“Tentamos que os livros sejam um elo de ligação entre pais e filhos”
Planeta Tangerina eleita a melhor editora europeia de livros para a infância na Feira do Livro Infantil de Bolonha. (...)

“Tentamos que os livros sejam um elo de ligação entre pais e filhos”
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-03-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Planeta Tangerina eleita a melhor editora europeia de livros para a infância na Feira do Livro Infantil de Bolonha.
TEXTO: Na terça-feira à noite, quando na Feira do Livro Infantil de Bolonha a editora portuguesa Planeta Tangerina foi eleita a melhor da Europa, Daniel Pennac, o conhecido autor francês, foi feito Doutor honoris causa da universidade da cidade. Na cerimónia, os adultos fizeram-lhe a pergunta do costume: como se levam as crianças a ler? Ele respondeu: “Leiam também. Isso basta. ” Isabel Minhós Martins, uma das fundadoras e autora da maior parte dos textos da Planeta Tangerina, conta isto para nos aproximar da forma como são pensados as obras da editora. “Tentamos que não sejam exclusivamente para crianças, mas, antes um elo de ligação entre pais e filhos”, explica ao PÚBLICO a partir de Bolonha. “O prazer de leitura a que um miúdo assiste num adulto acaba por querer replicar. ”Intitulado BOP, o prémio não monetário criado para assinalar os 50 anos de existência da feira, o mais importante espaço internacional de divulgação e negócio deste sector da edição, pretende homenagear as melhores editoras mundiais – as que, segundo a organização, “estão na linha da frente da inovação na literatura para a infância” e que se destacaram pelas suas escolhas editoriais ao longo do ano anterior à feira. As escolhas são feitas em votação entre pares. Na secção dedicada à Europa, a Planeta Tangerina estava nomeada com a francesa Editions Thierry Magnier, a checa Baobab, a italiana Edizioni EL e a alemã Beltz & Geldberg. Noutras secções foram ainda distinguidas congéneres da América do Norte, América Central e do Sul, África, Ásia e Oceania. Isabel Minhós Martins sublinha que “há imensas editoras na Europa” e que “só ser nomeado é fantástico”: “Nem sabemos como aconteceu. Há centenas de editoras excelentes. ”Criada em 2004, a Planeta Tangerina inclui, para além de Minhós Martins, os ilustradores Bernardo Carvalho, Yara Kono e Madalena Matoso. O livro Pê de Pai, de 2006 e hoje integrado no Plano Nacional de Leitura, com recomendação para o primeiro ano de escolaridade, está entre os mais conhecidos da editora. Segundo Isabel Minhós Martins é exemplar da forma como a Planeta Tangerina procura partir de um conceito ou ideia para, depois, trabalhar texto e imagem como realidades complementares. “Agora que já passou algum tempo, já conseguimos olhar para trás e ver que há temas que são mais frequentes. Um deles é a família. O Pê de Pai foi pensar que quando alguém tem um filho se transforma em tudo em função das necessidades do momento. ”O pai-cabide para o casaco despido a meio das brincadeiras, o pai-casaco para proteger da chuva, o pai-despertador pela manhã, o pai-sofá onde a criança se senta e aninha. No livro, as imagens vão-se sucedendo, as palavras rareiam. “Às vezes é preciso calar algumas palavras para a imagem falar”, diz Isabel Minhós Martins. Segundo explica, uma das preocupações da editora é que texto e imagem não se sobreponham em redundâncias, mas, antes, que se complementem em diversos níveis de leitura. Outra preocupação é a procura de temas novos ou novas abordagens aos grandes temas. “Há milhões de livros”, diz Minhós Martins, que explica que, talvez, uma das marcas distintivas da editora seja uma certa despreocupação com a imediatez. “No fundo trabalhamos em função daquilo de que gostamos. Não é necessário que as crianças nos percebam à primeira e acho que, nas livrarias, não somos as suas primeiras escolhas – suponho que se dirijam primeiro a coisas mais comerciais ou que reconhecem da televisão. Mas os pais fazem esta escolha, que acabam por passar aos filhos. Isso acontece, e é importante que aconteça, com muitas coisas na vida. ”Em Bolonha, a Planeta Tangerina conquistou ainda uma menção especial na categoria de primeira obra com o livro A Ilha, de João Gomes de Abreu e Yara Kono. Na feira, a editora, que tem obras traduzidas em línguas como o inglês, francês, italiano, coreano e norueguês, apresentou também alguns títulos novos, como Tantos Animais e Outras Lengalengas de Contar, de Manuela Costa Neves e Yara Kono, e Irmão Lobo, de Carla Maia de Almeida e António Jorge Gonçalves. Segundo a Lusa, para o reconhecimento da Planeta Tangerina poderá ter contribuído o facto de Portugal ter sido em 2012 o país convidado da feira, dando mais visibilidade externa ao mercado nacional. A editora esteve também nomeada, pela segunda vez consecutiva, para o prémio sueco Astrid Lindgren Memorial Award (ALMA), no valor de 500 mil euros, que foi atribuído à ilustradora e escritora argentina Marisol Misenta (Isol, como assina os seus livros). Notícia actualizada às 12h45 com novas declarações de Isabel Minhós Martins
REFERÊNCIAS:
Quando uma decisão-relâmpago é a melhor opção... e pensar não adianta
Nós, humanos, acreditamos que o facto de ter tempo para pensar permite tomar decisões mais certas. E se isso fosse apenas um preconceito e o cérebro se baseasse muito mais na nossa intuição do que imaginamos? (...)

Quando uma decisão-relâmpago é a melhor opção... e pensar não adianta
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 1.0
DATA: 2013-03-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Nós, humanos, acreditamos que o facto de ter tempo para pensar permite tomar decisões mais certas. E se isso fosse apenas um preconceito e o cérebro se baseasse muito mais na nossa intuição do que imaginamos?
TEXTO: “Quando vou ao restaurante, demoro imenso a escolher o que vou comer. Não consigo fazer de outra maneira, mas não tenho a certeza de que essa deliberação me permita desfrutar mais da refeição do que se tivesse escolhido outro prato. ” Foi com este exemplo da sua vida quotidiana que Zach Mainen, director do Programa de Neurociências da Fundação Champalimaud, em Lisboa, explicou esta quinta-feira ao PÚBLICO os resultados do trabalho que publicou online a revista Neuron. O estudo foi liderado por este neurocientista norte-americano no Laboratório de Cold Spring Harbor, nos EUA, antes de ele ter vindo viver para Portugal. Entretanto, já foram obtidos mais resultados cá e outros artigos foram ou deverão ser submetidos para publicação. Mas aquele foi o ponto de partida. “Muitas vezes, se demorarmos mais tempo, conseguimos melhorar o nosso desempenho”, explica Mainen. Mas há limites: mesmo num exame escolar, após várias horas, isso já não é possível. E, muitas vezes, a melhor decisão pode também consistir em optar sem pensar, intuitivamente. É essa diferença que os cientistas querem elucidar: “Estamos interessados em saber por que algumas decisões parecem beneficiar da atribuição de tempo e outras não; por que é que algumas decisões exigem mais tempo e outras menos. É algo que tem sido pouco estudado. ”Para o fazer, submeteram ratos a tarefas perceptuais simples de discriminação de cheiros. E mostraram que, uma vez treinados, os animais demoravam, quando muito, 300 milissegundos a decidir. E mais: mesmo que os obrigassem a retardar a decisão — ou que reduzissem a água que recebiam por cada resposta certa quando decidiam demasiado depressa (como quem diz “atenção, pensem bem antes de responder!”) —, o desempenho dos ratos não era melhor do que quando apenas dispunham de umas centenas de milissegundos. O que pareceu funcionar melhor nestas experiências foram as decisões “intuitivas”, os palpites, e não as decisões ponderadas, pensadas. “Os palpites funcionam como uma espécie de processo de reconhecimento de padrões que pode ser realizado muito depressa pelo cérebro”, salienta Mainen. “Pensamos que, quando os animais se tornam peritos na tarefa, deliberarem torna-se supérfluo. ”O mesmo acontece, especula Mainen, nos humanos. “A questão de saber se a deliberação acrescenta alguma coisa permanece em aberto”, diz. E exemplifica: há pessoas que são muito boas a ler expressões faciais para detectar suspeitos. Mas quando se tornam exímios nisso, deixam de conseguir analisar realmente o seu processo de decisão e passam a funcionar só com base em impressões, em informação sensorial. “Se continuassem a olhar para um rosto durante uma hora isso não adiantaria nada”, diz Mainen. “A única coisa que os poderia ajudar era terem mais informação. ”O derradeiro objectivo é saber o que se passa no cérebro durante as decisões-relâmpago — e se os circuitos e mecanismos das decisões rápidas são diferentes dos que lidam com decisões mais lentas. “Os processos de decisão estão na base de tudo o que fazemos”, diz Mainen. “Temos de perceber como funcionam. ”
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Entidades EUA
Bandeira verde voltou às praias urbanas da Póvoa de Varzim
Bandeira vermelha tinha sido hasteada por receio que o cachalote em avançado estado de decomposição que deu à costa tivesse contaminado a água. (...)

Bandeira verde voltou às praias urbanas da Póvoa de Varzim
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DATA: 2013-07-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Bandeira vermelha tinha sido hasteada por receio que o cachalote em avançado estado de decomposição que deu à costa tivesse contaminado a água.
TEXTO: A Capitania do Porto da Póvoa de Varzim hasteou nesta terça-feira a bandeira verde, depois de na véspera ter dado à costa um cachalote morto que a levou a desaconselhar a ida a banhos. O comandante da Capitania, capitão-de-fragata Humberto Rocha, declarou à Lusa que a situação está “normalizada”, tendo já sido retirada a bandeira vermelha. Desta forma, avançou, os banhistas podem ir à água sem preocupações. A Capitania, disse ainda, que aguarda os resultados das análises efectuadas na segunda-feira à qualidade da água balnear. Na segunda-feira, a Câmara da Póvoa de Varzim e a Capitania desaconselharam os banhos de mar nas praias localizadas na frente urbana da cidade, depois de um cachalote de três metros ter dado à costa, domingo, em avançado estado de decomposição. As autoridades locais optaram por “desaconselhar a prática de banhos nas praias que vão desde o porto de pesca local e o Alto Martim Vaz, como “medida cautelar na prevenção contra possível contaminação microbiológica”, explicou a câmara. A medida visou a prática de uma “boa saúde pública” que advém das “normas exigentes decorrentes do programa Bandeira Azul”.
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Palavras-chave morto
Conselho Nacional de Educação não deve querer ser "oposição ao ministro"
David Justino tomou nesta terça-feira posse como novo presidente do CNE. (...)

Conselho Nacional de Educação não deve querer ser "oposição ao ministro"
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DATA: 2013-07-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: David Justino tomou nesta terça-feira posse como novo presidente do CNE.
TEXTO: O novo presidente do Conselho Nacional de Educação, David Justino, afirmou nesta terça-feira que não quer um conselho de “oposição ao ministro”, nem preocupado com o seu bem-estar, e prometeu “lutar até ao fim” pela isenção e autonomia do organismo. David Justino, que hoje tomou posse como presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), numa cerimónia no Salão Nobre da Assembleia da República, recordou em declarações aos jornalistas que quando foi ministro da Educação no Governo de Durão Barroso não gostou de alguns pareceres emitidos pelo conselho, mas, disse, “é a vida”. “Acho que o CNE tem que emitir os pareceres não para fazer oposição ao ministro, mas para fazer um parecer fundamentado com critérios claros de sustentação das ideias. Se isso afecta o bem-estar ou mal-estar do ministro, nós não podemos pensar nisso. O CNE é um órgão autónomo e independente e é isso que lhe permite manter a isenção no seu trabalho. Essa característica vou lutar por ela até ao fim”, assegurou. No seu discurso de tomada de posse, recuperou a metáfora de “construtor de pontes” que já tinha utilizado perante os deputados da Comissão Parlamentar de Educação, afirmando-se como um “conhecedor das margens” — foi autarca, deputado, ministro, investigador e professor, algo que fez questão de sublinhar que nunca deixou de ser —, e afirmou que as pontes em educação representam uma busca incessante de compromissos, “que se têm revelado tão difíceis”. David Justino quer que o CNE seja “uma ajuda” à tomada de “decisões sustentadas e fundamentadas” pelo Ministério da Educação e pelos deputados, na Assembleia da República, sem nunca desrespeitar divergências e ideologias e focando-se nos pontos comuns e de entendimento. O novo presidente quer também dar ao CNE um carácter de antecipação, uma capacidade de pensar o futuro e de “apontar problemas que não se põem agora, mas que se podem vir a colocar”. “Se for possível fazer do CNE a casa comum da Educação ficarei muito honrado”, disse, recusando ainda fazer qualquer avaliação do trabalho da sua antecessora, Ana Maria Bettencourt, responsável pela emissão, nos últimos tempos, de pareceres muito críticos à política de Educação do Governo. Crato descarta revisão da lei de basesPresente na tomada de posse, o ministro da Educação, Nuno Crato definiu David Justino como “uma pessoa altamente competente e conhecedora” da área da Educação, e revelou-se esperançado no trabalho que venha a desenvolver à frente deste órgão consultivo do Ministério da Educação, e disponível para manter aberto o diálogo com o CNE, sublinhando que “as ajudas são sempre bem-vindas”. Crato considerou ainda que o novo presidente do CNE teve “o mérito, a seu tempo” de questionar “algumas vacas sagradas” da Educação, “como a necessidade de transmissão de conhecimento, que era algo que estava praticamente banido na linguagem da Educação”. Crato afirmou também que a revisão da Lei de Bases do Sistema Educativo “não é uma prioridade” do ministério, apesar de o novo presidente do CNE já ter dito que quer revê-la exaustivamente. “Todos os contributos que o CNE der sobre a lei de bases são sempre importantes. Neste momento não temos como prioridade fazer uma revisão da lei de bases, porque temos adoptado uma política que é a de fazer pequenas mudanças graduais, no sentido de melhorias nos vários aspectos do ensino”, disse. Reconheceu, no entanto, que existem “coisas que estão um bocadinho desactualizadas, como a separação do 3. º ciclo e do ensino secundário”, que deixou de fazer sentido quando a escolaridade obrigatória foi alargada de nove para 12 anos. A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, que presidiu à cerimónia da tomada de posse, citou o filósofo alemão Emmanuel Kant, que definiu a “ilustração” como o meio de retirar os povos da sua menoridade, e equiparou a educação à ilustração. Depois de sublinhar que o presidente do CNE vai ocupar “um lugar tão importante como o de todos os Governos somados”, Assunção Esteves recuperou a metáfora do “construtor de pontes” usada por Justino e, lembrando que “não costuma ser feliz com metáforas” — depois de uma citação sua de Simone de Beauvoir ter provocado polémica —, disse que a Educação “é a ponte e os pilares, o começo, o meio e o fim”.
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Palavras-chave lei educação ajuda
Moradores do Bairro do Nicolau, nas Fontainhas do Porto, estão a ser despejados
Pessoas estão a ser retiradas das casas construídas na escarpa. Se continuarem a recusar a mudança para o Bairro do Cerco, serão confiadas à Segurança Social. (...)

Moradores do Bairro do Nicolau, nas Fontainhas do Porto, estão a ser despejados
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DATA: 2013-07-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pessoas estão a ser retiradas das casas construídas na escarpa. Se continuarem a recusar a mudança para o Bairro do Cerco, serão confiadas à Segurança Social.
TEXTO: A Câmara do Porto está a proceder ao despejo dos moradores do Bairro do Nicolau, nas Fontainhas. Sem aviso prévio, pelas 8h, o enorme contingente de elementos da PSP, Polícia Municipal e técnicos de vários serviços municipais começou a bater à porta das casas, informando as pessoas de que tinham de sair. O município quer demolir o bairro e consolidar a escarpa, dos Guindais às Fontainhas, onde garante não existirem condições de segurança nem de habitabilidade. Isabel Lima é uma das pessoas que, em Maio, quando foi afixado o edital a avisar os moradores de que tinham de sair, se recusaram a aceitar a única solução proposta pela empresa municipal Domus Social para o realojamento – um apartamento no Bairro do Cerco. Esta manhã, com o coração ao pé da boca, pensava em voz alta: tanto dizia que não sabia o que fazer à carne que tinha no congelador como se perguntava como iria explicar ao ex-companheiro o que estava a acontecer aos três filhos (de 15, 7 anos e de cinco meses) do casal e a todo o bairro, onde ela morou toda a vida. “Bateram à porta pelas 8h: 'pum-pum-pum'! Parecia uma rusga. Era um aparato enorme. Cortaram a água, mas já a restabeleceram, e começaram logo a mudar as fechaduras. Arrancaram-me a corda com a roupa estendida… Se houvesse traficantes aqui, não faziam isto”, disse ao PÚBLICO. No local está também um autocarro que, segundo foi possível apurar, deverá levar os moradores do bairro para a Segurança Social. Isto, embora Filipa Melo, administradora da Domus Social, vá insistindo que a empresa municipal tem tudo preparado para que, a qualquer momento, as 25 pessoas, de oito famílias que ocupam 12 casas do bairro, possam recuar e aceitar os apartamentos "reabilitados, prontos a habitar" que lhes estão reservados no Bairro do Cerco. O seu realojamento, eventualmente em pensões, a cargo da Segurança Social só ocorererá se elas mantiverem a recusa intransigente do Cerco. "Quatro moradores já aceitaram", sublinha Filipa Melo. O que é outra forma de dizer que apenas quatro dos moradores, logo no início do processo, em Maio, aceitaram a mudança para aquele bairro, que todos aqui associam a droga e insegurança. A operação está a decorrer pausadamente e a bom ritmo. Além das pessoas, têm sido retirados do local cães, gatos, galinhas e até um melro. Ninguém sabe como retirar deste bairro colado à linha férrea, cujo acesso se processa por uma ponte metálica sobre a linha, um porco cuja existência está referenciada pelos serviços camarários. Mas também ainda ninguém viu o bicho. Há quem faça figas para que o porco já tenha sido reduzido a febras. Alguns dos animais já recolhidos estão a dar entrada no canil municipal. Isabel Lima não sabe o que vai fazer a seguir. “Disseram-nos para trazer apenas o essencial, que depois podíamos voltar cá e vir buscar o resto. Mas já trocaram as fechaduras…”, lamentava-se. Há funcionários da Águas do Porto que passam com malas cheias de contadores de água, dos antigos. Rebelo Carvalho, o comandante operacional da Protecção Civil municipal, garante que ninguém trocou fechaduras: "O que se fez foi selar as casas. Os moradores vão ser colocados a salvo e voltarão cá, mais tarde, para tratarem da mudança e do transporte dos seus bens para o local seguro que escolherem". Rebelo Carvalho e o comandante da Polícia Municipal, Leitão da Silva, insistem muito nesta ideia: o que se está a aqui a passar não é um despejo nem uma operação policial, mas sim uma operação de socorro, a cargo da Protecção Civil. Apesar de não terem tido qualquer indicação da Câmara do Porto de que o despejo estava iminente, os moradores tinham ficado de sobreaviso na terça-feira, pelo facto de terem sido visitados por elementos da Águas do Porto e de outros técnicos. Na altura, Isabel Lima garantiu ao PÚBLICO que os técnicos não tinham prestado qualquer informação aos residentes. A Protecção Civil, em resposta escrita enviada ao PÚBLICO, explicou apenas que, “decorrido o prazo sem que as construções tivessem sido demolidas pelos proprietários e mantendo-se parte das casas ocupadas, o município entendeu realojar os ocupantes, tendo em conta o risco iminente” da escarpa. A mesma fonte não esclareceu, contudo, se o município tinha qualquer nova alternativa de realojamento para apresentar aos moradores. Em Junho, o vereador da Protecção Civil, António Sousa Lemos, disse, em reunião de câmara, que a “urgência [na demolição do Bairro do Nicolau]" seria sempre "muito subjectiva”. Terça-feira, os serviços que dirige indicaram ao PÚBLICO, sem precisar qualquer data, que, após o “realojamento” dos moradores, seriam “levadas a cabo diversas intervenções, nomeadamente a demolição do casario seguida da intervenção na escarpa”. Esta manhã, a administradora da Domus Social reiterou que o Bairro do Cerco foi o único da cidade onde a empresa municipal conseguiu arranjar apartamentos suficientes para toda a gente do Bairro do Nicolau, para não desmantelar a comunidade. Revoltado, mas mantido fora do perímetro de segurança definido pelas autoridades, o arquitecto Fernando Matos Rodrigues, especialista nas "ilhas" e noutras formas de habitação tradicional do Porto, protestava contra o que se estava a passar. O arquitecto, que organizou recentemente uma assembleia de moradores e académicos no local, punha em causa o argumento camarário de que a potencial instabilidade da escarpa, debruçada sobre o Douro, requer o despejo dos moradores e a demolição do casario - que começou nas tais quatro casas que já estavam devolutas. E admitia avançar com uma providência cautelar, que dificilmente chegará a tempo, mesmo que deferida. Fonte da Protecção Civil disse ao PÚBLICO que nesta quarta-feira não haverá demolição, propriamente dita: "O que se está a fazer é a deixar as casas sem condições de habitabilidade, para que não possam voltar a ser ocupadas por ninguém", explicou.
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O primeiro hambúrger-proveta foi cozinhado e comido em Londres
Carne artificial poderá tornar-se uma alternativa sustentável à produção de gado. Parece carne, mas o sabor não é o mesmo. (...)

O primeiro hambúrger-proveta foi cozinhado e comido em Londres
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2013-08-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Carne artificial poderá tornar-se uma alternativa sustentável à produção de gado. Parece carne, mas o sabor não é o mesmo.
TEXTO: O primeiro hambúrger-proveta foi cozinhado e comido nesta segunda-feira à tarde em Londres, por dois corajosos voluntários. O hambúrger foi criado por uma equipa de cientistas holandeses com células estaminais de vaca. Os seus 140 gramas custaram, até agora, qualquer coisa como 250 mil euros, o valor gasto neste projecto de investigação. As células estaminais têm a capacidade de dar origem a várias células do organismo. Neste caso, a equipa de Mark Post, da Universidade de Maastricht, utilizou células estaminais extraídas do músculo de vacas – ou seja, que iriam originar células do músculo. No laboratório, os cientistas cultivaram-nas depois usando nutrientes e substâncias químicas promotoras de crescimento – e, algumas semanas depois, elas multiplicaram-se em milhões e milhões de células. Na fase seguinte, essas células foram colocadas em placas com pequenos buracos em forma de anel. Ficaram aí a formar pequenas tiras de tecido de músculo, com cerca de um centímetro de comprimento e alguns milímetros de espessura, refere uma notícia da BBC online. Essas tiras de tecido de músculo foram congeladas, em seguida descongeladas e amalgamadas numa pasta, prontas para serem cozinhadas. Por enquanto, esta carne artificial é esbranquiçada, o que é algo distante de um suculento pedaço de carne vermelha, porque, entre outras coisas, lhe falta o sangue. Para que a experiência não fosse sensaborona, o hambúrger cozinhado hoje em Londres foi tingido com sumo de beterraba, para se assemelhar a um pedaço de carne convencional, acrescentando-se ainda pão ralado, caramelo, açafrão para dar sabor. Experiências iniciais realizadas pela equipa sugeriram que o hambúrger não tinha um grande sabor, admitia Mark Post à BBC online, mas que era “suficientemente bom”. Depois de esta segunda-feira ter levado à boca um pedaço do hambúrger acabado de fazer, Hanni Rützler, especialista em alimentação e um dos voluntários, até gostou do que comeu: "É quase carne", acrescentando que esperava que a textura fosse mais macia e que sentiu a falta de sal e pimenta. "A superfície é crocante. "O outro voluntário, o crítico gastronómico Josh Schonwald, disse que a "textura é semelhante à da carne": "Mas sinto a falta da gordura", acrescentou, antes de afirmar que o que foi "consistentemente diferente foi o sabor". Em 2010, um jornalista russo que visitou o laboratório de Mark Post tinha-se aventurado a provar a carne artificial e o seu relato da experiência, segundo o cientista holandês citado numa notícia da revista Nature na altura, o músculo in vitro era “difícil de mastigar” e “sem sabor”. A equipa está a tentar resolver a parte do aspecto: Helen Breewood, que trabalha com Mark Post, tem feito experiências que procuram conferir um aspecto vermelho à carne artificial, estimulando a produção de mioglobina, a proteína que contém o ferro e transporta o oxigénio no sangue. Por outro lado, para fazer pedaços de carne maiores, será preciso um sistema circulatório artificial que distribua oxigénio e nutrientes aos tecidos. Para quê tudo isto? Porque a produção de carne vai tornar-se insustentável, com uma procura cada vez mais crescente à medida que a população global aumenta, com custos ambientais, ao nível do consumo de energia, de água e de emissões de gases com efeito de estufa resultantes da criação de gado. “As pessoas podem achar que é uma maneira louca produzir carne. Mas a maneira de produzir carne agora não é sustentável. Não é bom para os animais, para o ambiente”, disse à BBC Mark Post. “Esta é uma das alternativas e pode ser, na verdade, a alternativa. ”A tornar-se uma realidade, os consumidores ainda terão de esperar até daqui dez a 20 anos, diz a equipa, para se cruzarem com um naco de carne artificial nos supermercados. Mais informação pode ser vista aqui.
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Palavras-chave carne consumo vaca
A conservação da natureza, as florestas e o Estado
Com a recente remodelação governamental, separando os sectores da Agricultura e do Ambiente, cortou-se o bebé ao meio, mas sem o cortar. (...)

A conservação da natureza, as florestas e o Estado
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DATA: 2013-08-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Com a recente remodelação governamental, separando os sectores da Agricultura e do Ambiente, cortou-se o bebé ao meio, mas sem o cortar.
TEXTO: A conservação da natureza vai de muito boa saúde. Temos uma recuperação dos sistemas naturais pujante, com o regresso dos carvalhais, dos corços, das martas, dos lobos e qualquer dia, espero eu, dos ursos. Mas a conservação da natureza, enquanto sector institucional do Estado, está verdadeiramente em frangalhos. Não é só de agora, já vinha a dar sinais de desorientação há muito tempo. Quando a versão original deste Governo tomou posse, fundiu o sector da conservação com o sector das florestas, naquela velha técnica de baralhar e dar de novo quando não se sabe o que fazer. Esta fusão é perfeitamente razoável e defensável. Os serviços florestais foram criados para florestar o país, primeiro por razões de conservação do solo e de gestão da água. Sobretudo a partir do Estado Novo, acentuou-se a lógica económica, o que fazia sentido na altura e estava articulado com o facto de o Estado gerir os baldios como coisa sua. Depois do 25 de Abril e da entrada em força da produção industrial do eucalipto, a par com os problemas de gestão dos fogos resultantes do abandono agrícola, a função produtiva foi passando para os privados. Sobrou a gestão de recursos, como a protecção, a caça, a pesca e outros aspectos que, de uma maneira ou de outra, são essencialmente gestão de património natural. Dadas as profundas e antigas divergências entre os sectores da conservação e das florestas, o Governo inventou uma solução à moda da minha terra: nomeou para presidente do instituto que juntava os dois sectores desavindos uma pessoa que, por não perceber nem de conservação nem de florestas, não poderia ser conotada com ninguém. Não ser especialista de um sector não é impeditivo de ser um bom director-geral. João Menezes, um dos melhores presidentes que o sector da conservação teve, pouco percebia de conservação quando chegou. Mas numa situação de emergência financeira, sem dinheiro, com uma tutela política que também não só não percebia nada do assunto como tinha outras prioridades, juntar dois sectores tradicionalmente inimigos debaixo do mesmo tecto não é pêra doce. Nos últimos dois anos, estes dois sectores pouco mais têm feito do que se entreter com a sua fusão. Com esta remodelação governamental, separando os sectores da Agricultura, onde tradicionalmente se filiam as florestas, e o do Ambiente, onde tradicionalmente se filia a conservação, cortou-se o bebé ao meio, mas sem o cortar. Evitou-se optar por colocar as florestas na tutela do Ambiente, como têm feito muitos países e será uma inevitabilidade no futuro, ou entregar a conservação à Agricultura, o que pode fazer sentido porque é nos recursos do mundo rural que estão os recursos para gerir a conservação. É preocupante o facto do tal instituto que foi fundido estar na tutela de dois ministros? Nem por isso, o que é preocupante é a completa irrelevância destes sectores institucionais que permite que sejam tratados assim. “Tudo em volta está deserto / Tudo certo, como dois e dois são cinco. ”
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Tempo Abril
Cobra terá matado duas crianças no Canadá
Animal escapou de jaula numa loja e entrou no apartamento onde meninos dormiam. (...)

Cobra terá matado duas crianças no Canadá
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.2
DATA: 2013-08-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: Animal escapou de jaula numa loja e entrou no apartamento onde meninos dormiam.
TEXTO: Uma cobra exótica escapou de uma loja de animais em Cambellton, na província de New Brunswick, Canadá, e terá matado duas crianças, de cinco e sete anos, quando estas dormiam num quarto localizado por cima do estabelecimento comercial. As duas vítimas terão sido estranguladas. Tudo aconteceu na madrugada de segunda-feira, quando os dois rapazes dormiam na casa de um amigo, um apartamento situado no piso acima da loja especializada em animais exóticos. A polícia foi alertada pelas 06h30 locais (11h30 de Portugal continental). À chegada ao local foi confirmada a morte das duas crianças mas não foram avançados mais dados sobre o cenário em que os dois rapazes foram encontrados. “Uma investigação preliminar levou a polícia a considerar que uma cobra exótica escapou da sua caixa na loja durante a noite, entrou no sistema de ventilação e depois no apartamento”, indicou um comunicado das autoridades publicado no site da polícia canadiana. Neste momento, tudo aponta para que a “as duas crianças tenham sido estranguladas pela cobra”, acrescenta a nota. A autópsia será realizada esta terça-feira. À AFP, uma fonte policial confirmou que a cobra foi capturada e que a mesma não será entregue ao proprietário da loja. Segundo a Radio Canada, a cobra teria entre 3, 5 e 4, 5 metros e pesa cerca de 45 quilos, uma informação não confirmadas oficialmente. "Acidente sem sentido"A loja Reptile Ocean, de onde escapou a cobra, publicou entretanto uma mensagem na sua página no Facebook. “As mais profundas condolências vão para a família das crianças. Ocorreu um terrível acidente sem sentido”, pode ler-se na página, onde é ainda indicado que o site da loja foi temporariamente suspenso devido aos “comentários injuriosos” que ali foram publicados nos últimos dias. Não há ainda confirmação sobre que cobra terá estado envolvida no incidente. Informações iniciais identificavam-na como sendo uma jibóia boa constrictor, mas foi depois referida como sendo uma pitão. Segundo a BBC, o proprietário da loja indicou, em declarações à estação CTV News, que tinha o animal desde 2001. O director do Zoo Ecomuseum de Montreal disse, ouvido pela Radio Canada, que “é muito difícil acreditar” que uma boa constrictor, a confirmar-se que se trata desta cobra, tenha sido a causadora da morte das crianças. Segundo David Rodrigue, a verificar-se, “é um caso isolado, muito, muito extraordinário e muito pouco provável”. O responsável diz que se trata de um animal que morde para se defender e que estrangula a presa unicamente para se alimentar. Segundo David Rodrigue, o esse comportamento é estimulado pela fome e pelo odor transmitido pela presa. Nenhuma acusação foi formalizada até agora.
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Ministro da Economia quer "prudência" sobre "sinais" de crescimento económico
O banco Montepio divulgou um relatório, na segunda-feira, que indica que a economia registou um crescimento de 0,4% no segundo trimestre deste ano (...)

Ministro da Economia quer "prudência" sobre "sinais" de crescimento económico
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.2
DATA: 2013-08-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: O banco Montepio divulgou um relatório, na segunda-feira, que indica que a economia registou um crescimento de 0,4% no segundo trimestre deste ano
TEXTO: O ministro da Economia, António Pires de Lima, realçou nesta terça-feira que estão a surgir “sinais” que permitem “alguma confiança” em relação ao crescimento económico de Portugal, mas aconselhou “muita prudência” nesse tipo de análise. “É preciso dar nota de alguma confiança pelos sinais que estão a surgir, mas também de muita prudência, porque Portugal não pode passar de um registo de oito para 80 do ponto de vista das expectativas económicas”, afirmou. O ministro falava em Vila Nova de Milfontes (Odemira), quando questionado pela agência Lusa sobre um relatório do banco Montepio, divulgado na segunda-feira, que indica que a economia registou um crescimento de 0, 4% no segundo trimestre deste ano. A confirmarem-se estes dados, tal significa que o Produto Interno Bruto (PIB) português irá interromper um ciclo de 10 trimestres sempre em queda. As estimativas do Montepio, obtidas através do indicador compósito calculado pelo banco, somam-se às já apresentadas pela Universidade Católica, que tinha previsto um regresso ao crescimento da economia portuguesa no segundo trimestre, antecipando um aumento do PIB de 0, 6%. António Pires de Lima, que efectua hoje a sua primeira deslocação oficial desde que assumiu a pasta da Economia, remeteu mais declarações sobre estes assuntos para quarta-feira, dia em que visita a Feira de Mobiliário e Decoração de Paços de Ferreira. “Vou pretender falar sobre matérias económicas, dessas que me está a dar e que são importantes, mais amanhã [na quarta-feira]”, disse o governante. Pires de Lima vai visitar a 41. ª Capital do Móvel - Feira de Mobiliário e Decoração de Paços de Ferreira, que está a decorrer até ao próximo domingo no parque de exposições daquele concelho. Na deslocação de hoje a Vila Nova de Milfontes, o ministro da Economia encontrou-se com empresários do sector do turismo e efectuou uma caminhada pelo Trilho dos Pescadores da Rota Vicentina, implementado pela Associação Casas Brancas. De tarde, Pires de Lima ruma a Portimão, para uma visita que tem como objectivo identificar as necessidades de investimento para requalificação e revitalização dos portos comerciais do Algarve.
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A Amazon está a vender obras de arte
O Amazon Art arrancou esta terça-feira com mais de 40 mil obras de mais de 4500 autores. (...)

A Amazon está a vender obras de arte
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Amazon Art arrancou esta terça-feira com mais de 40 mil obras de mais de 4500 autores.
TEXTO: Surge apresentado como um passo no sentido da democratização do mundo das artes visuais, mas é também mais uma etapa ganha na via expansionista do grande gigante das vendas online: desde esta terça-feira, a Amazon tem um mercado da arte próprio, o Amazon Art. São já mais de 40 mil obras de fotografia, desenho, pintura, gravura e impressões assinadas por mais de 4500 autores num projecto que funciona, essencialmente, da mesma forma que as restantes secções de venda da Amazon, excepto que em ligação directa com um leque inicial de 150 galerias e comerciantes de arte associados. No comunicado que esta terça-feira divulgou, a Amazon deu exemplo apenas de galerias norte-americanas, entre elas a Paddle 8, de Nova Iorque, a Holden Luntz, de Miami, a Catherine Person, de Seatle, e a McLoughlin e a Modernbook, de São Francisco. Fez no entanto saber haver já também associados no Reino Unido, Holanda e Canadá. Mais um anúncio de grande impacto apenas um dia depois de se ter tornado pública a compra do conceituado diário norte-americano Washington Post por Jeff Bezos, o director executivo da Amazon que, num negócio de cerca de 189 milhões de euros, ficou também com as restantes publicações da Washington Post Company. “A Amazon Art (www. amazon. com/art) dá às galerias uma forma de trazer a sua paixão e especialidade sobre os artistas que representam até junto dos nossos milhões de clientes”, diz Peter Faricy, vice-presidente do Amazon Marketplace citado no comunicado da empresa. No mesmo comunicado são citados também representantes de algumas das galerias já associadas ao projecto, entre eles Osman Khan, um dos fundadores da Paddle8: “A Paddle8 Edições vende trabalhos de artistas internacionalmente conceituados para benefício de algumas das mais importantes organizações sem fins lucrativos e instituições culturais do mundo. Através da nossa nova relação com a Amazon, podemos expandir imensamente o nosso público”, disse. Já Holden Luntz, da galeria com o mesmo nome, surge citado numa reflexão sobre a rápida e dramática mudança dos modelos comerciais na era digital: “Temos uma galeria de arte maravilhosa, contudo, percebemos que os modelos de venda da arte contemporânea na era digital evoluíram e o ecomerce é um canal para chegar a mais clientes. ”Em termos de navegabilidade, comprar na Amazon Art não difere especialmente de comprar, por exemplo, um livro. Na página principal, na coluna da esquerda, os visitantes têm organizados em árvore os diferentes departamentos para que podem seguir: desenho, mix media, pintura, fotografia. . . Podem, no entanto, optar também por pesquisar através dos temas propostos pela Amazon – arte abstracta, natureza, figuras, arquitectura, animais… – ou por estilos – arte fotográfica, arte figurativa, impressionismo, arte moderna, século XIX… Podem até optar por pesquisar através de oito escalões de valor, de abaixo de 99 dólares (cerca de 74 euros) a montantes superiores a 10 mil (7, 5 mil euros). Segundo o comunicado da Amazon, esta terça-feira, entre os valores mais elevados estariam um Claude Monet por 1, 4 milhões de dólares (um milhão de euros) e um Norman Rockwell por 4, 8 milhões (3, 6 milhões). No momento da pesquisa do PÚBLICO, porém, essas peças não surgiram. Entre as quatro peças mais caras à venda estavam uma serigrafia de Andy Warhol e uma das pinturas circulares de Damien Hirst. A serigrafia de Warhol Van Heusen (Ronald Reagan), uma peça de 1985, estava à venda por 850 mil dólares (639 mil euros) mais 350 dólares (263 euros) de encargos de envio. Segundo a Amazon, o comprador deverá esperar ter esta peça em mãos entre seis e 10 dias após a compra através da Hamilton-Selway Fine Art. A pintura Beautiful Magnificent Stand and Deliver Painting (with Diamonds), assinada e datada por Hirst em 2007, estava à venda por 500 mil dólares (376 mil euros) através da Heather James Fine Art. A galeria não diz de quanto tempo precisará para a entrega, contudo, não cobra gastos de envio, assumindo-os ela mesma. Em qualquer dois dois casos, a Amazon mostra como a obra poderá ficar em nossa casa, numa parede branca junto a uma cadeira de forro cinzento e uma pequena mesa de apoio em verde.
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