Portugueses aprendem novas línguas para tentar fugir à crise
A procura do Inglês continua em alta, mas os portugueses em trânsito para o estrangeiro estão agora a procurar cada vez mais os idiomas de "países economicamente fortes". O Alemão surge à cabeça. (...)

Portugueses aprendem novas línguas para tentar fugir à crise
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.136
DATA: 2012-09-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: A procura do Inglês continua em alta, mas os portugueses em trânsito para o estrangeiro estão agora a procurar cada vez mais os idiomas de "países economicamente fortes". O Alemão surge à cabeça.
TEXTO: Muitos adultos portugueses que querem ir trabalhar para o estrangeiro estão a matricular-se em cursos para aprender novos idiomas. As inscrições em aulas de línguas estrangeiras têm aumentado nos últimos anos e a crise não será alheia a este acréscimo. Apesar de o Inglês continuar a ser bastante procurado, há agora novos focos de interesse, como o Alemão, o Mandarim, o Árabe ou o Russo. De acordo com o director do Instituto de Línguas da Universidade Nova de Lisboa (ILNOVA), Carlos Ceia, no ano lectivo passado "houve uma clara tendência para o aumento da procura de línguas de países economicamente fortes ou que representem oportunidades de novos contactos internacionais". "Estão neste caso, por ordem de procura, o Alemão, o Mandarim, o Árabe e o Russo. Em particular, registou-se uma enorme procura do Alemão, tendência que se está a repetir neste início de ano lectivo", diz o docente. Entre 2010 e 2012, a procura de línguas como o Alemão, o Mandarim, o Árabe e o Russo "praticamente duplicou" e no ano lectivo que agora começou o Alemão e o Mandarim têm sido as línguas mais procuradas. Apesar de salvaguardar que o ILNOVA não faz inquéritos aos alunos para averiguar as suas motivações, Carlos Ceia sabe que muitos pretendem "estender as suas ligações comerciais a novos países economicamente fortes" ou, então, querem mesmo emigrar para esses locais. Cursos para enfermeirosDesde a fundação do ILNOVA, em 2006, as matrículas têm crescido de ano para ano: "Começámos com 250 alunos e hoje temos quase 1000. Este aumento crescente pode explicar-se por sentirmos que hoje, em muitas profissões, as pessoas sentem cada vez mais que aprender línguas estrangeiras pode fazer a diferença nas suas carreiras profissionais", explica o catedrático de Estudos Ingleses, ressalvando que o Inglês "sempre teve uma procura forte" que ainda hoje se mantém. Já o presidente e fundador do Centro de Cursos Livres, David Bracke, diz que as línguas mais procuradas nesta instituição são o Neerlandês e o Norueguês. Conta, por exemplo, que neste momento estão a ser programadas mais quatro turmas de enfermeiros que querem aprender Neerlandês e, também, o Francês. Ao longo do ano, este responsável prevê que surjam outros grupos de enfermeiros interessados. Só neste sector da saúde prepararam-se, neste centro e nos últimos dois anos, 100 profissionais que foram trabalhar para a Bélgica. "Há grandes lacunas, sobretudo na parte flamenga", nota David Bracke, sublinhando que existe ainda um programa de Neerlandês para dentistas que vão para os Países Baixos. No que toca a outras línguas, e para além do Inglês, este centro tem registado maior procura do Alemão da parte de engenheiros e do Norueguês da parte de profissionais ligados a empresas petrolíferas. "O Mandarim está em ascendência tanto a nível pessoal como a nível empresarial. O Árabe mais a nível empresarial", enumera David Bracke, acrescentando ainda que o Russo registou igualmente "um ligeiro aumento". Também no Instituto Espanhol, fundado em 2001, os alunos são cada vez mais. De acordo com dados fornecidos pela instituição, as inscrições passaram de 431 em 2001 para mais de duas mil actualmente. "Por trás dos números estão motivações culturais, académicas e laborais, esta última com um papel preponderante nas inscrições", diz o director, Pablo Moreno. O "portunhol" já não chega
REFERÊNCIAS:
Cidades Lisboa
Francisco Louçã adia “discussão” com PS sobre moção de censura
O líder do BE, Francisco Louçã, disse nesta terça-feira que vai deixar a “discussão” em torno da posição do PS em relação à moção de censura para quando o partido se pronunciar. (...)

Francisco Louçã adia “discussão” com PS sobre moção de censura
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-10-02 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20121002151829/http://www.publico.pt/1565513
SUMÁRIO: O líder do BE, Francisco Louçã, disse nesta terça-feira que vai deixar a “discussão” em torno da posição do PS em relação à moção de censura para quando o partido se pronunciar.
TEXTO: “Há uma semana, o PSachava natural fazer uma moção de censura e eu também, porque se ia perder um mês de salário para o abismo da recessão e do disparate orçamental que prejudica a economia portuguesa. Eu mantenho o mesmo ponto de vista e o BE é coerente”, afirmou Francisco Louçã. O líder bloquista, que falava aos jornalistas à margem de uma visita a uma escola do concelho de Oeiras, reiterou que a moção de censura, anunciada pelo partido na segunda-feira, pretende a demissão do Governo. Quanto ao PS, se apoiará ou não a moção, Francisco Louçã preferiu “deixar a discussão para quando se pronunciarem”. Francisco Louçã afirmou ainda que na quinta-feira, dia em que será discutida a moção de censura apresentada na Assembleia da República, o Governo terá de dar explicações sobre as medidas alternativas à Taxa Social Única (TSU) apresentadas e já aprovadas pela Comissão Europeia. “A economia perdeu e o emprego perdeu e, por isso mesmo, na quinta-feira, confrontado com o seu silêncio ou com as medidas escondidas, o Governo terá sempre de responder perante o país”, frisou Louçã, sublinhando que “deve ser demitido um Governo que não é capaz de dizer aos portugueses aquilo que propõe”. O líder do BE participou hoje numa sessão com alunos da Escola Secundária Aquilino Ribeiro, em Porto Salvo, onde respondeu a questões sobre a proposta de emigração aos jovens, sobre as consequências de Portugal sair do Euro, sobre o impacto das manifestações e greves gerais, entre outras.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS BE
EUA de olhos postos no primeiro debate entre Obama e Romney
Obama parte em vantagem, Romney tem neste debate um momento decisivo. Mais de 50 milhões de norte-americanos deverão sentar-se esta noite em frente à televisão para assistir ao debate presidencial. É a primeira vez que os candidatos estarão frente a frente, a economia será um tema central. (...)

EUA de olhos postos no primeiro debate entre Obama e Romney
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.25
DATA: 2012-10-04 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20121004151814/http://www.publico.pt/1565736
SUMÁRIO: Obama parte em vantagem, Romney tem neste debate um momento decisivo. Mais de 50 milhões de norte-americanos deverão sentar-se esta noite em frente à televisão para assistir ao debate presidencial. É a primeira vez que os candidatos estarão frente a frente, a economia será um tema central.
TEXTO: Durante boa parte da campanha as sondagens apontaram para uma disputa renhida entre Barack Obama e Mitt Romney, mas nas últimas semanas o cenário tornou-se mais favorável ao Presidente, que está à frente em estados decisivos como a Florida ou Ohio. Por isso, quando forem 19 horas na Universidade de Denver, no Colorado (2h da madrugada em Lisboa), caberá a Obama não cometer erros e a Romney fazer esquecer as gaffes dos últimos dias, como o “vídeo dos 47%” em que desqualificou essa percentagem de norte-americanos ao dizer que dependem do Estado e não pagam impostos sobre os seus rendimentos. Este é o primeiro de três debates que terão lugar em Outubro, mas tem sido considerado um “tudo ou nada” para Romney. O candidato republicano foi apontado por várias sondagens como o favorito para resolver os problemas económicos do país, mas essa preferência parece ter mudado nas duas últimas semanas em algumas sondagens. Certo é que a economia será um tema central do debate para o qual os dois candidatos passaram os últimos dias a preparar-se. Nesta quarta-feira o The New York Times fez uma lista de números que certamente serão chamados ao debate. Um deles é 8, 1%, uma das taxas de desemprego mais elevadas que os EUA conheceram nas últimos tempos e pela qual Romney procurará responsabilizar Obama. Depois há os 47% da gaffe do candidato republicano, que o Presidente não deverá deixar de citar. E serão provavelmente referidos outros números, como os 46, 2 milhões de norte-americanos que vivem na pobreza, ou os 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem nos EUA. E claro, os 16 biliões de dívida norte-americana que a campanha do candidato republicano tem referido inúmeras vezes para responsabilizar Obama e procurar convencer os eleitores indecisos. A 34 dias das eleições de 6 de Novembro, este debate realiza-se um dia depois de a NBC News e o Wall Street Journal terem divulgado uma sondagem em que Obama aparece como favorito, mas por uma margem que não lhe permitirá cometer erros nesta recta final da campanha – 48% contra 46%. A última sondagem do Instituto Gallup, no entanto, deu a Obama 50% das intenções de voto e a Romney 44%. Obama e Romney estarão junto num palco pela primeira vez após meses de campanha, e desta vez tudo o que disserem, e mesmo o que não disserem, será escrutinado, das palavras ao tom de voz ou linguagem corporal. Muitos americanos ainda se recordam, por exemplo, da imagem de George Bush (pai) a olhar para o relógio durante um debate com Bill Clinton na campanha em que este venceu as eleições. Quanto às palavras, espera-se ouvir de Romney que a sua experiência empresarial será importante para a recuperação da economia norte-americana, tal como defendeu durante toda a campanha. Obama, por outro lado, dirá certamente que as medidas propostas pelos republicanos atingirão sobretudo a classe média e defenderá a sua proposta de aumento de impostos para os mais ricos. Romney está em Denver desde segunda-feira, e tem ensaiado o debate com o senador do Ohio Rob Portman. Obama preparou-se para o debate em Las Vegas e terá contado com a ajuda de John Kerry, que em 2004 foi o candidato democrata à Casa Branca. A assistir ao debate, que será transmitido por várias cadeias de televisão norte-americanas, estarão na Universidade de Denver cerca de 3500 jornalistas. A primeira pergunta será para Obama, tal como foi determinado por sorteio, e a última palavra caberá a Romney após 90 minutos, sem pausas nem anúncios publicitários.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Barack Obama forçado a negociar com republicanos para evitar o precipício orçamental
Com o poder novamente dividido em Washington, o maior e mais imediato desafio para o reeleito Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, será acertar o tom do relacionamento com a maioria republicana na Câmara de Representantes, de forma a evitar o chamado “precipício fiscal”, que implicará uma subida dos impostos e um corte cego na despesa pública no valor de 600 mil milhões de dólares, logo no primeiro dia de 2013. (...)

Barack Obama forçado a negociar com republicanos para evitar o precipício orçamental
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento -0.30
DATA: 2012-11-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Com o poder novamente dividido em Washington, o maior e mais imediato desafio para o reeleito Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, será acertar o tom do relacionamento com a maioria republicana na Câmara de Representantes, de forma a evitar o chamado “precipício fiscal”, que implicará uma subida dos impostos e um corte cego na despesa pública no valor de 600 mil milhões de dólares, logo no primeiro dia de 2013.
TEXTO: O Presidente estaria, teoricamente, numa posição de força para desbloquear o impasse criado pela oposição republicana, com a sua intransigência negocial durante o processo de fixação de um novo limite da dívida pública americana. No entanto, sabendo-se do efeito nefasto para a economia de uma eventual queda no abismo – o Gabinete Orçamental do Congresso e todos os especialistas alertam para uma violenta guinada da curva ascendente do crescimento económico de novo para o território da recessão –, será a Administração Obama quem pagará o preço político por uma nova crise. O Presidente está forçado a negociar para encontrar uma solução. O problema tem a ver com um conjunto de medidas que serão automáticas sem a intervenção do Congresso. Uma série de cortes fiscais, negociados pelo ex-Presidente George W. Bush e pelo próprio Obama, expiram a 31 de Dezembro, ao mesmo tempo em que o “sequestro” orçamental entra automaticamente em vigor, congelando a chamada despesa discricionária e os fundos do Pentágono. Outros problemas económicos que exigem a atenção urgente do Presidente: a aprovação do orçamento para o próximo ano fiscal (o funcionamento da máquina federal só está financiado até Março de 2013) e o estabelecimento de um novo tecto para a dívida que, segundo as estimativas, atingirá o limite de 16, 4 biliões (milhão de milhões) de dólares dentro de quatro meses. Ninguém acredita que o Presidente não tenha aprendido a lição depois do seu braço-de-ferro com os líderes republicanos do Congresso durante as negociações de Março para a sustentabilidade fiscal. Muitos comentadores viram no falhanço de Obama em levar por diante as recomendações do relatório Simpson-Bowles (os apelidos dos dois senadores republicano e democrata responsáveis pelas conclusões de uma comissão bipartidária) o grande erro de cálculo do seu primeiro mandato. Mas a bancada republicana também terá tirado as suas próprias conclusões – não só do desfecho desse “episódio” como sobretudo da mensagem dos eleitores nas urnas. O speaker do Congresso, John Boehner (que fica no cargo na próxima legislatura) apareceu a dizer que “os americanos demonstraram que não querem mais impostos”, assim que as projecções confirmaram uma nova maioria conservadora na Câmara de Representantes. Na campanha, Obama defendeu prolongar a baixa de impostos de Bush para todos os contribuintes excepto para os 2% que têm os rendimentos mais altos – a sua taxa subiria para o nível dos anos Clinton. Os republicanos podem reduzir a margem de manobra do Presidente e interferir com a sua agenda, numa aposta arriscada tendo em conta as intercalares de 2014. Mas é certo que os primeiros anos do segundo mandato de Obama serão definidos pela estratégia que a oposição decidir adoptar: mais obstrucionismo, como até agora, ou mais compromisso. Dada a divisão interna da bancada republicana, ainda refém do Tea Party, este último caminho parece ser o mais difícil. A polarização do país sugere que não existe consenso para a aplicação de muitas das políticas da Casa Branca, mas a verdade é que o Presidente conseguiu aprovar um pacote de estímulo económico, uma reforma do sistema regulatório e o chamado Obamacare, contra a oposição republicana. Também é de esperar que Obama tenha retirado lições importantes da condução de alguns dos dossiers que ficaram incompletos ou sem solução e que o Presidente já indicou querer fechar no segundo mandato. Na política interna, a reforma da imigração, abandonada por cálculo político nos primeiros quatro anos, será seguramente tornada uma prioridade, tal como a questão energética, com o que ela implica de combate ao aquecimento global, e a redefinição da política orçamental, nomeadamente pela reforma do código fiscal.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave imigração
Para os cientistas que partem, boa sorte!
Jovens cientistas e com rendas para pagar desesperam. Ninguém os ouve. Não há amor à ciência que resista assim. E não importa a justificação oficial, porque ela não serve como talão de desconto no supermercado. (...)

Para os cientistas que partem, boa sorte!
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.875
DATA: 2012-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Jovens cientistas e com rendas para pagar desesperam. Ninguém os ouve. Não há amor à ciência que resista assim. E não importa a justificação oficial, porque ela não serve como talão de desconto no supermercado.
TEXTO: No trânsito de Lisboa e a caminho de mais um dia de trabalho, faço mentalmente a lista de colegas e amigos cientistas que emigraram nos últimos anos. Somo uns quantos e sei que serão mais em breve. Como em qualquer outra área, sempre houve gente a emigrar em busca de melhores oportunidades. Dizem uns que até é bom porque aprendem lá fora e a maioria irá voltar. Concordo com a primeira parte, é bom aprender lá fora. Duvido da segunda; a maioria que vai, hoje mais do que nunca, não volta tão cedo, simplesmente não pode. É gente qualificada que parte. E é Portugal que mais perde. Falo principalmente de jovens outrora bolseiros de investigação científica. O país investiu nestes jovens, através de um ensino superior de qualidade (sim, ainda há ensino superior de qualidade em Portugal) e de bolsas de formação avançada, tudo isto num esforço digno de registo na última década. E esta gente não é ingrata com o país, mas, graças às idiossincrasias da própria natureza, precisam de comer e ter um tecto. Bolseiros de investigação, de doutoramento, de pós-doutoramento deparam-se hoje com atropelos à sua dignidade. Presos num contrato que exige exclusividade, são os primeiros a sofrer as consequências da instabilidade no financiamento, atrasos na gestão de processos e nas transferências de verbas para as instituições. Falta liquidez? Não faz mal, atrasam-se os pagamentos aos bolseiros e, de preferência, sem avisar. As instituições e o Governo refutam responsabilidades e, enquanto isto, estes jovens adultos e com rendas para pagar desesperam. Nada podem fazer, é a exclusividade patente no contrato que os impede de considerar qualquer outra hipótese viável e imediata de rendimento. Ninguém os ouve. Não há amor à ciência que resista assim. E não importa a justificação oficial, porque ela não serve como talão de desconto no supermercado. A responsabilidade não é de um, é de todo um sistema que falha, agora quando todos mais precisam. E quando até há pouco o tempo os “felizardos” bolseiros podiam contar com o apoio da família para sobreviver nos meses sem bolsa; agora nem isso lhes vale. A família já não pode ajudar. Alguém lhes disse que viveram acima das suas possibilidades e por isso foram-lhes cortados salários e aumentados os impostos. Defende-se hoje um modelo de financiamento da ciência de excelência. Não poderia estar mais de acordo. Mas na base de sustentação dessa tão almejada excelência está o trabalho científico de base, que, não sendo outstanding como gosta de se dizer, não deixa de ser fundamental. Ora esse trabalho científico fundamental é, frequentemente, suportado por bolseiros de investigação em formato de “formação avançada subsidiada”. Na realidade, esses bolseiros somam no seu currículo uma “avançada” lista de bolsas ao longo de anos, espaçadas por meses em que nada recebem enquanto esperam pelo início de um qualquer novo projecto. Este modelo de prestação de trabalho científico fundamental precisa ser reformulado e integrado numa visão estratégica de futuro científico sustentável e sustentado em Portugal. Um desafio para a ciência portuguesa e, reconhecendo dificuldades que o país enfrenta, é o de não confundir excelência com elite. É que o trabalho científico de excelência não se reflecte necessariamente em publicações em revistas científicas internacionais. Por outras palavras, há ciência de excelência que escapa na malha dos indicadores científicos tradicionais utilizados pelos painéis de avaliação. A cegueira do publish or perish (publica ou desapareces, numa tradução livre), se desenraizada da especificidade de cada ramo da ciência, conduzirá à extinção de áreas da ciência fundamentais para o desenvolvimento do país. A consequência é a já visível fuga para outros países de toda uma geração de gente qualificada. Outros países, como a Alemanha, agradecem. Os números da OCDE indicam um acréscimo de emigração por parte de portugueses com formação superior. A OCDE suspeita ainda de que os dados sobre Portugal como país de origem estejam subestimados relativamente ao fluxo real de emigração. No caso dos jovens investigadores, não custa imaginar porquê. Como se contabiliza a emigração de cientistas em regimes precários? Como pode o país contabilizar a fuga destes cérebros? Assim de repente, contabilizo sete jovens em fuga nos últimos dois anos só no meu pequeno grupo de colegas que não ultrapassa a vintena. Imersa nestes pensamentos, ouço a canção Boa Sorte (Vanessa da Mata/ Ben Harper). Nunca como hoje a letra fez tanto sentido para mim, fala de uma despedida entre gente jovem e capaz e do seu país que já mais não os pode segurar. “É só isso/ não tem mais jeito/acabou, boa sorte (…)/tudo o que quer de mim/irreais/expectativas/desleais(…). ”Geóloga do Centro de Recursos Minerais, Mineralogia e Cristalografia da Universidade de Lisboa
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Partidos LIVRE
Enrique Peña Nieto, o democrata acidental
Tomou posse como Presidente do México o homem que "tem os astros alinhados a seu favor". (...)

Enrique Peña Nieto, o democrata acidental
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-12-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Tomou posse como Presidente do México o homem que "tem os astros alinhados a seu favor".
TEXTO: Enrique Peña Nieto, que tomou posse este sábado como Presidente do México, tem 46 anos. É um jovem, para os padrões da política local. "O objectivo da minha geração - disse numa entrevista - não é ideológico ou de clientelismo. É libertar o México da pobreza. "Uma parte do povo não acredita nele, e houve manifestações na Cidade do México e em muitas outras do país contra esta tomada de posse. Os analistas mais pragmáticos estão optimistas. Mesmo que não fosse esse o seu desejo, Nieto vai ser um "democratizador", disse o jornalista e opinion maker mexicano Jorge Zepeda ao jornal espanhol El País. À Reuters, o mesmo Zepeda - que escreve no site de notícias e análises sinembargo. mx - explicou que "os astros alinharam-se" para o início do mandato de Peña Nieto. Tem tanto a seu favor: a economia mexicana está a crescer, a violência do narcotráfico está a decair, a sociedade civil está cansada das "forças do bloqueio" e quer estabilidade e progresso. A eleição de Enrique Peña Nieto não foi pacífica, como não foram as presidenciais que elegeram o seu antecessor, Felipe Calderón. A polarização ideológica partiu o país em dois e o resultado foi a contestação nos tribunais da vitória do candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI). Confirmado no cargo, Peña Nieto tratou de se mostrar ao mundo, legitimizando-se como chefe de Estado e como representante da tal geração priista sem clientelismo. Visitou a América Latina primeiro. A União Europeia foi a seguir e depois os Estados Unidos, que partilha uma fronteira de mais de 3000 km com o México. Procurou uma dimensão internacional e anunciou uma agenda de reformas que, se aplicadas, derrubarão em primeiro lugar os velhos alicerces do PRI, o partido que dominou o país durante 71 anos e saiu do poder nas eleições de 2000. O novo Presidente integrou na equipa do Governo alguns elementos da velha guarda (mais do que os analistas previam), e também se rodeou por gente mais nova e profissionalmente definida - priistas com carreiras e não apenas priistas de carreira (o próprio Nieto licenciou-se em Direito e trabalhou na administração de empresas) que estiveram com ele quando foi governador do estado do México e durante a campanha eleitoral. Quer realizar reformas fiscais, abrir a empresa petrolífera estatal ao capital privado. Os analistas mexicanos dizem que, em teoria, Nieto tem um programa capaz de suavizar a polarização ideológica no órgão legislativo. E que será de dentro do PRI - nas organizações e nos estados, muitos controlados por este partido, onde a velha guarda resiste a abandonar um sistema de poder quase feudal - que deve esperar a maior resistência à mudança. "Ele tem de ter cuidado na forma como lida com eles. Apesar de ser inteligente e hábil, terá de ter em conta estes grupos", disse Jorge Castañeda, que foi ministro dos Negócios Estrangeiros no primeiro Governo pós-PRI, liderado por Vicente Fox (Partido de Acção Nacional, PAN). O historiador Enrique Krauze, citado num artigo dos jornais da rede McClatchy, sublinhou que o programa de reformas de Nieto - que chegou a falar na refundação do PRI e, eventualmente, numa mudança de nome - é contrário ao ADN de um partido populista, "clientelista, de ideias antiquadas, interesses enraizados [nas grandes empresas] e ligações ao crime". O sonho de mudança dos mexicanos com a eleição de Fox, um milionário e gestor à moda americana, desvaneceu-se depressa, com o órgão legislativo tornado "força de bloqueio". Fox fez depender o sucesso do México da aliança estratégica (falhada) com os EUA, em especial na luta contra o narcotráfico. O vazio de CalderónA Fox sucedeu outro panista, Felipe Calderón. O vazio, ou o impasse institucional, manteve-se, explica a Reuters. Hoje, continua a análise desta agência, a sociedade exige normalidade no funcionamento e na relação entre as instituições, deseja uma "arbitragem" que Nieto lhes pode dar. "O sentimento geral é o de que a guerra entre os grupos que queriam preencher o vazio só gerou ineficácia. Precisamos de um Presidente mais executivo", disse Zepeda. O plano de Nieto para o seu mandato de seis anos é ambicioso. Quer aumentar em 6% ao ano o crescimento económico (foi decrescendo com Calderón, e este ano fica em 1, 6%), reduzir para metade a taxa de homicídios, criar uma força paramilitar de combate ao crime organizado (e usar mais estratégia e menos força bruta), diversificar na escolha dos parceiros estratégicos. Se já começou a visitar países da América Latina (o Brasil é a prioridade, Fox e Calderón voltaram costas à região a que o México pertence naturalmente), também andou pela União Europeia e, por fim, esteve em Washington, onde conversou com o Presidente Barack Obama de política de imigração. O México é um dos maiores parceiros comerciais americanos (80% das exportações) e é também o país que mais fornece imigrantes aos Estados Unidos da América, sendo 30% deles ilegais. Tomou posse no edifício do Congresso, com os manifestantes lá fora a gritarem palavras de ordem contrao priista. No exterior do edifício, a polícia municipal criou um perímetro de segurança, porque eram esperados milhares de pessoas - houve rebentamento de petardos e lançaram-se cocktails Molotov. Foi ponderado que tomasse posse no palácio presidencial, perante uma plateia reduzida de convidados e não no Parlamento, por razões de segurança, como aconteceu com Calderón. A reconciliação é, talvez, a primeira missão do Presidente mexicano. Nesta semana, os partidos da oposição com representação parlamentar firmaram um pacto de entendimento para garantir a governabilidade do país e a aprovação das reformas necessárias à economia - e que diluirão o que da velha edificação priista. Uma aliança inédita para evitar a perda de mais seis anos da vida do México. E para evitar que, em final de mandato, Enrique Peña Nieto, o Presidente que tem os astros alinhados a seu favor, tenha que fazer um discurso de despedida como o de Calderón. Num dos seus últimos actos públicos, a 27, o Presidente cessante presidiu à inauguração de um túnel rodoviário. E disse: "Entre 1980 e 2006, ou seja, 26 anos, construíram-se 16 túneis no país. Este Governo construiu 91. "
REFERÊNCIAS:
Partidos PAN
Austríaco condenado a nove anos de prisão por glorificar o nazismo num site
Gottfried Kuessel e dois cúmplices alimentaram uma página na Internet em que defendiam Hitler e o anti-semitismo. (...)

Austríaco condenado a nove anos de prisão por glorificar o nazismo num site
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: Gottfried Kuessel e dois cúmplices alimentaram uma página na Internet em que defendiam Hitler e o anti-semitismo.
TEXTO: Gottfried Kuessel, 54 anos, um neonazi austríaco com um longo passado de activismo pró-hitleriano, foi condenado a nove anos de prisão por um tribunal na Áustria por ter glorificado o nazismo através da criação do site de extrema-direita Alpen-Donau, entretanto desactivado. Além de Kuessel, dois cúmplices foram condenados a sete e a quatro anos e meio de prisão. Durante o julgamento, Kuessel argumentou que não fez nada de errado e que tinha iniciado uma nova etapa, depois de já ter sido condenado na década de 1990 por actividades em defesa do nazismo. Iniciativas desta índole são consideradas crime na Áustria e podem ser punidas com penas até 20 anos de prisão. O advogado de Gottfried Kuessel anunciou que vai recorrer da decisão. Michael Dohr, em declarações à rádio austríaca ORF, citadas pela agência Reuters, disse esperar que a sentença seja revogada e Kuessel absolvido perante as “fracas provas” apresentadas pela acusação. “Só existiram provas circunstanciais, nada mais”, reforçou nesta sexta-feira, um dia depois de conhecida a sentença. Kuessel foi detido em Abril de 2011 por ter criado o site Alpen-Donau que, em Março do mesmo ano, já tinha sido encerrado. A detenção ocorreu depois de as autoridades terem apreendido documentos, discos rígidos, armas e propaganda nazi durante buscas a habitações em Viena e na província de Styria. Depois de pedirem apoio às autoridades norte-americanas, a polícia austríaca conseguiu aceder aos servidores, localizados nos Estados Unidos. Esta não é a primeira condenação de Kuessel e de outras pessoas acusadas de defenderem ou exortarem a doutrina de Hitler na Áustria. No país anexado pela Alemanha em 1938 e onde o anti-semitismo levou à morte de milhares de judeus austríacos, Kuessel já tinha sido condenado a 11 anos de prisão, em 1993, por ter fundado e liderado o grupo Volkstreue Ausserparlamentarische Opposition (VAPO), grupo de oposição extraparlamentar leal ao povo. Com o VAPO, Kuessel tentou recuperar a ideologia do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, o partido nazi de Hitler. Após a sua detenção, o VAPO foi acusado de ter lançado uma campanha de vingança, enviando cartas-bomba para algumas figuras públicas austríacas. O presidente do município de Viena na altura, Helmut Zilk, foi uma das vítimas, tendo perdido os dedos de umas das mãos num desses ataques. Kuessel acabou por ser libertado por bom comportamento, seis anos depois de ser condenado. Outra das condenações ocorreu em 2009, quando Gerd Honsik, 71 anos, fundador do grupo Frente Nacional e membro de movimentos contra a imigração, foi sentenciado com uma pena adicional de dois anos de prisão, quando já se encontrava a cumprir quatro anos por propagandear a negação do Holocausto e escrever artigos a defender Hitler e o anti-semitismo. Gerd Honsik conseguiu a liberdade condicional em 2011.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime morte imigração tribunal prisão
Marítimo, Portuguesa e Deportivo: histórias portuguesas no futebol da Venezuela
Três clubes com raízes portuguesas já se tornaram campeões. Só um deles sobreviveu até hoje. (...)

Marítimo, Portuguesa e Deportivo: histórias portuguesas no futebol da Venezuela
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Três clubes com raízes portuguesas já se tornaram campeões. Só um deles sobreviveu até hoje.
TEXTO: É na Venezuela que reside uma das maiores comunidades portuguesas fora de Portugal. Estima-se que sejam perto de 450 mil os luso-venezuelanos no país de Hugo Chávez, muitos com origem no arquipélago da Madeira. A influência portuguesa na Venezuela também se estende ao futebol e não falamos de Danny, jogador do Zenit, ou de Leonardo Jardim, treinador do Olympiakos, ambos nascidos em famílias de emigrantes madeirenses na Venezuela e que acabariam por regressar a Portugal. Basta olhar para a lista de campeões e encontramos nomes familiares: Deportivo Portugués, Portuguesa FC e Marítimo. Destes três clubes, que, entre si, conquistaram 13 títulos de campeão, apenas resta um, o Portuguesa FC, da cidade de Acarigua, no Noroeste do país. Com cinco títulos conquistados, o Portuguesa não tem nenhuma herança lusitana óbvia para além do nome (nem no emblema, nem nas cores da camisola, preto e vermelho), que advém da sua localização, no estado de Portuguesa, que, por sua vez, foi baptizado com este nome por causa do rio que atravessa o estado e que, segundo a herança popular, se chama assim porque, em tempos, uma mulher de Portugal se terá afogado nele. Bastante documentadas estão as origens portuguesas do Deportivo e do Marítimo, sendo que o segundo provavelmente nunca teria existido sem o fim do primeiro. Vamos à história: no auge da imigração do Sul da Europa para a Venezuela durante os anos 1950 e 60 do século passado, muitos foram os clubes formados por comunidades de imigrantes e os nomes identificavam as suas origens: Deportivo Español, Deportivo Itália, Deportivo Galicia, Deportivo Asturias, o Valência, o Unión Deportiva Canárias ou o Deportivo Portugués. Fundado em 1952, o Club Deportivo Portugués, sediado em Caracas, rapidamente se transformou numa potência do futebol venezuelano. As cores vermelha e verde estavam no equipamento e no emblema (que era uma representação da bandeira de Portugal, com o escudo no meio). Foi quatro vezes campeão (1958, 1960, 1962 e 1967) e foi a primeira equipa do país a chegar às meias-finais da Taça dos Libertadores, mas, depois do último título, começou a entrar em declínio, com várias subidas e descidas, até que os seus órgãos directivos vieram a decidir acabar com a equipa de futebol profissional. Muitos dos seus jogadores e o treinador da altura transferiram-se para outra formação de origem portuguesa, também com sede na capital venezuelana, o Club Sport Marítimo. Este Marítimo de Caracas, fundado em 1959, tem tudo a ver, na sua origem, com o Marítimo do Funchal, que tem mais de um século de existência (nasceu em 1910) e é a maior instituição desportiva da Madeira. Os equipamentos e os emblemas dos dois clubes são iguais. Mas, ao contrário do clube madeirense, que nunca foi campeão de Portugal, o seu homólogo venezuelano conquistou quatro títulos de campeão (1987, 1988, 1990 e 1993) e ganhou seguidores fora da comunidade luso-venezuelana. Mas também o Marítimo acabaria com o futebol profissional, em 1995. Na Venezuela, há registos de apenas dois jogadores portugueses, segundo o site zerozero. pt. Um deles, Carlos Freitas, chegou a jogar no Marítimo do Funchal e foi internacional português sub-18 numa equipa onde estavam, entre outros, Rui Patrício, Fábio Coentrão e Daniel Carriço. Em Portugal, o zerozero lista 160 jogadores venezuelanos só em futebol de onze, mas quase todos com dupla nacionalidade e muitos em clubes da Madeira. Entre esta numerosa comunidade, o nome mais famoso é o de Jeffrén Suarez, extremo do Sporting e formado nas escolas do Barcelona, que nasceu em Ciudad Bolivar, mas tem nacionalidade espanhola.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave imigração mulher comunidade
Vinte e seis laboratórios associados criticam políticas de ciência "erradas"
De 2012 para 2013, os 26 laboratórios associados tiveram um corte de financiamento de cerca de 30%. O conselho destas instituições reuniu-se com o ministro da Ciência e diz-se muito preocupado. (...)

Vinte e seis laboratórios associados criticam políticas de ciência "erradas"
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento -0.5
DATA: 2013-01-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: De 2012 para 2013, os 26 laboratórios associados tiveram um corte de financiamento de cerca de 30%. O conselho destas instituições reuniu-se com o ministro da Ciência e diz-se muito preocupado.
TEXTO: Os 26 laboratórios associados temem que as políticas para a ciência em Portugal ponham em risco a sua continuidade, depois de cortes de financiamento na ordem dos 30% para 2013. Num comunicado após uma reunião com o ministro da Ciência, Nuno Crato, a secretária de Estado da Ciência, Leonor Parreira, e o presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), Miguel Seabra, a comissão executiva do Conselho dos Laboratórios Associados (CLA) usa expressões como o "crescente agravamento das condições para a ciência em Portugal", decisões "erradas" e "mudanças indesejadas e lesivas" para as instituições científicas. "O Governo decidiu, de forma unilateral e contrariamente ao assumido, reduzir drasticamente o financiamento estratégico das instituições de investigação em 2013. A viabilidade das instituições e das suas apostas estratégicas fica seriamente comprometida", refere o comunicado agora divulgado. A reunião, a 7 de Janeiro, foi pedida pelo CLA devido ao "agravamento" da situação da ciência no país. "Não tem havido uma grande disposição para diálogo", resume ao PÚBLICO o investigador Alexandre Quintanilha, secretário do CLA. A comissão executiva do CLA é composta por Carlos Salema e José Manuel Mendonça. Em 2012, o orçamento para os laboratórios associados, as unidades de investigação e os laboratórios do Estado foi de 74, 5 milhões de euros, enquanto, para 2013, esse valor baixou para 64, 6 milhões, refere, por sua vez, João Sentieiro, ex-presidente da FCT e actual director de uma das 26 instituições, o Laboratório de Robótica e Sistemas em Engenharia e Ciências do Instituto Superior Técnico (IST). Em Novembro, os laboratórios associados foram surpreendidos com a redução de financiamento. O corte mínimo foi de 25%. Por cima disso, houve ainda cortes tendo em conta a execução orçamental de cada instituição, ou seja, o dinheiro gasto até ao final de 2012. Laboratórios com uma execução orçamental baixa sofreram um corte "superior a 40%", diz Quintanilha, quando "não houve uma diminuição" do Orçamento do Estado para a ciência. "Cortes desta natureza são devastadores", diz o biólogo e ex-director do Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto. Alexandre Quintanilha explica que as baixas execuções orçamentais se deveram ao aumento da burocracia, que deixou a tesouraria de muitos laboratórios no "vermelho": devido ao atraso dos pagamentos da FCT, as dívidas cresceram para alguns milhões de euros. Por isso, as instituições não podiam fazer mais despesas e os orçamentos não eram gastos completamente. Na reunião, os governantes justificaram a burocracia como uma situação "imposta por outros ministérios", conta o biólogo. Os laboratórios associados nasceram em 2000 para "criar massa crítica em várias áreas de conhecimento", explica Quintanilha. Estão dispersos pelo país, muitas vezes associados a universidades, e alguns têm mais do que um pólo. Uma das suas funções é o aconselhamento do Governo em áreas emergentes. Há laboratórios dedicados às ciências geofísicas, outros à informática, às ciências da vida, da saúde, às ciências sociais ou às engenharias. Ao todo, estas instituições têm 5000 doutorados. Os novos cortes, alerta o CLA, vão obrigar a redimensionar os laboratórios. "Agrava-se o desemprego de doutorados e a emigração de investigadores altamente qualificados", lê-se no comunicado. Números oficiais que retratem a situação global, todos dizem que não os há. "Há muitos jovens que não sabem qual vai ser a estratégia, ouviram que o Governo está a apostar na excelência num sentido muito restrito e já aceitaram lugares internacionais", relata Quintanilha. "No IST há um número significativo de pessoas a saírem", diz também João Sentieiro. "Não são só jovens investigadores, mas também seniores que estão a deixar o país. "O CLA critica ainda os "moldes inaceitáveis" dos novos doutoramentos. Abriram-se candidaturas para programas de doutoramento sem consultar as universidades, as instituições que afinal atribuem estes graus. "As universidades tiveram dois ou três meses [para se candidatarem], mas isso é muito pouco quando se quer conceber um programa de raiz e com parcerias internacionais", critica Quintanilha. E no concurso para novos investigadores FCT, também as universidades e as instituições científicas ficaram de fora da avaliação e selecção dos cientistas que depois podem vir a ser obrigados a receber. "[Este] conjunto de medidas têm estado a conduzir a mudanças indesejadas e lesivas para as instituições de ciência", diz-se no comunicado, acrescentando-se que há um "experimentalismo desprovido de qualquer modelo de suporte, assente na ideia simplista de que a ciência se faz apenas com pessoas excelentes".
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave desemprego
Joaquim Phoenix e Paul Thomas Anderson juntos, à volta de Thomas Pynchon
Depois de The Master/O Mentor, que chega a Portugal em Fevereiro. (...)

Joaquim Phoenix e Paul Thomas Anderson juntos, à volta de Thomas Pynchon
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Depois de The Master/O Mentor, que chega a Portugal em Fevereiro.
TEXTO: Joaquin Phoenix e Paul Thomas Anderson, de novo. Depois de O Mentor/The Master, que valeu ao actor uma nomeação para o Óscar e que estreia em Portugal em Fevereiro, Inherent Vice, um film noir, passado em Los Angeles, baseado em Thomas Pynchon. Publicado em 2009, é a história de Larry "Doc" Sportello, detective contratado por investigar um rapto - e são as "histórias" que o fumo de "erva" à sua volta distorceÉ a Los Angeles dos anos 60, assombrada pelo gangue de Charles Manson – e pelas actividades de fúria “anti-subversiva” da Polícia de Los Angeles. “Um romance em que a paranóia é menos uma condição metafísica ou política mas o resultado de se fumar demasiada erva”, escreveu a revista New Yorker, citada pelo britânico The Guardian. A quem Anderson, que realiza e escreve o argumento, confessou que desde Boogie Nights andava a querer recrutar Phoenix, mesmo para Haverá Sangue (papel principal ficaria para Daniel Day-Lewis). “Há tanta energia à volta dele, é como dinamite… é excitante, às vezes é mesmo um bocado de enlouquecer”. Isso vê-se, aliás, em O Mentor, esta espécie de “love story” entre um guru (Philip Seymour Hoffman) e o seu acólito (Phoenix); ou, de outro modo, esse duelo pela conquista da alma americana. Os dois actores receberam o Prémio de Interpretação no Festival de Veneza - onde, em 1991, River Phoenix, o irmão de Joaquin, foi distinguido com um prémio por A Caminho de Idaho, de Gus Van Sant. A personagem esteve para ser interpretada por Robert Downey Jr. (outro exemplar de intensidade), que desistiu do projecto à última hora. A produção é da Annapurna Pictures de Megan Ellison, que financiou 00. 30 Hora Negra, de Kathryn Bigelow. Antes disso, veremos Phoenix em Lowlife, de James Gray, um filme histórico sobre a imigração em Nova Iorque no princípio do século XX. .
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave imigração espécie negra rapto