Observatório dos investimentos Portugal-Angola reuniu-se pela primeira vez desde 2015
Acordo rubricado nesta sexta-feira prevê a internacionalização do Revive, projecto que passa pela recuperação e rentabilização de património público “de elevado valor patrimonial, cultural e histórico relacionado com a cultura lusófona”. (...)

Observatório dos investimentos Portugal-Angola reuniu-se pela primeira vez desde 2015
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2018-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Acordo rubricado nesta sexta-feira prevê a internacionalização do Revive, projecto que passa pela recuperação e rentabilização de património público “de elevado valor patrimonial, cultural e histórico relacionado com a cultura lusófona”.
TEXTO: Três anos depois de ter sido anunciado, o Observatório dos investimentos angolanos em Portugal e portugueses em Angola teve a sua primeira reunião no âmbito da visita de João Lourenço a Portugal e numa altura em que este país quer atrair mais capital estrangeiro. Este organismo, pensado em 2013, acabou por surgir em Junho de 2015, no âmbito de um memorando de entendimento rubricado em Luanda pelo então ministro da Economia português, António Pires de Lima, e o seu homólogo angolano, Abraão Gourgel. A sua função seria a de identificar eventuais obstáculos e promover projectos empresariais. Segundo a Lusa, o acordo para a criação deste organismo foi assinado pelo Conselho de Ministros de Angola apenas no passado dia 15, poucos dias antes da viagem de João Lourenço a Lisboa e ao Porto (e a par de outros como o do fim da dupla tributação). De acordo com o comunicado conjunto dos dois países emitido esta sexta-feira, a reunião do observatório que agora ocorreu “permitiu um diálogo produtivo sobre os fluxos bilaterais de investimento, com vista ao seu incremento”. Ao PÚBLICO, fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou que o encontro, realizado esta quinta-feira, foi presidido pelo ministro-adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, e pelo seu homólogo angolano, Pedro Luís da Fonseca, ministro da Economia e Planeamento. Do lado português estiveram também o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, e o secretário de Estado da Economia, João Correia Neves, bem como responsáveis da Direcção-Geral das Actividades Económica, da Direcção-Geral de Política Externa e da AICEP. Actualmente, está por aplicar no terreno o acordo de promoção e protecção recíproca de investimentos, rubricado por José Sócrates em Luanda em 2008. Agora, dez anos depois, e após a visita de António Costa a Angola em Setembro, houve “uma troca de impressões muito construtiva” para a elaboração de uma adenda, já referenciada há dois meses, para adequar o teor do acordo “ao actual quadro de desenvolvimento económico dos dois países e ao novo paradigma aprovado pelo executivo angolano na matéria”, além das normas da UE. No documento agora divulgado destacam-se “progressos” na questão da certificação regularização das dívidas a um grupo de 24 empresas portuguesas, ligadas ao sector da construção e serviços. Esta quinta-feira à noite, o ministro das Finanças de Angola, Archer Mangueira, afirmou à Lusa que já estavam 270 milhões de euros de dívidas certificadas. Dois dias antes, o valor estava nos 200 milhões, dos quais metade já tinham sido regularizados. Hoje, a Lusa deu nota de novo decreto executivo no qual o Governo angolano fixa o prazo limite de 31 de Janeiro de 2019 para “apresentação de reclamações sobre dívida interna atrasada” por parte dos credores do Estado angolano (como empresas estrangeiras), ligada ao período de 2013 a 2017. Com a convenção para evitar a dupla tributação a dar passos em frente - já foi aprovada pelos conselhos de ministros dos dois países, faltando as aprovações parlamentares e respectivas publicações para entrar em vigor -, o documento destaca o “empenho” em concluir o processo “com a maior brevidade possível”. Outra iniciativa recuperada é o protocolo bilateral sobre a facilitação de vistos, datado de 2011. Neste caso, vai haver uma quarta reunião, no primeiro trimestre do ano que vem, tendo em vista a implementação deste instrumento que “potencia os fluxos turísticos, empresariais e de investimento entre os dois países”. No caso do turismo, uma das apostas de Angola para diversificar a economia além do petróleo e gerar empregos (este é um sector de mão de obra intensiva), a ideia é captar investimento privado e melhorar a qualificação dos recursos humanos, entre outros aspectos (como a promoção da marca Angola), fazendo crescer o sector (uma das apostas fortes é o desenvolvimento do Namibe). Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Entre os 13 acordos assinados esta sexta-feira entre João Lourenço e António Costa estão três ligados ao turismo, incluindo-se aqui dois planos de acção (de 2018 a 2022), um entre o Turismo de Portugal e o seu congénere angolano, o Infotur; e outro entre o Turismo de Portugal e o Ministério da Hotelaria e Turismo de Angola. Aqui estão contempladas acções como a formação em áreas que vão da hotelaria à gastronomia, e a internacionalização para Angola do programa Revive (dinamização por privados de imóveis do Estado, como a Coudelaria de Alter). Neste caso, a ideia passa pela recuperação e rentabilização de património público “de elevado valor patrimonial, cultural e histórico relacionado com a cultura lusófona”.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Costa promete “toda a cooperação” de Portugal no combate à corrupção em Angola
No Porto, Presidente da República de Angola, João Lourenço, deixou a garantia de que haverá um “desfecho ainda no primeiro trimestre de 2019” relativamente à concessão de vistos para cidadãos dos dois países. (...)

Costa promete “toda a cooperação” de Portugal no combate à corrupção em Angola
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: No Porto, Presidente da República de Angola, João Lourenço, deixou a garantia de que haverá um “desfecho ainda no primeiro trimestre de 2019” relativamente à concessão de vistos para cidadãos dos dois países.
TEXTO: O primeiro-ministro, António Costa, garantiu esta sexta-feira “toda a colaboração e cooperação judiciária, policial e fiscal” a Angola no sentido de apoiar a prioridade definida por aquele país que passe pelo "combate à corrupção”. Questionado pelos jornalistas angolanos se o tema do repatriamento de capitais para Angola, no âmbito do combate à corrupção, é um tema fracturante entre os dois países e também entre o Presidente da República português, António Costa disse que não. E garantiu: "Da parte de Angola, a informação que nos foi transmitida por parte das autoridades é que isto não porá em causa a estabilidade do nosso sistema financeiro”. Para o primeiro-ministro, a questão não é tanto saber onde estão localizados os depósitos, a questão é saber em nome de quem é que estão titulados os depósitos. "É a isso que nós daremos toda a colaboração às autoridades angolanas. O que importa é dar o seu a quem é seu”, disse António Costa. "O dinheiro que pertence a Angola, a Angola cabe que seja contabilizado", acrescentou. Ainda na quarta-feira, dia em que Lourenço aterrou em Portugal, a Assembleia Nacional angolana aprovou, com o voto favorável da oposição, a proposta de Lei sobre o Repatriamento Coercivo e Perda Alargada de Bens, permitindo o confisco de "bens incongruentes domiciliados no exterior do país". Na conferência de imprensa conjunta do Presidente da República de Angola, João Lourenço, e do chefe do Governo português, no Salão Árabe do Palácio da Bolsa, no Porto, falou-se da emissão de vistos entre cidadãos dos dois países, um tema que fora aflorado no encontro de cerca de 35 minutos entre as duas comitivas — portuguesa e angolana —, que estiveram reunidas para discutir os 13 acordos e protocolos de cooperação e planos de acção que os ministros de ambos os países assinaram no âmbito da visita do chefe de Estado angolano a Portugal. Quanto à questão dos vistos entre cidadãos dos dois países, João Lourenço revelou que “há um caminho delineado e bastante claro”, mas há ainda acções por realizar. A mensagem que passou foi a de que Portugal e Angola estão a trabalhar na simplificação dos procedimentos administrativos para a concessão de vistos de entrada e das declarações do Presidente da República de Angola sobressai o compromisso de, "a nível ministerial e a nível técnico", os dois países continuarem empenhados em encontrar um "desfecho ainda no primeiro trimestre de 2019, na facilitação de vistos entre cidadãos comuns”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. As primeiras perguntas dos jornalistas foram sobre a dívida de Angola. "Está resolvida, não quer dizer que está 100% liquidada", respondeu João Lourenço. O processo de certificação da dívida foi descrito por António Costa como estando "em curso". "Estão certificados 200 milhões e estão pagos 100 milhões, o que equivale a metade", disse o primeiro-ministro. Os 13 protocolos assinados entre Portugal e Angola para a “dinamização da cooperação” entre os dois países abrangeram áreas tão diversas como a justiça, saúde, turismo, formação de pessoal docente, engenharia, cultura, reinserção social, medicina legal, inovação, ciência e ambiente.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei cultura social
A altura certa para Ata Kak
O músico ganês que gravou uma cassete no Canadá no início dos anos 1990 e desistiu da música até ser descoberto na década de 2000 estreia-se em Lisboa esta sexta-feira no Musicbox. (...)

A altura certa para Ata Kak
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.285
DATA: 2018-10-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: O músico ganês que gravou uma cassete no Canadá no início dos anos 1990 e desistiu da música até ser descoberto na década de 2000 estreia-se em Lisboa esta sexta-feira no Musicbox.
TEXTO: O percurso de Yaw Atta-Owusu não é igual ao de outros músicos que incendeiam as pistas de dança. No início dos anos 1990, quando o ganês vivia em Toronto, Canadá, comprou, com o dinheiro ganho a trabalhar numa fábrica, equipamento musical em segunda mão e montou um estúdio no seu apartamento. Aprendeu, a custo, a gravar música. "Não sabia o que estava a fazer porque não estava familiarizado nem com o computador nem com o órgão, tive de aprender tudo sozinho. Ninguém me ensinou nada", conta pelo telefone. Completado o disco, enviou o resultado para o seu irmão gémeo no Gana, que trataria de fazer uma capa e produzir as cassetes para depois as vender, o que acabou por não acontecer. Terão sido feitas 50 cópias e vendidas apenas três. Foi, nas palavras do próprio, "um desastre" que o fez "esquecer" completamente a música ao longo dos anos seguintes. A coisa teria ficado por aqui. Mas, felizmente, ele, já tendo desistido, foi finalmente descoberto e chegou à ribalta pela primeira vez. "Agora olho para trás e penso 'graças a Deus'. Fiz algo bom, só que a altura não era a certa. E agora é a altura certa e cá estou eu. " A altura certa poderá ser testemunhada esta sexta-feira, no Musicbox, quando o músico se estrear em Lisboa na penúltima noite da 12. ª edição do festival Jameson Urban Routes. E demorou bastante tempo até chegar aqui. Em 2002, o estudante de etnomusicologia norte-americano Brian Shimkovitz passou um mês a viver no Gana, onde comprou uma cassete. Obaa Sima era o nome do disco que tinha sido lançado em 1994 por um artista que se auto-intitulava "Ata Kak", nome que Yaw Atta-Owusu escolher para lançar música (algo como "gémeo pequeno", no sentido de ser o mais novo). A aquisição de Shimkovitz ficara esquecida dentro de uma caixa durante uns tempos. Quando a abriu, o comprador encontrou sons estranhos cantados em língua axante, funk/pop/rap/house mutante e algo fantasmagórico, até porque a música estava mais acelerada do que a gravação original. Quatro anos depois, inspirado pela música de Ata Kak, Brian Shimkovitz começou um blogue dedicado a partilhar essa e outras pérolas obscuras africanas: Awesome Tapes from Africa, que deu depois origem a uma editora. O sucesso cibernético foi imediato, mas Shimkovitz, que faz DJ sets com decks de cassetes, demorou oito anos a encontrar o autor daquele álbum. Ninguém sabia quem ele era, mas o passa-palavra levou Brian até ao filho do músico, que entretanto tinha voltado ao Gana. "O Brian veio-me dizer pessoalmente que as minhas músicas estavam na internet. Não fazia ideia. Disse-me que as pessoas estavam a fazer dinheiro com elas", conta Ata Kak. Brian Shimkovitz decidiu montar-lhe uma banda, encabeçada pelo produtor, DJ e editor sul-africano Esa Williams, que reuniu outros músicos africanos radicados em Londres, para tocar ao vivo. "Precisávamos de um baixista, alguém para tocar órgão, alguém para programar os ritmos e tudo. Ele juntou um grupo, passámos tempo em Londres, e começámos a andar em digressão", continua. Isto foi há três anos. Antes disso, Ata Kak já tinha dado concertos no Canadá, com uma banda de highlife, o género musical africano, como baterista (quando vivia na Alemanha, onde esteve primeiro, tinha com uma banda de versões de reggae), mas nunca tocara as suas próprias composições em frente a público. E é algo em que se esmera a sério, como partilha com orgulho: "Os outros músicos, os jovens, quando actuam, só cantam. Nos anos 1970, os grupos e os músicos não cantavam só, também dançavam. Porque isso é entretenimento. " Para Lisboa, promete um "espectáculo incrível": "Vou fazer algo que tem sido a espinha dorsal do entretenimento: cantar, dançar, andar de um lado para o outro, saltar, fazer tudo o que posso para entreter o público", promete. Em 2016, era suposto Ata Kak, o nome que escolheu para lançar música, ter-se estreado em Lisboa, no Lux, mas um contratempo e uma tempestade acabaram por lhe trocar as voltas e fazer com que o avião afinal ficasse preso no Algarve. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Foi na década de 1970 que Ata Kak cresceu como ouvinte de música. O disco-sound de nomes como KC & The Sunshine Band ou Kool & The Gang, entre outros, era uma parte importante da sua dieta musical. "Pop, reggae, funk, country, oiço todo o tipo de música. Sou um músico, oiço os outros e tento ver de que é que o mundo precisa", proclama. "Inicialmente, a minha música era só funk e pop. Ouvi Grandmaster Flash e pensei que conseguia fazer isso e incorporei isso", conta. Mas a influência do rap não é assim tão grande, já que, confessa, não gosta de quando "jovens músicos gostam quase só de música rap" e acha que a maioria do rap "não tem um bom ritmo, comparado com a geração antiga". "Eu cresci na era do disco e tinha tudo que ver com o ritmo e a dança. É o que faço. Mantenho-me na minha música e no que acho que funciona para mim. " Ainda assim, assegura que, quando tiver novo álbum, terá outra vez partes rap. É que, entretanto, tem temas novos e um álbum que, se tudo correr bem, sairá no ano que vem. Tem dito, ao longo dos anos, que o resultado soará melhor do que Obaa Sima. "Há uma diferença entre 1992 e 2018. O equipamento que usava está obsoleto, ultrapassado. Vai ser um bocadinho diferente, mas ritmo e a música, basicamente, vão ter o mesmo sentimento", explica. Não tem medo de perder a magia da música original, que aconteceu mais ou menos por acidente? "Quando comecei a gravar os novos sons, percebi que soavam diferente do que eu tinha feito nos anos 1990. Tive de parar e reagrupar, pensar bem sobre isso, porque a tecnologia mudou. Antes gravava sozinho, no meu apartamento, no meu próprio estúdio. Agora estava no estúdio doutra pessoa, com instrumentos diferentes e tecnologia moderna. Torna o som bastante diferente. E não gostei. Foi por isso que demorei muito tempo para fazer um segundo álbum. Ainda estou a trabalhar nele, para não soar a música moderna. Espero ainda ter o sabor original", responde.
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Étnia Africano
Três bombeiros não viram sinais de espancamento em jovens da Cova da Moura
Bombeiros que chegaram à Esquadra de Alfragide quatro horas depois de agressões a jovens não se recordam de ver lesões significativas. Juízes e MP quiseram saber nesta sexta-feira por que razão os encaminharam, então, para o hospital. (...)

Três bombeiros não viram sinais de espancamento em jovens da Cova da Moura
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-10-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Bombeiros que chegaram à Esquadra de Alfragide quatro horas depois de agressões a jovens não se recordam de ver lesões significativas. Juízes e MP quiseram saber nesta sexta-feira por que razão os encaminharam, então, para o hospital.
TEXTO: Quando chegaram à Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial de Alfragide, a 5 de Fevereiro de 2015, pelo menos três bombeiros da Amadora não notaram nada de anormal no espaço. Passavam-se quatro horas sobre os acontecimentos que estão no centro do julgamento, a decorrer no Tribunal de Sintra, no qual 17 polícias respondem pelos crimes de falsificação de auto, tortura e racismo contra seis jovens da Cova da Moura (Amadora). Não viram nem sangue no chão, nem sinais de “espancamento” nos jovens, disseram em resposta ao advogado de defesa. Esta sexta-feira, os bombeiros Vítor Silva, Valéria Souza e Ana Sofia Moreira (estas duas faziam uma dupla) confirmaram ao tribunal ter chegado àquela esquadra quase ao mesmo tempo, pouco depois das 18h, como está escrito no verbete, ou seja, quatro horas depois das agressões de que os polícias estão acusados. Um dos jovens, Celso Lopes, levou um tiro na perna disparado pelo agente João Nunes. Este agente, em depoimento ao tribunal, disse não se ter dado conta que tinha acertado no jovem. As lesões estão documentadas pelos registos hospitalares e o cenário de agressão está descrito no auto como tendo ocorrido pelas 14h30, sendo que os polícias dizem ter-se defendido para evitar que invadissem a esquadra. Os primeiros três bombeiros que estiveram no local, ouvidos pelo Tribunal de Sintra, e uma funcionária do INEM que chegaria à esquadra depois mas que nem sequer entrou, disseram não se recordar da maior parte dos pormenores daquele dia. “Talvez esteja um bocado confuso”, “são muitos serviços”, disse, a determinada altura, Vítor Silva. Nem se lembram de qual era exactamente o estado físico dos jovens. O próprio bombeiro que assistiu Rui Moniz não se recordava que este — vítima de um AVC em criança — tem dificuldades de locomoção e usa uma tala no braço devido à sua condição de saúde. Valéria Souza, que disse já conhecer os 17 agentes que estão em tribunal por via da sua função antes mesmo do episódio, respondeu a várias perguntas com um “não sei” “não me lembro” — inclusivamente sobre se tinha notado algum sangue no corpo dos jovens já que estes foram transportados para o hospital e o verbete refere que ela usou um penso para limpar uma das vítimas. Deixou o procurador do Ministério Público, Manuel das Dores, irritado com as respostas vagas às sucessivas perguntas mas com a certeza de ter visto pedras e vidros no chão à entrada da esquadra — os polícias acusaram os jovens de terem atirado pedras à esquadra. A bombeira, que com a colega Ana Moreira foi a primeira a chegar ao local, terá visto algumas escoriações no corpo de quem assistiu mas não sinais de espancamento, disse ao advogado dos polícias. Também Vítor Silva referiu “algumas” escoriações na mão de Rui Moniz. No seu verbete referiu que houve “queda acidental” e não agressão, ao contrário dos outros verbetes que explicitamente referem agressão porque foi essa a informação que o jovem lhe transmitiu, justificou. Já a funcionária do INEM referiu que o jovem que assistiu vinha com ar cabisbaixo e que um dos agentes lhe pediu para não falar com ele. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Mas se não havia sinais de lesões graves, então por que levaram estes jovens ao hospital, quiseram saber a juíza e o Ministério Público? Vitor Silva disse ter “vaga ideia” de o “jovem ter dito não querer ser assistido ali”, pedindo-lhe para ir para o hospital — e se a vítima “está consciente, e quer ir ao hospital, encaminhamos”; Valéria Souza referiu que quem toma a decisão é o 112, depois de lhes ser comunicado o diagnóstico; e Ana Sofia Moreira explicou que depois de passar os dados ao médico este, se considerar que não é grave, ordena que se preste assistência no local — porém, quando há uma “necessidade gritante” não precisam sequer de chamar o médico, encaminham para o hospital. Por outro lado, continuou, se o médico considerar que não há necessidade de ir ao hospital, e a vítima quiser ir na mesma, não poderá ir na ambulância do INEM, terá que ir na dos bombeiros e aí o valor da deslocação é pago pela própria pessoa. As bombeiras, que relataram factos contraditórios, esperaram pela chegada do INEM para abandonar o local. Nesse intervalo, Ana Sofia Moreira conta que ficou no carro com uma das vítimas enquanto Valéria Souza permaneceu dentro da esquadra. Sofia Moreira relatou ainda em tribunal que naquele mesmo dia 5 de Fevereiro já tinham sido chamadas àquela mesma esquadra, horas antes, para assistir um outro jovem — provavelmente Bruno Lopes, o primeiro a ser detido na Cova da Moura. Já Valéria Souza deu outra versão: diz que foram não à Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial de Alfragide mas a outra que fica em frente, a 64. ª.
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Palavras-chave tribunal racismo criança corpo
A luta dos designers por se manterem no mundo da moda
O que é o mais difícil para os designers: entrar ou manter-se no mundo da moda? O PÚBLICO foi à procura de respostas no Portugal Fashion que começou nesta quinta-feira no Porto. (...)

A luta dos designers por se manterem no mundo da moda
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-10-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: O que é o mais difícil para os designers: entrar ou manter-se no mundo da moda? O PÚBLICO foi à procura de respostas no Portugal Fashion que começou nesta quinta-feira no Porto.
TEXTO: Não é fácil começar, reconhecem muitos dos jovens designers que apresentaram o seu trabalho no primeiro dia da 43. ª edição do Portugal Fashion, que regressou ao edifício da Alfândega do Porto, nesta quinta-feira. O PÚBLICO quis saber o que é mais difícil para aqueles que começam a dar os primeiros passos no mundo da moda: para os mais jovens a maior dificuldade é entrar, porque é difícil levar as colecções aos desfiles sem apoio ou patrocínio, dizem; para os mais velhos, o difícil é fazer uma carreira. “O difícil é manter-se no mercado por causa do grande investimento que exige. Demora anos até se ter projecção”, responde Maria Gambina, que apresenta nesta sexta-feira os seus coordenados depois de cinco anos afastada das passerelles, e que esteve dedicada ao ensino. Aliás, a designer já foi professora de muitos dos jovens que neste final de semana apresentaram as suas colecções. E é com “orgulho” que os vê com “garra, a darem tudo por tudo para fazerem um bom trabalho, a dedicarem-se de corpo e alma”, diz. Os exemplos são Rita Sá e Maria Meira, que apresentaram o seu trabalho na quinta-feira, e David Catalán e Inês Torcato que o fazem nesta sexta-feira. “Quando acabam o curso são muito novos. Têm de mostrar logo que trazem algo de novo porque não vão brincar às passerelles”. Gambina também foi professora de Nuno Gama e de Katty Xiomara, designers já consagrados, que apresentam no sábado as suas colecções. “Ou têm um grande apoio monetário da parte da família ou arranjam parceiros e patrocínios. Ou então é muito difícil, porque não é brincadeira nenhuma”, continua Gambina. Mais, realça, “as pessoas nem imaginam o enorme investimento que é preciso para levar uma colecção a um desfile de moda. Dez coordenados, por exemplo, nunca ficam por menos de 2500 euros”. Além disso, o designer tem um conjunto de tarefas a desenvolver até chegar ao desfile. Primeiro, há que ser criativo e inovador a desenhar. Depois, decidir quais as peças que quer e procurar materiais. Há ainda o croqui técnico para que as costureiras percebam a peça. Depois a prototipagem e a confecção. “É muito difícil ser uma jovem designer, porque há muito investimento antes de termos retorno. Tenho os meus patrocinadores que me ajudam”, confessa a jovem designer Rita Sá. Estreou-se na quinta-feira, no Portugal Fashion, na plataforma Bloom, depois de ter sido nomeada finalista do concurso Rebelpin, organizado pela ACTE – European Textile Collectivities Association. Também ganhou o prémio na Moda Lisboa deste ano, e o prémio Fashionclash que a levou a apresentar coordenados na Holanda. Já tem peças à venda numa loja do Porto. Mesmo assim, desabafa que é muito o cansaço de ter de fazer tudo. “Temos uma equipa concentrada numa pessoa que somos nós próprios”, justifica, enquanto mostra os coordenados inspirados numa história de um miúdo que sai da escola e caminha para a paragem. Também Maria Meira, vencedora do Bloom de Março deste ano, juntamente com Mara Flora, acredita que esta plataforma abriu-lhe portas para fazer desfiles e trabalhar com agências e revistas. Na quinta-feira estreou-se nas passerelles com uma colecção em preto e branco, inspirada na artista plástica Yellin. Mas sabe que não é fácil vingar na moda sem ajuda dos pais e de outras pessoas. “É tentar economizar ao máximo, porque estamos no início. É difícil e é preciso muita força de vontade”, desabafa. Já Joana Braga que levou uma colecção inspirada num filme de Eric Rohmer, tenta arranjar parcerias com empresas. Mas ainda gastou algum dinheiro nos tecidos para confeccionar as peças, refere. O ter vencido o concurso jovens criadores PFN abriu-lhe portas no mundo da moda. “Não é fácil começar, há muitas condicionantes como: o que é o negócio da moda, como gerir a marca, entrar no mercado de venda e todo esse processo acaba por ser lento”, responde Paulo Cravo, coordenador do Bloom, uma plataforma que existe há oito anos com o intuito de ajudar os novos designers. Para quem já tem tarimba no mercado como a designer Susana Bettencourt “não são as primeiras colecções que custam. Como se diz na sorte ao jogo, pode haver sorte de principiante”. No seu caso, foi mais fácil entrar no Portugal Fashion, porque já tinha construído carreira fora de Portugal. “Fui uma afortunada porque já tinha algumas conquistas em Londres e vim para Portugal depois”, recorda. Mesmo assim, defende, “o difícil é conseguir manter-se no mundo da moda e ter empresas sustentáveis”. Como a que a criadora quer ter com “uma equipa com ordenados e que esteja contente no seu local de trabalho”. Na prática, continua, “não é só o desfile e as roupas que fazemos; quero também ter orgulho na empresa que criei e isso requer muito esforço e, a nível de gestão, uma ginástica muito grande”. No próximo ano, Susana Bettencourt quer abrir loja em Guimarães. Por enquanto, só tem mais uma pessoa a trabalhar consigo e depois tudo funciona através de parcerias. “É a forma que temos de nos ajustar aos desafios que vamos tendo”, diz. Só assim foi possível levar, na quinta-feira, à passerelle a sua nova colecção Resilient individuality que também lhe lembra o quanto a sua “equipa é resiliente por causa do esforço e batalha no trabalho”. Apresentou uma colecção inclusiva e inspirada em todas as culturas pela experiências de vida, viagens. “As pessoas são uma fusão de culturas. Temos desde uma tenista até uma mulher mais tribal, selvagem”, explica a criadora. Ao todo são 35 coordenados em tons diferentes do habitual e feitos de tecidos jacquard. À medida que se assiste ao desfile, desenrola-se uma história contada pelas cores e padrões, desde o mais tribal com os motivos e estampados até ao citadino com mistura de caras e máscaras africanas que não estão bem visíveis e é para cada um descobrir. A grande novidade foram os fatos de banho. “Queria vestir a praia, o ténis, a mulher trabalhadora, a mulher que corre de um lado para o outro”, explica. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Também Carla Pontes, que cresceu no seio do negócio têxtil da família, diz que “o mais difícil é manter e tornar a marca num negócio e sustentável”. Mas tem conseguido com peças suas à venda em várias lojas do Porto e de Lisboa. A participação em feiras internacionais também ajuda. Mas o impulso que teve foi quando ganhou o concurso de design do Portugal Fashion que lhe permitiu apresentar a sua primeira colecção, em 2012, na plataforma Bloom. A designer já participa há 13 edições no Portugal Fashion e nesta quinta-feira levou ao desfile 31 coordenados da colecção "Corpo", para a Primavera/Verão 2019. Inspirou-se no pintor austríaco Egon Schiele para trabalhar a pele e as suas imperfeições, como estrias e cicatrizes e de que forma estas são bonitas.
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Palavras-chave escola mulher ajuda corpo
Marcelo e PS aguardam “toda a verdade” para decidir futuro de Azeredo Lopes
Tancos esteve na agenda de uma reunião tranquila entre Marcelo e Costa. Rio tem dúvidas de que acusações sejam mentira. (...)

Marcelo e PS aguardam “toda a verdade” para decidir futuro de Azeredo Lopes
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2018-10-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: Tancos esteve na agenda de uma reunião tranquila entre Marcelo e Costa. Rio tem dúvidas de que acusações sejam mentira.
TEXTO: O Presidente da República e o PS utilizaram nesta quinta-feira um argumento idêntico quanto à continuidade de José Azeredo Lopes à frente do Ministério da Defesa, após o coordenador da investigação da Polícia Judiciária Militar (PJM) ao achamento das armas de Tancos ter revelado ao juiz a entrega de um memorando sobre o assunto ao antigo chefe de gabinete de Azeredo Lopes, o então major-general Martins Pereira. Em Belém e no Largo do Rato o tempo é de espera pela conclusão das investigações. “Que se apure toda a verdade “, destacou Marcelo Rebelo de Sousa. Numa declaração ao PÚBLICO, a porta-voz socialista, Maria Antónia Almeida Santos, também recomendou que se dê tempo ao tempo. O PÚBLICO sabe que na habitual reunião semanal do Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas com o primeiro-ministro, António Costa, o assunto foi abordado, mas que o encontro de trabalho decorreu de forma tranquila. Horas antes da reunião em Belém, o Presidente realçou “que está em curso uma investigação criminal, há que esperar que decorra e se apure toda a verdade”. No cemitério de Loures numa iniciativa comemorativa da implantação da República, Marcelo foi interrogado se mantinha a confiança política no ministro da Defesa. “Vamos aguardar a conclusão deste processo, desta instrução criminal em curso e, em função dos factos apurados e das responsabilidades eventualmente suscitadas, depois será possível formular um juízo preciso, concreto e específico acerca da matéria”, comentou à Lusa o Presidente. “Desde o início tenho defendido isso. Portanto, vamos esperar para ver quais são as conclusões”, acentuou. Ao afirmar que mantém a mesma posição desde o início do roubo ao paiol de Tancos, o Presidente da República reafirma que o tempo é, ainda, da justiça. “Não vou dizer mais. Sabem que em matéria de Forças Armadas e defesa nacional sou parco de palavras”, justificou. Ao PÚBLICO, Maria Antónia Almeida Santos, porta-voz do PS, disse “não ter razões para duvidar do ministro. Aguardemos. ” A espera foi também aconselhada por Vitalino Canas, que não deixou de manifestar a sua surpresa pela situação. “É inédito nas Forças Armadas, surpreendeu-me numa instituição altamente disciplinada e reputada”, referiu, o antigo governante socialista. Acrescentou que não concorda, como a “maioria dos militares”, com as declarações do ex-director-geral da PJM, coronel Luís Vieira, de que colaborou na encenação da entrega do material de guerra por interesse nacional. “Tendo havido notícias que não estão confirmadas, devemos aguardar indicações mais precisas. Se for visado, haverá a possibilidade de se pronunciar e de esclarecer. Nesta altura, em relação ao ministro, não há nenhum dado que fundamente uma decisão política”, disse ao PÚBLICO, pondo de lado a demissão de Azeredo Lopes. Uma situação que, aliás, os socialistas ouvidos pelo PÚBLICO, fazem depender do evoluir do processo judicial. Na convicção de que seria difícil o ministro sobreviver a uma audição pelo Ministério Público. António Costa, que desde a manhã desta quinta-feira refutou estar em causa a continuidade do ministro da Defesa, foi peremptório ao Expresso. “Desconheço em absoluto o que tenha sido dito por qualquer pessoa em qualquer depoimento que, aliás, presumo esteja em segredo de Justiça”, disse quanto às declarações do major Brazão. “Conheço o que de modo inequívoco o ministro da Defesa Nacional já declarou em público e que não suscita qualquer quebra de confiança”, sublinhou o primeiro-ministro. “A não ser que seja tudo redondamente mentira e provado que é redondamente mentira, não vejo como é que, nestas condições, um primeiro-ministro pode manter o ministro em funções”, referiu à Lusa Rui Rio. Recordando que tem por princípio “não pedir demissões de membros do Governo”, o presidente do PSD abordou como trataria desta questão se estivesse à frente de um governo. “A palavra é sempre do primeiro-ministro, mas quando eu for primeiro-ministro, nestas circunstâncias é impossível manter um ministro em funções. A não ser que isto seja redondamente mentira, mas isso é que eu tenho dúvidas”, frisou. AO PÚBLICO, o eurodeputado social-democrata Paulo Rangel defendeu a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa. “Desde o primeiro dia que o Governo não fez o que devia fazer e remeteu para um caso de polícia. Isto não é um caso de polícia, embora também tenha essa dimensão”, anotou o eurodeputado do PSD. “O primeiro-ministro já veio desvalorizar o assunto como aconteceu com o incêndio de Pedrógrão Grande. Deixa o Presidente da República numa situação difícil. Se o Governo não assumir responsabilidades tem de ser o Presidente como Comandante Supremo das Forças Armadas, o Presidente tem de actuar em privado ou público”, insistiu. Na manhã desta quinta-feira, Azeredo Lopes que se encontrava em Bruxelas numa reunião ministerial da NATO, adiou o seu regresso a Lisboa para uma declaração aos jornalistas, refutando as acusações de que teria sido informado da operação encenada pela PJM. “Quero dizer que é categoricamente falso que tenha tido conhecimento de qualquer encobrimento neste processo”, disse o titular da Defesa Nacional. Questionado sobre o envolvimento do seu então chefe de gabinete, numa conversa com o director-geral e coordenador das investigações da PJM, coronel Luís Vieira e major Vasco Brazão, o ministro utilizou um registo menos categórico. “Não vou comentar declarações de pessoas que, tanto quanto sei, nem sequer conheço. Não vou falar pelo meu chefe de gabinete (ver caixa) nem falar mais deste tópico”, concluiu. Como avançou nesta quinta-feira o Expresso e confirmou o PÚBLICO, Vasco Brazão disse ao juiz de instrução criminal, na audição mais longa — oito horas — de todos os detidos no âmbito da Operação Húbris, que tinha entregue pessoalmente ao chefe de gabinete do ministro um memorando sobre o achamento das armas de Tancos na Chamusca. Acrescentado que o major-general Martins Pereira, à sua frente e de outros dois militares da PJM, contactou telefonicamente o ministro. Nesta versão, quer o titular da pasta quer o seu então chefe de gabinete não tecerem comentários sobre aquela informação. Entretanto, o ex-chefe de gabinete admitiu nesta quinta-feira tem, numa declaração escrita enviada à Lusa, que recebeu em Novembro de 2017 o coronel Luís Vieira e o major Brazão, mas nunca percebeu qualquer “indicação de encobrimento de eventuais culpados do furto de Tancos. ” O tenente-general Martins Pereira refere ainda que comunicou ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal estar disponível para ser ouvido no âmbito deste processo”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Após as suas declarações, a Vasco Brazão, que regressou a Portugal na segunda-feira oriundo da República Centro Africana onde se encontrava em missão, foi imposta a pena de prisão domiciliária sem dispositivos electrónicosJá em prisão preventiva, está o antigo director-geral da PJM, Luís Vieira. Este confessou ao juiz João Bártolo que o aparecimento, em Outubro passado, do material de guerra num baldio da Chamusca não passou de uma encenação ditada pelo “interesse nacional” após o que denominou como “acordo de cavalheiros” com o autor do roubo. Um ex-fuzileiro de 36 anos, conhecido pela polícia como traficante de armas e de droga, que também se encontra em prisão preventiva. Em liberdade, mas sujeitos a termo de identidade e residência, suspensão do exercício de funções, proibição de contacto com os outros arguidos, estão os outros seis arguidos, militares da PJM e agentes da GNR de Loulé. com Liliana Valente e Sofia Rodrigues
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Papandreou saúda possibilidade de Grécia comprar dívida com verbas do fundo de resgate
O primeiro-ministro grego, Giorgios Papandreou, manifestou-se hoje a favor da compra pelo seu país de títulos da dívida pública com verbas do fundo de resgate europeu. (...)

Papandreou saúda possibilidade de Grécia comprar dívida com verbas do fundo de resgate
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DATA: 2011-07-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: O primeiro-ministro grego, Giorgios Papandreou, manifestou-se hoje a favor da compra pelo seu país de títulos da dívida pública com verbas do fundo de resgate europeu.
TEXTO: Essa possibilidade tinha já sido admitida na quarta-feira, pela primeira vez, pela Alemanha. “Esse ideia podia aliviar a dívida da Grécia, mas também o serviço da dívida”, disse o chefe do governo helénico, em entrevista ao jornal Financial Times Deutschland. Papendreou pediu também aos seus homólogos europeus para agirem rapidamente no que respeita à aprovação de um segundo programa de ajuda à Grécia, sublinhando que os próximos dias são “decisivos” para a Europa. Entretanto, a chanceler alemã Angela Merkel exortou também os parceiros europeus a chegarem a acordo sobre o pacote financeiro para a Grécia, antes de ser convocada uma cimeira extraordinária da União Europeia para aprovar as novas medidas. “A condição prévia para a cimeira se realizar é termos um novo programa para a Grécia e podermos aprová-lo”, disse a chefe do Governo alemã em Abidjan, durante a visita oficial que está a efectuar à Nigéria. “Queremos um acordo rápido, mas o pacote para a Grécia tem de ser razoável”, sublinhou Merkel, citada por vários orgãos de comunicação social alemães que acompanham a visita. A cimeira extraordinária da União Europeia começou a ser projectada para sexta-feira, mas os atrasos na concretização do programa da União Europeia e do FMI para financiar a Grécia levaram vários países, nomeadamente a Alemanha, a propor que os chefes de Estado e de Governo só se reúnam quando houver “fumo branco”.
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Entidades FMI
São Tomé, o país adiado, escolhe o sucessor de Fradique de Menezes
Honório tem um desejo: que o dia de hoje marque uma viragem e a instabilidade, imagem de marca e travão ao desenvolvimento do país, fique para trás. "O povo já não pode aguentar. Já chega. São Tomé e Príncipe vai encontrar o seu caminho. Acredito na boa-fé dos dirigentes para que haja harmonia entre Presidente da República, Governo e as diferentes instituições", afirma. (...)

São Tomé, o país adiado, escolhe o sucessor de Fradique de Menezes
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DATA: 2011-07-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Honório tem um desejo: que o dia de hoje marque uma viragem e a instabilidade, imagem de marca e travão ao desenvolvimento do país, fique para trás. "O povo já não pode aguentar. Já chega. São Tomé e Príncipe vai encontrar o seu caminho. Acredito na boa-fé dos dirigentes para que haja harmonia entre Presidente da República, Governo e as diferentes instituições", afirma.
TEXTO: O que hoje está a votos é a escolha do Presidente, a eleger entre dez candidatos à sucessão de Fradique de Menezes, que conclui o segundo mandato no Palácio Cor-de-Rosa e não se pode recandidatar. O mais importante seria, porém, que as eleições trouxessem uma estabilidade que o país nunca conheceu em democracia. A ausência de um favorito claro torna provável uma segunda volta, dentro de três semanas. Mas isso será o que menos incomoda a maioria dos habitantes: o que mais lhes pesa é a pobreza, que afecta 54 por cento dos 190 mil habitantes, segundo o Banco Africano de Desenvolvimento. A corrupção e a instabilidade crónica são outros traços da realidade são-tomense. O desfile de primeiros-ministros tem sido vertiginoso. Só na década de Fradique como Presidente sucederam-se nove executivos e duas tentativas de golpe de Estado. Um historial que não cauciona o optimismo de Honório Lavres de Oliveira, de 40 anos, há 14 em Portugal, mas com uma proximidade ao arquipélago que lhe é dada pelas duas viagens anuais ao arquipélago e pelos laços que mantém. Os cerca de 93 mil eleitores recenseados - 3515 em Portugal, número baixo face aos mais de 27 mil residentes - vão escolher entre quatro candidatos da área do MLSTP-PSD (Movimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe-Partido Social Democrata), um do partido do Governo, a ADI (Acção Democrática Independente), e diversos independentes. Manuel Pinto da Costa, um dos fundadores do MLSTP, Presidente da República entre 1975 e 1991, quando o país seguiu uma orientação pró-soviética, que se apresenta como independente, é um dos nomes fortes da corrida. Aurélio Martins, candidato oficial, a antiga primeira-ministra Maria das Neves e a ex-ministra da Defesa Elsa Pinto, que concorrem ambas como independentes, confirmam a falta de unanimidade no seio do antigo partido único. Evaristo Carvalho, duas vezes primeiro-ministro e actualmente Presidente da Assembleia Nacional, é o candidato da ADI, que governa com maioria relativa, sob a liderança do primeiro-ministro, Patrice Trovoada, filho de Miguel Trovoada, eterno rival de Pinto da Costa. Uma eleição deste último é vista como uma ameaça por Patrice. Delfim Lima, vice-presidente do Partido da Convergência Democrática (PCD), Filinto Costa Alegre, Hélder Barros, Jorge Coelho e Manuel de Deus Lima são os outros candidatos. A existência de um tão elevado número de candidatos revela, para Paulo Gorjão, director do Instituto Português de Relações Internacionais e Segurança, "a consciência do papel que o Presidente da República vai ter nos próximos anos", num contexto de instabilidade. Honório Oliveira vê na multiplicação de concorrentes um sinal de vitalidade democrática, mas alerta para uma ideia que considera enraizada na população e que deve ser tida em conta pela classe política no seu conjunto: a de que "alguém que integre um Governo é visto como corrupto". Um dos principais desafios que o futuro chefe de Estado tem pela frente é precisamente normalizar as relações entre instituições - uma equação complexa quando se olha para o passado recente e para o equilíbrio de forças actualmente existente na Assembleia Nacional, onde os opositores são mais do que os partidários do Governo. Nas legislativas de Agosto do ano passado, a ADI mais do que duplicou a sua representação e elegeu 26 deputados, mas o apoio do único representante do MDFM-PL (Movimento Democrático Força de Mudança-Partido Liberal) não lhe garante a maioria absoluta. Os partidos que se lhe opõem somam 28 lugares: 21 do MLSTP/PSD, sete do PCD. Petróleo ainda é miragem
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Escândalo das escutas: Cameron encurta viagem a África e pede reunião no Parlamento
O primeiro-ministro britânico, pressionado pelo cada vez mais avassalador escândalo das escutas, decidiu encurtar uma viagem a África e pediu o prolongamento da sessão legislativa, a fim de poder responder na quarta-feira aos deputados que questionam a sua proximidade ao império mediático de Rupert Murdoch. (...)

Escândalo das escutas: Cameron encurta viagem a África e pede reunião no Parlamento
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DATA: 2011-07-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: O primeiro-ministro britânico, pressionado pelo cada vez mais avassalador escândalo das escutas, decidiu encurtar uma viagem a África e pediu o prolongamento da sessão legislativa, a fim de poder responder na quarta-feira aos deputados que questionam a sua proximidade ao império mediático de Rupert Murdoch.
TEXTO: "Pedi ao Parlamento para se reunir mais um dia, na quarta-feira, para que eu possa fazer uma outra declaração [sobre o escândalo] e informar os Comuns sobre os últimos desenvolvimentos do inquérito”, anunciou David Cameron, numa conferência de imprensa em Pretória. A África do Sul era a primeira etapa da primeira visita de Cameron à região e que deveria também incluir paragens no Ruanda e Sudão. A deslocação foi encurtada de quatro para dois dias, passando a incluir apenas uma deslocação à Nigéria, face ao avolumar de um caso que começou com a revelação de que o tablóide "News of the World" interceptou os telefones de vítimas de crimes para um escândalo que obrigou ao encerramento do tablóide, à detenção de vários dos implicados no caso e pôs em evidência as perigosas ligações entre o grupo de Murdoch, a polícia e a classe política britânica. A altura escolhida para a viagem do primeiro-ministro – que contratou para seu assessor um dos antigos directores do NoW e é amigo pessoal de outra, Rebekah Brooks – foi criticada tanto pela oposição como por deputados conservadores, um dos quais disse que Cameron dava a sensação de “estar a fugir do país”. Caberá ao líder da Câmara dos Comuns decidir se prolonga, por mais um dia a sessão legislativa, que deveria terminar amanhã, para agendar mais um debate com o primeiro-ministro, tradicionalmente realizados à quarta-feira. Para amanhã, está prevista a audição, no comité de Cultura, Media e Desporto de Rupert e James Murdoch, presidentes da News Corporation e da News International (o braço do grupo de media no Reino Unido). No mesmo dia deverá ser ouvida Rebekah Brooks, directora do NoW entre 2000 e 2003, e que se demitiu sexta-feira do cargo de directora-executiva da News International, tendo sido ouvida ontem, sob detenção, durante várias horas pela polícia. Além da investigação policial ao caso – que além das escutas ilegais abrange o suborno de polícias – e das audições no Parlamento, o Governo aceitou a realização de um inquérito público independente ao caso, que será liderado por um juiz.
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Palavras-chave cultura
Presidente da Guiné sobrevive a ataque na sua residência em Conacri
Um grupo fortemente armado atacou esta terça-feira a residência privada de Alpha Condé, Presidente da Guiné-Conacri. Segundo fontes presidenciais, o chefe de Governo conseguiu escapar sem ferimentos e encontra-se em segurança (...)

Presidente da Guiné sobrevive a ataque na sua residência em Conacri
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DATA: 2011-07-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um grupo fortemente armado atacou esta terça-feira a residência privada de Alpha Condé, Presidente da Guiné-Conacri. Segundo fontes presidenciais, o chefe de Governo conseguiu escapar sem ferimentos e encontra-se em segurança
TEXTO: Testemunhas afirmaram que o ataque ocorreu ao início da madrugada. “O Presidente estava cá, mas foi posto a salvo”, declarou uma fonte presidencial, acrescentando que partes da casa ficaram destruídas e outras foram danificadas pelas balas disparadas. Os atacantes fizeram explodir o portão principal com um lança-foguetes. A rápida intervenção da guarda presidencial evitou danos maiores. No entanto, um dos guardas acabou por morrer e vários ficaram feridos, segundo informou à AP Francois Fall, ministro do Governo. Condé pediu calma após a ocorrência do ataque, numa emissão televisiva. “Os nossos inimigos podem tentar tudo, mas não podem impedir a marcha do povo guineense rumo à democracia", declarou Condé. "A democracia começou e vai continuar. Prometi-vos mudança, e se Deus quiser, é mudança que vai haver. " Até agora desconhece-se a identidade do grupo armado, no entanto já foi preso o antigo chefe do exército guineese, o general Nouhou Thiam , segundo disse a sua esposa à AFP. Thiam foi demitido pelo Presidente Condé logo após este ter assumido o cargo há sete meses. As forças de segurança bloquearam estradas e estabeleceram barreiras militares em toda a cidade à procura de veículos suspeitos, enquanto a população permanece em casa. Uma reunião de emergência foi convocada esta tarde pelo primeiro-ministro Mohamed Said Fofanaesta com as figuras mais importantes do Estado e do exército do país. Alpha Condé subiu ao poder democraticamente, em Dezembro de 2010, no que foram as primeiras eleições livres na zona oeste do continente africano, depois de um período de regime militar.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano