Matosinhos com orçamento de “continuidade” aposta em 2019 na Educação e Habitação
A autarquia investirá cerca de 25 milhões de euros na requalificação do parque escolar e do parque habitacional do concelho. (...)

Matosinhos com orçamento de “continuidade” aposta em 2019 na Educação e Habitação
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DATA: 2018-12-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: A autarquia investirá cerca de 25 milhões de euros na requalificação do parque escolar e do parque habitacional do concelho.
TEXTO: Com duas abstenções dos vereadores de António Parada, Sim! e um contra do PSD o Plano de Actividades e Orçamento de Matosinhos para 2019 foi aprovado por maioria esta terça-feira nos Paços do Concelho com oito votos a favor. Para o próximo ano está estimado que a autarquia disponha de um orçamento no valor de 106 milhões de euros, menos 3 milhões do que este ano, sendo que 66% resulta de receitas próprias, arrecadadas por impostos directos. Aos jornalistas, a presidente da câmara, Luísa Salgueiro, anunciou ainda que a capacidade de endividamento está nos 66%, o que numa situação limite permitirá à autarquia utilizar mais 20 milhões de euros numa situação de emergência. As despesas correntes – 85 milhões de euros – aumentam em relação ao ano passado (79 milhões), por força de encargos com pessoal, que decorrem da alteração da legislação na matéria das progressões na carreira e de mais trinta novas contratações para a Polícia Municipal. Grande aposta para o próximo ano serão os investimentos em equipamentos nas áreas de Educação e Habitação – cerca de 25 milhões de euros. Aproximadamente 15 milhões estão destinados para a requalificação das escolas da Boa Nova, Abel Salazar, Barranha, Agudela, Godinho e Amieira. Cerca de 10 milhões serão canalizados para obras de requalificação nos bairros dos Pescadores, Moalde, Seixo, Biquinha, Carcavelos e Custóias. Na Acção Social (5 milhões de euros) destaca-se o investimento no arranque do Plano Municipal de Saúde, em todas as suas áreas de funcionamento, nomeadamente para a Bolsa de Cuidadores Informais e para a introdução da Tarifa Social da Água. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Para a Cultura estão reservados cerca de 5 milhões, sendo que as prioridades do próximo ano são a abertura do Museu de Matosinhos que será integrado na Rede de Museus do concelho, a Bienal de Design, que será realizada em parceria com a câmara do Porto, e a continuação da programação da Casa da Arquitectura. No pelouro do Ambiente os investimentos de maior relevo serão realizados no reforço da recolha de resíduos porta-a-porta e na ampliação do parque ambiental de São Gens, em Custóias, na execução do primeiro troço do corredor Verde do Rio Leça, entre Ponte da Pedra e Ponte das Barcas, e na construção do Centro de Bem-estar Animal. Na matéria da Mobilidade e Transportes, destaca-se a nova concessão da rede de transportes colectivos do concelho em 2019. “Este é um orçamento ajustado às nossas necessidades”, afirma Luísa Salgueiro, que sublinha ser resultado de um trabalho de “continuidade”.
REFERÊNCIAS:
Partidos PSD
Ser investigador é doar o corpo à ciência, mesmo antes de morrer
Anseio pelo dia em que a investigação em Portugal seja uma profissão merecedora de reconhecimento; anseio pelo dia em que fazer ciência permita estabilidade e uma vida normal; anseio por uma só, a última, oportunidade. (...)

Ser investigador é doar o corpo à ciência, mesmo antes de morrer
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Anseio pelo dia em que a investigação em Portugal seja uma profissão merecedora de reconhecimento; anseio pelo dia em que fazer ciência permita estabilidade e uma vida normal; anseio por uma só, a última, oportunidade.
TEXTO: Em Portugal, ser-se investigador é usar a camisola com mais orgulho que o vermelho, o verde, o escudo e a esfera armilar. É preciso ter “muito amor à camisola”, seja ela de que área for — ainda que o protagonismo de algumas permita um sentimento um pouco mais leve. A montante, ser-se um jovem investigador é ir à guerra nas botas de um soldado raso. É uma luta constante, batalha atrás de batalha, quando tudo o que nós queremos é uma oportunidade. Nós queremos trabalhar, aprender, partilhar e dar conhecimento. Para alguns de nós, a investigação pode ter sido a última opção, no quadro de desemprego generalizado que vive a geração das vacas que já não são gordas. Para os que cá ficam por vontade, fazer ciência requer vocação, requer dar tudo de nós. As oportunidades são escassas; grande parte dos novos editais para admissão de bolseiros de investigação têm um destino escolhido mesmo antes do concurso abrir; por mero acaso, por sorte e por vezes mérito, alguns de nós conseguem um lugar, uma oportunidade. Mesmo que essa oportunidade signifique deixar tudo, “ir para fora cá dentro”, nós lutámos. A primeira batalha está ganha. Passamos meses, ou mesmo anos, deixando tudo o resto em segundo plano. A vida pessoal pode estar a centenas de quilómetros de distância e é assim que damos tudo de nós à ciência. Porém, os projectos financiados acabam e com eles vão as bolsas. A continuidade depende de novos financiamentos que podem não existir. A única coisa que permanece é a vontade. Podemos ter trabalhado continuamente durante três ou quatro anos, mas nos nossos direitos não consta o subsídio de desemprego. Caímos então no vazio escuro onde continuam a existir contas da luz para pagar. Uma batalha perdida. Presumivelmente, o currículo enriquecido pela oportunidade que nos foi dada favorece uma nova ofensiva, mais legítima e justa. Alguns de nós lutam por uma bolsa de doutoramento financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Julgo que esta seja a primeira vez que nos deparamos com a realidade de ser cientista em Portugal, numa batalha que se repetirá ciclicamente até ao fim de uma carreira na investigação. Estamos sozinhos e a competição é louca e voraz. Podia continuar esta exposição descrevendo a incoerência nas avaliações por parte da FCT, as alterações anuais nos critérios de avaliação, a disparidade nas bolsas atribuídas por painel, mas tudo isto já é certo e sabido por todos os que alinham nesta frente de combate. Opto apenas por vos resumir a estratégia de avaliação da FCT numa só palavra: cortar — e talvez contar o mérito que resta, a metro. As classificações sofrem cortes por tudo e por nada, a argumentação é demasiado abrangente ou demasiado específica e, por vezes, somos incapazes de lhe atribuir algum sentido que nos apazigue. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Demos tudo de nós e o que recebemos de volta é um julgamento infundado. Outra batalha se perde. Depois de muita luta, eventualmente conseguimos. Com sorte, voltamos para casa. Com muita sorte, voltamos a ter uma vida pessoal, ainda que esporádica. Contudo, todas as bolsas acabam. Até para investigadores sénior as bolsas acabam, os diminutos contratos acabam. Permanece apenas o inseguro autofinanciamento a prazos de quatro a seis anos. Os investigadores que me orientam e me inspiram a investir na ciência, que passaram os últimos 15 ou 20 anos nesta luta por bolsas, continuam exactamente onde eu estou: à procura de uma oportunidade. Eu sou uma jovem investigadora. Sou jovem, tenho muita vontade de cá ficar e dar tudo de mim à ciência. Anseio pelo dia em que a investigação em Portugal seja uma profissão merecedora de reconhecimento; anseio pelo dia em que fazer ciência permita estabilidade e uma vida normal; anseio por uma só, a última, oportunidade. Por agora, desenganem-se. A guerra de um investigador não tem fim. Investigação é ir doando o corpo à ciência, mesmo antes de morrer.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos guerra corpo desemprego
Como os morcegos podem ser amigos dos agricultores (e não só)
Várias espécies alimentam-se de insectos, controlando assim pragas de forma e natural e ajudando a conservar a biodiversidade. (...)

Como os morcegos podem ser amigos dos agricultores (e não só)
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Várias espécies alimentam-se de insectos, controlando assim pragas de forma e natural e ajudando a conservar a biodiversidade.
TEXTO: Uma experiência de investigadores da Universidade de Lisboa comprovou que os morcegos são um controlo de pragas natural eficaz, salvando culturas de arroz dos insectos e evitando a desflorestação. Num estudo publicado na revista Agriculture, Ecosystems and Environment analisa-se o papel de várias espécies de morcegos que se alimentam de “pragas de insectos nefastos” para a agricultura, especialmente a cultura do arroz, na ilha de Madagáscar. As pragas destroem grandes quantidades de arroz e, para arranjar mais campos de cultivo, 1% das florestas de Madagáscar desaparece todos os anos. Na investigação, usaram-se gravadores ultrassónicos de última geração e técnicas moleculares para analisar a alimentação de seis espécies de morcegos insectívoros e analisaram-se geneticamente as suas fezes para descobrir o que comiam. “Verificámos que algumas espécies estão a tirar partido da modificação do habitat para caçarem os insectos que se aglomeram sobre os arrozais do país. Várias destas espécies são aves e morcegos insectívoros que, através da supressão de pragas agrícolas, podem fornecer um valioso serviço às populações locais”, descreveu, em comunicado, Adrià López-Baucells, co-autor do artigo e estudante de doutoramento no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL). Ora as seis espécies de morcegos analisadas banqueteiam-se com pragas que insectos que têm um grande impacto económico: não só pragas que afectam as plantações de arroz como outras culturas, como a noz-macadâmia, a cana-de-açúcar e os citrinos. “Trata-se da primeira evidência de controlo de pragas por morcegos em Madagáscar e, de acordo com os investigadores, irá permitir aliviar a actual pressão financeira que existe sobre os agricultores para converterem florestas em terrenos agrícolas”, acrescenta o comunicado do cE3c. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. “A eficácia dos morcegos no controle de pragas já foi comprovada nos Estados Unidos e na Catalunha”, explica ainda James Kemp, primeiro autor do artigo e estudante de doutoramento no cE3c-FCUL, também citado no comunicado. “O nosso estudo é o primeiro a demonstrar este resultado em Madagáscar, onde há muito em jogo para os agricultores e para os biólogos da conservação. ”Em Madagáscar habitam 36 espécies de morcego únicas no mundo, mas entre a população são vistos como um incómodo que espalha doenças. No entanto, além de pragas que afectam a agricultura, os morcegos também comem mosquitos e parasitas que espalham doenças entre os seres humanos, como a malária e a elefantíase. Em Portugal continental, estão presentes 25 espécies, segundo o primeiro atlas dedicado a estes animais, de 2014.
REFERÊNCIAS:
Criatura cega que enterra a cabeça na areia nomeada em honra de Donald Trump
A Dermophis donaldtrumpi foi descoberta no Panamá. Os investigadores dizem que vão usar a designação quando publicarem a descoberta nas revistas científicas. (...)

Criatura cega que enterra a cabeça na areia nomeada em honra de Donald Trump
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.5
DATA: 2018-12-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Dermophis donaldtrumpi foi descoberta no Panamá. Os investigadores dizem que vão usar a designação quando publicarem a descoberta nas revistas científicas.
TEXTO: Uma pequena criatura anfíbia descoberta recentemente, semelhante a uma minhoca com dez centímetros de comprimento, cega e que tem como hábito enterrar a cabeça na areia, foi nomeada Dermophis donaldtrumpi, em reconhecimento das políticas de negação das alterações climáticas do Presidente norte-americano. O nome foi escolhido pelo presidente de uma empresa britânica, no final de um leilão que rendeu 25 mil dólares (22 mil euros) à Rainforest Trust – uma organização ambientalista sem fins lucrativos norte-americana que compra e protege pedaços de terra em florestas tropicais para preservar espécies em perigo. Os investigadores que descobriram a pequena criatura anfíbia, no Panamá, concordaram em usar a designação científica Dermophis donaldtrumpi quando publicarem a descoberta nas revistas científicas. O leilão foi ganho por Aidan Bell, o presidente da empresa britânica EnviroBuild, que fabrica materiais de construção sustentáveis. Foi a empresa que divulgou a imagem da criatura anfíbia com um penteado a fazer lembrar o de Donald Trump. "É o nome perfeito", disse Bell, referindo-se à designação da espécie em latim. "'Caecus' significa cego, o que espelha na perfeição a visão estratégica que o Presidente Trump tem mostrado de forma consistente em relação às alterações climáticas. "Segundo a organização Rainforest Trust, por ser uma criatura anfíbia, a Dermophis donaldtrumpi é particularmente sensível às consequências do aquecimento global. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. "É sabido que proteger as últimas florestas tropicais do mundo é uma das formas mais eficazes de mitigar as alterações climáticas. E, no entanto, a cada dia são destruídas para sempre quase 28 mil hectares de floresta tropical", disse Chris Redston, director executivo da delegação da Rainforest Trust no Reino Unido, citado pelo jornal Guardian. "Esta destruição não só é uma das principais causas das alterações climáticas, como tem um impacto devastador na vida animal em perigo, nas comunidades indígenas e nos padrões de condições climatéricas do planeta", disse o mesmo responsável. Esta é a segunda espécie a ser nomeada em honra do Presidente Donald Trump. Em 2017, o cientista canadiano Vazrick Nazari deu o nome Neopalpa donaldtrumpi a uma espécie de traça que tem escamas amareladas na cabeça.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave espécie animal
Pandemia da sida resultou de uma “tempestade perfeita” que começou em Kinshasa em 1920
O alastramento do vírus VIH pelo mundo foi propiciado por mudanças económicas e sociais que começaram há quase um século em África. (...)

Pandemia da sida resultou de uma “tempestade perfeita” que começou em Kinshasa em 1920
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 1.0
DATA: 2018-12-12 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20181212210009/https://www.publico.pt/n1671696
SUMÁRIO: O alastramento do vírus VIH pelo mundo foi propiciado por mudanças económicas e sociais que começaram há quase um século em África.
TEXTO: No início do século XX, algures no Sudeste dos Camarões (África centro-ocidental), numa área rodeada pelos rios Ngoko, Sangha e Bomba, um ser humano é infectado por um vírus ao caçar ou preparar a carne de um chimpanzé. O vírus permanece confinado a essa remota região até 1920, quando esse “doente zero” – ou alguém que esteve em contacto com ele e ficou infectado – viaja pelo rio Sangha, afluente do rio Congo, até Kinshasa, capital da actual República Democrática do Congo (RDC, o ex-Congo Belga). Ali, esse doente transmite o vírus a outras pessoas. Kinshasa é naquela altura um pujante centro mineiro, com uma rede ferroviária em pleno desenvolvimento. Ajudado por estas circunstâncias, entre 1937 e 1940, o vírus, hoje designado “VIH-1 grupo M”, espalha-se para Brazzaville (capital da República do Congo) via rio Congo e para Lubumbashi e Mbuji Mayi, no Sul da RDC, por barco e comboio. Uns anos mais tarde, entre 1946 e 1953, dissemina-se para Bwamanda e Kisangani, no Norte da RDC. Mas é só a partir dos anos 1960, com a independência do Congo Belga – um período de menor pujança económica –, que essa forma particular do vírus (VIH-1 grupo M) conhece uma fase de crescimento exponencial em comparação com outras formas então existentes do VIH-1 na região. Em 1964, o seu subtipo B – a linhagem dos vírus M mais frequentemente encontrada no hemisfério Norte (EUA, Europa, Japão) – desembarca no Haiti, levado por trabalhadores que regressam da RDC ao seu país de origem. Dali é disseminado para os Estados Unidos e para o resto da Europa. Em 1981, os primeiros casos de sida são reportados nos Estados Unidos. Segue-se a história que todos conhecemos de uma pandemia que, até hoje, já infectou 75 milhões de pessoas. Foi este cenário da emergência da pandemia de sida que o investigador português Nuno Faria, da Universidade de Oxford (Reino Unido), traçou para o PÚBLICO. Nuno Faria integra a equipa internacional que conseguiu agora, pela primeira vez, reconstituir a “árvore genealógica” do vírus HIV-1 grupo M, hoje responsável por 90% dos casos de infecção a nível global. Os resultados, que são publicados esta sexta-feira na edição em papel da revista Science, permitem afirmar com grande certeza, segundo os seus autores, que foi efectivamente desta forma que se gerou a pandemia global de VIH, quase um século antes de pandemia surgir. “O nosso estudo encaixa pela primeira vez as várias peças fragmentárias do puzzle”, diz Nuno Faria, “e mostra que a pandemia de HIV-1 emergiu em Kinshasa por volta de 1920 e daí se espalhou para outras localidades [na RDC e em países vizinhos], décadas antes de ser detectado pela primeira vez”. Mudanças de comportamentoPor que é que os cientistas se focaram em Kinshasa? “Até hoje, as amostras mais antigas de HIV-1 foram recuperadas em sangue e biopsias datadas de 1959-1960, que pertenciam a dois indivíduos distintos que viveram em Kinshasa”, explicou Nuno Faria ao PÚBLICO. “Esse facto sugeria que a pandemia poderia ter começado nesta cidade, que tinha o crescimento populacional mais rápido da Africa central no início do seculo XX. ”Porém, acrescenta, vários estudos sugeriam que a pandemia também poderia ter começado noutras regiões. Foi isso que o novo estudo veio agora desempatar. Já se sabia, a partir de anteriores comparações genéticas dos vírus VIH humanos e SIV dos macacos e grandes símios (como chimpanzés e gorilas), que houve, no início, pelo menos 13 transmissões pontuais do vírus entre primatas ou grandes símios e seres humanos, explica a universidade de Oxford em comunicado. E que apenas uma dessas transmissões entre outra espécie e a nossa deu origem ao vírus VIH que se tornaria pandémico – o VIH-1 grupo M. Mas, em particular, não se percebia por que é que de repente, na década de 1960, as infecções pelo vírus M triplicaram e a epidemia alastrou para o resto do mundo. Como explicar que, ao mesmo tempo, um outro grupo de VIH-1, o grupo O, principalmente presente nos Camarões e cuja história, até 1960, foi semelhante à do grupo M, ainda hoje permanece confinado à África centro-ocidental?“Os nossos resultados sugerem que (…) houve apenas uma pequena ‘janela’ de oportunidade, durante a época colonial belga, para a emergência e difusão desta estirpe particular de VIH”, salienta Oliver Pybus, co-autor de Oxford, no mesmo comunicado. E conclui: “Ao que tudo indica, uma combinação de factores que se verificou em Kinshasa no início do século XX criou uma ‘tempestade perfeita” para a emergência do VIH [pandémico], dando lugar a uma epidemia generalizada e imparável que se difundiu pela África subsariana”, explica. Os transportes ferroviários fazem claramente parte da equação: “Os dados dos arquivos coloniais revelam que, no fim dos anos 1940, mais de um milhão de pessoas passava de comboio por Kinshasa cada ano”, diz Nuno Faria. Mas para além dos caminhos-de-ferro da época colonial – e da própria capacidade de o vírus M se adaptar à espécie humana através de mutações – , os ingredientes dessa fórmula para o desastre também incluem o crescimento demográfico. E sobretudo, argumentam os autores, incluem, a partir de 1960, mudanças de comportamento dos trabalhadores sexuais na RDC, bem como campanhas de vacinação das populações com material médico contaminado. Nova abordagemO estudo agora publicado articula, pela primeira vez, dados genéticos extensos com dados históricos. “Até aqui, a maior parte dos estudos abordava o problema de forma fragmentada, olhando para certos genomas de VIH em certas localidades”, diz Oliver Pybus. “Pela primeira vez, nós analisámos todos os dados disponíveis utilizando as mais recentes técnicas filogeográficas, que permitem estimar estatisticamente a proveniência dos vírus. E podemos afirmar, com um alto grau de certeza, onde e quando a pandemia de VIH nasceu. ”Mais precisamente, os cientistas analisaram todas as sequências genéticas dos vírus do grupo M contidas na base de dados do laboratório nacional de Los Alamos, nos EUA, e cruzaram esses resultados com dados geográficos e epidemiológicos. “O nosso estudo exigiu o desenvolvimento de um conjunto de ferramentas estatísticas para reconstituir a disseminação dos vírus no tempo e no espaço a partir das suas sequências genéticas”, diz por seu lado Philippe Lemay, co-autor da Universidade de Lovaina (Bélgica). E, uma vez esclarecida essa origem espácio-temporal, tornou-se possível comparar o resultado com os dados históricos e concluir que os dados genéticos e os dados documentais contavam histórias compatíveis. Apesar de achar que o estudo é “tecnicamente brilhante”, Michael Worobey, especialista do estudo das origens do VIH pandémico na Universidade do Arizona (EUA), não concorda totalmente com as conclusões deste trabalho, como relata Jon Cohen, jornalista da Science, num jornalístico publicado na mesma edição que o estudo. Em particular, a ideia de que o vírus M terá sido disseminado pelas campanhas de vacinação não o convence. “Não acho que este artigo resolva a questão das diferenças entre os vírus do grupo O e do grupo M”, salienta. Os próprios autores também acham que serão precisos mais estudos para perceber o papel exacto dos diversos factores sociais na emergência da pandemia de sida. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. PUB
REFERÊNCIAS:
Flores em Hanói no local onde McCain foi derrubado durante a Guerra do Vietname
O piloto da Marinha foi derrubado a 26 de Outubro de 1967 e foi prisioneiro de guerra cinco anos e meio na infame prisão de Hoa Lo. (...)

Flores em Hanói no local onde McCain foi derrubado durante a Guerra do Vietname
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.15
DATA: 2018-08-26 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20180826174029/https://www.publico.pt/1842098
SUMÁRIO: O piloto da Marinha foi derrubado a 26 de Outubro de 1967 e foi prisioneiro de guerra cinco anos e meio na infame prisão de Hoa Lo.
TEXTO: Nas margens de um lago tranquilo na baixa de Hanói, uma inscrição já meio diluída lembra um acontecimento violento ocorrido há 51 anos. “A 26 de Outubro de 1967, no Lago Truc Bach, os militares e o povo de Hanói capturaram o major John Sidney McCain, piloto da Força Aérea da Marinha americana”, lê-se no monumento, que mostra um aviador com os braços levantados acima da cabeça em frente a uma asa de avião destruído. McCain, o senador dos Estados Unidos que em 2008 se candidatou sem sucesso à presidência dos Estados Unidos, com o seu estilo inconfundível de inconformista e que se tornou num dos maiores críticos do Presidente Donald Trump, morreu no sábado, aos 81 anos. O piloto da Marinha estava a voar um dos dez aviões que foram abatidos pelos militares do Vietname do Norte naquele dia, segundo a inscrição no monumento que McCain visitou quando regressou ao Vietname em 2009. “Senti que devia vir aqui trazer flores”, disse Robert Gibb, um americano em Hanói que pôs um ramo de flores na base do monumento depois de ouvir a notícia da morte de John McCain, na manhã deste domingo. Gibb foi apenas um dos norte-americanos residentes em Hanói que foram prestar homenagem ao senador. A maior parte deles levou flores. Um deixou uma bandeira dos EUA. “Foi o último homem em quem votei para Presidente”, disse Gibb. “O momento em que ele caiu aqui mudou-lhe a vida. ”McCain foi “pescado” do Lago Truc Bache, seguiram-se cinco anos e meio como prisioneiro de guerra – classificado como prisioneiro de guerra importante, era filho de um almirante – na prisão de Hoa Lo Prison, conhecida como "Hanoi Hilton" pelo que lá se passava e onde, disse, ele e outros foram torturados, embora os vietnamitas digam que os americanos foram bem tratados. A estátua marcando o local foi erguida em 1967, e renovada nos anos de 1980 e 1990. É impossível não ver o monumento – a rua de árvores alinhadas onde está situado é hoje uma popular atracção turística, circundada por cafés, lojas de gelados e vendedores de algodão doce. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Le Ma Luong, antigo director do Museu de História Militar do Vietname que conheceu McCain em 2010, disse à Reuters que se lembra do senador como um profissional que falava muito bem e que muito contribuiu para a construção das relações dos EUA com o Vietname. Luong disse que tinha pena que McCain, no seu regresso, não tivesse conseguido recuperar o anel que usava quando foi retirado do lago. “O anel tinha-lhe sido dado pela mulher e desapareceu depois de ter sido derrubado e salvo. Fizemos o que pudemos para o encontrar, mas em vão”, disse Luong. “A sua contribuição para as relações entre o Vietname e os EUA será sempre lembrada. ”
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Comissão Europeia vai propor fim da mudança de hora: "As pessoas querem, nós faremos"
Decisão surge um dia depois de terem sido conhecidos os resultados do questionário aberto a todos os europeus, que teve 4,6 milhões de respostas, das quais 84% concordavam com o fim da mudança da hora. (...)

Comissão Europeia vai propor fim da mudança de hora: "As pessoas querem, nós faremos"
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.12
DATA: 2018-08-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Decisão surge um dia depois de terem sido conhecidos os resultados do questionário aberto a todos os europeus, que teve 4,6 milhões de respostas, das quais 84% concordavam com o fim da mudança da hora.
TEXTO: Reverter ou adiantar os relógios duas vezes por ano será uma rotina que está prestes a acabar. Um dia depois de conhecidos os resultados do inquérito europeu, onde 84% das 4, 6 milhões de respostas dizia concordar com o fim da mudança da hora, Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, anunciou esta sexta-feira que a vontade dos europeus será respeitada. "As pessoas querem, nós faremos", disse o responsável à televisão pública alemã ZDF, segundo o jornal Deutsche Welle. E adiantou ainda que a Comissão "decidirá sobre o tema ainda hoje [sexta-feira]". Mesmo assim, a mudança não entrará imediatamente em vigor. Antes, como explica um comunicado da Comissão Europeia é preciso que este órgão faça chegar uma proposta de lei para abolir a mudança de hora ao Conselho e ao Parlamento Europeu. Depois, é preciso que o Parlamento Europeu aprove a medida. Segundo os resultados provisórios divulgados na manhã desta sexta-feira, só 0, 33% dos portugueses (rácio entre o número de respostas vindas de Portugal e o número de habitantes) responderam ao inquérito. Desses, 85% querem o fim da mudança da hora. Foram os alemães quem mais respondeu ao questionário (3, 79%) — cerca de três milhões das respostas (65% do total) vieram do país. Para 84% o fim da mudança da hora é a opção mais adequada. Na altura em que lançou a proposta sobre o fim da mudança da hora, a Comissão Europeia frisava alguns dos aspectos positivos e negativos da potencial mudança. O sono de algumas pessoas irá melhorar. Isto porque, especialmente para quem tem problemas cardiovasculares ou perturbações do sono a mudança de hora é particularmente negativa, disse ao PÚBLICO o presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono, Miguel Meira e Cruz, em 2017. No caso da agro-pecuária, o fim da mudança de hora também significaria mais tranquilidade para os animais, uma vez que seria possível manter as suas rotinas. Por outro lado, as actividades agrícolas ao ar livre – como as colheitas – que beneficiam da alteração para o horário de Verão, sairão a perder se o fim da mudança se concretizar. Fonte comunitária precisou à Lusa que a anterior consulta pública mais participada — relativa à preservação da Natureza, designadamente sobre as directivas "aves" e "habitats" — havia suscitado um total de 552 mil respostas, seguida de uma consulta sobre a modernização e simplificação da Política Agrícola Comum (PAC), que reuniu 322 mil contributos, números portanto muito aquém daqueles agora na consulta sobre a mudança de hora, que teve uma adesão inédita por parte dos cidadãos e entidades de todos os Estados-membros. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Ao lançar a consulta, Bruxelas lembrava que "a maioria dos países da UE tem uma longa tradição de disposições relativas à hora de Verão, que tinham como objectivo principal poupar energia", existindo ainda outros motivos, "como a segurança rodoviária, o aumento das oportunidades de lazer decorrentes do prolongamento da luz do dia ou, simplesmente, um alinhamento pela prática dos países vizinhos ou dos principais parceiros comerciais". Bruxelas apontou que "alguns Estados-Membros abordaram esta questão em ofícios dirigidos à Comissão" e, por outro lado, o Parlamento Europeu adoptou uma resolução, em Fevereiro de 2018, na qual convidava o executivo comunitário a "fazer uma avaliação exaustiva da directiva e, se necessário, apresentar uma proposta de revisão", defendendo todavia ser "crucial manter um regime de hora uniforme da UE, mesmo após o fim da mudança de hora bianual". "Tendo em conta todas estas questões", a Comissão comprometeu-se a avaliar as duas opções estratégicas possíveis para assegurar um regime harmonizado: "ou manter as disposições relativas à hora de Verão na UE, actualmente em vigor, ou acabar com a actual mudança semestral de hora em todos os Estados-membros e proibir alterações periódicas", o que "não teria qualquer efeito na escolha do fuso horário", sublinhou o executivo comunitário.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Fogo na serra de Sintra em rescaldo, mas regresso do vento preocupa
Fogo de grandes dimensões deflagrou junto ao Convento da Peninha, tendo provocado 21 vítimas, 11 das quais tiveram que ter assistência hospitalar. (...)

Fogo na serra de Sintra em rescaldo, mas regresso do vento preocupa
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-10-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Fogo de grandes dimensões deflagrou junto ao Convento da Peninha, tendo provocado 21 vítimas, 11 das quais tiveram que ter assistência hospitalar.
TEXTO: O incêndio que deflagrou este sábado à noite no Parque Natural de Sintra Cascais já está em fase de rescaldo, mas ainda preocupa os responsáveis da Protecção Civil. Isto porque o vento ameaça regressar até às 15h e de novo a partir das 22h, o que pode provocar reacendimentos. "O incêndio entrou em fase de rescaldo, mas não podemos baixar a guarda", afirmou o comandante distrital de Lisboa, André Fernandes, numa conferência de imprensa à hora do almoço. A prioridade foi renovar os operacionais que estão no terreno, substituindo os que estiveram durante a noite, na fase mais complicada do fogo. O comandante distrital adiantou que o incêndio já provocou 11 feridos, todos ligeiros, dez dos quais bombeiros e um civil, que já teve alta hospitalar. Outros dez bombeiros foram assistidos no local, mas regressaram ao combate. "Contabilizamos 21 vítimas", referiu André Fernandes. Relativamente aos danos materiais, o comandante distrital desmente um colega do Comando Nacional de Operações de Socorro que adiantou que havia duas casas danificadas. André Fernandes garantia que o fogo só atingira anexos e destruíra uma viatura ligeira. Foi dado por dominado pelas 10h45, precisou o responsável da Protecção Civil. André Fernandes disse que de manhã houve oito meios aéreos envolvidos no combate ao incêndio na serra de Sintra, alguns dos quais se iam manter no local até ao final da tarde. O responsável adiantou ainda que há várias máquinas de rasto no terreno a construir um aceiro, uma faixa sem vegetação, à volta do perímetro do incêndioPelas 12h10, estavam no local do incêndio 724 operacionais, apoiados por 216 veículos. "Estamos a falar de um incêndio num parque natural, que faz parte da rede natura 2000, que conflui com uma área urbana fortemente habitada", justificava Paulo Santos, do Comando Nacional de Operações de Socorro da Protecção Civil, para explicar o elevado número de meios no local ao longo da noite e manhã. Os operacionais estão agora atentos aos reacendimentos, que se não forem rapidamente debelados podem fazer com que o incêndio se active novamente. O incêndio obrigou à retirada de um total de 347 pessoas, 300 das quais do parque de campismo de Cascais, e 47 das respectivas habitações das aldeias de Biscaia, Figueira do Guincho, Almoínhas e Charneca. O Picadeiro D. Carlos também foi evacuado, o que obrigou a retirar do local 70 animais. No entanto, segundo André Fernandes à hora de almoço tanto campistas como residentes já tinham autorização para regressarem. O incêndio deflagrou no sábado, às 22h50, na zona da Peninha, serra de Sintra, tendo depois alastrado ao concelho de Cascais. O combate às chamas foi muito dificultado pelos ventos que chegaram a ter rajadas de 100 quilómetros por hora, o que levou a uma rápida velocidade de propagação. Olhando para as imagens de satélite disponibilizadas pelo Sistema de Informação Europeu de Incêndios Florestais, Paulo Fernandes, professor do Departamento de Ciências Florestais da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), estima que arderam mais de 600 hectares no incêndio. Fonte oficial da Protecção Civil dizia ao PÚBLICO cerca das 00h30 que o fogo estava "fora de controlo". O combate às chamas, que conta com a participação de diversas corporações de bombeiros de localidades dos distritos de Lisboa, Setúbal e Leiria, estava então a ser dificultado pelo vento. O "vento muito forte" também era referido ao PÚBLICO por Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais, que falava numa situação de "gravidade acentuada", com "projecções muito grandes". O autarca afirmou, contudo, que estão no terreno meios de combate suficientes. Durante a noite, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deslocou-se à Câmara de Sintra, onde esteve reunido com o autarca Basílio Horta, para acompanhar a coordenação do combate às chamas. O primeiro-ministro António Costa também já falou sobre o incêndio, garantindo que esteve até às 4h30 a acompanhar à distância o fogo. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O local onde deflagraram as chamas esta noite, junto ao Convento da Peninha, já foi palco de alguns incêndios graves, com destaque para a tragédia de 7 de Setembro de 1966, quando 25 militares do Regimento de Artilharia Fixa de Queluz morreram durante o combate a um sinistro que durou sete dias. Devido ao tempo seco, grande parte do país encontrava-se este sábado sob risco máximo de incêndio, nomeadamente os distritos de Vila Real, Bragança, Viseu, Aveiro, Santarém, Coimbra, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Beja e Faro. Na primeira semana de Outubro foram registados mais de 600 incêndios em todo o território nacional. Com Lusa
REFERÊNCIAS:
Tempo Outubro Setembro
Peixe mexicano pode dar pistas sobre regeneração do coração
Investigadores da Universidade de Oxford acreditam que o estudo num peixe poderá conduzir a avanços no campo da medicina regenerativa. (...)

Peixe mexicano pode dar pistas sobre regeneração do coração
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Investigadores da Universidade de Oxford acreditam que o estudo num peixe poderá conduzir a avanços no campo da medicina regenerativa.
TEXTO: O peixe tetra-mexicano (Astyanax mexicanus) de superfície, espécie de água doce que habita nos rios do Norte do México, consegue regenerar o seu coração e os cientistas acreditam que uma investigação recente sobre este animal poderá dar pistas para tratamentos cardíacos no futuro. Um estudo publicado agora na revista Cell Reports descobriu três áreas do genoma do Astyanax mexicanus (que habita nos rios) envolvidas na sua capacidade de regenerar o tecido do coração, enquanto o homólogo deste peixe que habita nas grutas de Pachón, no México, não tem essa capacidade. Um dos genes envolvidos na regeneração é o gene lrrc10, que também está presente nos humanos. Estes peixes das grutas habitaram também, há cerca de 1, 5 milhões de anos, os rios do Norte do México mas foram arrastados por inundações para as cavernas, o que fez com que estes animais se adaptassem às condições do seu novo habitat e a viver em total escuridão. Neste sentido, perderam a visão e a cor. A comparação destes dois tipos de peixes tetra-mexicanos permitiu chegar à conclusão de que aqueles que habitam nos rios têm a capacidade de regenerar o tecido após lesões cardíacas. Já naqueles que habitam nas grutas, o tecido do coração cicatriza, o que pode dificultar a sua capacidade de bombear o sangue. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Os investigadores esperam que o estudo, financiado pela Fundação Britânica do Coração, possibilite o desenvolvimento de técnicas que possam modificar artificialmente a forma como os genes funcionam. No futuro, o objectivo passa por descobrir formas de regenerar o músculo do coração em doentes que sofreram ataques cardíacos, evitando que a solução passe pelo transplante em casos mais graves. Mathilda Mommersteeg, investigadora da Universidade de Oxford (em Inglaterra), e que fez parte do estudo, disse citada pela BBC que acredita “que este peixe pode dizer-nos, a determinada altura, como podemos reparar o coração humano”, apesar de sublinhar que é preciso uma maior investigação para perceber quais os genes que podem estar envolvidos na regeneração cardíaca. Texto editado por Teresa Firmino
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave humanos estudo espécie animal
As abelhas também compreendem o conceito de zero
Tal como os primatas ou os golfinhos, as abelhas também reconhecem o número que representa a inexistência de algo. (...)

As abelhas também compreendem o conceito de zero
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-08-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: Tal como os primatas ou os golfinhos, as abelhas também reconhecem o número que representa a inexistência de algo.
TEXTO: Além de polinizarem as plantas e de produzirem mel, as abelhas também compreendem o conceito de zero. Esta é a principal conclusão de um estudo realizado por cientistas da Austrália e de França e que é publicado esta sexta-feira na revista Science. As abelhas juntam-se assim a um “clube de elite” que consegue distinguir o zero de outras quantidades. Neste grupo encontram-se os golfinhos, os papagaios ou os primatas. Enquanto os humanos têm cerca de 86 mil milhões de neurónios, as abelhas têm menos de um milhão. Mesmo assim, têm sido um bom modelo para a investigar a cognição nos insectos. Alguns estudos já mostraram que as abelhas conseguem compreender conceitos abstractos como a semelhança ou a diferença. Contudo, ainda se sabe pouco quanto às suas capacidades numéricas. Como tal, um grupo de cientistas testou essa aptidão. Na experiência, começaram por identificar as abelhas e atraíram-nas para uma parede com quadrados brancos e figuras pretas (que representavam números até cinco). Depois, as abelhas foram treinadas para escolher o quadrado com o menor número de figuras. Se o fizessem, recebiam uma recompensa. A equipa fez ainda testes às abelhas com um quadrado sem figuras e quadrados com figuras. Observaram que elas compreendiam que o zero – o quadrado sem figuras – era o número mais baixo (embora não terem sido treinadas para tal). Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Os cientistas consideram que estes resultados poderão ajudar-nos a compreender como diferentes cérebros representam o zero ou contribuir para novos desenvolvimentos na inteligência artificial. “O zero é um conceito difícil de compreender e uma capacidade matemática que não surge facilmente – as crianças demoram alguns anos até a aprenderem”, diz Adrian Dyer, do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne (Austrália) e um dos autores do estudo citado num comunicado da sua instituição, acrescentando que o zero foi a “coluna vertebral” da matemática moderna e dos avanços tecnológicos. Por exemplo, o zero, que representa a inexistência de algo, é tão importante para as contas do dia-a-dia como para a construção de naves espaciais. “Pensávamos que apenas os humanos tinham inteligência para entender o conceito, mas investigação recente tem mostrado que os macacos e as aves também têm um cérebro capaz de o fazer. O que não sabíamos – até agora – era se os insectos compreendiam o zero. ”Mas ainda há muitas questões por responder. Por exemplo, como é que o cérebro das abelhas representa o nada? Ou há um mecanismo neuronal especial envolvido na percepção do zero?
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave humanos estudo aves