Papa admite antecipação do conclave
Bento XVI aprovou um motu proprio para antecipar o conclave que vai escolher o seu sucessor. (...)

Papa admite antecipação do conclave
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-02-25 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20130225160220/http://www.publico.pt/1585695
SUMÁRIO: Bento XVI aprovou um motu proprio para antecipar o conclave que vai escolher o seu sucessor.
TEXTO: O papa Bento XVI, que vai resignar na quinta-feira, aprovou esta segunda-feira um “motu proprio” (decreto) para dar “a possibilidade de antecipar” o conclave de cardeais que vão eleger o sucessor, informou o Vaticano. “Deixo aos cardeais a possibilidade de antecipar o início do conclave, uma vez que todos estejam presentes, ou o adiamento, em caso de motivos graves, da eleição por alguns dias”, indicou o Papa. Neste decreto, Bento XVI lembra que o prazo normal para a realização de um conclave é no mínimo de 15 dias e no máximo de 20, após o início do período de sede vacante. Bento XVI, de 85 anos, anunciou no passado dia 11, durante um consistório no Vaticano, a resignação, a partir da próxima quinta-feira, devido “à idade avançada”. Um novo Papa será escolhido até à Páscoa, a 31 de Março, disse o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, anunciando que um conclave deve ser organizado entre 15 e 20 dias após a resignação do pontífice. Até aqui e de acordo com a constituição apostólica (Universi Dominici Gregis, assinada por João Paulo II, em 1996), o conclave não podia começar antes de 15 de Março. Mas depois do "motu proprio", publicado por Bento XVI, esta terça-feira, os cardeais podem decidir, por meio de voto, antecipar o conclave para permitir ao novo eleito uma melhor preparação para a Páscoa, uma celebração muito importante para 1, 2 mil milhões de católicos. No conclave participam apenas os cardeais eleitores, com menos de 80 anos, decorrendo no maior segredo, na Capela Sistina. A eleição do Papa exige uma maioria de dois terços dos votos. O número máximo de cardeais eleitores é de 120, fixado por Paulo VI e confirmado por João Paulo II e Bento XVI, mas o próximo Papa vai ser escolhido por menos cardeais, 115. No conclave estarão 60 cardeais europeus, 19 da América Latina, 14 da América do Norte, 11 de África, dez da Ásia e um da Oceânia. Os países mais representados são a Itália, com 28 cardeais eleitores, Estados Unidos, com 11, Alemanha, seis, Brasil, Espanha e Índia, cinco cada. O último chefe da Igreja Católica a renunciar foi Gregório XII, no século XV (1406-1415).
REFERÊNCIAS:
Tempo Março
Suspeita de fraude na indústria alimentar chegou aos ovos na Alemanha
Ovos podem estar a ser vendidos como biológicos sem o serem. Governo alemão fala em possível fraude em grande escala no país. (...)

Suspeita de fraude na indústria alimentar chegou aos ovos na Alemanha
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-02-25 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20130225160220/http://www.publico.pt/1585696
SUMÁRIO: Ovos podem estar a ser vendidos como biológicos sem o serem. Governo alemão fala em possível fraude em grande escala no país.
TEXTO: A Alemanha pode estar a braços com um enorme escândalo na indústria alimentar. Enquanto a Europa lida ainda com a polémica presença de vestígios de carne de cavalo em produtos vendidos como sendo 100% de carne de vaca, as autoridades de segurança alimentar alemãs estão a investigar dezenas de produtores de ovos que estão a vender ovos normais como sendo biológicos. Na zona da Baixa Saxónia, pelo menos 150 produtores estão a ser investigados pela suspeita de venderem ovos biológicos – que devem ser provenientes de galinhas alimentadas à base de rações orgânicas e criadas em quintas onde têm acesso ao exterior – que, afinal, são obtidos em unidades sobrelotadas de animais. Noutros dois estados alemães estão também a ser investigadas 50 explorações que vendem ovos com a etiqueta de produto biológico, que custam mais dez cêntimos por ovo do que os ovos de produção normal. A ministra alemã da Agricultura, Ilse Aigner, já admitiu que, a confirmar-se a suspeita, o país pode estar perante “uma fraude em grande escala, uma fraude contra os consumidores, mas também contra muitas quintas orgânicas na Alemanha que trabalham honestamente”. Nesse sentido, a ministra apelou a que sejam respeitadas as leis nacionais e as directivas europeias quanto à produção de alimentos biológicos, de forma a garantir a confiança dos consumidores de que estão a consumir produtos genuinamente biológicos. A indústria de alimentos biológicos tem uma forte presença na Alemanha. Os consumidores daquele país estão dispostos a pagar mais por ovos, carne, vegetais e outros produtos que tenham a garantia de que são criados ou produzidos da forma mais natural possível, sem adição de produtos químicos.
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Vaticano vive primeiro dia sem Papa
Reunião preparatória do conclave prevista para segunda-feira. (...)

Vaticano vive primeiro dia sem Papa
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2013-03-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Reunião preparatória do conclave prevista para segunda-feira.
TEXTO: A Igreja Católica vive esta sexta-feira o seu primeiro dia sem Papa, após a renúncia de Bento XVI, à espera da primeira reunião preparatória do conclave sucessório, prevista para a próxima segunda-feira. O decano Angelo Sodano deve enviar nesta sexta-feira aos restantes cardeais a convocatória para a “congregração geral” que iniciará os trabalhos para a escolha de um novo líder católico. Na quinta-feira, Bento XVI deixou o Vaticano, recolheu à residência papal de Verão, em Castel Gandolfo, e depois de saudar a população, tornou-se, nas suas palavras, “um simples peregrino”. Às 20h locais (19h em Portugal), deixou oficialmente a função e tornou-se Papa Emérito. Com a sua renúncia começou o período de “sede vacante”. A gestão dos assuntos correntes da Igreja Católica está, até à eleição do novo Papa, nas mãos do cardeal Tarcisio Bertone 78 anos, secretário de Estado do Vaticano, uma espécie de “chefe de Governo”. Bento XVI prometeu na quinta-feira “obediência incondicional” ao sucessor. “Está entre vós o próximo Papa, ao qual prometo deferência e obediência incondicionais”, disse, numa cerimónia de adeus aos cardeais, aqueles que vão eleger o seu sucesso. A despedida dos fiéis tinha ocorrido na quarta-feira, na Praça de São Pedro, na sua última audiência. A viagem do Vaticano a Castel Gandolfo foi feita de helicóptero.
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Palavras-chave espécie
Vaticano confirma primeira reunião preparatória de cardeais para segunda-feira
Dentro de três dias, iniciam-se os preparativos para o Conclave. Os cardeais vão reunir-se em congregação e tomar as decisões necessárias para dar início à eleição do novo Papa. (...)

Vaticano confirma primeira reunião preparatória de cardeais para segunda-feira
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2013-03-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Dentro de três dias, iniciam-se os preparativos para o Conclave. Os cardeais vão reunir-se em congregação e tomar as decisões necessárias para dar início à eleição do novo Papa.
TEXTO: No Vaticano os aposentos papais estão agora selados. O seu último residente, Bento XVI, deixou na quinta-feira aquela que foi a sua residência em quase oito anos, o último passo dado depois do seu anúncio de renúncia. O Papa, agora emérito, está em Castel Gandolfo, a residência de Verão papal, onde deverá permanecer nos próximos dois meses. No Vaticano, onde Bento XVI deverá regressar dentro de dois meses para se recolher num mosteiro, começam os preparativos para escolher o seu sucessor. Para a manhã da próxima segunda-feira, está prevista a primeira reunião preparatória do Conclave de cardeais. O Vaticano confirmou esta sexta-feira que o decano Angelo Sodano, que preside ao Colégio Cardinalício, enviou cartas a todos os cardeais a pedir a sua presença numa primeira “congregação geral”, a partir das 08h30 locais (09h30 em Lisboa), na Aula Nuova del Sinodo, o local onde decorrem os sínodos e outras assembleias convocadas pelo Sumo Pontífice. O dia 4 de Março tinha sido considerado como um dos possíveis para a realização de uma congregação geral, algo que acontece sempre que é necessário analisar questões da Igreja Católica. O agendamento de outras reuniões poderá acontecer nos próximos dias, um alerta deixado na carta enviada por Angelo Sodano e justificado com a obrigatoriedade de todos os cardeais envolvidos na eleição no novo Papa terem de estar reunidos no Vaticano para que se inicie o processo de escolha. Tudo aponta para que assim que essas condições estejam reunidas, seja marcada a data de início do Conclave, um processo que muitos esperam que fique concluído antes da Páscoa, no final de Março, para que seja já o novo Papa a presidir às celebrações. Em pleno período de Sé Vacante, que teve início com a renúncia de Bento XVI a 28 de Fevereiro, os cardeais estão concentrados na tarefa de eleger um novo Papa, estando impedidos de tomar outras decisões de relevo para a Igreja Católica. Nas primeiras congregações que vão decorrer na próxima semana, os cardeais terão de prestar juramento sobre a Constituição Apostólica e garantir total sigilio sobre o que será decidido nos encontros. Nas congregações que se seguem, os cardeais deverão tomar decisões já relacionadas com o processo de eleição do Papa, como o sorteio dos aposentos na Casa de Santa Marta onde ficarão alojados enquanto decorrer a votação ou ainda estabelecer o dia e a hora que começam as votações já no Conclave. No Conclave vão participar 117 cardeais, segundo dados do Vaticano, todos com menos de 80 anos, um critério obrigatório para que possam participar no processo eleitoral. Os cardeais eleitores apenas podem excluir-se da participação em casos de doença ou de impedimento maior, sendo que a última palavra cabe ao Colégio Cardinalício, presidido pelo cardeal Angelo Sodano. Com a saída de Bento XVI, no Vaticano, o cardeal carmelengo Tarcisio Bertone iniciou ainda na quinta-feira os últimos passos que confirmaram a ausência de um Papa até que um novo seja eleito. O cardeal selou o apartamento atribuído ao Sumo Pontífice e assumiu os comandos do Palácio Apostólico, incluindo a administração dos bens e dos direitos da Santa Sé.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos doença
Ratos com os cérebros ligados entre si conseguem comunicar
Foi demonstrada, pela primeira vez, uma transmissão directa e em tempo real de informação sensorial e motora entre pares de ratos cujos cérebros estavam interligados por fios eléctricos. (...)

Ratos com os cérebros ligados entre si conseguem comunicar
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-03-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Foi demonstrada, pela primeira vez, uma transmissão directa e em tempo real de informação sensorial e motora entre pares de ratos cujos cérebros estavam interligados por fios eléctricos.
TEXTO: Um rato aprende a desempenhar uma tarefa motora, o outro não. Mas, a seguir, o cérebro do primeiro “ensina” o cérebro do segundo, via transmissão eléctrica directa, a desempenhar essa mesma tarefa, da qual nada sabe à partida. Este tipo de transmissão intercerebral, que mais parece saída de um filme de ficção científica do que de um laboratório de neurociências, acaba de ser comprovado por uma equipa internacional cujos resultados foram publicados esta quinta-feira na revista Scientific Reports, do grupo da Nature. Miguel Nicolelis e os seus colegas, da Universidade de Duke, nos EUA, e Edmond e Lily Safra , do Instituto Internacional de Neurociências de Natal, no Brasil, implantaram uma série de eléctrodos no córtex motor e no córtex sensorial de pares de ratos, cujos cérebros ficaram assim ligados directamente entre si por um feixe de finíssimos fios eléctricos. Um dos ratos, que os cientistas designaram “codificador”, foi treinado a desempenhar tarefas simples, onde aprendia a escolher entre dois estímulos visuais ou tácteis. A seguir, quando esse animal carrega no botão certo, a sua actividade cerebral é codificada e transmitida pelos eléctrodos directamente e em tempo real ao cérebro do segundo rato. Este tem, por sua vez, de fazer a sua própria escolha, só que sem ter recebido qualquer treino e sem ter acesso ao que o primeiro rato viu ou sentiu (ou seja, aos estímulos que lhe permitiriam escolher em que alavanca carregar para receber água), explica um comunicado da universidade norte-americana. No entanto, o segundo rato – o “descodificador” – consegue, em 65 a 70% dos casos, fazer a escolha certa apenas com base na informação eléctrica recebida do cérebro do seu parceiro. Uma taxa de sucesso significativamente mais elevada do que se esse segundo rato tivesse carregado numa das alavancas ao acaso. “Já tínhamos a convicção, com base em experiências que tínhamos realizado anteriormente, de que o cérebro conseguia assimilar sinais vindos de sensores artificiais. Agora, quisemos saber se o cérebro também seria capaz de assimilar informação vinda de outro corpo”, diz Nicolelis, citado pelo mesmo documento. “Basicamente”, acrescenta Nicolelis, “estamos a criar aquilo a que eu chamo um computador orgânico, capaz de resolver um problema de uma maneira diferente (…) dos computadores convencionais”. Nas experiências, faz notar, a informação transmitida entre os ratos não era uma série de instruções, como nos computadores de silício, mas “apenas um sinal que representa uma decisão tomada pelo codificador, que é transmitida ao cérebro do descodificador, que tem de descobrir como resolver o problema. Portanto, estamos a criar um único sistema nervoso central feito de dois cérebros de rato. ”Para mais, a comunicação fazia-se nos dois sentidos: quando o segundo rato falhava na sua escolha, o primeiro recebia uma quantidade menor de água. "Vimos então que, quando o rato descodificador se enganava, o codificador alterava a sua função cerebral e o seu comportamento para facilitar o sucesso do seu parceiro, melhorando a relação sinal-ruído da actividade cerebral que representava a sua escolha para tornar o sinal mais fácil de detectar. E, ao mesmo tempo, as suas decisões tornavam-se mais rápidas e nítidas", diz Nicolelis. Isso levava os dois animais, segundo ele, a estabelecerem uma "colaboração comportamental". Quais as implicações destes resultados? “Nem sequer é possível prever que tipo de propriedades poderiam emergir quando um grupo de animais começar a interagir como componente de uma rede de cérebros”, diz Nicolelis. “Em princípio, seria possível imaginar que uma combinação de cérebros fosse capaz de fornecer soluções que um cérebro sozinho seria incapaz de formular. ”O investigador vai ainda mais longe, especulando que este tipo de ligação intercerebral poderá mesmo fazer com que um animal incorpore o sentido do “eu” de outro animal. E exemplifica: nas experiências tácteis, que envolviam estímulos aplicados aos bigodes do rato codificador, foram detectados, no cérebro do rato descodificador, neurónios que reagiam aos bigodes de ambos. Isto, segundo ele, “significa que esse rato criava uma segunda representação de um segundo corpo por cima do seu próprio corpo”. Para testar os limites desta “potencial nova forma de comunicação animal” – é assim que a Nature descreve aquilo cuja existência estes resultados demonstram –, os cientistas colocaram um dos animais no seu laboratório dos EUA e o outro no do Brasil, a milhares de quilómetros um do outro. A partilha de informação entre os seus cérebros funcionou na mesma – e isso “apesar de os animais se encontrarem em continentes diferentes, com o ruído na comunicação e com os desfasamentos dos sinais que isso implica”, diz ainda Nicolelis. “Isto sugere que é possível criar uma rede de cérebros de animais a funcionar juntos, distribuídos por muitos locais diferentes”, diz, por seu lado, Miguel Pais-Vieira, co-autor do estudo. Nicolelis está a liderar, escreve a revista Wired, um projecto que consiste em desenvolver uma prótese – um exosqueleto – controlado pelo cérebro para permitir a pessoas paralisadas recuperar a mobilidade.
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Nuno Santos processa RTP depois de despedido por justa causa
Ex-director de informação vai recorrer da decisão aplicada após o processo disciplinar instaurado pela administração da empresa. RTP diz que despedimento se deveu a razões de natureza jurídica. (...)

Nuno Santos processa RTP depois de despedido por justa causa
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-03-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ex-director de informação vai recorrer da decisão aplicada após o processo disciplinar instaurado pela administração da empresa. RTP diz que despedimento se deveu a razões de natureza jurídica.
TEXTO: Nuno Santos foi despedido por justa causa pela administração da RTP e sai sem direito a indemnização ou compensação financeira. O ex-director de Informação é acusado de violar os deveres de obediência e lealdade. Alvo de um processo disciplinar, instaurado pela administração após o polémico caso em que a PSP visionou as imagens, nunca transmitidas pela RTP, da manifestação e dos confrontos à porta do Parlamento, Nuno Santos foi agora notificado da decisão, da qual vai recorrer na justiça. "Fui despedido da RTP. A decisão acaba de me ser comunicada pelo Conselho de Administração da Empresa à qual dei o melhor de mim próprio durante quinze anos. Travarei a partir de hoje uma luta sem quartel, nos tribunais e em outros foruns, contra este saneamento anunciado e agora oficializado. A honra dos homens não se atira impunemente aos cães", diz Nuno Santos, num comunicado a que o PÚBLICO teve acesso. O ex-director lembra que esta acção foi “desencadeada exclusivamente por alegado delito de opinião [pelas declarações no Parlamento], algo que está banido da ordem jurídica portuguesa desde a entrada em vigor da Constituição da República em 1976”. Por isso, Santos volta a defender que o seu despedimento confirma tratar-se de uma “decisão meramente política, concertada minuciosamente pelo descredibilizado Conselho de Administração da RTP com outras entidades, como se provará em sede própria”. Plano estava traçado“Na vaidade do seu isolamento, a equipa do dr. Alberto da Ponte executou até ao fim o plano previamente traçado, fazendo-o, aliás, em simultâneo com outras acções lesivas dos interesses da RTP e dos seus trabalhadores para as quais chamei a atenção no Parlamento as quais estão hoje, infelizmente, à vista de todos”, aponta Nuno Santos. “Não confundo a RTP com uma gestão temporária e esquecível”, afirma o jornalista, para considerar depois que a empresa tem “condições para sobreviver ao plano de desmantelamento material e moral em curso”, nesta fase difícil que o grupo público “jamais” viveu. A carta com a decisão final, que o acusa de violar os deveres de obediência, chegou-lhe na terça-feira. O documento, assinado pelos três membros do Conselho de Administração, diz que foi decidido aplicar-lhe a sanção de despedimento imediato com justa causa, sem qualquer indemnização ou compensação. O ex-director de Informação diz ter recebido a “decisão do dr. Alberto da Ponte sem surpresa”, algo de que estava à espera desde que foi “ilegalmente suspenso” a 7 de Dezembro, acusado de delito de opinião” depois da sua audição no Parlamento. Na altura, perante os deputados afirmou ter sido alvo de um caso de “saneamento político travestido de uma decisão de gestão”. “O que temos em cima da mesa é um golpe de mão”, apontou o ex-director, que depois acrescentou: “A partir de um certo momento, tornou-se evidente que eu era uma pessoa non grata para o Governo. Porque deixava fazer informação contra o Governo? Não, apenas uma informação correcta e isenta. ”Despedimento por razões de natureza jurídicaEm comunicado divulgado na tarde desta quarta-feira, a RTP afirma que as razões invocadas por Nuno Santos para explicar o seu despedimento “não são as que de facto subjazem à decisão em causa”. A estação de televisão pública defende que as razões que levaram ao despedimento “são de natureza estritamente jurídica e decorrem dos vários comportamentos que o trabalhador assumiu” e que o ex-director de Informação “não foi despedido por delito de opinião”. A RTP sublinha ainda que no contrato feito com Nuno Santos este deveria exercer “exclusivamente” funções directivas e “que tal se tornou impossível, ao declarar publicamente que não trabalhava com o presidente do Conselho de Administração da empresa que o contratou como director”. “A ocorrência desses comportamentos foi demonstrada no decurso do procedimento próprio”, conclui a nota. "Comportamento ilícito e culposo", diz a administraçãoNo texto da decisão do processo disciplinar, a que o PÚBLICO teve acesso, a administração afirma que a actuação do ex-director de Informação no Parlamento “consubstancia a prática de diversas infracções disciplinares, traduzidas na violação grave e deliberadamente assumida do dever de obediência e do inerente cumprimento das ordens e instruções relativas â execução do trabalho”. Mas é uma violação também, continua o documento, “do dever de respeitar e tratar com probidade os seus companheiros de trabalho e superiores hierárquicos e do dever de lealdade”. A equipa de Alberto da Ponte considera que Nuno Santos teve um “comportamento ilícito e culposo” de tal forma grave que torna “imediata e praticamente impossível a manutenção da relação de trabalho”. Em especial por se tratar de um profissional contratado para “funções directivas” que envolvem uma “delegação de poderes do empregador e, como tal, uma especial relação de confiança”, argumenta ainda a administração. Num primeiro inquérito interno da RTP, sobre o que aconteceu para que a PSP conseguisse entrar na empresa pública de rádio e televisão e visionar as imagens em bruto, Nuno Santos foi dado como único responsável pelo sucedido. Já a ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social ilibou-o de responsabilidades no sucedido, exigindo que a RTP clarifique os procedimentos internos neste tipo de casos de acesso a conteúdos, e a Comissão da Carteira Porfissional de Jornalista decidiu abrir-lhe um processo disciplinar por violação do dever de protecção da confidencialidade das fontes de informação. O Conselho de Redacção e a Comissão de Trabalhadores da RTP emitiram pareceres em que também o ilibam. Notícia actualizada às 15h45: acrescenta comunicado da RTP.
REFERÊNCIAS:
Entidades PSP
Estudo revela novos dados sobre a lula gigante
Até agora tinham sido descritas 21 espécies. Mas afinal haverá apenas uma, segundo uma análise genética a amostras de todo o mundo. (...)

Estudo revela novos dados sobre a lula gigante
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.068
DATA: 2013-03-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Até agora tinham sido descritas 21 espécies. Mas afinal haverá apenas uma, segundo uma análise genética a amostras de todo o mundo.
TEXTO: Há cerca de um século e meio, em 1857, bastaram algumas ventosas, um bico e outros fragmentos encontrados numa praia para que o cientista dinamarquês Japetus Steenstrup atribuísse um nome científico à mítica lula gigante. Agora, cientistas desceram ao nível das células e olharam para os genes do animal para concluir que, a despeito de muitas descrições feitas desde então, afinal há só uma espécie no mundo todo. É este o principal resultado de um estudo publicado esta quarta-feira na revista Proceedings of the Royal Society B, liderada por investigadores da Universidade de Copenhaga – entre eles uma portuguesa. É a primeira vez que as lulas gigantes são alvo de uma análise genética comparativa. “Até hoje, não havia nenhum trabalho porque havia poucas amostras”, afirma Paula Campos, do Centro para a Geogenética, do Museu de História Natural da Dinamarca, ligado à Universidade de Copenhaga. Através de espécimes ou fragmentos de lulas gigante existentes em museus ou centros de investigação, os cientistas – também da Austrália, França, Japão, Estados Unidos, Irlanda e Espanha – conseguiram reunir 43 amostras de músculo, de onde extraíram o ADN das mitocôndrias. A comparação revelou muito pouca diversidade genética, o que leva os investigadores concluírem que provavelmente a família sob a qual estão classificados tais animais “consiste de uma só espécie de lula gigante, nomeadamente Architeuthis dux” – a designação dada em 1857 por Japetus Steenstrup. Até agora, tinham sido atribuídos pelo menos 21 nomes científicos diferentes à lula gigante. Mas afinal serão todos o mesmo animal. É apenas mais um passo na resolução de uma série de dúvidas sobre a misteriosa lula gigante, da qual ainda se conhece muito pouco. “A nível biológico, não sabemos quase nada, pois são animais que vivem a grandes profundidades”, explica Paula Campos. Só em 2004 foi capturado um exemplar vivo. E em 2012 um animal adulto foi filmado pela primeira vez no seu habitat natural, a 630 metros de profundidade no Pacífico. Entre o pouco que se sabe, há muitas incertezas. As estimativas de longevidade variam entre um e 46 anos. A sua dimensão máxima, segundo alguns, chegará aos 50 metros de comprimento, ou 18 metros, segundo cálculos mais realistas citados no estudo agora publicado. Da sua dieta, pode-se dizer apenas que provavelmente é carnívora, composta por pequenos peixes e até outras lulas. A sua distribuição geográfica será mais ou menos global. O próprio estudo baseia-se em amostras encontradas um pouco por todo o mundo – Japão, Espanha, Estados Unidos, África do Sul, Austrália, Nova Zelândia e até nas ilhas Falkland. A questão geográfica levanta uma dúvida. “Como a lula gigante tem uma dispersão muito alargada, poderíamos esperar uma diversidade genética maior”, afirma Paula Campos. Mas não é o que a análise do ADN sugere. Uma das explicações plausíveis, segundo o estudo, está numa possível expansão recente de uma população antes pequena, sem que houvesse ainda tempo para uma grande diferenciação genética. Alguns factores poderiam estar por detrás deste fenómeno, como a redução da população de cachalotes – o maior predador de lulas gigantes – devido à intensa actividade baleeira nos séculos XVIII e XIX. Mas são apenas hipóteses. Paula Campos explica que a análise agora efectuada é preliminar, dado que se baseia no ADN mitocondrial – transmitido apenas pelas fêmeas. Uma conclusão mais consistente depende da análise do ADN do núcleo das células, que é o próximo passo a seguir.
REFERÊNCIAS:
Baleia de 15 toneladas deu à costa na ilha do Pico
Causa da morte do cetáceo será estudada pela Universidade dos Açores. (...)

Baleia de 15 toneladas deu à costa na ilha do Pico
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-03-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Causa da morte do cetáceo será estudada pela Universidade dos Açores.
TEXTO: Uma baleia-comum, com 12 metros de comprimento e um peso estimado de 15 toneladas, deu à costa no Cais do Mourato, na Ilha do Pico, ao final da tarde de quarta-feira. "Apesar do arrojamento de baleias-de-barba ser raro nos Açores, este acontecimento isolado e no meio de dias tempestuosos tem de ser considerado normal. Apesar disso, serão recolhidos indícios que possam apontar a causa de morte, para que fique afastada qualquer hipótese de anomalia ambiental", declarou ao PÚBLICO Frederico Cardigos, director regional dos Assuntos do Mar. O mesmo responsável adiantou que a Universidade dos Açores vai proceder à recolha de amostras para estudo. Os trabalhos de análise e de encaminhamento do animal serão dirigidos pelo Parque Natural da Ilha do Pico e integrados na Rede de Arrojamento de Cetáceos dos Açores. O director dos Assuntos do Mar sublinhou ainda que, "apesar do drama inerente à morte de um animal com este esplendor, o aspecto positivo é que assim confirmamos a presença destas espécies nos Açores, mesmo no período de final do Inverno". O animal, pertencente ao grupo das baleias-de-barba, apesar de ser um espécime com um tamanho apreciável, era ainda jovem, dado que os adultos têm habitualmente entre 18 a 22 metros. Este é o segundo maior animal da Terra, apenas batido pela baleia-azul, podendo os maiores indivíduos atingir 26 metros de comprimento. O seu mergulho atinge vulgarmente os 230 metros de profundidade, em cinco a 15 minutos. A indústria baleeira desenvolveu-se nos Açores na segunda metade do século XIX, tendo a caça à baleia sido muito importante para a economia das ilhas do Faial e Pico. A matéria-prima mais relevante retirada deste animal era o óleo, para uso em máquinas e instrumentos. Mas também se faziam sabonetes, perfumes, artigos de cosmética, farinhas e gorduras a partir deste produto. Desde 1987 que se deixou de praticar a "caça" à baleia em Portugal, tendo o último cachalote sido caçado naquele ano, ao largo da vila das Lajes do Pico. O comércio dos produtos extraídos da baleia, inclusivamente o marfim, foi proibido.
REFERÊNCIAS:
James Cameron oferece submersível com que mergulhou na fossa das Marianas
Cineasta tornou-se há um ano a primeira pessoa a mergulhar sozinha na zona mais profunda do planeta, coberta por quase 11 quilómetros de água. (...)

James Cameron oferece submersível com que mergulhou na fossa das Marianas
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2013-03-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Cineasta tornou-se há um ano a primeira pessoa a mergulhar sozinha na zona mais profunda do planeta, coberta por quase 11 quilómetros de água.
TEXTO: O cineasta James Cameron ofereceu o submersível em forma de torpedo com que se embrenhou na fossa das Marianas, no Pacífico, até atingir o fundo, a 10, 9 quilómetros. A Instituição oceanográfica Woods Hole, em Cape Cod, no Massachusetts, Estados Unidos, vai assim ser a nova casa do submersível Deepsea Challenger. A aventura de James Cameron completa agora um ano e ele assinalou a data com o anúncio da oferta do veículo esverdeado em forma de torpedo. Nele, levou apenas duas horas e 36 minutos a chegar ao ponto mais profundo da fossa das Marianas, conhecido por Challenger Deep. Esta fossa surge a leste das ilhas Marianas e acompanha paralelamente o arquipélago ao longo de 2, 5 quilómetros. É estreita e íngreme e o Challenger Deep, uma mera ranhura a 10, 9 quilómetros, fica a sul da ilha de Guam, um território administrado pelos Estados Unidos. Foi descoberto em 1951, numa expedição do navio britânico Challenger II − e logo em 1960 dois homens, o oceanógrafo suíço Jacques Piccard e o tenente norte-americano Don Walsh, aventuraram-se a mergulhar até lá, indo a bordo do batíscafo Trieste, da Marinha dos Estados Unidos. Mas Cameron, apaixonado pelas coisas do mar, ou não tivesse sido o realizador de filmes como o Titanic e O Abismo, regressou 52 anos depois à solidão daquelas profundezas – mas a solo. O realizador canadiano quis fazer um documentário sobre este local no fim da Terra, um projecto com a National Geographic Society, ele que tem ainda no currículo expedições aos destroços do navio alemão Bismarck e às fontes hidrotermais, emanações de água quente a grande profundidade no Atlântico e Pacífico. Lá em baixo, Cameron esteve cerca de quatro horas com o Deepsea Challenger, de sete metros de comprimento, que, para além do seu habitáculo esférico metálico, resistente à enorme pressão, tem holofotes potentes que iluminam o cenário das filmagens, câmaras de vídeo, máquinas fotográficas e instrumentos de recolha de água, sedimentos, rochas e animais. E no regresso, segundo a BBC online, comentou: “É sem dúvida o local mais remoto e isolado do planeta. Sinto que num único dia estive noutro planeta e voltei. ”Agora partes do Deepsea Challenger – que é, aliás, a casa do famoso submersível de investigação Alvin, que nos Açores permitiu descobrir as primeiras fontes hidrotermais profundas no início da década de 1990 – irão ser utilizadas noutros veículos pertencentes à Woods Hole. As luzes e as câmaras, por exemplo, serão instaladas no Nereus, que não é tripulado e em 2009 já tinha mergulhado na fossa das Marianas. As tecnologias desenvolvidas para o mergulho nas Marianas, desde sistemas de flutuação, armazenamento de energia, câmaras e luzes, serão também incorporadas em futuros veículos de investigação e expedições no mar profundo. Documentário no fim do anoPoderá mergulhar no futuro? “Adoraria manter o Deepsea Challenger continuamente operacional. Para já, vai ficar o que chamo ‘potencialmente operacional’. A maneira de fazer isto é preservar o equipamento, o que faremos, mas mais importante é preservar a cultura de engenharia”, garante Cameron, citado ainda pela BBC online. “Os sete anos que passámos a conceber e construir o Deepsea Challenger foram dedicados a alargar as opções dos investigadores do mar profundo. O nosso submersível é uma prova científica de que este conceito funciona e a nossa parceria com a Woods Hole é uma maneira de fornecer a tecnologia que desenvolvemos à comunidade científica”, diz ainda Cameron, num comunicado da instituição oceanográfica. Na próxima reunião anual da União Geofísica Americana, no Outono, em São Francisco, serão divulgados os resultados científicos preliminares da expedição. Para já, David Gallo, director de projectos especiais da Woods Hole, revela que há pelo menos 68 espécies novas – “a maioria são bactérias, alguns anfípodes e possivelmente um novo pepino-do-mar e este número pode subir”. Também a estreia do documentário Deepsea Challenge 3D está prevista lá para o fim do ano. Ficamos a aguardar que nos transporte, com o realismo das imagens tridimensionais, ao mais profundo local na Terra.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens cultura comunidade
Pompeia poderia ser uma cidade dos nossos dias
O British Museum inaugura quinta-feira a exposição Vida e Morte em Pompeia e Herculano, uma visita guiada ao quotidiano do Império Romano sepultado sob as cinzas do vulcão Vesúvio. (...)

Pompeia poderia ser uma cidade dos nossos dias
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-03-27 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20130327160313/http://www.publico.pt/cultura/noticia/pompeia-1589182
SUMÁRIO: O British Museum inaugura quinta-feira a exposição Vida e Morte em Pompeia e Herculano, uma visita guiada ao quotidiano do Império Romano sepultado sob as cinzas do vulcão Vesúvio.
TEXTO: Uma pintura de parede retratando um casal – o marido identificado como o padeiro Terentius Neo; uma bracelete de ouro em forma de cobra; um berço de bebé em madeira carbonizada; meia dúzia de outras peças de mobiliário; relevos em mármore representando cenas da vida real e da mitologia romana. . . Mas também os cadáveres de uma família (os pais e duas crianças) sob as escadas de sua casa numa posição em que se adivinha o pânico pela aproximação da morte; o cadáver de uma mulher em que se vêem ainda os ossos; ou a icónica “escultura viva” de um cão contorcendo-se de dor. . . Todos nós já vimos essas imagens da “morte em directo”, que uma imprevista erupção do vulcão Vesúvio gravou nos corpos dos habitantes e no chão das cidades de Pompeia e Herculano, no Sul de Itália, nesse dia trágico do Verão do ano 79 d. C. –, um quadro que depois ficaria escondido sob as cinzas e o esquecimento, até que seria redescoberto com as escavações iniciadas em meados do século XVIII, e que se vêm desenvolvendo até à actualidade. Uma perspectiva diferente dessa catástrofe é agora mostrada no Museu Britânico, em Londres, na exposição Vida e Morte em Pompeia e Herculano, que é inaugurada esta quinta-feira e poderá ser visitada até 29 de Setembro. Ainda que as imagens da morte e do sofrimento sejam incontornáveis na exposição, o museu quis pôr a tónica na vida quotidiana de Pompeia e Herculano e, por extensão e paralelismo, nas cidades do Império Romano dessa época. “A exposição terá como foco principal um olhar sobre a casa romana e sobre as pessoas que as habitavam nessas cidades desditosas”, diz o texto de apresentação da mostra, que tem como comissário Paul Roberts, responsável pelas colecções romanas do museu londrino. “Nós sabemos que para algumas pessoas a ideia da morte será o aspecto mais desafiador da exposição”, diz o comissário, assinalando, no entanto, a preocupação de abordar essa vertente com um grande respeito. “Trata-se de pessoas que foram reais”, e esta exposição só existe “porque elas morreram”, realça Paul Roberts. Vida e Morte em Pompeia e Herculano é a primeira grande exposição que o museu dedica à tragédia do Vesúvio no golfo de Nápoles, e a grande exposição de teor arqueológico dos últimos 40 anos em Londres, depois da que foi dedicada, em 1972, ao túmulo de Tutankhamon. Curiosamente, este tema justifica actualmente duas outras exposições espalhadas pelo mundo: Pompeia, Catástrofe sob o Vesúvio, no Centro Arte Canal, em Madrid (até 5 de Maio); e Os Últimos Dias de Pompeia: Decadência, Apocalipse, Ressurreição, no Museu de Arte de Cleveland, nos Estados Unidos (até 19 de Maio). A exposição em Londres reúne 250 artefactos que foram cedidos, “de forma extremamente generosa”, pelos responsáveis pelos Centros Arqueológicos de Nápoles e de Pompeia e de outras instituições italianas, salientou ao jornal The Guardian o director do museu, Neil MacGregor, que apresentou a exposição como a maior do programa do museu para 2013. A mostra surge pouco mais de dois anos após uma sucessão de desabamentos em Pompeia motivados pelo mau tempo de Dezembro de 2010, que puseram em risco este sítio classificado pela UNESCO como Património da Humanidade, e deram origem a muitas críticas à política do património do Governo então liderado por Silvio Berlusconi. No passado mês de Fevereiro, a Justiça italiana abriu mesmo uma investigação acusando os responsáveis por aquela zona arqueológica de má gestão de fundos. “Este evento majestoso permitirá – espera-se – lembrar ao mundo que Pompeia não é uma atracção turística que se deva tratar com negligência, mas antes o mais revelador memorial do passado da humanidade”, escreve sobre a exposição Jonathan Jones no The Guardian. O crítico de arte acrescenta: “A razão por que Pompeia e Herculano nos fascinam não é tanto pela preservação de todo um mundo no momento da sua extinção maciça, mas a forma misteriosa como esse mundo nos reflecte a nós próprios”. De facto, o alinhamento de objectos, artefactos e testemunhos que fazem a exposição documenta aquilo que era a vida quotidiana no Império Romano nesses anos de apogeu, quando o imperador Tito Flávio – o mesmo que inaugurou o Coliseu de Roma – governava um vasto território que ia desde o Egipto até às lhas Britânicas. Pompeia e Herculano eram à data da tragédia do Vesúvio duas terras florescentes na região da Campânia. “Entre uma combinação de escravatura e engenharia hidráulica, os romanos livres viviam como nós, no nosso tempo, rodeados de bens de consumo e conforto engenhoso”, descreve Jonathan Jones, a realçar o carácter inesperadamente didáctico da exposição. Ou seja, eram duas cidades normais, subitamente vitimadas por um acontecimento extraordinário. Dentro dessa normalidade, estava também a realidade do sexo, tendo sido descobertos testemunhos e referências a várias dezenas de bordéis – um deles, preservado intacto, foi descoberto nas escavações de 1752, na Vila dos Papiros de Herculano, tendo depois sido trasladado para o Museu Arqueológico de Nápoles, onde só seria aberto ao público no ano. . . 2000. Uma estátua do deus Pan tendo relações sexuais com uma cabra, ou uma pintura mostrando um homem e uma mulher experimentando uma nova posição sexual, enquanto um escravo espera à porta, são dois exemplos de representações da vida sexual na exposição, que Jonathan Jones descreve como “um encontro com uma sociedade miraculosamente imperfeira e fascinante, com sexo e morte, com o épico humano que era Roma”.
REFERÊNCIAS: