Estudantes do ensino superior devem mais de 200 milhões de euros aos bancos
Sistema de garantia mútua lançado há seis anos chegou ate agora a 20 mil alunos, um terço dos quais é simultaneamente bolseiro.Valor dos empréstimos em incumprimento é de 8,5 milhões de euros. Estudantes queixam-se que é cada vez mais difícil pagar o crédito (...)

Estudantes do ensino superior devem mais de 200 milhões de euros aos bancos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.375
DATA: 2014-06-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Sistema de garantia mútua lançado há seis anos chegou ate agora a 20 mil alunos, um terço dos quais é simultaneamente bolseiro.Valor dos empréstimos em incumprimento é de 8,5 milhões de euros. Estudantes queixam-se que é cada vez mais difícil pagar o crédito
TEXTO: Há uma data que não sai da cabeça de Sofia: Outubro de 2014. É nessa altura que começa a pagar ao banco o empréstimo que pediu para estudar. A partir de então, terá que encontrar 300 euros mensais para devolver os 20 mil euros que lhe foram disponibilizados para conseguir concluir o seu curso Relações Humanas e Comunicação Organizacional no Politécnico de Leiria. O seu caso é apenas um entre os de 20 mil pessoas, ainda estudantes ou já diplomados, que recorreram ao sistema garantia mútua lançado há seis anos. “Encaro essa data com pânico”, confessa. Tem 31 anos, terminou o curso no final do ano passado, e ainda não consegue encontrar emprego na sua área de formação. Decidiu, por isso, lançar uma empresa própria, para criar um restaurante de soul food na Lourinhã, onde vive. O projecto está ainda a dar os primeiros passos e Sofia diz o que pensa “frequentemente”: “Como vou conseguir pagar o empréstimo?”Num país em que a taxa de desemprego jovem não tem parado de aumentar – 35, 4%, a terceira taxa mais alta da OCDE –, escasseando as dificuldades de emprego, os diplomados que recorreram a estes empréstimos têm cada vez mais dificuldades em pagar, ainda que o incumprimento esteja em níveis residuais. Ao todo, ao abrigo do sistema de garantia mútua, os jovens portugueses devem mais de 200 milhões de euros à banca. O PÚBLICO lançou esta semana um apelo aos seus leitores, tentando encontrar casos de pessoas que tenham recorrido a estes empréstimos para completar uma formação no ensino superior. Nas primeiras 24 horas, chegaram ao jornal cerca de 200 contributos de estudantes. Depois disso, os e-mails continuaram a entrar. Entre eles, uma questão-chave: a dificuldade que têm em encontrar meios para pagar de volta aquilo que receberam. É o caso de Cláudia Duro, 25 anos. Formou-se em enfermagem e para pagar o empréstimo pedido em 2008 teve que encontrar um emprego. O melhor que conseguiu foi um part-time de quatro horas diárias num hipermercado. Ricardo Rocha, 27 anos, licenciado em Psicologia Aplicada, tem que trabalhar em dois empregos, num total de 11 horas por dias. Entra às 8h30 no trabalho a full time e só sai às 21h00 do part-time. “Praticamente deixei de ter vida própria”, diz. Há outra expressão que se repete entre as centenas de contributos recebidos nos últimos dias: emigrar. Muitos dos que ainda estão a estudar ou acabam de chegar ao mercado de trabalho, estão a pensar fazê-lo face às dificuldades de encontrar um emprego. Outros já o fizeram, como José Nogueira, que foi para Londres há um ano e meio, onde trabalha para a empresa de catering do British Museum. Foi a única maneira de começar a devolver o dinheiro ao banco. Tem 27 anos, uma licenciatura, terminada em 2010, em Artes Visuais - Fotografia, na Escola Superior Artística do Porto, mas nunca conseguiu arranjar emprego para começar a pagar a prestação de 242 euros com que se comprometeu. O sistema de empréstimos como garantia mútua é subscrito pelo Estado, que funciona como fiador, pelo que não exige recurso a garantias patrimoniais. A aprovação é quase imediata, com taxas de juro e spread reduzidos, que têm bonificações em função das notas dos alunos. Quem tem média inferior a 14 valores, terá um spread de 1%, que pode ser reduzido para, no máximo, 0, 2% para os estudantes com média igual ou superior a 16. O montante do empréstimo poderá variar entre 1. 000 e 5. 000 euros por ano, com um máximo de 25 mil euros para os cursos com cinco anos de duração. Apesar dos retratos de dificuldades, o incumprimento dos estudantes que recorrem ao crédito com garantia mútua não chega sequer aos 4% (3, 66% em finais de Março) e tem vindo a diminuir desde o primeiro ano – de 8, 5% em 2007/2008, passou para 0, 11% em 2011/2012. Para Luísa Cerdeira, professora da Universidade de Lisboa e especialista em financiamento do ensino superior, esta realidade “não é alarmante” no contexto internacional. “Houve casos em que os bancos perderam o rasto aos diplomados”, conta. Por exemplo, no ano passado, nos EUA, universidades como a de Yale ou Pensilvânia abriram processos judiciais contra os estudantes com dívidas que, em todo o país, ascendiam a 964 milhões de dólares – mais de 700 milhões de euros. Em caso de dificuldades, os estudantes devem contactar o banco no sentido de renegociar os empréstimos, o que pode passar pelo alargamento do prazo de pagamento, ou pela negociação de períodos de carência de juros (só pagam capital) ou de capital (só pagam os juros), ou mesmo uma moratória (período em que não há pagamento do empréstimo). Todas estas soluções têm o efeito de baixar a prestação mensal, mas implicam pagar mais juros no total, o que ainda assim pode compensar face a dificuldades de cumprir o empréstimo.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
"Não é possível refazer no tribunal todo um clima de trabalho e de opções"
Jorge Jardim Gonçalves, o fundador e ex-presidente do BCP, critica o papel dos supervisores do caso BCP. (...)

"Não é possível refazer no tribunal todo um clima de trabalho e de opções"
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.1
DATA: 2014-06-02 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20140602170208/http://www.publico.pt/1638298
SUMÁRIO: Jorge Jardim Gonçalves, o fundador e ex-presidente do BCP, critica o papel dos supervisores do caso BCP.
TEXTO: Quando sentiu o apelo da religião?Desde pequeno. Eu fui educado na fé. E na Opus entra quando?Já eu era velho quando exilado em Madrid. Quando chegámos, imaginávamos os filhos em escolas públicas e, quando estamos à procura, disseram-nos que em Espanha a percentagem de ensino público em relação ao privado era baixa. Nos encontros de casais da Igreja procurámos saber de colégios com boa formação e disseram-nos que os melhores eram os de Fomento, mas muito caros. Eu fui ganhar 36 mil pesetas e os colégios custavam 20 mil pesetas. E eram da Opus Dei?Não. Mas tinham a assistência. E aí é que conhecemos o Opus. Estamos a falar de 1976. Portanto foi nessa altura para um centro de poder. . . Não é um centro de poder. Como não é um centro de poder? É uma teia em que se articulam interesses e ligações, de contactos, como na Maçonaria. . . Não é verdade. A Maçonaria é uma organização, a Opus é uma prelatura do Santo Padre. É a Igreja. Não pode ter olhos fechados. Qual foi a necessidade de aparecer como um banqueiro com vida de luxo: carros blindados, helicópteros, aviões. . . Luxo? Helicópteros só com a Nova Rede e os carros blindados só depois da compra do Atlântico. A questão é: para quê?Eu não tinha agenda. Estava em 12 países. Não tenho uma noite dormida fora por lazer. Acabava a reunião e vinha-me embora. E os carros blindados? Porque tive ameaças. Mas os banqueiros sentem-se ameaçados?Sei que o Ricardo Salgado anda agora de carro blindado e com segurança. Eu a partir de 1996 passei a ter. O conselho superior e o conselho de administração decidiram que eu não podia correr riscos. Eu recebi cartas com balas dentro. Depois do Atlântico e depois do BCP, em 2008 e 2009. Tive ameaças de vida. Mas enquanto homem da Opus Dei. . . Católico. . . . nunca sentiu desconforto por viver uma vida de luxo. . . Era uma vida equiparável à de todos os meus colegas. Eu nunca tive iates, não fiz férias em Monte Carlo. Eu usava os meios de transporte rápido como forma de cumprir as agendas. E não estou arrependido, o banco ganhou muito. O banco perde muito quando um presidente para ter uma reunião de três horas gasta dois dias. O que diz ao facto de o Presidente da República, Cavaco Silva, ter ido à China num voo comercial da Emirates e ter demorado 24 horas?Não lhe faz falta o tempo. Nunca contratou alguém por ser da Opus?Não. Nem Paulo Teixeira Pinto?Não. Ele não foi discriminado por ser da Obra. Eu o Pinhal e o Beck, falámos com 70 pessoas antes de o escolher e nenhuma era da Obra. E toda a gente aplaudiu a escolha de Paulo Teixeira Pinto. O que se disse na altura era que ele tinha a mesma forma de pensar do presidente do BCP. Não tinha nada. Viu-se o resultado. QuandoTeixeira Pinto foi eleito para o substituir, o BCP era um centro de poder?Mas conquistado. O dr. Mário Soares apresentou-me, um dia (final dos anos 80), ao Rei de Espanha e disse: este é o presidente do maior banco português. E porquê? O BCP teve o grande mérito de começar com 0% de quota de mercado e chegar a 8%, apesar da campanha do Espírito Santo e do Sotto Mayor, que diziam que a Nova Rede [a marca inicial de retalho do BCP] não era um banco. E é o Filipe Pinhal que sugere que eu visite as agências, pois as pessoas tinham medo de meter na Nova Rede o dinheiro dos familiares emigrantes. Foi aí que eu comecei a andar de helicóptero e a aterrar nos campos de futebol. E nos dias seguintes as pessoas iam abrir contas e é quando alcançamos a quota de mercado de 14%. E fomos crescendo com as OPA ao Atlântico e ao Sotto. O poder do BCP foi conquistado, ninguém nos fez favores. O que se passou com Paulo Teixeira Pinto?Ele mudou de comportamento quando assumiu o poder. A viragem que houve no BCP não foi por ele ser da Obra. Está bem explicado que assim que assumiu a presidência alterou as orientações. E foi comunicar ao conselho superior que em três anos ia dobrar o valor patrimonial do banco… O que levou o conselho superior a dizer-lhe que ninguém lhe pedia isso. Dissemos-lhe: “Por favor, não diga isso, pois o banco nunca anunciou coisas que não pode fazer. ” Mas às 17h00 já ele estava a anunciar aos jornais essa intenção.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homem medo
Cristiano Ronaldo foi a surpresa do primeiro treino de Portugal nos EUA
Pela primeira vez desde que a selecção portuguesa começou a sua preparação para o Mundial 2014, o capitão da selecção portuguesa trabalhou no relvado. (...)

Cristiano Ronaldo foi a surpresa do primeiro treino de Portugal nos EUA
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.25
DATA: 2014-06-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pela primeira vez desde que a selecção portuguesa começou a sua preparação para o Mundial 2014, o capitão da selecção portuguesa trabalhou no relvado.
TEXTO: É certo que foi à margem dos restantes companheiros e de forma condicionada mas, pela primeira vez desde que a equipa de Paulo Bento se juntou para preparar o Mundial do Brasil, foi possível ver Cristiano Ronaldo a treinar-se no relvado. A presença do capitão da selecção no relvado, foi a grande novidade do primeiro treino de Portugal nos Estados Unidos, onde ontem chegou para os últimos dias de preparação antes de iniciar a sua participação no Campeonato do Mundo. Cristiano Ronaldo tem sido a grande dor de cabeça dos responsáveis médicos da equipa nacional, já que terminou a época com um problema físico na coxa esquerda, desconhecendo-se até que ponto é possível recuperar o jogador de forma a estar na melhor condição física quando a competição se iniciar. De acordo com o boletim clínico divulgado no final de terça-feira, o jogador tem uma lesão muscular da região posterior da coxa esquerda e tendinose rotuliana esquerda. Para já, aproveitando o recato que o centro de treinos dos New York Jets, uma equipa de futebol americano, proporciona, Ronaldo reapareceu. A segurança que rodeia o centro é apertada e o local é suficientemente isolado para desmotivar curiosos. Uma espécie de Academia de Alcochete em versão norte-americana, que manteve afastados os raros adeptos que arriscaram deslocar-se a estas paragens do estado de Nova Jérsia. No interior das modernas instalações, Nani garantiu estar em perfeitas condições físicas e psicológicas para disputar um Mundial, considerando que a pouca utilização que teve esta temporada ao serviço do Manchester United até pode ser benéfica. “Não é por jogar poucos jogos que um jogador deixa de saber fazer aquilo que melhor sabe. Sinto-me bem e com capacidade para ajudar a selecção”, afirmou o extremo, que confia nas suas capacidades para realizar um bom Mundial. Depois de ter sido considerado o melhor português em campo na última partida de preparação contra a Grécia (0-0), no Estádio Nacional, Nani acredita que pode brilhar mesmo que tenha de dividir protagonismo com Cristiano Ronaldo. A ausência do Mundial da África do Sul, devido a uma lesão, deixa o jogador do United ainda mais determinado em agarrar esta oportunidade no Brasil. Já em relação aos problemas físicos de Ronaldo, Nani acredita que não irão inviabilizar o contributo da estrela madeirense na selecção: “Acredito que os problemas do Cristiano não são tão preocupantes. Ele tem ainda muito tempo para descansar e recuperar. ”O primeiro treino dos convocados de Paulo Bento em solo americano teve de ser adiado porque uma repentina trovoada interrompeu a tarde soalheira e quente no estado de New Jersey. Alguma desilusão à chegadaO ambiente bucólico no centro de treinos dos Jets contrastou com a agitação que marcou a chegada da selecção ao aeroporto internacional de Newark, na véspera. Logo que o avião aterrou, o frenesim tomou conta das largas dezenas de imigrantes portugueses que esperavam as estrelas nacionais na zona de chegadas dos voos internacionais. O forte cordão de segurança obrigava à imaginação para quem quisesse ver a equipa passar. Perto das 21h a pequena multidão entrou em reboliço, com o vislumbre dos primeiros jogadores. Empoleirados em cadeiras, em cima dos corrimãos ou agarrados aos postes, aqueles que não conseguiram lugares na frente das barreiras policiais e das fitas de segurança do aeroporto agitavam-se. Gritou-se em plenos pulmões “Portugal”. Os jogadores passaram rapidamente, alheados da euforia em redor, seguindo directamente para o autocarro. Um ou outro tímido aceno e nada mais. Carlos, nascido na Murtosa, no distrito de Aveiro, há 34 anos, e residente em New Jersey, há 32, não gostou, assim como outros que esperaram largas horas para ver alguns dos seus ídolos. No final, tudo acabou rapidamente e os jogadores partiram sem demoras, deixando para trás muitas queixas luso-americanas. “Conduzi várias horas para estar aqui e nada, nem um aceno, nem um agradecimento pelo esforço das pessoas”, gritou um adepto mais exaltado: “Já não quero saber da selecção. Estou farto e triste. Não custava nada agradecerem por estarmos aqui. ” Ainda deu algumas pequenas entrevistas e lá seguiu, resignado. A zona de chegadas esvaziou-se também em poucos minutos, sobrando jornalistas e polícias americanos, a maioria pouco impressionada com os craques de futebol recém-chegados. “Vi uma vez uma partida de soccer que começou e terminou sem golos. É um desporto estranho. Não gosto”, sintetizou um robusto agente da autoridade, que não escondeu as preferências pelo basebol. “É mais mexido e animado”. Gosto…
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave campo espécie
Billy Gonsalves: o “Pelé” do soccer americano é luso-americano
Brilhou nos mundiais de 1930 e 1934, recebeu convites para jogar no Brasil e em Itália e é considerado o melhor futebolista do século XX nos EUA. A história pouco conhecida da lenda do soccer que era filho de pais madeirenses recém-chegados à América. (...)

Billy Gonsalves: o “Pelé” do soccer americano é luso-americano
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-06-04 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20140604170208/http://www.publico.pt/1638543
SUMÁRIO: Brilhou nos mundiais de 1930 e 1934, recebeu convites para jogar no Brasil e em Itália e é considerado o melhor futebolista do século XX nos EUA. A história pouco conhecida da lenda do soccer que era filho de pais madeirenses recém-chegados à América.
TEXTO: Quem o viu jogar comparou-o, mais tarde, a Pelé. Hoje em dia, apelidam-no de “Babe Ruth” do soccer, numa alusão aquele que, para muitos, foi o melhor jogador de basebol de todos os tempos. Sem o reconhecimento de outras grandes lendas dos mais mediáticos desportos americanos, a sua memória começa agora a ser progressivamente recuperada. Falamos de “Billy” Gonsalves. Ou melhor de Adelino Gonçalves, filho de imigrantes madeirenses chegados aos EUA nos alvores do século XX. O PÚBLICO recorda um dos melhores futebolistas americanos da história, numa altura em que a selecção portuguesa, liderada por outra grande estrela madeirense, inicia um estágio por paragens onde “Billy” impôs o seu reinado. Era imponente no alto dos seus 1, 88 metros, tinha um remate temível com ambos os pés, imbatível nas alturas, com grande visão de jogo e uma precisão cirúrgica nas assistências que faziam brilhar o menos dotado goleador. Gonsalves era assim. As memórias dos seus contemporâneos estão recheadas de lances de sonho ou proezas assombrosas, como daquela vez em que Billy atirou uma bola com tal força à barra da baliza adversária, que ela foi devolvida pelo ar e só voltou a tocar no chão já muito para lá do meio-campo. O seu pontapé canhão era o terror dos guarda-redes. E as histórias sucedem-se, com colegas de equipa e treinadores sempre rendidos ao talento do jogador nascido em Portsmouth, no Estado de Rhode Island, a 10 de Agosto de 1908, pouco depois dos seus pais, Adelino e Rosa, terem trocado a ilha da Madeira pela promessa do “sonho americano”. “Ele foi claramente o melhor jogador americano do século XX. Landon Donovan [conhecido avançado americano que já representou o Bayer Leverkusen, Bayern Munique e Everton, actualmente com 32 anos e que causou surpresa ao ser excluído recentemente para o Mundial do Brasil] ultrapassou-o e Michael Bradley [médio, que alinhou no futebol europeu pelo Borussia Monchengladbach, Aston Villa, Verona e Roma] está a morder-lhe os calcanhares. Mas eu descreveria confortavelmente Billy como o segundo maior jogador americano de todos os tempos”, assegurou ao PÚBLICO Stephen J. Holroyd, advogado e escritor norte-americano que tem investigado os primórdios do futebol no seu país, com várias contribuições para o American Soccer History Archives e colaborador regular da revista Soccer History. Tal como muitos outros portugueses, principalmente açorianos e madeirenses, os pais de Billy, Agostinho e Rosa, foram atraídos pela América no início do século passado. Chegaram a Nova Iorque em 1906 e rumaram imediatamente para a Nova Inglaterra, mais a norte, atraídos pela florescente indústria têxtil na região. O jovem Adelino, o sétimo filho do casal, nasceria dois anos depois e iria mudar-se com a família, pouco tempo depois, para Fall River, no vizinho Estado de Massachusetts, onde se reunia a mais numerosa comunidade imigrante portuguesa nos EUA, em particular açorianos. Desde cedo, o jovem Gonçalves foi atraído pelo desporto em geral e não apenas o futebol. Na sua juventude foi um promissor pugilista amador e um talentoso jogador de basebol, mas seria o soccer a conquistar definitivamente a sua preferência e exclusividade. Com apenas 14 anos iniciaria a carreira por alguns clubes modestos de Fall River, onde alinhavam muitos imigrantes escoceses e ingleses e seus descendentes. Cedo lhe impuseram a alcunha mais anglo-saxónica de Billy e maquilharam-lhe a cedilha de Gonçalves com um “s”. As histórias sobre a qualidade e o remate canhão do jovem luso-descendente começaram a circular na região e rapidamente despertaram a atenção de clubes de maior dimensão, como o Lusitânia Recreation Club of East Cambridge (também denominado Lusitânia Football Club, que representava a comunidade portuguesa na região), que o contratou para a temporada de 1927. Aqui, Gonsalves estabeleceu-se ao nível semiprofissional, liderando a equipa aos títulos de Boston e da liga distrital. Estavam abertas as portas para aventuras de maior dimensão. A “era dourada”O soccer vivia nos EUA uma “era dourada” nos anos de 1920, num período que marcou a primeira tentativa real de implementar este desporto no país. Nesta fase pioneira, a American Soccer League (ASL: antecessora da NASL dos anos de 1970 e 1980 e da actual MSL, que procurou criar as bases para uma competição verdadeiramente nacional) era o principal campeonato norte-americano, onde alinhavam as mais fortes equipas nacionais. Não faltavam investidores, nomeadamente entre os mais bem-sucedidos empresários da região, a maioria imigrantes ou seus descendentes, que queriam recriar na América uma versão local dos saudosos e competitivos campeonatos que eram disputados um pouco por toda a Europa. Para alcançar os seus objectivos, os clubes (grande parte deles detidos por privados) procuravam atrair jogadores europeus, nomeadamente escoceses que eram cobiçados pelas melhores e mais endinheiradas equipas americanas. A par desta tendência para a importação de talentos, os melhores jogadores nacionais eram também alvo de forte disputa. Uma lógica que norteou a estratégia do Boston Wonder Workers (também conhecido por Boston Soccer Club), o maior clube do Estado de Massachusetts que, em 1924, deu entrada na ASL, procurando afirmar-se nos anos seguintes no mapa futebolístico americano. Entre as vedetas internacionais contratadas, uma fez um furor comparável à contratação de Pelé pelo New York Cosmos, em 1975, durante a segunda “era dourada” do soccer nos EUA (que duraria até 1984): o internacional escocês Alex McNabb que, pouco tempo depois, iria influenciar profundamente a carreira de Gonsalves.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Portugal e Espanha reforçam cooperação na defesa para combater a falta de recursos
Os dois países vão passar a concertar o emprego de forças em operações da NATO, UE e Nações Unidas, mas também no apoio a catástrofes naturais e ajuda humanitária. (...)

Portugal e Espanha reforçam cooperação na defesa para combater a falta de recursos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-06-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os dois países vão passar a concertar o emprego de forças em operações da NATO, UE e Nações Unidas, mas também no apoio a catástrofes naturais e ajuda humanitária.
TEXTO: O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou esta quarta-feira, no IV Conselho Luso-Espanhol de Segurança e Defesa, incluído na 27. ª Cimeira Ibérica que decorre em Vidago, que Portugal e Espanha vão intensificar a cooperação, em nome das boas relações entre os dois estados. Mas não só: “Vivemos também hoje em dia em tempos de escolhas difíceis, de recursos limitados, que nos convidam a potenciarmos as capacidades de cada um na defesa de interesses partilhados”. A declaração final do CLESD concretiza que o conselho decidiu que os dois países vão passar a concertar “o planeamento do emprego de forças no quadro da participação em operações no exterior, no âmbito da NATO, União Europeia ou das resoluções das Nações Unidas”. Portugal e Espanha comprometem-se também a “trabalhar conjuntamente na elaboração de planos para o emprego de forças em situações que sejam de interesse comum, principalmente em operações non-combatant evacuation operations e em missões de apoio a situações de catástrofes naturais ou de emergência humanitária”. Os dois governos vão também promover “o uso partilhado de centros de formação para aprofundar a cooperação no âmbito da formação mútua em diferentes sistemas ou subsistemas de armas, potenciando a capacidade disponível em cada um dos países” e realizar exercícios militares conjuntos. Perante o chefe de Governo espanhol, Mariano Rajoy, e vários membros dos executivos dos dois países, Passos Coelho identificou “dois riscos securitários” que se estão a evidenciar em simultâneo: “A degradação da situação de segurança no continente europeu”, com a “violação da integridade territorial da Ucrânia”, que considerou “inaceitável”; e as “ameaças diferentes, mas igualmente complexas”, que a Europa enfrenta a sul. O primeiro-ministro referia-se à instabilidade política e aos conflitos em curso no Norte de África, em que descambou a chamada “Primavera Árabe”, e ao problema da pressão imigrante, com que se debatem sobretudo Espanha e Itália. “A abordagem a esses riscos exige certamente soluções mais originais e que vão bem além da defesa colectiva. (…) E esse é um interesse que Portugal e Espanha devem promover em conjunto, bilateralmente e no quadro da NATO [que discutirá o assunto na cimeira de Cardiff] e da União Europeia [que também deverá abordar o problema no Conselho Europeu de Junho]”. Passos Coelho disse ainda que “a coincidência de posições, valores e interesses” de Portugal e Espanha, a par da “exigente situação orçamental” que se impõe aos dois países, incentiva também um reforço da cooperação bilateral em matéria de bases tecnológicas e industriais de defesa e de partilha de capacidades”. O IV CLESD tem a particularidade, assinalada por Passos Coelho, de ocorrer no ano em que se comemora o 150. º aniversário do tratado de limites entre Portugal e Espanha, que definiu as fronteiras entre os dois países – e que deixou deliberadamente de fora a questão de Olivença, à qual o primeiro-ministro não se referiu. Esta 27. ª Cimeira Luso-Espanhola conta com a participação dos ministros espanhóis da Defesa, Fomento, Relações Exteriores, Indústria e Emprego. Do lado português, estão presentes os responsáveis pelas pastas dos Negócios Estrangeiros, Administração Interna, Defesa Nacional, Economia, Ambiente e Segurança Social. Como o PÚBLICO avançou na segunda-feira, o desenvolvimento das redes energéticas europeias, para diminuir a dependência da Europa relativa ao gás russo, a agenda para o crescimento económico e o combate ao desemprego, o reforço da cooperação transfronteiriça nas áreas da saúde, da economia (criação de novas centralidades) e da protecção civil (prevenção e combate a fogos florestais) são alguns dos assuntos a tratar em reuniões plenárias e sectoriais pelos ministros e diplomatas dos dois países. Tudo a ritmo acelerado, que a conclusão dos trabalhos está marcada para as 14h30. Para essa hora foi remarcada (Rajoy chegou com meia hora de atraso) uma conferência de imprensa conjunta, ansiosamente aguardada pelos jornalistas espanhóis, cujas conversas incluem, invariavelmente, as palavras “rei” e “monarquia”.
REFERÊNCIAS:
Organização à moda soviética acusada de centenas de crimes
Ministério Público acusou 27 pessoas de fazerem parte de grupo dedicado a furtos no interior de residências e falsificação de documentos. Estrutura funcionaria com hierarquia rígida e leis próprias. (...)

Organização à moda soviética acusada de centenas de crimes
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-07-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ministério Público acusou 27 pessoas de fazerem parte de grupo dedicado a furtos no interior de residências e falsificação de documentos. Estrutura funcionaria com hierarquia rígida e leis próprias.
TEXTO: Obedeceriam aos tradicionais valores do crime organizado da antiga União Soviética. Funcionariam dentro de uma estrutura hierarquizada. Teriam nas suas fileiras “ladrões em lei”, pessoas com grande experiência criminal, “coroadas” através de rituais precisos, sujeitos a um apertado código de conduta. O Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa acusou 27 pessoas, 25 das quais da Geórgia, de centenas de crimes – associação criminosa, furto, falsificação de documentos, auxílio à imigração ilegal e receptação de material furtado. Entre eles, o presidente e a vice-presidente da Associação de Apoio aos Georgianos em Portugal, Irakli e Nino. Nino chegou a Portugal em 2004. Tinha 20 anos. O pai dela mudara-se para o país três anos antes. Em 2008, a par de Irakl, três anos mais velho, tornou-se o rosto a associação – devidamente registada como entidade destinada a “defender e a promover os direitos e interesses dos georgianos e [dos] seus descendentes”. De acordo com a acusação deduzida pelo Ministério Público, Irakli e Nino tratavam de obter vistos consulares e de arrendar casa para compatriotas que se deslocavam ou refugiavam em Portugal. Nessa altura, com outros seis indivíduos, incluindo o pai de Nino, formaram o grupo que, “de forma concertada, estruturada e de comum acordo com outros georgianos instalados na Europa Ocidental, passou a dedicar-se ao furto no interior de residências e à falsificação de documentos”. Conforme o documento, o grypo "mantinha alguns "'valores' tradicionais das organizações criminosas do período soviético". Seria constituído por múltiplas células. A cúpula é que determinaria quem se deslocaria a Portugal para missões específicas. Cada célula responderia a um “vigilante”, que por sua vez responderia a um “general”, esse já muito próximo da cúpula, formada pelo “chefe do clã” e pelos seus “conselheiros”. Nas suas fileiras figurariam diversos “ladrões em lei”, título "assente no conceito profundamente soviético do 'submundo dos ladrões'". Os “ladrões em lei” surgiram no tempo de Estaline para dominar o crime dentro dos campos de trabalho forçado. A sua lógica subsiste até hoje nas redes de crime organizado de diversos antigos estados soviéticos. Têm um sistema de responsabilidade colectiva e obedecem a um código de "submissão às leis da vida criminosa”, o que inclui não revelar emoções e não abraçar qualquer trabalho legítimo. A investigação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras indicia que a maior parte não tinha permanência regularizada em Portugal. Procurava evitar qualquer registo dos seus movimentos. Com documentos falsos, circulava pelo espaço Schengen sem revelar a identidade. Viviam em apartamentos simples situados em zonas residenciais de Lisboa e Porto. Conduziam carros discretos. Supostamente, vigiavam residências, estudavam os hábitos dos residentes, avaliavam as possibilidades de lá entrar e a presença de polícia. Em suas casas, fabricavam os instrumentos que lhes permitiam abrir as fechaduras sem as danificar. A contra vigilância também teria regras inflexíveis. De cada vez que um era detido, os outros mudavam o cartão telefónico. Nino, a quem caberia guardar os documentos verdadeiros de cada um, apresentar-se-ia como intérprete e aproveitaria para passar informação sobre os processos. Um "fundo" comumO estatuto de dirigente associativa terá permitido a Nino acudir membros da organização em diversas ocasiões. A 30 de Setembro de 2012, por exemplo, ter-se-á deslocado ao Aeroporto Internacional de Lisboa e ter-se-á responsabilizado pela entrada e permanência de dois operacionais, a quem o SEF estava a dificultar a entrada em território nacional. O mesmo terá acontecido dois meses depois com outros dois. Conforme explica o Ministério Público, a estrutura de apoio comporta um “fundo comum”, o chamado “obshak”. Mediante os proventos do crime, cada um contribui para o “fundo” do grupo. Parte desse valor reverte para o “fundo” da região e por aí acima até ao “fundo comum global”. Quem guarda o “fundo”, em cada um dos níveis, é o “vigilante”. O “fundo comum global” é controlado pelo líder da organização ou por alguém da sua confiança. Violar as regras de gestão origina severas consequências – no limite mutilação ou morte. A Aleksandre, o alegado “vigilante” em Portugal, caberia gerir o “fundo” da célula que operava no país. Neste caso, o “obshak” seria usado para pagar o tributo ao nível seguinte da organização, para sustentar os membros do grupo e as suas famílias e para suportar as despesas dos operacionais presos e as suas famílias.
REFERÊNCIAS:
Entidades SEF
Barack Obama: "Torturámos algumas pessoas"
Presidente dos EUA diz que "qualquer pessoa sensata" sabe que waterboarding é tortura. Analistas admitem "implicações políticas, diplomáticas e até legais". (...)

Barack Obama: "Torturámos algumas pessoas"
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento -0.25
DATA: 2014-08-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Presidente dos EUA diz que "qualquer pessoa sensata" sabe que waterboarding é tortura. Analistas admitem "implicações políticas, diplomáticas e até legais".
TEXTO: O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, admitiu que a CIA torturou pessoas na sequência dos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, e usou uma expressão que deu origem a todo um outro debate: "We tortured some folks. "Numa conferência de imprensa na Casa Branca em que falou sobre o emprego e a imigração nos EUA e respondeu a perguntas sobre as guerras na Ucrânia, na Faixa de Gaza e no Iraque, Barack Obama fez também uma declaração sobre a investigação do Senado à actuação da CIA durante o período a que o antigo Presidente George W. Bush chamou "guerra ao terrorismo", e que surpreendeu pela falta de rodeios com que abordou a questão. "No que toca à questão mais abrangente do relatório sobre o RDI [o programa da CIA Rendição/Detenção/Interrogatório], ainda antes de eu ter assumido a Presidência fui bastante claro ao dizer que cometemos alguns erros após o 11 de Setembro. Fizemos muitas coisas que deviam ser feitas, mas torturámos algumas pessoas. Fizemos coisas que eram contrárias aos nossos valores", afirmou o Presidente norte-americano. Apesar de dizer que compreende "a enorme pressão" com que os agentes dos serviços secretos actuaram logo a seguir aos atentados terroristas contra o World Trade Center e o Pentágono, Barack Obama decidiu usar a palavra "tortura", para além da expressão menos comprometedora "técnicas de interrogatório intensificadas". Não foi a primeira vez que Obama se referiu a essas técnicas (como o waterboarding) como uma forma de tortura, mas o que disse a seguir, na mesma conferência de imprensa, pode abrir as portas a uma torrente de acções nos tribunais – um efeito que os responsáveis pelos serviços secretos sempre tentaram evitar através do recurso a uma terminologia mais cinzenta. "Quando recorremos a essas técnicas de interrogatório intensificadas, técnicas que qualquer pessoa sensata classificaria como tortura, ultrapassámos uma linha. E isso tem de ser entendido e aceite. Como país, temos de assumir essa responsabilidade, para que não voltemos a fazê-lo no futuro", disse o Presidente dos EUA. Josh Rogin, jornalista do site The Daily Beast e comentador de política na estação norte-americana CNN, mostrou-se surpreendido com o facto de Obama ter usado a palavra "tortura", e alertou para possíveis "implicações políticas, diplomáticas e até legais". "Os responsáveis pelo relatório do Senado que o Presidente Obama estava a comentar decidiram explicitamente não usar a palavra 'tortura', precisamente porque não queriam entrar num debate legal que pode ter consequências graves para as pessoas implicadas no relatório por terem usado estas duras técnicas de interrogatório", disse o jornalista no programa Anderson Cooper 360º. No mesmo programa, Robert Baer, antigo recrutador e formador de agentes da CIA e actualmente comentador de assuntos de segurança nacional, disse que ninguém terá dúvidas de que métodos como o waterboarding são uma forma de tortura, mas descreveu o uso da palavra pelo Presidente como "uma enorme contrariedade para a CIA". "Waterboarding é tortura. Alguns japoneses foram executados na II Guerra Mundial por terem torturado americanos. (…) O que é novo é que o Presidente usou essa palavra, uma palavra que os funcionários da CIA não estão autorizados a usar", disse Robert Baer. Para além do facto de ter admitido frontalmente que os serviços secretos norte-americanos torturaram pessoas na sequência do 11 de Setembro, o uso da expressão "folks" foi também muito discutida. No Twitter, a jornalista Annie Lowrey, que escreve sobre política na New York Magazine, foi uma das muitas pessoas que se mostraram incomodadas com o facto de o Presidente dos EUA ter incluído na mesma frase as palavras “folks (uma forma mais coloquial, quase carinhosa de fazer referência a um grupo de pessoas) e "tortura": "Torturámos 'folks'. Brutalizámos 'dudes'. Espancámos uns 'chaps'. Atormentámos uns 'peeps'. Submetemos gatos a waterboarding", satirizou a jornalista. Apesar do incómodo causado pela junção das duas palavras na mesma frase, Barack Obama é conhecido por recorrer muitas vezes à expressão "folks" – ao longo da conferência de imprensa empregou-a 11 vezes. Também o seu antecessor, George W. Bush, cometeu um incidente linguístico semelhante, em 2007: "Muitas das explosões provocadas por carros armadilhados e mortes são resultado da Al-Qaeda – os mesmos 'folks' que nos atacaram no 11 de Setembro. "
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Mandatário de Seguro acusa António Costa de “golpe palaciano”
Sebastianismo não resolve problemas, afirmou presidente da Câmara de Coimbra (...)

Mandatário de Seguro acusa António Costa de “golpe palaciano”
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Sebastianismo não resolve problemas, afirmou presidente da Câmara de Coimbra
TEXTO: O candidato à liderança do PS António José Seguro reiterou este domingo, no Luso, Mealhada, a sua promessa de apostar na reindustrialização do país, num almoço em que o seu opositor António Costa foi acusado de desferir um "golpe palaciano". O secretário-geral dos socialistas voltou a defender a reindustrialização de Portugal como a única forma para criar riqueza e gerar emprego, estacando a emigração e a pobreza no país, "semelhante à dos anos 60" do século passado. "O Governo escolheu o caminho do empobrecimento, nós escolhemos o caminho da criação de riqueza e do crescimento da economia, indispensável para o Estado cumprir as suas funções e obrigações", sublinhou António José Seguro, muito aplaudido pelas cerca de 300 pessoas presentes no almoço. Além das críticas ao Governo, que "insiste em políticas de empobrecimento", Seguro deixou também uma crítica indirecta ao programa político do seu opositor na corrida à liderança do PS, "redigido durante uma semana, por especialistas, os mesmos que estão sempre em Lisboa". "O nosso projecto político começou a ser construído em Fevereiro de 2012 com o contributo de especialistas e milhares de simpatizantes do PS e foi apresentado no dia 17 de Maio, em Lisboa. Um projecto simples, com visão estratégica e cinco prioridades", frisou. Antes da intervenção do líder socialista, o mandatário nacional da sua candidatura, Manuel Machado, acusou o candidato António Costa de ter desferido um "golpe palaciano" na actual liderança, num "passo perigoso que pode precipitar a democracia por caminhos muito complicados". Na sua primeira intervenção como mandatário de Seguro à liderança do PS, o presidente da Câmara de Coimbra e da Associação Nacional de Municípios Portugueses disse não acreditar em "soluções sebastiânicas, que já se viu que nunca resolveram nenhum problema ao país, mas naqueles que combatem por um caminho difícil que é preciso prosseguir". Também o presidente da Câmara da Mealhada, Rui Marqueiro, que manifestou o seu apoio a António José Seguro, considerou que o actual secretário-geral dos socialistas foi "vítima de algo nunca antes visto no PS, em que transformaram vitórias em derrotas". O autarca socialista acusou o actual presidente da Câmara Municipal de Lisboa de "trair" a confiança do líder do PS.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS
Reacções à queda do desemprego entre o "irreal" e o "extraordinário"
Ministro Pedro Mota Soares fala de uma boa notícia para a economia portuguesa e recorda que apenas há um ano a taxa de desemprego se situava nos 17,7%. (...)

Reacções à queda do desemprego entre o "irreal" e o "extraordinário"
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.333
DATA: 2014-08-05 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20140805170208/http://www.publico.pt/1665492
SUMÁRIO: Ministro Pedro Mota Soares fala de uma boa notícia para a economia portuguesa e recorda que apenas há um ano a taxa de desemprego se situava nos 17,7%.
TEXTO: Os partidos reagiram, como habitualmente, de forma muito díspar em relação aos números do desemprego divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística e que apontam para os 13, 9% no segundo trimestre deste ano. Os números, que reforçam uma tendência de queda, representam uma melhoria de 1, 2 pontos percentuais face aos primeiros meses do ano e de 2, 5 pontos percentuais em termos homólogos. O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, defendeu, no Algarve, que os dados do desemprego do segundo trimestre do ano demonstram que a economia portuguesa está a criar cada vez mais emprego. “Em primeiro lugar é uma boa notícia para cerca de 90 mil portugueses que, no último ano, encontraram um posto de trabalho. Em segundo lugar é uma boa notícia para Portugal, que chegou a ter uma taxa de desemprego, há pouco mais de um ano, de 17, 7%”, afirmou Mota Soares, à margem de uma visita à Fundação Irene Rolo, Instituição Particular de Solidariedade Social sedeada em Tavira. Os partidos da maioria PSD/CDS também analisaram que a taxa de desemprego agora revelada é sinal de crescimento da economia. "Hoje conhecemos números extraordinariamente positivos no sucesso ao combate ao desemprego. Com os dados hoje divulgados pelo INE [Instituto Nacional de Estatística] confirma-se que a queda do desemprego é resultado do crescimento do emprego, ou seja, de uma economia que gera postos de trabalho e que cresce sustentadamente", afirmou o porta-voz social-democrata, Marco António Costa. O dirigente centrista preferiu adjectivar esta queda: "Coerente" e "consistente". "É uma descida coerente, consistente, reiterada, desse mesmo desemprego", enalteceu o líder parlamentar do CDS, Nuno Magalhães. Depois de elogiar o esforço de trabalhadores e empresas, Nuno Magalhães defendeu que "há, ao contrário do que certa oposição quer fazer crer, criação líquida de emprego. Num só ano houve a criação líquida de 90 mil postos de trabalho, sendo que se dá o caso de ser sobretudo trabalho sem termo, efectivo. Por cada contrato a termo foram celebrados oito contratos sem termo e isso revela confiança na economia, confiança nesta recuperação económica". Do lado do PCP, o dirigente comunista José Lourenço analisou os números de maneira diferente, defendendo que não têm correspondência com a realidade. "Há muito pouca, para não dizer nenhuma, correspondência entre a criação de emprego e a redução do desemprego". Apesar de reconhecer que a taxa de desemprego baixou, José Lourenço acrescentou que há "desempregados que o deixaram de ser, mas não são empregados" actualmente, nomeadamente aqueles que emigraram. O Bloco de Esquerda fez notar o impacto da sazonalidade nos números. "É um valor alto e é um valor que é explicado neste caso porque aos factores que anteriormente já explicavam a queda artificial do desemprego acrescenta-se também o efeito sazonal, no Verão há mais postos de trabalho, infelizmente postos de trabalho temporários e precários", afirmou o coordenador do BE, João Semedo, em Lisboa.
REFERÊNCIAS:
Partidos PSD PCP BE
Fazer política com a estatística do emprego
A taxa de desemprego caiu no segundo trimestre. Há um efeito sazonal, mas não só. (...)

Fazer política com a estatística do emprego
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-05 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20140805172554/http://www.publico.pt/1665523
SUMÁRIO: A taxa de desemprego caiu no segundo trimestre. Há um efeito sazonal, mas não só.
TEXTO: Os partidos continuam a usar o emprego (ou a falta dele) como uma arma de arremesso político. Há pouco mais de um ano, e num dos períodos mais difíceis da estada da troika, a taxa de desemprego atingia um pico de 17, 7%. Nesta terça-feira, o INE veio dizer que no segundo trimestre deste ano a taxa caiu para os 13, 9%, o que representa uma quebra homóloga de 2, 5 pontos percentuais. É verdade que o segundo trimestre é, por norma, o período do ano em que o emprego sazonal é mais forte. Também é verdade que as estatísticas oficiais disfarçam fenómenos como a emigração e o trabalho precário. Mas é indiscutível que o mercado de trabalho começa a dar alguns sinais de retoma: no último ano a economia criou 90 mil empregos, o que é uma boa notícia. O que é uma má notícia é a tentativa de aproveitamento político das estatísticas do INE. É o caso de Marco António Costa que veio "convidar o PS a comentar a redução da taxa de desemprego”. Ao colocar-se em bicos de pé e ao olhar para as estatísticas do INE como uma vitória partidária, o porta-voz do PSD também deveria assumir parte da responsabilidade pelo dramático número de 728, 9 mil pessoas que continuam sem trabalho. A oposição, claro está, também se recusa a reconhecer quando há uma melhoria na estatística, e assim perde legitimidade política para criticar quando as coisas correm menos bem. Mais do que um jogo de palavras, o que deveria preocupar realmente a oposição é que a taxa de desemprego está a aproximar-se dos 12%, limiar que o Banco de Portugal definiu como sendo o do desemprego estrutural, ou seja, a partir do qual os portugueses já não vão conseguir arranjar mais emprego a não ser que haja uma alteração estrutural na economia e/ou na qualificação de quem procura trabalho. Esta, sim, deveria ser a preocupação dos partidos.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD