Piratas sequestram tripulação dinamarquesa e filipina ao largo da Somália
O Golfo do Aden voltou a ser palco de um ataque pirata. A cerca de mil quilómetros ao largo da costa da Somália o navio dinamarquês "M/V Leopard" foi abordado por duas embarcações, na quarta-feira, e a sua tripulação sequestrada. Os quatro filipinos e os dois dinamarqueses que seguiam a bordo estão incontactáveis desde então. (...)

Piratas sequestram tripulação dinamarquesa e filipina ao largo da Somália
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 10 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Golfo do Aden voltou a ser palco de um ataque pirata. A cerca de mil quilómetros ao largo da costa da Somália o navio dinamarquês "M/V Leopard" foi abordado por duas embarcações, na quarta-feira, e a sua tripulação sequestrada. Os quatro filipinos e os dois dinamarqueses que seguiam a bordo estão incontactáveis desde então.
TEXTO: O "M/V Leopard" foi encontrado à deriva, ontem, por um navio de guerra turco a serviço da NATO. Aparentemente, o motivo da abordagem não foi a carga. “Acreditamos que o navio transportava armas, munições e explosivos, e que a carga ainda está intacta”, revelou o porta-voz da missão anti-pirataria da União Europeia, Paddy O’Kennedy. As forças internacionais acreditam, de acordo com a BBC, que a tripulação foi levada para um navio de pesca com bandeira de Taiwan, o "Shiuh Fu No. 1", com base numa mensagem de rádio interceptada enquanto os piratas ainda se encontravam a bordo do "M/V Leopard". A confirmar-se a responsabilidade de piratas somalis neste sequestro, os seis tripulantes juntam-se aos mais de 660 marinheiros mantidos em cativeiro.
REFERÊNCIAS:
Entidades NATO
Quénia quer maior campo de refugiados somalis fora do seu país
Governo dá três meses à ONU para deslocar as 600 mil pessoas em Dadaab para a Somália. (...)

Quénia quer maior campo de refugiados somalis fora do seu país
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 10 Refugiados Pontuação: 13 | Sentimento 0.066
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Governo dá três meses à ONU para deslocar as 600 mil pessoas em Dadaab para a Somália.
TEXTO: Em resposta ao ataque de Garissa, o Governo do Quénia exigiu neste sábado que fosse retirado do país o maior campo de refugiados do mundo. A sua vontade é que os mais de 600 mil refugiados somalis de Dadaab voltem ao seu país. Esta exigência, aliás, surgiu do vice-Presidente William Ruto em forma de ultimato: as Nações Unidas têm três meses para deslocarem o campo, caso contrário será o próprio Governo queniano a fazê-lo. Em causa está o ataque dos islamistas da Al-Shabab à Universidade de Garissa. O ataque durou mais de 12 horas e acabou com a morte de 148 pessoas, a grande maioria delas estudantes cristãos. O Governo queniano já antes acusara os combatentes da Al-Shabab de se esconderem no campo de refugiados somalis de Dadaab, a cerca de cem quilómetros da Somália, e agora quer retirá-lo do país. Até ao final da tarde, o Alto Comissariado das Nações Unidas (ACNUR) não se havia ainda pronunciado sobre a exigência queniana. O ataque a Garissa já levou o Governo queniano a bombardear duas bases da Al-Shabab na Somália. O grupo ligado à Al-Qaeda tem o seu bastião na Somália, mas tem vindo a aumentar os ataques em solo queniano. Só num espaço de dois anos, os ataques da Al-Shabab no Quénia mataram mais de 400 pessoas. A principal linha de defesa do país face aos jihadistas da Al-Shabab tem sido através da sua presença na missão da União Africana na Somália. Mas o ataque a Garissa está a levar o Governo queniano a repostas mais drásticas. “Da mesma maneira que a América mudou depois do 11 de Setembro, também o Quénia terá que mudar depois de Garissa”, disse o vice-Presidente do Quénia no comunicado em que exige a deslocação de Dadaab, citado pela Reuters. A ideia de que existem combatentes da Al-Shabab no campo de refugiados de Dadaab é disputada pelo Presidente da Somália, Hassan Sheikh, que é também uma voz crítica sobre a falta de coordenação entre forças quenianas e somalis contra a milícia islamista. “Não acredito que haja uma ligação entre os refugiados somalis que vivem no campo de Dadaab e as actividades terroristas [da Al-Shabab]", disse no início do mês o Presidente da Somália à emissora oficial norte-americana Voice of America.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte campo ataque
A estátua da rainha Njinga: uma nova frente na luta de memórias
Estamos perante novos preconceitos de matriz ideológica e cultural que inverteram os preconceitos racistas dos séculos XIX e XX. (...)

A estátua da rainha Njinga: uma nova frente na luta de memórias
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 10 Mulheres Pontuação: 9 | Sentimento 0.136
DATA: 2018-08-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Estamos perante novos preconceitos de matriz ideológica e cultural que inverteram os preconceitos racistas dos séculos XIX e XX.
TEXTO: A investigadora Cláudia Silva escreveu um novo artigo sobre escravatura. O artigo diz várias coisas acertadas, não faz afirmações panfletárias e tem pelo menos três méritos. O primeiro é o de nos relembrar algo que raramente é dito, isto é, que os africanos já tinham escravos e que os árabes já os adquiriam, na África subsariana, muito antes da chegada dos portugueses. O segundo é o de procurar ser equilibrado, esclarecedor e justo, ainda que em três ou quatro pontos Cláudia Silva não o consiga inteiramente. De todo o modo, esforça-se por isso e recomenda, e muito bem, que não se olhe para a história da escravatura com olhos maniqueístas. Porém, e a pretexto de ir contra o maniqueísmo, a articulista sugere que se erga, em Lisboa, uma estátua à rainha Njinga, apesar de reconhecer que a dita rainha “possuiu escravos e também os vendeu, tendo assim participado no tráfico de escravos”. Esta sugestão é, ainda que involuntariamente, o terceiro mérito do seu artigo, não pela proposta em si mesma, que é inadequada para não dizer absurda, mas porque nos ajuda a perceber melhor os propósitos que movem, e as contradições de que enfermam, muitos dos intervenientes neste debate sobre escravatura. De facto, no momento em que, nos Estados Unidos e noutras partes do mundo ocidental, incluindo Portugal, se assiste a uma intensa e por vezes histérica campanha contra a presença, no espaço público, de estátuas representando figuras de alguma forma (ainda que ténue) associadas ao comércio e à escravidão de africanos, Cláudia Silva propõe que se faça, na capital de Portugal, uma estátua a uma figura histórica angolana profundamente envolvida na escravidão e no tráfico de negros. Alega a articulista que a figura de Njinga “representa a complexidade da história da escravatura”. Ou seja, uma estátua sua mostraria ao cidadão comum que os negros também estavam envolvidos no tráfico de escravos e seria, portanto, e de certo modo, uma estátua didáctica. Mas trata-se, a meu ver, de uma fraca justificação. O que parece haver aqui é gato escondido com rabo de fora, sendo que o dito gato é mais uma frente do combate pela memória. Por outras palavras, mais uma tentativa de invasão do nosso espaço público com memórias, figuras e narrativas que não são nossas. Mas há um segundo aspecto que merece ser realçado. De facto, a proposta de Cláudia Silva, ou melhor, o acolhimento que ela mereceu entre muitos daqueles que criticaram Marcelo Rebelo de Sousa por, em Gorée, em Abril de 2017, não ter pedido desculpa pela escravatura, e que bramaram contra o padre Vieira, por verem nele um “promotor da escravidão dos negros”, põe completamente a nu a enorme incoerência e a falta de isenção e de equidade dessas pessoas na avaliação dos factos passados e presentes. Em bom rigor, não sei o que Cláudia Silva pensa do padre Vieira ou da visita de Marcelo a Gorée. Também não sei se é uma das pessoas que rasga as vestes para que se destruam ou removam as estátuas de Thomas Jefferson, de Lord Nelson e de várias outras figuras históricas, e não quero criticá-la por posições que não sei se são as suas. Mas sei o que pensa sobre questões conexas e também sei que esta sua proposta destapa a careca a muitos dos seus compagnons de route — digamos assim — que se têm expressado profusamente num debate que já leva mais de um ano. Como é que se pode aplaudir e defender a ideia de fazer uma estátua a Njinga e, ao mesmo tempo, censurar, amaldiçoar e apagar a mera referência ao nome de um qualquer ocidental conotado com a escravatura? Como é que se pode defender que se tirem do espaço público e, até, do privado, as imagens daqueles europeus e americanos que, no passado, foram possuidores de escravos, como o general Robert E. Lee, por exemplo, e, em simultâneo, louvar a ideia de construir uma estátua a uma escravista africana? A diferença entre a Njinga possuidora e negociante de escravos e Thomas Jefferson, Robert E. Lee e outros senhores de escravos que os caçadores de bruxas politicamente correctos perseguem é que a primeira era negra e os segundos eram brancos. No fundo, tudo se reduz a isto. Estamos perante novos preconceitos de matriz ideológica e cultural que inverteram os preconceitos racistas dos séculos XIX e XX. Ora, que esta inversão tenha, aparentemente, eco entre pessoas de 20, 30, 40 anos, e pareça vir cada vez mais formatada das nossas universidades ocidentais, é muito inquietante.
REFERÊNCIAS:
Maria de Fátima Bonifácio e a cristandade
Afirma que nem africanos nem ciganos “fazem parte de uma entidade civilizacional e cultural milenária que dá pelo nome de Cristandade”. Não só isso é factualmente errado, como a própria história da cristandade é, desde a sua fundação, baseada no universalismo e no desejo de abertura a todos. (...)

Maria de Fátima Bonifácio e a cristandade
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 10 Mulheres Pontuação: 2 Ciganos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-07-11 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20190711010623/https://www.publico.pt/n1879196
SUMÁRIO: Afirma que nem africanos nem ciganos “fazem parte de uma entidade civilizacional e cultural milenária que dá pelo nome de Cristandade”. Não só isso é factualmente errado, como a própria história da cristandade é, desde a sua fundação, baseada no universalismo e no desejo de abertura a todos.
TEXTO: É sempre uma chatice quando pessoas de quem gostamos escrevem textos de que não gostamos, e é ainda uma chatice maior quando nos sentimos moral e profissionalmente obrigados a comentá-los em público. Se este meu artigo sair mais coxo do que é habitual, dêem-me o desconto: eu conheço, gosto e admiro intelectualmente Maria de Fátima Bonifácio. Infelizmente, não gosto nem um bocadinho do artigo “Podemos? Não, não podemos”, não reconheço nele a mulher que admiro, nem percebo como pôde ele ser intelectualmente sustentado com tantas generalizações de cair o queixo — e que, sim (custa-me muito dizer isto), entram mesmo no campo do racismo. Porque é que não fico calado, então, e escrevo sobre outra coisa qualquer? Porque sinto que não devo, nem quero participar numa jogatana esquerda-direita nesta matéria, como alguns já se preparam para fazer, com a claque pró-Bonifácio a defender que ela disse grandes verdades que ninguém tem a coragem de verbalizar e a claque anti-Bonifácio a garantir que o seu artigo é incitação ao ódio e merece perseguição criminal. Seria fácil para mim ignorar o texto original e atirar-me às reacções descabeladas que já ouvi por aí (José Eduardo Agualusa, homem habitualmente ponderado, escreveu que Bonifácio e o PÚBLICO deveriam responder “perante a justiça portuguesa”, por amor de Deus), mas sendo uma estratégia fácil também seria cínica, até por causa de uma palavra que foi invocada e me é muito cara: cristandade. Maria de Fátima Bonifácio afirma no seu artigo que nem africanos nem ciganos “fazem parte de uma entidade civilizacional e cultural milenária que dá pelo nome de Cristandade”. Não só isso é factualmente errado (estima-se que 40% dos africanos sejam cristãos e os ciganos tendem a adoptar a religião dos países onde se instalam), como a própria história da cristandade é, desde a sua fundação, baseada no universalismo e no desejo de abertura a todos, sejam eles brancos, amarelos ou vermelhos, lusitanos, africanos ou ciganos. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A discussão entre Pedro e Paulo sobre se os gentios, por não serem circuncidados, poderiam ser cristãos, foi ganha por Paulo no século I — ou seja, quase 2 mil anos atrás. Faz algum sentido retomar essa discussão hoje em dia, assumindo que há uns que podem partilhar os valores da cristandade (os circuncidados do século XXI) e outros, coitados, que não podem?Tal como Maria de Fátima Bonifácio, não acredito que todas as culturas se equivalham. Acredito no progresso; acredito que há culturas superiores a outras; acredito que o multiculturalismo assolapado desembocou numa guetização nefasta em certos países ocidentais; acredito que a cultura que produziu os Direitos Universais é infinitamente superior ao wahhabismo ou às tradições ancestrais de mutilação genital feminina; e acredito que existe demasiada complacência em relação ao tratamento das mulheres nalgumas comunidades. Só que pular da crítica a uma determinada cultura para a crítica de todos os indivíduos que a integram é um salto inaceitável, precisamente por ir contra os valores que Maria de Fátima Bonifácio quer defender. A razão é simples: não é possível acreditar numa matriz cultural que diz que podes ser salvo até ao último suspiro (Lucas 23, 39-43) e depois pregar que há grupos de gente condenada a ficar às portas da civilização que tanto consideras. Isso seria, mais uma vez, querer proteger a cristandade traindo os melhores valores que ela tem para nos oferecer.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos cultura campo mulher homem racismo mulheres feminina perseguição
Arcebispo nigeriano pede reacção à violência do Boko Haram igual à gerada pelos atentados de Paris
Ignatius Kaigama: "É necessário que essa atitude exista não apenas quando se trata da Europa, mas também quando se trata da Nigéria, do Níger, dos Camarões e de outros países pobres." (...)

Arcebispo nigeriano pede reacção à violência do Boko Haram igual à gerada pelos atentados de Paris
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 10 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-04-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ignatius Kaigama: "É necessário que essa atitude exista não apenas quando se trata da Europa, mas também quando se trata da Nigéria, do Níger, dos Camarões e de outros países pobres."
TEXTO: Um arcebispo nigeriano pediu esta segunda-feira que a comunidade internacional dê à Nigéria – país onde se avolumam os ataques dos islamistas radicais do Boko Haram – um apoio semelhante ao que deu à França, depois dos atentados contra o Charlie Hebdo e o supermercado judeu. "Vejo a reacção positiva do Governo francês à questão da violência religiosa depois da morte de cidadãos neste país. É necessário que essa atitude exista não apenas quando se trata da Europa, mas também quando se trata da Nigéria, do Níger, dos Camarões e de outros países pobres", disse à BBC o arcebispo católico de Jos (centro da Nigéria), Ignatius Kaigama. "Que os meios internacionais sejam mobilizados para combater esta gente que provoca tanta tristeza a tantas famílias. "Kaigama falou após mais um fim-de-semana sangrento na Nigéria. Três mulheres kamikaze (uma delas uma criança de dez anos) mataram pelo menos 23 pessoas no Nordeste do país, onde o Boko Haram (o nome significa "contra a educação ocidental') controla uma vasta região e onde autoproclamou um "califado". As palavras do arcebispo foram corroboradas por Anthony Lake, o chefe da Agência das Nações Unidas para a Infância, Unicef: "As imagens destes últimos dias e tudo o que elas implicam para o futuro da Nigéria deveriam iniciar uma acção eficaz. Isto não pode continuar. "O Presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, muito criticado por não conseguir travar a insurreição islamista, condenou, em comunicado, os atentados de Paris. Mas poucas vezes falou dos massacres no seu próprio país. A guerra do Boko Haram, que quer instaurar um estado islâmico na Nigéria, já matou 13 mil pessoas desde o seu início, em 2009. O ataque contra Baga, uma entreposto comercial no extremo Nordeste, no início de Janeiro, e a cerca de 15 aldeias e vilas vizinhas, foi um dos mais mortíferos do Boko Haram – terão sido massacradas perto de duas mil pessoas; não há números exactos. Baga está nas mãos dos radicais e uma fonte local disse ao jornal Le Monde que não há um único polícia ou militar nigerianos na zona. Esta segunda-feira, um grupo "numeroso" de combatentes islamistas lançou um ataque contra Kolofata, no Noroeste dos Camarões, provocando a fuga dos militares do quartel local e de muitos habitantes, segundo disse à AFP fonte policial. "O ataque visou o centro administrativo" onde está a esquadra da polícia, a junta de freguesia e o aquartelamento da brigada da acção rápida (uma unidade de elite do exército), disse a fonte. "A população, mal ouviu os primeiros disparos, fugiu. "No início de Janeiro, o chefe do Boko Haram, Abubakar Shekau, fez publicar na Internet um vídeo ameaçando os Camarões e o seu Presidente, Paul Biya. "Paul Biya, se não puseres fim ao teu plano maléfico, vais ter a mesma sorte da Nigéria (. . . ). Os teus soldados nada podem contra nós", diz Shekau no vídeo. O Boko Haram lançou há alguns meses uma ofensiva no Noroeste dos Camarões, que tem uma longa fronteira com a zona que controlam no país vizinho. Em Dezembro, o Governo dos Camarões começou a levar a cabo raides aéreos contra o grupo e Shekau prometeu retaliar. Kolofata foi atacada mais do que uma vez e o grupo radical nigeriano já fez incursões nos Camarões com o objectivo de raptar pessoas. Uma das vítimas foi a mulher do vice-presidente, libertada ao fim de algumas semanas de cativeiro. O Governo do Chade, outro país com fronteira com a Nigéria onde o grupo tem realizado raides, anunciou que está a estudar a possibilidade de realizar uma intervenção contra o Boko Haram junto da zona fronteiriça.
REFERÊNCIAS:
Étnia Judeu
"Quando Aretha Franklin canta, é a história americana que jorra"
Muito próxima de Martin Luther King e de outras figuras da luta pelos direitos civis dos negros, Aretha Franklin viu a sua versão de Respect tornar-se, em 1967, um hino desse movimento. Quase meio século depois, o primeiro presidente afro-americano dos Estados Unidos, Barack Obama, ouviu-a cantar Natural woman e não conseguiu conter as lágrimas. (...)

"Quando Aretha Franklin canta, é a história americana que jorra"
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 10 Mulheres Pontuação: 11 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-08-17 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20180817170452/https://www.publico.pt/n1841159
SUMÁRIO: Muito próxima de Martin Luther King e de outras figuras da luta pelos direitos civis dos negros, Aretha Franklin viu a sua versão de Respect tornar-se, em 1967, um hino desse movimento. Quase meio século depois, o primeiro presidente afro-americano dos Estados Unidos, Barack Obama, ouviu-a cantar Natural woman e não conseguiu conter as lágrimas.
TEXTO: Filha do pastor baptista C. L. Franklin (1915-1984), figura de relevo do movimento de luta contra a discriminação dos negros americanos nos anos 50 e 60, Aretha Franklin conviveu desde muito nova com Martin Luther King, que era amigo da família, e chegou mesmo a acompanhá-lo em digressões pelo país, cantando em serviços religiosos e comícios. “Tinha acabado de deixar a escola, via como era importante o que o Dr. King estava a tentar fazer, e pedi ao meu pai para viajar com ele”, lembrou a cantora em 2014, numa entrevista televisiva conduzida pelo reverendo Al Sharpton. A cantora teria então 15 anos, a idade com que abandonou os estudos, mas já era mãe de um filho e lançara no ano anterior o seu primeiro álbum, Songs of Faith, gravado na igreja do pai, a New Bethel Baptist Church em Detroit, no Michigan. Alguns anos depois, em Junho de 1963, os reverendos Franklin e King desfilariam juntos na marcha pelos direitos civis que o primeiro organizou em Detroit, e que serviu ao segundo como balão de ensaio para testar o célebre discurso “I have a dream”, com o qual iria depois galvanizar, no final de Agosto, os 250 mil manifestantes que participaram na marcha sobre Washington. O prestígio de C. L. Franklin – diziam que tinha uma voz que valia milhões, e o reverendo empregava-a proveitosamente nos seus sermões, tão apreciados que começaram a ser difundidos na rádio e gravados em disco – atraiu também a sua casa alguns dos cantores mais envolvidos na luta contra a segregação racial, como Harry Belafonte, Mahalia Jackson ou Sam Cooke, com os quais Aretha privou desde muito nova. “A música é a alma do movimento”, escreveu o próprio Luther King. E tendo em conta o seu contexto familiar e o seu precoce e extraordinário talento como cantora, Aretha Franklin estava destinada a tornar-se, também ela, um ícone (apetece acrescentar “natural”) da luta pelos direitos civis. Mas se indiscutivelmente o foi, acabou por devê-lo menos ao seu efectivo activismo juvenil do que ao facto de a sua versão de Respect, um tema de Otis Redding que gravou em 1967, se ter transformado do dia para a noite não apenas num hino feminista, mas também num protesto contra a discriminação racial. Uma circunstância que a cantora garante não ter pretendido ou antecipado, mas que resulta quer das cirúrgicas alterações que ela e a sua irmã Carolyn introduziram na letra original, quer da intensidade da sua interpretação, que transformaram mais uma canção sobre o homem que trabalha no duro para trazer dinheiro para casa, e apenas exige em troca que a mulher o respeite, numa espécie de grito de guerra que captava exemplarmente o sentimento de urgência de um tempo de mudança. Respect foi lançado em 1967, num país onde se sucediam as manifestações contra a guerra do Vietname, dezenas de milhares de hippies convergiam para São Francisco, o epicentro do tsunami psicadélico, as lutas pela igualdade de género davam os primeiros passos e os motins raciais incendiavam as cidades americanas: os mais violentos ocorreram precisamente na Detroit de Aretha Franklin, onde no final de Julho desse ano morreram 43 pessoas e centenas ficaram feridas. A change is gonna come, previra Sam Cooke em 1963, na canção que escreveu após ter sido impedido de entrar num hotel só para brancos. Times they are a changin’, confirmaria Bob Dylan no ano seguinte. Mas em 1967 ainda havia muito por mudar: I Never Loved a Man the Way I Love You, o álbum que tinha Respect como tema de abertura, fora já lançado há alguns meses quando o Supremo Tribunal dos Estados Unidos aprovou a histórica decisão de considerar inconstitucional toda a legislação estadual que proibisse os casamentos inter-raciais. I Never Loved a Man the Way I Love You, primeiro álbum da cantora na Atlantic Records, teve um extraordinário sucesso – em Maio, o single Respect já estava no topo dos mais vendidos – e consagrou Aretha Franklin como uma das grandes cantoras do seu tempo. Quando esta regressa a Detroit, a 16 de Fevereiro de 1968, para actuar no Cobo Hall, é já uma estrela mundial. O concerto, ao qual assistirão 12 mil pessoas, é de tal ordem que o presidente da Câmara não se contém e institui logo ali a data de 16 de Fevereiro como o “dia de Aretha Franklin”. Mas a subida ao palco que causou maior impacto não foi a sua, antes a de Martin Luther King, que voou propositadamente para Detroit para entregar à cantora um prémio em reconhecimento do seu contributo para a definição da identidade afro-americana. O líder do movimento dos direitos civis é assassinado meio ano mais tarde, em Abril de 1968, e é Aretha Franklin quem canta no seu funeral o hino Take my hand, precious Lord. “Era um dos seus favoritos, e pedia-me sempre que o cantasse quando viajávamos juntos”, justificará mais tarde. Em Agosto desse ano, já depois do assassinato de Robert Kennedy, em Junho, Aretha Franklin cantou o hino dos Estados Unidos na convenção nacional do Partido Democrata que apontaria como candidato Hubert Humphrey, depois derrotado pelo republicano Richard Nixon. Militante do Partido Democrata, a cantora estará também na gala da tomada de posse de Jimmy Carter, em 1977, a interpretar God bless America. Ao longo da vida, Aretha Franklin apoiará de muitas formas, incluindo financeiramente, a luta contra a discriminação dos afro-americanos nos Estados Unidos, mas nunca foi, como ela própria sublinhará repetidamente, uma activista no sentido mais estrito. “Não estava na linha da frente”, diz numa entrevista à CNN em 2015. O que não impede que tenha sido considerável, e desde cedo reconhecido, o papel que a sua música e a sua personalidade desempenharam na luta contra o racismo e o sexismo. E se a cantora sempre procurou relativizar esse impacto é talvez por estar mais segura do movimento inverso: “Por causa do Dr. King e do movimento dos direitos civis, a minha vida mudou para sempre”, afirma numa entrevista de 2014. Em 2005, George W. Bush atribui-lhe a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração civil do país. Nesse mesmo ano faz questão de cantar no funeral de Rosa Parks, veterana da luta contra a segregação racial, a mulher negra do Alabama que, 50 anos antes, em 1955, tivera a coragem de recusar-se a ceder o seu lugar a um branco num autocarro. Em 2009, Aretha Franklin canta My country ‘tis of thee na tomada de posse do primeiro presidente afro-americano dos Estados Unidos, Barack Obama, actuação que depois evocará na já referida conversa com Al Sharpton: “Foi espantoso ver aquelas vagas de gente até onde a vista alcançava, sabendo o que significava aquele momento histórico. ”Obama voltará a ouvi-la ao vivo em Dezembro de 2015, e dessa vez não conseguiu conter as lágrimas. O presidente assistia à gala anual de atribuição dos prémios de carreira do Kennedy Center, em Washington, e um dos artistas homenageados era a cantora e compositora Carole King, co-autora de (You make me feel like a) Natural woman. Sem que King ou os restantes convidados soubessem, pediram a Aretha Franklin que subisse ao palco para interpretar essa canção, que esta gravara e lançara em 1967 e que se tornaria um dos seus temas mais conhecidos. Dando provas de uma vitalidade prodigiosa, e que torna ainda mais pungente a rapidez com que a sua saúde depois declinaria, a cantora de 73 anos deitou verdadeiramente a casa abaixo. Começou a cantar sentada ao piano, mas depois levantou-se, e quando se libertou do casaco de peles e o atirou para o chão, preparando-se para chegar às notas mais altas, toda a gente se ergueu espontaneamente das cadeiras, a aplaudi-la de pé. Carole King abria a boca de comovido espanto, Obama limpava as lágrimas. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Não foi a última vez que Aretha Franklin subiu a um palco. Em 2016 foi à Casa Branca despedir-se de Barack e Michelle Obama, e antes de começar a cantar resumiu o que tinha a dizer numa frase breve: “I hate to see you go”. A sua derradeira actuação pública, em Novembro de 2017, dedicou-a à luta contra a sida, cantando em Nova Iorque numa gala da Elton John AIDS Foundation. Mas é a interpretação de Natural woman no Kennedy Center que merece ficar para a história como o seu verdadeiro adeus. Por ser uma actuação espantosa, mas também porque na intensidade das emoções que provocou se adivinha o inextricável efeito conjugado de tudo o que Aretha Franklin foi: talvez a maior de todos os tempos (a Rolling Stone acha que sim), mas também a mulher negra independente, destemida, talentosa, que exigia e impunha respeito, como na canção, e que se tornou para muitos o símbolo vivo das mudanças sociais e culturais que a América atravessou nos anos 60. Obama disse-o melhor quando tentou explicar a comoção que sentiu no seu camarote do Kennedy Center. “Ninguém encarna tão completamente a ligação entre os espirituais afro-americanos, os blues, o R&B e o rock'n'roll, o modo como a adversidade e o sofrimento são transformados em algo cheio de beleza e vitalidade e esperança. "Quando Aretha Franklin canta, é a história americana que jorra".
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos guerra filha escola filho tribunal mulher homem racismo igualdade género espécie assassinato negra feminista cantora discriminação
Costa defende expulsão de eurodeputado do PS que chamou "cigana" a deputada
Líder do PS acusa Manuel dos Santos de "preconceitos racistas" e de ser "uma vergonha para o PS". (...)

Costa defende expulsão de eurodeputado do PS que chamou "cigana" a deputada
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 10 Ciganos Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-06-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Líder do PS acusa Manuel dos Santos de "preconceitos racistas" e de ser "uma vergonha para o PS".
TEXTO: O secretário-geral do PS, António Costa, criticou nesta sexta-feira o eurodeputado socialista Manuel dos Santos, afirmando que se tornou "uma vergonha para o PS", e defendeu a sua expulsão do partido por "preconceitos racistas". “Há muito que Manuel dos Santos desonra o seu passado. Hoje tornou-se uma vergonha para o PS. Espero que a Comissão Nacional de Jurisdição rapidamente nos liberte da companhia de quem partilha preconceitos racistas”, afirmou, numa declaração à agência Lusa. Costa referia-se à queixa que Carlos César, presidente do partido, fará ao Conselho de Jurisdição do PS. Além de Carlos César, o PS/Porto, com quem Manuel dos Santos tem discordado nos últimos tempo, lhe retirou a confiança política. Perante o caso, os socialistas no Parlamento Europeu vão "analisar internamente" o que fazer ao eurodeputado socialista Manuel dos Santos na reunião da delegação no próximo dia 27 de Junho. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. tudo começou porque esta sexta-feira, o eurodeputado socialista Manuel dos Santos chamou “cigana” à deputada do PS Luísa Salgueiro, “não só pelo aspecto", mas porque "paga os favores que recebe com votos alinhados com os centralistas", num tweet. Em causa estava o facto de a deputada, eleita pelo distrito do Porto, ter votado, em maio, a favor da saudação à iniciativa de candidatar a cidade de Lisboa a receber a Agência Europeia do Medicamento. O socialista, também ele do Porto, acusou a deputada de votar com os "centralistas". As críticas e Manuel dos Santos a Luísa Salgueiro já vêm de trás e prendem-se com a escolha da deputada para encabeçar a lista do PS à Câmara de Matosinhos. O PÚBLICO tentou falar com o eurodeputado, mas não foi possível. Contudo, Manuel dos Santos foi escrevendo vários tweets. Perante toda a polémica, o eurodeputado não se retractou e virou a agulha a acusar quem o criticou: “Afinal, há mesmo racismo em Portugal: chamar a alguém “cigano(a) é considerado um insulto e serve para construir narrativas”. Narrativas essas que ao acusarem-no de “pseudo-racismo” se tornaram mais “importantes” que a posição dos deputados em relação à AEM.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS
O país onde as granadas são mais baratas que Coca Cola
República Centro-Africana: "O Séléka inundou de armas um país que já estava cheio delas". (...)

O país onde as granadas são mais baratas que Coca Cola
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 10 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-04-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: República Centro-Africana: "O Séléka inundou de armas um país que já estava cheio delas".
TEXTO: À República Centro-Africana chegam armas de todos os géneros e de todas as proveniências. Circulam granadas chinesas e búlgaras, morteiros sudaneses, rockets iranianos; as balas são britânicas e checas mas os carregadores das metralhadoras são espanhóis e camaroneses, revela um relatório encomendado pela União Europeia ao Britain Conflict Armament Research Group. O relatório foi redigido depois de uma pesquisa no terreno. O grupo de pesquisa sobre armamento em zonas de conflito tentou perceber qual a origem das armas que chegam a um país totalmente desmembrado pela guerra civil que, desde 2013, opõe as milícias anti-balaka, de maioria cristã, e as forças Séléka, a coligação de antigos rebeldes muçulmanos que impôs o terror no país entre Março e Dezembro de 2013. As Nações Unidas decretaram um embargo de venda de armas ao Séléka em 2013. "As granadas de mão tipo 82-2 estão entre as mais disseminadas no país", diz o relatório. "São tão comuns que podem ser compradas por preços entre os 50 cêntimos e um dólar, ou seja menso do que custa uma Coca Cola". "Sendo pequenas e fáceis de esconder, têm um impacto importante, causando ferimentos e mortes em Bangui [a maior cidade e considerada a capital] e por todo o lado", diz o relatório, citado pela BBC. Detectar a proveniência das armas e perceber o tráfico é um dos objectivos deste levantamento. Alguns arsenais encontrados pertenciam a arsenais governamentais e foram roubados e contrabandeados. Outros foram claramente produzidos para chegarem a países como a República Centro-Africana. A embalagem de um carregamento de 25 granadas tipo 82-2 que os investigadores encontraram dizia que tinham sido produzidas na China e que o seu destino seria o exército nepalês. Porém, "o exército nepalês negou alguma vez ter usado aquele tipo de material". Muitas das armas chegam à República Centro-Africana a partir de estados vizinhos, sobretudo do Sudão. "Os novos fornecimentos de armas incluíram pelo menos duas entregas por via aérea feitas a partir do Susão", diz o relatório. "Independentemente do local de proveniência das armas, o resultado é claro: o Séléka, através do poder da sua garra, inundou de armas um país que já estava cheio delas", disse à BBC Lewis Mudge, da Human Rights Watch.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra
Anfitriã da Airbnb multada por recusar hóspede asiática
A proprietária da foi multada pela plataforma de arrendamento por recusar o alojamento a uma utilizadora do serviço. Tami Barker é acusada de racismo por não alojar Suh devido à sua nacionalidade. (...)

Anfitriã da Airbnb multada por recusar hóspede asiática
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 10 Asiáticos Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-07-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: A proprietária da foi multada pela plataforma de arrendamento por recusar o alojamento a uma utilizadora do serviço. Tami Barker é acusada de racismo por não alojar Suh devido à sua nacionalidade.
TEXTO: A dona de uma cabana de montanha colocada na plataforma Airbnb foi multada – em 4382 euros – após ter recusado a estadia a uma hóspede. De acordo com o diário britânico The Guardian, a anfitriã recusou-se a alojar a hóspede de nacionalidade asiática. O caso ocorreu em Fevereiro na Califórnia, Estados Unidos. Dyne Suh, de 26 anos, tinha arrendado uma cabana de montanha em Big Bear, na Califórnia, onde ia passar férias perto de uma estância de esqui. Porém, horas antes de Suh chegar, a anfitriã Tami Barker disse-lhe que não poderia ficar na sua casa. “Nunca a arrendaria a ti nem que fosses a última pessoa no planeta Terra”, escreveu Barker numa mensagem de texto dirigida a Suh. “Uma palavra resume tudo. Asiática”, acrescentou a proprietária. O caso foi tornado público pela própria lesada, num vídeo gravado pouco depois do incidente. Depois de lhe ter sido recusada a estadia, Suh disse à proprietária que iria apresentar queixa junto da plataforma de arrendamento devido à atitude racista. “É por isto que temos o [Donald] Trump… e eu não vou permitir que alguém estrangeiro me diga o que posso ou não fazer no meu país”, respondeu a proprietária. “Sinto-me magoada. As pessoas pensam: ‘com a eleição do Presidente Obama o racismo acabou no país’, mas não", declarou Dyne Suh. Para a lesada, o racismo “está bastante vivo e pode acontecer a qualquer um”, acrescentou. Para além de pagar a multa que lhe foi aplicada e ter de frequentar um curso em Estudos Asiático-Americanos, Tami Barker tem ainda de integrar um painel de educação comunitária e fazer voluntariado numa organização de direitos civis. De acordo com o diário britânico, a anfitriã tem também de apresentar um pedido de desculpas a Dyne Suh e cumprir com as leis antidiscriminação. O director do Departamento de Justiça e Habitação da Califórnia (DFEH, na sigla original), Kevin Kish, disse ao The Guardian que tentou fazer o acordo o mais original possível: “As leis tendem a ser mais focadas em compensar as pessoas que sofreram os danos”, declarou. Porém, “nós estamos interessados em soluções que reparem esses danos” e que, ao mesmo tempo, “transformem as relações” entre elas", referiu Kevin Kish. Num comunicado, citado pelo jornal britânico, o advogado da proprietária, Edward Lee, declarou que Tami Barker está “muito arrependida pela sua atitude e pelos seus comentários”. O advogado acrescentou ainda que Barker está satisfeita que a situação tenha sido resolvida. O director do DFEH espera que este caso possa servir de exemplo para os restantes proprietários: “Nós estamos atentos”, garantiu Kevin. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Em Novembro do ano passado, a plataforma de arrendamento alterou as políticas da empresa, após vários hóspedes se terem queixado de discriminação. A partir dessa data, qualquer pessoa que pretenda arredar a sua habitação, através daquela plataforma, tem de subscrever um “compromisso para com a comunidade”. À data, Brian Chesky, director da Airbnb, declarou que "o preconceito e a discriminação não têm lugar no Airbnb: "Temos tolerância zero para eles”.
REFERÊNCIAS:
Étnia Asiático
União Africana pede a Gbagbo que “ceda imediatamente o poder”
A União Africana (UA) pediu hoje ao presidente cessante da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, que “ceda imediatamente o poder” ao seu rival e vencedor das eleições de Novembro, Alassane Ouattara. (...)

União Africana pede a Gbagbo que “ceda imediatamente o poder”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 10 Animais Pontuação: 3 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: A União Africana (UA) pediu hoje ao presidente cessante da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, que “ceda imediatamente o poder” ao seu rival e vencedor das eleições de Novembro, Alassane Ouattara.
TEXTO: O presidente da comissão da UA, Jean Ping, “pede ao sr. Laurent Gbagbo que ceda imediatamente o poder ao Presidente Alassane Ouattara, a fim de encurtar o sofrimento dos marfinenses”, lê-se num comunicado daquela organização, citado pela AFP. No mesmo comunicado, Jean Ping recorda a recusa de Laurent Gbagbo de aceitar as propostas do painel de cinco chefes de Estado escolhido pela UA e que assumiram funções no dia 10 de Março, acrescentando que a sua “rejeição de todas as outras iniciativas para uma saída da crise” não permitiram “encontrar rapidamente uma solução pacífica para a crise”. A UA tinha confirmado anteriormente Alassane Ouattara como o legítimo vencedor das eleições, uma posição considerada inaceitável pelo campo de Gbagbo. Segunda-feira, as Forças republicanas - que controlam o norte do país desde 2002 - lançaram uma vasta ofensiva em direcção ao sul, para porem termo a essa crise nascida do escrutínio presidencial contestado do passado dia 28 de Novembro e que, segundo a ONU, já fez cerca de 500 mortos, essencialmente civis. Os combates desenrolam-se em torno de Abidjan, nomeadamente em redor da residência de Gbagbo e do palácio presidencial.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU UA