Temem-se novas inundações e epidemias no Rio de Janeiro
O Governo brasileiro mobilizou cerca de 600 militares para as operações de resgate na zona serrana do Rio de Janeiro, onde agora se teme um novo temporal e epidemias. (...)

Temem-se novas inundações e epidemias no Rio de Janeiro
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.136
DATA: 2011-01-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Governo brasileiro mobilizou cerca de 600 militares para as operações de resgate na zona serrana do Rio de Janeiro, onde agora se teme um novo temporal e epidemias.
TEXTO: O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, já tinha afirmado que as previsões meteorológicas para os próximos dias não eram tranquilizadoras e pediu aos moradores das zonas em risco para abandonarem as suas casas. No fim-de-semana a chuva voltou a cair e as estações de televisão mostraram imagens de equipas de resgates e procurar vítimas entre os escombros. Foram enviados 586 militares para o local, e com eles cerca de 8000 pacotes de comida e 7 toneladas de medicamentos e outros bens de primeira necessidade. Responsáveis da Defesa Civil brasileira adiantaram que a região pode ser atingida por novas inundações e deslizamentos de terras e por surtos de doenças, e a secretária da Saúde de Teresópolis, Solange Sirico, alertou a população para “os riscos de epidemias de doenças como a leptospirose ou a hepatite” e apelou à população para que não beba água potencialmente contaminada, como a dos poços. Mais de 13 mil pessoas já abandonaram as suas casas devido à pior catástrofe natural que o Brasil enfrentou nos últimos anos. Na última semana morreram na região serrana junto ao Rio de Janeiro pelo menos 661 pessoas, segundo dados da Polícia Civil divulgados esta segunda-feira pelo jornal “O Globo”. Em Nova Friburgo, a região mais afectada, morreram pelo menos 306 pessoas, em Teresópolis 275 e em Petrópolis 56, e houve também 19 vítimas das derrocadas em Sumidouro, quatro em São José do Vale do Rio Preto e uma em Bom Jardim. Em Petrópolis há 3600 desalojados e 2800 desabrigados, designações usadas pelas autoridades para referir os que ficaram sem casa mas contam com a ajuda de familiares e os que não têm qualquer apoio e têm de recorrer aos abrigos públicos fornecidos pelas autoridades. Segundo a Defesa Civil, em Teresópolis há pelo menos 960 desalojados e 1280 desabrigados, e em Nova Friburgo 3220 desalojados e 1970 desabrigados. Os números, no entanto, continuam a aumentar com o passar do tempo. O caos nas regiões afectadas tem dificultado a entrega de água, comida e roupas aos moradores e a distribuição de 170 toneladas de doações tem sido também complicada, apesar de o procedimento estar a ser vigiado por militares, por exemplo no ginásio Pedrão em Teresópolis. “Tem gente que recebeu e não estava desabrigado. Tem gente que recebeu dez vezes a mesma coisa”, disse ao “Globo” o empresário Sérgio Epifânio, um dos coordenadores do atendimento. Também já foram detidos comerciantes que mantiveram os estabelecimentos abertos mas estavam a cobrar preços abusivos. Em sete municípios foi decretado o estado de calamidade pública, o Brasil vive esta segunda-feira o segundo de três dias de luto nacional e para o estado de São Paulo foram decretados sete dias de luto. Os militares e bombeiros tentam ainda chegar a algumas zonas que continuam isoladas. “As condições meteorológicas não nos permitem avançar nas zonas rurais e socorrer as pessoas isoladas. Apenas podemos fazer voos curtos, e as equipas em terras estão também a ter algumas dificuldades”, adiantou à rádio CBN, citada pela AFP, o coronel dos bombeiros do Rio de Janeiro Pedro Machado. Num ginásio em Teresópolis onde se encontram centenas de refugiados foi improvisada uma delegação do tribunal de menores para encontrar parentes ou vizinhos que possam acolher crianças que ficaram órfãs. “É um momento trágico. Estamos a tentar encontrar pessoas próximas das crianças que perderam o pai ou a mãe”, contou à AFP Lucilia Veiga, uma funcionária do tribunal. Muitas crianças já estão com alguém próximo que sobreviveu. notícia actualizada às 21h15
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave tribunal ajuda luto
Autoridade Palestiniana admitiu que Israel anexasse colonatos de Jerusalém
A Autoridade Palestiniana (AP) propôs que Israel anexasse quase todos os colonatos construídos por Israel em Jerusalém Oriental e admitiu ceder o controlo dos locais sagrados da cidade a uma comissão conjunta. Estas são duas das revelações contidas em 1600 documentos relativos à última década de negociações, que a Al-Jazira começou a divulgar. (...)

Autoridade Palestiniana admitiu que Israel anexasse colonatos de Jerusalém
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Autoridade Palestiniana (AP) propôs que Israel anexasse quase todos os colonatos construídos por Israel em Jerusalém Oriental e admitiu ceder o controlo dos locais sagrados da cidade a uma comissão conjunta. Estas são duas das revelações contidas em 1600 documentos relativos à última década de negociações, que a Al-Jazira começou a divulgar.
TEXTO: As informações até agora classificadas criam um sério embaraço ao presidente da AP, Mahmoud Abbas, que nunca admitiu em público tais concessões, e são um trunfo para o Hamas, o movimento islamista que controla Gaza e se opõe às negociações com Israel. Mostram também como o processo de paz está moribundo. Segundo o Guardian, com quem a televisão árabe partilhou a informação, os próximos dias trarão outras revelações embaraçosas, como a de que Israel informou alguns líderes palestinianos dos planos para atacar Gaza. Ou a dimensão das concessões que Abbas estaria disposto a fazer no direito de regresso dos refugiados. As minutas, que abrangem o período de 1999 a 2010, sublinham “a fraqueza e o desespero crescente dos líderes palestinianos”, incapazes de parar o ritmo frenético da colonização nos territórios ocupados, sublinha o diário britânico. Um enfraquecimento que explica que, no final da década passada, os negociadores palestinianos tenham proposto a Israel aquilo que lhe tinham negado em 2000, na cimeira de Camp David. A maior concessão foi oferecida em Maio de 2008: a AP admitia que Israel mantivesse os colonatos construídos em Jerusalém Oriental (ilegais à luz do direito internacional), à excepção de Har Homa. “Não é segredo que estamos a oferecer-vos a maior Yerushalayim [Jerusalém em hebraico] da história”, terá dito o negociador Saeb Erakat. Israel rejeitou a oferta por esta não incluir os principais colonatos construídos na Cisjordânia. Seria também Erakat quem, um ano depois, propôs que Haram al-Sharif, a que os judeus chamam Monte do Templo, ficasse sob a tutela de um comité israelo-palestiniano. O local integra a mesquita de Al-Aqsa, terceiro lugar mais sagrado do islão, e qualquer cedência a seu respeito é vista como um anátema pelos muçulmanos. Notícia corrigida às 13h06
REFERÊNCIAS:
Tempo Maio
Governo palestiniano demite-se abrindo caminho à remodelação
O Governo palestiniano apresentou hoje a sua demissão ao presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, uma acção vista como uma tentativa de afastar contestação inspirada nas revoltas na Tunísia e Egipto. (...)

Governo palestiniano demite-se abrindo caminho à remodelação
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-02-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Governo palestiniano apresentou hoje a sua demissão ao presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, uma acção vista como uma tentativa de afastar contestação inspirada nas revoltas na Tunísia e Egipto.
TEXTO: Agora, espera-se que Abbas encarregue o seu primeiro-ministro, Salam Fayyad de escolher novos ministros. Uma remodelação era já pedida por alguns responsáveis na facção da Fatah, especialmente por Fayyad, um antigo responsável do FMI que tem sido o responsável pelo fortalecimento das instituições palestinianas em preparação para uma declaração unilateral de um Estado palestiniano ainda este ano e que está no cargo desde 2007Enquanto isso, a Autoridade Palestiniana anunciou já que planeia eleições antes do final do ano – a cisão Fatah-Hamas, um no poder na Cisjordânia e outro em Gaza, após a vitória do Hamas nas legislativas de 2006, a que se seguiu uma luta interna que deixou o poder dividido, fez com que não houvesse entretanto novas eleições. O mandato do próprio Abbas já teria terminado, oficialmente, em 2009. O Hamas já fez saber que rejeita esta votação e nega-se a participar. Depois das revelações sobre as concessões que negociadores palestinianos teriam feito nas negociações com Israel – que acabaram por levar à demissão, no fim-de-semana, do veterano negociador Saeb Erekat – a Autoridade Palestiniana estará agora atenta aos movimentos que pedem mais democratização, após as revoltas populares na Tunísia e especialmente no Egipto terem derrubado dois ditadores. Muitos palestinianos queixam-se, há muito, da corrupção e incompetência dos seus dirigentes. A esta percepção juntou-se a revolta pelas concessões dos seus negociaores em relação ao direito dos refugiados e aos colonatos em Jerusalém-Leste, recentemente divulgadas pela Al-Jazira e o Guardian com base em documentos secretos do governo. “Vai haver uma enorme mudança na composição do governo”, disse uma fonte política à Reuters. Dos actuais 24 cargos no Governo de Fayyad, apenas 16 têm responsáveis, aponta a agência Reuters.
REFERÊNCIAS:
Entidades FMI
Conselho de Segurança condena por unanimidade violência na Líbia
Foi esforçada, mas saiu em unidade: a declaração do Conselho de Segurança das Nações Unidas de condenação da violência por parte das autoridades líbias sobre os protestos contra o regime de Muammar Khadafi recorreu a linguagem considerada “forte”. (...)

Conselho de Segurança condena por unanimidade violência na Líbia
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-02-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Foi esforçada, mas saiu em unidade: a declaração do Conselho de Segurança das Nações Unidas de condenação da violência por parte das autoridades líbias sobre os protestos contra o regime de Muammar Khadafi recorreu a linguagem considerada “forte”.
TEXTO: Exigindo o “fim imediato da violência” e instando o regime de Trípoli a “dar resposta às exigências legítimas da população”, os 15 membros do Conselho de Segurança sublinharam ainda que as autoridades líbias “têm que cumprir as suas responsabilidades de protecção da sua população, agir com contenção e respeitar os direitos humanos e as leis internacionais”. Neste documento, as Nações Unidas dizem ainda que as autoridades líbias têm que levar à justiça aqueles que são responsáveis pelos ataques aos civis nos protestos – que entram hoje no décimo dia consecutivo – e respeitar os direitos dos cidadãos a manifestarem-se pacificamente, assim como a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. “É uma linguagem razoavelmente forte (para os padrões do Conselho de Segurança”, avaliava a correspondente da BBC nas Nações Unidas em relação a esta primeira declaração do órgão sobre os acontecimentos na Líbia – onde morreram já mais de 300 pessoas na repressão das autoridades à vaga de contestação ao regime, inspirada nas revoltas populares pró-democráticas na Tunísia e Egipto. A Rússia e a China assinaram o documento com alguma relutância, esgrimindo argumentos de se estar perante assuntos internos de países soberanos, mas acabaram por acordar num texto que expressou a unidade do Conselho de Segurança – chamado a pronunciar-se, de resto, a pedido dos diplomatas líbios nas Nações Unidas que, entretanto, tinham já renegado as acções brutais das autoridades no seu país e instado também ao afastamento de Khadafi do poder, que exerce há 42 anos. Já no final da reunião, que durou praticamente todo o dia de ontem, o chefe da missão diplomática no Reino Unido nas Nações Unidas, Mark Lyall Grant, sustentou que a declaração emitida é “extremamente forte”, e indicou ainda que novas medidas podem ser tomadas nos próximos dias. Os diplomatas nas Nações Unidas indicaram que o nível da violência reportada na Líbia – de onde chegam relatos que as autoridades bombardearam as zonas dos protestos com aviões e helicópteros e estão a atacar os manifestantes a tiro com recurso também a mercenários – foi decisivo nesta tomada de acção, num momento em que a comunidade internacional começa também a revelar-se ansiosa e preocupada com o fluxo de dezenas de milhares de refugiados em fuga da Líbia para os países vizinhos. Para esta tomada de posição do Conselho de Segurança contribuiu também o tom belicoso do coronel Khadafi, que, num discurso público ontem à tarde, ameaçou continuar a usar a força sobre os manifestantes e até mesmo a pena de morte contra os revoltosos no país, os quais descreveu como não mais do que "terroristas" e jovens sob os efeitos de “drogas alucinogénicas”. O vice-embaixador líbio nas Nações Unidas, Ibrahim Dabbashi – um dos primeiros diplomatas do país a renegar o regime de Trípoli após a repressão dos manifestantes – avaliou, porém, que a linguagem “não foi suficientemente forte”, defendendo que está a ocorrer um “genocídio” no seu país. Ainda assim admitiu que a declaração “é uma boa mensagem ao regime na Líbia sobre a necessidade de parar o derramamento de sangue”. O superior de Dabbashi nas Nações Unidas, Abdul Rahman Mohammed Shalgam, distanciou-se destas acusações e referiu-se a Khadafi como um seu “amigo”. A Liga Árabe – cujo secretário-geral, Amr Moussa, descreveu já as reivindicações dos manifestantes líbios como "legítimas" e instou também ao fim da repressão por parte das autoridades líbias – condenou também ontem, em reunião urgente no Cairo, os “crimes” cometidos pelo regime de Trípoli. A organização decidiu ainda banir a Líbia das suas reuniões e actividades.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos morte humanos violência comunidade
Medo de milícias e bandidos mantém as pessoas em casa na Líbia
O medo desceu hoje sobre várias cidades da Líbia, incluindo a capital, Trípoli, depois do discurso belicoso do líder do país, Muammar Khadafi, que prometeu ontem “morrer como um mártir”, usar a violência contra os que se manifestam contra o seu regime autoritário e castigar com a pena de morte os revoltosos. Ao entrar no décimo dia de contestação, a maior parte das pessoas só se sentem seguras em casa. (...)

Medo de milícias e bandidos mantém as pessoas em casa na Líbia
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-02-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: O medo desceu hoje sobre várias cidades da Líbia, incluindo a capital, Trípoli, depois do discurso belicoso do líder do país, Muammar Khadafi, que prometeu ontem “morrer como um mártir”, usar a violência contra os que se manifestam contra o seu regime autoritário e castigar com a pena de morte os revoltosos. Ao entrar no décimo dia de contestação, a maior parte das pessoas só se sentem seguras em casa.
TEXTO: “Muita, muita gente está com medo de sair à rua em Trípoli e os homens armados pró-Khadafi andam por todo o lado a ameaçar quem se junta em grupo”, descreveu o tunisino Marwan Mohammed residente na capital líbia. Em volta da capital foi mobilizada uma cintura de postos de controlo militar, avançou a mesma fonte. A correspondente da BBC em Trípoli avançava que nas horas que se seguiram ao discurso de Khadafi – feito em frente ao quartel de Bab al-Aziza, na capital – foram ouvidos vários disparos, assim como fogo-de-artifício e dezenas de carros correram pela cidade a alta velocidade, com as buzinas a soar. Outra testemunha, que esta manhã passava já a fronteira para o Egipto, em fuga da violenta repressão das autoridades líbias contra os manifestantes pró-democracia, contou que “há muitos homens armados em Trípoli, e ladrões e bandidos”. “Estou muito feliz por conseguir regressar a casa”, disse à agência noticiosa britânica Reuters. Nas cidades de fronteira da Líbia com a Tunísia e Egipto, para onde acorre o grosso dos fluxos de refugiados, são vários e concordantes os relatos de estas zonas estarem pejadas de milícias. “Dizem-nos que se sairmos à rua à noite nos matam. As pessoas estão aterrorizadas. Muitas lojas estão fechadas, apenas uma ou outra padaria abriu”, contou Hamdi Chalbi, relatando que se ouviram disparos de tiros durante a noite de ontem para hoje. Contrastante, Bengasi – a segunda maior cidade do país e de onde eclodiu a vaga de protestos contra o regime – parece ser uma cidade em festa. “Quando as pessoas viram o discurso [de Khadafi, ontem à tarde transmitido em directo pela televisão estatal líbia] ficaram zangadas e começaram a gritar. Gritavam, ‘Não a Khadafi’. Mas hoje as coisas estão bem. As pessoas aqui estão felizes, felicitam-se dizendo que Bengasi está liberta”, contava um residente desta cidade, de onde já há dois dias surgiram relatos de que os militares e polícias ora retiraram do terreno ou aderiram à revolta popular exigindo a deposição de Khadafi. Na véspera, o coronel que governa a líbia há 42 anos jurara esmagar a revolta no país, ameaçando executar todos os que empunharem armas contra a Líbia e descrevendo os manifestantes como “baratas” e “ratos”. Instou ainda todos quantos “amam Muammar Khadafi” a defenderem o regime, a criarem “comités de defesa da revolução” para proteger “as estradas, as pontes, os aeroportos”. “Persigam-nos [os manifestantes], prendam-nos, entreguem-nos. Todos devem tomar o controlo das ruas, o povo líbio deve tomar o controlo da Líbia, vamos mostrar-lhes o que é uma revolução popular”. Apesar do medo que estas palavras inspiraram, fazendo muitos líbios crer que Khadafi prefere ver o país destruído a afastar-se do poder, o Governo parece actualmente não controlar já se não alguns bastiões territoriais, incluindo algumas partes da capital e a cidade de Sabha, no Sul do país. Toda a província de Cyrenaica, na costa leste da Líbia, está esta manhã já fora do controlo do Governo de Khadafi, anunciou o ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Franco Frattini, cujo país é o principal parceiro económico da Líbia. O diplomata sublinhou ainda que a estimativa de terem ocorrido já "mais de mil mortes" desde que os protestos começaram "é bastante credível", desvalorizando o balanço oficial ontem feito pelas autoridades de Trípoli em que são reconhecidas apenas cerca de 300 vítimas mortais, 242 delas civis envolvidos nas manifestações anti-regime. Demissão de aliado do filho de KhadafiA engrossar a rebelião dentro do próprio regime líbio, um dos principais aliados de Saif al-Islam Khadafi, o filho do líder líbio tido como seu provável sucessor na chefia do Estado, apresentou a sua demissão em “protesto” contra a violência que varre o país.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens violência filho medo
Coreia do Norte ameaça lançar guerra contra o Sul
A Coreia do Norte avisou Seul que se continuar a enviar propaganda para o território irá responder com disparos; e se dos exercícios navais sul-coreanos com os EUA sair algum tipo de provocação, o resultado será a guerra total, noticiaram os media norte-coreanos. (...)

Coreia do Norte ameaça lançar guerra contra o Sul
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-02-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Coreia do Norte avisou Seul que se continuar a enviar propaganda para o território irá responder com disparos; e se dos exercícios navais sul-coreanos com os EUA sair algum tipo de provocação, o resultado será a guerra total, noticiaram os media norte-coreanos.
TEXTO: Panfletos a dar conta da situação no Egipto foram distribuídos por meios aéreos pelo Sul, segundo afirmou um deputado na sexta-feira. Como parte da campanha psicológica, o Exército sul-coreano também enviou alimentos, medicamentos e rádios para os habitantes, numa iniciativa que pretende encorajar os norte-coreanos à mudança. “A Coreia do Sul está a levar a península coreana para um confronto, alimentando golpes psicológicos e anti-republicanos”, afirmou a agência KNCA. “Se estas acções continuarem apesar dos nossos avisos repetidos, informamos oficialmente que o nosso Exército irá disparar para a zona de onde vêem estes golpes psicológicos e anti-republicanos, incluindo Imjingak, ao abrigo do direito à auto-defesa”. Imjingak é uma região do lado sul-coreano, próxima da Zona Desmilitarizada (com grande densidade de arsenal militar) que separa os dois lados da península. A Coreia do Norte mantém um controlo apertado das comunicações, incluindo o uso de telefones, e do movimento das populações, deixando muitos no país sem conhecimento do que se passa no estrangeiro. A Coreia do Sul retomou a sua campanha de falar directamente com a população norte-coreana, depois de o Norte ter bombardeado uma ilha perto da fronteira marítima contestada por Pyongyang, matando quatro pessoas. O aviso surge na véspera de exercícios navais entre o Sul e os Estados Unidos, aos quais as forças norte-coreanas assistirão em estado de alerta máximo, adiantou a agência oficial. Se daqui resultar algum tipo de provocação, a Coreia do Norte responderá com a guerra. “Se os agressores lançarem uma provocação de uma ‘guerra local’ o mundo irá assistir a uma resposta com uma guerra generalizada sem precedentes por parte do Exército e da população da RPDC [República Popular Democrática da Coreia]”, avisou a KCNA, lembrando que se for necessário poderá utilizar o seu arsenal nuclear. Os alertas não são inéditos e os analistas não consideram provável que o regime de Kim Jong-il lance uma arma atómica. “O Norte reage com muita emoção porque acha que o poder de panfletos [de propaganda] psicológicos é maior do que o de uma bomba nuclear”, diz um analista citado pela agência sul-coreana Yonhap. Cerca de 200 mil soldados sul-coreanos e 12. 800 americanos vão participar nas manobras: um exercício de comando que deverá durar até 10 de Março, e exercícios aéreos, navais e terrestres até 30 de Abril. O treino testará também a resposta a uma eventual queda súbita do regime norte-coreano e um êxodo maciço de refugiados, actos de provocação ou pesquisa de armas de destruição maciça, adianta a agência do Sul.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra alimentos
“O meu povo adora-me”, diz Khadafi
Nem os confrontos em várias cidades nem o aumento da pressão internacional parecem demover Muammar Khadafi. O líder líbio voltou a falar aos jornalistas como se não houvesse protestos. “Todo o meu povo me adora, morreriam para me proteger.” (...)

“O meu povo adora-me”, diz Khadafi
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.5
DATA: 2011-03-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Nem os confrontos em várias cidades nem o aumento da pressão internacional parecem demover Muammar Khadafi. O líder líbio voltou a falar aos jornalistas como se não houvesse protestos. “Todo o meu povo me adora, morreriam para me proteger.”
TEXTO: Num entrevista transmitida pela BBC, Khadafi chegou a sorrir perante a sugestão de que deveria deixar o país. “Eles adoram-me. Todo o meu povo está comigo. Adoram-me todos. Eles morreriam para me proteger e proteger o meu povo. ”A secretária de Estado Hillary Clinton defendeu na Comissão de Direitos Humanos da ONU que Khadafi deve “partir imediatamente”, a União Europeia impôs sanções, não se sabe quantas pessoas morreram desde o início dos protestos a 15 de Fevereiro, mas sabe-se que as vítimas foram milhares. Mas nada disso impede Khadafi de negar as imagens de confrontos e violência que chegam da Líbia. “Vocês não percebem o sistema daqui, o mundo não compreende o sistema daqui, a autoridade do povo. Não há manifestações nas ruas”, disse aos jornalistas. Tal como já tinha dito nos últimos dias, Khadafi repetiu que os manifestantes estão sob influência de drogas fornecidas pela Al-Qaeda. E mostrou-se surpreendido e traído pelos líderes que pedem o fim do seu regime. “Estou surpreendido que, tendo nós uma aliança com o Ocidente para combater a Al-Qaeda, nos abandonem agora que estamos a combater terroristas, disse à estação de televisão ABC. Até considerou o Presidente norte-americano Barack Obama “um homem de bem”, que está a ser “vítima de desinformação. ”"Parece delirante"“Delirante” foi a palavra escolhida pela embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, para qualificar o discurso de Khadafi. “Francamente, parece delirante, quando ele fala e ri perante jornalistas estrangeiros enquanto massacra o seu povo”, disse à AFP. “Isso mostra a que ponto está incapaz de governar, e a que ponto está desfasado da realidade. ”Obama encontrou-se esta segunda-feira com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para abordar a situação na Líbia, horas depois de a secretária de Estado Hillary Clinton ter defendido numa reunião do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, em Genebra, que “está na hora de Khadafi sair, agora, sem mais violência e sem mais demoras”. Um porta-voz do Pentágono anunciou, entretanto, que os Estados Unidos colocaram forças navais e aéreas em redor da Líbia e que irão enviar duas equipas de ajuda humanitária, e Clinton sublinhou que não está prevista qualquer acção militar. Mais de 100 mil pessoas já abandonaram o país, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados. Grande parte partiu em direcção à fronteira com a Tunísia, onde a chegada de refugiados está a causar uma crise humanitária. Confrontos em várias cidadesA oposição controla várias cidades e os principais campos petrolíferos, enquanto as forças de Khadafi, que têm recorrido a mercenários para defender o regime, estarão confinadas a Trípoli. Mas em algumas cidades voltou a haver confrontos entre grupos rebeldes e apoiantes do coronel que governa a Líbia há mais de 42 anos. Em Misurata, a leste de Trípoli, esses confrontos causaram pelo menos dois mortos e um ferido grave, segundo uma testemunha citada pela AFP. “Os habitantes mantém o controlo da cidade, mas não estão armados e foram cercados pelas forças de Khadafi. ”Também em Zauia, a 50 quilómetros de Trípoli, os militares pré-regime cercaram a cidade para tentar recuperar o controlo da região. “Estamos à espera de ataques a qualquer momento, são em grande número”, disse à Reuters um habitante da cidade. Em entrevista à Al-Jazira, o antigo ministro do Interior, Abdul Fatah Younis, admitiu pedir a intervenção das forças aéreas dos países árabes, União Europeia e Estados Unidos para “proteger as tropas, atacar alvos do regime e defender os meios civis e centros populacionais”. Mas Younis rejeitou liminarmente a possibilidade de tropas estrangeiras em território líbio.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Casa de Chá e Piscina das Marés de Siza Vieira classificadas como monumentos nacionais
Dois dos primeiros projectos do arquitecto, situados em Matosinhos, integram a lista de oito novos monumentos classificados pelo Governo. (...)

Casa de Chá e Piscina das Marés de Siza Vieira classificadas como monumentos nacionais
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Dois dos primeiros projectos do arquitecto, situados em Matosinhos, integram a lista de oito novos monumentos classificados pelo Governo.
TEXTO: A Casa de Chá da Boa Nova e as Piscinas das Marés, ambas em Leça da Palmeira, Matosinhos, e projectadas por Álvaro Siza Vieira, são dois dos oito novos monumentos ontem classificados como nacionais pelo Conselho de Ministros. A lista dos monumentos que o Governo considerou revestirem-se de "excepcional interesse nacional", e por isso justificar a classificação, inclui também a Casa do Passal (Carregal do Sal), o sítio arqueológico pré-histórico Concheiros de Muge (Salvaterra de Magos), a Igreja do Carmo (Coimbra), o Terreiro da Batalha do Ameixial (Estremoz), o antigo Convento dos Eremitas de S. Paulo da Serra de Ossa ou de Jesus Cristo (Redondo) e o Sistema de Abastecimento de Águas à cidade de Braga do Século XVIII, designado por Sete Fontes. Álvaro Siza mostrou-se ontem "muito satisfeito" com a notícia da classificação daqueles que são os seus primeiros projectos a entrar na lista do património nacional, ambos concretizados na sua cidade natal nos anos 1950-60. "Não se trata tanto de satisfação por razões pessoais, mas pela própria arquitectura", disse Siza ao PÚBLICO. E salientou a importância que a classificação de obras de arquitectura moderna tem não só para a sua divulgação e valorização, mas também para a sua salvaguarda. "Normalmente prestamos mais atenção à arquitectura clássica, palácios, monumentos e igrejas, e desprezamos a do nosso tempo. Esquecemo-nos que a arquitectura é um continuum", notou Siza, realçando ainda o facto de ambas as obras se situarem em Matosinhos, uma terra que "valoriza a arquitectura do nosso tempo". "O valor científico, patrimonial e cultural de cada um dos bens, aliado aos critérios de autenticidade, originalidade, raridade, singularidade e exemplaridade revelados pelo modo como foram apropriados pelos cidadãos", justificam as classificações agora realizadas, explica o decreto do Conselho de Ministros. Entre os novos monumentos nacionais está a Casa do Passal, em Cabanas de Viriato, onde o cônsul Aristides de Sousa Mendes (1885-1954) viveu e recebeu dezenas de refugiados, estando o edifício em elevado estado de degradação. com A. R. e Lusa
REFERÊNCIAS:
Cidades Matosinhos Coimbra Estremoz
Chile: 33 mineiros ainda à procura do seu lugar
No fundo da mina escreveram-se cartas de amor e de despedida, diários e poemas. Fumou-se muito, por vezes marijuana. Houve momentos de desespero e de euforia, pensou-se em suicídio e até em transformar em comida o primeiro mineiro que morresse. O jornalista Jonathan Franklin esteve ao lado das equipas que resgataram os 33 homens soterrados durante 69 dias a 700 metros de profundidade na mina de San José, no deserto de Atacama, no Norte do Chile, e acaba de publicar Os 33 - O Dramático Resgate dos Mineiros Chilenos. Está em Portugal para falar da história mais emocionante da sua vida. (...)

Chile: 33 mineiros ainda à procura do seu lugar
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: No fundo da mina escreveram-se cartas de amor e de despedida, diários e poemas. Fumou-se muito, por vezes marijuana. Houve momentos de desespero e de euforia, pensou-se em suicídio e até em transformar em comida o primeiro mineiro que morresse. O jornalista Jonathan Franklin esteve ao lado das equipas que resgataram os 33 homens soterrados durante 69 dias a 700 metros de profundidade na mina de San José, no deserto de Atacama, no Norte do Chile, e acaba de publicar Os 33 - O Dramático Resgate dos Mineiros Chilenos. Está em Portugal para falar da história mais emocionante da sua vida.
TEXTO: Franklin tem 46 anos, nasceu nos EUA, mas vive no Chile desde 1995. Assistiu a terramotos, à forma como o país se reergueu da ditadura de Pinochet, que deixou mais de três mil mortos e desaparecidos, mas nunca terá pensado que um dia iria acompanhar uma das operações de resgate mais espectaculares de sempre. Fê-lo na linha da frente, com a mesma credencial de acesso que as equipas de salvamento que, de 4 de Agosto a 13 de Outubro de 2010, foram às profundezas da mina de San José, buscar os 33 homens. Foram dois meses num acampamento que às vezes lhe fez lembrar um festival de rock, outras um campo de refugiados. "Foi, sem dúvida, a história mais edificante e emocionante da minha vida, uma mistura constante de esperança e medo", disse ao P2. Em Portugal, o livro foi editado pela Civilização. Durante aqueles dias escreveu no diário britânico The Guardian e no norte-americano Washington Post. E, agora, recorda-se sobretudo das crianças à espera que os pais voltassem para cima. "Muitas delas tinham nas mãos desenhos de homens debaixo de terra. " Quando chegou à mina, a derrocada tinha acontecido há 19 dias e os mineiros já tinham enviado, através de uma sonda de 12 centímetros de diâmetro, a mensagem "Estamos bien en el refúgio, los 33. " Sabia-se que estavam vivos, não se sabia como sairiam. "Achas que vá trabalhar?"São 6h00 da manhã quando toca o alarme do telemóvel em casa de Mario Gómez, o mineiro mais velho do grupo. É um som madrugador e aborrecido. Mario pergunta à mulher, Lilian Ramírez: "Achas que vá trabalhar?" Ela incentiva-o a faltar. Há muito que tentava convencer o marido, de 63 anos, a apresentar os papéis para a reforma. Ele, que já perdera dois dedos numa explosão numa mina, nunca deixara de trabalhar. Nesse dia, levanta-se e vai apanhar o autocarro, descreve Franklin. A mina de San José, agora encerrada, é um labirinto de seis quilómetros de túneis. Lá em baixo a temperatura está quase sempre acima dos 30 graus. No dia da derrocada, às 17h40, Mario Segura, do grupo de operações especiais da polícia, recebe um telefonema na esquadra de Copiapó, a cidade mais próxima, a pedir uma equipa de resgate. Pouco depois, os nomes dos mineiros que estavam de serviço começam a passar no ecrã da televisão chilena, mas Liliane Ramírez não vê. Por isso, quando ouve a carrinha que costumava trazer Mario Gomez de volta, põe o jantar no microondas. Entretanto, estranha a demora, abre as cortinas da janela e vê o chefe do marido. "Meu Deus, aconteceu alguma coisa. " Tinha havido um acidente, disseram-lhe sem mais pormenores. Ela pôs-se a caminho e, como tantos outros familiares, só voltaria a casa dois meses depois. "Dezenas e depois centenas de familiares e amigos dos mineiros afluíram à mina de San José na tarde do dia 5 de Agosto e na madrugada de sexta-feira, dia 6. Trouxeram sacos-cama, comida e cigarros, que fumavam uns atrás dos outros. " O presidente Sebastián Piñera estava no Equador, mas regressou rapidamente ao Chile. No dia 7 chegou também o ministro das Minas, Laurence Golborne, a quem coube a missão de dizer às famílias que as notícias não eram boas. A fome e o canibalismoLá em baixo, as horas passavam sem notícias e sem comida. A liderança estava nas mãos do chefe de turno, Luis Urzúa, mas também de Mario Sepúlveda, outro dos mineiros. O mais novo dos 33, Jimmy Sánchez, de 19 anos, começou a ter alucinações. O mineiro Edison Peña engendrou um sistema de iluminação com as baterias dos veículos, ataram-se garrafas ao tubo de escape para aquecer água e fazer chá. Urzúa já tinha racionado a comida, Victor Zamora começou a escrever um diário. Poucos dias após a derrocada a fome era tal que Samuel Ávalos percorreu a parte da montanha onde os 33 estavam bloqueados, revirou caixotes do lixo, encontrou cascas de laranja entre os papéis e relatórios da mina e comeu-as com prazer.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Nos abrigos falta apoio médico para os doentes
Nos centros de abrigo da região Nordeste do Japão, há idosos e doentes que enfrentam a vaga de frio sem aquecimentos, uma alimentação racionada e a suspensão dos tratamentos. Na cidade de Kesennuma, os médicos dizem que estão a chegar ao limite. (...)

Nos abrigos falta apoio médico para os doentes
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento -0.35
DATA: 2011-03-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Nos centros de abrigo da região Nordeste do Japão, há idosos e doentes que enfrentam a vaga de frio sem aquecimentos, uma alimentação racionada e a suspensão dos tratamentos. Na cidade de Kesennuma, os médicos dizem que estão a chegar ao limite.
TEXTO: Muitos dos sobreviventes fugiram para os centros de abrigo deixando tudo para trás, incluindo os seus medicamentos. Concentram-se em ginásios sem aquecimento nem água corrente. Na cidade de Kesennuma, o Hospital Inawashiro – cujo piso térreo e primeiro andar ficaram devastados pelo tsunami – foi obrigado a retirar 47 doentes. Estes sofrem, na sua maioria, de doenças crónicas ou ferimentos ligeiros causados pelo sismo. Onze já estão com as suas famílias. Mas os outros 36 – entre eles uma mulher com cem anos – foram levados para uma sala de aula de uma escola primária e deitados em futons - colchões típicos japoneses - no chão. Nesta escola estão mais 400 pessoas. Não há electricidade nem aquecimento. Como na maioria dos centros, os refugiados recebem um mínimo de alimentos e de água. À noite, três médicos e onze enfermeiros – que, na maioria, perderam as suas casas no tsunami -, passam com velas nos corredores da escola, mergulhada na escuridão, para verificar o estado de saúde dos seus pacientes. “Com este tempo frio, a saúde de alguns doentes está a piorar. Vamos fazer tudo o que pudermos para que o seu estado estabilize até que possam ser transferidos daqui”, disse à AFP o médico Mokesada Moriwaki. Para os Médicos Sem Fronteiras – que enviou equipas para a província de Miyagi, uma das mais afectadas -, a principal preocupação vai para as doenças crónicas nas pessoas de mais idade, como a hipertensão ou a diabetes. Os diabéticos não podem ir às clínicas receber insulina e os cortes de electricidade impossibilitam as diálises. Só na cidade de Iwaki, 800 doentes com insuficiência renal, tiveram de ser transferidos para Tóquio para aí receberem tratamento. Eric Ouannes, director-geral da organização no Japão, lembrou ainda que é preciso, “com toda a urgência, fornecer cobertores para proteger os mais vulneráveis”, salientando os numerosos casos de hipotermia. Mas os próprios médicos vivem em condições difíceis. Lee Yang Sung, um cirurgião do Hospital Universitário de Tohoku – que trabalhava no Hospital Inawashiro do dia do sismo – preferiu ficar para tratar dos doentes albergados na escola primária. “Muitos têm problemas respiratórios”, disse. “Falta água quente para a higiene dos doentes e as escaras tornam-se cada vez mais comuns”. “Atingimos o limite daquilo que podemos fazer”, lamentou.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola mulher alimentos