Corte e colagem de cromossomas é uma das chaves para a evolução dos organismos
Como é que chimpanzés e humanos são tão parecidos e tão diferentes? Estudos de equipa portuguesa numa espécie de levedura, só com uma célula, dão algumas respostas. (...)

Corte e colagem de cromossomas é uma das chaves para a evolução dos organismos
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.6
DATA: 2013-08-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Como é que chimpanzés e humanos são tão parecidos e tão diferentes? Estudos de equipa portuguesa numa espécie de levedura, só com uma célula, dão algumas respostas.
TEXTO: Os cromossomas são os moldes originais da informação genética. Alojados no núcleo das células, são um conjunto de moléculas e ADN constantemente requisitados para a produção de proteínas a partir dos genes codificantes nesse ADN. A evolução tornou os cromossomas como caixas-fortes para proteger a informação genética, evitando ao máximo as mutações, que podem ser prejudiciais para os organismos. Mesmo assim, essas mutações ocorrem e, às vezes, não se limitam a um tijolo do ADN, num determinado gene, mas dão-se em porções significativas de um cromossoma. A essas alterações chamam-se rearranjos cromossómicos. As translocações são uma classe de rearranjos cromossómicos, em que dois cromossomas de tamanhos diferentes trocam uma porção dos braços. Estes rearranjos podem causar o aborto de um embrião, quando ocorrem nas células sexuais. Mas, se acontecem numa célula de um indivíduo adulto, poderão estar na origem de cancros. Para avaliar as consequências deste fenómeno e investigar se estas alterações nos cromossomas também poderão ser motores da adaptação e evolução dos organismos, uma equipa de investigadores portugueses do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em Oeiras, provocou translocações e inversões (outro tipo de rearranjo cromossómico) na Schizosaccharomyces pombe, uma levedura unicelular muito usada nos laboratórios. O resultado mostrou que algumas mutações podiam originar células com um metabolismo mais rápido, que prevaleciam. Noutros casos, as células passavam a dividir-se mais lentamente, mostrando que o rearranjo cromossómico não era positivo. Mas, uma célula mutada que se dividia menos podia adaptar-se melhor quando os investigadores a punham noutro ambiente, conclui o artigo da equipa publicado na última edição da revista Nature Communications. “As nossas estirpes de levedura têm exactamente a mesma sequência de ADN. Nós apenas mudámos a localização das sequências dos cromossomas. Deste modo, as nossas experiências mostram pela primeira vez os efeitos originados por alterações na arquitectura dos cromossomas”, diz em comunicado Ana Teresa Avelar, uma das autoras do artigo. Efeitos variadosJá foram documentados rearranjos cromossómicos em várias espécies animais, como nas moscas drosófilas, no parasita da malária ou em humanos. Alguns podem ser silenciosos e passarem despercebidos de pais para filhos, sem efeitos negativos. Mas, segundo a equipa, esses rearranjos cromossómicos que se encontram na natureza já sobreviveram ao teste da evolução e muitos outros não terão sobrevivido. Os investigadores queriam, assim, criar novos rearranjos para verificar se essas alterações eram rapidamente adoptadas e influenciavam a evolução ou se, na maioria dos casos, eram preteridas. Os cromossomas só ficam bem visíveis na altura das células se dividirem, quando a longa molécula de ADN fica enroladinha e apertada entre muitas proteínas, que se agregam, formando um icónico X. Enquanto os seres humanos têm 23 pares de cromossomas, incluindo o par de cromossomas sexuais, a espécie de levedura utilizada pela equipa do IGC só tem três cromossomas durante a maior parte da vida. Na experiência, o grupo liderado por Miguel Godinho Ferreira e Isabel Gordo criou oito translocações diferentes entre cromossomas e mais duas inversões. Imaginando que um cromossoma tem o formato de uma pessoa, uma inversão é como cortar o pescoço e inverter a posição da cabeça, pondo-a ao contrário por cima dos ombros. A subtileza daqueles dez rearranjos cromossómicos feitos no laboratório é que, apesar de ter havido cortes nas longas moléculas de ADN para se rearranjar os cromossomas, os cientistas quiseram garantir que a sequência de ADN resultante mantinha toda a integridade dos genes. Isto para que os moldes das proteínas não ficassem potencialmente estragados. Desta forma, tinham a certeza de que todas as consequências nas células alteradas se deviam unicamente a uma nova estrutura destes cromossomas e não a mutações específicas no ADN. Os resultados foram variados. Os cientistas observaram que, num ambiente perfeito para o crescimento destas leveduras, alguns rearranjos cromossómicos produziram células que cresciam 3% mais do que a variedade de leveduras-mãe. Mas outras tornaram-se mais lentas, tendo uma desvantagem de 1, 5% no crescimento. Este tipo de resposta mudava, contudo, noutros ambientes, mostrando que as leveduras mais adaptadas variavam de acordo com o meio. Adaptação: das células cancerosas até à evolução humana“Podemos agora inferir como as células cancerosas, com rearranjos cromossómicos, conseguem adaptar-se e crescer mais depressa do que as células normais; ou como pessoas com diferentes cromossomas podem ter problemas de infertilidade sem se aperceberem disso; e como estes rearranjos cromossómicos podem ser mantidos na população sem serem eliminados”, diz Miguel Godinho Ferreira no comunicado. Por outro lado, a equipa identificou uma alteração na actividade (expressão) dos genes que tinham mudado de sítio após os rearranjos feitos nos cromossomas. Nalguns casos, havia um efeito em cadeia, em que esta mudança de expressão genética afectou os três cromossomas. Para equipa, esta descoberta é importante. Se duas células têm um padrão de expressão genética diferente apenas por haver no cromossoma uma nova localização dos mesmos genes, então os rearranjos cromossómicos que acontecem na natureza podem desempenhar um papel na evolução dos seres vivos. “Os estudos que comparam humanos e chimpanzés mostram que mudanças de blocos de genes [nos cromossomas] são importantes para que os genes tenham expressões diferentes. Efeitos posicionais como estes podem traduzir-se em variações morfológicas e fisiológicas com implicações importantes na evolução”, escrevem os cientistas no artigo.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave aborto humanos espécie
Inglaterra começa a matar texugos para travar tuberculose bovina
Medida para conter doença que está a dizimar rebanhos levanta coro de protestos. (...)

Inglaterra começa a matar texugos para travar tuberculose bovina
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Medida para conter doença que está a dizimar rebanhos levanta coro de protestos.
TEXTO: Uma operação para matar milhares de texugos começou esta terça-feira no Reino Unido, como uma medida polémica para controlar a tuberculose bovina. Cerca de 5000 animais serão abatidos a tiro nas próximas semanas nos condados de Gloucestershire e Somerset, no sudoeste do país. O início da operação foi confirmado pela União Nacional dos Agricultores da Inglaterra e do País de Gales (NFU, na sigla em inglês), através de uma carta do seu presidente, Peter Kendall, aos associados, publicada no sítio da organização na Internet. “Escrevo-vos para informar que a primeira operação piloto de controlo de texugos começou. É um importante passo não só para os criadores de gado, mas para todo o sector agrícola”, escreveu Kendall. A tuberculose bovina tem vindo a alastrar em grande parte do Reino Unido desde os anos 1980. Segundo a NFU, cerca de 198. 000 vacas foram abatidas desde 2008, em locais onde houve surtos de tuberculose. Só em 2012, houve 5000 focos da doença. A NFU argumenta que se nada for feito, a expansão da tuberculose bovina vai custar cerca de mil milhões de libras (1200 milhões de euros) aos contribuintes nos próximos dez anos, em compensações pagas aos agricultores e outras despesas. Matar texugos – um pequeno mamífero que existe praticamente em toda a Europa – é uma das medidas identificadas para controlar a doença. O texugo (Meles meles) também é afectado pela tuberculose e pode transmiti-la para o gado. Um em cada três texugos nas zonas onde há focos de tuberculose bovina está infectado, segundo a NFU. “Não podemos continuar a matar dezenas de milhares de vacas todos os anos devido à tuberculose, sabendo que a doença existe de forma descontrolada em animais selvagens”, justifica Peter Kendall, na sua carta. O objectivo é abater 70% da população de texugos nas áreas do programa piloto. Com esta medida, combinada com outras, espera-se que o avanço da tuberculose bovina seja travado. “Sabemos que, apesar das medidas rígidas que já adoptámos, não conseguiremos controlar esta terrível doença enquanto não começarmos a lidar com a infecção nos texugos, além do gado”, disse esta terça-feira o ministro britânico do Ambiente, Owen Paterson. “Esta é a lição clara da Austrália, Nova Zelândia, Irlanda e Estados Unidos”, acrescentou. A medida está, no entanto, a provocar um onda de contestação. Cerca de 270. 000 pessoas subscreveram uma petição pública contra a operação de abate dos texugos. Nalguns pontos do país tem havido acções do protesto. “É um dia negro para o Reino Unido, uma vez que a ciência e a ética estão a ser sacrificadas no altar da política expedita”, afirma o veterinário Mark Jones, director da organização Humane Society International. Várias organizações não-governamentais têm argumentado que matar texugos terá um impacto marginal na redução da tuberculose bovina. Além disso, o método escolhido – o abate a tiro, a distância, ao invés de se capturarem os animais em gaiolas – é desumano. Muitos texugos podem ficar feridos e enfrentar uma morte lenta e dolorosa. Também se teme que o programa acabe por afugentar texugos doentes para outras áreas, disseminando ainda mais a tuberculose. “A ciência mostra claramente que o abate de texugos não é a solução para a tuberculose bovina e, na verdade, pode tornar o problema ainda pior”, diz Simon Nasch, da Somerset Wildlife Trust, uma organização ambientalista de uma das áreas onde a medida está a ser aplicada, citado pelo jornal The Independent. A alternativa melhor, segundo os contestatários, seriam uma combinação de outras medidas, incluindo a vacinação dos texugos – que está a ser testada no País de Gales. O ministro do Ambiente britânico diz, no entanto, que uma vacina eficaz e barata para os texugos está a “anos de distância”. “Se tivéssemos uma vacina funcional, seria utilizada”, sustenta Owen Paterson, acrescentando que mesmo assim a vacinação não resolveria o problema dos animais que já estão infectados. “Temos de utilizar todos os instrumentos possíveis, porque a tuberculose bovina é muito difícil de erradicar e está a se alastrar rapidamente”, acrescenta.
REFERÊNCIAS:
Desmoronamento de prédio no Brasil causa pelo menos seis mortos e 22 feridos
As causas da tragédia ainda são desconhecidas. Equipas de resgate encontram-se no local a prestar auxílio às vítimas. (...)

Desmoronamento de prédio no Brasil causa pelo menos seis mortos e 22 feridos
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.25
DATA: 2013-08-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: As causas da tragédia ainda são desconhecidas. Equipas de resgate encontram-se no local a prestar auxílio às vítimas.
TEXTO: A derrocada de um prédio na zona leste de São Paulo, no Brasil, provocou pelo menos seis vítimas mortais e 22 feridos, avançam as autoridades locais. Dos 22 feridos sete encontram-se em estado grave. O desmoronamento aconteceu por volta das 08h30 (12h30 em Portugal). Grande parte das vítimas são operários que trabalhavam na construção do edifícioOs ferimentos que inspiram mais cuidados terão sido causados pela “queda do prédio”, declarou Hideo Augusto, chefe da Polícia Militar. As equipas de resgate chegaram, inclusive, a ser orientadas por uma das vítimas soterradas através de um telefonema. As causas da derrocada são por enquanto desconhecidas. “Ainda é muito cedo para falarmos sobre o que aconteceu, será realizado um trabalho pericial, e só aí perceberemos o que se passou”, disse Hideo Augusto. A prefeitura de São Paulo, no entanto, já avançou que a obra não tinha alvará de construção e que a empresa já tinha sido multada duas vezes desde Março. Três veículos, 70 bombeiros e 60 polícias militares estão a socorrer as vítimas, para além de helicópteros e cães. O prédio estaria na fase final de construção e os trabalhadores estavam a colocar o telhado.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cães
Criados minicérebros em laboratório com células estaminais humanas
Estruturas de quatro milímetros são equivalentes ao cérebro de um embrião humano com nove semanas, mas não estão organizadas. Passo pioneiro ajudou a compreender as causas fisiológicas da microcefalia. (...)

Criados minicérebros em laboratório com células estaminais humanas
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Estruturas de quatro milímetros são equivalentes ao cérebro de um embrião humano com nove semanas, mas não estão organizadas. Passo pioneiro ajudou a compreender as causas fisiológicas da microcefalia.
TEXTO: São estruturas que estão a anos-luz de desenvolverem qualquer coisa parecida com o pensamento e, se as olhássemos num pratinho de laboratório, dificilmente reconheceríamos o órgão cinzento com circunvoluções esquisitas que está dentro da nossa cabeça. Mas os novos minicérebros, produzidos com células estaminais humanas num laboratório austríaco, são o mais parecido que alguma vez se conseguiu com o órgão que nos dá consciência, memória, cognição, emoções. Os autores, que publicam o trabalho na edição de hoje da revista Nature, explicam que estes minicérebros servem como modelos para estudar a complexidade do cérebro humano e perceber a causa de doenças como a microcefalia. No futuro, a equipa espera usá-los para compreender as raízes da esquizofrenia ou para se testarem fármacos. Afinal, o que tem de especial o cérebro humano? Talvez seja o órgão mais complexo do reino animal. Ao longo de milhões de anos, ganhou um volume inédito se o compararmos com o tamanho do nosso corpo. Além disso, tem várias regiões e permite-nos um grau de consciência e razão que ainda não encontrámos noutro ser. Mas ainda estamos longe de compreender as bases fisiológicas destas capacidades ou que erros ocorrem no desenvolvimento para aparecerem problemas tão radicais como a microcefalia, ou doenças tão complexas como a esquizofrenia. A equipa de Juergen Knoblich, do Instituto de Biotecnologia Molecular da Academia de Ciências da Áustria, em Viena, conseguiu criar um modelo do cérebro humano que pode ajudar a responder a algumas destas questões. Os cientistas criaram estruturas cerebrais de quatro milímetros, com tecidos que identificaram como sendo do córtex cerebral, da retina ou das meninges. Estas estruturas alcançaram um grau de desenvolvimento equivalente ao do cérebro de um embrião com nove semanas. Estes minicérebros foram construídos independentemente a partir de células estaminais embrionárias - retiradas de embriões humanos - e de células estaminais pluripotentes induzidas - obtidas por reprogramação genética de células adultas. Tanto as células estaminais embrionárias como as induzidas têm a capacidade de se diferenciar em qualquer tipo de tecido humano. Os cientistas começaram por colocar células numa cultura, onde se dividiram até formar uma pequena bola com células externas e células internas. Depois, mudaram o meio onde as bolinhas estavam, de modo a sobreviverem só as células externas, que acabaram por se diferenciar em neuroepitélio - o tecido embrionário que mais tarde vai dar origem ao cérebro. De seguida, colocaram este tecido em cima de um molde. Desta forma, o neuroepitélio cresceu num molde que deu ao tecido a forma propícia para se diferenciar no cérebro. Aqui, os cientistas passaram as estruturas para biorreactores, em que os nutrientes e o oxigénio foram mexidos, para que todas as células fossem alimentadas. Ao fim de 30 dias, o tecido desenvolveu-se até aos quatro milímetros de diâmetro. Se pensarmos no desenvolvimento embrionário humano, a partir de uma certa altura os vasos sanguíneos crescem até ao cérebro, irrigando-o com oxigénio e nutrientes e permitindo que se desenvolva mais. No laboratório, nada imitou o sistema vascular. Por isso, apesar de os cientistas manterem os minicérebros vivos durante 12 meses, as estruturas não passaram dos quatro centímetros e as células internas morreram. Deste modo, os minicérebros ainda ficaram muito longe de atingir as seis camadas do córtex cerebral e muitíssimo distantes de um verdadeiro circuito cerebral, que, nos humanos, permite a cognição. Mas a equipa de Juergen Knoblich observou a diferenciação das células nervosas, a sua migração e a ocorrência de sinapses. E viu que houve um desenvolvimento auto-organizado das estruturas do cérebro, que, embora não estivessem dispostas a nível anatómico como no embrião, podem agora ser estudadas. A equipa produziu ainda mini-cérebros com células estaminais de pessoas com microcefalia (que têm o cérebro mais pequeno do que o normal), associada neste caso à mutação de um gene. Puderam assim observar diferenças no desenvolvimento do córtex em relação às pessoas saudáveis. Os minicérebros que cresceram a partir das células provenientes destas pessoas também eram mais pequenos. As células do neuroepitélio originavam neurónios mais rapidamente. No futuro, Juergen Knoblich quer estudar doenças mais comuns como a esquizofrenia, "cujos primeiros problemas ocorrem ainda durante o desenvolvimento embrionário do cérebro", disse numa conferência de imprensa da Nature. Este modelo, defende a equipa, permitirá testar novos fármacos. Num comentário na Nature, Oliver Brüstle, da Universidade de Bona, na Alemanha, considerou que "este artigo põe [os minicérebros] no mapa dos instrumentos de investigação da biologia do desenvolvimento e da biomedicina. "
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave humanos cultura corpo animal
Morreu o poeta Seamus Heaney, Prémio Nobel da Literatura 1995
O escritor irlandês esteve várias vezes em Portugal após ter recebido o Nobel da Literatura (...)

Morreu o poeta Seamus Heaney, Prémio Nobel da Literatura 1995
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: O escritor irlandês esteve várias vezes em Portugal após ter recebido o Nobel da Literatura
TEXTO: O poeta irlandês Seamus Heaney, Prémio Nobel da Literatura em 1995, morreu esta sexta-feira em Dublin, no hospital Blackrock Clinic, onde ia ser submetido a uma operação que já não se efectuou. Heaney tinha 74 anos e era considerado por muitos o maior poeta irlandês desde William Butler Yeats. Professor de Literatura nas universidades de Oxford e Harvard, ensaísta de reconhecida importância e grande tradutor de poesia, Heaney foi também dramaturgo. Em Portugal, os seus poemas foram traduzidos por Vasco Graça Moura (Seamus Heaney - Antologia Poética, Campo das Letras, 1998) e Rui Carvalho Homem (Da Terra à Luz: Poemas 1966-1987, Relógio D’Água, 1997; Luz Eléctrica, Quasi, 2003). Após ter recebido o Nobel, Seamus Heaney viajou bastante, e esteve também algumas vezes em Portugal, primeiro a convite da capital da cultura Porto 2001 – participou, ao lado de Nuno Júdice, numa sessão na Biblioteca Almeida Garrett –, e depois em Coimbra, cuja universidade o doutorou honoris causa, em 2004. Nascido a 13 de Abril de 1939 numa quinta agrícola – era o mais velho dos nove filhos de Patrick e Margaret Heaney, um casal de lavradores –, Seamus Heaney estudou Literatura na Universidade de Belfast e estreou-se como poeta em 1965, com o livro Eleven Poems. A propriedade dos pais chamava-se Mossbawn, palavra que se tornará recorrente na sua poesia, atravessada de memórias da sua infância na Irlanda rural. A quinta paterna ficava na Irlanda do Norte, pelo que o poeta nasceu em território do Reino Unido, mas Seamus Heaney deixou claro desde cedo que se considerava um poeta irlandês. Em 1982, protestou mesmo contra a sua inclusão numa importante antologia de poetas ingleses organizada por Blake Morrison e Andrew Motion – The Penguin Book of Contemporary British Poetry –, avisando, em verso: “Be advised my passport’s green. / No glass of ours was ever raised/ to toast the Queen”. Numa entrevista ao PÚBLICO, em 2004, diz à jornalista Alexandra Lucas Coelho que o facto de ter estudado gaélico lhe deu a“noção de ter sido desapossado da língua irlandesa devido a séculos de língua inglesa”. E assumindo que cresceu sentindo uma “grande solidariedade política” com a minoria católica da Irlanda do Norte, “pelas discriminações que existiam”, Seaney afirma que a sua identidade se construiu “nessa resistência política e num cordão com o passado irlandês”. Mas também acrescenta que “as políticas de identidade são um pouco disparatadas” e obedecem a uma lógica que “reduz as possibilidades humanas”. Já depois de ter recebido o Nobel, Heaney aventurou-se a traduzir um dos textos mais célebres da tradição anglo-saxónica, o extenso poema heróico medieval Beowulf, transpondo-o para um inglês moderno deliberadamente marcado pela dicção e sintaxe da Irlanda do Norte. “Pensei que era pelo menos malicioso, irónico, ir às fundações da tradição anglo-saxónica e apropriá-la”, confessa na referida entrevista ao PÚBLICO. Aos 12 anos, o jovem Seamus ganhou uma bolsa de estudo que lhe permitiu estudar numa escola católica, o St. Columbus College, em Derry. Foi lá que recebeu a notícia de que o seu irmão Christopher, de 4 anos, morrera num acidente de viação. Muito mais tarde, no comovente poema Mid-Term Break, Seamus Heaney recorda que uns vizinhos foram buscá-lo ao colégio e que, ao chegar a casa, encontrou o pai a chorar no alpendre. Terminados os estudos liceais, mudou-se para Belfast, em cuja universidade estudou língua e literatura inglesas. Um livro do poeta inglês Ted Hughes (1930-1998), que descobre casualmente, impressiona-o tanto que decide tornar-se ele próprio poeta. “De repente”, explicará mais tarde, “a questão da poesia contemporânea era o material da minha própria vida”. Heaney terá oportunidade de conviver com Ted Hughes ainda nos anos 60 e descreve-o, na entrevista a Alexandra Lucas Coelho, como “uma figura muito poderosa, fisicamente”, e com uma grande energia criativa: “Era como estar numa sala com um jovem cavalo”. Formado em 1961, Heaney frequenta depois um curso de formação de professores e começa a publicar poemas em revistas e a conviver com outros poetas de Belfast, como Derek Mahon ou Michael Longley. E em 1965, no mesmo ano em que se casa com a professora e escritora Marie Devlin – destinatária de boa parte dos seus versos – , publica o seu primeiro livro, Eleven Poems. Mas a sua verdadeira estreia ocorre no ano seguinte, com a edição, na prestigiada Faber and Faber, de Death of a Naturalist, que ganhou vários prémios literários. Ainda em 1966, Seamus Heaney é nomeado professor de Literatura Inglesa Moderna na Queen’s University de Belfast, onde se licenciara, e nasce o primeiro dos seus três filhos, Michael. Em 1972, radica-se com a família na República da Irlanda, em Dublin, continuando a ensinar literatura, enquanto a sua obra poética e o seu trabalho ensaístico vão alcançando crescente reconhecimento crítico. Em 1980, a Faber publica uma escolha da sua poesia e um outro volume com a sua prosa seleccionada. Também a sua carreira académica progride: é convidado, em 1981, para leccionar na prestigiada universidade americana de Harvard e, em 1989, torna-se professor de Poesia na Universidade de Oxford. As frequentes leituras públicas que faz da sua poesia enchem as salas e atraem um exército de jovens fãs, cujo entusiasmo levou a que alguém tivesse posto a correr a expressão “Heaneyboppers”, um jogo de palavras com “teenyboppers”, termo que designa adolescentes obcecados com ícones da música ou da moda. A sua popularidade irá tornar-se mundial em 1995, quando recebe o Prémio Nobel da Literatura. O júri sublinhou a “beleza lírica” e a “profundidade ética” de uma poesia que “exalta os milagres quotidianos e o passado vivo”. Heaney tornava-se assim o quarto irlandês consagrado pela Academia Sueca, depois de Yeats, G. B. Shaw e Samuel Beckett. Desde que foi divulgada a notícia da sua morte, sucedem-se as reacções de pesar na imprensa irlandesa e inglesa. O presidente da República da Irlanda, Michael Higgins, salientou a sua "contribuição imensa", não apenas para as Letras, mas para a humanidade, e Carál Ní Chuilín, actual ministra da Cultura no governo da Irlanda do Norte, destacou o facto de a reputação mundial de que o escritor gozava nunca o ter levado a "perder de vista as suas raízes". O poeta Michael Longlay, um dos seus amigos de mais longa data, afirmou sentir-se "como se tivesse perdido um irmão" e exprimiu a sua convicção de que a morte de Seamus Heaney estaria a ser pessoalmente lamentada por muita gente, porque o escritor "tinha sempre tempo para falar com qualquer pessoa" e era incrivelmente "sedutor" e "divertido". Também o poeta e dramaturgo Simon Armitage referiu essa capacidade de Heaney para não deixar que o seu estatuto de "super-estrela da literatura" afectasse o modo natural e confortável como lidava com gente sem quaisquer ligações ao meio literário. Entre as dezenas de testemunhos de escritores e políticos que estão a ser divulgados pela imprensa, são muito raros, de resto, os que não acentuam a modéstia do escritor. "Seamus Heaney", resumiu o poeta Andrew Motion, "foi um grande poeta, escreveu coisas maravilhosas sobre poesia, e era uma pessoa de uma elegância e de uma inteligência verdadeiramente excepcionais.
REFERÊNCIAS:
FC Porto e Benfica gastaram quase 60 milhões em contratações
Os "encarnados" foram os que mais investiram, desembolsando 36 milhões neste defeso. (...)

FC Porto e Benfica gastaram quase 60 milhões em contratações
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.1
DATA: 2013-09-03 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20130903160331/http://www.publico.pt/1604753
SUMÁRIO: Os "encarnados" foram os que mais investiram, desembolsando 36 milhões neste defeso.
TEXTO: Os grandes clubes do futebol português gastaram em contratações para esta época um valor combinado de quase 60 milhões de euros, com destaque para Markovic (Benfica) e Herrera (FC Porto). O Benfica foi o clube português que até ao momento mais investiu em contratações: um valor estimado de 36 milhões de euros. A contribuir largamente para este verba está o novo “ídolo” dos adeptos benfiquistas, o sérvio Lazar Markovic (19 anos, ex-Partizan de Belgrado), que terá custado cerca de 10 milhões de euros. Também sérvio, mas proveniente dos holandeses do Heerenveen, o médio Filip Djuricic custou aos “encarnados” seis milhões de euros, o mesmo que 50 por cento do passe do extremo português Pizzi, envolvido num negócio com o Atlético Madrid e agora emprestado ao Espanyol. O passe do internacional português veio para o Benfica e para Madrid foi o passe do guarda-redes espanhol Roberto, pelo mesmo valor. O defesa argentino Lisandro López surge a seguir na lista dos mais caros deste ano no Benfica, com um montante de 5 milhões de euros pagos ao Arsenal Sarandí. O jogador acabou por ser emprestado aos espanhóis do Getafe, sem jogar um minuto na primeira divisão portuguesa. Já o médio sérvio Fejsa (Olympiakos) custou ao Benfica 4, 5 milhões de euros, enquanto o argentino Fariña chegou do Racing Avellaneda por 3, 5 milhões de euros, seguindo por empréstimo para o Baniyas (Dubai). Num momento em que o mercado de contratações está fechado em Portugal (mas os clubes ainda podem vender para equipas de campeonatos como a Turquia, a Ucrânia ou a Rússia), o Benfica terá realizado até ao momento 6 milhões na transferência de Roberto, 5 milhões na saída de Melgarejo para o Kuban Krasnodar e 2, 5 milhões por Nolito (Celta de Vigo), num total de 13, 5 milhões. Mexicanos obrigam FC Porto a abrir cordões à bolsaO FC Porto terá investido nesta época cerca de 22 milhões de euros, em virtude das contratações do mexicano Herrera ao Pachuca (8 milhões por 80 por cento do passe), do colombiano Quintero (5 milhões ao Pescara por metade do passe) ou de Diego Reyes ao América, por 7 milhões de euros. Os jogadores Tiago Rodrigues e Ricardo foram contratados ao Vitória de Guimarães por verbas estimadas em 1 milhão de euros cada. Já Licá e Carlos Eduardo foram contratados ao Estoril – e Josué ao Paços de Ferreira – por valores ainda não revelados. Na mesma situação está Ghilas, contratado ao Moreirense. Já nas vendas, o FC Porto consegue, com a saída de três jogadores, mais do triplo do que terá gasto: 70 milhões na venda conjunta de João Moutinho e James Rodriguez ao Mónaco (25 mais 45 milhões, respectivamente) e 4 milhões por Atsu (Chelsea). Sporting fica abaixo dos dois milhões de eurosEm plena reestruturação financeira, o Sporting terá investido este ano menos de dois milhões de euros. O clube “verde e branco” gastou 400 mil euros em Jefferson (uma das revelações do Estoril da época passada), 300 mil euros em Salim Cissé (ex-Académica) e meio milhão de euros no argelino Slimani (RC Belouizdad). A grande sensação da equipa leonina deste ano, o avançado Fredy Montero, chegou por empréstimo dos Seattle Sounders (Estados Unidos), tal como Welder, do Palmeiras. Por saber está ainda o valor da contratação de Vítor ao Paços de Ferreira, confirmada mesmo em cima do fecho do mercado. Nas vendas, o Sporting soma 10 milhões de euros pela transferência do holandês Van Wolfswinkel para os ingleses do Norwich, o mesmo valor que acaba de encaixar por Bruma, novo jogador do Galatasaray. Entre as vendas, figuram ainda os 7, 5 milhões de euros que o Liverpool vai pagar por Tiago Ilori. No total, 27, 5 milhões de euros em vendas. Título alterado às 15h45. É retirado o nome do Sporting do título, já que Benfica e FC Porto são os grandes responsáveis pelas compras
REFERÊNCIAS:
Cidades Porto Guarda Guimarães Madrid Belgrado Paços de Ferreira
Selvagens, cronologia de um conflito
Cronologia da “batalha” diplomática entre Portugal e Espanha sobre as ilhas Selvagens. (...)

Selvagens, cronologia de um conflito
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Cronologia da “batalha” diplomática entre Portugal e Espanha sobre as ilhas Selvagens.
TEXTO: 1911, Setembro - Governo espanhol envia uma nota ao governo português comunicando que deliberara incorporar as Selvagens no arquipélago das Canárias. A administração portuguesa protestou e foi acordado não praticar quaisquer actos que pudessem comprometer uma solução amigável da questão. 1938 - A Comissão Permanente de Direito Marítimo Internacional confirma a soberania portuguesa das ilhas1971 - O Estado português adquire o sub-arquipélago ao banqueiro madeirense Rocha Machado, instituindo, nesse mesmo ano, a Reserva Natural das Ilhas Selvagens1972 - No ano seguinte são apreendidas, nas ilhas, duas embarcações de pesca espanhola1975 - Aproveitando a turbulência política em Portugal, espanhóis das Canárias desembarcam na Selvagem Grande e hasteiam uma bandeira espanhola, embora a título absolutamente privado e sem qualquer apoio do governo espanhol1976 - É apreendida a embarcação espanhola "Ecce Homo Divino" e, dois anos depois, são apresados, também por pesca ilegal, outros barcos de frota espanhola. São efectuados voos por aviões espanhóis sobre a reserva natural abaixo da altitude permitida1991, Setembro – Mário Soares é o primeiro Presidente da Republica a visitar as Selvagens, em missão de reafirmação da soberania nacional, uma visita considerada “indesejada” por Alberto João Jardim1996 - Após alguns voos por caças da Força Aérea Espanhola, um helicóptero Puma AS-330 simula uma aterragem na Selvagem Grande, levando a queixas formais por parte do governo português e pedidos de desculpa por parte da Espanha. 1997 - Novos voos a baixa altitude de aviões militares espanhóis têm como consequência a chamada do embaixador espanhol ao Ministério dos Negócios Estrangeiros portuguêsPortugal mantém intactos os seus direitos sobre estas ilhas, com a ratificação da Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar, pelo Governo e Assembleia da República (AR). Nesta resolução reafirma-se, para efeitos de delimitação do Mar Territorial, da Plataforma Continental e da Zona Económica Exclusiva, os direitos decorrentes da legislação interna portuguesa no que respeita ao território continental e aos arquipélagos e ilhas que os integram. 2002 – As Selvagens aparecem “anexadas” às ilhas Canárias, no sítio da Comissão Europeia. Portugal apresenta protesto. 2003, Abril – O Presidente da República, Jorge Sampaio confirma soberania portuguesa com a sua presença nas selvagens2005, Junho - Quatro barcos de pesca espanhóis são detidos a 28 milhas náuticas ao sul das ilhas. Poucos dias depois, na Selvagem Grande, um biólogo e um dos guardas da reserva são ameaçados com faca e arpões por pescadores espanhóis. Uma unidade da marinha Portuguesa é colocada na ilha, durante um mês, para pôr fim à caça ilegal de espécies protegidas. 2007, Junho - Uma pesquisa espanhola e de resgate de avião sobrevoa as ilhas a baixa altitude, levando o Ministério português do Ambiente a pedir esclarecimentos ao seu homólogo espanhol sobre o assunto. 2009, Maio – O presidente da Assembleia da Republica, Jaime Gama, visita as Selvagens, acompanhado de deputados da comissão de Defesa Nacional2013, 5 de Julho - A Espanha envia carta reclamando oficialmente à Nações Unidas que as ilhas Selvagens são apenas “rochas” e não pertencem a Portugal. 2013, 18 de Julho - Cavaco Silva visita este extremo sul do território nacional, tornando-se o primeiro Presidente da República a pernoitar na mais antiga reserva natural de Portugal.
REFERÊNCIAS:
Bandeira verde voltou a ser hasteada na praia da marina de Portimão
Novas análises indiciam "boa qualidade da água", pelo que já é permitido ir a banhos. (...)

Bandeira verde voltou a ser hasteada na praia da marina de Portimão
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.2
DATA: 2013-09-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Novas análises indiciam "boa qualidade da água", pelo que já é permitido ir a banhos.
TEXTO: A Capitania do Porto de Portimão voltou esta manhã a hastear a bandeira verde na praia da marina de Portimão, permitindo a prática balnear, depois de a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ter desaconselhado os banhos naquele local, nesta terça-feira. Fonte da capitania disse que a água está já em condições para banhos mas remeteu para a APA mais pormenores. Ao PÚBLICO, este organismo confirmou que uma nova análise efectuada ontem indicia “boa qualidade da água”, pelo que foi levantada a restrição. “Não foi confirmada a existência de qualquer ocorrência ao nível dos sistemas de drenagem e tratamento de águas residuais, pelo que, até à presente data, não há qualquer evidência relativamente às circunstâncias que determinaram toda esta situação”, acrescenta a APA. A prática balnear tinha sido desaconselhada devido à contaminação da água por coliformes fecais, tendo sido detectada a presença da bactéria Escherichia coli (E-Coli). Esta bactéria habita normalmente nos intestinos de animais e humanos e a sua presença na água indica contaminação por fezes. Pode causar diarreia e infecções urinárias, entre outras doenças.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave humanos
Vídeos de vítimas de ataque químico na Síria mostrados a membros do Congresso
As imagens não provam quem cometeu o ataque de 21 de Agosto nos arredores de Damasco, mas foram autenticadas pela CIA. Surgem quando Obama intensifica campanha para convencer o Congresso da necessidade de um acção militar contra Assad. (...)

Vídeos de vítimas de ataque químico na Síria mostrados a membros do Congresso
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: As imagens não provam quem cometeu o ataque de 21 de Agosto nos arredores de Damasco, mas foram autenticadas pela CIA. Surgem quando Obama intensifica campanha para convencer o Congresso da necessidade de um acção militar contra Assad.
TEXTO: Dezenas de crianças jazem sem vida no chão, ao lado de adultos também eles mortos ou quase, num último sopro que os liga a um estado vegetativo, em que o corpo convulso se larga em espasmos e dor. Pessoas, na escuridão ou em salas com luz, são assistidas. Não é claro onde estão. Em casa, numa sala de hospital. Sufocam, vomitam, espumam da boca, reviram os olhos. São reacções próprias de um ataque químico que se vêem em 13 pequenos vídeos divulgados pela estação de televisão norte-americana CNN dois dias depois de terem sido mostrados a senadores em Washington. Estão também disponíveis, desde sábado, na página oficial do Comité dos Serviços Secretos do Senado norte-americano. Antes de divulgar as imagens, a televisão avisa que cada minuto perturba e justifica revelá-las por terem sido autenticadas pela CIA e serem uma parte central do debate. Os vídeos surgem ao público numa altura em que Obama intensifica a campanha para convencer o Congresso norte-americano e o mundo da inevitabilidade de uma intervenção militar contra o regime do Presidente sírio Bashar al-Assad. Washington responsabiliza o regime sírio pelo ataque químico com gás sarin de 21 de Agosto e que os Estados Unidos dizem ter vitimado mais de 1400 pessoas nos arredores de Damasco. Espera-se a partir desta semana uma decisão do Senado e Câmara dos Representantes ao pedido de luz verde feito pelo Presidente para uma acção militar. Os 13 vídeos foram divulgados na passada quinta-feira pelo comité dos serviços secretos a membros do Senado numa sessão fechada e serão mostrados também a membros da Câmara dos Representantes. Estão disponíveis no site do Senado. A CNN reitera que estas imagens chocantes são parte do debate mas não fornecem provas sobre a autoria do ataque de 21 de Agosto. Ouvem-se vozes a insultar “os cães de Assad" mas isso, insiste o correspondente da estação em Washington, não constitui prova. As imagens foram captadas por grupos da oposição síria na região oriental de Ghutta, à volta da capital, em localidades atingidas como Duma, Jobar ou Irbin. E foram divulgadas este sábado horas depois do discurso radiofónico semanal do Presidente em que Obama afirmava, lembrando as muitas outras imagens que circularam logo após o ataque da madrugada de 21 de Agosto em zonas predominantemente rebeldes: “Não podemos ficar cegos diante das imagens que nos chegaram da Síria. ”O New York Times diz que está em marcha a mais intensa campanha de lobbying, e que esta mobiliza toda a cadeia de conselheiros e responsáveis dentro do universo da Casa Branca, para reuniões, e para falarem em fóruns ou em entrevistas aos principais canais de televisão. O próprio Presidente, esta segunda-feira, gravará entrevistas com seis canais, incluindo ABC, CBS, NBC e CNN, numa corrida contra o tempo, antes de falar ao país na terça-feira à noite. "A Síria não será o Iraque"Nesse discurso, deverá expor aos americanos, relutantes em apoiar esta intervenção, que uma acção militar na Síria não é comparável à do Iraque em 2003. Frente à Casa Branca, em Washington, foi organizado um protesto este fim-de-semana, nota o jornal Christian Science Monitor, que descreve um país em larga maioria oposto a uma acção militar na Síria. O New York Times prevê como "extremamente difícil" para a Casa Branca inverter a posição tendencialmente contra (um ataque militar na Síria) prevalecente na Câmara dos Representantes, dizendo que um número cada vez maior de congressistas, democratas e republicanos, se preparavam para recusar a proposta do Presidente. Ao mesmo jornal, Denis McDonough, chefe de gabinete de Obama, considerou, no entanto, ser cedo para tirar conclusões sobre a posição dos congressistas e garantiu que "o esforço" de persuasão "iria intensificar-se na próxima semana". A semana que passou foi de intensos contactos da administração para tentar convencer o Congresso e vários países de que é preciso punir Damasco para impedir o risco de novos ataques químicos. Na Europa, para sensibilizar os países aliados a aprovar a estratégia americana, o secretário de Estado norte-americano John Kerry também defendeu que o mundo não podia assistir “em silêncio a um massacre”. Kerry mostrou-se optimista ao dizer em Paris que o número de Estados prontos a participar numa acção militar contra a Síria já tinha alcançado os “dois dígitos”. À espera dos inspectores da ONUReunidos no final da semana na cimeira do G20 em São Petersburgo, e depois dos contactos com o Presidente Obama, 11 países concordaram em apelar a uma “resposta internacional forte” invocando indícios claros de que foi o regime de Bashar al-Assad que ordenou o ataque químico. Também a União Europeia admite a existência de “sinais claros” da rsponsabilidade do regime de Assad e pediu uma “resposta forte e clara” depois de um encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros em Vilnius, onde este sábado também esteve Kerry para contactos com os seus homólogos europeus. A maioria dos países que aprovam uma resposta contra Damasco, incluindo a França que se posicionou ao lado dos Estados Unidos (além da Arábia Saudita e Turquia), aguardam as conclusões do relatório dos inspectores da ONU actualmente na Síria com a missão de comprovar ou não que houve ataque, mas não de apontar os responsáveis.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Mais candidatos conseguem colocação à primeira no ensino superior
Dos que concorreram à 1.ª fase do acesso ao ensino superior, 93% entraram. E 60% conseguiram lugar na sua primeira opção. (...)

Mais candidatos conseguem colocação à primeira no ensino superior
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.333
DATA: 2013-09-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Dos que concorreram à 1.ª fase do acesso ao ensino superior, 93% entraram. E 60% conseguiram lugar na sua primeira opção.
TEXTO: Havia menos alunos a disputar um lugar no ensino superior. Mas dos que se candidataram à 1. ª fase do concurso nacional de acesso, 93% conseguiram ficar colocados. É a percentagem mais elevada desde, pelo menos, 2003, último ano para o qual o Governo apresentou dados. Este concurso foi marcado por uma redução das vagas disponíveis (cerca de 51 mil) e dos candidatos — 40. 419, o que é o número mais baixo dos últimos anos. Perante este cenário, aconteceu o que seria previsível: foram colocados menos alunos — 37. 415, o que é o quarto valor mais baixo, também desde 2003. Já a percentagem dos que ingressaram no curso que tinham assinalado como sendo a sua 1. ª opção subiu — 60% contra 54% em 2012. Um quinto (21%) conseguiu lugar na 2. ª opção assinalada no boletim de candidatura. Os cursos de Ciências da Vida e de Ciências do Comportamento continuam a ser os mais procurados (93% das vagas disponibilizadas ficaram preenchidas). E os de Agricultura, Silvicultura e Pescas foram os menos desejados (este ano até abriram mais vagas nesta área, mas apenas 23% das 841 disponibilizadas recebem alunos, para já). Em números absolutos, as listas do acesso que hoje podem ser consultadas na Internet, e que amanhã serão afixadas nas instituições de ensino superior, mostram que foi nos cursos de Engenharia e Técnicas afins que mais vagas sobraram (3431). A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto regista a nota de entrada mais elevada do concurso nacional — o último candidato tem 18, 1 valores (numa escala de zero a 20). De resto, pertencem à Universidade do Porto cinco das dez notas de entrada mais elevadas. Apesar da redução da oferta de cursos, resultante de uma série de regras impostas pelo Governo, a começar pela extinção das formações que tivessem tido uma média de dez ou menos inscritos nos dois anos lectivos anteriores, várias instituições de ensino continuam a ver muitos dos seus lugares longe de estarem preenchidos. Globalmente, apenas 73% das vagas abertas foram ocupadas nesta 1. ª fase do concurso nacional. Sobraram 14. 176 lugares. No ano passado a taxa de ocupação tinha sido de 77%. As taxas de ocupação no ensino universitário foram de 87% (91% no ano passado) e no politécnico não ultrapassaram os 55% (contra 61%). Em comunicado, Joaquim Mourato, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, diz que a descida é “pouco significativa”. Mas sublinha que “existem cada vez menos alunos a chegar ao ensino superior, facto que coloca a média portuguesa de diplomados muito abaixo dos objectivos definidos pela União Europeia”. Tal como António Rendas, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, Joaquim Mourato explica a redução dos alunos com os elevados níveis de insucesso escolar no secundário e com questões demográficas. Em declarações ao PÚBLICO, Rendas diz mesmo que não acredita que a crise esteja a inibir as famílias de colocarem os seus filhos no ensino superior — “Os mecanismos da acção social escolar estão todos orientados para que isso não aconteça. ” Alerta, no entanto, que “esta tendência” se vai manter e que é preciso tomar medidas para que as instituições possam usar a sua capacidade instalada. Por exemplo, competindo por estudantes no estrangeiro. “Propusemos a criação de um concurso específico para estudantes internacionais, para os curso do 1. º ciclo de estudos”, explica. Nesse concurso entrariam apenas as vagas que não fossem ocupadas no concurso nacional. Até agora, não obteve resposta. Contudo, universidades e politécnicos fazem questão de lembrar que o número final de novas admissões só será conhecido finda a 2. ª e 3. ª fase do concurso e os resultados dos concursos locais (para cursos como Música, por exemplo). Como ler as tabelas (em formato PDF e Excel):1. As listas publicadas incluem a seguinte informação sobre os resultados da 1. ª fase do concurso nacional de acesso em relação a cada curso, em cada instituição: grau académico; vagas iniciais; estudantes colocados; nota de candidatura do último colocado pelo contingente geral e vagas sobrantes para a 2. ª fase. 2. Graus académicos:L1 — Licenciatura. MI — Mestrado integradoPL — Preparatório de uma licenciatura (os dois anos iniciais de um ciclo de estudos de licenciatura — o estudante que os conclui prossegue os seus estudos na instituição de ensino superior com que a instituição onde frequentou os dois primeiros anos firmou um protocolo)PM — Preparatório de um mestrado integrado (os dois anos iniciais de um ciclo de estudos de mestrado integrado)3. A ausência de nota de candidatura do último colocado pelo contingente geral resulta da ausência de colocados neste contingente (embora possam ter sido colocados estudantes nesse par instituição/curso através de contingentes especiais);4. De 9 a 20 de Setembro decorrerá a apresentação da candidatura à 2. ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior público de 2013. Na 2. ª fase são colocadas a concurso:— As vagas sobrantes da 1. ª fase do concurso. — As vagas sobrantes dos concursos especiais (Decreto Lei n. º 393 B99, de 2 de Outubro). — As vagas ocupadas na 1. ª fase do concurso em que não se concretizou a matrícula e inscrição, com excepção das vagas adicionais criadas nos termos do regulamento do concurso nacional de acesso. — As vagas libertadas em consequência da recolocação de estudantes colocados na 1. ª fase, com excepção das vagas adicionais criadas nos termos do regulamento do concurso nacional de acesso;— As vagas libertadas em consequência de rectificações na colocação na 1. ª fase, depois de deduzidas: as vagas adicionais criadas nos termos do regulamento do concurso nacional de acesso; as vagas que, até ao início da seriação dos candidatos, sejam utilizadas no atendimento de reclamações. 5. Quando, tendo sobrado vagas na 1. ª fase do concurso, o resultado das deduções atrás referidas conduza a um valor igual a zero ou negativo, o número de vagas colocado a concurso é um. 6. Tendo em vista corresponder à procura efectivamente verificada, as instituições de ensino superior podem aprovar novas vagas para os seus cursos, a colocar a concurso na 2. ª fase, quando demonstrem: a existência de procura, em 1. ª opção, na 1. ª fase, superior à oferta de vagas na instituição; a existência de procura, em 1. ª opção, na 1. ª fase, na respectiva área de formação sem a correspondente oferta no conjunto da rede pública; dispor de condições adequadas, designadamente em recursos humanos e materiais, para o aumento do número de vagas. Compete à Direcção Geral do Ensino Superior proceder à verificação da satisfação das condições atrás referidas. 7. Podem concorrer à 2. ª fase do concurso nacional de acesso:a) Os candidatos à 1. ª fase não colocados;b) Os candidatos colocados na 1. ª fase que pretendam concorrer de novo (se estes estudantes forem colocados na 2. ª fase, a colocação na 1. ª fase, bem como a matrícula e inscrição que realizaram, são anuladas);c) Os candidatos que, embora colocados na 1. ª fase, não procederam à respectiva matrícula e inscrição;d) Os estudantes que, embora reunindo condições de candidatura no prazo de apresentação das candidaturas à 1. ª fase, não se apresentaram a ela;e) Os estudantes que só reuniram as condições de candidatura após o fim do prazo de apresentação das candidaturas à 1. ª fase. 8. As vagas sobrantes dos concursos especiais e as vagas ocupadas na 1. ª fase do concurso em que não se concretizou a matrícula e inscrição, bem como as eventuais novas vagas são divulgadas no dia 18 de Setembro no sítio da Internet da Direcção Geral do Ensino Superior (www. dges. mctes. pt). 10. Os resultados da 2. ª fase do concurso nacional de acesso são divulgados no dia 26 de Setembro.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei humanos social extinção