SOS Racismo pede ao MAI que investigue acção da polícia no encontro de jovens em Lisboa
A PSP está atenta a novos encontros de jovens como o que se realizou no Centro Comercial Vasco da Gama e acabou mal. (...)

SOS Racismo pede ao MAI que investigue acção da polícia no encontro de jovens em Lisboa
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.1
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: A PSP está atenta a novos encontros de jovens como o que se realizou no Centro Comercial Vasco da Gama e acabou mal.
TEXTO: Dois dos quatro detidos nos incidentes do encontro de jovens (“meet”) que terminou com desacatos no Centro Comercial Vasco da Gama, em Lisboa, têm esta segunda-feira julgamento sumário marcado por resistência e coacção sobre agentes da autoridade. A organização SOS Racismo condenou, entretanto, a actuação da PSP e exigiu ao Ministério da Administração Interna que “apure todas as responsabilidades”. Atenta ao fenómeno, de forma a poder evitar que eventuais encontros de jovens terminem em incidentes semelhantes aos que aconteceram na quarta-feira no Parque das Nações, a PSP reforçou domingo à noite o efectivo policial no concerto de encerramento das Festas do Mar, na baia de Cascais, onde um concerto de Anselmo Ralph gratuito fazia antever a afluência de cerca de 50 mil pessoas. Em comunicado, o SOS Racismo defendeu que “o caos [na quarta-feira] só foi possível” devido à intervenção da PSP, que “face à concentração de jovens negros no local”, originou “uma acção tão musculada da polícia”. Para esta organização, os desacatos, que provocaram ferimentos ligeiros em cinco polícias e a detenção de quatro jovens (duas foram logo interrogadas e sujeitas à medida de coacção menos gravosa, termo de identidade e residência), “são mais uma evidência do racismo flagrante na actuação das forças de segurança em geral e, neste caso em particular, da PSP”. Durante o fim-de-semana sucederam-se as notícias sobre eventuais novos meet, reuniões marcadas para o convívio entre amigos, nas redes sociais. Uma página no Facebook que marcava um encontro para a tarde de domingo em Odivelas foi desactivada, mas a polícia monitorizou as redes sociais na tentativa de perceber se um novo meet estava ou não a ser marcado para a noite de domingo para o concerto de Anselmo Ralph, em Cascais. Oficialmente, a PSP sublinhava este domingo que não havia nada de anormal no efectivo destacado para acompanhar este concerto. Em declarações ao PÚBLICO, uma fonte policial admitiu apenas que o facto de “poderem acorrer mais jovens a este concerto é um factor de risco a somar a uma dezena de outros”, justificando desta forma um reforço policial acrescido. Nada de especial, porém, desdramatizou o responsável, que nota ser habitual este reforço quando se perspectiva um aumento anormal no número de pessoas. “Este é um fenómeno da sociedade, não é um fenómeno policial. Já houve outros meets e todos, à excepção do de quarta-feira, em que houve incidentes, não foram notícia”, lembrou o responsável da PSP que pediu para não ser identificado. Recordando que se têm vindo a suceder encontros deste tipo, sem problemas, deu o exemplo de um meet marcado para sexta-feira à tarde em Queluz, que "juntou cerca de 300 jovens sem registo de quaisquer problemas e ninguém falou disso”. O fenómeno dos meets, que começou nos Estados Unidos, foi imitado no Brasil onde ficou conhecido pelo nome rolezinhos, não é assim tão novo em Portugal. No ano passado, já houve meets convocados através do Twitter, mas foi no mês passado, em função da multiplicação de convocatórias através no Facebook , que ficou mais conhecido. “Estes encontros só passaram a ser notícia porque houve confusão”, afirma o polícia, que nota que garantir a segurança em situações deste tipo é complexo. Nas redes sociais já estão a ser convocados novos meets para os próximos dias no Dolce Vita Tejo (Amadora), no Parque dos Poetas (Oeiras) e no Vasco da Gama. Resta saber se serão, entretanto, desconvocados.
REFERÊNCIAS:
Entidades PSP
Dezassete polícias vão responder em tribunal por racismo e tortura
Agentes suspeitos de espancamento de jovens da Cova da Moura vêem acusação confirmada pelo Tribunal de Instrução Criminal de Sintra. Apenas uma subcomissária foi ilibada. (...)

Dezassete polícias vão responder em tribunal por racismo e tortura
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-12-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Agentes suspeitos de espancamento de jovens da Cova da Moura vêem acusação confirmada pelo Tribunal de Instrução Criminal de Sintra. Apenas uma subcomissária foi ilibada.
TEXTO: Os polícias suspeitos de racismo e de torturarem jovens negros do bairro da Cova da Moura, nos arredores de Lisboa, vão responder em tribunal por estes e outros crimes. A decisão foi tomada nesta segunda-feira pelo Tribunal de Instrução Criminal de Sintra, que apenas ilibou uma subcomissária. Tudo sucedeu em Fevereiro de 2015. Vários jovens deslocaram-se à esquadra de Alfragide, na Amadora, após a detenção de um rapaz de 24 anos, que teria apedrejado uma carrinha da PSP que patrulhava o bairro da Cova da Moura. Os polícias detiveram cinco deles e alegaram que eles "tentaram invadir" a esquadra. Depois de terem sido libertados, 48 horas mais tarde, os jovens queixaram-se de agressões, tortura e discriminação racial. Após uma prolongada investigação, levada a cabo pela Unidade Nacional Contra Terrorismo da Judiciária, o Ministério Público deu-lhes razão. Concluiu que tinham sido espancados pelos agentes e que estes tiveram colegas de trabalho a fazer tudo o que podiam para os encobrir – incluindo falsificar testemunhos e autos de detenção. Os factos descritos nos autos da polícia sobre o que se passou a 5 de Fevereiro de 2015 “não se verificaram”, assegura o despacho de acusação, na sequência do qual um dos arguidos, uma subcomissária da PSP, pediu a abertura de instrução do processo. Apenas ela não irá a julgamento: não há provas de que tenha estado naquela esquadra, não terá presenciado as agressões, nem há indícios que tenha limpado o sangue que delas resultou, disse a juíza de instrução criminal de Sintra, Ana Paula Costa. A magistrada mostrou "sérias reservas" quanto aos depoimentos de alguns dos queixosos, segundo o qual teria sido esta agente a limpar o chão, uma vez que se encontravam manietados e incapazes de ver a pessoa a quem os polícias pediram para eliminar estes vestígios. Além disso, entendeu a juíza, a subcomissária não podia ser pronunciada pela prática do crime omissão de denúncia, uma vez que não pertencia à Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial da Amadora, onde tiveram lugar as alegadas agressões. Por isso, nenhum dos 17 arguidos acusados era seu subordinado. A subcomissária mudou de esquadra poucos meses depois dos acontecimentos, encontrando-se agora a trabalhar na zona do Porto, referiu o seu advogado, António Santos Pereira. A defesa da subcomissária da PSP “já antevia” esta decisão, depois de o Ministério Público, durante a fase de instrução, ter considerado que não havia “matéria de direito nem matéria de factos para pronunciar” a agente, afirmou o seu advogado. Para a defesa de 16 dos 17 arguidos, esta decisão é mesmo encarada como "um muito bom sinal", que se pode reflectir na decisão final do julgamento que deverá começar no próximo ano. “Mostra a fragilidade e as incongruências da acusação”, disse Isabel Gomes da Silva, convicta “de que a acusação cairá”, sem no entanto expor os argumentos que sustentam esta convicção. “Em julgamento a verdade será reposta”, disse apenas. Já os representantes legais dos queixosos estão a avaliar a possibilidade de recorrerem da não pronúncia da subcomissária, sublinhando, no entanto, que o objectivo não é começar uma “qualquer caça às bruxas, mas apurar exactamente quem praticou os actos de que vêm acusados”. Num comunicado enviado pela advogada dos jovens, Lúcia Gomes sublinha que o que pretendem com este processo é obter “justiça efectiva para os profissionais da PSP que não souberam honrar a sua farda e estatuto, abusaram do seu poder, motivados pelos mais básicos sentimentos de discriminação étnica e racial”. Quase todos os agentes sob suspeita continuam ao serviço, depois de alguns terem ficado de baixa médica, informou a representante legal dos acusados. "Estão todos fora da esquadra de Alfragide, porque assim o pediram", assegurou Isabel Gomes da Silva. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Em Setembro o Ministério Público requereu que fossem suspensos de funções, mas a juíza de instrução criminal entendeu que não se justificava tal medida. O Ministério Público insistiu e aguarda decisão sobre o recurso. A PSP tinha também por hábito suspender os agentes pronunciados por crimes graves, com base no seu regulamento disciplinar, mas não é certo que agora o faça: alguns tribunais têm posto em causa a legalidade deste procedimento. Além de racismo e tortura, os 17 polícias responderão por sequestro, injúrias, ofensas à integridade física e falsificação agravada de documento. “Se eu mandasse exterminava todos os africanos”, terá dito um deles aos jovens enquanto estavam detidos, de acordo com a acusação. “A raça africana tem de desaparecer da face da terra” e "deviam ir para o estado islâmico", terão sido outras frases proferidas, ainda segundo a acusação. O despacho descreve também como um dos arguidos atingiu um dos rapazes com uma shotgun de serviço, que dispara balas de borracha, ao mesmo tempo que dizia “Vão morrer todos, pretos de merda!”.
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Entidades PSP
Portugal ensaia fase final com ritmos africanos
Seleccionador nacional procura explorar no “particular” de Braga algumas similitudes da organização da Tunísia com o estilo das selecções marroquina e iraniana, adversários no Mundial da Rússia. (...)

Portugal ensaia fase final com ritmos africanos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Seleccionador nacional procura explorar no “particular” de Braga algumas similitudes da organização da Tunísia com o estilo das selecções marroquina e iraniana, adversários no Mundial da Rússia.
TEXTO: O seleccionador nacional, Fernando Santos, começa esta noite, em Braga, frente à Tunísia, no primeiro de três encontros de preparação com vista ao Mundial da Rússia, a tirar ilações sobre o momento de Portugal. Mesmo que o lote de convocados ainda aguarde a chegada do capitão, Cristiano Ronaldo, e dos sportinguistas Rui Patrício, Bruno Fernandes e Gelson Martins. Já em pleno palco do compromisso com a congénere tunisina — 14. ª do ranking FIFA e, simultaneamente, a mais bem cotada entre as selecções africanas —, Fernando Santos terá oportunidade de aferir alguns aspectos de ordem táctica, pormenores de suma importância para ultimar com rigor uma entrada personalizada no Mundial e, mais concretamente, os confrontos com Marrocos e Irão, rivais cujos estilos se aproximam do tunisino. Mas mais do que a versatilidade e a competência táctica, Portugal está obrigado a causar uma impressão à medida e altura dos galões que ostenta desde a final de Saint-Denis, ainda que o treinador português relativize um cenário de pressão. O seleccionador nacional pode nem arriscar declarar se o título de campeão europeu pesa no campo da responsabilização ou se, na inversa, pode reconfortar e massajar o ego da equipa. Mas nada disso parece capaz de interferir na hora de afirmar que o resultado dos três encontros particulares — à Tunísia seguem-se Bélgica e Argélia — não pode ser descurado ou desvalorizado quando está em causa o nome de Portugal, o que exige uma posição de força por parte de Fernando Santos, a defender que “os resultados interessam sempre”. “Representamos a selecção nacional e todos os resultados contam. . . Sejam amigáveis, menos amigáveis, antes do Campeonato do Mundo, antes do Campeonato da Europa ou em competições oficiais”, vinca o seleccionador, que em breve terá todo o grupo completo, aproveitando as ausências de Ronaldo e dos “leões” para testar outras soluções. “Estes jogos servem essencialmente para ver como estão os jogadores depois da paragem dos campeonatos e de uma semana de treinos”, acrescentou, interessado em ver a evolução da equipa em todas as suas valências de forma a poder intervir e introduzir as últimas “afinações” antes de chegar à Rússia, onde o primeiro embate, frente à selecção de Espanha, dia 15 de Junho, em Sochi, poderá ajudar a determinar a campanha lusa. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Para já, Fernando Santos orientou em Braga uma sessão de treino com 19 jogadores, sem lesionados e de novo com os guarda-redes Anthony Lopes e Beto. A análise do comportamento dos jogadores do ponto de vista físico e táctico fornecerá, frente à Tunísia, os primeiros parâmetros para a entrada na recta final de preparação do Mundial. E a Tunísia desempenha um papel crucial, quer pela organização que Fernando Santos elogiou, quer pela qualidade corroborada pela presença na fase final do Rússia2018. Além desses factores que presidiram à escolha deste adversário como “cobaia” antes dos jogos a doer, também as “semelhanças na forma de pensar o jogo” seduziram Portugal, interessado em testar-se num cenário pouco familiar, mas que encontrará quando se cruzar com Marrocos e até com o Irão de Carlos Queiroz. Sobre estas duas selecções em concreto, também Nabil Maaloul se pronunciou ontem, com conhecimento de causa. “Penso que o Irão será uma das atracções do Mundial. Jogámos com eles e mostraram grande preparação. É um grupo difícil também para Portugal. Não podemos desprezar Marrocos e Irão, têm um futebol muito atlético e Portugal tem um jogo mais técnico, mas tem individualidades que lhe podem dar acesso à próxima fase”, avaliou o seleccionador da Tunísia. Pouco adiantou sobre o embate desta noite: “Portugal é o último campeão da Europa e prevemos um jogo muito difícil, mas estamos prontos. ”
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Palavras-chave campo
Descolonização e racismo à portuguesa
O que Marcelo Rebelo de Sousa fez foi manifestar o contínuo histórico baseado no conceito do bom português que trata os “seus negros” com humanidade. (...)

Descolonização e racismo à portuguesa
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-09-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: O que Marcelo Rebelo de Sousa fez foi manifestar o contínuo histórico baseado no conceito do bom português que trata os “seus negros” com humanidade.
TEXTO: O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi visitar a ilha de Gorée, no Senegal, e fez declarações sobre o envolvimento de Portugal no tráfico de escravos. O que lá mencionou foi o gesto madrugador de Portugal ao ter reconhecido a injustiça da escravatura, em 1761, quando pela mão do marquês de Portugal aboliu tal prática em parte do seu território em “reconhecimento pela dignidade do homem”, segundo disse. As declarações do Presidente tiveram o condão de iniciar um saudável debate sobre a participação portuguesa no tráfico de escravos, a colonização e a descolonização, e sobre como esses assuntos são tratados hoje nos programas de ensino em Portugal. O que tem faltado no debate não são argumentos que rebatam as convicções de Rebelo de Sousa, mas as vozes da intelectualidade negra portuguesa. Não se atribuía tal silêncio simplesmente aos parcos números deste grupo, atribua-se sim à relação que existe entre declarações sobre benevolência colonial e o ocultamento das vozes dos ex-colonizados. Ou seja, o paternalismo que caracterizou o colonialismo português continua na forma como os negros são representados (ou não representados) no Portugal pós-colonial. Isto tem a sua história. A reacção do Estado Novo ao início das guerras de libertação nos seus territórios foi a recusa em negociar com os então chamados “terroristas”. Tal recusa não foi simplesmente motivada por cálculo militar, ou estratégico. O Estado Novo não tinha como reconhecer os movimentos de libertação como “dignos representantes” dos seus povos, porque era então inconcebível reconhecer negros como interlocutores válidos (houve excepções, naturalmente, como a tentativa do general Spínola em negociar com Amílcar Cabral sob os auspícios do presidente senegalês Léopold Sedar Senghor). Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O silenciamento dos africanos é um tema que está no cerne não só da escravatura, como da própria colonização. Tem fundamento na separação entre os domínios público e privado, como explica Aristóteles. Representação pública e participação política só cabem a homens livres. Os escravos são propriedade, fazem parte do domínio privado e têm de ser representados. Dispensam-se os exemplos de como este princípio foi pedra basilar na experiência colonial europeia em África. De tal forma que no prefácio à Antologia da Nova Poesia Negra e Malgache, o filósofo francês Jean-Paul Sartre defende que a fala, ou o uso da palavra na forma de poesia, é que tornava os africanos donos do seu destino. O que abria também a via para a autonomia política dos africanos, ocorrida sobretudo na década de 1960. Portanto, o que se nota hoje em Portugal é uma dificuldade em lidar com o passado colonial. É simultaneamente como se Portugal nunca tivesse colonizado e nunca tivesse descolonizado. Ou é como se a descolonização tivesse tido lugar em África, mas nunca tenha ocorrido em solo português. Talvez porque o que foi madrugador não foi Portugal ter reconhecido a injustiça da escravatura, em 1761, mas ter transformado “colónias” em “províncias ultramarinas” em 1951, na revogação do Acto Colonial. Isso só por si não conta como descolonização, naturalmente. Mas Portugal levou a sério esta farsa. Serviu de justificação para a pressão em descolonizar imposta por organismos internacionais. No discurso da época, Portugal não podia descolonizar porque não tinha colónias. Consequentemente, o Estado Novo não teve de lidar com a descolonização. E tendo havido uma revolução para que Portugal deixasse África, o abandono do império acabou por ocupar o lugar de uma descolonização efectiva. Isso explica a ferida aberta que a África colonial ainda hoje constitui. Explica o pesado silêncio sobre a presença em África que muitos portugueses carregaram até recentemente. Mas explica também a posição subalterna, ou mesmo colonial, a que o contingente negro da população portuguesa tem sido votado até hoje. Ou seja, é como se o colonialismo, ou as mitologias coloniais, se tivesse virado para dentro. Daí que os problemas que as comunidades de origem africana vivem ainda hoje em Portugal são de natureza colonial. Não se pode negar que o país tem feito algum progresso. Mas há ainda uma grande falta de representação de negros na política, nos meios de comunicação de massas e no ensino e investigação de temas que lhes deveriam dizer respeito (como a história de África, por exemplo). O que Rebelo de Sousa fez foi manifestar o contínuo histórico baseado no conceito do bom português que trata os “seus negros” com humanidade. Este foi o grande baluarte do passado colonial e continua a sê-lo no presente pós-colonial português.
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Palavras-chave homens negro homem negra escravatura
"Uma esquadra inteira acusada de racismo dá a mensagem de que algo tem falhado"
Advogada dos seis jovens que terão sido agredidos elogia a investigação "minuciosa" feita pelo Ministério Público. E as vítimas, "que tiveram a força, resistência e coragem de ficar até ao fim, de manter as acusações até ao fim". (...)

"Uma esquadra inteira acusada de racismo dá a mensagem de que algo tem falhado"
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento -0.25
DATA: 2017-07-17 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20170717050633/https://www.publico.pt/n1778738
SUMÁRIO: Advogada dos seis jovens que terão sido agredidos elogia a investigação "minuciosa" feita pelo Ministério Público. E as vítimas, "que tiveram a força, resistência e coragem de ficar até ao fim, de manter as acusações até ao fim".
TEXTO: Lúcia Gomes é advogada dos seis jovens da Cova da Moura que o Ministério Público (MP) considera que foram vítimas em 2015 de vários crimes perpetrados por 18 agentes da esquadra de Alfragide. “De 2015 até agora a única coisa que funcionou foi esta investigação” do MP, afirma. “Falhou o IGAI, a PSP e todas as entidades que dizem que acompanharam o caso. ”Segundo a acusação, a que o PÚBLICO teve acesso, os 18 agentes estão indiciados pela prática dos crimes de denúncia caluniosa, injúria agravada, ofensa à integridade física qualificada, falsidade de testemunho, tortura e outros tratamentos cruéis, degradantes ou desumanos, falsificação de documento agravado e sequestro agravado. Os agentes, acrescenta o despacho, agiram “pelo sentimento de ódio racial, de forma desumana e cruel pelo prazer de causarem sofrimento”. Para Lúcia Gomes, esta acusação “assume a existência de racismo nas instituições policiais". E mostra “como foi fabricada uma acusação, e ao mais alto nível, para criar a ideia de que existiu uma invasão à esquadra” a justificar a actuação dos polícias. Como recebeu o despacho de acusação do Ministério Público?Todo o processo de investigação decorreu de forma profissional e minuciosa. Pelo tempo que levou, já estava à espera que viesse alguma acusação. Todo o trabalho de investigação foi notável. Mas assumir, de forma tão óbvia, e numa esquadra inteira, aquilo que aconteceu e a motivação, nomeadamente a discriminação racial, é muito importante. [A acusação] assume a existência de racismo nas instituições policiais, contradiz todas as versões oficiais que foram apresentadas à data, nomeadamente da direcção nacional da PSP e da própria Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI). E descreve minuciosamente como foi fabricada uma acusação, e ao mais alto nível, para criar a ideia de que existiu uma invasão à esquadra. [Isto quando se sabe que] os factos, porque são emitidos por uma autoridade judiciária, têm um valor diferente — quem lê os autos produzidos pelos agentes, tendencialmente acreditaria neles. Mas reconhecer que a versão das vítimas era correcta e fazer um contraditório, completamente desconstruído por todas as pessoas ouvidas, é notável. Mais notável é o facto de reconhecer expressamente que a motivação destes crimes foi racial. Este despacho vai fazer história, mesmo sem o julgamento?O despacho é muito importante, mas tem que haver cautela porque até ao julgamento, e durante o próprio julgamento, pode existir a perpetuação da forma como foi dada a notícia de que os jovens invadiram a esquadra. Calculo que no próprio julgamento se insistirá no preconceito de que os jovens, por serem da Cova da Moura, eram criminosos. Depois, em sede de audiência, teremos que ver. Isto é um passo muito importante, mas é intermédio, o julgamento é que terá uma decisão. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Assumir que uma esquadra inteira praticou actos de racismo contra jovens. . . …é importantíssimo, inédito, e dá uma mensagem de que algo tem falhado. Por um lado, dá a mensagem de que as pessoas da Cova da Moura são gente e têm direitos e por outro de que, às vezes, a justiça funciona. Desde 2015 até agora a única coisa que funcionou foi esta investigação que culminou nesta acusação: falhou o IGAI, a PSP e todas as entidades que dizem que acompanharam o caso. Não houve intervenção pedagógica, os polícias continuaram a exercer funções na mesma esquadra e a patrulhar a Cova da Moura. O processo do IGAI foi arquivado e só teve consequência em dois agentes. Isto tem que levar as entidades a ponderar muito bem a postura neste tipo de situações. Houve denúncias desde o primeiro dia. Quem investiga casos semelhantes tem que tomar este despacho em conta?Quanto mais não seja este despacho já serviu para alertar e voltar a trazer este tema, muito importante, e recorrente. Serviu para alertar as instituições a olharem para dentro e tentarem, por todos os meios, evitar este tipo de comportamentos. O mais importante é evitar estes comportamentos, não investigá-los depois. Estamos a falar de 18 agentes: em dois anos nenhuma medida foi tomada. O que se deveria fazer?Suspendê-los era importante. Todos têm direito a defesa e até ao julgamento são presumivelmente inocentes. Mas com tantos factos, tanta prova produzida, tanta investigação feita a direcção da PSP tem que tirar ilações. As vítimas tiveram a força, resistência e coragem de ficar até ao fim, de manter as acusações até ao fim. Muita gente não avança por medo. Por vezes nem tem as condições, não sabem a quem se dirigir nem o que fazer.
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Entidades PSP
Carlo Ancelotti acusa árbitro de ignorar insultos racistas
Treinador do Nápoles defende que juiz deveria ter suspendido a partida frente ao Inter, depois de adeptos terem feito barulhos de macaco perante o internacional senegalês Kalidou Koulibaly. (...)

Carlo Ancelotti acusa árbitro de ignorar insultos racistas
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Treinador do Nápoles defende que juiz deveria ter suspendido a partida frente ao Inter, depois de adeptos terem feito barulhos de macaco perante o internacional senegalês Kalidou Koulibaly.
TEXTO: Carlo Ancelotti, treinador do Nápoles, acusou o árbitro da partida com o Inter de Milão de não interromper o jogo após o emblema napolitano ter reportado insultos racistas contra Kalidou Koulibaly, defesa senegalês. A jogar com dez, a equipa de Ancelotti acabaria por perder o encontro aos 91’, com um golo solitário de Lautaro Martínez, avançado do Inter. “Havia uma atmosfera estranha, porque pedimos por três vezes para o jogo ser suspenso, eles passaram o aviso nos altifalantes por três vezes”, afirmou o técnico após a partida. Koulibaly acabaria por ser expulso aos 80’: após falta que lhe valeu a cartolina amarela, o defesa aplaudiu o juiz que, em resposta ao protesto, mostrou o segundo amarelo e consequente vermelho ao internacional senegalês. “O Koulibaly estava certamente irritado. Geralmente, ele é muito calmo e profissional, mas teve de ouvir gritos de macaco durante o jogo. Pedimos três vezes que alguma coisa fosse feita, mas a partida continuou. Estão-nos sempre a dizer que o encontro pode ser interrompido, mas quando? Depois de quatro ou cinco avisos? Se calhar temos de resolver o assunto pelas próprias mãos e deixar de jogar na próxima vez que aconteça. Provavelmente vão-nos dar a derrota se sairmos, mas estamos preparados para isso. Ver isto não é bom para o futebol italiano”, continuou Carlo Ancelotti, visivelmente afectado pelo incidente que, na sua opinião, teve um papel fundamental na derrota por 1-0 frente ao Inter, confirmada aos 91’. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O defesa senegalês fez uma publicação no Twitter onde lamentava a derrota, mostrando-se orgulhoso das suas origens: “Estou orgulhoso da minha cor de pele. Orgulhoso de ser francês, senegalês, napolitano: um homem”. Já não é a primeira vez que Koulibaly é vítima de incidentes racistas. Em Fevereiro de 2016, numa partida na casa da Lazio, o defesa senegalês foi alvo do mesmo tipo de cânticos mas, dessa vez, o jogo acabaria por ser mesmo interrompido. Massimiliano Irrati, juiz do encontro, suspendeu o encontro durante alguns minutos, dialogando com os capitães de ambos os emblemas e respectivos técnicos. No jogo seguinte, em casa do Nápoles, os adeptos napolitanos levantaram fotografias do internacional senegalês, em solidariedade para com o internacional senegalês. A Lazio recebeu uma multa de 50 mil euros e foi obrigada a fechar três secções do Estádio Olímpico de Roma nas duas partidas em casa que se seguiram ao jogo frente ao Nápoles.
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Devolver a África a arte africana que está em França, manda o relatório que Macron encomendou
Restituição deve ser feita sem reservas e começar já no próximo ano, recomenda o estudo feito a pedido do Presidente francês. Documento promete lançar o debate a nível internacional. (...)

Devolver a África a arte africana que está em França, manda o relatório que Macron encomendou
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Restituição deve ser feita sem reservas e começar já no próximo ano, recomenda o estudo feito a pedido do Presidente francês. Documento promete lançar o debate a nível internacional.
TEXTO: Foi em Março que o Presidente Emmanuel Macron encomendou a Bénédicte Savoy e a Felwine Sarr um estudo sobre o património de origem africana nas colecções públicas francesas. O relatório de 100 páginas que produziram será apresentado esta sexta-feira, mas as suas linhas mestras são já conhecidas e levam a uma recomendação taxativa – França deve restituir sem reservas todas as obras dos seus museus que foram retiradas “sem consentimento” das antigas colónias francesas em África. Uma recomendação que tem potencial para abrir um precedente ou, pelo menos, para lançar o debate noutros países que tiveram domínios coloniais, incluindo Portugal. A restituição plena aos museus africanos, e não o empréstimo de longa duração, deve ser a prática generalizada no que toca a objectos do período colonial, defendem a historiadora de arte francesa e o economista e escritor senegalês, deixando de fora apenas aqueles cuja presença em França resulte de uma comprovada aquisição “legítima”. Pôr em prática as recomendações expressas no relatório (editado pelas Éditions du Seuil num volume de 230 páginas, incluindo anexos) será tudo menos fácil para o Presidente francês, que também nesta matéria enfrenta forte oposição, a começar pelos directores dos museus, que temem ver esvaziadas as suas colecções. No topo das preocupações dos que questionam a exequibilidade de um eventual programa de restituição está o Quai Branly, o Museu das Artes e Civilizações da África, Ásia, Oceania e Américas, obra de regime do antigo chefe de Estado Jacques Chirac, que tem 70 mil peças africanas no seu acervo. Mesmo sujeito a pressões várias, Emmanuel Macron não pode ignorar o compromisso político que assumiu em Novembro do ano passado ao dizer, durante um périplo oficial por África, que a devolução “permanente ou temporária” de património àquele continente era uma “prioridade” do seu mandato. “O património africano (…) deve ser valorizado em Paris, mas também em Dacar, Lagos e Cotonu”, sublinhou Macron, em visita ao Burkina Faso. “Esta será uma das minhas prioridades. Daqui a cinco anos prevejo que estejam reunidas as condições para o regresso do património africano a África. ”Foi a primeira vez, escreveu-se em vários jornais, que um Presidente abordou de forma tão directa a questão da arte africana dos museus franceses depois da descolonização. Lembra esta quarta-feira o diário Le Monde que os pedidos de restituição por parte dos países africanos são tão antigos quanto a descolonização e que, apesar da insistência de alguns, a questão foi sendo sucessivamente adiada nos últimos 50 anos. Entre os pedidos mais mediáticos envolvendo museus franceses estão três estátuas de reis, esculturas antropomórficas e outros artefactos espoliados do antigo Reino do Daomé em 1892 e que são, desde 2016, reclamados pelas autoridades do Benim. Mas a França está longe de ser caso único. Entre as acções concretas propostas pelo relatório numa primeira fase, que é sobretudo simbólica, está a devolução, a partir do próximo ano, de 24 objectos ou grupos de objectos que são despojos de guerra ou que resultaram de missões etnográficas, culturais e religiosas, a países como o Mali, a Nigéria, o Senegal, o Benim e a Etiópia. De acordo com a publicação especializada The Art Newspaper, os autores do relatório previram uma segunda fase, com a duração de cinco anos, em que a restituição será muito mais substancial e negociada entre estados, seguida de um período “em aberto”, em que as devoluções podem e devem continuar. Como?Em teoria, o procedimento proposto é simples, o que não quer dizer que seja fácil chegar aos resultados pretendidos. Constituem-se comissões bilaterais com representantes franceses e de cada uma das ex-colónias. França compromete-se a dar a cada país africano um inventário das peças originárias desse território que se encontram nos seus museus, e o país em causa, por sua vez, diz que itens quer que lhe sejam devolvidos. Se houver objecções à restituição, o museu tem de provar que a peça chegou a França legitimamente. Mas esta prova deverá ser, em muitos casos, complexa. É que, de acordo com as recomendações dos autores do relatório, mesmo em caso de venda, não podem restar dúvidas de que houve uma “autorização total” para a sua saída, ou seja, de que não houve qualquer pressão sobre os proprietários dos objectos? por parte de militares, cientistas ou administradores coloniais. E quando houver dois países a reclamar o mesmo objecto oriundo de um reino que já não existe e cujo território deu origem a mais do que um Estado? Os governos que resolvam a situação, diz o economista senegalês ao Art Newspaper. “Estamos a lidar com um continente que já não tem praticamente nada da sua história enquanto nós [na Europa] temos tudo. O objectivo não é esvaziar os museus ocidentais para encher os africanos, mas criar uma nova relação baseada na ética e na equidade. ”Segundo dados citados pelo Libération, entre 85 e 90% do património africano está hoje fora do continente. “A juventude africana tem direito ao seu património”, o mesmo património que “alimentou toda uma vanguarda europeia”, de Picasso aos surrealistas, passando pelas gerações de hoje que o têm nos museus, defendem os autores em entrevista ao mesmo diário, falando de um desequilíbrio flagrante que é urgente começar a corrigir. Se Emmanuel Macron acatar as sugestões de Bénédicte Savoy e Felwine Sarr, a proveniência de cerca de 90 mil peças africanas espalhadas por 50 museus franceses, na sua esmagadora maioria incorporadas nas colecções antes de 1960, será alvo de análise. Para que a devolução possa acontecer, há que vencer outro obstáculo – a lei do património terá de ser alterada já que, asseguram os jornais franceses, estipula que as obras pertencentes às colecções públicas são “inalienáveis”. Para o ultrapassar, os autores propõem a criação de uma cláusula de excepção para a arte africana. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Entre os que se opõem à restituição, um dos argumentos mais usados é o da falta de condições dos museus dos países de origem para acolherem as peças, algo que a dupla Savoy-Sarr diz ser produto da “condescendência” com que a Europa ainda olha para África. Além da complexidade da “prova” já evocada, outra das recomendações do relatório que está já a ser alvo de críticas é a que diz respeito à devolução aos objectos, à sua chegada aos países de origem, do uso doméstico ou ritual que perderam no contexto formal de um museu europeu. “Será isto possível em países onde a aculturação e a modernidade apagaram, no essencial, os modos de pensar anteriores?”, interroga-se o jornal Le Monde. Savoy e Sarr estão conscientes dos problemas que a restituição pode levantar mas, garantiram ao Libération, não têm dúvidas de que agiram “cientificamente: “Não abordámos o percurso dos objectos de um ponto de vista moral, mas histórico (…). É preciso que a história da constituição das colecções apareça nos museus ao mesmo tempo que as peças. ”
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Turistas brasileiros e angolanos ajudam Freeport a subir vendas
Negócio do Outlet de Alcochete aumentou graças a novas lojas e ao crescimento dos visitantes estrangeiros (...)

Turistas brasileiros e angolanos ajudam Freeport a subir vendas
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Negócio do Outlet de Alcochete aumentou graças a novas lojas e ao crescimento dos visitantes estrangeiros
TEXTO: O turismo de compras está a ajudar o outlet Freeport a aumentar as vendas num cenário de resistência ao consumo. Entre Junho de 2010 e Junho deste ano, as vendas feitas aos visitantes oriundos de países não comunitários pesaram cinco por cento no volume de negócios, que chegou aos 106 milhões de euros. É um crescimento de 40 por cento do valor (dados Tax Refund) face ao período homólogo. “Chegaram ao aeroporto de Lisboa 13 milhões de passageiros e este é um mercado muito importante para nós”, explicou Nuno Oliveira, director geral do Freeport Alcochete, em conferência de imprensa. A cidade de Lisboa “é uma âncora do negócio”, acrescentou. Mais de 90 por cento dos turistas oriundos de países não europeus que visitam o outlet são brasileiros e angolanos, mas ao contrário do que sucedida anteriormente, o Brasil ultrapassou Angola em número de visitantes. “Trabalhamos directamente com agências de viagens e operadores que, no seu plano de vista a Lisboa, incluem uma passagem pelo outlet”, diz Nuno Oliveira. O resultado líquido antes de impostos foi de 1, 6 milhões de euros e o gestor explica que as marcas de prestígio são “chave para atrair os turistas”. O outlet de Alcochete passou de uma taxa de ocupação de 30 para 90 por cento este ano e para aumentar a oferta está prevista a remodelação de uma das zonas do espaço comercial, a arrancar em Setembro. “Vamos demolir edifícios e construir uma praça. Será uma nova área para visitantes com oito novos lojistas”, disse Nuno Oliveira. O investimento será de 500 mil euros. Apesar da conjuntura – o mercado nacional de retalho não alimentar caiu oito por cento entre Junho do ano passado e o mesmo mês deste ano – o director geral do Freeport acredita que “em 2011 o crescimento não será inferior a seis por cento”. O valor médio de compra no outlet ronda os 30 euros, enquanto num centro comercial convencional, é de 12 a 15 euros. Questionado sobre os impactos para o negócio da reavaliação do novo aeroporto de Lisboa, previsto para o Campo de Tiro de Alcochete, Nuno Oliveira admitiu que as previsões apontadas já não irão concretizar-se. As estimativas apontavam para um aumento de 50 por cento do volume de negócios em 2017, data em que a infra-estrutura estaria concluída.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave campo consumo
Jovens angolanos protestam contra o regime pela sexta vez desde Março
Os jovens activistas que têm estado a pedir a deposição do Presidente José Eduardo Santos vão hoje voltar a sair à rua. Uma marcha estava marcada para hoje, às 9h – parte do cemitério da Santa Ana e segue em direcção à Praça da Independência em Luanda – para pedir a libertação dos 18 detidos numa manifestação a 3 de Setembro. É também uma marcha pelo direito à liberdade de expressão e, inspirada na Primavera Árabe, contra os 32 anos de governação de José Eduardo Santos. (...)

Jovens angolanos protestam contra o regime pela sexta vez desde Março
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-09-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os jovens activistas que têm estado a pedir a deposição do Presidente José Eduardo Santos vão hoje voltar a sair à rua. Uma marcha estava marcada para hoje, às 9h – parte do cemitério da Santa Ana e segue em direcção à Praça da Independência em Luanda – para pedir a libertação dos 18 detidos numa manifestação a 3 de Setembro. É também uma marcha pelo direito à liberdade de expressão e, inspirada na Primavera Árabe, contra os 32 anos de governação de José Eduardo Santos.
TEXTO: É impossível prever o que hoje vai acontecer nas ruas de Luanda. A polícia pode, à última hora, deter os manifestantes e “parar” a marcha. Há um braço-de-ferro sobre o local da manifestação. O Governo Provincial de Luanda (GPL) definiu na semana passada locais específicos – fechados – para manifestações; os manifestantes querem fazer uma marcha. O advogado dos detidos, William Tonet, diz que a ordem do GPL é ilegal. Difícil de prever ainda é o número de pessoas que vai aparecer no sexto protesto organizado por jovens apartidários, que não têm um nome, não têm líder, não estão centralizados e não se sabe quantos são. Muitos aparecem espontaneamente nos protestos, dizem. Apesar de várias fontes confirmarem que este movimento de contestação ao Governo é cada vez maior, os números de participantes nas manifestações são contraditórios – há quem fale de poucas centenas e há quem refira até um milhar. Finalmente, é uma incógnita saber quantos angolanos subscrevem as palavras de protesto dos jovens. Para mais, ver dossier especial no Público de hoje ou edição na Internet para assinantes. Entrevistas a jovens, políticos e analistas angolanos; análise sobre as diferenças e semelhanças com as revoltas árabes; evolução política do regime e Editorial.
REFERÊNCIAS:
Étnia Árabes
Governo em silêncio sobre compra da Tobis por angolanos
A Secretaria de Estado da Cultura (SEC) não confirma nem desmente, mas a notícia desta sexta-feira na edição online do “Jornal de Negócios”, de que a Tobis terá sido adquirida ontem por uma empresa angolana por sete milhões de euros foi bem recebida pelos trabalhadores. “Se se confirmar a notícia, começa um novo capítulo”, disse ao PÚBLICO Tiago Silva, delegado sindical da Tobis. “Ficamos contentes que se tenha tomado uma decisão. Todos os prazos estavam ultrapassados. Esperamos que a situação se resolva e que acabe este sentimento de impasse que os trabalhadores viveram nos últimos dois anos.” (...)

Governo em silêncio sobre compra da Tobis por angolanos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-10-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Secretaria de Estado da Cultura (SEC) não confirma nem desmente, mas a notícia desta sexta-feira na edição online do “Jornal de Negócios”, de que a Tobis terá sido adquirida ontem por uma empresa angolana por sete milhões de euros foi bem recebida pelos trabalhadores. “Se se confirmar a notícia, começa um novo capítulo”, disse ao PÚBLICO Tiago Silva, delegado sindical da Tobis. “Ficamos contentes que se tenha tomado uma decisão. Todos os prazos estavam ultrapassados. Esperamos que a situação se resolva e que acabe este sentimento de impasse que os trabalhadores viveram nos últimos dois anos.”
TEXTO: Trabalhadores da Tobis, accionistas privados e Estado que, através do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), detém mais de 96% do capital da produtora de cinema português, têm o mesmo interesse em resolver a situação desta empresa histórica onde o pagamento de salários dos mais de 60 trabalhadores tem vindo a aumentar o passivo que ronda já os oito milhões de euros. Na edição de 14 de Outubro, o jornal angolano “Novo Jornal” escrevia numa notícia intitulada “MPLA de olhos na Tobis Portuguesa” que o MPLA se “prepara para comprar a Tobis Portuguesa, apesar de considerar o preço fixado em 17 milhões de dólares norte-americanos como exorbitante”. O jornal privado acrescentava: “O interesse na compra foi formalmente manifestado por uma delegação do MPLA, encabeçada por Rui Falcão, secretário para a Informação, numa reunião realizada, em Lisboa, com o chefe de gabinete do secretário de Estado da Cultura e na presença da então presidente do Conselho de Administração da Tobis, Fátima Vinagre. ”Delegação angolana nas instalaçõesQuestionado pelo PÚBLICO, o adjunto para a comunicação da SEC, João Villalobos, disse não comentar a notícia nem a informação sobre a visita que uma delegação de angolanos realizou às instalações da Tobis, em Lisboa, esta quarta-feira. A delegação chegou acompanhada pelo presidente do ICA para ser recebida pela presidente do Conselho de Administração (CA) da Tobis, Fátima Vinagre, antes de esta os conduzir numa visita às instalações. “A SEC não comenta nem comentará qualquer notícia referente à Tobis enquanto não estiver concluído o processo de negociação e reafirma que os trabalhadores estarão entre os primeiros a ser informados sobre o resultado final das negociações, logo que as mesmas estejam efectivamente concluídas”, disse numa reposta por email João Villalobos. Os trabalhadores da Tobis foram convocados para uma audiência na SEC na próxima terça-feira, depois de um pedido entregue em finais de Julho. “Esperamos que esta convocação seja para nos dizer o que quer fazer. Não sabemos nada: quem quer comprar? Por que o faz? E qual o perfil que pretende que a empresa tenha”, referiu Tiago Silva. A Assembleia-Geral da produtora de cinema português, Tobis, reuniu-se esta manhã mas foi imediatamente suspensa a pedido da produtora Filmforme, de António Cunha Telles, maior accionista privado desta sociedade anónima, “para que fossem fornecidos dados exactos sobre a situação, o que foi comprado e por que valor”. A AG ficou adiada para 6 de Novembro. Antes disso, e já na próxima semana, serão pagos os salários de Setembro, além de que estão também garantidos os salários de Outubro, disse ao PÚBLICO João Villalobos.
REFERÊNCIAS: