Libéria decreta estado de emergência por causa do ébola
Organização Mundial de Saúde encara anúncio de crise de saúde pública internacional. Propagação do vírus na Nigéria, país mais populoso de África, é a principal preocupação. (...)

Libéria decreta estado de emergência por causa do ébola
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 10 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Organização Mundial de Saúde encara anúncio de crise de saúde pública internacional. Propagação do vírus na Nigéria, país mais populoso de África, é a principal preocupação.
TEXTO: O Governo da Libéria decretou um estado de emergência de 90 dias por causa do risco de epidemia de ébola, e mobilizou o Exército para travar o êxodo descontrolado de populações rurais para a capital, Monrovia, com mais de um milhão de habitantes. Ao lado, na Serra Leoa, onde o estado de emergência já leva uma semana, foi posta em marcha a “Operação Polvo”, cujo objectivo é garantir o isolamento dos doentes com ébola. O número de casos fatais de ébola já ascende quase a um milhar, desde o início do ano, com mais de 1700 infectados com o vírus. A epidemia concentra-se na Guiné Conacri, Libera e Serra Leoa — é nestes dois últimos países que se encontram cerca de 60% dos doentes — mas novos casos foram identificados noutros países da região. A grande preocupação agora tem a ver com a possível propagação do vírus à Nigéria, o país mais populoso do continente africano e onde já foram confirmadas sete infecções. As últimas vitimas do vírus foram uma enfermeira da Nigéria, um empresário da Arábia Saudita. Um padre espanhol de 75 anos, que se encontrava em missão na Libéria, onde contraiu o vírus, foi já repatriado para Madrid, juntamente com uma freira que não deverá estar infectada. O padre Miguel Pajares está num estado extremamente debilitado mas os médicos do hospital Carlos III já terão conseguido estabilizá-lo e estancar as hemorragias. O contágio com ébola é feito através do contacto directo com fluidos e secreções corporais de pessoas doentes — o vírus provoca uma febre hemorrágica que leva à falência dos órgãos. Até agora, nenhum tratamento ou cura foi cientificamente testada: uma droga experimental e que não foi ainda submetida a ensaios clínicos, foi usada a título excepcional em dois profissionais médicos norte-americanos que foram infectados com o vírus na Libéria. Os pacientes exibiram melhorias no seu estado, mas o recurso à droga tem levantado controvérsia a nível internacional. Vários países, nomeadamente a Nigéria, solicitaram que a terapia inovadora fosse disponibilizada, mas como esclareceu o Centro para o Controlo de doenças dos Estados Unidos, isso não vai acontecer. “O produto ainda está em fase experimental, e o fabricante já disse que só existe uma quantidade muito reduzida, que não pode ser vendida”, lia-se num comunicado daquele organismo. A Organização Mundial de Saúde reuniu em sessão extraordinária, e deverá decidir esta sexta-feira pela declaração de uma crise de saúde pública e emergência médica internacional. As medidas de emergência tomadas pela Libéria foram justificadas pela Presidente Ellen Johnson Sirleaf como precauções fundamentais para a “protecção das populações e a sobrevivência do Estado”. “A escala e abrangência da epidemia, bem como a virulência e mortalidade do vírus, excedem a capacidade e a responsabilidade dos diversos ministérios e agências governamentais”, reconheceu. Durante o prazo estabelecido, as escolas e os serviços públicos que não sejam considerados vitais permaneceram encerrados, e as movimentações serão condicionadas no país, sobretudo nas províncias mais afectadas pela epidemia. Segundo as agências internacionais, muitas famílias estão a esconder doentes, enquanto outros estarão a ser abandonados em estradas, fora das localidades. “Infelizmente, a ignorância, pobreza e as práticas culturais e religiosas tradicionais continuam a exacerbar a propagação da doença”, lamentou Ellen Johnson Sirleaf.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Nigéria adia legislativas devido a problemas de organização
As legislativas previstas para hoje na Nigéria só vão realizar-se na segunda-feira, anunciou a comissão eleitoral que alega problemas de organização para justificar o adiamento. (...)

Nigéria adia legislativas devido a problemas de organização
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 10 | Sentimento -0.12
DATA: 2011-04-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: As legislativas previstas para hoje na Nigéria só vão realizar-se na segunda-feira, anunciou a comissão eleitoral que alega problemas de organização para justificar o adiamento.
TEXTO: “A fim de preservar a integridade das eleições e garantir um controlo geral efectivo do processo, a comissão tomou uma decisão difícil mas necessária de adiar para 4 de Abril as eleições para a Assembleia Nacional”, anunciou o porta-voz daquele organismo. O anúncio foi feito várias horas depois da hora prevista para a abertura das urnas (08h00 em Lisboa) e quando grandes filas de eleitores esperavam para votar. Segundo fontes governamentais, o adiamento estará relacionado com erros nos boletins de voto para o Senado, não sendo ainda claro como o problema será resolvido até segunda-feiraA eleição dos 360 membros da Câmara dos Representantes e dos 109 senadores é a primeira de um ciclo de votações que é visto como um teste à democracia nigeriana, manchada no passado por episódios de violência e fraude. A eleição mais importante deste ciclo está agendada para o próximo sábado, quando o país mais populoso de África vai decidir se mantém no poder o actual Presidente, Goodluck Jonathan, cujo partido venceu todas as eleições desde o restabelecimento da democracia, em 1999. O seu principal adversário é Muhammadu Buhari, um muçulmano do Norte e antigo chefe militar do país.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violência
Nigéria fortemente dividida entre o Norte muçulmano e Sul cristão
Os resultados parciais das eleições presidenciais de sábado na Nigéria mostram uma clara divisão entre o Norte muçulmano, que votou em Muhammadu Buhari, e o Sul cristão, apoiante do Presidente incumbente Goodluck Jonathan. (...)

Nigéria fortemente dividida entre o Norte muçulmano e Sul cristão
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 10 | Sentimento 0.216
DATA: 2011-04-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os resultados parciais das eleições presidenciais de sábado na Nigéria mostram uma clara divisão entre o Norte muçulmano, que votou em Muhammadu Buhari, e o Sul cristão, apoiante do Presidente incumbente Goodluck Jonathan.
TEXTO: É provável que devido à proximidade de resultados Jonathan, apontado apesar de tudo como à frente na contagem, venha a disputar uma segunda volta com Buhari. Contados oito estados, incluindo Abuja, a capital, e Lagos, a principal cidade do país, os resultados parciais davam a Jonathan uma liderança, com seis milhões de votos, e Buhari com dois milhões, avançou a Reuters. Mas seis destes estados estão no Sul, mais favorável a Jonathan. Os resultados completos dos 36 estados nigerianos poderão levar ao todo 48 horas a apurar. Mas Buhari, que entre 1984 e 1985 governou o país com mão-de-ferro numa ditadura militar e que pela terceira vez está a tentar chegar à presidência, estava a conseguir bons resultados no Norte, segundo a imprensa local com base nas primeiras contagens. Estas foram as primeiras presidenciais desde 1999 consideradas livres e transparentes e a afluência às urnas foi mais elevada do que o costume. “Há uma boa e uma má notícia nestas presidenciais. A boa é que contamos votos reais e que as pessoas estão interessadas. A má é que o país está gravemente dividido entre o Norte e o Sul”, comentou à AFP Chidi Odinkalu, da ONG Open Society Justice Initiative.
REFERÊNCIAS:
Cidades Lagos Abuja
Motins na Nigéria após divulgação de resultados das presidenciais
A confirmação da vitória do Presidente em exercício Goodluck Jonathan nas eleições presidenciais da Nigéria originou uma onda de violência no Norte do país, com várias cidades a serem atacadas por grupos de jovens apoiantes do seu adversário Muhammadu Buhari, que queimaram pneus e saquearam casas, lojas e igrejas em protesto contra os resultados. (...)

Motins na Nigéria após divulgação de resultados das presidenciais
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 10 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: A confirmação da vitória do Presidente em exercício Goodluck Jonathan nas eleições presidenciais da Nigéria originou uma onda de violência no Norte do país, com várias cidades a serem atacadas por grupos de jovens apoiantes do seu adversário Muhammadu Buhari, que queimaram pneus e saquearam casas, lojas e igrejas em protesto contra os resultados.
TEXTO: A vantagem do Presidente em exercício, Goodluck Jonathan, um zoólogo que assumiu o cargo no ano passado depois da morte do Presidente Umaru Yar’Adua, sobre o rival Buhari já ultrapassava os 10 milhões de votos na contagem preliminar realizada no domingo. O resultado oficial deu-lhe 57 por cento do total dos votos, garantindo-lhe a vitória logo à primeira volta. A violência começou mal a imprensa noticiou a vitória de Jonathan. “A situação degenerou muito rapidamente. Estamos a falar da total ausência de lei e ordem em vários pontos do país”, lamentou o líder do Conselho Supremo da Sharia, Nafiu Baba-Ahmed, ao The Wall Street Journal. Na cidade de Kano, largas centenas de jovens, armados com facas e paus, marcharam pelas ruas, semeando violência e atacando qualquer símbolo da candidatura de Jonathan ou do seu Partido Democrático Popular (PDP). Em Kaduna, outra grande cidade do Norte do país, os motins atingiram as casas dos membros do PDP, igrejas e mesquitas, a sede da comissão eleitoral, uma esquadra da polícia e uma prisão. Os edifícios foram incendiados por apoiantes que gritavam “Só Buhari”. A partir de Suleja, no estado do Niger, um dirigente do Congresso dos Direitos Humanos dizia à CNN que a situação era de “pandemónio”, com fogueiras e tiros na rua, e pessoas mortas e feridas. Tal como os seus apoiantes, também Buhari se recusou aceitar o desfecho da votação e a conceder a derrota até que os resultados fossem oficializados pela comissão eleitoral. “Perante as irregularidades que detectámos na contagem dos votos, não consideramos os resultados anunciados até agora credíveis”, disse à Reuters o seu porta-voz, Yinka Odumakin, deixando no ar suspeitas de manipulação baseado nas votações acima de 90 por cento atribuídas ao candidato rival em vários estados.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos morte lei humanos violência prisão
Campanha contra imigração sem documentos gera acusações de racismo no Reino Unido
Política do Governo inclui cartazes com a frase "Vá para casa ou arrisca-se a ser detido", operações de identificação nos subúrbios de Londres e mensagens no Twitter com fotografias de suspeitos. (...)

Campanha contra imigração sem documentos gera acusações de racismo no Reino Unido
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 Migrantes Pontuação: 18 Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Política do Governo inclui cartazes com a frase "Vá para casa ou arrisca-se a ser detido", operações de identificação nos subúrbios de Londres e mensagens no Twitter com fotografias de suspeitos.
TEXTO: O Governo britânico está a ser acusado de "fomentar tensões raciais" devido a uma campanha para identificar imigrantes sem documentos, que tem como lema "Está ilegal no Reino Unido? Vá para casa ou arrisca-se a ser detido". Agentes dos serviços de imigração foram vistos a mandar parar "indivíduos de pele escura" em estações dos subúrbios de Londres e o Ministério do Interior começou a divulgar no Twitter fotografias de detenções de suspeitos. A edição online do jornal The Independent avança nesta sexta-feira que agentes do Ministério do Interior britânico realizaram nos últimos três dias "operações de identificação aleatórias" em quatro subúrbios de Londres – Walthamstow, Kensal Green, Stratford e Cricklewood. De acordo com testemunhos de pessoas que assistiram às operações, os agentes interrogaram "apenas indivíduos de pele escura". Um dos habitantes do subúrbio de Kensal Green, identificado como Phil O'Shea, disse ao jornal londrino Kilburn Times que os agentes reagiram com agressividade às questões levantadas por pessoas que não estavam a ser inspeccionadas: "Eles estavam a mandar parar e a interrogar todas as pessoas não-brancas, muitas das quais eram obviamente habitantes de Kensal Green que iam para o trabalho. Quando lhes perguntei o que se passava, ameaçaram deter-me por obstrução e disseram-me para seguir o meu caminho. "Questionado pelo The Independent, o Ministério do Interior negou que estas operações de identificação estejam ligadas à campanha realizada em seis bairros londrinos, também nesta semana, em que duas carrinhas foram postas a circular com um cartaz em que se podia ler a frase "Está ilegal no Reino Unido? Vá para casa ou arrisca-se a ser detido ". De acordo com o mesmo jornal, o ministério não conseguiu, no entanto, dar exemplos de operações de identificação semelhantes no passado. Oposição diz que liberdades fundamentais" estão em riscoO comportamento dos agentes foi criticado pelo deputado Barry Gardiner, do Partido Trabalhista, na oposição. O deputado escreveu à ministra Theresa May, acusando o Governo de estar a "pôr em causa as liberdades fundamentais" do Reino Unido. "Ainda não vivemos numa sociedade em que a polícia ou quaisquer outros agentes da autoridade têm o direito de deter pessoas sem uma justificação plausível, para lhes exigir a apresentação de papéis. Mas as acções do seu departamento parecem estar a levar-nos nessa direcção", escreveu o deputado. A consultora política e activista Christine Quigley, também do Partido Trabalhista, usou o Twitter para criticar as operações nos subúrbios de Londres: "Parece que os inspectores do UKBA [serviço de estrangeiros e fronteiras do Reino Unido] estão a mandar parar apenas pessoas de minorias étnicas em Walthamstow. Para vossa informação, UKBA – nem todos britânicos são brancos. "Em declarações ao The Independent, o representante dos trabalhistas no bairro de Brent, Muhammed Butt, considerou que as operações dos agentes e a campanha "Vá para casa ou arrisca-se a ser detido" estão ligadas. "Estas inspecções não são apenas intimidatórias, são também racistas e geradoras de divisão. Depois de falar com testemunhas, parece que apenas foram interrogadas pessoas negras e de aparência asiática. E os brancos australianos e neo-zelandeses que podem ter ultrapassado os limites da sua estadia?"Imagens de detenções no TwitterNas últimas horas, as acções do Governo britânico contra a imigração de pessoas sem documentos reflectiu-se também nas redes sociais, com o Ministério do Interior a publicar fotografias de suspeitos no momento em que são detidos. As mensagens são acompanhadas pela palavra-chave #immigrationoffenders (infractores da lei de imigração) e mostram imagens dos momentos das detenções, com a cara dos envolvidos – suspeitos e agentes – escondidas. As reacções no Twitter vão desde o apoio incondicional a comparações à Alemanha nazi. "Há algum branco?", questiona o utilizador Dave Sykes. Um outro utilizador, Dev Raval, pergunta se "esta é mais uma ideia que foram buscar aos nazis". No extremo oposto, um utilizador que se apresenta como apoiante do partido UKIP (anti-europeísta e anti-imigração) insta as autoridades a deportarem os suspeitos detidos, enquanto outro pede que o ministério vá actualizando os casos – "O que lhes vai acontecer agora? Por favor, actualizem a informação. Vão deixar que saiam em liberdade?"Na madrugada desta sexta-feira, foi criada uma conta no Twitter chamada "UK Go Home Office", que se dedica a ridicularizar as mensagens do Governo. Um dos tweets salienta a alegada natureza racista das operações nos subúrbios de Londres: "Olha à tua volta. Os infractores das leis de imigração vêm em várias formas, tamanhos e tons de castanho. "O director executivo da associação de defesa dos refugiados Refugee Action, Dave Garratt, considera que a política do Governo britânico pode "incitar tensões raciais". Num texto publicado no jornal The Independent, Garratt diz detectar sinais de uma "cruzada com vista à criação de um ambiente hostil", com "carrinhas nas ruas com frases ameaçadoras e, alegadamente, pessoas não-brancas a serem mandadas parar e revistadas". Citado nesta sexta-feira pela edição online do jornal The Guardian, um porta-voz do Ministério do Interior, citado sob anonimato, defendeu a estratégia do Governo: "Não pedimos qualquer desculpa por pôr em prática as nossas leis de imigração e os nossos agentes realizam centenas de operações como esta em Londres ao longo de todo o ano. "Em Maio, uma semana depois dos surpreendentes resultados do UKIP nas eleições locais, David Cameron anunciou que a alteração das leis de imigração seria uma prioridade do seu Governo. A proposta – lida pela rainha na abertura do ano parlamentar – prevê o limite do acesso dos imigrantes a benefícios sociais e aos serviços de saúde e poderá ser aprovada até ao Outono.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei imigração rainha racista ilegal
Mais de 600 mortos e 159 mil deslocados na República Centro-Africana
Ministro francês da Defesa diz que o país está “à deriva” e alertou para “risco de anarquia” (...)

Mais de 600 mortos e 159 mil deslocados na República Centro-Africana
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.075
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ministro francês da Defesa diz que o país está “à deriva” e alertou para “risco de anarquia”
TEXTO: A violência na República Centro-Africana já deixou mais de 600 mortos, a maioria – 450 – na capital. Fugindo da violência, há mais de 159 mil deslocados, segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados. Muitos dos que fugiram estão em condições absolutamente precárias, como as quase 110 mil pessoas em campos sem condições na capital Bangui, incluindo 38 mil pessoas no aeroporto da cidade onde não têm nem casas de banho nem abrigo. Mas o aeroporto representa segurança: é a base das forças militares francesas deslocadas no país e assim quem lá está sente-se a salvo das milícias cristãs ou muçulmanas. Há ainda uma grande concentração de deslocados em Bossangoa, onde também está destacado o exército francês. “Espontaneamente e por vagas, 40 mil cristãos de Bossangoa e das aldeias em redor foram-se juntando à volta do arcebispado da cidade, em apenas quatro hectares”, conta a ONG Acção contra a Fome. “Noutro lado da cidade, as famílias muçulmanas estão a ir, desde há seis dias, para a escola Liberdade. ” Os Médicos Sem Fronteiras também falam das condições na missão católica de Bossangoa: 300 pessoas refugiadas, com dezenas de feridos na violência recente. Em visita à capital na manhã desta sexta-feira, o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, fez ligação entre a crise de segurança na capital com o “início de uma crise humanitária”. Os Médicos Sem Fronteiras dizem que esta crise exige uma mudança “radical e urgente” na resposta humanitária da ONU, pedindo mais meios e recursos e lamentando que só agora as Nações Unidas tenham decidido esta mobilização quando a crise começou já há muito mais tempo. “Já deveria ter sido feito muito nos últimos meses. ” O ministro francês diz que o país está “à deriva” e alertou para “risco de anarquia”. Esta situação pode “desestabilizar toda a região e atrair grupos criminosos e terroristas”. Depois da morte de dois soldados que tentavam desarmar milicianos, a França diz que a maioria das armas dos grupos da capital já foi retirada e começa a levar a cabo uma operação semelhante em Bossangoa. “Não podemos voltar a casa”, disse Alacide Bienvenu, um dos refugiados do aeroporto, à Reuters. Sentado num checkpoint junto a um rapaz com um machete nas mãos, concluiu: “Só saímos quando os franceses tiverem acabado o seu trabalho. Até lá, continuaremos aqui. ”
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
ONU declara existência de fome em duas regiões do sul da Somália
A situação das regiões somalis de Bakool e Baixa Shabelle agravaram-se de tal modo com a seca prolongada e a continuação de conflitos armados que as Nações Unidas fizeram hoje a declaração formal de existência de fome naquela parte do território do país, afectando mais de dois milhões de pessoas. (...)

ONU declara existência de fome em duas regiões do sul da Somália
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: A situação das regiões somalis de Bakool e Baixa Shabelle agravaram-se de tal modo com a seca prolongada e a continuação de conflitos armados que as Nações Unidas fizeram hoje a declaração formal de existência de fome naquela parte do território do país, afectando mais de dois milhões de pessoas.
TEXTO: “Se não agirmos já, a fome vai propagar-se a todas as oito regiões do sul da Somália apenas nos próximos dois meses, devido às fracas colheitas e ao surgimento de doenças contagiosas”, alertou ainda o gabinete de coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) na Somália. Segundo o coordenador da organização em Nairobi, Mark Bowden, praticamente metade da população total somali – ou seja, 3, 7 milhões de pessoas, das quais 2, 85 milhões residem no sul do país – encontram-se em situação de crise humanitária. E mais de dez milhões de pessoas na região do Corno de África enfrentam hoje em dia condições de emergência (nível imediatamente abaixo do da fome) devido à prolongada seca que, ainda segundo a ONU, pode ser a pior em várias décadas. Esta nova avaliação foi feita com base em novos dados coligidos pelas unidades de análise de segurança alimentar e nutrição na Somália e tendo em conta, também, a situação em que muitos refugiados somalis, em fuga do conflito armado no seu país, estão a chegar aos campos nos vizinhos Quénia e Etiópia. As duas regiões somalis declaradas agora em caso de fome – Bakool e Baixa Shabelle –, pela primeira vez em 19 anos, estão sob o controlo dos rebeldes islamistas Al Shabaab, tendo a agência dos refugiados da ONU sinalizado que vai tentar obter maiores garantias de segurança junto da rebelião, de forma a conseguir fazer fluir mais vastos fluxos de assistência alimentar para aquela zona do país. A situação de fome é definida pelas Nações Unidas com uma taxa de mortalidade de mais de duas em cada dez mil pessoas por dia e de um valor acima dos 30 por cento entre as crianças abaixo dos cinco anos de idade. Pelo menos 500 mil crianças estão em risco de vida no Corno de África, foi sublinhado pela UNICEF na semana passada, ao mesmo tempo que a Cruz Vermelha lançou o alerta de que uma em cada dez crianças na Somália apenas enfrenta actualmente o risco de morte devido à fome.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Presidente da Nigéria pede ajuda internacional para encontrar raparigas raptadas
O Governo não consegue travar a insurreição dos islamistas. Alunas podem ter sido vendidas fora do país. (...)

Presidente da Nigéria pede ajuda internacional para encontrar raparigas raptadas
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Governo não consegue travar a insurreição dos islamistas. Alunas podem ter sido vendidas fora do país.
TEXTO: O Presidente da Nigéria pediu a ajuda dos Estados Unidos para encontrar as 223 raparigas raptadas em Fevereiro pelo grupo islamista Boko Haram. “Apelamos aos países que nos podem ajudar (…) os Estados Unidos surgem em primeiro lugar”, disse Goodluck Jonathan. Foi a primeira vez que o Presidente nigeriano falou no rapto de 14 de Abril. Fê-lo pressionado. Por toda a Nigéria têm-se realizado manifestações contra os islamistas, além de surgirem muitas críticas ao Governo, que se tem mostrado incapaz para travar os Boko Haram. “Prometemos a estas jovens raparigas que, estejam onde estiverem, serão encontradas”, disse Jonathan, admitindo que pediu também ajuda ao Reino Unido e à China, e solicitou a cooperação nas investigações dos vizinhos Camarões, Chade, Níger e Benin. Numa declaração registada em vídeo, o líder do grupo islamista, Abubakar Shekau, ameaçou vender as estudantes raptadas como noivas. A gravação, que foi obtida pela AFP, é a primeira prova concreta do envolvimento do Boko Haram (que literalmente quer dizer “A educação ocidental é proibida”) no rapto. “Deus instruiu-me a vender as raparigas”, diz Abubakar Shekau. “Elas são sua propriedade, eu seguirei as suas instruções”, prossegue o radical islamista, que se insurge contra a educação das raparigas na escola, sublinhando que o seu destino é o casamento. Vários comentadores notaram, porém, que o video é invulgarmente omisso no que diz respeito aos detalhes do caso: Shekau não refere o número de alunas que ainda mantém sequestradas, onde se encontram ou quem serão os seus noivos. A verdade é que as autoridades da Nigéria não fazem a menor ideia do que aconteceu às raparigas, que têm entre 12 e 18 anos. Vai-se sabendo, por testemunhos de algumas das que conseguiram fugir, o que aconteceu no liceu de Chibok. “Eles entraram na nossa escola e nós pensámos que eram soldados. Eles tinham uniformes militares", disse ao jornal Sunday Punch Thabita Walse, uma rapariga que fugiu quando o grupo já seguia viagem, dentro de camiões. Diz outra das que conseguiram escapar, Amina Sawok: “Eles gritaram e foram grosseiros e então percebemos que eram rebeldes. Mas já era tarde de mais”. Logo a seguir ao rapto, o Exército nigeriano chegou a anunciar ter conseguido libertar todas as raparigas, o que não aconteceu. A Nigéria é, desde 2009, quando o Boko Haram se instalou e começou a intensificar a sua luta armada pela criação de um estado islâmico no Norte, um país com um grave problema de segurança que as autoridades não conseguem gerir. Só este ano a insurreição dos Boko já fez 1500 mortos. A região dos raptos (Boro) é conhecida por ser um dos terrenos de actividade do grupo islamista, que ao longo dos anos tem feito reféns, assim como realizado atentados à bomba. O que o Presidente Jonathan fez agora foi admitir a sua incapacidade para controlar o grupo e seguir-lhe as pisadas. Quanto às raparigas, podem estar ainda na Nigéria ou terem sido levadas para um país vizinho. O governador de Boro disse, logo após o rapto, que se as autoridades não conseguissem salvar as raparigas elas seriam obrigadas a ser “escravas sexuais e domésticas”. O que coincide com relatos na imprensa nigeriana segundo os quais algumas das raparigas do grupo terão sido vendidas como esposas muçulmanas (mesmo as que não o são). Relatos de outras raparigas raptadas noutras alturas, e que conseguiram fugir, contam a mesma história: vendidas em casamento e escravizadas. Perante a pressão e as críticas à actuação do Governo, do exército e da polícia, e percebendo que se está a criar uma campanha internacional pela libertação das raparigas, Goodluck Jonathan pediu a ajuda internacional, mais de duas semanas depois do rapto. Os Estados Unidos, pela voz do secretário de Estado (chefe da diplomacia), John Kerry, prometeram fazer o que estiver ao seu alcance para as ajudar a encontrar.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola educação ajuda casamento rapariga rapto
Tribunal manda ler todo o livro discutido pelos activistas angolanos detidos
Na tarde desta quinta-feira foram lidas 32 das mais de 180 páginas do manual. Julgamento que tinha datas marcadas só até esta sexta-feira vai prosseguir. (...)

Tribunal manda ler todo o livro discutido pelos activistas angolanos detidos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-11-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Na tarde desta quinta-feira foram lidas 32 das mais de 180 páginas do manual. Julgamento que tinha datas marcadas só até esta sexta-feira vai prosseguir.
TEXTO: Uma parte do quarto dia de julgamento dos activistas angolanos acusados de rebelião foi, esta quinta-feira, passada com a leitura do livro que serviu de base às discussões que tiveram entre eles e nas quais o Ministério Público afirma que decidiram “destituir e substituir” o “ditador José Eduardo dos Santos”. A decisão do juiz de ser feita em tribunal a leitura integral do manual Ferramentas para destruir o ditador e evitar nova ditadura foi considerada “absurda” por um dos advogados de defesa, David Mendes, em declarações ao PÚBLICO. A leitura deve continuar esta sexta-feira, o que torna impossível que o julgamento termine esta semana, como previa o calendário inicial, até porque o tribunal não concluiu ainda a audição do terceiro dos 17 arguidos acusados de “actos preparatório” de rebelião: 15 homens detidos e duas mulheres em liberdade. A sessão de quinta-feira começou com o interrogatório do arguido terceiro, Domingos da Cruz, jornalista e professor universitário, autor do manual – uma adaptação “à realidade angolana” da obra Da ditadura à democracia, do norte-americano Gene Sharp. Depois, o juiz decidiu que a obra seria lida na sua totalidade. Foram lidas durante a tarde 32 das mais de 180 páginas do manual. “Há uma atitude premeditada do juiz, apoiado pelo Ministério Público, de atirar para as calendas gregas a decisão do processo”, disse ao PÚBLICO outro dos advogados de defesa, Luís Nascimento, que considera a decisão uma “manobra puramente dilatória”, que considera “inexplicável”. Em declarações ao site Rede Angola, David Mendes disse que o prazo de cinco dias fixado para o julgamento foi “totalmente impensado” e explicou que o processo ainda passará pelas fases das audição de declarantes e testemunhas, que poderá ser requerida uma fase de discussão de matéria probatória, e, por fim, pelas alegações, seguidas dos quesitos e do acórdão. Filha de advogado no processoNa sessão desta quinta-feira, Mendes, um crítico do regime, encontrou no processo o seu nome escrito na fotografia de uma das suas filhas, Rosa Mendes, e decidiu que quando o caso chegar ao fim vai querer saber porque aconteceu isso. “Tive acesso como profissional, vou esperar para depois pedir certidões para saber porque colocaram o meu nome”, afirmou. O advogado admite que Rosa Mendes, também activista, tenha sido investigada e que “por algum lapso” a foto não tenha depois sido retirada do processo. Mas quer explicações. Tal como nos dias anteriores, o julgamento decorreu sem a presença da imprensa nem de diplomatas estrangeiros – impedidos de acompanhar o julgamento. Activistas e familiares dos detidos têm denunciado a forte presença de polícias à paisana na sala de audiências com capacidade para escassas dezenas de pessoas, uma situação que já mereceu críticas de advogados. Mónica Almeida, a mulher de Luaty Beirão, o detido que fez greve de fome durante 36 dias, queixa-se do mesmo. “Constatamos que já na sala de espera estavam os que alegam ser ‘nossos parentes afastados’ mas que desconhecemos como tal, mas [sim] como agentes que até estiveram a regular as visitas do Luaty na clínica”, escreveu, num post reproduzida na página do Facebook do marido. Ao contrário do que aconteceu nos primeiros dias do julgamento, em que activistas e advogados de defesa denunciaram agressões a detidos, negadas pelos serviços prisionais, não houve, nesta quinta-feira informaçõs sobre casos do género. Para além de uma situação, ocorrida na terça-feira, com o detido Afonso Matias, conhecido como Mbanza Hamza, que levou a defesa a anunciar uma participação por crime de ofensa corporal, foram denunciados maus-tratos a Manuel Nito Alves e a Albano Evaristo Bingo Bingo. O Ministério Público anunciou também a intenção de levantar processos-crime aos activistas Hitler Tchikonde, Mbanza Hamza, Benedito, Nuno Dala e Luaty Beirão, por terem surgido em tribunal com palavras de ordem anti-regime escritas nos uniformes prisionais.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime homens filha tribunal mulher fome género mulheres maus-tratos
Israel: um novo Estado racista
A nova lei da nacionalidade é um golpe no que de melhor tinha Israel, que era ser uma democracia num mar de ditaduras. (...)

Israel: um novo Estado racista
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.136
DATA: 2018-12-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: A nova lei da nacionalidade é um golpe no que de melhor tinha Israel, que era ser uma democracia num mar de ditaduras.
TEXTO: Sempre fui amigo de Israel e não só pelas razões que vêm do Holocausto. Era também por outras razões, desde aquelas a que, no tempo da fundação do Estado de Israel, o seu primeiro amigo, a URSS, e o Avante! eram pró-israelitas contra “as monarquias feudais árabes”, até aos eventos mais recentes que colocavam uma pequena democracia armada no meio de inimigos governados por ditaduras, umas mais cruéis do que as outras, mas nenhuma recomendável. Havia muita coisa que era genética no Estado de Israel, fundado por sionistas que eram na sua maioria socialistas, e que tinham ideias utópicas sobre a sociedade, construíram os kibutz no meio dos desertos, e os políticos não usavam gravatas, eram muitas vezes mulheres de força num oceano de homens por todo o lado, Europa e Oriente, e havia uma pulsão igualitária pouco comum. E era um país eficaz pela necessidade absoluta de estar rodeado de inimigos, ia apanhar nazis na América Latina e julgava-os, tinha os melhores serviços de informação, e um exército de cidadãos comandado pelo mérito que os promovia a oficiais. Claro que Israel tinha também lados negros igualmente genéticos. Para se constituir como Estado expulsara, com a colaboração de muitos dirigentes árabes que lhe fizeram o jogo criando uma situação de alarme, uma parte da população que vivia em cidades como Jaffa, violou até hoje os termos reconhecidos pela comunidade internacional das suas fronteiras com a instalação de colonatos, tinha no seu seio comunidades judaicas tão fundamentalistas como os seus vizinhos muçulmanos, e, nos últimos anos, recorreu a métodos de terrorismo de Estado em várias terras vizinhas a começar por Gaza. Com a direita no poder e Benjamim Netanyahu tudo se agravou e já estão longe as perspectivas de paz assentes na solução dos dois Estados, que estiveram quase a ser consagradas no tempo de Yasser Arafat. Agora não foi sequer a gota de água, foi uma torrente que se abriu com a nova lei da nacionalidade que institui na prática uma situação de apartheid e de racismo. Quando se pergunta de onde vem o súbito agravamento da situação internacional em vários focos, no Irão, na Coreia do Norte, no Médio Oriente, a resposta é Trump. Não é o único, mas é o principal. Foi ele que deu carta-branca à monarquia absolutista saudita e a Benjamim Netanyahu, e no dia seguinte, ainda o avião presidencial americano voava de regresso, a Arábia Saudita agravou as hostilidades no Iémen, e voltou-se contra o Qatar, e, em Israel, iniciou-se a mais inútil das escaladas com a deslocação da embaixada americana para Jerusalém em desprezo do direito internacional, e o Exército israelita começou a atirar a matar contra manifestantes em Gaza. Duas cartas-brancas e dois conflitos que imediatamente se agravaram, com Trump a colocar-se do lado sunita de uma velha guerra religiosa e geopolítica contra os xiitas, e a bater palmadinhas nas costas do seu “querido Bibi”, envolvido ele e a sua família em escândalos de dinheiros e benefícios próprios. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Como é óbvio, o “querido Bibi” acossado pela Justiça empurrou a actual legislação racista que acaba com os últimos traços de um Estado de Israel que pertencia a judeus e árabes, assente na “completa igualdade de direitos políticos e sociais (. . . ) para todos os seus habitantes”, independentemente de religião, raça e sexo, como se lia na Declaração de Independência de 1948. Agora, passa a haver uma situação que institucionaliza o estatuto de cidadãos de segunda, aos árabes israelitas, muitos dos quais, aliás, são cristãos, retirou o árabe de língua oficial de Israel e tornou Israel uma variante de Estado mais parecido com a teocracia iraniana. Israel era um pólo cosmopolita numa zona do mundo cada vez mais envolvida em ancestrais conflitos de religião e poder, agora tornou-se mais uma nação do Médio Oriente, mais parecida com os seus vizinhos na sua recusa da democracia e do primado da lei. Esta legislação é racista e num país como Israel implica uma nova forma de apartheid, mas é acima de tudo um golpe no que de melhor tinha Israel, que era ser uma democracia num mar de ditaduras. Mais um passo no caminho da crise mundial das democracias. Resistam ou vão a caminho da servidão, moderna, tecnológica, “social”, branca, bruta e malévola.
REFERÊNCIAS:
Étnia Árabes