Para compensar o envelhecimento, países ricos devem abrir portas aos imigrantes
Recomendações do Banco Mundial mostram como usar mudanças demográficas globais no combate à pobreza. (...)

Para compensar o envelhecimento, países ricos devem abrir portas aos imigrantes
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 11 Migrantes Pontuação: 12 | Sentimento 0.187
DATA: 2015-10-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Recomendações do Banco Mundial mostram como usar mudanças demográficas globais no combate à pobreza.
TEXTO: As migrações podem ajudar os países a ajustar-se às mudanças demográficas mundiais, que tendem a ser desiguais consoante o nível de desenvolvimento económico das nações. Essa é uma das mensagens mais fortes do relatório do Banco Mundial Objectivos de Desenvolvimento numa Era de Alterações Demográficas, divulgado nesta quarta-feira. Mais de 90% da pobreza global concentra-se nos países com rendimentos mais baixos, e onde a população em idade activa vai crescer de forma significativa nos próximos anos. Mas três quartos do crescimento económico mundial é gerado em países onde por vezes a taxa de fertilidade bateu tão fundo que já não são repostas as gerações (2, 1 filhos por casal), como em Portugal. Nestas nações, há cada vez menos habitantes e cada vez mais pessoas idosas, que necessitam de mais cuidadores. A multiplicação de notícias sobre migrantes que esbarram nos muros do mundo rico fazem-nos temer um mundo a duas velocidades, mas o que o Banco Mundial diz que não tem de ser assim. “Com um conjunto de políticas adequado, esta era de mudanças demográficas pode ser um motor de crescimento económico”, afirmou o presidente desta instituição promotora do desenvolvimento, Jim Yong Kim. “Se os países com populações envelhecidas criarem caminhos para os refugiados e os migrantes participarem na economia, todos beneficiam. Os dados sugerem que os migrantes trabalham no duro e contribuem mais com os seus impostos do que consomem em serviços sociais”, escreve no prefácio. Estima-se que existam 700 milhões de pobres no mundo – pessoas que vivem com menos de 1, 9 dólares por dia (1, 69 euros) –, menos que os 900 milhões de 2012. Em termos de rendimentos, a pobreza está a reduzir-se, mas para além da Ásia do Sul e outros pontos importantes, está a concentrar-se na África subsariana. Ali vive, em 2015, 14% da população mundial e, até 2050, metade do crescimento populacional global acontecerá neste continente. Os países mais ricos têm 17% da população mundial, mas foram responsáveis por 42% do Produto Interno Bruto global entre 2000 e 2014 e por 60% da actividade económica em 2014, quantifica o relatório. “Metade da população mundial – e a maioria dos pobres do mundo – vive em países onde a percentagem da população em idade activa (15-64 anos) está a crescer. A outra metade vive em países nos quais a população está a envelhecer e a população activa decresce. Torna-se necessário adaptar as políticas às mudanças demográficas”, diz o Banco Mundial, que sugere uma série de medidas. Fala, por exemplo, na “criação de um mercado de trabalho mais inclusivo”, investindo no capital humano, na perspectiva de criar emprego para pessoas mais velhas, mas também na necessidade crescente de aumentar as despesas com os idosos e de garantir pensões que não deixem os mais velhos vulneráveis. Mas indica também uma série de medidas para facilitar a livre circulação de estudantes e trabalhadores estrangeiros, para assegurar funções nos países ricos que têm falta de população em idade activa. Recomenda ainda uma abertura ao comércio internacional, que facilite o desenvolvimento dos países jovens e garanta benefícios aos mais ricos. É uma questão de partilha de interesses: os mais pobres continuam a ter sérias dificuldades para escapar à pobreza, e os grandes motores do crescimento mundial estão a perder força. “Por isso, todos os países devem aproveitar as oportunidades dos fluxos de capital, da migração internacional e do comércio mundial”, diz o relatório.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Na Síria, o rastilho de uma outra guerra
Não haverá acções diplomáticas eficazes que refreiem o terrível “discurso” das armas na Síria? (...)

Na Síria, o rastilho de uma outra guerra
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 11 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-10-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Não haverá acções diplomáticas eficazes que refreiem o terrível “discurso” das armas na Síria?
TEXTO: Anteontem escrevemos, a propósito da Síria, que ninguém ali quereria uma guerra internacional. Nem mesmo a Rússia, apesar de insistir em apoiar militarmente Assad. Só que ontem a Rússia, ao iniciar de forma inesperada bombardeamentos na Síria (o Pentágono foi avisado horas antes), pareceu desmentir tal ideia. Não por ter sido a primeira a fazê-lo (os EUA já bombardeiam ali posições de extremistas há pouco mais de um ano), mas por causa dos alvos atingidos. Se os EUA têm bombardeado posições do autodenominado Exército Islâmico (EI) e da Frente Al-Nusra, ligada à Al-Queda, as bombas russas terão atingido zonas em poder dos rebeldes moderados anti-Assad. Para eles, faz sentido: Assad classifica como “terroristas” todos os que se lhe opõem, no que é seguido pela Rússia, enquanto os EUA e a União Europeia fazem uma distinção entre os rebeldes anti-Assad (que apoiam) e os partidários do extremismo islâmico, com o EI à cabeça (que ajudam a combater). No terreno, com aviões norte-americanos e russos a cruzarem os ares, apesar do acordo tácito de não se enfrentarem ou sequer encontrarem, há já o rastilho de uma guerra à escala internacional. Se alguém o acenderá é o que resta saber. Com ajuda russa, agora plena, Assad irá tentar garantir a sua “ordem” – que não é a mesma que o Ocidente deseja para a Síria, pois Assad quer perpetuar a sua ditadura a pretexto de estancar o caos (que tem motivado o êxodo de refugiados para a Europa), enquanto o Ocidente ambiciona vê-lo afastado do poder e substituído por um governo eleito de forma democrática e não fraudulenta. Olhando o mapa da Síria (ver pág. 3) percebe-se que o país é hoje um mosaico de poderes, armados e rivais, e que só uma solução que leve ao estancar da guerra e não ao seu agravamento poderá “normalizar” a prazo a situação. Só que, de momento, a voz mais audível é a das armas. Não haverá acções diplomáticas eficazes que refreiem o seu terrível “discurso”?
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Kerry insiste na partida de Assad mas não fixa prazos
Washington já tinha deixado cair exigência de transição que afastasse por completo líder do regime. Mas declaração ganha importância acrescida pelo contexto em que é feita. (...)

Kerry insiste na partida de Assad mas não fixa prazos
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 11 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-10-01 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20151001203659/http://www.publico.pt/1708365
SUMÁRIO: Washington já tinha deixado cair exigência de transição que afastasse por completo líder do regime. Mas declaração ganha importância acrescida pelo contexto em que é feita.
TEXTO: O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, reafirmou a exigência de o Presidente sírio, Bashar al-Assad, deixar o poder. Mas deixou o calendário dessa saída em aberto. “Não tem de ser no primeiro dia ou no primeiro mês… Há um processo segundo o qual todas as partes devem encontrar-se e chegar a um entendimento sobre como isso pode ser conseguido”, disse Kerry este sábado, em Londres, depois de um encontro com o homólogo britânico, Philip Hammond, que manifestou o seu total acordo. “Estamos prontos a negociar”, afirmou o chefe da diplomacia dos EUA. “Assad está pronto a negociar, a negociar verdadeiramente? A Rússia está disposta a levá-lo à mesa das negociações e a encontrar uma solução para esta violência?”“Há ano e meio que dizemos que Assad deve partir, mas, o calendário e as modalidades, devem ser decididas no quadro do processo de [negociações] de Genebra”, declarou também, citado pelas agências noticiosas. A Administração norte-americana tinha já, como disse o secretário de Estado, deixado cair a exigência de uma transição política que afastasse por completo o Presidente sírio. Mas a declaração deste sábado ganha renovada importância por se feita num momento em que EUA e Rússia dão sinais de disponibilidade para cooperarem no combate ao autoproclamado Estado Islâmico, apesar de estarem em campos opostos no relacionamento com o regime de Damasco. Os EUA e a Rússia estão em conversações militares sobre a Síria, oficialmente destinadas a evitar incidentes entre forças dos dois países no terreno – onde uma coligação internacional liderada pelos EUA bombardeia o autoproclamado Estado Islâmico. O reforço do apoio russo a Assad – acompanhado da disponibilidade para enviar tropas para lutar contra o Estado Islâmico –, a aparente maior debilidade das forças do regime bem como a crise dos refugiados na Europa parecem contribuir para um novo olhar sobre Assad e para as actuais movimentações diplomáticas. Numa entrevista ao jornal The Guardian publicada nesta terça-feira, o antigo Presidente finlandês Martti Ahtisaari, revelou que, em 2012, a Rússia sugeriu que Assad poderia deixar o poder no âmbito de negociações entre o regime e a oposição, mas a proposta foi ignorada pelos países ocidentais, que acreditavam que o Presidente sírio seria derrubado em poucas semanas.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Nuno Félix já tem a "sua" família síria em Lisboa
Caravana Famílias como as Nossas trouxe para Portugal cinco sírios que estavam em Viena, na Áustria, à espera de seguir para a Alemanha. (...)

Nuno Félix já tem a "sua" família síria em Lisboa
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 11 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-10-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Caravana Famílias como as Nossas trouxe para Portugal cinco sírios que estavam em Viena, na Áustria, à espera de seguir para a Alemanha.
TEXTO: Uma família síria chegou neste sábado a Lisboa, depois de ter sido resgatada em Viena, na Áustria, por um grupo de portugueses que, a 25 de Setembro, decidiram pôr-se a caminho para trazer para Portugal alguns dos refugiados que se amontoam nas fronteiras do centro da Europa. Em declarações à SIC, Nuno Félix, um dos organizadores da caravana Famílias Como as Nossas, indicou que o pedido de asilo para esta família já deu entrada no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). A família é composta por cinco elementos: Ali, o pai, Nada, a mãe, e as filhas Dimas, Inas e Rimas, com idades entre os 9 e os 5 anos. Nuno Félix conta que, em Viena, os interpelou com a ajuda de intérpretes sírios. “Perguntaram como era a minha família. E eu mostrei fotos”, relata este pai de quatro filhos. Acrescenta que “no princípio estavam muito assustados”, mas que agora já não. Diz também que Nada lhe perguntou se podia usar o véu em Portugal e que ele respondeu pela afirmativa, acrescentando que a sua avó também o usava. A saga desta caravana foi acompanhada também, entre outros, por jornalistas da revista Visão. “Na tarde de quarta-feira, 30, quando os elementos da iniciativa Famílias Como as Nossas conheceram Ali, a mulher e as suas três filhas, na estação central de Viena, já os quatro haviam percorrido quase toda a rota habitual dos refugiados sírios. Só lhes faltava chegar à Alemanha”, escreveu Rosa Ruela nas reportagens que foi enviando para Portugal. E onde também descreveu do que foi feita a viagem da família de Ali até Viena. Como muitos outros refugiados, saíram da Síria rumo à fronteira com a Turquia: “Ali levou uma das filhas às cavalitas e Nada empurrou um carrinho de bebé. Foram cinco horas de caminhada através das montanhas, integrados num pequeno grupo que se juntou a mais 200 pessoas interessadas, como eles, em fazer a travessia até à Grécia”. Depois foi a travessia do mar Egeu, que demorou duas horas e meia. Da Grécia seguiram para a Macedónia, depois para a Sérvia, de seguida atravessaram a Croácia, a Hungria e chegaram à Áustria. “Estavam há apenas quatro horas na estação central de Viena quando Nuno Félix os convidou a trocarem o destino final” conta a jornalista da Visão. Em vez da Alemanha, Portugal. Aceitaram. A caravana, com seis carros e 12 pessoas, partir de Lisboa a 25 de Setembro. Na altura, Nuno Félix contou ao PÚBLICO o que o levou a agir. Os quatro filhos viram as imagens de sofrimento dos refugiados passar vezes sem conta na televisão e perguntaram por que ninguém os ajudava. Nuno resolveu dizer-lhes que ele, como pai, os iria ajudar. Conduziu mais de seis mil quilómetros, de ida e volta, gastando mais de mil euros em combustível e em portagens. “Sou pai, vou dar o exemplo. Não basta ensinar. Os Estados estão a demorar muito tempo. Quero provar que se uma pessoa quiser pode ajudar”, disse, para acrescentar: “Não quero ter vergonha de ser europeu, nem de ser português”. De Portugal seguiu também outra caravana com 50 toneladas de alimentos e roupas para serem distribuídos aos refugiados que se encontram à espera de seguir caminho na Croácia. Os bens começaram a ser distribuídos a 22 de Setembro com a ajuda da Cruz Vermelha da Croácia. “Esta ajuda vinda de Portugal é muito útil porque não esperávamos tanta gente e precisamos de grandes quantidades em muito pouco tempo. Muitas pessoas se têm oferecido para ajudar, enquanto indivíduos, mas o povo português é o primeiro a oferecer ajuda de uma forma organizada e com esta escala e dimensão", declarou à Lusa Sanja Pupacic, do departamento de Migração e Asilo da Cruz Vermelha da Croácia. A ideia desta caravana partiu de uma troca de mensagens entre amigos no Facebook, após a divulgação da fotografia do corpo de Aylan, o menino sírio de 3 anos que deu à costa numa praia, depois de ter morrido num naufrágio no Mediterrâneo quando tentava alcançar a Grécia com a família. Em sua homenagem decidiram que Aylan seria também o nome da caravana de apoio aos refugiados.
REFERÊNCIAS:
Entidades SEF
Livros, teatro, dança, futebol e um capitão iraquiano
Östersunds é a primeira equipa europeia capitaneada por um iraquiano. Subiu três escalões em cinco anos e a cultura faz parte dos treinos (...)

Livros, teatro, dança, futebol e um capitão iraquiano
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 11 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-03-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Östersunds é a primeira equipa europeia capitaneada por um iraquiano. Subiu três escalões em cinco anos e a cultura faz parte dos treinos
TEXTO: O campeonato sueco só começa em Abril, mas o Östersunds FK já começou a destacar-se: vai ser a primeira equipa europeia a ter como capitão um futebolista internacional pelo Iraque. Chama-se Brwa Nouri, tem 30 anos e, meses depois da estreia pela selecção, viu reconhecido o seu papel no clube. “Era um dos vice-capitães na época passada, mas este ano será a ele que caberá envergar a braçadeira”, confirmou ao PÚBLICO o assessor do Östersunds, Patrick Sjoo. Mas houve um longo caminho a percorrer até Nouri aqui chegar. O médio nasceu em Halabja, perto da fronteira com o Irão, mas viajou ainda jovem para a Suécia com a sua família (utilizando documentos iranianos, o que viria a atrasar a sua convocatória pelo Iraque). No novo país, Nouri não demorou a destacar-se: fez um total de seis jogos e marcou um golo pelas selecções sub-17 e sub-19. “Era considerado uma grande promessa quando estava nos escalões de formação do AIK”, contou ao PÚBLICO Hassanin Mubarak, que acompanha atentamente os futebolistas iraquianos na diáspora. “Mas ele desencaminhou-se quando se envolveu em drogas e gangues. Chegou a ser detido numa rusga e o clube decidiu emprestá-lo, apesar da carreira promissora que lhe adivinhavam”, acrescentou. Nouri passou alguns anos à deriva, até chegar ao Dalkurd FF, com 22 anos. “A equipa fazia parte de um projecto social comunitário para afastar os jovens da violência e do crime”, disse Hassanin Mubarak. Nouri tornou-se um ídolo no clube, que ajudou a subir ao terceiro escalão, e atraiu a atenção do Östersunds, que na altura disputava a II Divisão. E foi como se o futebolista nascido no Iraque tivesse finalmente chegado a casa. O Östersunds, ou ÖFK como é tratado pelos adeptos, não é um clube como os outros. Fundado apenas em 1996, resultado da colaboração de três emblemas da região, teve de encontrar formas originais de atrair jogadores: situada a mais de 500 quilómetros a norte de Estocolmo (seis horas de viagem por estrada), a cidade pagava o preço do isolamento. Mas houve um homem a quem nada conseguiu demover. Daniel Kindberg é o presidente do ÖFK e há uns anos era quase alvo de chacota quando dizia que queria levar o clube à Liga sueca e um dia, quem sabe, à Liga dos Campeões. Mas hoje esse cenário não é assim tão descabido. O homem que está a tornar realidade o sonho de Kindberg chama-se Graham Potter. Treinador inglês de 41 anos, admirador confesso de Jürgen Klopp, assumiu o comando do Östersunds em 2011, quando o clube estava no quarto escalão. Três subidas de divisão depois, colocou-o junto à elite e na estreia absoluta no principal escalão, em 2016, a equipa terminou num honroso oitavo lugar. “No início tínhamos umas 500 pessoas no estádio. Não havia cultura de futebol, chamam a Östersund a Cidade do Inverno porque sempre saíram daqui esquiadores. Mas agora os jovens estão a praticar futebol, vemo-los com a camisola do clube”, disse ao The Guardian. Agora as bancadas estão regularmente esgotadas. Tudo isto foi conseguido enquanto o clube desenvolvia um projecto paralelo de “academia cultural”, impulsionado por Kindberg. Todos os anos o ÖFK leva a cabo uma gala cultural, cujos ensaios decorrem em paralelo com a temporada futebolística. Há música, dança, teatro com os futebolistas e funcionários do clube como protagonistas – para além disso, os jogadores têm um clube de leitura, encontram-se com crianças das escolas locais e têm actividades com refugiados. Um dos momentos altos da gala que encerrou a época 2016 foi a leitura do poema Refugees, de Brian Bilston. “Expor os jogadores a outros aspectos da vida – seja o teatro ou o trabalho com refugiados – torna-os pessoas mais completas. Mais corajosos e mais abertos a entender os outros”, sublinhou o treinador Graham Potter, que depois de terminar a carreira e jogador e antes de rumar à Suécia estudou Ciências Sociais e fez um mestrado em liderança e inteligência emocional. “Se tudo o que fazem é jogar futebol, os jogadores estão confortáveis. Queremos que se desenvolvam enquanto pessoas, que passem por experiências desconfortáveis”, frisou. Brwa Nouri saberá melhor do que ninguém o que isso é – e é ele, justamente, um dos dinamizadores do clube de leitura. Tudo começou quando alguém reparou que ele estava a ler Crime e Castigo de Dostoiévski, na viagem para um jogo. “Só porque sou futebolista significa que sou uma pessoa que não pensa?”, questionou o internacional iraquiano. A iniciativa de Nouri já teve repercussões: quando no clube de leitura estavam dedicados a Americanah, da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, a autora fez um vídeo de agradecimento. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. “A literatura e o futebol funcionam bem em conjunto. Espero que continuem a ler. Temos muitas formas de contar as nossas histórias. O futebol é uma delas. A leitura é outra. É fantástico que estejam a juntar as duas”, elogiou Chimamanda. E, numa cidade remota da Suécia, o ÖFK vai escrevendo uma história inédita. * Planisférico é uma rubrica semanal sobre histórias de futebol e campeonatos periféricos
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime violência cultura homem social
UE aprova recurso à força militar contra os traficantes do Mediterrâneo
O consenso dos 28 foi fácil no que diz respeito ao combate ao tráfico de seres humanos. Operações avançam em Outubro. (...)

UE aprova recurso à força militar contra os traficantes do Mediterrâneo
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 11 | Sentimento -0.1
DATA: 2015-09-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: O consenso dos 28 foi fácil no que diz respeito ao combate ao tráfico de seres humanos. Operações avançam em Outubro.
TEXTO: A União Europeia aprovou esta segunda-feira de manhã o recurso à força militar contra os traficantes de migrantes no quadro de uma operação naval no Mediterrâneo. Esta medida, que deve entrar em vigor no início de Outubro, autoriza os navios de guerra europeus a abordar, revistar, confiscar e desviar as embarcações suspeitas de servir aos traficantes de seres humanos. Os militares europeus poderão também fazer detenções, mas na condição de não entrarem nas águas territoriais líbias. Durante a reunião ministerial desta segunda-feira de manhã em Bruxelas, os 28 Estados-membros da UE indicaram que “as condições estão reunidas” para passar à segunda fase, em alto mar, da sua operação Navfor Med, lançada no fim de Junho no Mediterrâneo. Até agora, a operação — constituída por quatro navios e cerca de mil militares — estava limitada à vigilância a partir das águas internacionais das redes criminosas que enviam todos os dias, a partir das costas líbias, embarcações precárias sobrecarregadas de migrantes em direcção a Itália. Os mesmos navios militares também participaram em várias operações de socorro, contribuindo para salvar 1500 pessoas. Segundo a ONU, 121 mil migrantes chegaram a Itália em barcos clandestinos que zarparam das costas líbias desde o início do ano, ou seja, cerca de 450 pessoas por dia. Vários naufrágios trágicos chocaram a opinião pública, incluindo aquele em que, em Abril, fez 800 mortos e levou a União Europeia a lançar a Navfor Med para “acabar com o ‘modelo de negócio’ dos traficantes”. Se a amplificação da crise este Verão, com a chegada de dezenas de milhares de refugiados à Hungria e à Grécia, dividiu os europeus sobre a questão do acolhimento daqueles, os 28 mostram uma frente unida “determinada” a avançar com uma operação militar ao largo da Líbia. “Vamos continuar a fazer a vigilância e a socorrer os migrantes, mas também vamos proceder a arrestos forçados, perseguir os barcos e abordá-los, prender os traficantes e levá-los a julgamento”, explicou um alto responsável europeu à AFP. “Os alvos não são os migrantes, mas sim aqueles que ganham dinheiro com as suas vidas e, muitas vezes, com as suas mortes”, tinha sublinhado a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, por ocasião do lançamento da operação. Para reforçar agora a presença militar europeia no Mediterrâneo são necessária sete fragatas suplementares, algumas equipadas com instalações médica, bem como helicópteros, submarinos e drones. A Navfor Med vai apoiar-se sobretudo nas forças especiais, os comandos da marinha, para o arresto forçado dos barcos ilegais, uma táctica muitas vezes utilizada nas operações contra os narcotraficantes. Os estados-maiores dos 28 países da União Europeia devem reunir-se na próxima quarta-feira para fazer o ponto da situação sobre a contribuição em homens e material militar de cada um. Mas esta segunda fase da missão só poderá ser lançada no início de Outubro porque, segundo uma fonte diplomática citada pela AFP, a UE ainda tem que adoptar uma série de textos jurídicos. Sabe-se já que está previsto que os suspeitos que forem detidos sejam entregues às autoridades judiciárias italianas, que ficam encarregadas de os investigar e acusar. Os migrantes que forem salvos também serão conduzidos para Itália. A operação tem também como objectivo a destruição das embarcações utilizadas pelos traficantes ao largo da costa líbia, nomeadamente os “barcos-mãe” que servem para deixar em alto mar botes de borracha e outras embarcações precárias carregados de migrantes. Mas, na ausência de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que autorize o uso da força em águas territoriais líbias, os europeus não podem aproximar-se a menos de 12 milhas marítimas da costa da Líbia.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU UE
A necessidade de uma estratégia europeia para a guerra da Síria
Se a União Europeia não consegue convencer os europeus que estão melhor, e mais protegidos, do que só com os Estados soberanos, então assistiremos a uma erosão da sua legitimidade e à reversão do processo de integração. (...)

A necessidade de uma estratégia europeia para a guerra da Síria
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 11 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-10-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Se a União Europeia não consegue convencer os europeus que estão melhor, e mais protegidos, do que só com os Estados soberanos, então assistiremos a uma erosão da sua legitimidade e à reversão do processo de integração.
TEXTO: 1. A União Europeia está a tornar-se no grande perdedor internacional da guerra da Síria. Ao longo dos últimos tempos tem vindo a sofrer significativos danos colaterais. Estes são, cada vez mais, visíveis e preocupantes. Primeiro, foi o recrutamento, em países europeus, de combatentes para o Estado Islâmico (Daesh). Pelo seu radicalismo e propensão para a violência colocam um óbvio problema de segurança interna, especialmente após seu regresso a território europeu. Mais recentemente, surgiu a intensa vaga de refugiados que aflui, sem cessar, aos Estados do sudeste europeu, com o objectivo de chegar à Alemanha e aos Estados ricos do Norte. O contraste da realidade actual não podia ser maior com o entusiasmo ingénuo pela Primavera Árabe de 2011. Anunciava-se, então, uma nova vaga da democracia liberal-pluralista no Sul do Mediterrâneo e Médio Oriente. No caso da Síria, o derrube de regime autoritário e Bashar al-Assad levaria a uma sociedade livre, democrática e respeitadora dos Direitos Humanos. Nada de mais infundado se poderia imaginar. Bashard al-Assad continua em Damasco. A barbárie do Daesh consegue ultrapassar as inúmeras atrocidades já cometidas pelos defensores regime e outros grupos opositores da rebelião armada. Às portas da Europa está uma imparável vaga de refugiados. A Rússia, aproveitando uma União Europeia dividida e absorvida por questões internas — a dupla crise da Zona Euro e dos refugiados —, volta a emergir como potência de primeiro plano no Médio Oriente. Iniciou o reforço da presença militar na Síria. Propôs, na Assembleia Geral das Nações Unidas, uma grande coligação internacional contra o Daesh. Assume-se, agora, como mediador incontornável numa solução política para o conflito. Vladimir Putin está a usar habilmente o timing favorável, tentando quebrar o isolamento internacional a que europeus e norte-americanos a pretenderam confinar, após a anexação da Crimeia e o apoio aos separatistas no Leste da Ucrânia. 2. Foram cometidos múltiplos erros de avaliação sobre o rumo da revolta na Síria. O primeiro foi pensar que o governo de Bashar al-Assad cairia facilmente, como na Tunísia ou no Egipto. O segundo foi imaginar que isso traria a paz e a democracia à Síria. O terceiro foi posicionar-se politicamente ao lado dos interesses dos Estados árabes sunitas ricos do Médio Oriente, aliados dos EUA — Arábia Saudita, Qatar, Emiratos, etc. — e também da Turquia. Se a Arábia Saudita, o Qatar e os Emiratos são autocracias que não respeitam os Direitos Humanos no seu território — o caso da Arábia Saudita é particularmente gritante neste domínio —, como poderiam apoiar revoltas genuinamente democráticas no exterior? Hoje é fácil ver as consequências desastrosas desses erros para a União Europeia, cujos interesses não coincidem, necessariamente, com os dos EUA na região. A Síria tornou-se um campo de batalha pela supremacia no Médio Oriente, entre teocracias sunitas (Arábia Saudita) e xiitas (Irão), luta na qual os europeus nada têm a ganhar. Os múltiplos grupos islamistas-jihadistas que combatem na guerra civil da Síria, tipicamente oriundos do Islão sunita, têm sido apoiados, directa ou indirectamente, pela Arábia Saudita, Qatar e Turquia, entre outros. (Esta última, no entanto, fez alguma alguma inversão da sua política nos últimos meses, devido à sua questão curda. ) O resultado foi intensificar o conflito e as vagas de refugiados. A guerra civil da Síria atingiu a dimensão actual não apenas pela inquestionável violência e repressão punitiva das tropas de Bashar al-Assad. Ultimamente, é a extrema barbárie dos islamistas-jihadistas o principal causador de destruição e fuga em massa das populações, sejam minorias religiosas (cristãos, yazidis, drusos, etc. ), ou étnicas (curdos), ou até dos próprios muçulmanos sunitas que não se revêm nesse totalitarismo islamista-jihadista. O seguidismo acrítico da política dos EUA face à Síria, a qual, por sua vez, é fortemente condicionada pelos seus aliados árabes sunitas do Médio Oriente, não é do interesse da União Europeia. Nada tem a ver também com valores de democracia e de Direitos Humanos. 3. É imperativo reverter toda esta situação que se está a tornar desastrosa. A crise ocorre numa área geopolítica onde a União Europeia tem de ser o principal actor e não ficar à espera dos EUA e da NATO. Impõe-se uma abrangente e assertiva política externa da União Europeia para Síria. O sucesso das medidas de política interna para actuar na crise dos refugiados, depende, em grande parte, da acção externa. Urge no plano da Política de Externa e de Segurança Comum, prosseguir uma estratégia que actue na origem do problema. i) Prossecução de uma abordagem concertada com os países vizinhos da Síria — Turquia, Líbano e Jordânia —, especialmente com a Turquia, pela sua maior proximidade da fronteira europeia. Objectivo: coordenação política das medidas para travar a crise dos refugiados, apoio financeiro e material ao seu acolhimento nesses países, já com grande sobrecarga de refugiados, ou para encontrar outras soluções. O Serviço Europeu para a Acção Externa (SEAE), deveria ter aqui uma rápida e eficaz actuação. Até agora, nem se tem dado conta da sua existência. ii) Pressão política e diplomática sobre os países árabes-islâmicos ricos — Arábia Saudita, Emiratos, Qatar, etc. Sejamos claros: se os governos europeus (e dos EUA) nada fazem, só pode ser por más razões. Ou estamos perante uma confrangedora inépcia política, ou então são condicionados pela pressão de lobbies empresariais com interesses em negócios de petróleo, armamento, etc. , no Médio Oriente rico. Objectivos: abrirem as suas fronteiras aos refugiados; cessarem o apoio político, financeiro e militar aos grupos islamistas-jihadistas e outros beligerantes extremistas da guerra da Síria. ii) Lançar uma abrangente iniciativa diplomática para tentar solucionar politicamente a guerra na Síria, envolvendo as Nações Unidas, os EUA, a Rússia, o Irão e a Turquia, entre outros, mas também o governo de Bashar al-Assad. A ideia francesa e britânica de bombardeamentos aéreos pode ter algum impacto na diminuição das atrocidades do Daesh. No entanto, sem um elevado contingente de tropas no terreno, não é credível uma solução militar. Por sua vez, no actual contexto militar, enviar tropas de combate para o terreno é envolver-se num atoleiro. No pior cenário, arrisca-se até a aumentar a vaga de refugiados. É do interesse da União Europeia liderar, quanto antes, um processo de negociações internacionais.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
“A mensagem do Papa não é só para a Igreja e isso é um problema para os políticos”
Quando Jorge Bergoglio foi escolhido para suceder a Bento XVI, o jornalista italiano Nello Scavo não gostou e fez investigação na tentativa de descobrir os podres do bispo de Buenos Aires. Descobriu um homem bom. Já escreveu três livros e só recentemente conheceu pessoalmente o Papa. (...)

“A mensagem do Papa não é só para a Igreja e isso é um problema para os políticos”
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 11 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Quando Jorge Bergoglio foi escolhido para suceder a Bento XVI, o jornalista italiano Nello Scavo não gostou e fez investigação na tentativa de descobrir os podres do bispo de Buenos Aires. Descobriu um homem bom. Já escreveu três livros e só recentemente conheceu pessoalmente o Papa.
TEXTO: O Avvenire foi criado por Paulo VI, que decidiu que o jornal não devia ficar na Santa Sé, mas “longe do Vaticano” para “proteger os jornalistas do clericalismo”, conta Nello Scavo, repórter neste órgão católico sediado em Milão. Tem escrito para alguns jornais internacionais como The New York Times, The Washington Post, The Independent, Le Monde, El Mundo ou para a BBC e a CNN. É repórter de guerra, mas nos últimos tempos tem acompanhado a crise dos migrantes, entra incógnito na Síria, na Líbia, já fez a rota dos Balcãs, a pé, ao lado dos refugiados que fogem de guerras ou da pobreza.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra pobreza
Costa propõe regenerar periferias da Europa para combater terrorismo
A 9 de Setembro, o primeiro-ministro português participa na primeira Cimeira de Países do Sul da União Europeia para preparar a Cimeira Europeia de Bratislava a 16. E leva uma proposta. (...)

Costa propõe regenerar periferias da Europa para combater terrorismo
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 11 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-05-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: A 9 de Setembro, o primeiro-ministro português participa na primeira Cimeira de Países do Sul da União Europeia para preparar a Cimeira Europeia de Bratislava a 16. E leva uma proposta.
TEXTO: O convite chegou em pleno Agosto. Alex Tsipras, primeiro-ministro grego, queria reunir em Atenas os líderes dos países do Sul da Europa, para todos poderem conversar sobre os desafios com que o bloco comunitário se debate. Um a um, os governantes do Chipre, de Espanha, de Itália, de França e de Malta foram dizendo que sim ao repto de Tsipras, recusando a ideia de que a Grécia estava cada vez mais isolada na Europa. Do lado de Portugal, também António Costa marcou viagem para participar na reunião. E, como o próprio confirmou ao PÚBLICO, leva na bagagem uma proposta. A ideia que o primeiro-ministro levará a este grupo dos sete resume-se numa frase: apoiar o “investimento na regeneração urbana contra o terrorismo”, ao nível de todos os países membros da União Europeia. António Costa considera que “há um enorme cansaço dos cidadãos da União Europeia em relação à capacidade de esta mudar”, ao mesmo tempo que “as pessoas estão preocupadas com o terrorismo, mas não vêem qualquer imagem de coordenação das instituições e dos governos europeus”, noemadamente em relação aos refugiados”. A proposta do primeiro-ministro parte da necessidade de recentrar o eixo da discussão sobre a segurança na Europa face ao risco do terrorismo. “As pessoas olham para as fronteiras, mas os atentados são cometidos por pessoas que trabalham, estudam, residem, e até nascem nos países da União Europeia”, sublinha António Costa, que quer contribuir para a busca de soluções que esvaziem o perigo terrorista. “Há uma tarefa fundamental para travar esta radicalização, que é haver políticas públicas para periferias urbanas e também políticas de integração”, defende o primeiro-ministro português que insiste na ideia de que “a população islâmica tem de ser bem integrada”. António Costa vai apresentar uma proposta sobre como essa integração deve ser feita: “Passa pela regeneração física dos bairros periféricos” em várias cidades europeias que alojam parte substancial das comunidades islâmicas, sendo que “muitos desses bairros terão de ser refeitos de raiz”, explica. Além da componente urbana e arquitectónica da proposta do primeiro-ministro, há também uma componente de inserção social. “Os governos dos Estados-membros da União Europeia e as instituições europeias têm também, de acordo com a proposta defendida por António Costa, de ter em atenção “a componente social de integração”, que passa pela “criação de emprego, de combate à delinquência juvenil, de resposta às drogas, de formação cívica”. A ideia do primeiro-ministro deverá ser formalmente posta a debate na Cimeira Europeia de Bratislava, na Eslováquia, a 16 de Setembro, na qual serão abordadas as consequências da vitória do "Brexit" no referendo no Reino Unido sobre a permanência na União Europeia, mas também as questões relacionadas com o novo patamar de atentados terroristas na Europa e a vagas de refugiados que têm chegado ao território europeu. Apesar de o objectivo ser levar esta proposta à Eslováquia, ela será apresentada aos líderes dos Estados do Sul da União Europeia, que se realiza em Atenas por iniciativa do chefe do Governo grego. O objectivo desta primeira Cimeira dos Países do Sul da União Europeia é a de tentar instituir uma lógica de funcionamento em bloco, à semelhança do que já existe noutras zonas da União Europeia que assim funcionam, como é o caso dos países bálticos e do eixo Haia-Berlim-Helsínquia. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A lógica por detrás desta cimeira de países do Sul prende-se com a defesa de interesses comuns, nomeadamente o facto de serem os cidadãos destes países do Sul da União Europeia quem mais tem sofrido com as crises das dívidas soberanas e com o derrapar do desenvolvimento económico e quem mais tem sido assolado por exigentes políticas impostas pela Comissão Europeia. Agenda intensaNo dia 11, em Berlim, termina uma semana intensa de contactos internacionais levada a cabo pelo primeiro-ministro. Tudo começa em Milão (Itália), onde António Costa aterrará no sábado, dia 3, para visitar a maior feira de calçado do mundo. O ponto seguinte na agenda é São Paulo. Aí, Costa reúne-se na segunda-feira, dia 5, com o Governador do Estado e visita a Bienal de Arte da cidade. No dia seguinte, terça-feira, participa num almoço com empresários, recebe a comunidade portuguesa e janta com personalidades da área da cultura. Nos dias seguintes, antes de rumar a Atenas para se reunir com os outros líderes dos países do Sul, o que acontece a 9, Costa ainda passa pelo Rio de Janeiro, marcando presença na cerimónia de abertura dos Jogos Paralímpicos e recebendo os atletas. No dia 11, a convite de Angela Merkel, Costa participa num jantar que juntará chefes de Estado e do Governo de diversos países da UE, em Berlim.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Pacto das Migrações leva nacionalistas flamengos a abandonar governo belga
Primeiro-ministro Charles Michel “toma nota” da saída do partido flamengo, que recusou assinar o acordo da ONU. Mas diz que continua no cargo mesmo sem maioria no Parlamento até às eleições de Maio (...)

Pacto das Migrações leva nacionalistas flamengos a abandonar governo belga
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 11 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: Primeiro-ministro Charles Michel “toma nota” da saída do partido flamengo, que recusou assinar o acordo da ONU. Mas diz que continua no cargo mesmo sem maioria no Parlamento até às eleições de Maio
TEXTO: O partido nacionalista Nova Aliança Flamenga (N-VA) anunciou a sua saída da coligação de governo belga por não concordar com a assinatura do Pacto Global da ONU para as Migrações. O primeiro-ministro, Charles Michel, disse este domingo que o Executivo continuará, mesmo sem maioria no Parlamento, e que iria fazer uma remodelação governamental. A aprovação do pacto da ONU pela Bélgica (cuja assinatura pelos países signatários está marcada para segunda-feira em Marrocos) está garantida: na semana passada, Michel assegurou que tinha uma grande maioria no Parlamento a votar a favor do texto. Michel, um liberal, formou a coligação com o N-VA e mais dois partidos em 2014. A tarefa de remodelar o Governo não é especialmente simples porque no país bilingue é preciso equilibrar o número de francófonos e flamengos. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Michel é francófono e mantém-se no cargo com dois partidos flamengos de centro-direita, o CD&V e o OpenVLD. Como já estão marcadas eleições para Maio, os analistas não esperam mudança no calendário eleitoral. Já em Janeiro o N-VA ameaçara fazer cair o Governo por causa de uma polémica à volta do repatriamento de refugiados sudaneses, que depois foram torturados à chegada ao Sudão. O ministro responsável por esse repatriamento foi Theo Francken, da N-VA, que conseguiu manter-se no cargo. A Bélgica quebrou, em 2010-11, o recorde de país desenvolvido mais tempo sem governo, quando após as eleições de 13 de Junho de 2010 não conseguia um acordo para uma coligação governativa. Só houve novamente Governo a 5 de Dezembro de 2011, exactamente 589 dias depois da votação.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU