestações de desemprego, menos 12% face a 2013.
TEXTO: Em Março, 367. 012 portugueses receberam prestações de desemprego atribuídas pela Segurança Social, menos 12% do que no mesmo mês de 2013 e menos 2% face a Fevereiro. Contudo, o número de pessoas a receber o subsídio social de desemprego subsequente, ou seja, aqueles que deixaram ter direito ao apoio e não têm rendimentos suficientes, cresceu 11% num ano, para 49. 932. De acordo com os dados divulgados, nesta segunda-feira, o número de subsídios concedidos está a cair há dois meses e, para chegar ao mesmo valor de Março é preciso recuar até Abril de 2010, quando a Segurança Social atribuiu 368. 939 prestações de desemprego. Este tipo de apoios inclui não só o subsídio de desemprego, mas também o subsídio social de desemprego inicial, o subsídio social de desemprego subsequente e o prolongamento de subsídio social de desemprego. O subsídio de desemprego é o mais atribuído e pesa 81% no total de beneficiários. Em comparação com Março do ano passado, houve uma redução de 13% no número de portugueses a receber este apoio. A queda mais expressiva foi, contudo, nos subsídios sociais de desemprego inicial: recuaram 30% de 28. 306 beneficiários para 19. 908. Representa apenas 5% do total. Já o subsídio social de desemprego subsequente representa 14% do total. Este tipo de apoio só é atribuído quando o desempregado consegue provar que não conseguir subsistir sem ajuda. É preciso ter esgotado todos os períodos de subsídio de desemprego e cumprir as chamadas “condições de recursos”: o beneficiário e o seu agregado familiar não podem ter património mobiliário (contas bancárias, acções, entre outros) superior a 100. 612 euros, nem ter, por elemento da família, um rendimento mensal superior a 335, 38 euros. Considerando o número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Março (689. 825, menos 6, 1% face a Março de 2013), há actualmente 322. 813 portugueses sem receber qualquer tipo de apoio ao desemprego (podem por exemplo, receber outros incentivos sociais como o rendimento social de inserção). O número de desempregados registados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional tem vindo a cair, em termos anuais desde Outubro de 2013. Já as prestações de apoio a quem não tem trabalho, recuaram 12% em termos homólogos durante o mês de Março. Em 2013, havia 416. 711 portugueses a receber subsídios. Os valores médios mensais do subsídio, processados por beneficiário, situaram-se nos 468, 93 euros no mês em análise, o valor mais baixo desde Julho de 2010. Isto pode indicar que quem teve acesso a estas prestações tinha um salário mais baixo. Há mais homens que mulheres a receber subsídios, sendo que o maior número tem entre 55 e 59 anos. Entre as mulheres, a maior fatia de beneficiárias tem entre 35 a 39 anos. Por distrito, Porto e Lisboa são, por esta ordem, as regiões com mais beneficiários (78. 422 e 72. 246, respectivamente). Em comparação com Março de 2013 regista-se uma redução de 12% e 11%. A maior queda face ao ano passado verificou-se o distrito de Leiria e de Portalegre. O número de portugueses a receberem prestações de desemprego caiu 17% nestas duas regiões. A contrastar no cenário global de queda anual homóloga está a Região Autónoma dos Açores. Em Março de 2013 havia 8. 291 beneficiários e este ano o número cresceu 3% para 8. 550. O aumento homólogo de desempregado foi de 0, 7%, mas esta é a região do país com o menor número de portugueses inscritos no IEFP. com Raquel Martins
REFERÊNCIAS:
Entidades IEFP
Número de presos em Portugal é dos que mais sobe na Europa
Mais presos, penas mais longas, menos investimento em cada preso: é o retrato do sistema prisional português traçado por relatório europeu. (...)

Número de presos em Portugal é dos que mais sobe na Europa
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-04-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Mais presos, penas mais longas, menos investimento em cada preso: é o retrato do sistema prisional português traçado por relatório europeu.
TEXTO: O número de presos nas cadeias portuguesas subiu 7, 7% entre 2011 e 2012, e esta foi a sexta taxa mais alta entre os países europeus, divulgou nesta terça-feira o Conselho da Europa (CdaE), com base em informação recolhida nos seus relatórios de Estatísticas Anuais Penais (conhecidos como SPACE). Ao mesmo tempo, em 2011, Portugal ficou em terceiro lugar no ranking da duração das detenções, apenas atrás da Roménia e da Turquia. E ainda em 2011 foi o segundo país da Europa do Sul e Ocidental com o gasto médio mais baixo por preso: 47, 8 euros, metade da média europeia de 103 euros. Nesse ano, o rácio de entrada e saídas de presos nas prisões em Portugal foi metade de todos os países do CdaE: a média europeia era de 56%, enquanto a portuguesa era de 29, 2% (quanto mais baixa a percentagem, maior a probabilidade de sobrelotação). Roménia, Andorra, Mónaco, Eslovénia e Bósnia foram os países que ultrapassaram Portugal no aumento do número de presos, sendo que, no total, só nove dos 47 membros do CdaE tiveram um aumento da população prisional superior a 5%. A duração das detenções em Portugal em 2011 - 23, 3 meses - foi 2, 5 superior ao valor médio europeu - 9, 5 meses. Esta organização internacional que se dedica à defesa de direitos humanos alerta que a sobrelotação das prisões continua a ser um problema na Europa e que os estados membros estão a “falhar na redução da sobrelotação das prisões”. Apesar da diminuição do número de presos europeus em 5% entre 2011 e 2012, a sobrelotação foi um facto em 21 países, incluindo Sérvia, Itália, Chipre, Hungria e Bélgica, os que tiveram os piores resultados. Entre 2011 e 2012, o número de presos na Europa diminuiu de 99, 5 para 98 por cada 100 lugares disponíveis. Por outro lado, critica o relatório, muitos países não estão a encontrar alternativas à detenção, fazendo com que apenas 7% dos condenados à espera de julgamento tenham sido colocados sob supervisão de agências de liberdade condicional. Para o CdaE e o seu Comité de Prevenção Contra a Tortura, a prisão deve ser o último recurso e os estados devem encontrar alternativas eficazes. Em 2012, o roubo (20%) e o tráfico de droga (17%) continuaram a ser os principais motivos de detenção dos presos na Europa. E um quarto de todos os presos não tinha tido uma sentença definitiva, sendo que a taxa mais alta se encontrava na Holanda, com 49%. Do total de presos, 12, 9% eram estrangeiros, 5% mulheres, e 4, 6% jovens adultos (com entre 18 e 21 anos), sendo que a média de idades era de 36 anos. Os inquéritos da SPACE (I e II) são conduzidos pelo CdaE e pelo Instituto de Criminologia e Lei Penal da Universidade de Lausana: o I tem informação de 47 das 52 administrações de prisões nos 47 estados membros, e o II de 46 serviços de liberdade condicional.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos lei humanos prisão mulheres
Descobertos restos de 50 múmias egípcias num túmulo no Vale dos Reis
Escavações numa sepultura com cinco câmaras revelam nomes da família real egípcia no século XIV a.C desconhecidos até agora. Sepultura sofreu saques e foi queimada. (...)

Descobertos restos de 50 múmias egípcias num túmulo no Vale dos Reis
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-04-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Escavações numa sepultura com cinco câmaras revelam nomes da família real egípcia no século XIV a.C desconhecidos até agora. Sepultura sofreu saques e foi queimada.
TEXTO: No tempo dos romanos, no início da nossa era, o Vale dos Reis já era um sítio antigo, visitável, um centro turístico já na época. Na margem ocidental do Nilo, a cerca de 700 quilómetros a sul do Cairo, podem encontrar-se hoje 63 túmulos associados ao poder real do Império Novo, um período na história do Antigo Egipto que durou entre 1550 a. C. e 1070 a. C. Agora, uma equipa da Universidade da Basileia, na Suíça, escavou um dos túmulos e descobriu os restos de 50 múmias egípcias, incluindo múmias de crianças. O Vale dos Reis era uma necrópole real que estava junto da antiga cidade de Tebas, capital do Antigo Egipto durante parte do Império Novo, que inclui as dinastias XVIII, XIX e XX dos reinados egípcios. Foi a meio deste período que viveu o faraó Ramsés II, terceiro faraó da XIX dinastia, numa altura em que o império vivia o seu último apogeu. Naquele vale, iam sendo construídos túmulos onde os faraós, as suas mulheres e filhos iam sendo sepultados. Mas também há muitos túmulos de outras famílias da nobreza egípcia. Os túmulos, construídos em profundidade, têm vários tamanhos. O mais impressionante é o KV 5, erigido em grande parte por Ramsés II para sepultar os seus filhos. A sepultura, que tem mais de 120 corredores e câmaras, começou a ser escavada por arqueólogos sistematicamente na década de 1990 mas ainda hoje não se encontraram os seus limites. O túmulo escavado agora pela equipa de Susanne Bickel, o KV 40, é bastante mais pequena, tem apenas cinco câmaras subterrâneas. Para chegarem às câmaras, os egiptólogos tiveram de escavar um poço de seis metros que dava acesso a estas salas. Os especialistas pensavam que o KV 40 não era um túmulo da realeza, construído na XVIII dinastia. “Cerca de dois terços dos túmulos do Vale dos Reis não pertencem à realeza”, explica Susanne Bickel, no comunicado da Universidade da Basileia desta semana. “As sepulturas não têm inscrições e têm sido muito saqueadas, por isso só podemos especular sobre o que foi sepultado nelas”, acrescenta a egiptóloga. Mas, afinal, havia muito sangue real naquele espaço. Dentro do KV 40, os investigadores encontraram na câmara central e em três câmaras laterais os restos de 50 múmias, adianta o comunicado. A partir das inscrições encontradas em vasos canópicos – onde eram guardadas as vísceras das pessoas mumificadas – a equipa foi capaz de identificar o nome de 30 pessoas. Entre as múmias estavam príncipes e princesas das famílias de dois faraós da XVIII dinastia, Tutmés IV e Amenófis III, que reinaram no século XIV a. C. Destes, oito princesas e quatro príncipes não eram conhecidos até agora pelos historiadores. Mini-múmiasAlém disso, foram encontradas várias múmias de recém-nascidos e crianças. “Descobrimos um número notável de recém-nascidos e crianças cuidadosamente mumificados, que normalmente teriam sido enterrados de uma forma muito mais simples”, diz Susanne Bickel. “Pensamos que estes membros familiares da corte real foram sendo enterrados neste túmulo durante um período de várias décadas. ” Segundo os investigadores, esta lista de pessoas identificadas na sepultura permite saber quem é que tinha o privilégio de passar a vida eterna, depois da morte, junto do faraó. Espera-se agora que uma análise mais aprofundada dos achados arqueológicos revele a composição da corte faraónica durante a XVIII dinastia, assim como as condições de vida e as tradições do enterro na época, adianta o comunicado. Mas a arqueologia de qualquer um destes túmulos ultrapassa sempre o momento da sua construção e da primeira utilização. Séculos de história são séculos de saque, reutilização e outros tipos de uso, que reflectem o comportamento das sociedades que sucederam a esta antiga civilização. Nas paredes de muitos túmulos do Vale dos Reis existem mais de 2000 mensagens, assinaturas e desenhos, uma espécie de graffiti, que são testemunhos dos muitos turistas que visitaram aquele local sagrado entre o século III a. C. e o século VI d. C. Nas fotografias do agora escavado KV 40 nota-se a ferrugem negra de um incêndio que o túmulo sofreu. “Os restos [arqueológicos] e as paredes foram afectados por um incêndio que terá sido iniciado, muito provavelmente, pelas tochas de salteadores de túmulos”, sugere Susanne Bickel. Desde a antiguidade até ao século XIX, o túmulo terá sido saqueado diversas vezes. Além disso, já muito tempo depois de o Vale dos Reis ter deixado de ser uma necrópole real, restos de caixões feitos de madeira e de material composto por fibras vegetais ou papiros encontrados no lugar indicam que houve uma utilização posterior da sepultura para enterrar outros mortos: no século IX a. C. as famílias de sacerdotes terão usado aquele túmulo como cemitério.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte espécie mulheres negra
Grávidas que prejudiquem os bebés vão poder ser condenadas no Tennessee
Estado norte-americano avançou para medida inédita e polémica que criminaliza grávidas que, por exemplo, consumam drogas. Organizações médicas temem efeitos nas populações mais pobres. (...)

Grávidas que prejudiquem os bebés vão poder ser condenadas no Tennessee
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.333
DATA: 2014-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Estado norte-americano avançou para medida inédita e polémica que criminaliza grávidas que, por exemplo, consumam drogas. Organizações médicas temem efeitos nas populações mais pobres.
TEXTO: O estado norte-americano do Tennessee decidiu dar luz verde à inédita e polémica medida que prevê a condenação de grávidas que tenham qualquer tipo de comportamento com um efeito negativo nos bebés. A criminalização do comportamento nestas situações foi alvo de várias críticas, mesmo dentro do partido do governador republicado Bill Haslam – que, mesmo assim, decidiu avançar com a medida inédita nos Estados Unidos, adianta o site Salon. “Percebo as preocupações manifestadas perante esta legislação e irei monitorizar o impacto com actualizações regulares junto do sistema judicial e dos profissionais de saúde”, garantiu Haslam, num comunicado citado pelo Huffington Post, no qual escreve ainda que o objectivo não é prender mais mulheres mas sim incentivar a reabilitação. As condenações poderão ser aplicadas pelas instâncias judiciais sempre que fique provado que um determinado comportamento da grávida teve efeitos negativos no desenvolvimento da criança durante a gestação. O exemplo mais referido é o de consumo de drogas durante a gravidez. O governador tomou a decisão depois de dez dias a analisar os contributos de vários quadrantes da sociedade, nomeadamente de muitos médicos que se mostraram contra a medida, justificando que a igualdade no acesso à saúde e informação não é igual para todas, o que pode trazer perversões. O próprio organismo da Casa Branca dedicado às políticas nacionais de controlo de drogas opôs-se à medida. Só que os oponentes insistem que a medida não é justa e acabará por levar a que as condenações atinjam sobretudo pessoas de outras etnias, de zonas rurais e economicamente desfavorecidas. Mesmo entre os republicanos, a ideia gerou discórdia, com o senador Mike Bell a votar contra e a explicar que a medida vai prejudicar as mulheres e as suas famílias, ao contrário do que se pretende. “Não há estabelecimentos de tratamento para as mulheres [nas zonas rurais], e é preciso uma deslocação substancial para uma mulher nestas situações ter acesso a algum local”, disse Mike Bell ao Salon. No estado há 177 centros de tratamento de comportamentos aditivos e apenas dois permitem, por exemplo, que as crianças mais velhas fiquem com as mães durante a reabilitação, o que faz com que muita gente recuse o tratamento. Também só 19 centros têm tratamentos especificamente adaptados para grávidas. O próprio sistema de saúde do estado não abrange os principais cuidados pré-natais que têm de ser suportados na totalidade pelas mulheres, a não ser que disponham de um seguro de saúde privado. Os clínicos alertaram, por outro lado, que a lei, ainda que permita que as mulheres não sejam presas se optarem pelo tratamento, não prevê os medicamentos mais adequados a grávidas neste tipo de situação. Várias associações, como a Academia Americana de Pediatria ou o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia, opuseram-se também à mudança, sublinhando que, por medo de serem apanhadas, muitas mulheres vão deixar de recorrer a cuidados pré-natais, o que traz riscos acrescidos para a gestação.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei mulher consumo criança igualdade medo mulheres