António Barreto defende nova Constituição aprovada com referendo popular
O sociólogo António Barreto defendeu hoje uma nova Constituição para Portugal, aprovada pela primeira vez com um referendo popular e após um debate que envolva toda a sociedade. Pede, acima de tudo, uma Constituição "de princípios universais e permanentes". (...)

António Barreto defende nova Constituição aprovada com referendo popular
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.368
DATA: 2011-09-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: O sociólogo António Barreto defendeu hoje uma nova Constituição para Portugal, aprovada pela primeira vez com um referendo popular e após um debate que envolva toda a sociedade. Pede, acima de tudo, uma Constituição "de princípios universais e permanentes".
TEXTO: Numa intervenção na Universidade de Verão do PSD, que amanhã termina em Castelo de Vide, Barreto considerou mesmo a revisão da carta magna do país uma “tarefa muito urgente”. “A revisão constitucional, ou a refundação da Constituição, ou a elaboração de uma nova Constituição é uma tarefa muito urgente, muito séria e que não deve ser feita como no passado”, disse aos alunos sociais-democratas. Barreto alegou que os tempos de crise não são impeditivos de uma revisão da Constituição, lembrando que a de 1976 foi feita durante a maior crise que Portugal já viveu. “E foi essa Constituição que ajudou a resolver a crise”, acrescentou. Barreto não crê que a actual Constituição seja a causa dos problemas de Portugal, mas afirma não ter dúvidas que impede o país “de encontrar melhores soluções”. “Defendo uma nova Constituição, cuja estrutura, essência, dimensão, linguagem, propósito sejam muito diferentes da actual”. O presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos enumerou os argumentos que considera fundamentais para a mudança da carta magna do país. O primeiro prende-se com o facto de “haver muita gente que se queixa da Constituição” e desta estar “sempre a ser evocada a bem e a mal, estar sempre a ser posta em causa”. Também, a actual Constituição impede políticas e reformas. “Impede a procura livre de soluções para muitos dos nossos problemas”, disse Barreto. A “carga ideológica” da Constituição é outro dos argumentos – o que, segundo Barreto, “obriga a políticas concretas, contrárias à vontade do soberano” eleito. O facto de condicionar “excessivamente o Parlamento e o Governo, o legislador e as novas gerações” e de transformar “muito frequentemente os debates políticos em ‘a favor’ ou ‘contra’ a Constituição”, em vez de “se discutirem os méritos da proposta A ou B”, foram outros dos argumentos defendidos pelo sociólogo. Por fim, acrescentou “que todas as gerações têm o direito de rever a Constituição, sobretudo quando é muito política ou programática”. Quanto ao método de revisão, António Barreto propõe que o Governo e a Assembleia da República “digam ao povo o que pretendem” e que seja criada uma comissão de debate sobre a Constituição, com um mandato de uma ano e aberta a toda a sociedade. “Que ninguém diga ‘não tenho nada a ver com isso’”, afirmou. Tal debate terminaria com um referendo, “em que, pela primeira vez, os portugueses digam ‘sim’ ou ‘não’ à Constituição”. Barreto considerou ainda que a actual Constituição é “super-defensiva” e “cheia de ratoeiras”. Mas o principal defeito, acrescentou, “o mais importante defeito”, é que “diminui a liberdade dos cidadãos e dos seus representantes”. “Obriga as gerações actuais e futuras a aceitarem decisões de gerações anteriores e limita a liberdade de escolha e decisão dos governos e dos parlamentos para traçarem as políticas correntes”, disse António Barreto. “A maior parte da Constituição não é feita de princípios universais e permanentes, é feita de orientações tácticas e estratégicas a curto prazo e de circunstâncias”, explicou. Direitos universais Barreto quer uma Constituição escrita para os cidadãos “que acabe com a fragmentação dos direitos”: “Há mais direitos parcelares que universais. Os direitos das mulheres são às centenas, os dos jovens às dezenas, os direitos das crianças são diferentes dos direitos dos jovens, os direitos dos trabalhadores são centenas, os direitos dos deficientes, dos artistas, dos imigrantes. Isto não é uma Constituição é um programa político. A Constituição define direitos universais, não importa que seja homem ou mulher. ”Renovar a representação popular é outro dos objectivos que a nova Constituição deveria conter, “nomeadamente recriar um sistema eleitoral que não exclua cidadãos”. “A Constituição excluiu nove milhões de portugueses que não se podem candidatar a eleições”, afirma.
REFERÊNCIAS:
Partidos PSD LIVRE
Lista de Seguro para a Comissão Nacional vence, mas Assis elege 81 mandatos
A lista A de António José Seguro para a comissão nacional (CN), liderada por Alberto Martins, e que apresenta José Vera Jardim em segundo lugar, foi a mais votada pelos delegados ao XVIII Congresso do PS que hoje encerra em Braga com 65% dos votos. A lista adversária de Francisco Assis arrecadou 31% dos sufrágios, uma percentagem muito idêntica à que conseguiu para a liderança do partido, nas eleições internas de Julho, mas bastante superior aos 25 por cento de delegados ao congresso. (...)

Lista de Seguro para a Comissão Nacional vence, mas Assis elege 81 mandatos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.3
DATA: 2011-09-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: A lista A de António José Seguro para a comissão nacional (CN), liderada por Alberto Martins, e que apresenta José Vera Jardim em segundo lugar, foi a mais votada pelos delegados ao XVIII Congresso do PS que hoje encerra em Braga com 65% dos votos. A lista adversária de Francisco Assis arrecadou 31% dos sufrágios, uma percentagem muito idêntica à que conseguiu para a liderança do partido, nas eleições internas de Julho, mas bastante superior aos 25 por cento de delegados ao congresso.
TEXTO: Em termos de mandatos, o método de Hondt acaba por beneficiar mais a lista de Assis, que elege 81 mandatos, enquanto a do secretário-geral obtém pouco mais do dobro, 170 representantes. A presidente da Câmara de Odivelas, Susana Amador, é a primeira mulher a surgir na lista da CN de Seguro. O presidente da Câmara de Baião que se candidatou à liderança do PS-Porto, a maior federação do partido, está em quarto lugar, logo seguido de António Galamba, ex-governador civil de Lisboa. Em sexto e sétimo lugares aparecem dois autarcas: Maria Amélia Antunes e Rui Solheiro, que presidem, respectivamente, às câmaras do Montijo e de Melgaço. Já as posições seguintes imediatamente a seguir são ocupadas por jamila Madeira, e pelos deputados José Carlos Zorrinho, que vai liderar o grupo parlamentar socialista, e Vieira da Silva. Joaquim Raposo (presidente da Câmara da Amadora), Maria Salomé Rafael e Rui Paulo Figueiredo (presidente da concelhia de Lisboa) surgem na lista para a comissão nacional em décimo, décimo primeiro e décimo segundo. O presidente da Câmara de Braga, distrito por onde António José Seguro tem sido eleito deputado, consta da lista na décima terceira posição. Já Francisco Assis optou pelo actual presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, para a sua lista, surgindo em segundo lugar, à frente de eurodeputada, Edite Estrela, Pedro Silva Pereira, Manuel Pizarro, Ana Catarina Mendes. O líder da FAUL e ex-secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrello, está na sétima posição. Já Renato Sampaio, próximo do ex-secretário-geral do PS, José Sócrates e que se demitiu da liderança do PS-Porto, é o oitavo lista que tem em nono lugar Maria da Luz Rosinha (presidente da Câmara de Vila Franca de Xira) e Carlos Teixeira em décimo. Seguro reelegeu para a comissão nacional de jurisdição o deputado António Ramos Preto, que já presidia a este órgão, com mais de 66%. Ricardo Saldanha surge em segundo lugar, seguido de Paula Esteves, António Reis, Luís Filipe Pereira, Rita Cunha Mendes, entre outros. Curiosamente, Rita Cunha Mendes, aparece duas vezes na lista, em sexto e décima quinta posição. O ex-líder da Juventude Socialista, depois de Arons de Carvalho, e ex-alto comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, José Leitão, encabeçava a lista de Francisco Assis para a comissão nacional de jurisdição e ficou-se pelos 30% dos votos. A deputada Luísa Salgueiro ocupa o segundo lugar. O antigo deputado e governador civil do Porto, Agostinho Gonçalves, está em sexto lugar, tendo atrás de si, Mário Balsa Gonçalves, Ana Passos e José Manuel Andrade. Na lista para a comissão nacional de fiscalização económica e financeira, a lista A apresenta Domingos Azevedo n a primeira posição e a lista B escolheu António Dias Baptista.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS
Perfil de Christian Wulff: um conservador moderno e o mais jovem Presidente
O mais jovem Presidente da Alemanha, Christian Wulff, que se demitiu na manhã desta sexta-feira, após uma sucessão de suspeitas de casos de corrupção, mantinha a reputação de conservador moderno e sem história até que uma série de escândalos o propulsionaram para o centro das atenções mediática. (...)

Perfil de Christian Wulff: um conservador moderno e o mais jovem Presidente
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.1
DATA: 2012-02-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: O mais jovem Presidente da Alemanha, Christian Wulff, que se demitiu na manhã desta sexta-feira, após uma sucessão de suspeitas de casos de corrupção, mantinha a reputação de conservador moderno e sem história até que uma série de escândalos o propulsionaram para o centro das atenções mediática.
TEXTO: Elegante, de sorriso fácil, Wulff, de 52 anos, foi eleito Presidente com dificuldade a 30 de Junho de 2010, à terceira e última volta do sufrágio, em que a maioria simples era suficiente para escolher o chefe de Estado. Foi uma humilhação para a chanceler Angela Merkel que o apresentou a votos, e cuja coligação governamental lhe oferecia teoricamente a maioria na Assembleia para garantir a eleição de Wulff sem percalços. Ao tornar-se Presidente – função essencialmente honorífica na Alemanha, mas que contém grande prestígio e pode influenciar a opinião pública – Wulff ocupava pela primeira vez um cargo político de abrangência nacional, não tendo antes sido sequer ministro federal. Antes do eclodir dos escândalos, este Presidente, considerado “muito brando” por alguns críticos, tinha uma excelente relação com os media, prestando-se com visível prazer a dar entrevistas e tirar fotografias com a segunda, loura e jovem mulher Bettina, mãe do filho pequeno de ambos. Ela era a primeira mulher de um Presidente a ter uma tatuagem (uma chama ardente, no cimo do braço direito), o que Wulff achava “ter pinta”. Os laços próximos de Wulff com empresários, forjados na altura em que dirigiu o governo regional da Baixa Saxónia (norte da Alemanha), entre 2003 e 2010, acabaram por ser-lhe fatais. Desde meados de Dezembro, Wulff tem estado sob fogo cerrado de críticas dos media alemães, que o acusam de se ter aproveitado dos cargos desempenhados para obter uma série de vantagens financeiras e, depois, de ter tentado abafar estes casos. O Presidente deixou mesmo uma mensagem de voz no telefone do director do poderoso tablóide Bild a ameaçá-lo, a qual veio a ser largamente divulgada. Poucos meses antes da sua chegada à chefia de Estado, Wulff, um católico praticante, provocou a ira entre os conservadores ao afirmar que o Islão também fazia parte da Alemanha, nas celebrações do 20º aniversário da reunificação do país, a 3 de Outubro de 2010. Já no passado, Wulff tinha dado provas da sua abertura aos alemães oriundos da imigração, tendo nomeado um ministro de ascendência turca para o seu governo na Baixa Saxónia, algo então inédito na Alemanha. Numa frente completamente diferente, surpreendeu tudo e todos com as críticas feitas, em Agosto passado, a compra das dívidas dos países em dificuldades pelo Banco Central Europeu, quando a crise do euro estava já ao rubro. Na Alemanha, país profundamente convicto da independência dos bancos centrais, uma tal intrusão do Presidente nos assuntos monetários foi vista como inesperada. Pouco antes da visita do Papa Bento XVI ao país, em Setembro, Wulff, que se divorciara em 2007 e casara pela segunda vez no ano seguinte, afirmou que a Igreja católica deveria mostrar maior compreensão em relação às pessoas divorciadas. O divórcio da primeira mulher, Christiane, com quem tem uma filha, então já maior de idade, fez ranger os dentes entre os conservadores. Nascido a 19 de Junho de 1959 em Osnabruck (noroeste da Alemanha), teve que assumir grandes responsabilidades ainda muito novo: aos 14 anos, após a partida do padrasto – os pais tinham-se divorciado quando ele tinha dois anos –, ficou a seu cargo a tarefa de cuidar da mãe, doente de esclerose, e ajudar a criara a irmã mais nova. Militante da União Democrata Cristã desde os 20 anos, actualmente presidida por Angela Merkel, Wulff tinha apenas 34 anos quando desafiou nas eleições regionais da Baixa Saxónia Gerhard Schröder, então o homem forte do Partido Social Democrata (SPD)e que viria a tornar-se chanceler. Em 2003, Wulff conseguiu finalmente conquistar aquele governo regional, tirando-o das mãos da esquerda então liderada por Sigmar Gabriel (actual presidente do SPD), e foi reeleito em 2008.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filha imigração filho mulher homem social divórcio
Como “Bibi” deixou de ser “rei de Israel”
Netanyahu ignorou os protestos populares em 2011 e acreditou que se manteria no poder com uma confortável maioria de direitistas e ultra-ortodoxos. Foi surpreendido com um empate que o obriga a ponderar uma aliança com o “centro-esquerda”. (...)

Como “Bibi” deixou de ser “rei de Israel”
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DATA: 2013-01-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Netanyahu ignorou os protestos populares em 2011 e acreditou que se manteria no poder com uma confortável maioria de direitistas e ultra-ortodoxos. Foi surpreendido com um empate que o obriga a ponderar uma aliança com o “centro-esquerda”.
TEXTO: Nos meses que precederam as eleições desta terça-feira em Israel, Benjamin Netanyahu parecia obcecado com a “ameaça nuclear iraniana”, a ponto de ter dado um ultimato a Barack Obama quando este preparava o seu segundo mandato. Subitamente, porém, durante a campanha, a ênfase foi dada à expansão dos colonatos. Era preciso responder a outra “ameaça”: a ascensão do rival de extrema-direita Naftali Bennett, que prometia anexar 60% da Cisjordânia e “purificar o Estado judaico”. O primeiro-ministro ignorou, porém, que a maior preocupação dos israelitas não eram os conflitos com persas e palestinianos, mas a crise económica. E “Bibi”, ainda que o mais votado, foi derrotado por um voto de protesto. A aliança Likud-Yisrael Beiteinu, formada entre Netanyahu e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Avigdor Lieberman, mantém-se no Parlamento, mas com menos deputados – desceu de 42 de um total de 120 para 31 –, e será forçada, provavelmente, a formar uma coligação com o chamado “centro-esquerda”, graças ao surpreendente segundo lugar (19) do partido Yesh Atid (“Há Um Futuro”), de Yair Lapid. Em terceiro, ficaram os trabalhistas, de Shelly Yachimovitch (15). Na quarta posição, colocaram-se os ultra-religiosos mizrahim (judeus de origem no Médio Oriente e Norte de África) do Shas, que consideraram “um milagre” os seus 11 deputados face ao descalabro dos seus parceiros de governo. Ao contrário do que previam todas as sondagens (jamais fiáveis em Israel), o Habayit Hayehudu (“Casa Judaica”), do milionário, ex-dirigente dos colonos e antigo major de elite Naftali Bennett, ficou em 5º lugar e não em 3º, mas subiu de cinco para 11 deputados a representação parlamentar do antigo Mafdal, ou Partido Religioso Nacional, que ele refundou o Novembro de 2012. O Kadima, de Shaul Mofaz, deixou de ser o maior bloco – de 28 lugares restaram-lhe dois. O Meretz (esquerda sionista) duplicou o número de deputados para seis. O Hatnuah (“Movimento”, centro-direita), da ex-chefe da diplomacia Tzipi Livini que antes pertenceu ao Likud e ao Kadima, teve apenas seis assentos – previa 15 a 17. Quanto aos partidos onde predominam os palestinianos de cidadania israelita e que reclamam um “Estado de todos os cidadãos e não um Estado judaico”: a Lista Árabe Unida- Ta’al, subiu um lugar, para cinco; o Hadash e o Balad retiveram os seus quatro e três lugares, respectivamente. Uma das grandes esperanças da esquerda não sionista, a palestiniana Asma Agbaria-Zahalka, do Partido dos Trabalhadores Da’am (que inclui judeus e árabes), não conseguiu ultrapassar o limiar de 2% dos votos. Teria feito história como primeira mulher e primeira árabe a liderar um partido no Knesset. “Só em Israel um político ganha perdendo”, observou o analista judeu norte-americano Jeffrey Goldberg, na sua coluna no site Bloomberg. Lapid será agora o fiel da balança, embora a senhora Yachimovitch já o tenha desencorajado a juntar-se a Netanyahu. Talvez, para que ela própria (sob pressão do partido para se demitir), possa manter-se na liderança, face ao resultado “desencorajador” (como assumiu) dos trabalhistas. Perante o empate 60-60 no Knesset, comentadores como Ali Gharib, no Daily Beast, admitem a possibilidade de o Presidente, Shimon Peres, por alguns considerado “a verdadeira força da oposição”, optar por escolher o campo do “centro-centro” para formar uma coligação, se Netanyahu estiver mais inclinado a formar governo com Bennett, o Shas e outros religiosos. Seja qual for a solução, prevêem-se negociações difíceis nas próximas seis semanas – o prazo para formar nova coligação. O sistema eleitoral israelita, concebido após a criação do Estado em 1947, para que todos, grandes e pequenos, tivessem voz, não permite governos maioritários. Os potenciais primeiros-ministros são, assim, obrigados a regatear como comerciantes de bazar. Especula-se que “Bibi” possa oferecer os Negócios Estrangeiros a Lapid, retirando esta pasta a Lieberman, o imigrante russo com processos judiciais em curso. Lapid é uma antiga estrela do jornalismo televisivo, filho de um veterano da política israelita profundamente secular. O seu pai, Tommy, estava em permanente colisão com os ultra-ortodoxos, e é natural que a nova estrela que ofuscou Bennett mantenha a promessa de acabar com a isenção do serviço militar obrigatório dos mais religiosos (algo que Bibi” foi incapaz de impor). Embora inicialmente se manifestasse “a favor da paz, Yair fez campanha nos colonatos, defendendo o controlo sobre a maioria destas comunidades judaicas na Cisjordânia, e opondo-se a uma partilha da soberania de Jerusalém com os palestinianos – os grandes ausentes destas eleições. Muitos analistas locais vêem-no como uma personalidade ambiciosa e maleável que Netanyahu facilmente manipulará. E será fácil de manipular porque não são os palestinianos – os grandes ausentes da campanha apesar dos recentes combates com o Hamas na Faixa de Gaza – o que mais preocupa os israelitas. Há 18 meses, o país, que era o mais próspero do Médio Oriente, foi assolado por gigantescos protestos, sobretudo em Telavive e em Jerusalém. Entre as várias reivindicações de milhares de manifestantes estavam, designadamente, o fim da subida de impostos e a descida dos preços das casas, que registaram um salto recorde de 40% durante o mandato anterior de Netanyahu. No seu Relatório Anual da Pobreza 2012, a organização israelita Latet, que ajuda os mais desfavorecidos, apresenta elementos perturbadores: “metade das crianças de famílias carenciadas” (são sobretudo haredim ou ultra-religiosos e palestinianos de cidadania israelita) foram obrigados a deixar a escola e a trabalhar para subsistir; só 4% dos idosos com subsídios do Estado “conseguem viver com dignidade”; 15% da população teve de procurar um segundo emprego para aumentar o salário mensal; 18% precisaram de contrair empréstimos bancários, sobretudo para a habitação, cujos preços aumentaram mais de 40%. Tendo concentrado todas as energias no campo da segurança, Netanyahu descurou este flanco e foi agora penalizado pelos eleitores. Para Jeffrey Goldberg, acabou-se o reinado de “Bibi”, a figura arrogante que contratou estrategas eleitorais americanos e se fez fotografar ao lado do actor de filmes violentos Chuck Norris, para enfatizar a sua fama de “falcão”. Para os editorialistas do diário Ha’aretz, “Netanyahu é um homem do passado” que “perdeu na esfera política [doméstica], na esfera política externa e na esfera socioeconómica” . Com Israel perante um período de “incerteza”, o seu fracasso como líder “coloca em dúvida se ele se manterá no poder”.
REFERÊNCIAS:
MP acusa rede que usava dezenas de crianças para praticar crimes
Organização desmantelada há um ano integrava 46 arguidos, a maioria de nacionalidade bósnia. (...)

MP acusa rede que usava dezenas de crianças para praticar crimes
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DATA: 2013-10-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Organização desmantelada há um ano integrava 46 arguidos, a maioria de nacionalidade bósnia.
TEXTO: O Ministério Público (MP) deduziu acusação contra 46 arguidos, a maioria de nacionalidade bósnia, que integravam uma rede desmantelada há um ano que usava dezenas de crianças para a prática de crimes. No comunicado publicado nesta sexta-feira no site da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa lê-se que a acusação foi proferida a 30 de Setembro e que ficou indiciado que os arguidos formavam um grupo criminoso transnacional que se dedicava à prática reiterada de furtos em Portugal, “dos quais auferiam elevados proventos económicos, uma vez que viviam exclusivamente desta actividade criminosa”. Segundo o MP, estão acusados de associação criminosa, associação criminosa para o auxílio à imigração ilegal, imigração ilegal, furtos qualificados, burlas informáticas, falsificação de documentos e violência doméstica “em concurso aparente com maus tratos de menores”. Estes arguidos foram detidos há um ano (a 11 e 12 de Outubro), na zona da Grande Lisboa, numa operação conjunta do MP, a GNR e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, durante a qual foram localizadas 30 crianças sem documentos de identidade em estado “de abandono e de maus tratos” e usadas para a prática de crimes. Desde então que 16 arguidos estão em prisão preventiva. “Os líderes desta organização auferiam elevados proventos com esta actividade criminosa, mantinham uma logística em várias casas onde aparentavam constituir-se como famílias com crianças, mas onde na realidade as crianças permaneciam em estado de completo abandono, sem assistência médica ou a alimentação necessária, em estado de sofrimento e fome”, lê-se. Quando esta rede foi desmantelada, a GNR e o SEF emitiram um comunicado dizendo que se efectuaram 20 detenções e oito buscas domiciliárias, em que foram apreendidas sete viaturas de alta cilindrada e mais de 100 mil euros. A investigação, esclareciam, permitiu apurar que os elementos do grupo se dedicavam exclusivamente à actividade criminosa e que, oriundos da Europa dos Balcãs, praticavam múltiplos ilícitos criminais, como associação criminosa, auxílio à imigração ilegal, tráfico de pessoas, falsificação de documentos e de cartões de crédito e débito, branqueamento de capitais, furto simples e qualificado, maus tratos a menores, entre outros. Os homens, adiantavam, controlavam um grupo de mulheres que roubavam carteiras e tinham como alvo turistas estrangeiros, em sítios como Fátima, Algarve, Lisboa e Porto. Eram eles que transportavam as mulheres em carros de alta cilindrada; elas entregavam depois o que tinham roubado aos cabecilhas. "Os elementos do grupo habitam diversas casas, fazendo crer que se trata de famílias normais, incluindo a presença de crianças (. . . ), que se supõe serem filhos das mulheres que praticam os mencionados furtos. Durante o dia, as crianças são fechadas e abandonadas nas casas ou ficam na companhia dos homens, não frequentando a escola. "
REFERÊNCIAS:
Entidades GNR SEF
Helena Costa, apresentada em Clermont, pede um tratamento normal
A apresentação da primeira treinadora de uma equipa profissional de futebol na Europa levou mais de cem jornalistas à cidade francesa. (...)

Helena Costa, apresentada em Clermont, pede um tratamento normal
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DATA: 2014-05-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: A apresentação da primeira treinadora de uma equipa profissional de futebol na Europa levou mais de cem jornalistas à cidade francesa.
TEXTO: Não deve ter havido muitas apresentações de treinadores que tenham motivado tanto interesse mediático como a de Helena Costa no Clermont-Foot, esta quinta-feira. A mensagem daquela que é, agora oficialmente, a primeira treinadora de uma equipa profissional europeia foi clara: “Quero que se julgue o meu trabalho como se eu fosse um homem”. O pequeno clube da segunda divisão francesa recebeu mais de uma centena de pedidos de acreditação de 65 órgãos de comunicação para a primeira conferência de imprensa da portuguesa que se tornou pioneira no mundo do futebol. A treinadora de 36 anos fez uma breve apresentação e quis, desde logo, definir o seu estilo. “Sou uma pessoa exigente comigo mesma e com a minha equipa, mas sobretudo comigo mesma”, afirmou Helena Costa, citada pelo Twitter do clube. — Clermont Foot (@ClermontFoot) May 22, 2014Helena Costa queria mesmo era falar de futebol e utilizou o português, o francês e o inglês para se exprimir perante os jornalistas presentes. Disse que já esteve reunida com a restante equipa técnica e aferiu os pontos a melhorar no Clermont. “É preciso trabalhar no sector da defesa à zona, mas também ao nível da criação de jogo”, observou Helena Costa, que passou pelas selecções femininas do Qatar e do Irão. Descrita como uma treinadora ambiciosa, Helena Costa quis vincar isso mesmo no primeiro contacto ao serviço do novo clube: "Ganhar é a palavra que o Clermont Foot vai ter a partir de agora. "Ao seu lado, o presidente do clube do segundo escalão, Claude Michy, reiterou a confiança na portuguesa, uma escolha "inteiramente" dele. A decisão de contratar uma treinadora é vista por muitos como uma manobra de marketing para dar visibilidade ao emblema, pouco conhecido fora do hexágono francês, e que, até ver, está a dar resultados. No entanto, Michy fez questão de garantir que, "apesar de toda a efervescência à volta da nomeação, o clube vai manter os seus valores e não cair no superficial". Para que a equipa melhore o 14. º lugar desta época, Helena Costa apelou mesmo ao apoio da comunidade portuguesa na região. E tudo indica que os emigrantes portugueses da cidade vão responder à chamada. "Ela vai ter muitos apoiantes porque há muitos portugueses aqui e queremos que a nossa comunidade mostre que somos capazes de fazer grandes coisas", garantiu, em declarações à Lusa, Fernando Pinto, treinador do clube regional Portugal Football Club Clermont. Mas a grande questão não a abandonou. Helena Costa é a primeira mulher a tornar-se treinadora principal de uma equipa profissional na Europa. “O impacto da minha nomeação foi enorme”, reconheceu. “Mas eu gostaria que me olhassem como uma pessoa normal e quero que se julgue o meu trabalho como se eu fosse um homem”, afirmou a treinadora, citada pelo jornal L’Équipe. Afastada por Helena ficou logo a ideia de a sua contratação se tratar de uma questão de marketing. "Não encaro isto como uma aventura, mas como a minha profissão, conhecendo todos os desafios que isto envolve e gostava que não olhassem para isto como uma aventura nem uma jogada de marketing", disse aos jornalistas. A ideia não devia ser difícil de aceitar, segundo Helena Costa. “Como os homens, se eu não tiver bons resultados, serei demitida como qualquer treinador. ” “É normal”, concluiu. Esta semana, o treinador da equipa feminina sueca do Tyreso - que está presente na final da Liga dos Campeões em Lisboa - alertou para a possibilidade de Helena Costa sofrer uma pressão extra por ser mulher. "Talvez seja um pouco injusto, porque ela poderá sofrer um pouco mais de pressão para ter um bom desempenho, em vez de ser apenas mais um treinador", observou Tony Gustavsson, citado pela Lusa. Ainda assim, Gustavsson considera que Helena Costa "não aceitaria o convite se achasse que não estava preparada". Mais do que conjecturas, será a prestação em campo dos homens de Helena que vai mostrar até onde pode ir a treinadora portuguesa, já apelidada de "Mourinho de saias".
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens campo mulher homem comunidade feminina
Julia Gillard apostou na vitória fácil mas a Austrália pode virar à direita
Sondagens não descansam líder trabalhista, há apenas dois meses no poder. Campanha fértil em intrigas e ataques sem quartel dos conservadores tornam resultado imprevisível. (...)

Julia Gillard apostou na vitória fácil mas a Austrália pode virar à direita
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.359
DATA: 2010-08-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Sondagens não descansam líder trabalhista, há apenas dois meses no poder. Campanha fértil em intrigas e ataques sem quartel dos conservadores tornam resultado imprevisível.
TEXTO: Tudo parecia sorrir a Julia Gillard, a primeira mulher a chefiar o Governo australiano, quando em Julho decidiu convocar eleições antecipadas. Coroada por um partido que não hesitou em destronar o em tempos popularíssimo Kevin Rudd, a nova líder trabalhista herdou uma das poucas economias mundiais a escapar ilesa à crise e as sondagens confirmavam-na como a preferida dos eleitores. Mas uma campanha fértil em ataques pessoais e intrigas - "própria de um enredo de novela", na descrição da Economist - tornou imprevisível o desfecho das legislativas que este sábado levam 14 milhões de australianos às urnas. A Austrália não gosta de instabilidade e isso joga a favor de Gillard. Há 80 anos que um governo em primeiro mandato (Rudd foi eleito em 2007, pondo fim a 11 anos de poder conservador) não é reeleito e é preciso recuar até à II Guerra Mundial para encontrar um executivo sem maioria no Parlamento. As últimas sondagens, porém, dão pouca margem de conforto à primeira-ministra. O Labor tem 52 por cento das intenções de voto, a apenas três pontos da coligação liberal encabeçada por Tony Abbott - números que se podem traduzir numa maioria escassa para os trabalhistas na Câmara dos Representantes ou mesmo num empate entre as duas formações, o que colocaria o poder nas mãos de um punhado de independentes, mais próximos dos liberais. A oposição "fez uma campanha impiedosa" contra as políticas económicas e de imigração do Governo - dois dos temas mais caros aos australianos - disse ao Financial Times o jornalista David Marr. "Houve uma feroz campanha de manipulação da realidade. "Campanha torpedeadaMas a maioria dos obstáculos foram criados pelos próprios trabalhistas. A saída de Rudd era considerada inevitável, face ao colapso da sua popularidade depois de ter abandonado os planos para a redução das emissões de dióxido de carbono - o seu grande desígnio - e de se ter envolvido numa guerra com as todo-poderosas empresas mineiras, às quais pretendia impor um imposto de 40 por cento sobre os lucros. Gillard, a determinada vice-primeira-ministra, era a escolha natural para o seu lugar. Só que o "regicídio" - consumado numa eleição interna em Junho - soou a traição para muitos australianos, em especial no estado de Queensland, o bastião de Rudd na costa leste, onde (ironicamente) serão decididas estas eleições. E o pior estava para vir. Gillard foi acusada de ceder aos lobbies mineiros ao baixar para 30 por cento o valor da nova taxa. Fugas de informação, que as más-línguas dizem ter tido origem no ex-primeiro-ministro, revelaram que Gillard se opôs a medidas que agora promove. E, num país onde os homens estão em maioria, a primeira mulher a chefiar o Governo foi criticada por viver em união de facto, não ter filhos, mas também pelo seu penteado ou escolha de vestuário. Tony Abbott é a sua antítese e fez disso um trunfo na campanha. Protegido do ex-primeiro-ministro John Howard, este antigo seminarista católico, casado e com três filhas, cultiva a imagem de conservador e pai de família. A sua campanha não foi isenta de embaraços (ex-dirigentes do partido acusaram-no de falta de preparação económica), mas escapou às gaffes que o tornaram conhecido e atacou sem descanso o legado trabalhista. Se vencer, garante, deitará para o lixo o anunciado imposto ao sector mineiro, mas também os planos para limitar as emissões de CO2 ou para dotar o país de uma rede de Internet de alta velocidade. A sua prioridade é garantir que a Austrália regressa rapidamente a uma situação de superavit e, sobretudo, barrar a entrada aos imigrantes ilegais. Para tal, quer reactivar os polémicos campos de detenção no Pacífico Sul, criados por Howard.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens guerra imigração mulher
Marine Le Pen é a nova líder da extrema-direita francesa
Em 2012, Nicolas Sarkozy pode ter de enfrentar um Le Pen nas eleições presidenciais. Mas não será o velho tribuno da extrema-direita francesa e sim a sua filha Marine Le Pen, (...)

Marine Le Pen é a nova líder da extrema-direita francesa
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.074
DATA: 2011-01-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Em 2012, Nicolas Sarkozy pode ter de enfrentar um Le Pen nas eleições presidenciais. Mas não será o velho tribuno da extrema-direita francesa e sim a sua filha Marine Le Pen,
TEXTO: Um estudo de opinião publicado pela revista Marianne revela que ela pode ter 18 por cento dos votos. O primeiro passo para isso será dado este fim-de-semana se, como tudo indica, Marine for designada a nova líder da Frente Nacional (FN), no congresso de Tours. O seu nome só será anunciado no domingo, mas já hoje, fontes do partido disseram à BBC que a escolha já está feita. Marine Le Pen, uma soixante-huitarde, como gosta de se intitular (porque nasceu em 1968), traz uma nova estratégia: a da "desdiabolização" do partido de extrema-direita, introduzindo novas temáticas. Entre elas a defesa da laicidade e a luta contra a "islamização" de França, em vez da simples luta contra a imigração, ou a defesa de liberdades inéditas num partido que tem sido sobretudo masculino: direitos das mulheres, contracepção e uniões de facto. "O que muda com ela são as posturas ideológicas: sobre a Segunda Guerra Mundial, a herança pétainista, o passado colonial de França. É uma ruptura geracional", disse ao jornal Libération Sylvain Crépon, investigador do Laboratório Sophiapol na Universidade Paris-Ouest-Nanterre. "Sobre o islão, ela está mais em linha com um Geert Wilders, da Holanda, do que com a velha guarda xenófoba e colonialista da FN. "Islão ao contrárioDurante a campanha para as eleições internas, frente a Bruno Gollnish, o outro vice-presidente, que durante muito tempo foi considerado o delfim de Jean-Marie, Marine gerou indignação ao comparar as orações dos muçulmanos nas ruas com a ocupação de França pela Alemanha nazi. "É uma ocupação de bairros em que se aplica a lei religiosa. Não há blindados, não há soldados, mas é uma ocupação e pesa sobre os habitantes", disse. Em consequência destas palavras, Marine Le Pen está a ser alvo de um pré-inquérito policial, para determinar se há motivos para proceder judicialmente por incitamento ao ódio. Mas o estudo de opinião feito para a Marianne revela que 24 por cento dos franceses, independentemente da sua cor política, concordam com as posições dela sobre o islão. E 30 por cento apoiam a sua oposição à tolerância da imigração. O barómetro TNS Soufres, publicado pelo jornal Le Monde, apontava como temas comuns da FN e da UMP, o partido da direita no poder, do Presidente Sarkozy, a defesa dos valores tradicionais e a insuficiente severidade da justiça face à pequena delinquência. E esse é um dos temas-bandeira de Marine Le Pen - e de que Sarkozy se apropriou, o que lhe permitiu ganhar as eleições de 2007. O resultado é que 46 por cento dos franceses concordam com as posições radicais da herdeira Le Pen sobre a segurança, segundo a sondagem de Marianne. Logo a seguir, como possíveis unificadores da direita, vêm os temas como "há demasiados imigrantes em França" ou "o islão e os muçulmanos têm direitos a mais". 21 de Abril ao contrárioEsta combinação de interesses e preocupações produz um caldo que satisfaz as ambições da benjamim da família Le Pen, que nunca escondeu que a disputa da liderança da FN constituía uma espécie de primária para designar o candidato do partido às presidenciais de 2012. "Em causa está igualmente pronunciar-se sobre o projecto político que trago", disse ela. As suas possibilidades como candidata presidencial, pelo que mostram as sondagens, não são más. Segundo o estudo da Marianne, oscilam entre 18 por cento (se o candidato socialista for Dominique Strauss-Kahn) e 17 por cento (se o socialista a ir às urnas for Martine Aubry), com um potencial de crescimento até 20 por cento. São previsões mais elevadas do que os valores obtidos pelo seu pai a 21 de Abril de 2002 (16, 86 por cento), quando conseguiu passar à segunda volta das eleições presidenciais, juntamente com Jacques Chirac, e eliminado o candidato socialista, Lionel Jospin.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos guerra lei imigração estudo espécie mulheres
Nascidos no pós-25 de Abril juntam-se contra risco de "retrocesso civilizacional"
Indignados com o Portugal de hoje, nascidos no pós-25 de Abril de 1974 juntaram-se num manifesto contra o risco de "retrocesso civilizacional" no País, perante a "precariedade no trabalho" e o "desinvestimento" em direitos adquiridos com a Revolução. (...)

Nascidos no pós-25 de Abril juntam-se contra risco de "retrocesso civilizacional"
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Indignados com o Portugal de hoje, nascidos no pós-25 de Abril de 1974 juntaram-se num manifesto contra o risco de "retrocesso civilizacional" no País, perante a "precariedade no trabalho" e o "desinvestimento" em direitos adquiridos com a Revolução.
TEXTO: A poucos dias das comemorações dos 37 anos da Revolução dos Cravos, mais de 60 subscritores do documento consideram que muitas das conquistas, com as quais se identificam enquanto "filhos de Abril", estão a diluir-se. "O Inevitável é Inviável", assim se designa o manifesto, é assinado, nomeadamente, por artistas, estudantes, desempregados, activistas de direitos das mulheres e dos imigrantes e organizadores do protesto "Geração à Rasca". O escritor José Luís Peixoto, a compositora Celina Piedade, a jurista Marta Rebelo ou o humorista Jel, dos Homens da Luta, e Tiago Gillot, do movimento Precários Inflexíveis, são alguns dos nomes que dão voz ao manifesto. Um "grito de alerta" contra a ideia de que "só há uma saída" possível, a das políticas de austeridade, para os problemas que Portugal enfrenta, assinala à agência Lusa Lídia Fernandes, desempregada, uma das subscritoras do documento. E que problemas Portugal enfrenta? "Tendência para 'precarizar' as relações de trabalho, diminuir o investimento no emprego, enfraquecer e desmantelar o Estado social, com cortes na saúde, educação e protecção social", enumera. Os subscritores do manifesto reclamam alternativas, que, para a activista dos direitos das mulheres e dos imigrantes, "não podem ser no sentido de um retrocesso civilizacional e democrático" em que o País está "em risco". É que, segundo Lídia Fernandes, existe em Portugal o perigo, "dificilmente reversível", de "um recuo grande" em termos de direitos económicos, cívicos e sociais. Uma opinião partilhada por Miguel Cardina, outro dos subscritores do "grito de revolta" contra a situação actual do País, onde "as pessoas vivem mal". O historiador, que integra o movimento anti-austeridade Portugal Uncut, fala num "ataque constante, muitas vezes subliminar", a "conquistas de Abril" como o emprego, a escola pública e o Serviço Nacional de Saúde e teme o "agravamento das desigualdades sociais", o "perigo de alterações constitucionais", o "desmantelamento" da saúde gratuita para todos. Por isso, defende uma "mudança política e social", que envolva toda a sociedade, porque "a democracia não é compatível com a inevitabilidade" da crise e da intervenção externa do Fundo Monetário Internacional. João Labrincha, um dos organizadores da manifestação "Geração à Rasca", que juntou em Março milhares de portugueses nas ruas, advoga "uma renovação do espírito do 25 de Abril", até porque "muitas das coisas pelas quais as pessoas lutavam na altura continuam a ter muita actualidade" e, nalguns casos, ressalva, "tem havido alguns retrocessos", dando como exemplo a "precariedade laboral". Licenciado em Relações Internacionais mas desempregado, Labrincha sustenta que a democracia alcançada em 1974 só ficará "completa" com "uma participação cívica mais activa". E isso, critica, tem faltado ao longo de 37 anos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos homens escola educação ataque social mulheres
Marinho Pinto critica aplicação da prisão preventiva a jovens envolvidos em caso de agressão
O bastonário da Ordem dos Advogados criticou este sábado a aplicação da prisão preventiva aos dois jovens envolvidos no caso de agressão de uma menor, considerando tratar-se de uma medida de um sistema judicial "da Idade Média”. (...)

Marinho Pinto critica aplicação da prisão preventiva a jovens envolvidos em caso de agressão
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.1
DATA: 2011-05-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: O bastonário da Ordem dos Advogados criticou este sábado a aplicação da prisão preventiva aos dois jovens envolvidos no caso de agressão de uma menor, considerando tratar-se de uma medida de um sistema judicial "da Idade Média”.
TEXTO: “Estou estupefacto. É terrível. Isto é um sistema judicial da Idade Média”, disse Marinho Pinto, durante uma conferência em Sintra, organizada pelo grupo 19 da Amnistia Internacional. O bastonário da Ordem dos Advogados discursava para duas dezenas pessoas sobre a evolução dos direitos humanos em Portugal após a revolução de 1974 e na actualidade. Marinho Pinto criticou o sistema judicial português, adiantando que é um sistema “medieval, de poder ilimitado, de poder pelo poder” que não respeita as pessoas. “O sistema judicial não evoluiu. As vestes são as mesmas, os discursos são os mesmos e o imobilismo é característico”, disse o bastonário. Uma das agressoras da adolescente vítima de violência e o alegado autor de um vídeo que mostra as agressões na Internet ficaram em prisão preventiva, informou hoje Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa. O Ministério Público (MP) fez hoje a apresentação dos arguidos ao juiz de instrução criminal para determinação das medidas de coação a uma das agressoras da adolescente e ao alegado autor do vídeo colocado na Internet. O vídeo, que já foi retirado da página do Facebook, mostra duas jovens a agredirem uma terceira, de 13 anos, à chapada e ao pontapé perante a passividade de outros adolescentes. A vítima chega mesmo a ser deitada ao chão e aí são-lhe dados pontapés em várias partes do corpo, incluindo na cabeça. A agressora detida tem 16 anos, enquanto a outra tem 15, pelo que foi extraída certidão para ser enviada ao Tribunal de Família e Menores de Lisboa, para instauração de inquérito tutelar educativo. A PSP efectuou na sexta-feira a detenção dos alegados autores do crime. Marinho Pinto traçou um balanço negativo da evolução dos direitos humanos em Portugal com maior incidência na última década. “Temos violações de direitos humanos com particular incidência nas prisões, nos imigrantes e na violência doméstica, mas também nos postos de polícia”, afirmou. O bastonário adiantou que as violações de direitos humanos nas esquadras se devem “ao frenesim da investigação criminal com a necessidade de apresentar culpados para os crimes que são anunciados pela comunicação social”. No final da conferência, o responsável disse à agência Lusa que os tribunais são também um local onde se viola diariamente os direitos humanos. “Veja-se o que ocorreu hoje ao decretarem a prisão preventiva a uma jovem de 16 anos por causa de uma situação daquelas. É terrível quando temos aí crimes, assassinatos, assaltos a ourivesaria, a caixas multibanco permanentemente. Podemos ter uma ideia dos nossos tribunais e da nossa justiça”, reiterou.
REFERÊNCIAS:
Entidades PSP