Dromedários suspeitos de transmitirem nova pneumonia atípica
Animais têm anticorpos de vírus que poderá ser o novo coronavírus que causa a Síndrome Respiratória do Médio Oriente. (...)

Dromedários suspeitos de transmitirem nova pneumonia atípica
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.068
DATA: 2013-08-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Animais têm anticorpos de vírus que poderá ser o novo coronavírus que causa a Síndrome Respiratória do Médio Oriente.
TEXTO: Um estudo publicado nesta semana mostra que as populações de dromedários em Omã apresentam anticorpos para o novo coronavírus mortal que causa pneumonia atípica, cujo primeiro caso humano apareceu em Setembro de 2012. O estudo publicado na revista Lancet Infectious Diseases é uma pista importante para se descobrir quais os animais que estão a passar o vírus para as populações humanas, mas é necessário encontrar provas mais substanciais para comprovar que os dromedários são essa fonte. A última actualização da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS, sigla em inglês), causada por um novo coronavírus, data de 1 de Agosto e dava conta de três novas infecções em mulheres na Arábia Saudita. Duas pacientes apresentavam sintomas pouco severos, são profissionais da saúde e estiveram em contacto com outros doentes com a MERS, por isso a transmissão foi humana. A terceira não se sabe como apanhou a doença. Desde Setembro de 2012 já foram infectadas 94 pessoas com este coronavírus, 46 morreram. A maioria foi na Arábia Saudita, mas há casos a chegarem à França, Alemanha, Itália, Tunísia ou ao Reino Unido. Infelizmente, apesar da maioria das pessoas infectadas ter apanhado a doença a partir de outra pessoa, desconhece-se qual é a fonte na natureza que está a transmitir o vírus ao resto do grupo dos infectados. Um estudo recente mostrou que este coronavírus é semelhante a outro detectado em morcegos na África do Sul. Apesar dos morcegos poderem ser uma potencial fonte primária do vírus, há pouco contacto entre pessoas e morcegos. Por isso, os investigadores pensam que terá de haver um intermediário que está a passar o vírus para os humanos. Só com a descoberta deste animal intermediário é que será possível implementar medidas que evitem a transmissão deste vírus mortal que, por enquanto, ainda não ganhou capacidades de passar entre humanos com eficácia, podendo transformar-se assim numa pandemia. A equipa de Marion Koopmans, do Centro de Investigação de Doenças Infecciosas do Instituto Nacional de Saúde Pública e Ambiental, em Bilthoven, na Holanda, foi à procura do intermediário. Os investigadores recolheram soro de vários animais que têm muito contacto com humanos como bovinos, ovelhas, cabras, dromedários e outras espécies de camelídeos de vários países como Omã, no Sudeste da Península Arábica, ilhas Canárias (Espanha), Holanda, Chile. A equipa procurou no soro anticorpos deste novo coronavírus – pequenas moléculas produzidas pelo sistema imunitário destes animais que se ligam a uma molécula específica que existe na capa externa deste vírus. Estes anticorpos só são produzidos quando o sistema imunitário entre em contacto com o vírus, por isso são a prova que os animais foram, no passado, infectados. Só nos dromedários é que os investigadores encontraram este anticorpo. “Achámos anticorpos nos dromedários que pensamos serem específicos do coronavírus MERS ou de um vírus que parece ser muito semelhante à MERS”, disse Marion Koopmans, citada pela BBC News. Faltam provasEm 15 dos 105 dromedários das ilhas Canárias, havia uma baixa concentração destes anticorpos, o que indica que uma pequena percentagem da população teve contacto há muitos anos com o coronavírus da MERS. Mas em Omã, os 50 dromedários analisados apresentavam, todos, grandes quantidades do anticorpo. Neste país, não foram registados casos humanos da nova pneumonia atípica. Segundo um artigo noticioso no site da Science, a equipa tentou sem sucesso obter soro de animais de países afectados pela doença como a Arábia Saudita e o Qatar, mas nenhum cooperou. “Este é um artigo muito importante”, diz Matthew Frieman, da Escola de Medicina da Universidade de Mariland, em Baltimore, Estados Unidos. “O facto dos dromedários de Omã darem 100% positivo mostra que este resultado é significativo e muito provavelmente real”, refere, citado pela Science. Mas outros investigadores defendem que só se poderá ter a certeza de que este animal é o transmissor da doença depois de se encontrar o coronavírus. A OMS é ainda mais precavida nos comentários à descoberta, alegando que muitas das pessoas que apanharam o vírus de uma fonte desconhecida não tiveram qualquer contacto com dromedários. “O que este estudo mostrou foram os anticorpos nos camelos, isto quer dizer que, a dada altura no passado, estes camelos estiveram infectados com o vírus e produziram anticorpos”, explicou citado pela Reuters Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS, numa conferência de imprensa dada na sexta-feira. “Agora, para sabermos se é o mesmo coronavírus que causa a nova MERS nos humanos, temos que descobrir o próprio vírus e não os anticorpos. Por isso este seria o próximo passo, encontrar o vírus e identificá-lo como sendo o mesmo [do da nova epidemia]”, disse, acrescentando que outras espécies animais também podem estar infectadas. “Por isso, isto dá-nos algumas pistas para prosseguir, mas ainda não sabemos qual é a fonte do vírus e, principalmente, ainda não conhecemos como os humanos ficam expostos para contraírem a infecção. ”
REFERÊNCIAS:
Entidades OMS
Gibraltar: "Tirem as mãos do nosso rochedo", diz mayor de Londres
Boris Johnson acusa espanhóis de quererem desviar as atenções da crise económica. (...)

Gibraltar: "Tirem as mãos do nosso rochedo", diz mayor de Londres
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.25
DATA: 2013-08-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Boris Johnson acusa espanhóis de quererem desviar as atenções da crise económica.
TEXTO: A tensão entre britânicos e espanhóis por causa de Gibraltar continua em alta. Um dos mais recentes episódios foi escrito por Boris Johnson, o mayor de Londres, que num artigo publicado no Daily Telegraph exige que Espanha tire "as mãos do pescoço" de Gibraltar. "Tirem as mãos do nosso rochedo". É assim que começa o duro artigo de Boris Johnson. "Espero que, em breve, de uma maneira ou de outra, forcemos Espanha a tirar as mãos do pescoço da nossa colónia, porque o que está a acontecer é infame", prossegue o mayor de Londres. "As autoridades espanholas, sem qualquer razão, decidiram ressuscitar os controlos fronteiriços e a perseguição da época de Franco. Estão a causar atraso e incómodo e estão a ameaçar taxar os veículos que entrem no Rochedo. Isso é ilegal, à luz da lei da UE, e é equivalente a um bloqueio. Devem parar com isso e já", avisa Boris Johnson. Séculos de fricções por causa de Gibraltar – um território britânico cuja soberania é reclamada por Espanha – voltaram a ser reavivados este mês depois de as autoridades de Madrid se terem queixado da construção de uma barreira artificial marítima, por considerarem que esta se destina a bloquear a passagem e a pesca dos barcos espanhóis. Gibraltar argumenta que os blocos de cimento que já foram lançados ao mar entre o aeroporto do minúsculo território e a fronteira com Espanha servem propósitos de protecção ambiental. Para Boris Johnson, toda esta polémica não está relacionada com a pesca. O mayor acusa Madrid de estar a pôr em prática uma "táctica de distracção", para desviar as atenções da crise económica e do elevado desemprego no país. O mayor de Londres justifica ainda a sua preocupação com o pequeno território com o argumento de que a esmagadora maioria da população quer manter-se sob administração britânica. E finaliza o seu artigo citando uma frase que a rainha Isabel II terá proferido numa conversa telefónica com o rei Juan Carlos, quando os espanhóis se queixaram do facto de Carlos e Diana terem passado a lua-de-mel num cruzeiro em Gibraltar: "É o meu iate, o meu filho e o meu rochedo. "No domingo, o jornal El País escreveu que Espanha pondera recorrer à ONU para resolver o diferendo com os britânicos.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU UE
Os The Knife chegaram a Paredes de Coura e ainda estamos a discutir o que vimos
O dia 3 de Paredes de Coura, quinta-feira recebeu um óptimo concerto dos Veronica Falls, acolheu os Vaccines, banda para uma geração e a festa muito lúdica dos Hot Chip. Teve um destaque absoluto: a estreia em Portugal dos suecos de The Knife. Não foi um concerto, foi uma performance. Foi um manifesto magnífico, foi um logro, uma seca descomunal. A discussão segue dentro de momentos. (...)

Os The Knife chegaram a Paredes de Coura e ainda estamos a discutir o que vimos
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: O dia 3 de Paredes de Coura, quinta-feira recebeu um óptimo concerto dos Veronica Falls, acolheu os Vaccines, banda para uma geração e a festa muito lúdica dos Hot Chip. Teve um destaque absoluto: a estreia em Portugal dos suecos de The Knife. Não foi um concerto, foi uma performance. Foi um manifesto magnífico, foi um logro, uma seca descomunal. A discussão segue dentro de momentos.
TEXTO: Quando os Widowspeak, duo de rapaz neo-hippie e rapariga de vestido branco virginal, tocam no palco Vodafone FM as suas canções muito bonitas, muito Mazzy Star sem feridas expostas e sonhos opiáceas para curar a dor, já tínhamos passado pela muito animada rua Conselheiro Miguel Dantas de esplanadas cheias, de velhotes sentados no banco de jardim a observar os dois valentes que tentam tocar guitarra mas caem com estrondo perante todos. Já tínhamos caminhado por campos e saltado cursos de água, sob a sombra das árvores frondosas e enquanto uma vaca muge ao longe. Caminhávamos, observávamos a habitual animação fluvial das tardes do Paredes de Coura e pensávamos que aqui subsiste aquilo que interessa na ideia original dos festivais de música: um retiro para celebração dos sons que fazem os nossos dias, sem interferência do ruído publicitário que tudo vampiriza e banaliza; um escape para um paraíso bucólico que não existe, mas fingir que sim durante três, quatro, cinco dias, vale muito a pena. Pensávamos nisto enquanto os Widowspeak tocavam para algumas dezenas uma versão de Wicked game, de Chris Isaak – depois, noite alta, chegariam os The Knife e um líder de culto para uma sessão de aeróbica e teríamos muito mais em que pensar. O terceiro dia de festival, quinta-feira, o primeiro com tudo operacional (leia-se, todos os palcos em funcionamento), teve os Everything Everything a inaugurar o palco principal ainda com o sol brilhando no céu. A banda de Arc representa na perfeição uma longa tradição de ambição pop britânica. Ou seja, complexificam as estruturas musicais para fazer das suas canções uma confluência de estéticas diversas (dos Massive Attack aos Radiohead aos Field Music). Mas no coração (leia-se, nos refrães) desta música está sempre o desejo de comunicar, de oferecer uma melodia que se cole ao cérebro do ouvinte. Num momento a voz de Jonathan Higgs desce ao falsete para dramatizar a angústia existencial dos nossos tempos – “you could make a difference but you don’t” –, no outro aparece-nos pela frente um Kemosabe cujo refrão podia agraciar um single de dois Peters de destaque na década de 1980 (o Gabriel e o Cetera). É música que cede ao peso da sua ambição – mas que é que isso interessa perante aquilo de que todos falariam horas depois, quando os The Knife carregassem no play e dessem início ao concerto que não foi um concerto?Nesta quinta-feira diríamos que a banda mais esperada eram os Vaccines, a julgar pelo número de pessoas vestindo orgulhosamente t-shirts da banda. Tocaram depois de os australianos Jagwar Ma provarem que não, não têm nada a ver com a Madchester de Happy Mondays e Stone Roses (o vocalista Gabriel Winterfield tinha como prova a t-shirt dos Metallica que vestia). Tragicamente, a música que fazem desmente a evidência da t-shirt. São mesmo ecos de Madchester que se libertam no balanço electrónico com guitarra dentro, nas texturas psicadélicas disparadas, na dança indolente do trio. O homem de pólo branco perante nós dançava felicíssimo como numa Haçienda a céu aberto, mas aquilo que em Howlin’ é uma óptima reavaliação de um óptimo legado soou em concerto algo constrangido, pouco genuíno. Precisamente o contrário do que vimos nos Veronica Falls, londrinos autores de um grandíssimo concerto no palco Vodafone FM. São banda autora de canções que são pérola indie à antiga atrás de pérola indie à antiga, são banda que pôs as guitarras a chocalhar como as de Lou Reed no Foggy notion dos Velvet Underground e que afinou as vozes porque pop sem harmonia não é bem pop (e se falham a afinação, como aconteceu no início de uma música, recomeçam sem constrangimentos e o público apoia porque eles estão em palco mas são uns de nós). Ouvimos Found love in a graveyard, ouvimos Waiting for something to happen (outra forma, mais graciosa, de dizer o mesmo que o os Everything Everything) e saímos de concerto de sorriso estampado no rosto – dos Veronica Falls ainda nos recordávamos horas depois, enquanto discutíamos aquilo a que acabávamos de assistir, o concerto dos The Knife, que diferentes opiniões classificavam como performance provocatória, happening para abalar convicções ou seca monstruosa. Paredes de Coura, dia 3, quinta-feira. Os Toy, óptima síntese motorika/shoegaze, um torpedo eléctrico apontado ao cérebro de quem assiste. A noite que chegava ficou bem a esta banda de cabelos em rebuliço, de uma massa sonora de guitarras e teclados amalgamados até se tornarem uma poderosa arma hipnótica que até a criança aos ombros do pai seguia com satisfação. Paredes de Coura, dia 3, quinta-feira, noite alta. Os britânicos Vaccines a mostrar que são banda-sonora para uma nova geração, colocando a vida juvenil em verso de canção e utilizando o rock’n’roll como poderoso veículo de comunicação. O anfiteatro natural estava já repleto, as letras estavam na ponta da língua de quem via. Há, porém, um problema nesta música: chama-se Strokes, referência maior e assombração assomando em cada Post-break up sex que lhes ouvimos. Há também esperança: porque a assombração não é duradoura e, entre a nova Melody calling e as canções de Come Of Age, o apropriado título do segundo álbum, ouviu-se nervo punk, muito brit (facção Buzzcocks, Undertones) e os Vaccines mostraram que há vida interessante a fervilhar por aqui. A tão curtíssima quanto intensa Norgaard, que até pertence ao álbum de estreia, What Did You Expect From The Vaccines, mostra o caminho. O público celebrou-os, o público dançou depois muito efusivo e muito feliz com essa máquina lúdica imparável chamada Hot Chip. Na música dos britânicos não há segredos. Ritmo propulsor assegurado por uma baterista impressionante chamada Sarah Jones, sintetizadores borbulhando nas proximidades de house (Ibiza tão perto e tão longe), a escola DFA revista por fãs dos Pet Shop Boys e uma banda afinadíssima a dar ao povo o que o povo quer: festa, canções, dança. Over and over, Night and day, Ready for the floor. Palmas a acompanhar quando tal se impõe, festão mínimo garantido e até Alexis Taylor, o homem com tudo errado para ser estrela pop, se transforma em mestre-de-cerimónias carismático. Isto não é música para salvar o mundo, é música para animar uma noite. E é competentíssima na função. Mas também não era deles que falaríamos perto das duas da manhã. Há um elefante na sala de porcelanas e, como se sabe, é impossível ignorá-lo. Os The Knife, então. A banda sueca dos irmãos Karin e Olof Dreijer é famosa pelo arrojo das propostas estéticas, pelo conceito que anima os raros concertos e os álbuns. Isso já todos sabiam anteriormente ao concerto mais esperado da noite de quinta-feira, o da estreia em Portugal dos autores de Shaking the Habitual. Mas, sabendo-o, ninguém esperaria o que aconteceu no palco do anfiteatro natural do praia fluvial do Taboão. Não foi verdadeiramente um concerto: começou com um “maharishi” de turbante e túnica, sozinho em palco sob banda sonora dos Goldfrapp ou dos Rapture (Gonna get myself into it, título adequado ao momento), para uns delirantes e bizarros 15 minutos de, citamos, “aeróbica de protesto”: o homem falou como pregador de livros de auto-ajuda, pediu ao público que abanasse os braços e que abraçasse a pessoa ao lado. O público, surpreendido mas divertido, acompanhou-o (cenário surreal esse de dezenas de milhar de pessoas a seguirem os gestos e sugestões do “maharishi” de licra). Esta foi a porta da entrada: o momento zero da grande farsa, da performance para demolir noções estereotipadas do que deve ser um concerto, do manifesto anti cultura de celebridade (fica tudo muito bem no papel). O que seguiu foi aquilo que ocupou discussões e discussões nas horas posteriores à actuação (e que continuava a ser discutido na manhã do dia seguinte, a julgar pelas conversas ouvidas nas esplanadas da vila). Havia instrumentos (uma harpa arco-íris, percussões) e microfones em palco, mas (quase) tudo era ilusão. A música pré-gravada foi disparada e o happening começou. This is happening, precisamente, ouviu-se à entrada de figuras cobertas em trajos de frade de sociedade secreta (ou de povo da Guerra das Estrelas). Tudo é simulacro – ouvem-se vozes e parecem ser as pessoas em palco que as emitem, mas alternam as vocalistas, falha-se o sincronismo (propositadamente?) e percebemos que não são. Acentuam-se os ritmos de ritual pagão, cresce a batida subterrânea de um techno pós-apocalíptico, já não há membros de sociedade secreta em palco, substituídos por uma trupe de dançarinos em coreografias de teledisco sabotado dos Daft Punk. Há quem acompanhe tudo isto imerso na performance, enquanto à sua volta começam a abrir-se clareiras (há embevecidos e há desistentes, não há meio termo). Garantem-nos que uma das coreografias pertence a um teledisco da cantora italiana dos anos 1980 Raffaella Carra e pensamos em quantas camadas de leitura terá a performance cuidadosamente planeada pelos The Knife. A intenção é louvável e o gesto, por si só, seria de aplaudir. Denunciar a noção de autoria num mundo de rituais de espectáculo padronizado (quem canta? Quem é a estrela?) e subverter a ideia do que deve ser um concerto. No mundo ideal do The Knife, Rihanna estaria a preparar um manifesto de defesa do showbiz que representa, Beyoncé estaria a pedir a Jay-Z e a Kanye West que lhe produzissem um álbum conceptual histórico, Justin Bieber embebedar-se-ia em protesto e Guy Debord, entre gargalhadas, escrevia uma carta de apoio no Além. No mundo real, o conceito não sobrevive à experiência. Porque as camadas de leitura não são discerníveis para além do simulacro, porque o espectáculo se gasta ao fim de meia hora de experiência. Porque, pormenor importante, nem coreografias, nem a música pré-gravada que as suportam, sustentam o gesto criativo desejado (por outras palavras, a surpresa dá lugar ao aborrecimento). Esta será, muito provavelmente, a actuação mais discutida de todo o festival e isso é louvável. Mas não, nem toda a ambição será perdoada. Isto, evidentemente, é discutível. Temos mais dois dias para o fazer em Paredes de Coura. Hoje, sexta-feira, nos intervalos entre Iceage, The Horrors ou Echo & The Bunnymen. Amanhã, sábado, entre Ducktails, Phosphorescent, Calexico ou Belle & Sebastian.
REFERÊNCIAS:
Café pode ser nocivo para o desenvolvimento cerebral
Estudo feito em fêmeas de rato grávidas mostra que cafeína causa maior susceptibilidade para epilepsia e problemas de memória dos filhotes. (...)

Café pode ser nocivo para o desenvolvimento cerebral
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Estudo feito em fêmeas de rato grávidas mostra que cafeína causa maior susceptibilidade para epilepsia e problemas de memória dos filhotes.
TEXTO: A cafeína pode ter efeitos negativos no desenvolvimento do cérebro dos mamíferos durante a gravidez e altura da lactação, mostra um estudo feito por uma equipa internacional com participação de investigadores portugueses. O resultado das experiências, feitas em ratos, foi publicado na revista Science Translational Medicine. “A equipa avaliou o impacto [do café] durante o período de gestação e descreveu, pela primeira vez, os efeitos nocivos do consumo de cafeína (em ratos fêmeas) durante a gravidez, sobre o cérebro dos seus filhotes”, explica o comunicado de imprensa da Universidade de Coimbra (UC). A pesquisa, feita por investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular, da Faculdade de Medicina e da Faculdade de Ciências e Tecnologia, todos da UC, envolveu ainda cientistas da Alemanha e da Croácia. Para avaliar os efeitos da cafeína, os investigadores deram a fêmeas de ratos grávidas o equivalente a três chávenas de café diárias, durante toda a gestação e até ao desmame das crias. Os ratinhos jovens “mostraram maior susceptibilidade de desenvolver epilepsia e, quando atingiram a idade adulta, detectaram-se problemas de memória espacial”, explica o coordenador da equipa portuguesa, Rodrigo Cunha. Durante o desenvolvimento, a cafeína altera a migração e o posicionamento dos neurónios que libertam GABA, uma substância química importante para os processos de inibição no cérebro. “Estes neurónios formam-se numa região particular e depois migram para, entre outros lugares, o hipocampo, uma região do cérebro que desempenha um papel fundamental na formação da memória”, descreve Rodrigo Cunha. “A cafeína influencia directamente a migração destes neurónios, por bloquear a acção de um receptor específico, chamado A2A, diminuindo a velocidade de migração dos neurónios. Assim, as células vão chegar ao seu destino mais tarde do que o previsto. Esta migração tardia afecta a construção do cérebro com efeitos observados após o nascimento (alterações da excitabilidade celular e aumento da susceptibilidade a episódios convulsivos) e, durante a vida adulta, perda de neurónios e défices de memória”, descreve o investigador. Para Rodrigo Cunha, o estudo “é a primeira demonstração dos efeitos nocivos da exposição à cafeína sobre o cérebro em desenvolvimento e, embora questione o consumo de cafeína por mulheres grávidas, é necessário realçar o cuidado em extrapolar os resultados obtidos em modelos animais para a população humana, sem ter em consideração as diferenças no desenvolvimento do cérebro e da maturação entre as espécies”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave consumo estudo mulheres
Os drones também podem ser arqueólogos voadores
A tecnologia desenvolvida para fins militares está a ser usada na agricultura e na arqueologia. No Peru os drones são considerados uma ferramenta essencial à defesa do património. (...)

Os drones também podem ser arqueólogos voadores
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: A tecnologia desenvolvida para fins militares está a ser usada na agricultura e na arqueologia. No Peru os drones são considerados uma ferramenta essencial à defesa do património.
TEXTO: Os drones não servem apenas fins militares. De utilização polémica na luta dos Estados Unidos contra o terrorismo, esta tecnologia está agora a ser testada na agricultura e na arqueologia peruanas. Se nos campos servem para avaliar o crescimento de um cereal, por exemplo, nos Andes podem fazer uma análise cartográfica em pouco minutos. Luis Jaime Castillo dirige as escavações nas ruínas da civilização mochica (séculos I ao VII), conhecida pelas suas cidades de barro, em San Ildefonso e San José de Moro. Para além de outros colegas, o arqueólogo conta com uma equipa de quatro drones no seu trabalho de investigação. Com as fotografias que cada um deles tira, Castillo pode identificar os muros e as praças, ficando com uma ideia mais aproximada de como seria o traçado da cidade, explica à agência AFP. Além disso, os dados topográficos que recolhem também permitem aos especialistas conceber modelos tridimensionais dos sítios arqueológicos – informação preciosa quando as pilhagens ou a erosão fazem com que se degradem rapidamente. O que os arqueólogos demoravam por vezes meses e anos a fazer pode levar agora apenas alguns dias ou semanas. Os drones estão equipados com um microcomputador, um GPS, uma bússola e um altímetro, deslocando-se depressa e sem dificuldades graças à utilização do Google Maps, diz à AFP Andres Flores, o engenheiro que dirige o grupo de investigação de aviões sem piloto da Pontifícia Universidade Católica do Peru (PUCP), que tem vindo a desenvolver drones para usos civis. Alguns são telecomandados, mas outros trabalham autonomamente, podendo voar entre 40 a 60 minutos e percorrer até 50 km. Na agricultura, por exemplo, estes aparelhos que, de longe, se assemelham simplesmente aos usados no aeromodelismo, estão a ser desenvolvidos para acompanhar a evolução das culturas, avaliando o estado das plantas e a velocidade de crescimento. “São aparelhos pequenos, equipados com câmaras de alta precisão e passam quase despercebidos no céu”, garante Flores. Na arqueologia peruana, esta tecnologia pode ser agora determinante na protecção de centenas e centenas de sítios, muitos deles ameaçados por saqueadores de túmulos e pela exploração mineira e imobiliária, segundo a Reuters. A rapidez na altura de fazer os levantamentos topográficos e o mapeamento do terreno é de levar em conta, sobretudo depois de situações como a de Julho, quando uma empresa de construção de Lima arrasou uma pirâmide que terá sido construída há 5000 anos, de acordo com os arqueólogos que agora estudam a possibilidade de a reerguer. No mesmo mês, os habitantes de uma pequena cidade nas proximidades da ruína pré-inca de Yanamarca denunciaram mineiros amadores que causaram danos a uma estrutura em pedra com três andares quando procuravam quartzo. Basta que os drones criem um arquivo digital dos milhares de sítios arqueológicos espalhados pelo Peru para que já estejam a ajudar a protegê-los, defendeu à Reuters Ana Maria Hoyle, arqueóloga que trabalha para o Ministério da Cultura de Lima. “Vemo-los como uma ferramenta vital à conservação”, acrescentou. Cemitério de sacerdotisasLuis Jaime Castillo, que também é investigador da universidade católica de Lima, usa drones há já dois anos em San Jose de Moro, um sítio que diz ser um cemitério de elite por ali terem sido descobertos vários túmulos de sacerdotisas que sugerem que a civilização mochica ou moche era governada por mulheres. O último – e oitavo – a ser identificado em duas décadas de trabalhos tem 1200 anos, noticiou a AFP em Julho. A câmara funerária é em L e estava coberta com placas de bronze em forma de ondas e aves marinhas, tendo as paredes pintadas com motivos a amarelo e vermelho. Junto ao corpo da mulher havia uma máscara e outras oferendas. No túmulo, para além de nichos repletos de peças de cerâmica de vários tamanhos e feitios, há ainda mais sete corpos –dois deles de bebés e três de crianças – “todos sacrificados”, garante Castillo. “Sempre quisemos ter uma visão de pássaro daquilo em que estávamos a trabalhar”, diz o arqueólogo. Para isso, foram usando métodos mais caros e com resultados mais incertos, como prender máquinas fotográficas e câmaras a pequenos balões de hélio. Hoje, garante Jeffrey Quilter, arqueólogo da Universidade de Harvard que já trabalhou em vários sítios no Peru, pode construir um drone por 750 euros: “É como ter um bisturi em vez de um pau – é possível controlá-lo com grande precisão”, diz Quilter. “Pode subir a três metros e fotografar um quarto, a 300 e fotografar o sítio, ou pode ir até aos 3000 e fotografar o vale inteiro. ” É como se os arqueólogos pudessem voar sobre as ruínas para filmar e fazer medições. Para a grande maioria do público, o Peru arqueológico começa e acaba em Machu Picchu, as espectaculares ruínas do século XV que são património mundial. Mas para os especialistas há muitos mais motivos de interesse no passado pré-hispânico do país, como o império Wari que, lembra a Reuters, conquistou os Andes muito antes dos Incas. Há muito por onde escolher – são 13 mil os sítios arqueológicos espalhados por todo o território, muitos deles em lugares de difícil acesso e, por isso, de difícil controlo. Os arqueólogos não têm dúvidas de que, em, breve, poderão acelerar os trabalhos em campo com a ajuda sistemática de drones, mas pedem ao governo que intervenha para criar um enquadramento legal. No país não há diploma algum que regule a actividade destes aparelhos com fins civis e, sobretudo em áreas urbanas, a sua utilização pode levar a queixas de violação da privacidade.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura campo mulher ajuda violação mulheres corpo aves
Segurança de técnica experimental de FIV com três "progenitores" posta em causa
A nova técnica de fertilização in vitro, destinada a evitar certas doenças genéticas graves, está gerar controvérsia. (...)

Segurança de técnica experimental de FIV com três "progenitores" posta em causa
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2013-09-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: A nova técnica de fertilização in vitro, destinada a evitar certas doenças genéticas graves, está gerar controvérsia.
TEXTO: A revista Science publica esta sexta-feira um texto, assinado por três biólogos, que alerta para os riscos que uma nova técnica de procriação medicamente assistida, dita de “substituição mitocondrial”, poderá apresentar para a saúde de futuros bebés. Recorde-se que, em Junho passado, o Governo britânico anunciou que iria elaborar directivas destinadas a permitir que, dentro de dois anos, os serviços de procriação medicamente assistida do Reino Unido pudessem começar a oferecer aos casais uma técnica destinada a evitar doenças genéticas graves associadas a defeitos do ADN das mitocôndrias, as "baterias" das células. As mitocôndrias possuem um bocadinho de ADN próprio e as mutações nesse ADN podem acarretar uma série de doenças: diabetes, surdez, problemas oculares e gastrointestinais, doenças cardíacas, demência. Estima-se que uma em cada 6500 crianças seja afectada por este tipo de mutações. Ora, devido à forma de transmissão hereditária das mitocôndrias – que passam exclusivamente da mãe para os seus futuros filhos via o citoplasma (a "clara") do ovócito –, basta “trocar” de citoplasma para substituir as mitocôndrias mutantes por mitocôndrias normais. Mais concretamente, antes da fecundação, transfere-se o núcleo do ovócito da futura mãe (que contém 99% do ADN total da célula materna) para um ovócito cujo citoplasma contém mitocôndrias saudáveis, doado por outra mulher e previamente esvaziado do seu próprio núcleo. A futura criança terá assim três "progenitores" – um homem e duas mulheres. A técnica de substituição mitocondrial já foi testada com êxito em macacos-rhesus. Porém, Klaus Reinhardt, da Universidade de Tubinga (Alemanha), Damian Dowling, da Universidade Monash (Austrália), e Edward Morrow, da Universidade de Sussex (Reino Unido), afirmam agora que os debates éticos e científicos em torno da nova técnica têm eclipsado uma análise mais cuidada dos riscos potenciais associados para a saúde humana. Estes especialistas salientam, em particular, que a substituição mitocondrial pode “modificar profundamente os padrões de expressão dos genes nucleares [o resto do ADN, situado no núcleo das células], afectando uma leque de traços importantes tais como o desenvolvimento individual, o comportamento cognitivo e parâmetros-chave da saúde”. Por isso, antes de se passar para a aplicação clínica, afirmam, são precisos mais estudos em animais. Os defensores de uma passagem rápida da técnica para o ser humano argumentam, pelo seu lado, que os eventuais riscos são pequenos face às doenças que a nova técnica permitiria evitar. A isso, os três autores respondem, que embora “algumas famílias afectadas pelas doenças mitocondriais possam estar mais dispostas a correr riscos, outras, que tiveram crianças com sintomas menos graves (. . . ), poderão querer esperar por uma clarificação empírica dos riscos envolvidos”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave mulher homem criança mulheres
Governo dos EUA paralisado pela primeira vez em quase 20 anos
Oitocentos mil funcionários mandados para casa e mais de um milhão a trabalhar sem receber. Senado e maioria republicana na Câmara dos Representantes não chegaram a acordo. (...)

Governo dos EUA paralisado pela primeira vez em quase 20 anos
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2013-10-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Oitocentos mil funcionários mandados para casa e mais de um milhão a trabalhar sem receber. Senado e maioria republicana na Câmara dos Representantes não chegaram a acordo.
TEXTO: A partir desta terça-feira, mais de um milhão de funcionários de serviços geridos pelo Governo dos EUA podem começar a trabalhar sem receber e outros 800. 000 vão ficar em casa, numa espécie de lay-off, depois de o Senado e a maioria republicana na Câmara dos Representantes não terem chegado a acordo para a aprovação do Orçamento. O prazo final para a aprovação era a meia-noite de segunda-feira, mas, tal como se esperava, a maioria democrata no Senado e a maioria republicana na Câmara dos Representantes não chegaram a acordo – em causa estava a exigência do Partido Republicano de fazer depender a aprovação do Orçamento da eliminação ou, pelo menos, de uma alteração profunda ao programa de saúde proposto pela Administração Obama, o Affordable Care Act, também conhecido como "ObamaCare". Com a confirmação do desentendimento no Congresso, o Presidente dos Estados Unidos anunciou o shutdown do Governo federal – o fecho ou a paralisação de muitos serviços administrados por Washington. É a primeira vez que o Governo dos EUA se vê nesta situação desde a votação do Orçamento para 1996, durante a Presidência do também democrata Bill Clinton. Nessa altura, o Governo não pôde cumprir as suas obrigações entre 14 e 19 de Novembro de 1995 e entre 16 de Dezembro 1995 e 6 de Janeiro de 1996, num total de 28 dias. Também neste caso o principal pomo da discórdia foi o sector da saúde, com desentendimentos em relação ao sistema de saúde Medicare, mas também em relação à dotação orçamental para as políticas de ambiente e para a educação. Na segunda-feira, poucas horas antes do fim do prazo para a aprovação do Orçamento, a maioria republicana na Câmara dos Representantes apresentou uma proposta ao Senado que, na prática, iria adiar o ObamaCare por mais um ano. Esta proposta foi rejeitada pelo Senado e o Presidente dos EUA acusou os republicanos de quererem prejudicar a economia do país "só porque há uma lei de que eles não gostam". Pouco depois, o Partido Republicano apresentou uma nova proposta, que evitaria a paralisia do Governo, mas também poria em perigo uma parte essencial do Affordable Care Act. Tal como era esperado, a nova proposta dos republicanos foi mais uma vez rejeitada. A líder do Partido Democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, acusou o líder da maioria republicana, John Boehner, de "duplicar e triplicar um caminho que teve sempre como objectivo (. . . ) paralisar o Governo". O shutdown implica que apenas os serviços considerados essenciais – como a saúde, o ensino, a segurança social, as prisões, as operações militares ou controlo do espaço aéreo – continuarão a funcionar. Serviços considerados não essenciais, como parques e museus, entre outros, são obrigados a suspender as suas actividades. Mas uma parte da prestação de serviços sociais será também afectada – na segunda-feira, o Governo avançou que o Programa Especial de Nutrição para Mulheres, Bebés e Crianças será cancelado por falta de fundos. Os funcionários do Governo federal ficam a saber se vão ser afectados pelo shutdown através de um email ou um telefonema dos seus superiores. Se receberem a notícia de que terão de ficar em casa, vão poder deslocar-se aos locais de trabalho para desempenhar tarefas como guardar os documentos ou enviar emails – qualquer tarefa directamente relacionada com a sua função é considerada ilegal até serem chamados novamente pelos serviços. Dos mais de dois milhões de funcionários do Governo, 800. 000 vão ficar em casa até que o impasse seja resolvido e mais de um milhão serão questionados sobre se querem continuar a trabalhar sem receber vencimento. Serviços encerrados:Programa Especial de Nutrição para Mulheres, Bebés e Crianças, que apoia mulheres grávidas com rendimentos abaixo do limiar da pobreza e crianças com menos de cinco anos de idade; parques nacionais; museus do Instituto Smithsonian, Museu do Holocausto e muitos outros cuja entrada é grátis; Jardim Zoológico Nacional (Washington); visitas guiadas ao Capitólio para turistas. Poderão encerrar:Programas de apoio a veteranos de guerra; obras de construção civil pagas pelo Governo; serviço de cobrança de impostos (IRS); bibliotecas nacionais; sites na Internet de serviços governamentais. Serviços não afectados:Segurança social e os serviços e programas de saúde Medicare e Medicaid; Programa de Assistência de Nutrição Suplementar, para apoio à compra de alimentos por pessoas com rendimentos baixos ou sem rendimentos; correios; escolas públicas; tribunais federais; prisões federais; aeroportos; inspecção de produtos alimentares; serviços militares; serviços de transportes da área metropolitana de Washington; serviços de registo de patentes e marcas registadas; Centro Kennedy. Declaração do Presidente Barack Obama:
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Gémeos britânicos gastaram mais de mil euros em jogos no iPad dos pais
Caso dos Griffiths não é único. Em Março, Sharon Kitchen recebeu uma factura de 2200 euros em despesas com extras do jogo preferido do filho. Num e noutro caso, a Apple reembolsou os pais. (...)

Gémeos britânicos gastaram mais de mil euros em jogos no iPad dos pais
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.05
DATA: 2013-10-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Caso dos Griffiths não é único. Em Março, Sharon Kitchen recebeu uma factura de 2200 euros em despesas com extras do jogo preferido do filho. Num e noutro caso, a Apple reembolsou os pais.
TEXTO: Quando Ashley Griffiths abriu o seu email no domingo e viu várias mensagens vindas da Apple detalhando quatro páginas de despesas, não percebeu logo do que se tratava. Sem saber, gastara mil libras (1250 euros) em compras digitais num jogo infantil no iPad. Os filhos gémeos tinham estado a jogar no fim-de-semana e tinham comprado dezenas de animais domésticos e de peças de roupa virtuais. Quantos mais animais coleccionassem, melhor. Foram acumulando figuras para o jogo, em extras que começavam por custar poucas libras mas podiam chegar às dezenas. Muitos jogos começam por ser gratuitos, e são apresentados como tal, mas cobram as actualizações sugeridas à medida que o jogo se prolonga e avança. “Quem podia alguma vez pensar que um animal virtual iria custar 75 libras?”, questiona-se Ashley Griffiths, em declarações ao jornal britânico Daily Telegraph. Diz-se “chocada” por constatar que uma simples password bastava para aceder aos cartões de crédito. Estes jogos estão desenhados para facilitar compras “inocentes” de crianças, critica, e pede novas leis que restrinjam essa possibilidade, numa altura em que o debate sobre o tema se intensifica no Reino Unido e também os pais são aconselhados a limitar o acesso dos filhos pequenos a jogos digitais. A Apple reembolsou os pais dos gémeos da quantia gasta, num gesto de boa vontade, descreve o Daily Telegraph, como já tinha feito num caso recente também no Reino Unido. Foi em Março que Sharon Kitchen contou aos jornais como o seu filho de cinco anos gastara inadvertidamente 1700 libras (2200 euros). Na posse de uma palavra-chave, que lhe era pedida para o Zombie vs Ninja, jogo gratuito, a criança conseguiu sozinha chegar à loja da Apple e encomendou dezenas de extras. O Office for Free Trading (OFT, Departamento para o Comércio Livre) reagiu anunciando, pouco depois, uma investigação a uma nova geração de jogos introduzidos no mercado. Os responsáveis prometeram debruçar-se em especial sobre os jogos, cujo download em smartphones ou computadores era gratuito, mas que rapidamente implicavam gastos para prosseguir. E anunciavam possíveis restrições a ofertas apresentadas como “gratuitas”. No fim de Setembro, o OFT avançou com uma carta de princípios que, entre outras coisas, impede pagamentos feitos ou recebidos dentro dos jogos, abrindo apenas uma excepção em caso de consentimento informado e autorizado de um encarregado de educação. Na lista dos outros princípios agora estabelecidos está também o dever de informar, de forma clara e transparente, sobre as condições dos jogos. “Preocupa-nos o facto de pais e crianças estarem a ser submetidos a uma pressão injusta para fazer uma despesa quando estão a jogar jogos que julgavam gratuitos, mas podem afinal resultar em custos substanciais”, disse, também citado pelo Daily Telegraph, um dos directores do OFT em Abril. Também a frequência dos casos conhecidos de crianças que reagiram de forma excessiva à impossibilidade de jogar ou à dificuldade em aceder a um universo a que se habituaram, levou a OFT a agir. "Dependência digital" O caso de uma menina de quatro anos que começou a ser tratada por dependência correu os jornais britânicos em Abril, abrindo também espaço à voz de médicos e especialistas, que alertam para o uso excessivo diário a que muitas crianças estão expostas, sem supervisão parental. Neste caso, a menina tinha adquirido o vício num ano em que se tornara habitual para ela estar “ligada” entre uma a quatro horas por dia. Especialistas britânicos, como o psiquiatra Richard Graham, alertaram então para os efeitos “perigosos” de longo prazo que podem advir do uso prolongado destes dispositivos. E estimam em 30% a percentagem de pessoas “digitalmente dependentes”. Richard Graham avisou, entre outras coisas, para a dificuldade que os jovens sentirão mais tarde em desenvolver relações sociais num quadro normal, “ávidas” que estão de “interacção constante”. E os pais, que na maioria concordam que as crianças passam demasiado tempo ligados, “continuam a escolher entretê-los dessa maneira”, disse ao Daily Telegraph.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Texto sobre lobos fez baixar resultados no 2.º ano
Relatário dá conta de que houve piores desempenhos em 2013 nos testes intermédios de Português e Matemática (...)

Texto sobre lobos fez baixar resultados no 2.º ano
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Relatário dá conta de que houve piores desempenhos em 2013 nos testes intermédios de Português e Matemática
TEXTO: Para os alunos do 2. º ano de escolaridade, um texto informativo é mais difícil de entender do que uma história. Aos sete anos mostram também já "grandes fragilidades ao nível da resolução de problemas", uma dificuldade que tende a acompanhar muitos deles ao longo do seu percurso escolar. Estas são algumas das conclusões do relatório sobre os testes intermédios de Português e Matemática realizados no ano lectivo passado por cerca de 65 mil alunos do 2. º ano de escolaridade e que foram divulgadas terça-feira pelo Instituto de Avaliação Educativa (Iave), o novo nome do organismo responsável pela elaboração dos exames nacionais. Os enunciados dos testes intermédios são iguais para todas as escolas. No 2. º ano começaram a ser realizados em 2010/2011 com o objectivo de ajudar a um "diagnóstico precoce das dificuldades dos alunos". Uma análise dos resultados ao longo destes três anos nos testes de Português mostra que "o domínio da compreensão do oral foi, invariavelmente, aquele em que os alunos revelaram melhor desempenho" e que os piores desempenhos se centram nos domínios da escrita e gramática, Mas em 2013 houve algumas surpresas negativas. No grupo destinado à interpretação, o Iave decidiu apresentar, pela primeira vez, um texto com carácter informativo (sobre os lobos), o que, diz, levou a piores resultados. Nos outros anos tinham sido propostos excertos de histórias. Para este pior desempenho contribuiu também, segundo o relatório, o tipo de questões apresentadas, nomeadamente as de associação. Este foi mesmo o item com pior resultado: só 17, 9% dos alunos conseguiram associar de forma correcta os elementos de duas colunas, no caso os modos de comunicar do lobo com o que este animal pretende alcançar através deles. Em 2013, na parte dedicada à escrita, só 37, 8% dos alunos utilizaram o vocabulário adequado na redacção do texto. Em 2012 tinham sido quase 70%. O Iave atribui esta diferença de resultados não a uma mudança abrupta do padrão de conhecimentos dos alunos, mas sim às alterações que introduziu nos testes de 2013. Passou, por exemplo, a existir um maior número de objectivos a alcançar (descritores de desempenho) que os professores tiveram de ter em conta para a classificação destes itens. Também a Matemática houve resultados piores em 2013. No que respeita às operações aritméticas, no caso uma subtracção, só 27, 1% conseguiram ter respostas correctas, quando em 2012 esta percentagem foi de 40, 1%. Então o problema era saber quanto era 50 menos 19. Este ano tiveram de calcular quanto dava 377 menos 99. Também no cálculo do perímetro se registou um trambolhão: a percentagem de respostas correctas baixou de 41% para 23%. O Iave atribui esse resultado ao facto de no teste de 2013 a resposta "implicar a mobilização da capacidade de resolução de problemas". Pedia-se para determinarem o perímetro de um rectângulo formado por três quadrados, apresentando-se a medida do lado de dois deles, que no conjunto correspondia à medida do quadrado maior. Em 2012, o problema tinha na base um cartão rectangular. Partindo da suposição de que uma menina o tinha contornado com um fio, e utilizando a régua para tal, pedia-se aos alunos para calcularem o comprimento desse fio. Nesta disciplina a área em que os desempenhos continuam a ser melhores é a chamada "organização e tratamento de dados", que implica a leitura e interpretação de informação contida, por exemplo, em gráficos.
REFERÊNCIAS:
Nova vida da Flor do Gás resgata memórias da travessia do Douro
Empresa Menino do Douro quer fazer de lancha histórica do Douro, única travessia fluvial entre Porto e Gaia, o ex-líbris de outros tempos. Em 2014, o Cais do Ouro deve ser um ponto comercial (...)

Nova vida da Flor do Gás resgata memórias da travessia do Douro
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.136
DATA: 2013-10-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Empresa Menino do Douro quer fazer de lancha histórica do Douro, única travessia fluvial entre Porto e Gaia, o ex-líbris de outros tempos. Em 2014, o Cais do Ouro deve ser um ponto comercial
TEXTO: O dia mostra-se timidamente, ainda não bateram as seis da manhã, e Manuel Ferreira já espera no cais. É cliente da primeira viagem que todos os dias deixa Gaia e Porto a cinco minutos de distância, a única travessia fluvial entre as duas cidades, feita há quase 70 anos. Orgulhosamente renovada, a lancha Flor do Gás passeia-se no Douro, de 15 em 15 minutos, das 6h às 22h, não importa quantos clientes tenha. É essa a política anunciada pela nova proprietária da histórica embarcação, Maria Isabel Cardoso, que há alguns meses explora a travessia. Quando decidiu virar-se para este pedaço do Douro, não fazia ainda ideia da história em que estava a entrar: "Queríamos investir no Douro e cruzámo-nos com esta possibilidade. Usávamos o barco de vez em quando. Mas no início nem sabíamos que tinha tanta história", admite o marido da proprietária, José Cardoso. Ao leme da embarcação, Jeremias Catarino, homem de poucas palavras, recorda aventuras de outros tempos: de quando atravessava o rio com "70 ou 80" pessoas num barco com capacidade para 27. Sem coletes e sem bóias. À pinha. "Lembro-me de uma vez que a polícia veio ter comigo e disse-me: "Você sabe em que é que está metido? Se há qualquer coisa, você é o primeiro a ir preso"", conta, agora sorridente. "Naquela altura safei-me, eles fechavam os olhos. "Aos 73 anos, Jeremias regressou ao barco que conduziu noutros tempos "porque o dinheiro [da reforma] não chegava para as contas" Mas não é por isso que se queixa: "A gente desde que tenha saúde. . . ". - Boa tarde. - Boa tarde não, menina, bom dia. Hoje atrasou-se. . . A conversa entre Jeremias e Carina Gomes, a cliente de 23 anos que acaba de entrar no barco na Afurada, é elucidativa. O mestre conhece quase todos os passageiros habituais: "Sei a que horas vêm mais ou menos, já estou à espera". Carina não se atrasou, mas hoje entra mais tarde ao serviço, no lado do Porto. Faz a travessia quase todos os dias há três anos, os avós também a fizeram noutros tempos. "Sinto-me privilegiada", sorri. A ideia de começar e findar o dia num barco tem um lado romântico que não ignora, mas tem também um lado prático que é de salientar. "É muito perto de minha casa, é mais rápido do que ir à volta pela ponte [da Arrábida] e é barato. "O protagonismo da viagem das 11h vai para Laura Silva, que entra na Flor do Gás pela segunda vez na vida. A primeira foi há 19 anos: "Estava grávida e pensava que ia morrer. Isto abanava, abanava, pensava que ia virar. " O medo da água mantém-se, mas a irmã, emigrada na Alemanha e de visita ao Porto, justifica os cinco minutos de coragem. "Vou levá-la a andar nos transportes típicos do Porto", conta, sempre atenta à ondulação. Mais emprego à vistaSe tudo correr como a proprietária Maria Isabel Cardoso prevê, até ao fim do ano a empresa Menino do Douro vai estar a empregar 16 pessoas em vez das cinco com que conta actualmente. A lancha Flor do Douro, que faz parte da concessão adquirida, deve também estar no rio até ao fim do ano, quando a sua recuperação estiver concluída. Nessa altura, a Flor do Gás deve manter-se como ligação entre os cais da Afurada e do Ouro e a Flor do Douro poderá garantir outras ligações no rio. A Menino do Douro quer fazer desta travessia fluvial uma renovada aposta para os portuenses e atrair cada vez mais turistas. E para isso não basta manter os preços actuais (um euro para cada lado; quem quiser levar bicicleta paga mais um euro). "Queremos desenvolver o Cais do Ouro juntamente com as entidades competentes que o regem, a APDL [Administração dos Portos do Douro e Leixões]", desvendou José Cardoso, que admite ser muito difícil manter um negócio com tão pouca procura. A limpeza do espaço, onde "havia ratazanas e muito lixo", já foi iniciada, mas há ainda muito por fazer. Por exemplo, é preciso que se "remova de uma vez o bar" flutuante Zoo, situado a poucos metros do Cais do Ouro, que se afundou em Março deste ano. Depois das limpezas feitas, José Cardoso garante que a ideia é levar o projecto mais além e transformar o Ouro num "cais comercial". "Queremos que seja apetecível para o turismo e para as pessoas que passam aqui. " Com uma infra-estrutura coberta, ficará acautelada a possibilidade de a Flor do Gás ser um transporte viável para mais pessoas, com ligação directa aos autocarros. Apesar das burocracias constantes em que têm esbarrado, os proprietários acreditam que estes projectos poderão estar concluídos no Verão de 2014 e pensam até na abertura de um café-esplanada no cais do Ouro, apesar de não ser essa a prioridade. Ainda não é meio-dia quando Manuel Ferreira, colete azul com o símbolo do Porto ao peito, se prepara para a viagem de regresso à Afurada, depois de mais uma manhã a "ajeitar redes em Matosinhos" e "sem tirar nada do mar". Por que se mantém fiel à Flor do Gás? "Primeiro, isto compensa; à volta, demoro muito", conta o pescador, de 64 anos de idade, 50 de mar. Depois? "Dantes via-se muita gente aqui, agora a vida está difícil. Mas é preciso defender o que é nosso; eu continuo e não admito que ninguém diga mal do que é da minha cidade. "
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Palavras-chave homem medo