APAV lança campanha sobre violência contra idosos
A APAV lança hoje uma campanha de sensibilização sobre violência contra as pessoas idosas, que pretende formar, ensinar e sensibilizar, para que as pessoas compreendam o fenómeno e saibam como proceder. (...)

APAV lança campanha sobre violência contra idosos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-10-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: A APAV lança hoje uma campanha de sensibilização sobre violência contra as pessoas idosas, que pretende formar, ensinar e sensibilizar, para que as pessoas compreendam o fenómeno e saibam como proceder.
TEXTO: Em 2009, pelo menos dois idosos foram vítimas de crime todos os dias, a maior parte cometidos no seio familiar pelo cônjuge ou por um filho, segundo a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV). São vários os materiais que suportam a campanha: dois spots de televisão e um de rádio, cartazes, banners nos sites e folhetos informativos dirigidos principalmente a profissionais, porque os idosos recorrem muito a unidades de saúde. “Se estes profissionais estiverem informados é mais fácil encaminhar e diagnosticar se existe violência doméstica. É um projecto com uma forte vertente de formação pedagógica e sensibilização”, explicou Maria de Oliveira, responsável pela campanha. Haverá também acções de sensibilização nos estabelecimentos de ensino dirigidas às crianças e uma campanha para o público em geral. “Vamos lançar um manual de atendimento e compreensão deste tipo de situações: indicadores de violência sexual, física, psicológica e financeira. A violência pode ser praticada na rua (roubo, por exemplo), pode ser em casa (violência doméstica) ou contra uma pessoa que mora sozinha”, disse Maria de Oliveira, adiantando que a APAV tem relatos de casos de prestadores de cuidados que ficam com os bens do idoso de quem cuidam. Será também lançado um manual que ajuda a compreender o fenómeno e a saber como se procede, dependendo de qual for a situação. Maria de Oliveira adiantou que a maior parte dos crimes é praticada no âmbito da violência doméstica, mas que as pessoas idosas têm muita vergonha de assumir quando se trata da família, sobretudo filhos, pois sentem que é assumir que erraram como pais. “Também há muitos casos de dependência emocional. São situações complicadas para a pessoa admitir que está a ser vítima de crime e violência, sobretudo a psicológica (os insultos, as ofensas, a depreciação permanente), que é muitas vezes pior do que a física”, acrescentou. As vítimas são maioritariamente idosos entre 65 e 75 anos, alvo de maus-tratos físicos e psíquicos, praticados pelo cônjuge (1622 processos em 2009) e pelo filho ou filha (1466 processos no mesmo ano). Entre 2000 e 2009 verificou-se um aumento de 120 por cento do número de casos de pessoas idosas vítimas de crime (mais 349 casos). O que potencia a violência é normalmente o consumo de substâncias aditivas ou um historial de violência anterior, mas também há violência que parte das pessoas que tomam conta dos idosos e não têm capacidade para tal. Maria de Oliveira alertou ainda para outra forma de violência que é o internamento compulsivo num lar.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime filha violência filho ajuda consumo sexual maus-tratos doméstica vergonha
Natalidade pode ser afectada por corte nos abonos
Os especialistas são unânimes: os cortes no abono de família que hoje entram em vigor reduzem a quase nada as políticas de apoio à natalidade. (...)

Natalidade pode ser afectada por corte nos abonos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-11-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os especialistas são unânimes: os cortes no abono de família que hoje entram em vigor reduzem a quase nada as políticas de apoio à natalidade.
TEXTO: Sofia Oliveira não só gostava de dar um irmão à sua filha Matilde, de 16 meses, como sonha com isso. O marido até já decidiu que, se nascesse rapaz, seria Rodrigo. E a mobília de quarto que ambos compraram para a Matilde até já veio "com duas caminhas". O pior é o dinheiro: Sofia, 28 anos e a ganhar 700 euros líquidos numa fábrica de cortiça, em Santa Maria da Feira, já viu o abono de família descer de 89, 90 para 22, 59 euros. "Passaram-me do terceiro escalão para o quarto e, quando a Matilde fez um ano, cortaram o subsídio de aleitamento", descreve. O marido, trabalhador na construção civil, teve um acidente de trabalho que lhe inutilizou o braço direito e vai continuar de baixa não remunerada até que se desate o litígio judicial com a seguradora. A perda do seu salário, que era de 500 euros, ajudou a que a prestação da creche baixasse para 55 euros. Mas nem assim - nem com os 45 euros que Sofia vai buscar todos os sábados ao salão de cabeleireiro onde é ajudante - as contas ficam equilibradas. "Ter um filho agora é impensável: caíamos todos no abismo. " Sofia nem sabe que faz parte dos 34 por cento de mulheres portuguesas entre os 25 e os 29 anos que gostavam de ter, pelo menos, dois filhos. A percentagem foi apurada num inquérito que a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) promoveu no início deste ano e que conclui o óbvio: não fossem as condicionantes financeiras e as dificuldades de conciliação família-trabalho, haveria mais crianças a nascer em Portugal e o índice sintético de fecundidade não estaria tão abaixo dos 2, 1 filhos por mulher necessários para garantir a substituição de gerações. Com Portugal transformado no 8. º país mais velho do mundo (contas da ONU), os cortes no abono de família que hoje entram em vigor e nas deduções à colecta das despesas com saúde e educação surgem como "uma confissão de falência do Estado", segundo o demógrafo Mário Leston Bandeira, para quem "ter um filho transformou-se num luxo, assim como comprar uma segunda casa". O mais grave é, para a secretária-geral da APFN, Ana Cid, "a cegueira" dos novos tectos para a dedução em sede de IRS das despesas com saúde, educação, encargos com crédito à habitação ou com lares de idosos, "fixados independentemente do número de pessoas que compõem o agregado familiar" mas que já não atingirão tantas famílias depois do acordo entre PS e PSD para a viabilização do Orçamento do Estado. Cheque-bebé na gavetaOs incentivos à natalidade foram uma das bandeiras do primeiro-ministro. Durante a campanha para as legislativas de 2009, José Sócrates propôs-se investir mais de 20 milhões de euros por ano no famigerado cheque-bebé. A ideia era atribuir 200 euros por cada bebé nascido numa Conta Poupança-Futuro, com benefícios fiscais. Duplo objectivo: incentivar a natalidade e estimular hábitos de poupança. O cheque, porém, nunca chegou a sair do papel. A majoração do abono de família sim, mas por pouco tempo. E as políticas de apoio à maternidade voltaram assim a ficar reduzidas ao subsídio pré-natal que, desde 2007, é atribuído a partir do quarto mês de gravidez, mas apenas aos agregados com rendimentos mensais brutos inferiores a 1989 euros. Para lá dos incentivos financeiros, a presidente da Sociedade Portuguesa de Demografia, Maria Filomena Mendes, reclama políticas voltadas para a igualdade de género. "Os estudos mostram que as questões da igualdade de género, dentro do agregado familiar e no contexto laboral, são determinantes no aumento da fecundidade", diz. O novo regime de protecção da parentalidade, em vigor desde Maio de 2009, dava um passo em frente no sentido da igualdade, ao admitir os seis meses de licença remunerados a 80 por cento, desde que um deles seja gozado em exclusivo pelo pai. O problema é que, 14 meses depois, apenas 25 por cento dos pais tinham gozado aquele mês de licença.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD
Pinto Monteiro critica falta de meios na Justiça
Ou há coragem para conceder os meios necessários para a realização de perícias nos processos judiciais, ou mude-se a lei para permitir que outras entidades as realizem, defendeu, hoje, o procurador-geral da República (PGR) durante a cerimónia de tomada de posse da nova vice procuradora-geral, Isabel São Marcos. (...)

Pinto Monteiro critica falta de meios na Justiça
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-11-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ou há coragem para conceder os meios necessários para a realização de perícias nos processos judiciais, ou mude-se a lei para permitir que outras entidades as realizem, defendeu, hoje, o procurador-geral da República (PGR) durante a cerimónia de tomada de posse da nova vice procuradora-geral, Isabel São Marcos.
TEXTO: Na sua intervenção, Pinto Monteiro criticou fortemente a falta de meios que leva ao atraso das perícias e, consequentemente à acumulação de processos nos tribunais. O PGR comparou esta situação à que existia há 30 anos, em Portugal, e defendeu “a coragem para avaliar e decidir se é possível conceder os meios realmente necessários” para a realização das perícias”. Caso contrário, “mude-se a lei para permitir que outras entidades façam os exames necessários”, disse. Isabel São Marcos tomou hoje posse como vice-procuradora-geral da República, em substituição de Mário Gomes Dias que cessou funções por ter atingido o limite de idade, sendo a primeira mulher a desempenhar aquele cargo em Portugal.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei mulher
Descobertas 271 obras de Picasso em França
Uma colecção de 271 obras do pintor Pablo Picasso até hoje nas mãos de um electricista foi descoberta em França. A colecção já foi examinada por especialistas e as obras datam do início do século XX, entre 1900 e 1932, tendo um valor estimado de 60 milhões de euros. Entre as descobertas figuram nove colagens cubistas no valor de 40 milhões de euros e uma aguarela do período azul. (...)

Descobertas 271 obras de Picasso em França
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-11-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma colecção de 271 obras do pintor Pablo Picasso até hoje nas mãos de um electricista foi descoberta em França. A colecção já foi examinada por especialistas e as obras datam do início do século XX, entre 1900 e 1932, tendo um valor estimado de 60 milhões de euros. Entre as descobertas figuram nove colagens cubistas no valor de 40 milhões de euros e uma aguarela do período azul.
TEXTO: Segundo o jornal francês Libération, que avançou com a extraordinária notícia, as obras só foram agora descobertas porque o electricista francês, Pierre Le Guennec, entrou em contacto com Claude Picasso, filho do artista e responsável pelo legado do pintor, para obter os certificados de autenticidade. Pierre Le Guennec, actualmente reformado, foi electricista de Picasso nos últimos três anos de vida do pintor, que morreu em 1973. Le Guennec disse ao Libération que instalou sistemas de alarme nas diferentes casas de Picasso, incluindo na sua casa de Cannes. Como forma de agradecimento pelo trabalho, Picasso e a sua mulher terão dado trabalhos de presente ao electricista por várias ocasiões. No entanto, os herdeiros do pintor não acreditam na história do electricista e decidiram apresentar queixa contra o antigo operário. Para Claude Picasso, o seu pai nunca daria a ninguém uma quantidade tão grande de obras. “Nunca se viu, não faz sentido, é parte da sua vida”, disse ao Libération o herdeiro, acrescentando que a justiça deve resolver este mistério. “É verdade que Picasso sempre foi bastante generoso. Mas ele datava e assinava sempre as suas doações porque sabia que alguns as venderiam”, concluiu. Entre as descobertas figuram algumas obras inéditas do artista, como nove trabalhos cubistas no valor de 40 milhões de euros. Na colecção figuram ainda retratos da sua primeira mulher Olga, bem como várias guaches e litografias. O caso já está em tribunal e as obras estão guardadas no cofre do departamento francês contra o tráfico de bens culturais.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filho tribunal mulher
ONU crê no fim da transmissão do VIH de mães para filhos em 2015
A ONU acredita ser possível acabar com a transmissão do vírus da sida de mães para filhos em 2015, através do reforço do acesso aos tratamentos e prevenção pelas comunidades mais vulneráveis. (...)

ONU crê no fim da transmissão do VIH de mães para filhos em 2015
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: A ONU acredita ser possível acabar com a transmissão do vírus da sida de mães para filhos em 2015, através do reforço do acesso aos tratamentos e prevenção pelas comunidades mais vulneráveis.
TEXTO: "Temos de pôr fim à morte das mães e à infecção dos seus filhos com o VIH", afirmou o director executivo da Agência das Nações Unidas para a Sida (ONUSIDA), Michel Sidibé, considerando que, "em 2015, pode ser possível eliminar a transmissão do vírus de mães para filhos”. De acordo com especialistas da ONU, para conseguir esse objectivo é preciso “chegar aos membros mais marginalizados da sociedade”, sendo que continuam a ser as mulheres e as crianças quem mais sofre com as desigualdades sociais e económicas. “Para que haja uma geração livre de sida há que fazer muito mais em benefício das comunidades mais vulneráveis”, frisou, por sua vez, o director executivo da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), Anthony Lake, na apresentação do quinto relatório sobre as crianças e a sida. O documento revela que anualmente nascem no mundo 370 mil crianças com o vírus VIH. Já a directora geral da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), Irina Bokova, insistiu na necessidade de superar o fosso existente na desigualdade de género, já que as mulheres e as adolescentes têm maiores riscos de contrair a doença. Assim, para a UNESCO, tornar as gerações livres do VIH significa eliminar as desigualdades e proteger quem sofre maiores riscos, mediante iniciativas sociais e programas de educação nas escolas sobre a prevenção do vírus.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Protegido do Presidente terá perdido eleições no Haiti
O cantor Michel Martelly, conhecido pelo nome artístico de "Sweet Micky", terá sido o mais votado nas eleições presidenciais de domingo no Haiti. (...)

Protegido do Presidente terá perdido eleições no Haiti
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: O cantor Michel Martelly, conhecido pelo nome artístico de "Sweet Micky", terá sido o mais votado nas eleições presidenciais de domingo no Haiti.
TEXTO: A ida às urnas ficou marcada por grande confusão e irregularidades que levaram 15 dos 18 candidatos a denunciarem fraudes. Na segunda posição estará Mirlande Manigat, a primeira mulher a ter hipóteses de ganhar. Sem possibilidade de disputar uma eventual segunda volta, prevista para 16 de Janeiro entre os dois mais votados, caso nenhum ultrapasse os 50 por cento de votos, terá ficado Jude Célestin, o candidato apoiado pelo Presidente cessante, René Préval. Os resultados já conhecidos pela comunidade internacional e pela candidatura mais votada indicam, segundo o diário espanhol "El Mundo", que Martelly, de 49 anos, venceu em Port-au-Prince, Cap-Haïtien, a segunda cidade do país, e em Los Cayos. Os dados preliminares de quatro departamentos atribuem 39 por cento ao cantor de compas, música de dança do Haiti, e 31 por cento a Manigat, 70 anos. Professora universitária de Ciências Políticas formada em França, mulher de Leslie Manigat, efémero Presidente deposto em 1988 por um golpe militar, após escassos quatro meses no poder, a candidata era a favorita nas sondagens. Célestin não ultrapassa na contagem provisória os 12 por cento e o partido oficial Inite (Unidade) já admitiu que pode ter perdido as eleições presidenciais, mas também as legislativas. Os resultados têm divulgação prevista a partir do próximo domingo. “Somos democratas convictos, o Inite está pronto a aceitar a alternância democrática”, disse o seu coordenador, Joseph Lambert, citado pela AFP. Face aos dados conhecidos, quer Martelly quer Manigat fizeram marcha-atrás na intenção de contestar o escrutínio. O primeiro, que no domingo tomou a iniciativa de denunciar as irregularidades que favoreceriam Célestin e pedir a anulação, afirmou que “deve respeitar-se a vontade das pessoas” e declarou-se disponível para aceitar a decisão da Comissão Eleitoral. A candidata também arrepiou caminho: “Continuo na corrida, tenho boas hipóteses de ganhar”, afirmou. O organismo eleitoral considerou que a fraude foi, afinal, um problema pontual em cerca de 50 das 1500 assembleias eleitorais. Os resultados da primeira volta das presidenciais devem ser conhecidos a partir do próximo domingo, 5 de Dezembro, mas o Conselho Eleitoral poderá fazer antes disso um balanço dos incidentes. Em disputa estão também 11 dos 30 lugares no Senado e 99 assentos de deputado.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave mulher comunidade
Reportagem: "Na cama, com a botija de água aquecemos num instante"
Radiadores a óleo ou a gás, lareiras, aquecimento central: as soluções são muitas, mas quem precisa de se aquecer queixa-se da conta. (...)

Reportagem: "Na cama, com a botija de água aquecemos num instante"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento -0.12
DATA: 2010-12-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Radiadores a óleo ou a gás, lareiras, aquecimento central: as soluções são muitas, mas quem precisa de se aquecer queixa-se da conta.
TEXTO: Sempre que o mercúrio baixa nos termómetros, os rituais repetem-se na casa de Isabel Peres. Pouco antes da hora dos telejornais, o radiador a óleo é empurrado para a casa de banho. "Fecho a porta e, quando os miúdos vão tomar banho, aquilo já está quentinho", conta esta administrativa de 38 anos. Estamos no seu apartamento, na zona oriental do Porto, em Campanhã. A temperatura lá fora está perto dos 5º C. Na sala está mais quente, mas nada que convide Isabel a despir a grossa camisola branca de lã e gola alta que enverga. "Este aqui está só de adorno, porque tenho aflição ao gás. . . ", explica, apontando o aquecedor a gás encostado a um canto. No sofá, o filho mais novo também não largou o cachecol de flanela. Por enquanto, a manta polar cor de laranja continua dobrada. Nos pés, umas pantufas felpudas que ainda hão-de ser reforçadas com umas meias de lã polar, lá mais pela hora de dormir. "Na cama, é botija de água para os três. É uma maravilha, aquecemos num instante", enumera Isabel, para explicar que, quando o frio aperta, ao ponto de justificar as costumeiras reportagens sobre a neve nos noticiários, o radiador a óleo vai rodando pelos diferentes quartos para amenizar o ambiente. No fim do mês, a factura da electricidade costuma acusar uns 20 euros a mais. Isabel não saberá, mas constitui, juntamente com os seus dois filhos, um dos agregados familiares que têm dificuldades em manter a casa adequadamente aquecida e que, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), representavam, no ano passado, 28, 5 por cento da população residente em Portugal. Um quinto a tiritarRelativamente ao universo das famílias que vivem em privação material - 21, 4 por cento da população, em 2009 -, a percentagem daqueles cujas dificuldades financeiras os obrigam a tiritar de frio dentro de casa sobe para 73, 4 por cento. De resto, ao hierarquizar os nove itens que medem a privação material das famílias por ordem de importância, a incapacidade de manter a casa quente surge em segundo. Logo a seguir à incapacidade para pagar uma semana de férias por ano fora de casa, suportando a despesa de alojamento e viagem para todos os membros do agregado - 63, 3 por cento dos portugueses em geral, 99, 8 por cento dos que vivem em privação material. Apesar disso, o número de famílias sem dinheiro para manter a casa adequadamente aquecida diminuiu. Em 2004, eram 85, 9 da população residente em Portugal, contra os referidos 73, 4 por cento do ano passado. Quanto a 2010, não há indicadores fiáveis, mas os pedidos relacionados com o frio têm estado a aumentar. "Desde o início de 2010 até hoje [quinta-feira passada], distribuímos 32. 889 peças de roupa e agasalhos, desde casacos, quispos, cobertores, lençóis, colchas. . . ", contabiliza Daniela Guimarães, técnica na Cáritas Diocesana do Porto. Ao padre Lino Maia, da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, chegam notícias de mais pedidos de apoio para pagar a conta da luz por causa dos acréscimos provocados pelos aquecedores. "Com o frio, esta questão agrava-se, sobretudo entre os idosos, para os quais o aquecimento é um bem essencial. " O presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, acredita que o problema está subdimensionado. "Os números do INE são sempre calculados por defeito, porque com o frio passa-se o mesmo que na violência doméstica: os idosos têm vergonha de assumir que os filhos lhes batem, e escondem. "Deficiências de construção
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violência filho doméstica vergonha
Familiares dos alunos também serão abrangidos pela criminalização do bullying
Proposta de lei do Governo prevê penas até dez anos. Professores aplaudem ideia. Partidos estão divididos. (...)

Familiares dos alunos também serão abrangidos pela criminalização do bullying
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Proposta de lei do Governo prevê penas até dez anos. Professores aplaudem ideia. Partidos estão divididos.
TEXTO: Os familiares dos alunos podem vir a ser acusados da prática de bullying caso cometam actos de violência nas comunidades escolares a que estes pertençam. A proposta de lei do Governo para a criminalização da violência escolar prevê penas até dez anos aplicáveis aos estudantes com mais de 16 anos. A grande novidade do texto legislativo, a que o PÚBLICO teve acesso, é que as penas previstas são aplicáveis aos pais dos alunos e demais familiares até ao terceiro grau sempre que estes sejam responsáveis por agressões a membros da comunidade escolar a que pertença um parente seu. O articulado proposto pelo Governo determina que os autores de violência física ou psicológica a membros da sua comunidade escolar podem ser punidos com pena de prisão de um a cinco anos. A condenação pode sofrer um agravamento caso a ofensa seja considerada grave, com uma moldura penal que vai de dois a oito anos. Em caso de morte, o agressor será punido com uma pena de três a dez anos. O crime de violência escolar segue o modelo já utilizado pelo Código Penal para os crimes de violência doméstica e de maus tratos. As penas de prisão serão aplicadas aos alunos maiores de 16 anos, mas a proposta prevê ainda que, nos casos em que os agressores tenham idades entre os 12 e os 16 anos, possam ser-lhes aplicadas medidas tutelares educativas. As medidas defendidas pelo Governo foram bem recebidas pela Associação Nacional de Professores. "Vai de encontro àquilo que vimos defendendo", diz o seu director, João Grancho. "A proposta vai no sentido adequado para conter um crescendo de violência nas escolas", acrescenta. A proposta de lei tinha sido aprovada em Conselho de Ministros no final de Outubro e chegou agora à Assembleia da República, onde será discutida no início do ano, mas está já a dividir os deputados. O PS considera o diploma um "bom contributo" para combater a violência escolar. "Vem complementar a dimensão pedagógica que tinha sido reforçada com o novo Estatuto do Aluno", sustenta o deputado Bravo Nico. Já o CDS considera que o Governo "dá a mão à palmatória em toda a linha" ao apresentar esta proposta que vai de encontro à apresentada pelo partido em 2007, onde era considerado agravante o facto de um crime ser cometido em contexto escolar. "A realidade, mais uma vez, venceu o preconceito", acusa o deputado Nuno Magalhães, lembrando que o PS tinha votado contra a proposta, acusando o CDS de "securitarismo". Essa acusação é agora feita pelo PCP em relação ao Governo. "Até podem levar os miúdos todos presos. Enquanto não houver mais meios nas escolas, como um reforço do pessoal não docente, o problema de fundo não será resolvido", considera Miguel Tiago. O deputado comunista defende ainda que a criação do crime de violência escolar é redundante. "O crime de agressão não deixa de o ser pelo facto de ser cometido dentro de uma escola", exemplifica. PSD e BE reservam uma posição para os próximos dias.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD PCP BE
Sócrates e Dilma Rousseff vão reunir-se hoje
O primeiro-ministro, José Sócrates, tem hoje uma audiência com a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, para discussão de temas bilaterais, depois de ter assistido sábado à tomada de posse da sucessora de Lula da Silva. (...)

Sócrates e Dilma Rousseff vão reunir-se hoje
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: O primeiro-ministro, José Sócrates, tem hoje uma audiência com a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, para discussão de temas bilaterais, depois de ter assistido sábado à tomada de posse da sucessora de Lula da Silva.
TEXTO: A reunião acontece no Palácio do Planalto e terá como tema de discussão as relações bilaterais entre os dois países, mas também toda a agenda económica que envolve Portugal e Brasil, nas áreas da energia, aeronáutica e telecomunicações, disse fonte do gabinete do primeiro-ministro. Em cima da mesa deverão estar, entre outros, os dossiers da Galp e da PT, empresas portuguesas com fortes ligações ao Brasil. O acordo parassocial que limitava as trocas de acções entre os accionistas da GALP termina e a brasileira Petrobras e a angolana Sonangol têm sido dadas como as duas interessadas em entrar no capital da empresa portuguesa que passaria, provavelmente, pela saída da italiana ENI. Outro dos temas incontornáveis é a presença e acções futuras da PT no Brasil, após a venda da Vivo e entrada na OI. Ontem, o primeiro-ministro disse que não iria discutir a compra da dívida pública com Rousseff. Outro tema que pode estar em cima da mesa é a aposta na língua portuguesa que, segundo Sócrates, é uma responsabilidade dos dois países. Dilma Rousseff, a primeira mulher eleita Presidente do Brasil, tomou posse sábado numa cerimónia com presença de quase 50 líderes estrangeiros, incluindo o primeiro-ministro português, José Sócrates. O encontro com o primeiro-ministro português é um dos sete que a Presidente vai ter hoje com chefes de Estado.
REFERÊNCIAS:
Entidades OI
Mulher do ex-Presidente liderava "cleptofamília"
Centenas de manifestantes continuavam ontem a pedir nas ruas o corte com tudo o que estivesse ligado ao regime do ex-Presidente Zine al-Abidine Ben Ali, fosse membros do seu partido no Executivo, fosse a ligação da sua família aos negócios do país. Em Tunes, havia ainda romarias às casas luxuosas do clã Trabelsi, a família da mulher de Ben Ali, entretanto pilhadas. (...)

Mulher do ex-Presidente liderava "cleptofamília"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Centenas de manifestantes continuavam ontem a pedir nas ruas o corte com tudo o que estivesse ligado ao regime do ex-Presidente Zine al-Abidine Ben Ali, fosse membros do seu partido no Executivo, fosse a ligação da sua família aos negócios do país. Em Tunes, havia ainda romarias às casas luxuosas do clã Trabelsi, a família da mulher de Ben Ali, entretanto pilhadas.
TEXTO: E cada vez mais a riqueza ilegalmente acumulada por este clã de estilo mafioso - onde não faltava a mulher maquiavélica, o homem que janta com a arma em cima da mesa ou o playboy com uma queda por iates de luxo - está sob escrutínio: as autoridades tunisinas anunciaram ontem uma investigação às transacções financeiras, contas em bancos estrangeiros e às propriedades e hoje a detenção de 33 membros da família de Ben Ali. A Suíça congelou os bens do ex-Presidente e de 40 pessoas do seu círculo próximo. Falar da família Ben Ali é sobretudo falar de Leila Trabelsi, a ex-primeira dama, e dos seus dez irmãos. Os tunisinos podiam não gostar de Ben Ali, mas odiavam sobretudo Leila e o seu clã com uma ganância sem fim, garantiu Mounir Khelifa, um professor que visitava ontem uma das casas abandonadas dos Trabelsi, à norte-americana National Public Radio (NPR). Leila Trabelsi, antiga cabeleireira, filha de um vendedor de fruta e legumes, tinha crescido num dos mais pobres bairros da medina de Tunes. Casou-se com Ben Ali em 1992, cinco anos depois do golpe sem sangue que colocou o então primeiro-ministro no lugar do Presidente Habib Bourguiba, o herói da independência. Foi o segundo casamento de ambos: Leila tinha-se casado muito nova e cedo se tinha divorciado; Ben Ali era casado com a primeira mulher quando se envolveu com Leila e ainda quando nasceu a primeira filha de ambos. Depois de casada com Ben Ali, Leila foi ganhando poder, tornando-se uma figura maquiavélica descrita como a Lady MacBeth da Tunísia, a Imelda Marcos do mundo árabe, a regente de Cartago ou mesmo "a Presidente". Diz-se que Leila se estaria a preparar para suceder ao marido, entretanto doente. Se estes planos futuros não são claros, é o passado que está cheio de intrigas palacianas, golpes para afastar rivais e casamentos para cimentar alianças. Diz-se, por exemplo, que a filha de Leila se casou com um importante homem de negócios apesar de este ter uma namorada. A namorada saiu do país após ter sido contactada pela polícia, deixando o caminho livre para Nesrine. Nos últimos tempos, por causa da doença do marido, Leila tinha mesmo dito aos ministros que era melhor falarem com ela primeiro para não aborrecer Ben Ali. O ex-Presidente terá demorado a sair do país porque Leila não percebeu logo a gravidade da situação e filtrou a informação. A primeira dama cuidava de si e de assegurar que o seu clã participava nos sectores-chave da economia. Os Trabelsi tinham participações em bancos (o FMI alertou para a grande quantidade de bancos em relação à população tunisina), nas multinacionais a operar no país (um dos telegramas da WikiLeaks contava como a McDonald"s não tinha entrado na Tunísia por recusar a parceria com os Trabelsi), concessionários automóveis, companhias aéreas, operadoras de comunicação, cadeias de rádio e televisão, imobiliário, etc. O próprio Ben Ali teria avisado os genros para os perigos da ganância excessiva do clã. Em 2002, contam os autores do livro La Régente de Carthage, Ben Ali reuniu os Trabelsi para lhes dizer: "Se querem dinheiro, pelo menos sejam discretos. Encontrem testas-de-ferro e empresas de fachada. "Imed, o sobrinho preferido de Leila, foi pouco discreto. Em 2006, terá mandado roubar um iate de luxo da Córsega sem se aperceber das ligações do seu dono, o banqueiro Bruno Roger, ao Governo francês. Roger não descansou enquanto o executivo não pressionou a Tunísia por causa do roubo do iate, que tinha reaparecido no porto de Sidi Bou Said.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE