De Utoya para o Parlamento, a vingança de um sobrevivente de Breivik
Fredric Holen Bjoerdal estava no acampamento da Juventude Trabalhista que o extremista de direita atacou em 2011. Dois anos depois foi eleito para o Parlamento (...)

De Utoya para o Parlamento, a vingança de um sobrevivente de Breivik
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: Fredric Holen Bjoerdal estava no acampamento da Juventude Trabalhista que o extremista de direita atacou em 2011. Dois anos depois foi eleito para o Parlamento
TEXTO: Há dois anos, ele corria até perder o fôlego para escapar às balas de Breivik. Longe de se deixar intimidar, Fredric Holen Bjoerdal, de 23 anos, é um dos mais jovens candidatos eleitos nesta semana para o Parlamento da Noruega. “Muitos abandonaram a polícia após o massacre de Utoya. Eu escolhi continuar a lutar pelos que morreram e os que não podem continuar a fazê-lo”, explica o jovem em voz clara e pausada. “Se toda a gente parasse, isso significava a vitória de Breivik e a nossa derrota”, acrescenta. A 22 de Julho, o extremista de direita Anders Behring Breivik, armado com uma metralhadora semi-automática e uma pistola, perseguiu durante mais de uma hora centenas de adolescentes reunidos na ilha de Utoya para o habitual acampamento de verão da Juventude Trabalhista. Breivik explicou depois que queria secar o viveiro de recrutamento do Partido Trabalhista, o principal culpado, segundo ele, por o país ter aderido ao multiculturalismo. Presos numa ilha de 0, 12 km2, 69 pessoas perderam a vida, a maioria adolescentes. “Sobrevivi correndo de uma ponta à outra a ilha para me esconder dele e das suas balas”, recorda Fredric Holen Bjoerdal. “Tive muita sorte. Quando se vê as balas cair na água junto a nós sabemos que é apenas uma questão de centímetros. ”Mas o viveiro não secou. Nas legislativas de segunda-feira, o jovem, que até agora trabalhava para os serviços sociais apoiando adolescentes em dificuldades, foi eleito por uma circunscrição encravada entre um fiorde e o mar, no Oeste da Noruega. Nas listas trabalhistas, apesar do revés eleitoral sofrido pela esquerda. “Não acredito que Utoya tenha tido alguma coisa a ver com a minha entrada na lista”, diz o novo deputado. “Fiz questão de não construir a minha identidade enquanto sobrevivente de Utoya. Não é uma identidade política que eu desejaria. ”Dos 33 sobreviventes do massacre que se apresentaram às eleições, quatro foram eleitos. Estranhamente, a carnificina esteve totalmente ausente da campanha. “Não é bom falar disso. Seriamos rapidamente acusados de querer explorar o 22 de Julho para retirar benefícios políticos”, comenta Fredric Holen Bjoerdal. “Tudo é demasiado recente, demasiado doloroso. ”Entre os vencedores das eleições está o Partido do Progresso, uma formação populista anti-imigração de que Breivik foi membro até 2006, mas que condenou claramente o autor dos ataques. Apesar de reduzir a sua votação, o partido está bem colocado para sair da oposição a que está confinado desde a sua fundação, há 40 anos, para participar numa coligação dominada pelos conservadores. “Desde o 22 de Julho, discutimos tudo o que não funcionou naquele dia: a polícia os dispositivos de alerta. Mas falamos menos dos valores e dos pontos de vista extremistas de Breivik”, observa Fredric Holen Bjoerdal. “Acreditámos que o apoio a uma sociedade multicultural seria mais forte depois disso, mas tudo regressou à normalidade”, diz. E ter o Partido do Progresso no Governo. “Não gosto. Não quero traçar paralelos entre o partido e o Breivik. Ele era muito mais extremista”, sublinha. “Mas é claro que se um tal partido chega ao poder e tem voz nas matérias de imigração ou em outros domínios, vamos ver isso com mãos olhos”, explica. Com apenas 23 anos, este jovem será um dos mais novos no Parlamento que abrirá portas no próximo mês. “Quero trabalhar no duro, provar que estou lá por boas razões, que tenho conhecimentos e alguma coisa a acrescentar. ”
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave imigração
Morreu aos 112 anos o homem mais velho do mundo
Salustiano Sanchez-Blazquez acreditava que a sua longevidade se devia ao facto de comer uma banana todos os dias. (...)

Morreu aos 112 anos o homem mais velho do mundo
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Salustiano Sanchez-Blazquez acreditava que a sua longevidade se devia ao facto de comer uma banana todos os dias.
TEXTO: O homem mais velho do mundo, o espanhol Salustiano Sanchez-Blazquez, de 112 anos, morreu na sexta-feira, num lar de idosos no estado de Nova Iorque (EUA), onde vivia. O recorde pertence agora a um italiano com 111 anos. Salustiano era natural de El Tejado de Bejar, em Salamanca, Espanha, e trabalhou nos campos de plantação de cana de açucar em Cuba antes de emigrar para os EUA. Era um músico autodidacta, chegou a trabalhar em minas de carvão e apreciava gin. Tinha dois filhos, sete netos, 15 bisnetos e cinco trinetos. Foi reconhecido em Julho pelo Guiness World Records como o homem mais velho do mundo, sucedendo no título ao japonês Jiroemon Kimura, que morreu em Junho com 116 anos. Na altura, o espanhol apontava como possível causa para a sua longevidade o facto de comer uma banana todos os dias. Agora, o recorde pertence a Arturo Licata, um italiano de 111 anos. O título homónimo feminino pertence a Misao Okawa, uma japonesa de 115 anos.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Paquistão candidata filme aos Óscares pela primeira vez em 50 anos
Os nomeados aos Óscares são anunciados a 16 de Janeiro. (...)

Paquistão candidata filme aos Óscares pela primeira vez em 50 anos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.25
DATA: 2013-09-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os nomeados aos Óscares são anunciados a 16 de Janeiro.
TEXTO: A última vez que o Paquistão submeteu um filme para os Óscares foi em 1963. Com uma fraca produção cinematográfica, desde então o país nunca mais apareceu na lista dos possíveis candidatos às nomeações ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. 50 anos depois, há um candidato à nomeação: Zinda Bhaag. “O Paquistão vai finalmente ter um filme na corrida deste ano aos prémios da Academia, sinto-me orgulhoso por estarmos a dar um pequeno passo no sentido de reconhecer os nossos próprios cineastas”, congratulou-se Sharmeen Obaid Chinoy, presidente do comité responsável pela escolha de Zinda Bhaag. Citado pela Variety, o responsável paquistanês destacou ainda que este filme “é a prova de que a vontade, paixão e talento podem alcançar feitos incríveis”. Realizado pela dupla Meenu Gaur e Farjad Nabi, Zinda Bhaag é uma comédia dramática sobre a imigração ilegal. O filme conta a história de três homens que procuraram fugir às regras da vida quotidiana que levam no Paquistão. “Estamos muito honrados, entusiasmados, radiantes e muitas outras coisas. Mais do que qualquer outra coisa esta nomeação é um indício de que chegou o momento de os holofotes se voltarem para o cinema paquistanês”, reagiram à mesma publicação os realizadores. O filme, cujo elenco é composto na sua maioria por principiantes, conta num dos papéis principais com uma estrela de Bollywood, Naseeruddin Shah. Os paquistaneses Amna Ilyas e Khurram Patras são os outros protagonistas de Zinda Bhaag. A última vez que o Paquistão tinha seleccionado um filme para a nomeação para Melhor Filme Estrangeiro foi em 1963 com Ghunghat, de Khawaja Khurshid Anwar. Antes disso, só em 1959 com o filme Jago Hua Savera, de AJ Kardar. No entanto, nenhum dos filmes conseguiu chegar à lista final dos nomeados. O anúncio da candidatura paquistanesa surge assim na mesma altura em que a Arábia Saudita, onde os cinemas são proibidos, anunciou também que pela primeira vez vai ter um filme candidato a nomeação. Wadjda, da realizadora Haifaa Al-Mansour, que este ano recebeu o Prémio France Culture Cinéma (categoria revelação) no Festival de Cannes, foi o filme seleccionado. Entretanto também a Holanda anunciou que o novo filme de Alex van Warmerda, Borgman, que competiu na edição deste ano de Cannes, é o seu candidato. E Taiwan, que em 2000 venceu o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro com O Tigre e o Dragão, de Ang Lee, seleccionou o thriller psicológico Soul, de Chung Mong-hong. Na última cerimónia, o Óscar desta categoria foi para a França com Amor, de Michael Haneke. Este ano o candidato francês é Renoir, de Gilles Bourdos, sobre os últimos dois anos de vida do pintor impressionista, que morreu em 1919 aos 78 anos. Portugal anunciou a sua candidatura na semana passada. O filme apontado à nomeação é As Linhas de Wellington, de Valeria Sarmiento. No final, desta lista, à qual ao longo das próximas semanas se juntarão ainda outras representações nacionais, serão apenas escolhidos cinco filmes. As nomeações são anunciadas no dia 16 de Janeiro. A cerimónia de entrega dos Óscares, que será apresentada pela norte-americana Ellen DeGeneres, está marcada para o dia 2 de Março de 2014 no Dolby Theatre, em Los Angeles.
REFERÊNCIAS:
Profissionais da banca dizem que salários caíram em 2012 mas bónus aumentaram
Funcionários portugueses estão entre os que mais se queixam, indica barómetro da empresa de recrutamento Michael Page. (...)

Profissionais da banca dizem que salários caíram em 2012 mas bónus aumentaram
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Funcionários portugueses estão entre os que mais se queixam, indica barómetro da empresa de recrutamento Michael Page.
TEXTO: A maioria dos profissionais da banca inquiridos para o barómetro Michael Page para Portugal disseram que em 2012 o salário manteve-se ou caiu face ao ano anterior, mas que os bónus aumentaram. A empresa de recrutamento Michael Page realizou um inquérito em 47 países sobre o impacto da crise nas perspectivas de carreira dos profissionais da banca e dos serviços financeiros, e concluiu que os portugueses são os que mais dizem que há falta de oportunidades no país (69%), valor mais alto entre os países europeus, com 85% dos inquiridos a encararem mesmo “a emigração como uma alternativa e uma oportunidade viável de progressão na carreira”. Para estes, os destinos preferidos continuam a ser a Europa (35%), seguida de África (22%) e da América Latina (17%). Quanto aos salários, os portugueses são dos que parecem ter mais razões de queixa, com 50% dos inquiridos a relatarem que a remuneração salarial se manteve em 2012 no mesmo nível de 2011, enquanto 25% disseram mesmo que sofreram cortes. No entanto, em relação aos bónus, o panorama é diferente. “Apesar do panorama negativo em termos de perspectiva salarial, a maioria dos entrevistados, a nível global, recebeu um bónus no final do ano. Portugal foi um dos países onde o valor deste bónus foi mais alto, com 70% dos inquiridos do país a reportar um bónus maior ou igual ao do ano passado”, lê-se nos resultados do estudo divulgado pela Michael Page. Quanto às perspectivas salariais futuras, 36% dos profissionais portugueses esperam um aumento do vencimento (tendo em conta salário e bónus), mas outros 30% não só não esperam ser aumentados, como também afirmam que as expectativas são de cortes, o que está em linha com o registado nos inquéritos em outros países europeus. “A Europa é a região com expectativas menos positivas face à evolução salarial no sector da banca, com apenas 36% a acreditar que verão o seu pacote salarial aumentado. Um número que contrasta significativamente com os 74% registados na América Latina, por exemplo”, segundo Lourenço Cumbre, responsável da Michael Page Banking & Financial Services. Mais de metade dos portugueses (58%) considera ainda que o seu vencimento está relacionado com o desempenho da empresa em que trabalham e não com o seu desempenho pessoal. O inquérito da Michael Page foi realizado em Março a 3800 profissionais de 47 países, dos quais mais de dois mil na Europa. Em Portugal responderam 138 pessoas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave estudo salário
Mortes e escravidão ensombram obras no Qatar para o Mundial de 2022
Escravidão, fome, falta de condições de higiene, salários nunca pagos ou em atraso. Qatar é acusado de admitir empresas de construção que exploram trabalhadores. (...)

Mortes e escravidão ensombram obras no Qatar para o Mundial de 2022
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Escravidão, fome, falta de condições de higiene, salários nunca pagos ou em atraso. Qatar é acusado de admitir empresas de construção que exploram trabalhadores.
TEXTO: Pelo menos 44 nepaleses morreram no período de dois meses em obras no Qatar. O país está a preparar-se para receber o Mundial de futebol de 2022. Uma investigação do jornal britânico The Guardian revela casos de exploração, fome e várias tentativas de fuga de trabalhadores devido a falta de pagamento de salários e condições sub-humanas em que são forçados a viver. “Trabalhámos de estômago vazio durante 24 horas, 12 horas de trabalho e sem comida durante toda a noite”, contou ao jornal Ram Kumar Mahara, um nepalês de 27 anos. Mahara manifestou a sua indignação a um dos responsáveis da empresa que o contratou e a resposta foi a sua expulsão da obra, sem o pagamento de salários. “Tive de pedir comida a outros trabalhadores”. Além da falta de alimentos, o Guardian ouviu histórias de trabalhadores a quem era negada água apesar do calor abrasador que se faz sentir naquela região do Médio Oriente, onde as temperaturas podem chegar aos 50 graus Celsius. Outro nepalês, que se identificou ao Guardian através das iniciais SBD, trabalhador de uma empresa subcontratada para os projectos de construção da Lusail City, uma nova cidade que está a ser construída no país e que se prevê que tenha capacidade para alojar mais de 200 mil pessoas. É aqui que está a ser construído o estádio principal do Mundial. SBD denunciou que a empresa ficou com dois salários a cada um dos trabalhadores destacados para a zona da marina que tentaram fugir devido às condições de trabalho e de alojamento. Durante a sua investigação o jornal britânico diz ter encontrado situações em que 12 pessoas dormiam no mesmo quarto e outras “ficavam doentes devido às condições repugnantes dos hostels” em que eram alojados. Após as tentativas de fuga, os trabalhadores viram os seus passaportes confiscados, bem como os cartões de identificação emitidos pelas autoridades do Qatar para poderem circular no país. Pelo menos 30 nepaleses conseguiram escapar e procurar refúgio na embaixada do seu país em Doha, indica o jornal. Ataque cardíaco ou acidente de trabalhoOs dois testemunhos recolhidos entre os milhares de nepaleses, que se encontram a trabalhar nas obras de preparação para o Mundial 2022, mostram a existência de casos de escravidão, dos quais terão resultado a morte de mais de quatro dezenas de trabalhadores entre 4 de Junho e 8 de Agosto, segundo dados a embaixada do Nepal em Doha, capital do Qatar. Mais de metade morreu de ataque cardíaco, falhas cardíacas ou acidentes de trabalho. “As alegações sugerem a existência de uma rede de exploração entre as aldeias pobres do Nepal e os líderes qataris. O quadro geral é de uma das nações mais ricas a explorar uma das mais pobres para se preparar para o torneio desportivo mais popular do mundo”, escreve o Guardian. A maioria dos nepaleses que concordaram em viajar para o Qatar devido à oferta de trabalho tem agora uma dívida para pagar a empresas de recrutamento de trabalhadores no Nepal, o que os obriga a permanecer em situações como as agora descritas. O sentimento de impotência de não conseguir sair da situação é confessado por outro nepalês. “Estou enfurecido com a forma como esta empresa nos está a tratar, mas não temos ajuda. Arrependo-me de ter vindo para aqui, mas o que posso fazer? Somos desafiados a vir ganhar a vida mas não tivemos qualquer sorte”. Qatar é uma “prisão aberta”Ao Guardian, o embaixador do Nepal no Qatar, descreveu o país árabe como uma “prisão aberta”. O secretário-geral da Federação Geral de Sindicatos do Nepal, Umesh Upadhyaya, lamenta que a discussão sobre as condições que o Qatar tem para receber o Mundial 2022 se resuma ao calor extremo que os jogadores vão sentir. “Estão a ignorar as dificuldades, sangue e suor de milhares de trabalhadores imigrantes que vão construir os estádios para o Mundial em turnos que podem durar oito vezes mais do que o tempo de um jogo de futebol”. O Comité Supremo do Qatar 2022, responsável pela organização do Mundial, “lamenta profundamente as alegações feitas contra certas empresas a trabalhar na construção da Lusail City e considera que se trata de um questão da maior seriedade”. Ao Guardian, a organização disse ter conhecimento que “autoridades governamentais estavam já a investigar essas acusações”. O Ministério do Trabalho qatari sublinha, por sua vez, que se “uma empresa não cumpre a lei do país, o ministério aplica penalizações e reporta o caso às autoridades”. A tutela assegura que são realizadas inspecções periódicas para “garantir que os trabalhadores recebem o salário a tempo” e que são respeitas as regras sobre o trabalho sob o conhecido calor que caracteriza aquele país árabe. O mesmo discurso foi feito pela empresa responsável pelo projecto Lusail City. “Com base nesta investigação [do Guardian], vamos tomar as acções necessárias contra qualquer indivíduo ou empresa que tenham violado a lei ou o contrato connosco”. Mega-projecto, mega-polémicaOs valores certos de investimento no mega-projecto de construção das infra-estruturas de apoio ao Mundial não são exactos. Estima-se que 74 mil milhões de euros sejam aplicados nos próximos nove anos. Está ainda previsto um investimento multimilionário em estradas, vias férreas para comboios de alta velocidade e hotéis. A escolha do Qatar para receber o Campeonato do Mundo de futebol em 2022 não foi tranquila e já tinha posto em causa a decisão da FIFA. Três anos após o anúncio do país como sede do torneio, o presidente da FIFA, Joseph Blatter, reconheceu que se terá "cometido um erro", não só pelas condições meteorológicas mas também devido às “realidades geopolíticas". Numa entrevista a um jornal alemão Die Zeit, Blatter foi mais longe e afirmou que a escolha do Qatar “teve influências políticas directas”. “Chefes de Governo europeus aconselharam os representantes dos seus países com direito de voto a pronunciarem-se a favor do Qatar, porque estavam ligados a esse país por interesses económicos importantes”, admitiu.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte trabalhador lei ataque prisão fome ajuda alimentos salário
Grande coligação de centro-direita sob pressão de pequenos partidos na Áustria
Partido de extrema-direita é uma das formações que pode baralhar contas nas legislativas de hoje na Áustria, mas eleitores devem renovar mandato do bloco central liderado pelo social-democrata Werner Faymann. (...)

Grande coligação de centro-direita sob pressão de pequenos partidos na Áustria
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento -0.01
DATA: 2013-09-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Partido de extrema-direita é uma das formações que pode baralhar contas nas legislativas de hoje na Áustria, mas eleitores devem renovar mandato do bloco central liderado pelo social-democrata Werner Faymann.
TEXTO: A grande coligação de sociais-democratas e democratas cristãos, que está à frente do Governo da Áustria desde 2007, corre o risco de se dissolver nas eleições legislativas deste domingo, com pelo menos 15 partidos a desafiarem a dominância histórica do bloco central na câmara baixa do Parlamento. As sondagens ainda dão a liderança nas intenções de voto ao Partido Social Democrata (SPÖ) do actual chanceler Werner Faymann, a força maioritária na política austríaca do pós-guerra. Com os seus parceiros conservadores do Partido do Povo Austríaco (ÖVP), controlavam 70% da Assembleia Nacional que agora cessa funções: essa confortável maioria já exprimia, porém, o pior resultado eleitoral de sempre dos dois partidos. Não se espera que a votação de hoje resulte num corte radical com o passado, mas é possível que leve a uma redistribuição dos assentos no Parlamento e, consequentemente, a um realinhamento político no governo do país. À semelhança da vizinha Alemanha, a Áustria tem sobrevivido sem traumas à crise do euro: com estabilidade política, prosperidade económica e uma taxa de desemprego baixa, não há motivos óbvios para os eleitores castigarem os seus governantes nas urnas. Os últimos números do instituto OGM colocam o SPÖ à frente com 27 a 28%, e o ÖVP logo atrás, com 22 a 25%. Mas apesar de garantir a manutenção do seu partido no poder, Werner Fayman, um político pouco carismático, poderá ter de negociar a formação de um novo governo com mais do que um partido: uma coligação a três seria absolutamente inédita na história da Áustria. Desde 1945, as grandes coligações, que juntaram os moderados, conservadores e liberais, foram responsáveis por mais de metade dos governos austríacos. Até ao fim da década de 70, os dois grandes partidos representavam mais de 90% do eleitorado. Mas a sua hegemonia eclipsou-se e, nos últimos cinco anos, uma miríade de pequenos partidos, dos eurocépticos, aos ecologistas, ultra-liberais e nacionalistas, passou a assumir maior protagonismo na cena política. Durante a campanha, os sociais-democratas estiveram debaixo do fogo dos seus parceiros de coligação mais à direita: a ferocidade dos aliados de governo não tem apenas a ver com o desejo do ÖVP de catapultar o actual vice Michael Spindelegger para o cargo de chanceler. É também um sintoma da intensa pressão da extrema-direita: Heinz-Christian Strache, o homem que tomou conta do Partido da Liberdade (FPÖ) mas não gosta de ser comparado ao seu polémico antecessor Jörg Haider, é o candidato que mais ameaça o (precário) equilíbrio da coligação – e que pode introduzir um elemento de incerteza nas negociações pós-eleitorais. As sondagens mostram que um em cada cinco austríacos está disponível para dar o seu voto ao técnico dentário de 44 anos, que pede para ser tratado por HC: o seu impacto eleitoral poderá ser semelhante ao de Haider no ano 2000. Um partido eurocéptico e anti-imigraçãoHá 13 anos, a ascensão vertiginosa do líder da extrema-direita “furou” a grande coligação: Haider, que morreu em 2008 num acidente de viação, levou o seu partido para o Governo (na altura liderado pelo ÖVP), causando calafrios aos aliados europeus, que impuseram sanções temporárias à Áustria por causa da sua declarada simpatia por políticas nazis, por exemplo em termos de emprego. Mas antes da sua morte, Haider já se tinha tornado uma irrelevância eleitoral, com discórdias internas a provocarem uma cisão nas bases do partido. A Aliança para o Futuro da Áustria (BZÖ) que fundou em 2005, não deverá chegar aos 4% de votos que garantem a entrada no parlamento. Com um sorriso imaculado e slogans vagamente bíblicos, HC Strache redefiniu a plataforma nacionalista do FPÖ, identificado como o partido eurocéptico e anti-imigração. Os seus cartazes apelam ao “amor pelo vizinho”, mas Strache esclarece sempre que “para mim isso quer dizer ama os austríacos”, a quem promete um aumento das pensões e o estabelecimento de um salário mínimo. As sondagens dão-lhe 20%, o que a confirmar-se coloca os dois partidos maioritários numa situação difícil – tanto Fayman como Spindelegger afastaram a possibilidade de chamar o FPÖ para o Governo. No entanto, avisou o analista político e líder do instituto de sondagens OGM, Wolfgang Bachmayer, “essas posições de princípio podem ser ajustadas em função dos resultados finais, particularmente a atitude do ÖVP em relação ao partido de Strache, que poderá ser bem diferente”. Se os dois líderes mantiverem a sua palavra, o cenário fica aberto para os Verdes, conduzidos por Eva Glawischnig, e que segundo as pesquisas também deverão reforçar a sua representação na Assembleia Nacional (14-15% dos votos). Ao contrário dos seus principais adversários, nenhum dos candidatos do partido, mais virado para a esquerda, viu o seu nome envolvido ou associado a casos de corrupção ou favorecimento político. Uma outra campanha que surpreendeu foi a do milionário austríaco radicado no Canadá Frank Stronach, que aos 81 anos, e depois de fazer fortuna como fabricante de peças para a indústria automóvel, regressou ao país e lançou um movimento populista. A “Equipa Stronach”, como lhe chamou, ultrapassa alguns partidos tradicionais nas sondagens das intenções de voto: debaixo do slogan “Verdade, Transparência, Justiça – Novos Valores para a Áustria” , poderá ultrapassar os 6% e impedir que os também novos ultra-liberais do Partido da Nova Áustria (NEOS) cheguem ao Parlamento. Stronach tem disputado o prémio da fotogenia com Strache, posando em tronco nu e posição atlética para convencer os austríacos de que apesar da idade está apto a governar. Entre as suas ideias mais controversas estava uma proposta de revisão do código penal para inscrever a pena de morte para os “assassinos a soldo” ou a criação de uma moeda nacional que circularia em simultâneo com o euro.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte guerra imigração homem social desemprego salário
Grande coligação sobrevive na Áustria apesar da subida da extrema-direita
Projecções dão 22% de votos aos nacionalistas do Partido da Liberdade (FPÖ), liderados por Heinz Christian Strache. (...)

Grande coligação sobrevive na Áustria apesar da subida da extrema-direita
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.295
DATA: 2013-09-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Projecções dão 22% de votos aos nacionalistas do Partido da Liberdade (FPÖ), liderados por Heinz Christian Strache.
TEXTO: Os sociais-democratas e democratas-cristãos deverão prevalecer nas eleições legislativas da Áustria, apesar de ambos terem obtido o pior resultado da história dos respectivos partidos. A extrema-direita sobe. Os sociais-democratas e democratas-cristãos deverão prevalecer nas eleições legislativas da Áustria, apesar de ambos terem obtido o pior resultado da história dos respectivos partidos. A extrema-direita sobe. As sondagens à boca da urna, encomendadas pela agência noticiosa austríaca APA, apontam para a vitória do Partido Social-Democrata (SPÖ), com 27%, e a recondução no cargo do chanceler Werner Faymann. Os conservadores do Partido do Povo (ÖVP) devem alcançar os 23%, um resultado que lhes permite reeditar a grande coligação que estava no Governo. A votação também assegura uma maioria dos dois aliados na Assembleia Nacional durante os próximos cinco anos. Em terceiro surgem os nacionalistas do Partido da Liberdade (FPÖ), liderados por Heinz Christian Strache. Segundo as projecções eleitorais, o partido de extrema-direita deverá obter 22% dos votos, um forte aumento face aos resultados das últimas eleições. Strache fez campanha pelo endurecimento das leis de imigração - pregando “o amor pelo próximo – desde que o próximo seja austríaco” - e defendeu o fim dos resgates financeiros dos países da Zona Euro em dificuldades. “Hoje há três partidos estabelecidos na Áustria e o SPÖ não pode continuar a fingir que domina”, disse o dirigente populista na sede do partido em Viena. “Não podemos formar uma coligação de derrotados. Não podemos ser excluídos” de um futuro governo, insistiu, numa mensagem dirigida em particular aos sociais-democratas que sempre excluíram a possibilidade de vir a governar em coligação com a extrema-direita.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave imigração social
Os votos de protesto foram os brancos e os nulos, que duplicaram este ano
Sesimbra, Cascais e Palmela lideraram abstenção, mas é na subida dos votos brancos e nulos que os politólogos mais vêem a expressão do descontentamento do eleitorado. (...)

Os votos de protesto foram os brancos e os nulos, que duplicaram este ano
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-01 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20131001160317/http://www.publico.pt/1607631
SUMÁRIO: Sesimbra, Cascais e Palmela lideraram abstenção, mas é na subida dos votos brancos e nulos que os politólogos mais vêem a expressão do descontentamento do eleitorado.
TEXTO: Nunca houve um valor de abstenção tão elevado numas autárquicas: este ano, 47, 4% dos eleitores inscritos não votaram. Os votos nulos e brancos atingiram também valores recorde, passando para o dobro dos valores registados nas últimas eleições. Contaram-se quase 190 mil votos brancos (3, 87%) e 145 mil votos nulos (2, 95%). Sesimbra, Cascais e Palmela foram os três municípios com maior abstenção na votação para as câmaras (rondaram os 61%); Lajes das Flores, Arronches e Barrancos foram os que tiveram menos (entre 17% e 21%). “Alguns observadores previam que os factores da crise, austeridade e perda de poder de compra pudessem inverter a situação através do voto de protesto, aumentando a participação eleitoral”, aponta o politólogo António Costa Pinto ao PÚBLICO. “Mas viu-se que o aumento da abstenção é um aumento progressivo, que não reage às conjunturas da crise. ”Vários factores podem justificar o aumento. Pedro Magalhães, investigador do Instituto de Ciências Sociais (ICS), aponta três. “Primeiro, o facto de a campanha não ter tido cobertura pela televisão”, visto ser a principal fonte de consumo de informação política, diz. Os dados do recenseamento eleitoral são o segundo factor. “São de baixa fiabilidade, que pode ter diminuído com o crescimento da emigração. ”Segundo o PÚBLICO estimou, a discrepância entre os números de eleitores inscritos nos cadernos eleitorais (9. 502. 301) e de cidadãos residentes em Portugal com mais de 18 anos (8. 607. 8539) inflaciona a taxa de abstenção, significando à partida uma taxa de 9, 4%. Em terceiro e último lugar, "as subvenções aos partidos e as despesas de campanha diminuíram, diminuindo assim também a capacidade de mobilização dos candidatos”. Há outro factor de ordem estrutural que pode levar um cidadão a não ir às urnas: "A percepção de que a atitude de votar muda pouco, de que o voto muda pouco”, aponta Costa Pinto. Essa pode ser uma justificação para o facto de o descontentamento não ter diminuído a abstenção. Também Paula Espírito Santo, docente no ISCSP, diz que as causas podem estar associadas "a fenómenos de distanciamento (com destaque sistemático para o eleitorado jovem) em relação aos centros de decisão política, neste caso de base local, o qual motiva o desinteresse e a apatia eleitoral”. Voto de protesto contra os partidosContrariamente à tendência nas últimas autárquicas, de 2009, este ano houve um aumento dos votos nulos e brancos para o dobro. Os votos brancos tinham atingido em 1979 o valor mais baixo: 45 mil (1% do total de votos). Ao longo do tempo sofreram alterações, mas desde 2005 que vinham a diminuir. "Este é um voto que não expressa alienação, mas protesto contra os partidos”, diz Costa Pinto. A subida também pode ser vista, segundo Pedro Magalhães, como um “sinal de desafeição em relação à oferta política existente”, lembrando que o aumento é comum ao que acontece nas legislativas. “Pode ter sucedido também que, nalguns casos, eles sejam expressão de protesto em relação ao processo de reorganização administrativa e suas consequências”, aponta o investigador do ICS, lembrando, no entanto, que ainda não existem estudos sobre o assunto que permitam tirar conclusões. Comparando os níveis de abstenção das autárquicas com outras eleições, em que a proximidade não é tão significativa, vê-se que os máximos foram atingidos nas Europeias em 1994 (64, 5%) ou nas Presidenciais em 2011, com uma taxa de abstenção de 53, 5%. Pedro Magalhães considera que a proximidade “pode, eventualmente, contar”, mas lembra que também conta a competitividade das corridas às câmaras. “Apesar de a nossa atenção se dirigir sempre para as câmaras mais competitivas, a maioria das corridas são pouco competitivas, tendo fortes favoritos e, assim, poucos incentivos à participação. ”
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave consumo
Três deputados do Aurora Dourada em liberdade
Apenas um dos acusados ficou em prisão preventiva. Líder do partido de extrema-direita da Grécia é ouvido esta quarta-feira. (...)

Três deputados do Aurora Dourada em liberdade
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.3
DATA: 2013-10-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Apenas um dos acusados ficou em prisão preventiva. Líder do partido de extrema-direita da Grécia é ouvido esta quarta-feira.
TEXTO: Depois de uma maratona de 18 horas de audiência, três deputados do partido de extrema-direita Aurora Dourada foram libertados sob fiança, ficando um quarto a aguardar julgamento na prisão. Ainda esta quarta-feira, será o dia do líder do partido, Nikos Mihaloliakos, a comparecer em tribunal, esperando-se que defina a sua defesa perante suspeitas de organização de um grupo criminoso, assassínio, ataques violentos e lavagem de dinheiro. Fica por ouvir o seu “número dois”, Christos Pappas, que se entregou no domingo à polícia depois da detenção do líder, no sábado. A libertação de três dos quatro deputados levou muitos a questionar a força do caso contra os políticos e membros do Aurora Dourada, iniciado após o assassínio de um activista de esquerda por um apoiante do partido. Até agora foram detidas 22 pessoas, incluindo seis deputados, e continuam as buscas em casas de pessoas ligadas ao partido. Organizações de direitos humanos já vinham a avisar para a violência cometida por elementos deste grupo contra imigrantes – uma violência que ainda aumentou com a eleição dos deputados do partido para o Parlamento nas eleições do ano passado. Testemunhos de dois antigos membros falam de uma estrutura muito organizada e coordenada, com lideranças fortes, treino paramilitar e ataques programados. “Participei em várias acções com 40 ou 60 motorizadas, com duas pessoas cada. O que ia atrás levava um bastão com a bandeira grega e atacava todos os paquistaneses que encontrasse”, contou um dos dois ex-membros. O partido, que favorecia a entrada de homens com treino em artes marciais, tinha campos de treino para uso de armas de fogo, mas estas estavam num local secreto. Na sede estavam apenas bastões, facas e matracas. Durante a investigação, a polícia encontrou armas (sem licença) em casa do líder do partido, que estão a ser submetidas a testes balísticos. Alimentado pela criseO partido Aurora Dourada passou da irrelevância (nem 1% dos votos) nas eleições de 2009 para uma votação de 7% (que lhe deu 18 deputados) em 2012. A crise grega foi o principal catalisador do partido, que aproveitou o mau funcionamento das instituições e fez acções em que deu segurança a moradores de zonas cada vez mais afectadas por criminalidade e distribuiu comida e roupa a quem precisava. A chegada descontrolada de imigrantes à Grécia, que procuram passar para outros países da Europa mas ficam concentrados no centro de Atenas, também foi terreno fértil para as ideias anti-imigração do partido, que defende a expulsão dos imigrantes ilegais – e, de seguida, da verificação do estatuto dos legais. O grupo nega qualquer acção violenta. Na campanha, no entanto, um dos candidatos, Epaminondas Anyfantis, chegou a dizer: “Se, ao protegermos os gregos, um estrangeiro receber uma estalada, ou um pontapé, isso acontece no quadro da protecção dos gregos. ”Responsáveis do partido foram também apanhados em acções violentas em público: um dos deputados libertado na terça-feira, Ilias Kasidiaris (o porta-voz do partido), deu uma estalada a uma deputada do partido comunista num debate televisivo durante a campanha de Maio do ano passado, e outro deputado, Yorgos Germenis, tentou agredir o presidente da Câmara de Atenas numa acção pública na capital na Páscoa ortodoxa, quando a câmara impediu uma distribuição de comida "apenas para gregos" do Aurora Dourada.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos homens humanos violência imigração tribunal prisão assassínio
Autarca eleito em Viana do Castelo tem o coração na terra mas os pés no Canadá
Candidato do PSD obteve maioria absoluta e está no estrangeiro, tal como o antecessor. PS diz-se envergonhado. (...)

Autarca eleito em Viana do Castelo tem o coração na terra mas os pés no Canadá
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Candidato do PSD obteve maioria absoluta e está no estrangeiro, tal como o antecessor. PS diz-se envergonhado.
TEXTO: "Com o coração em Castelo do Neiva" foi o slogan do PSD nas últimas eleições autárquicas. Mas, no dia da votação, Paulo Torres, candidato à Junta de Castelo de Neiva, estava do outro lado do Atlântico, no Canadá, para onde partiu dias antes, porque os compromissos profissionais que o prendem àquele país falaram mais alto. A Comissão Política Concelhia do PSD, contactada pelo PÚBLICO, diz ter sido informada da ausência "temporária". Eduardo Viana explicou que Paulo Torres, de 37 anos, é arquitecto e que, por isso, "teve de se deslocar ao Canadá no âmbito de uma colaboração que vem prestando há algum tempo". O mesmo responsável escusou-se a equacionar a possibilidade de as ausências "temporárias" do novo autarca passarem a ter um carácter definitivo, ou seja a emigração, tal como aconteceu com o anterior presidente, também ele do PSD e, também ele a trabalhar no Canadá. Em Dezembro de 2012, Augusto Bandeira suspendeu o mandato, zangado com o partido pelo qual foi eleito. Bandeira acusou o PSD de o ter obrigado a partir, para "não cair em desgraça". A procura de uma segunda oportunidade no Canadá, onde já tinha estado emigrado durante 15 anos, foi a única solução que encontrou depois da crise económica e de as portagens na A28 lhe terem arruinado o restaurante familiar que geria. Desiludido com a política, até escreveu uma carta de despedida ao primeiro-ministro - divulgada publicamente - para registar a "tristeza" que sentia por pertencer a um partido que, "neste momento, está a ser obrigado a destruir famílias, sem se perspectivarem quaisquer melhorias a médio/longo prazo". Paulo Torres, então tesoureiro, foi o escolhido para suceder a Augusto Bandeira já que o vice de Bandeira, Eusébio Rocha, tinha sido o primeiro a partir, igualmente para o Canadá. O principal opositor de Paulo Torres nas autárquicas, o candidato do PS, diz que se sente "envergonhado com estas histórias todas". Fernando Dias, que arrecadou 28, 21% dos votos, não "perspectiva nada de bom para a freguesia, que já passou os últimos quatro anos sem saber quem era o presidente". "Não entendo como é que as pessoas acreditam numa coisa destas, sabendo destas histórias todas. Votaram mesmo com ele ausente. Mas pronto, é o que o povo quis. "Responde Eduardo Viana: "Isto são situações profissionais que surgem e se calhar, hoje em dia, mais do que nunca e que entendemos com alguma naturalidade. Não lhe posso garantir o que irá ocorrer no futuro".
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD