Dois senegaleses mortos num ataque racista em Florença
Um homem com cerca de 50 anos que teria ligações à extrema-direita matou a tiro dois vendedores ambulantes senegaleses e feriu outras três pessoas em dois mercados de Florença (centro de Itália) antes de se suicidar. (...)

Dois senegaleses mortos num ataque racista em Florença
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento -0.2
DATA: 2011-12-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um homem com cerca de 50 anos que teria ligações à extrema-direita matou a tiro dois vendedores ambulantes senegaleses e feriu outras três pessoas em dois mercados de Florença (centro de Itália) antes de se suicidar.
TEXTO: Gianluca Casseri, originário de Pistoia (Toscânia), segundo o site do jornal “Corriere della Sera”, iniciou o ataque num mercado situado na Piazza Dalmazia, no norte da cidade. Aí abriu fogo, matando os dois vendedores ambulantes e ferindo um terceiro que foi hospitalizado em estado considerado grave. Segundo testemunhas, citados no “La Repubblica”, o autor dos tiros chegou ao local ao volante de um carro branco, disparou três tiros, entrou de novo no carro e abandonou o local. Depois de ter deixado a Piazza Dalmazia, Casseri dirigiu-se ao mercado de San Lorenzo, no centro histórico da cidade, onde voltou a abrir fogo, provocando dois feridos. De seguida suicidou-se com a sua arma, uma Magnum 357. Depois da tragédia, um cortejo espontâneo de 200 pessoas, na sua maioria de origem senegalesa e próximos das vítimas, partiu da Piazza Dalmazia em direcção ao centro da cidade, gritando “Vergonha! Vergonha!” e “Racistas!”. Indignado, um dos manifestantes lamentou a morte de inocentes: “Eles vinham para aqui vender muitas vezes e não incomodavam ninguém”, disse citado pela AFP.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte ataque vergonha
Tribunal londrino condena dois homens por crime racista com 18 anos
É o desfecho de um caso com 18 anos, que pôs a nu tensões raciais até então negadas pelas autoridades britânicas. Gary Dobson e David Norris, hoje adultos, foram condenados a prisão perpétua pelo assassínio de Stephen Lawrence, um adolescente de origem jamaicana, brutalmente agredido por um gang no sudeste de Londres, em 1993. (...)

Tribunal londrino condena dois homens por crime racista com 18 anos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-01-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: É o desfecho de um caso com 18 anos, que pôs a nu tensões raciais até então negadas pelas autoridades britânicas. Gary Dobson e David Norris, hoje adultos, foram condenados a prisão perpétua pelo assassínio de Stephen Lawrence, um adolescente de origem jamaicana, brutalmente agredido por um gang no sudeste de Londres, em 1993.
TEXTO: Segundo a sentença lida hoje em Old Baley, o tribunal penal central de Londres, Dobson terá de cumprir uma pena mínima de 15 anos e dois meses, enquanto Norris passará na prisão pelo menos 14 anos e três meses. O juiz presidente admitiu que a condenação é inferior ao que os familiares de Lawrence julgariam apropriado, mas explicou que foi obrigado a ter em conta factores atenuantes, como o facto de os dois acusados serem menores à data dos crimes. “A gravidade deste caso é elevada”, afirmou o magistrado, citado pela BBC, dizendo não haver dúvidas dos propósitos racistas dos assassinos de Lawrence. E apesar de não ter ficado provado quem esfaqueou o jovem, os dois acusados “sabiam que alguém do grupo transportava uma faca” e estavam preparados para atacar quando a circunstância se proporcionasse. “Este foi um crime que manchou o país”, sublinhou, lamentando que nenhum dos dois tenha demonstrado qualquer arrependimento. Stephen Lawrence foi atacado por um gang em Abril de 1993, quando esperava um autocarro numa paragem em Eltham, no sudeste de Londres. O ataque racista chocou os britânicos e, meses depois, a polícia deteve Dobson, Norris e outros três suspeitos. Mas as investigações acabaram por ser abandonadas, já que as provas e os testemunhos recolhidos foram considerados insuficientes. No entanto, investigações posteriores revelaram falhas graves na actuação da polícia, com denúncias de racismo institucionalizado, o que acabaria por conduzir a profundas mudanças na Scotland Yard, incluindo o recrutamento de mais agentes oriundos de minorias étnicas. O caso acabaria por ser reaberto e, em 2007, peritos forenses, recorrendo a técnicas que não estavam disponíveis à data do crime, encontraram uma microscópica mancha de sangue no casaco apreendido a Dobson e um fio de cabelo pertencente a Lawrence nos jeans que Norris usava. Os arguidos insistiram sempre na sua inocência, afirmando que as provas teriam sido contaminadas, mas o tribunal considerou os indícios suficientes para a condenação. Os dois acusados foram durante os últimos anos visados por várias investigações relacionadas com a actividade de gangs e, em 2010, Dobson foi condenado por tráfico de droga, cumprindo actualmente uma pena de prisão de cinco anos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime tribunal ataque prisão racismo racista
Vaga de ataques em crescendo contra cristãos na Nigéria
Pelo menos 17 pessoas morreram num ataque armado contra cristãos no estado nigeriano de Adamawa, entretanto reivindicado pelo grupo radical islamista Boko Haram, numa vaga de violência em crescendo no país que parece visar as comunidades cristãs. (...)

Vaga de ataques em crescendo contra cristãos na Nigéria
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-01-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pelo menos 17 pessoas morreram num ataque armado contra cristãos no estado nigeriano de Adamawa, entretanto reivindicado pelo grupo radical islamista Boko Haram, numa vaga de violência em crescendo no país que parece visar as comunidades cristãs.
TEXTO: Oriundo de Borno, estado fronteiriço a Adamawa, o Boko Haram faz desde há meses numerosos ataques por praticamente todo o Norte e Centro da Nigéria, visando o derrube do Governo e a criação de um Estado islâmico. Uma das facções do grupo lançou há dias o aviso para que todos os nigerianos cristãos e animistas vindos do Sul abandonem aquelas regiões do país, de população maioritariamente muçulmana. O grupo reivindicou igualmente um outro ataque na noite de quinta-feira, em Gombe, em que foram mortas a tiro seis pessoas, e um no dia de Natal, em que dezenas de cristãos foram assassinados numa igreja da capital, Abuja. Na semana passada, o Presidente, Goodluck Jonathan, declarou o estado de emergência em Borno e em Yobe, assim como no estado do Planalto, no Centro, e ainda o estado de Níger, a ocidente, na sequência da espiral de violência inter étnica e sectária que varre o país.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violência ataque
George Lucas denuncia racismo em Hollywood
O realizador George Lucas disse numa entrevista a Jon Stewart, no The Daily Show, que precisou de 20 anos para conseguir terminar o seu último filme, “Red Tails”, “porque tem um elenco só de negros”. (...)

George Lucas denuncia racismo em Hollywood
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-01-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: O realizador George Lucas disse numa entrevista a Jon Stewart, no The Daily Show, que precisou de 20 anos para conseguir terminar o seu último filme, “Red Tails”, “porque tem um elenco só de negros”.
TEXTO: George Lucas explicou que enfrentou vários problemas para o financiamento do filme, sobre os pilotos afro-americanos da Tuskegee Airmen que combateram na Segunda Guerra Mundial, tendo pago grande parte da produção com o seu próprio dinheiro. Segundo o realizador da épica saga “Guerra das Estrelas”, não houve nenhum grande estúdio interessado em apoiar e financiar o filme por não existir nenhum actor branco nos papéis principais. “Eu mostrei-o [o filme] a todos os grandes estúdios de cinema e todos disseram ‘Não, nós não sabemos como introduzir no mercado um filme como este”, contou George Lucas, responsável pela produção do filme, através da Lucasfilm. Para “Red Tails”, filme realizado por Anthony Hemingway e com argumento de John Ridley, George Lucas investiu 58 milhões de dólares (45 milhões de euros) e tem ainda um investimento de mais 35 milhões (27 milhões de euros) para a distribuição do filme, que chega aos cinemas norte-americanos a 20 de Janeiro. O filme começou a ser produzido e realizado em1989. “Eles [estúdios e distribuidoras] não acreditam que exista algum mercado para estes filmes”, continuou Lucas, que através da sua produtora produz a primeira obra em 15 anos não relacionada com as sagas “Star Wars” ou “Indiana Jones”. O filme de ficção, baseado em histórias verídicas, conta no elenco com nomes bem conhecidos como o vencedor de um Óscar Cuba Gooding Jr, Terence Howard e o cantor Ne-Yo. A actriz portuguesa Daniela Ruah, que tem protagonizado a série “Investigação Criminal: Los Angeles” também faz parte do elenco. Em 2007, o então presidente dos Estados Unidos, George Bush, distinguiu estes pilotos afro-americanos com a Medalha de Ouro do Congresso. Na mesma entrevista, George Lucas explicou que normalmente os filmes negros, mesmo os filmes de Tyler Perry (“Porque é que me Casei?”), que normalmente são sucessos de bilheteiras, têm baixos orçamentos, quando comparados com as grandes produções de Hollywood. Uma realidade e uma visão do negócio muito criticada por George Lucas, que garantiu que, por exemplo, “Red Tails”, “custa muito mais dinheiro do que alguns filmes fazem nas bilheteiras”. George Lucas não é o primeiro a acusar a indústria cinematográfica de Hollywood de racismo. Já em 2008, Spike Lee criticou a ausência de actores negros nos grandes filmes de guerra, destacando os filmes de Clint Eastwood, “As Bandeiras dos Nossos Pais” e “Cartas de Iwo Jima”. “Ele fez dois filmes sobre a batalha de Iwo Jima, durante a II Guerra Mundial, e não houve um único soldado negro a aparecer”, disse na altura Spike Lee, acrescentando que, por isso, o filme não correspondia à realidade. Em relação à polémica, Clint Eastwood reconheceu que, de facto, tinha existido uma pequena unidade de soldados negros destacada para Iwo Jima, mas que nenhum desses soldados hasteou a bandeira e que esse era, afinal, o tema do filme. “Se eu tivesse posto ali um actor afro-americano, teriam dito ‘este tipo perdeu a cabeça’. Ou seja, eu não estaria a ser exacto", justificou-se então Eastwood. Polémicas à parte, George Lucas garantiu que se o filme for bem sucedido nos cinemas e alcançar um lugar cimeiro nas receitas de bilheteira, terá uma prequela e uma sequela. Entrevista de George Lucas no Daily Show Trailer de "Red Tails"
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra negro racismo
Navios europeus podem atacar alvos terrestres na Somália
A União Europeia vai permitir às suas forças militares envolvidas numa missão anti-pirataria atacarem alvos em terra, e não só, como até agora, no mar. (...)

Navios europeus podem atacar alvos terrestres na Somália
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-03-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: A União Europeia vai permitir às suas forças militares envolvidas numa missão anti-pirataria atacarem alvos em terra, e não só, como até agora, no mar.
TEXTO: A alteração foi feita quando, nesta sexta-feira, os ministros da Defesa aprovaram a extensão da missão. Há actualmente até dez navios europeus a patrulhar as águas ao largo do Corno de África numa missão em que participa uma fragata portuguesa . A missão começou em 2008 com o objectivo de proteger navios que são alvo dos piratas na zona e também proteger a ajuda humanitária. O jornalista da BBC especializado em segurança Frank Gardner diz que a acção é significativa mas que arrisca uma escalada. Um responsável da UE disse, sob anonimato, à agência noticiosa francesa AFP que as novas regras iriam permitir aos navios de guerra europeus que disparassem contra depósitos de combustível, camiões e outros equipamentos nas praias. Estima-se que a pirataria marítima ao largo da costa da Somália tenha custado à indústria marítima global mais de 4, 2 milhões de euros. Os piratas têm ainda aumentado o seu raio de acção: com as patrulhas de navios internacionais, os piratas têm atacado cada vez mais longe, por vezes mais perto da Índia do que da Somália.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Presidente sul-africano abre inquérito à morte de mineiros pela polícia
O Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, anunciou a abertura de um inquérito oficial à morte dos 34 mineiros durante um protesto numa mina de Marikana, no Noroeste do país, em que a polícia abriu fogo sobre os manifestantes que se encontravam em greve há mais de uma semana. (...)

Presidente sul-africano abre inquérito à morte de mineiros pela polícia
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-08-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, anunciou a abertura de um inquérito oficial à morte dos 34 mineiros durante um protesto numa mina de Marikana, no Noroeste do país, em que a polícia abriu fogo sobre os manifestantes que se encontravam em greve há mais de uma semana.
TEXTO: Descrevendo aquelas mortes como “trágicas”, Zuma disse sentir-se “entristecido e consternado” com os acontecimentos “chocantes” na mina de platina, que ocorreram na quinta-feira. “Estou convicto que a Comissão de Inquérito vai descobrir a verdade e os factos vão ser revelados”, sustentou, após ter-se reunido com a polícia assim como com alguns dos mineiros feridos. O incidente saldou-se com a morte de 34 pessoas, e pelo menos outras 78 ficaram feridas, muitas com gravidade, além de terem sido detidas 259 pessoas (por violência, homicídio e tentativa de homicídio, posse de armas perigosas, reunião ilegal), no que a comissária da polícia sul-africana Riah Phiyega descreveu como um acto de legítima defesa por parte dos agentes, "para se defenderem do grupo [de manifestantes] que os estava a atacar". Zuma, que interrompeu uma visita a Moçambique, defendeu que este não é o momento para “apontar o dedo”, mas prometeu também que se certificará de que uma tal perda de vidas não se repetirá. O Presidente sublinhou ainda que o direito de manifestação pacífica constitui “um pilar da democracia ganha a muito custo” no país e adiantou também que “este é um dia para fazer o luto, juntos, como uma nação, e um dia para reconstruir e sarar”. O incidente ocorreu na mina de platina de Marikana, propriedade da empresa Lonmin, onde os cerca de 3000 mineiros que ali trabalham se encontravam em greve desde a semana passada, exigindo melhores condições de trabalho e aumento de salário para o triplo do que ganham actualmente – à volta dos 350 dólares. Imagens que já correram mundo mostram a polícia a carregar sobre os mineiros, disparando indiscriminadamente sobre a massa de grevistas que corria em direcção aos agentes, não sendo claras as circunstâncias que levaram as autoridades a abrir fogo. Outras dez pessoas, incluindo dois polícias, tinham já morrido nos protestos na mina antes dos confrontos de quinta-feira, considerado já como o pior derramamento de sangue em confrontos entre polícia e trabalhadores na África do Sul desde Sharpville (16 de Junho de 1976) e Boipatong (17 de Junho de 1992).
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homicídio violência luto salário ilegal
Mineiros sul-africanos vão ser acusados de homicídio
O Ministério Público da África do Sul vai acusar os 270 trabalhadores detidos na semana violenta na mina da Lonmin pela morte de 34 dos seus colegas, mortos a tiro pela polícia, segundo a emissora britânica BBC. (...)

Mineiros sul-africanos vão ser acusados de homicídio
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-08-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Ministério Público da África do Sul vai acusar os 270 trabalhadores detidos na semana violenta na mina da Lonmin pela morte de 34 dos seus colegas, mortos a tiro pela polícia, segundo a emissora britânica BBC.
TEXTO: Nenhum polícia foi acusado porque uma comissão de inquérito está a estudar as acções dos agentes. Segundo os relatórios das autópsias revelados por um jornal sul-africano, a maioria dos mortos a 16 de Agosto foram atingidos por tiros nas costas, o que contraria a defesa oficial da polícia: de que os agentes dispararam para se defender. Os detidos vão ser acusados no âmbito de uma provisão legal que estabelece que todos os envolvidos num crime são responsabilizados pelos resultados desse acto criminal. Os detidos confrontaram a polícia, que disparou sobre os manifestantes, e estão assim a ser legalmente responsabilizados. Antes do que a imprensa local chama "o massacre" de 16 de Agosto, tinham já morrido dez pessoas, incluindo dois polícias e dois seguranças da mina de Marikana, durante protestos. Os mineiros querem um aumento salarial e continuam a levar a cabo uma greve, que começou de modo espontâneo e é ilegal segundo o código de trabalho do país. A empresa que explora a mina de platina, a Lonmin, tem-se recusado a discutir salários. Neste momento decorrem discussões entre a empresa e os trabalhadores mas ainda só sobre as recentes tensões e não sobre salários. A mina está parada, e com o avançar da greve cada vez menos trabalhadores têm aparecido para trabalhar; a empresa culpa os grevistas por intimidação.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Mineiros sul-africanos mantêm greve em Marikana e protestos alastram
Os mineiros da mina de platina de Marikana, há mais de um mês mergulhada num profundo clima de tensão e onde manifestações levaram à morte de mais de 40 pessoas, mantiveram-se este segunda-feira em greve, desafiando um acordo firmado entre alguns sindicatos e a administração da mina, ao mesmo tempo que o protesto por melhores salários se alastrou a uma das maiores explorações de ouro na África do Sul. (...)

Mineiros sul-africanos mantêm greve em Marikana e protestos alastram
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-09-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os mineiros da mina de platina de Marikana, há mais de um mês mergulhada num profundo clima de tensão e onde manifestações levaram à morte de mais de 40 pessoas, mantiveram-se este segunda-feira em greve, desafiando um acordo firmado entre alguns sindicatos e a administração da mina, ao mesmo tempo que o protesto por melhores salários se alastrou a uma das maiores explorações de ouro na África do Sul.
TEXTO: Mais de 4. 000 mineiros em Marikana recusaram o prazo dado pelo acordo negociado e permaneceram, muitos armados de paus, ferros e catanas, a uns 50 metros de distância da barreira formada pela polícia antimotim e veículos blindados. Os grevistas, que exigem aumentos salariais para o triplo dos actuais 450 dólares por mês em média, ecoavam palavras de ordem como “A polícia que nos matou está a tremer” e “O homem branco está a tremer”, numa alusão aos tumultos e confrontos de 16 de Agosto passado, em que 44 pessoas foram mortas, a maioria a tiro pela polícia –no mais grave incidente envolvendo as forças de segurança sul-africanas desde o fim da era do apartheid. A empresa que administra a mina de Marikana, a Lonmin, avançou entretanto que apenas 6, 3% dos trabalhadores foram trabalhar hoje – de qualquer forma um avanço em relação aos 2% registados na passada sexta-feira. O acordo fixado com alguns dos sindicatos previa apenas o regresso dos mineiros ao trabalho até hoje, e não mais do que abria a porta a negociações sobre as exigências salariais. A Gold Fields, quarta maior empresa de exploração de ouro do mundo, anunciou entretanto que cerca de 15 mil trabalhadores estão esta segunda-feira em greve, forçando à total paragem da actividade na mina KDC do Ocidente. Os administradores da Goldfield sustentam estar face a uma “greve ilegal”, não tendo recebido quaisquer reivindicações por parte dos mineiros em paralisação e avançando mesmo que está a ser usada intimidação contra aqueles que querem apresentar-se ao trabalho. Esta empresa tinha já na semana passada registado uma outra greve, então na mina de KDC do Leste, onde cerca de 12 mil trabalhadores se recusaram a trabalhar depois de alguns daqueles que são membros da União Nacional dos Trabalhadores Mineiros invocarem que aquele sindicato não estava a defender adequadamente os seus interesses.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homem ilegal
Governo sul-africano promete firmeza contra distúrbios nas minas
O ministro da Justiça da África do Sul, Jeff Radebe, anunciou esta sexta-feira medidas para restabelecer a ordem no sector mineiro, abalado por greves e violência há mais de um mês. (...)

Governo sul-africano promete firmeza contra distúrbios nas minas
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-09-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: O ministro da Justiça da África do Sul, Jeff Radebe, anunciou esta sexta-feira medidas para restabelecer a ordem no sector mineiro, abalado por greves e violência há mais de um mês.
TEXTO: “Os que procederem a concentrações ilegais, transportarem armas perigosas, provocarem ou ameaçarem de violência nas zonas afectadas serão tratados como deve ser”, declarou à imprensa. As zonas referidas são essencialmente a cintura das minas de platina à volta de Rustebburg, no Norte, onde, em Marikana, a violência causou em Agosto a morte a 45 pessoas, 34 delas abatidas pela polícia. Mesmo depois disso a tensão mantém-se com cortes de estradas e concentrações de grevistas frequentemente empunhando armas tradicionais. “O nosso governo não tolerará por mais tempo actos desses”, disse Jeff Radebe. “As forças da ordem não hesitarão em prender os que violarem a lei. ”Na quinta-feira, o Presidente sul-africano, Jacob Zuma, disse que o Governo se preparava para agir mas não adiantou o que faria. Proposta rejeitadaOs mineiros de Marikana rejeitaram, já esta sexta-feira, uma proposta de aumento salarial do grupo britânico Lonmin, a primeira que lhes foi feita após cinco semanas de conflito laboral mas com valores inferiores aos que reivindicam. As negociações vão continuar. A proposta de aumento era de 986 rands (95 euros) e foi feita na quinta-feira à noite num encontro entre a empresa, uma comissão de mediação e arbitragem, sindicatos e líderes grevistas. Segundo o site EWN, colocaria o salários mais baixos em 5. 550 rands, cerca de 550 euros. Foi a primeira vez que a Lonmin , que até aqui recusava discutir salários enquanto o trabalho não fosse retomado, avançou com uma proposta. Os grevistas mantém a reivindicação de “12. 500 rands [1200 euros] ou nada” e tencionam manifestar-se em Pretória, junto à sede do Governo.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Tropas francesas e africanas preparam assalto contra bastião islamista no Mali
Avanços coincidem com notícia de cisão no maior dos grupos islamistas. Nova facção repudia terrorismo e diz-se disposta a negociar (...)

Tropas francesas e africanas preparam assalto contra bastião islamista no Mali
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Avanços coincidem com notícia de cisão no maior dos grupos islamistas. Nova facção repudia terrorismo e diz-se disposta a negociar
TEXTO: Aceleram-se os preparativos para a ofensiva terrestre contra Gao, bastião dos jihadistas mais radicais da aliança que em Março passado tomou a metade Norte do Mali. Militares franceses e malianos avançam para a cidade, enquanto tropas africanas aguardam guia de marcha no vizinho Níger. Avanços que coincidem com notícias da primeira cisão entre os islamistas – um importante líder tribal repudiou as tácticas terroristas dos companheiros de armas e mostrou-se disposto a negociar. “Queremos lutar a nossa guerra, não a da Al-Qaeda do Magrebe Islâmico”, adianta um comunicado do Movimento Islâmico do Azawad (MIA), a designação dos tuaregues para a área que reclamam como sua pátria, um território que se estende do Sul da Líbia ao Mali e Burkina Faso. O grupo apresenta-se como uma cisão do Ansar Dine, movimento islamista tuaregue e até agora a maior facção dos extremistas que, depois de expulsar o Exército, impôs a sharia (lei islâmica) no Norte do Mali. O novo grupo é liderado por Algabass Ag Intallah, líder de uma influente tribo de Kidal, cidade no Nordeste do país, e que foi o chefe da delegação do Ansar Dine às negociações no Burkina Faso para tentar uma saída para a guerra. No final de 2012, o movimento abandonou o diálogo e, em Janeiro, lançou uma ofensiva contra o Sul ao lado do ramo magrebino da Al-Qaeda e do MUJAO (cisão do AQMI que quer impor a sharia a toda a África Ocidental), levando a França a intervir com receio de que a capital, Bamaco, caísse nas mãos dos rebeldes. O MIA, que garante não ter estrangeiros nas suas fileiras, diz rejeitar “todas as formas de extremismo e terrorismo” e mostra-se disponível para as combater. Intallah exige à França que se abstenha de atacar Kidal como condição para o diálogo que, diz, não visa já a independência, mas a autonomia para as zonas tuaregues. A confirmar-se, a cisão é uma boa notícia para os países vizinhos, a começar pela Argélia, que há muito tentavam convencer o Ansar Dine a negociar uma saída política e a afastar-se dos jihadistas. É contra estes que se lançam o Exército francês e maliano que, na noite de quinta para sexta-feira, progrediram cerca de 200 quilómetros em direcção a Gao, cidade em poder do AQMI e do MUJAO, e de onde chegam notícias do agravamento da situação humanitária. Pela primeira vez desde o início da intervenção francesa, soldados dos dois países efectuaram patrulhas conjuntas, noticiou a AFP, tendo avançado sem encontrar resistência. “Não há mais islamistas aqui”, contou ao jornal Le Monde um habitante de Hombori, libertada durante a madrugada. A Força Aérea francesa bombardeou também durante a noite posições dos rebeldes nas imediações de Gao, parte de uma operação que visa preparar terreno para que a força africana, com mandato da ONU, tome a cidade. A tarefa caberá aos 2000 soldados do Chade e aos 500 nigerianos que estão já junto à fronteira entre o Níger e o Mali. A Reuters indicou que 160 soldados do Burkina Faso substituíram entretanto os militares franceses que guardavam uma ponte estratégica sobre o rio Níger, na mesma altura em que se soube que os islamistas tinham feito explodir uma outra, numa das estradas que ligam Gao à fronteira do Níger. O avanço é, porém, ensombrado por denúncias de abusos cometidos pelo Exército do Mali nas cidades tomadas. Residentes e ONG acusam os soldados de executarem árabes e tuaregues (de pele mais clara), suspeitos de colaborarem com os islamistas, criando o receio de que a intervenção internacional abra caminho à violência étnica no país.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU