O fascínio dos irmãos Dardenne por uma estrela pouco proletária
Marion Cotillard é a protagonista de Deux Jours, Une Nuit, mais uma entrada na competição de Cannes para dois cineastas que têm lá em casa duas Palmas de Ouro. (...)

O fascínio dos irmãos Dardenne por uma estrela pouco proletária
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Marion Cotillard é a protagonista de Deux Jours, Une Nuit, mais uma entrada na competição de Cannes para dois cineastas que têm lá em casa duas Palmas de Ouro.
TEXTO: O (recente) fascínio dos irmãos Dardenne por actrizes profissionais que são também vedetas explica-se por uma (antiga) observação de alguém, feita a Jean-Pierre e a Luc, que sendo eles irmãos, o seu cinema só se poderia interessar por figuras masculinas ou por petites filles, mas nunca por ele poderia passar o desejo cinematográfico por uma mulher. A observação ficou dentro deles, sem criar angústias ao que parece, e em 2011, com Le Gamin au Vélo, aceitaram inquietar essa espécie de destino que alguém lhes vaticinara. Convidaram para o seu universo Cécile de France. Agora é Marion Cotillard, um upgrade, porque é uma imagem cheia de maneirismos de glamour, carreira internacional com Óscar e tudo. Ela é a protagonista de Deux Jours, Une Nuit, mais uma entrada na competição de Cannes para dois cineastas que têm lá em casa duas Palmas de Ouro. Luc explica que não se trata daquela coisa de “partir a imagem da estrela”. A ideia de desafio é decisiva, batalha a travar, mas trata-se sempre de desencadear o desejo de… (afinal ele existirá). E a coisa torna-se viável a partir do momento em que, depois do coup de foudre inicial, quando eles dizem que querem a actriz e a actriz diz que sim, que também quer os realizadores, esse corpo é submetido a uma série de acções físicas nos ensaios, como andar, experimentar sapatos diferentes, atender o telefone ou cair, para encontrar o seu lugar no cinema dos belgas e o seu corpo se carregar de gravidade. Cotillard encontrou: é uma rapariga que percorre o subúrbio de Liège em dois dias e uma noite, a pedir aos companheiros de empresa que votem pelo seu não despedimento, para isso tendo eles de abdicar de uma parte do salário. Nesse dilema que a empresa criou para os empregados – Marion não é despedida se os colegas prescindirem dos seus bónus, eis a chantagem - está uma aprendizagem moral que todos vão fazer, incluindo a personagem de Marion: a solidariedade. Algo que, como dizia Luc Dardenne em conferência de imprensa, “não é um dado natural”, nunca o foi, “nem nos movimentos sociais importantes” da História humana. “A solidariedade precisa de um acto moral, de uma decisão”. E é assim que a personagem de Marion, depois de tanto ouvir “Põe-te no meu lugar!” por parte dos colegas, que eles não têm condições de abdicar de parte do salário, há-de ela própria ser colocada no lugar deles e ter de decidir se vai ser solidária com um colega despedido ou aceitar a sua reintegração na empresa. Digamos então que Marion se transforma numa espécie de heroína da acção moral (action hero, mesmo, porque Cotillard é vedeta internacional). Como se o cinema dos Dardenne tivesse criado o seu “género”, com a sua coreografia e os seus efeitos, e que tudo isso, agora nesta fase das vedetas, não pudesse ser experimentado de outra forma a não ser reparando sempre nos twists do argumento ou no facto de o filme se apressar no fim para chegar à meta de uma certa exemplaridade que aparece como ligeira (“On s’est bien batus. Je suis heureuse”, diz a personagem de Cotillard, que era deprimida, tinha tentado suicidar-se, e que no final caminha orgulhosa por ter mudado a consciência dos outros e ter aprendido coisas). Acreditamos menos em tudo isso, não acreditamos o suficiente em Marion Cotillard como proletária, apesar do seu gosto pela metamorfose física e pelo seu intenso trabalho de pesquisa feito para apagar quaisquer sinais de trabalho. Não é possível acreditar nela da mesma forma que não havia alternativa para o espectador a não ser acreditar, como se daí dependesse a vida ou a morte numa sala de cinema, na altura desconhecida na Émilie Dequenne de Rosetta (1999) – a primeira Palma de Ouro para os irmãos (decisão triunfal de um júri presidido por David Cronenberg), que regressariam ao prémio máximo do Palmarés em 2005, com L’Enfant.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte mulher género espécie corpo rapariga salário chantagem
Exigências para o Rock in Rio: Pista de atletismo para Rolling Stones e barcos insufláveis para Steve Aoki
O festival tem primeira data no próximo domingo, com Robbie Williams como cabeça de cartaz. Seguem-se, dia 29, os Rolling Stones. (...)

Exigências para o Rock in Rio: Pista de atletismo para Rolling Stones e barcos insufláveis para Steve Aoki
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: O festival tem primeira data no próximo domingo, com Robbie Williams como cabeça de cartaz. Seguem-se, dia 29, os Rolling Stones.
TEXTO: Uma pista de atletismo para os Rolling Stones, dois barcos insufláveis para o DJ norte-americano Steve Aoki ou uvas sem caroço para a cantora brasileira Ivete Sangalo são alguns dos pedidos dos artistas do festival Rock in Rio Lisboa. A poucos dias do arranque do festival, a par dos preparativos para acolher os espectadores no Parque da Vela Vista, há toda uma operação de logística de bastidores para receber também os artistas, satisfazendo os pedidos, dos mais simples aos mais caprichosos. Os Rolling Stones, que já esgotaram os bilhetes para o dia 29, pediram uma pista de atletismo nos bastidores e três frigoríficos no palco. A banda rock britânica, que já passou os 50 anos de carreira, não quer talheres e pratos de plástico, pede uma chaleira eléctrica inox, marcas específicas de água e vodka e uma tarte de carne para oito pessoas, que seja mantida quente numa bandeja. Segundo a lista de pedidos divulgada pela organização, os Arcade Fire, com concerto no dia 31, querem experimentar gastronomia portuguesa, mas querem que seja saudável e não pode ser servida em material esferovite. A isto junta-se ainda uma centena de toalhas de banho e 24 toalhas de mão para a banda canadiana. O cantor Robbie Williams, cabeça de cartaz do arranque, já no domingo, terá no camarim leite de amêndoa e de arroz, uma máquina de sumos e outra de café, pastilhas elásticas e suplementos de vitaminas, mas deixa expresso que não quer bolos nem sobremesas. A cantora britânica Jessie J, que atuará a 01 de junho, alerta que “não pode comer nada que contenha nozes, kiwi ou ananás”, mas pede “muita água fresca e refrigerantes, chá” e “velas de qualidade”. A cantora brasileira Ivete Sangalo, que tem actuado em todas as edições do Rock in Rio Lisboa, pede desta vez para o concerto de domingo “cocos verdes à temperatura ambiente”, comida japonesa, flores brancas e uvas sem caroço, sendo que “a fruta deve ser lavada com água e sabão e protegida em papel transparente”. A cantora Aurea, que se apresentará no domingo para um concerto partilhado com o músico Boss AC, pediu um cabaz entre o saudável e o calórico, com fruta, cenoura crua em palitos, batatas fritas, salgados, tábua de enchidos, vinho do Porto. Avisa que “não come carnes vermelhas, peixe nem marisco” e quer “chão de alcatifa no camarim”. Os portugueses Deolinda, que actuarão numa homenagem a António Variações no dia 31, pedem um ferro de engomar, um frigorífico com gelo, pão com manteiga, enchidos, cervejas, vinho tinto. O DJ norte-americano Steve Aoki, que fechará a noite de 30 de maio, já depois dos Linkin Park e Queens of the Stone Age, pediu meias e roupa interior masculina, seis bolos grandes, uma bandeira portuguesa e dois barcos de borracha insufláveis. Pode parecer um pedido descontextualizado, mas quem já viu as atuações de Steve Aoki - e o DJ já se apresentou várias vezes em Portugal - sabe que utiliza os barcos de borracha para “navegar” por cima dos espectadores. O festival Rock in Rio Lisboa decorrerá nos dias 25, 29, 30 e 31 de Maio e 01 de Junho. O recinto, uma zona arborizada e relvada, com um anfiteatro natural, tem capacidade para acolher 90. 000 pessoas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave carne cantora
Jovens iranianos detidos por dançarem Happy, de Pharell Williams
Pressão do Presidente iraniano, Hassan Rouhani, levou à libertação. Autor da canção protestou. (...)

Jovens iranianos detidos por dançarem Happy, de Pharell Williams
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.8
DATA: 2014-05-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pressão do Presidente iraniano, Hassan Rouhani, levou à libertação. Autor da canção protestou.
TEXTO: A dança Happy, que se tornou viral em todos os cantos do mundo, teve agora um final triste no Irão. Um grupo de jovens iranianos foi detido por se ter “atrevido” a divulgar um vídeo, na Internet, filmado nas ruas e telhados de Teerão, onde se vêem três homens e três mulheres, sem véu, a dançarem livremente a música de Pharell Williams. Os jovens foram entretanto libertados esta quarta-feira, em grande medida devido à pressão exercida pelo Presidente iraniano, Hassan Rouhani. “A felicidade é um direito do nosso povo, não podemos proibir movimentos de alegria. ”O chefe da polícia de Teerão, Hossein Sajedinia, confirmou que seis pessoas foram detidas por estarem ligadas ao “detestável” vídeo divulgado nas redes sociais, de acordo com a agência de notícias Isna. Os jovens foram detidos alegadamente por causa do elevado número de pessoas que viram o seu clip. O vídeo teve mais de 200 mil visualizações, com ajuda da comunicação social ocidental, que ficou fascinada com o fenómeno, num país bastante inflexível quanto às liberdades individuais, sobretudo no que às mulheres diz respeito. “Depois do clip vulgar que fere a pureza do povo iraniano ter sido lançado na Internet, a polícia, em cooperação com as autoridades judiciais, decidiu identificar as pessoas envolvidas na gravação”, disse o chefe da polícia de Teerão. Na interpretação que o Irão faz da lei islâmica, as mulheres devem cobrir o cabelo e usar roupas largas, a fim de preservar a sua modéstia. Uma edição legendada do clip identifica os detidos como “actores”. Estes alegam que foram aliciados a fazer o vídeo para uma audição. A televisão estatal iraniana transmitiu um programa, esta terça-feira, em que mostra homens e mulheres a confessarem ter participado no vídeo. Os jovens – de costas voltadas para as câmaras – afirmaram terem sido enganados e que o clip não foi feito para ser divulgado online. “Eles prometeram não publicar o vídeo”, disse uma jovem, que advertiu ainda a juventude iraniana de que a polícia está vigilante e preparada para enfrentar aqueles que agem contra as normas sociais. Pharell Williams, autor da canção nomeada para um Óscar este ano, já veio protestar contra o sucedido. “É mais que triste que estes jovens sejam detidos por tentarem espalhar a felicidade”, escreveu na sua página do Facebook. Texto editado por João Manuel Rocha
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Palavras-chave homens lei ajuda social mulheres
Soares recusa convite de Seguro para descer o Chiado
Fundador do PS não gostou de receber convite já perto do final da campanha. (...)

Soares recusa convite de Seguro para descer o Chiado
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Fundador do PS não gostou de receber convite já perto do final da campanha.
TEXTO: Mário Soares foi convidado por António José Seguro na terça-feira para participar numa das últimas iniciativas de campanha para as Europeias do PS, a tradicional descida do Chiado, na baixa lisboeta, marcada para a tarde de sexta-feira, mas recusou o convite do secretário-geral do PS. Segundo fontes próximas do fundador do PS, Soares não gostou de receber o convite num momento em que a campanha já está próxima do fim e em que a polémica sobre a sua eventual ausência já está instalada. Um socialista do sector soarista e muito próximo do antigo Presidente da República confirmou ao PÚBLICO as razões porque o ex-Presidente recusou o convite: foi feito em cima da hora e “sem o respeito que é devido a um fundador do PS”. Ainda que Soares tenha já afirmado que tenciona votar no PS, a verdade é que o histórico socialista não ficou satisfeito com recentes sinais que registou nas últimas semanas. Dois momentos foram particularmente relevantes para o fundador do partido. No discurso do 25 de Abril, feito pelo actual secretário-geral, não houve uma palavra sobre ele. E no jantar dos 40 anos do PS, “se não fossem as palavras simpáticas do presidente do SPD, Sigmar Gabriel, também não se teria falado de Mário Soares”, acrescenta a mesma fonte. Na terça-feira, o cabeça de lista do PS, Francisco Assis, questionado sobre a eventual ausência de Soares desta campanha para as eleições europeias, afirmou não saber se o histórico socialista teria uma presença física, mas realçou que é uma personalidade que “está sempre” com o PS nas campanhas. Assis afirmou também que quem estava a tratar do assunto era a direcção do partido. Confrontada pelo PÚBLICO com as informações recolhidas, a direcção de António José Seguro optou por não fazer comentários. O caso incomodou os socialistas, tanto mais porque surgiu num dia em que o líder do PS tinha trazido para a campanha a ideia de “censura” ao Governo (ver texto ao lado). A ausência do fundador do PS tem sido aproveitada pela coligação PSD-CDS como arma política. Nesta quarta-feira, Paulo Rangel e Nuno Melo, questionados sobre o facto de Marcelo Rebelo de Sousa ter participado na campanha da Aliança Portugal com elogios a Jean-Claude Juncker e de ter tido poucas palavras para os candidatos, desvalorizaram o assunto, preferindo acentuar a ausência de Soares entre os socialistas. “Marcelo Rebelo de Sousa está connosco, Mário Soares parece que não está com o PS”, afirmou Paulo Rangel. Quem vai estar com a caravana da Aliança Portugal hoje na sua própria descida do Chiado é o ex-líder do CDS Ribeiro e Castro, depois de um almoço com mulheres na cervejaria Trindade. Uma acção muito semelhante àquela com que os socialistas encerram todas as suas campanhas eleitorais. Mas que o PSD diz que também “é tradicional” no partido e que “já estava marcada há algum tempo”. Passos critica mutualizaçãoNum jantar com apoiantes em Ourém, Passos Coelho fez um discurso de cerca de meia hora em que não referiu o PS ou António José Seguro uma só vez. Mas criticou a proposta da mutualização da dívida e considerou que as promessas apresentadas (pelo PS) acabam por ser um “elogio ao Governo” por se sustentarem no crescimento económico. Sem nunca se referir ao programa de 80 medidas apresentado na passada sexta-feira pelo PS, Passos Coelho disse rejeitar vender “promessas a pataco” e considerou que elas representam um aplauso ao Governo. “Fazem-nos hoje o maior elogio, quando nos dizem que podem concretizar variadíssimas medidas, que custam dinheiro, que não têm impacto no défice, porque a economia vai crescer. É verdade. A economia está a crescer e vai continuar a crescer, mas não é graças às medidas deles, que o Governo tomou sem as medidas deles”, afirmou. Na mesma linha de raciocínio, o líder do PSD avisou a Europa: “Continuaremos cá a lutar sem pressão eleitoral”. A chuva intensa que caiu na manhã desta quarta-feira em Peniche trocou as voltas à campanha da Aliança Portugal, que foi obrigada a substituir uma acção na rua, de “contacto com a população”, por uma visita a uma fábrica, marcada à última hora. Um dia depois de visitarem uma fábrica de transformação de bacalhau, os candidatos voltaram a vestir batas e toucas de plástico para percorrer as instalações de uma empresa de transformação de peixe. Rangel e Melo foram ouvindo as explicações dos responsáveis da companhia familiar, que exporta mais de metade do seu produto. E até gracejaram. “Vamos dar uma voltinha de empilhadora?” desafiou o candidato centrista. O parceiro social-democrata depois de uma pequena hesitação respondeu: “Corremos o risco de ser embalados”. E exportados? perguntou uma jornalista. “Queremos que sim para Bruxelas”, responderam.
REFERÊNCIAS:
Encontrada jovem sequestrada durante dez anos
Uma jovem de 25 anos foi encontrada viva, depois de ter sido sequestrada e violada durante dez anos, na Califórnia, alegadamente pelo antigo companheiro da mãe. (...)

Encontrada jovem sequestrada durante dez anos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.05
DATA: 2014-05-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma jovem de 25 anos foi encontrada viva, depois de ter sido sequestrada e violada durante dez anos, na Califórnia, alegadamente pelo antigo companheiro da mãe.
TEXTO: Nasceu no México e tinha 15 anos quando chegou de forma ilegal aos Estados Unidos, em 2004. Foi viver com a mãe, as irmãs e o namorado da progenitora. Quatro meses depois de chegar, começou a ser vítima de abusos do companheiro da mãe. Em Agosto do mesmo ano, Isidro Garcia, de 41 anos, drogou-a e fechou-a numa garagem na localidade de Compton e, depois desse dia, passaram a adoptar identidades falsas. Esta jovem, cuja identidade não foi revelada, foi agora encontrada. O homem foi detido e será acusado dos crimes de sequestro, violação e abuso de menores. Em comunicado, o porta-voz da polícia de Santa Ana, Anthony Bertagna, citado pela BBC, explicou que a mãe da jovem denunciou o desaparecimento da filha em Agosto de 2004. No entanto, e apesar de a polícia ter feito “as devidas diligências”, o facto de ao longo dos anos ambos terem mudado de “nomes, datas de nascimento e locais onde viviam” tornou a investigação “extremamente difícil”. Durante os dez anos em que os crimes ocorreram, o sequestrador procurou convencer a vítima, de quem teve um filho em 2012, de que a família tinha desistido de encontrá-la e que, caso ela fugisse, a família seria deportada. “Apesar de ter oportunidade de fugir, durante os anos que sofreu abusos físicos e mentais, a vítima não encontrou nenhuma forma de superar a situação e decidiu viver uma vida em comum com o sequestrador”, explicou Anthony Bertagna. A jovem, de acordo com as autoridades, ganhou confiança para denunciar o caso, depois de ter encontrado a irmã através do Facebook. Erika Sanchez, de 24 anos, vizinha do casal, que adoptava o nome de Tomás e Laura, garantiu em declarações ao jornal americano New York Times que não acredita na história relatada, uma vez que a jovem “tinha muito tempo livre” e pareciam “um casal feliz”. “Ele tratava-a como uma rainha”, sublinhou a vizinha. A descoberta deste caso ocorre cerca de um ano depois de terem sido encontradas três mulheres, Amanda Berry, Gina de Jesus e Michelle Knight, que estiveram entre nove e 11 anos sequestradas em Cleveland por Ariel Castro. Aquele que ficou conhecido por “monstro de Cleveland” acabou por suicidar-se em Setembro na própria cela.
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Partidos LIVRE
A próxima temporada da Gulbenkian é marcada pelos 50 anos do seu coro
Pianistas de renome e uma semana dedicada à Arménia no extenso programa da temporada de música 2014-15 da Gulbenkian. (...)

A próxima temporada da Gulbenkian é marcada pelos 50 anos do seu coro
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.05
DATA: 2014-05-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pianistas de renome e uma semana dedicada à Arménia no extenso programa da temporada de música 2014-15 da Gulbenkian.
TEXTO: As celebrações à volta dos 50 anos do coro da Gulbenkian, um ciclo de piano com figuras de renome e uma semana de cultura arménia são alguns dos destaques da temporada 2014-15 da Fundação Calouste Gulbenkian, apresentada esta quinta-feira na sede da instituição. Foi o director do serviço de música, Risto Nieminen, quem o revelou: “Esta temporada o Coro Gulbenkian estará em destaque ao alcançar a idade de 50 anos”, menos dois que a Orquestra Gulbenkian. O concerto comemorativo será a 6 e 7 de Novembro, divulgou o maestro Jorge Matta, com uma das mais emblemáticas obras do repertório daquele agrupamento, o Requiem de Mozart, e uma nova obra encomendada ao compositor Eurico Carrapatoso. “A sua escolha deve-se ao facto de ser o compositor que mais atenção tem dado à música coral”, justificou. A 9 de Novembro as comemorações abrem-se a “muitos outros coros amigos”, nas palavras de Jorge Matta, através do acontecimento Portas Abertas. Entrada livre para ouvir agrupamentos corais (do Teatro Nacional de S. Carlos ao Regina Coeli), num programa de concertos, filmes, ensaios abertos e actividades educativas, numa celebração que se pretende colectiva, porque segundo Risto Nieminen, existe hoje uma cultura coral no país devido ao exemplo do Coro Gulbenkian. No âmbito das celebrações, o público vai ser convidado a experimentar a emoção de integrar um coro de amadores. Entre Junho e Julho serão feitas audições e após um período de preparação os coralistas seleccionados subirão ao palco a 30 de Novembro, na companhia do Coro e Orquestra Gulbenkian para dar a ouvir Carmina Burana, de Carl Orff. Segundo Jorge Matta, pelo menos 300 pessoas poderão vir a participar na iniciativa. O Coro Gulbenkian iniciou a sua actividade em Fevereiro de 1964 e apresentou-se pela primeira vez a 24 de Maio desse ano, com direcção de Olga Violante. Desde 1969, o suíço Michel Corboz assumiu a responsabilidade pelo coro. Corboz dirigirá o Coro Gulbenkian (19, 20 e 21 de Dezembro) na interpretação da oratória Elias de Felix Mendelssohn. Entre outros concertos previstos, haverá uma deslocação à China, ou não fosse este também um coro sinfónico de projecção internacional, segundo Nieminen. Os pianistas constituirão uma parte relevante da temporada, com um ciclo de recitais com nomes como Radu Lupu, Mitsuko Uchida, Grigory Sokolov, Murray Perahia ou Daniil Trifonov. Outros pianistas, como Elisabeth Leonskaja, juntar-se-ão à orquestra na interpretação dos dois concertos para piano de Brahms. O ciclo Músicas do Mundo arrancará a 11 de Setembro, com o pianista Júlio Resende, vindo do jazz e que no ano passado lançou um álbum à volta da obra de Amália. Desta feita convidou “duas grandes vozes ibéricas”, disse, antes de revelar os nomes da fadista Gisela João e da cantora de flamenco Sílvia Pérez Cruz. Uma digressão comemorativa dos 40 anos do conhecido Kronos Quartet também passará pela Gulbenkian, a 11 de Novembro, o mesmo sucedendo com Adriana Calcanhoto, a 25 de Fevereiro. Entre 12 e 19 de Outubro decorrerá a Semana da Cultura Arménia, com uma série de concertos que reúnem alguns dos mais conhecidos compositores e instrumentistas arménios. Em tempos recentes o instrumento duduk foi adoptado por virtuosos como Gevorg Dabaghyan (12 Outubro) e tem também lugar de destaque num dos mais recentes projectos do catalão Jordi Savall (10 Outubro). Mas nem só de evocações tradicionais arménias constará o programa, com novos compositores como Khachaturian e Sharafyan, ou o pianista Nareh Arghamanyan. A Orquestra Gulbenkian será a anfitriã de algumas das estrelas do ciclo Grandes Intérpretes, como o maestro Esa-Pekka Salonen e o tenor Joseph Calleja. A estreia em Portugal do tenor maltês Joseph Haydn, um espectáculo em torno das leituras religiosas e as meditações musicais (com a Orquestra Gulbenkian e o actor Diogo Infante no papel de narrador), ou uma recriação de Macbeth de Verdi, pelo compositor belga Fabrizio Cassol, para um elenco de cantores de ópera da África do Sul - numa colaboração com o teatro Maria Matos - são outros destaques da extensa programação.
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Partidos LIVRE
Doenças do aparelho circulatório continuam a ser a principal causa de morte em Portugal
Dados do INE mostram ainda que os diferentes tipos de cancro foram responsáveis por 23,9% das mortes registadas em 2012 (...)

Doenças do aparelho circulatório continuam a ser a principal causa de morte em Portugal
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Dados do INE mostram ainda que os diferentes tipos de cancro foram responsáveis por 23,9% das mortes registadas em 2012
TEXTO: Mais de 96% das mortes registadas em 2012 foram causadas por doenças. E as que afectam o aparelho circulatório, apesar da tendência decrescente, foram responsáveis por 30, 4% das 107. 969 mortes, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE). Seguem-se os tumores malignos, que estiveram na base de 23, 9% das mortes. A percentagem das mortes causadas por estes tumores tem vindo a aumentar nos últimos anos. Enquanto as doenças do aparelho circulatório afectaram sobretudo as mulheres (77, 9 óbitos masculinos por 100 femininos), os tumores são mais frequentes nos homens (148 óbitos masculinos por cada 100 femininos). Entre as doenças do aparelho circulatório (32. 859 óbitos), destacam-se as doenças cerebrovasculares (AVC), a doença isquémica do coração e o enfarte agudo do miocárdio. Neste último caso, o INE sublinha que 22, 1% dos óbitos masculinos devido a enfarte agudo do miocárdio ocorreram em homens com menos de 65 anos. No total, estas doenças traduziram-se numa taxa bruta de mortalidade de 312, 6 óbitos por 100 mil habitantes. Se recuarmos a 2000, as doenças do aparelho circulatório eram responsáveis por 39% do total de mortes naquele ano. O seu peso tem vindo assim a diminuir, numa tendência, aliás, que recua a 1990. Os tumores malignos, pelo contrário, têm vindo a matar cada vez mais gente. Em 2000, tinham sido responsáveis por 20% do total de mortes. Doze anos depois, correspondiam a 23, 9 por cento da mortalidade no país, ou seja, quase um quarto. Além de afectarem mais os homens, os tumores matam mais cedo: a idade média ao óbito foi de 71, 6 anos (menos 5, 2 anos do que a idade média registada para o total de óbitos que foi de 76, 8 anos). Por outro lado, entre os tumores malignos morre-se mais quando estes atingem o cólon, o recto e o ânus (3. 813 óbitos). Seguem-se os tumores da traqueia, brônquios e pulmão (3. 675), do estômago, da próstata e da mama. Na lista de doenças com uma mortalidade mais elevada destacam-se ainda as que afectam o aparelho respiratório: pneumonia, doença pulmonar obstrutiva crónica e a asma. Juntas representaram 12, 9% das mortes em 2012 (13. 908). Potenciais anos de vida perdidosO VIH/sida foi responsável por 503 óbitos. Mais de 78% foram de homens e a idade média ao óbito foi de 49, 3 anos. Contas feitas, a infecção traduziu-se numa média de 23, 4 anos potenciais de vida perdidos. As mortes associadas à infecção por VIH têm vindo a diminuir de forma lenta mas constante: em 2007, por exemplo, registavam-se 698 mortes nesta categoria. Somadas, as doenças foram responsáveis por 96, 3% das mortes em 2012. As restantes 3, 7% foram por causas não derivadas de doenças, como sejam a lesão e o envenenamento. Aqui, a idade média ao óbito foi de 63, 1 anos (59, 6 anos no caso dos homens e 71 no caso das mulheres). O número médio de anos potenciais de vida perdidos devido a causas de morte externas por lesão e envenenamento foi de 23 anos em 2012. Doze anos antes, as “causas de morte externas” foram responsáveis por 4, 5% do total de óbitos. De acordo com os dados registados, em 2012 houve 1076 mortes por suicídio. Cerca de 80% destas mortes foram de homens e a idade média ao óbito foi de 59, 5 anos. Em 2000, o INE registava 525 suicídios. Porém, o problema estaria, como agora, subnotificado, na medida em que, por estigma, questões religiosas ou até mesmo por causa de problemas com seguradoras, muitas destas mortes aparecem disfarçadas nas estatísticas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homens suicídio doença mulheres
Mônica Salmaso leva à Culturgest “muito do seu Vinicius”
Uma das melhores vozes brasileiras da actualidade homenageia Vinicius de Moraes. Uma festa para os sentidos, esta sexta-feira na Culturgest. (...)

Mônica Salmaso leva à Culturgest “muito do seu Vinicius”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.2
DATA: 2014-05-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma das melhores vozes brasileiras da actualidade homenageia Vinicius de Moraes. Uma festa para os sentidos, esta sexta-feira na Culturgest.
TEXTO: Ela já conhece os cantos à casa e felizmente a casa já nos habituou ao seu canto. Mônica Salmaso, cantora paulista, dona de uma elogiadíssima voz de contralto, volta ao palco da Culturgest esta sexta-feira, às 21h30, para um espectáculo de homenagem à música de Vinicius de Moraes (no filme Vinicius ela surgia a cantar Insensatez, de forma sublime). À semelhança de todos os cantores brasileiros da sua geração, Mônica tomou contacto com a obra de Vinicius ainda criança. “Como ele teve uma produção musical muito ampla, desde cedo e com muitos parceiros, eu tenho uma convivência com a música dele desde criança, mesmo antes de saber quem ele era. Com as músicas infantis ou com canções que são verdadeiros hinos brasileiros. Existem até letras que a gente julga que são folclóricas e depois vem a descobrir que foi ele que fez!” Na discografia de Mônica há, aliás, um disco inteiramente dedicado a Vinicius de Moraes, com uma interpretação dos afro-sambas que ele compôs em parceria com Baden Powell. É um disco só voz e violão, estando o violão a cargo do compositor e violonista Paulo Bellinati. Desta vez, porém, Mônica quis abordar o repertório de Vinicius para lá dos afro-sambas e em trio, com a mesma formação do espectáculo que trouxe a Portugal em 2012, Alma Lírica Brasileira: ela (voz), Teco Cardoso (nos sopros) e Nelson Ayres (no piano). A escolha dos temas teve sobretudo a ver com a diversidade das parcerias. “2013 foi um ano de comemoração do centenário do Vinicius, então houve muitas homenagens no Brasil à obra dele. Quando chegou a nossa vez, eu achei que era importante valorizar as outras parcerias: com o Carlos Lyra, que é muito importante; com o Ernesto Nazareth, numa música bastante antiga (Odeon) e a gente não sabia sequer que a letra era do Vinicius; com o Ary Barroso; o Francis Hime; o Chico Buarque; e o Tom Jobim. ”Além disso, na escolha das canções pesou também a identidade do trio. “A gente já trabalha juntos há muito tempo e já ganhámos uma personalidade musical. Então, na hora de escolher as músicas eu pensava no Nelson e no Teco e na forma como nós três realizaríamos aquelas músicas. ” É claro que, num repertório tão grande, muitas canções tiveram que ser postas de parte. “Dá muita vontade de fazer vários shows. Mas esse sistema que a gente usou para olhar para o repertório, não em função do que tudo quanto é cantora gostaria de cantar mas em função do show que vai ser feito, obriga a uma concentração que torna tudo mais fácil. ” Entre as canções do alinhamento contam-se Chora coração, A casa, Comedor de gilete, Olha Maria, Derradeira Primavera, Sem mais adeus, Odeon ou Rancho das namoradas. “Não consegui dar todas as faces dele, mas aqui está muito do que é o meu Vinicius. E cabe muito do que ele fez. ”Depois de Vinicius, Mônica está a gravar um disco dedicado à parceria entre Guinga e Paulo César Pinheiro. Está em fase de acabamento, chama-se Corpo de Baile e sairá este ano.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave concentração criança corpo cantora
Direito ao esquecimento ou direito à censura?
Apagar o passado é um exercício muito perigoso... (...)

Direito ao esquecimento ou direito à censura?
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.285
DATA: 2014-05-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Apagar o passado é um exercício muito perigoso...
TEXTO: Há vinte ou trinta anos atrás, se fosse apanhado a conduzir embriagado, tal notícia poderia surgir num qualquer jornal local ou mesmo nacional, mas rapidamente cairia no esquecimento e, passados dez ou vinte anos, ninguém se lembraria do assunto. Só quem fosse procurar a notícia nos arquivos do jornal conseguiria ressuscitar esse lamentável acontecimento. Mas, hoje em dia, corre o risco de, passados vinte ou trinta anos sobre uma condução alcoolizada, a notícia da mesma ser a primeira informação que surgirá sobre si num qualquer motor de busca da Internet em que o seu nome seja inserido. A fantástica capacidade que nos foi dada de esquecermos o passado está ameaçada pela omnipresença virtual de tudo o que aconteceu. O passado já não morre. A partir do momento que a notícia do jornal passou a ser identificada por um qualquer motor de busca da Internet, ou a constar das bases de dados do mesmo, não mais o seu passado deixará de o revisitar. E se, na verdade, em grande parte, somos o nosso passado e o nosso passado é aquilo que recordamos ou sabemos dele, a Internet, ao manter vivos mil e um acontecimentos passados, veio transformar a nossa existência. Agora já não conseguimos deixar de ser o que fomos, mesmo que isso já tenha muito pouco a ver com o que somos. . . Contra esta aparente inevitabilidade, insurgiu-se um cidadão espanhol, que conseguiu que o Tribunal de Justiça das Comunidades reconhecesse, de forma expressa, a existência de um direito ao esquecimento no mundo virtual. Um direito a que não apareçam nas buscas efectuadas sobre nós factos que, embora verdadeiros, respeitam à nossa privacidade e cujo conhecimento público e indiscriminado já não se justificará, embora, em determinado tempo histórico, tivessem sido legitimamente publicados. A questão é, no mínimo, complicada e a decisão do Tribunal de Justiça levanta inúmeros problemas e dúvidas, a que não dá resposta, e que prometem mil e um processos judiciais, para gáudio dos advogados. Nos Estados Unidos da América, onde a liberdade de expressão é constitucionalmente a rainha das liberdades, esta hipótese de se censurar a informação sobre um passado lamentável mas verdadeiro, em nome da defesa da privacidade e do bom nome actuais, é absolutamente impensável. Pese embora a enorme hipocrisia da sociedade americana em numerosos domínios, pelo menos neste campo não há muitas dúvidas: o que foi feito ou dito, dito ou feito foi e não mais será apagado ou negado. Na Europa, a situação não é a mesma. A protecção dos direitos fundamentais individuais dos cidadãos, nomeadamente da sua privacidade e bom nome, criou realidades legais bastante distintas e esta decisão da grande secção do Tribunal de Justiça (Processo C-131/12) veio tornar clara a enorme complexidade da matéria em causa. Porque não se pense que o Tribunal de Justiça veio dizer que, a partir de agora, sempre que quisermos, podemos apagar o passado que nos incomoda, obrigando judicialmente o Google ou os outros motores de busca a apagarem das suas páginas qualquer informação incómoda ou desagradável, apesar de verdadeira. Em primeiro lugar, o Tribunal de Justiça só se pronunciou sobre o caso em que a pesquisa incide sobre o nome da pessoa e já não quando a pesquisa incide sobre quaisquer outras expressões que, no entanto, podem levar aos mesmos resultados. Isto é, o Tribunal de Justiça admite que o motor de busca seja obrigado a bloquear a notícia sobre uma penhora efectuada a um navio do Sr. José Lopes há vinte anos, quando se faz uma pesquisa com a expressão “José Lopes”, mas não obriga a bloquear essa mesma notícia quando a pesquisa seja feita, por exemplo, usando a expressão “penhoras a navios”. Por outro lado, embora o Tribunal de Justiça reconheça que os direitos fundamentais ao respeito da vida privada e familiar e à protecção dos dados pessoais prevalecem, em princípio, “não só sobre o interesse económico do operador do motor de busca mas também sobre o interesse do público em aceder à informação numa pesquisa sobre o nome dessa pessoa”, não deixa de reconhecer que tal afirmação genérica terá de se confrontar com a realidade do caso concreto. E, assim, o Tribunal de Justiça reconhece que esse direito ao esquecimento não existirá quando, por exemplo, dado o “papel desempenhado por essa pessoa na vida pública, a ingerência nos seus direitos fundamentais é justificada pelo interesse preponderante do referido público em ter acesso à informação em questão”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos campo tribunal rainha
"Não tenho medo de nada, muito menos dos insultos da direita", diz Sócrates
Ex-primeiro-ministro participa em almoço socialista, mas não vai descer o Chiado. Acusa a direita de ter perdido a "vergonha". (...)

"Não tenho medo de nada, muito menos dos insultos da direita", diz Sócrates
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.095
DATA: 2014-05-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ex-primeiro-ministro participa em almoço socialista, mas não vai descer o Chiado. Acusa a direita de ter perdido a "vergonha".
TEXTO: O ex-primeiro-ministro José Sócrates afirmou ao início da tarde desta sexta-feira que apenas estará presente no almoço socialista da Trindade, não descendo o Chiado, não por medo do povo de "direita", mas porque entende que essa acção é para os candidatos. José Sócrates falava aos jornalistas à chegada ao almoço de campanha do PS na Trindade, em Lisboa, onde foi recebido por cerca de uma dezena de mulheres que gritaram insistentemente "Sócrates, Sócrates". "Quero esclarecer que venho apenas para um almoço e não vou fazer nenhuma descida do Chiado, porque isso é para os candidatos do PS", declarou. Interrogado se não desce o Chiado por receio da reacção popular, o ex-chefe do Governo contrapôs imediatamente: "Eu nunca tive medo de nada. " "Não tenho medo da direita e muito menos dos insultos da direita", reagiu. Nas declarações aos jornalistas, Sócrates desferiu ainda um ataque fortíssimo à coligação formada por PSD e CDS: "Acho que a direita política perdeu a vergonha, perdeu a decência, a educação, perdeu o respeito pelos outros, que é essencial à vida democrática. Mas tenho uma surpresa para eles: é que vão também perder as eleições. "Na recta final de uma campanha em que o seu nome foi várias vezes chamado à discussão, Sócrates acusou a "direita política" de "transformar esta campanha numa campanha de ódio e de imbecilidade": "Foi, aliás, difícil distinguir ao longo da última semana os momentos mais ataque pessoal e ódio dos momentos mais imbecis. E justamente numa altura, em que quer o país, quer a Europa, precisavam de uma boa discussão", disse o ex-líder socialista. José Sócrates, que chegou ao almoço da Trindade acompanhado pelo eurodeputado socialista cessante Capoulas Santos e pelo deputado do PS André Figueiredo, frisou que não tem neste momento qualquer responsabilidade política no seu partido. "Não tenho nenhuma responsabilidade política, nem quero regressar à vida política. Não estou em campanha, a não ser para apoiar o meu partido. Venho aqui como mero militante do PS", justificou. Ao final da manhã, em Moscavide, o cabeça de lista Francisco Assis afirmou aos jornalistas que não seria capaz de conceber uma campanha sua como cabeça de lista sem ter ao seu lado José Sócrates, salientando que tem "admiração" pelo ex-primeiro-ministro. Interrogado por uma jornalista se não teme que a presença do ex-primeiro-ministro José Sócrates possa "manchar" a campanha do PS, Assis questionou: "Mas manchar porquê?" Frisou mesmo que nada teme e que tem "todo o gosto" em o ter ao seu lado na campanha. "No dia em que me apresentei como cabeça de lista do PS disse claramente que várias pessoas participariam na campanha, e uma delas era José Sócrates. Por uma razão muito simples: não me concebo numa campanha, em que eu próprio sou cabeça de lista, sem a presença do engenheiro José Sócrates. Somos amigos há muitos anos e tenho um grande respeito e admiração por ele", disse. Francisco Assis acrescentou que o PS "é um partido que respeita o seu passado, mas, evidentemente, não é um partido fixado no seu passado".
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD