OMS não recomenda restrições aéreas para travar ébola, mas países avançam com medidas individuais
Número de casos continua a crescer, mas Associação Internacional de Transportes Aéreos fala num "baixo risco" de transmissão em viagens de avião. (...)

OMS não recomenda restrições aéreas para travar ébola, mas países avançam com medidas individuais
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-07-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Número de casos continua a crescer, mas Associação Internacional de Transportes Aéreos fala num "baixo risco" de transmissão em viagens de avião.
TEXTO: Apesar das medidas de controlo de fronteiras que a Libéria decidiu tomar para travar o surto do vírus ébola e do estado de emergência declarado pela Serra Leoa, a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda ainda qualquer tipo de restrições nas viagens aéreas ou encerramento de fronteiras, justificando que o risco de transmissão entre passageiros é baixo. A informação foi avançada nesta quinta-feira pela Associação Internacional de Transportes Aéreos, que consultou a OMS para perceber junto dos peritos se existe necessidade de avançar já com medidas adicionais, numa altura em que surgem sinais de inquietação de vários países, nomeadamente depois de Hong Kong ter admitido a possibilidade de avançar com quarentenas. A Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), perante a chegada do pior surto de ébola de sempre a mais países, nomeadamente à Nigéria, contactou a OMS e também a agência das Nações Unidas para o sector da aviação, a Organização da Aviação Civil Internacional. A decisão surgiu depois de um passageiro liberiano ter começado com os sintomas da doença num voo para a Nigéria. À chegada ao aeroporto foi encaminhado pelas autoridades nigerianas para uma das unidades especializadas e com ala de isolamento. O homem acabou por morrer, tendo os testes laboratoriais feitos em locais independentes confirmado a presença do vírus – naquele que se tornou o primeiro caso do surto no país mais populoso de África. “No caso raro de uma pessoa sem saber que está infectada por ébola viajar de avião, a OMS considera que o risco para os outros passageiros é baixo”, lê-se no comunicado da IATA, que cita ainda a OMS para reiterar que o risco de “desenvolver a doença depois de regressar é extremamente baixo, mesmo quando a visita inclua as zonas onde surgiram os primeiros casos. A transmissão requer contacto directo com sangue, secreções, órgãos ou outros fluidos corporais com pessoas infectadas, cadáveres ou animais”. Uma posição que vai no sentido contrário aos receios dos países, que estão a tomar mais medidas, um dia depois de a organização Médicos Sem Fronteiras dito que a doença está “fora de controlo”. Do lado da Serra Leoa, o presidente Ernest Bai Koroma decretou estado de emergência, depois de a epidemia ter feito mais de 224 mortos só nesta zona. O governante cancelou também a viagem para Washington, onde participaria na cimeira Estados Unidos/África, invocando o carácter “excepcional” da situação que justifica a programação de medidas para travar o surto do vírus que começou na Guiné-Conacri. A República Democrática do Congo vai também fazer controlos a todos os passageiros vindos da Nigéria e a Libéria optou por fechar as escolas e as fronteiras terrestres, reforçar o controlo nos aeroportos, fazer desinfecções em edifícios e dar férias obrigatórias aos funcionários públicos, diz a AFP. Já as autoridades de Hong Kong, escreve o jornal South China Morning Post, ponderam colocar em quarentena todos os casos suspeitos, isto apesar de não terem ligações directas com os países afectados. O Quénia e a Etiópia anunciaram medidas destinadas a evitar a entrada do vírus e no Reino Unido uma reunião de urgência com as autoridades sanitárias também vai resultar no reforço da prevenção nos aeroportos. Mesmo assim, a IATA contrapõe que é “altamente improvável” que uma pessoa com os sintomas consiga viajar e lembra que estão a ser feitas acções nos aeroportos com instruções da OMS, que incluem informação sobre os sintomas e formas de prevenção, o tempo de incubação do vírus (que vai de poucos dias a mais de 20) e os locais onde procurar ajuda. A infecção começa de forma semelhante a uma gripe, com mal-estar geral, febre e dores de cabeça. A seguir, surgem sintomas mais graves, como vómitos, erupções cutâneas, diarreia hemorrágica. Ao todo, desde Fevereiro, o vírus já matou 729 pessoas na África Ocidental, o que faz do surto o mais grave desde que o ébola foi pela primeira fez identificado na década de 1970 no Zaire (actual República Democrática do Congo) e no Sudão. Quase 60 das vítimas mortais foram registadas nos últimos quatro dias. Em 90% dos casos a doença é mortal, apesar de neste surto a taxa estar em cerca de 60%. A única vacina disponível só se mostrou eficaz em modelos animais.
REFERÊNCIAS:
Entidades OMS
OMS declara epidemia de ébola "emergência internacional” e pede ajuda
Em Portugal, a Direcção-Geral de Saúde divulga esta tarde medidas concertadas com a Europa. (...)

OMS declara epidemia de ébola "emergência internacional” e pede ajuda
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-08 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20140808170403/http://www.publico.pt/1665821
SUMÁRIO: Em Portugal, a Direcção-Geral de Saúde divulga esta tarde medidas concertadas com a Europa.
TEXTO: A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou que já estavam reunidas as condições para declarar a epidemia de ébola uma "emergência de saúde pública de carácter mundial". E foi o que fez nesta sexta-feira, depois de uma reunião de dois dias. Além disso, é preciso mobilizar todos os países no combate à doença. A directora-geral da OMS, Margaret Chan, pediu à comunidade internacional que ajude os países afectados a combater a epidemia de ébola, que é a pior em quatro décadas. A OMS considera que as possíveis consequências da propagação internacional do vírus são “particularmente graves”. Registada na África Ocidental, a epidemia já matou, em cinco meses, desde Março, 932 pessoas e infectou mais de 1700. A comissão de emergência da OMS, que esteve reunida durante dois dias — nesta quarta e quinta-feira em Genebra —, não teve dúvidas e foi "unânime ao considerar verificarem-se as condições de uma emergência de saúde pública de carácter mundial". Em conferência de imprensa, Margaret Chan lembrou que os países da África Ocidental mais atingidos pela epidemia — Libéria, Serra Leoa, Guiné-Conacri e Nigéria — "não têm meios para responderem sozinhos" à doença e, por isso, pediu "à comunidade internacional que forneça o apoio necessário". A mesma comissão insistiu ser necessário que os diferentes países se coordenem para travar a epidemia: "Uma resposta internacional coordenada é essencial para travar e fazer recuar a propagação mundial" do vírus do ébola. Apesar de não ter imposto restrições às viagens e ao comércio internacionais, a comissão considera que “os Estados devem estar preparados para detectar e tratar casos de ébola” e para facilitar o transporte dos seus cidadãos, especialmente os profissionais de saúde que foram expostos ao vírus. A directora-adjunta da Direcção-Geral da Saúde já disse à agência Lusa que vai divulgar na tarde desta sexta-feira uma posição concertada com os parceiros da Europa sobre esta declaração de estado de emergência mundial de saúde pública. “Estamos a concertar posições com os países que são nossos parceiros europeus, estamos a analisar bem o documento [divulgado na manhã desta sexta-feira pela OMS] e iremos emitir um comunicado às 16h”, garantiu Graça Freitas, escusando-se, para já, a adiantar que medidas poderão ser tomadas por Portugal ou pela Europa. A directora adjunta da DGS referiu apenas que os responsáveis da direcção-geral estiveram “nos últimos dois dias em audioconferência com os parceiros europeus” para concertar uma posição. O vírus do ébola transmite-se por contacto directo com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infectados. A febre manifesta-se através de hemorragias, vómitos e diarreias. A taxa de mortalidade varia entre os 25 e 90% e não foi ainda produzida uma vacina contra a doença. com Lusa
REFERÊNCIAS:
Entidades OMS
Juíza trava deportação de pessoas acabadas de chegar aos Estados Unidos
Centenas de pessoas vindas de países muçulmanos foram detidas, e depois libertadas. Nos aeroportos, advogados e manifestantes prestaram apoio. (...)

Juíza trava deportação de pessoas acabadas de chegar aos Estados Unidos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 Refugiados Pontuação: 11 Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-05-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Centenas de pessoas vindas de países muçulmanos foram detidas, e depois libertadas. Nos aeroportos, advogados e manifestantes prestaram apoio.
TEXTO: A multidão que se juntou à porta do tribunal de Nova Iorque ou em diversos aeroportos norte-americanos em solidariedade com os cidadãos estrangeiros impedidos de entrar nos Estados Unidos, exultou ao conhecer a decisão de uma juíza daquele estado, que reverteu em parte a ordem do Presidente Donald Trump de suspender a autorização de entrada de refugiados e de pessoas de sete países muçulmanos. A decisão judicial foi decretada pouco antes das 21h em Nova Iorque, no sábado, a tempo de impedir a deportação de cidadãos estrangeiros que chegavam aos aeroportos dos Estados Unidos com um visto, uma autorização de residência ou o estatuto de refugiado, escreve o New York Times (NYT). Imagens dos protestos ou do reencontro das famílias nos aeroportos enchem os jornais americanos deste domingo. O decreto presidencial assinado por Donald Trump, na sexta-feira, dava ordem para suspender por 120 dias a entrada de todos os refugiados. Além disso, suspendia por tempo indefinido a entrada de sírios e impedia a entrada de qualquer cidadão de sete países muçulmanos: Síria, Iraque, Irão, Líbia, Somália, Sudão e Iémen. O NYT cita os casos de um cientista iraniano colocado num laboratório no Massachusetts e de uma família refugiada da Síria que se preparavam para iniciar uma nova vida no Ohio. Todos afectados pela acção executiva de Trump, uma das muitas promessas polémicas feitas quando ainda não era o candidato oficial dos Republicanos à presidência dos Estados Unidos. O jornal explica que ainda não é claro se o veredicto do tribunal de Nova Iorque pode beneficiar todos os que ainda não viajaram para os Estados Unidos, ou se se aplica apenas aos detidos à chegada, que terão sido centenas em todo o país, de acordo com Becca Heller, do Programa Internacional de Assistências aos Refugiados. A decisão da juíza do tribunal federal de Brooklyn, Ann M. Donnelly, determinou que a ordem presidencial, a ser posta em prática, obrigando os cidadãos estrangeiros a regressar aos seus países, lhes causaria “danos irreparáveis”. E decidiu que o Governo estaria “impedido, por quaisquer meios ou formas, de retirar indivíduos” à chegada aos Estados Unidos com vistos válidos ou o estatuto de refugiado. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. “Ninguém deve ser retirado do país”, disse a magistrada depois de ouvir os primeiros casos levados ao tribunal por advogados da União Americana das Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês). A decisão tem efeito em todo o país. Há numerosas histórias contadas na imprensa deste domingo de familiares que aguardaram horas nos aeroportos sem notícias dos viajantes acabados de aterrar nos EUA. Ajudados por advogados voluntários presentes nos aeroportos, vieram depois a saber que os recém-chegados tinham sido detidos por agentes da Imigração e obrigados a embarcar de novo para regressarem ao país de origem. A decisão da juíza chegou a tempo de resgatar estas pessoas e de permitir a entrada no país. Isto enquanto se registavam protestos espontâneos em várias cidades norte-americanas, exigindo a entrada dos imigrantes e refugiados e a saída e Donald Trump.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
"Nunca esqueceremos", foi a promessa deixada às meninas de Chibok
No dia em que se cumpriu o primeiro aniversário do rapto das alunas da escola de Chibok, no Nordeste do país, o recém-eleito Presidente Muhammad Buhari disse que "honestamente" não podia garantir o seu resgate. (...)

"Nunca esqueceremos", foi a promessa deixada às meninas de Chibok
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 Mulheres Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: No dia em que se cumpriu o primeiro aniversário do rapto das alunas da escola de Chibok, no Nordeste do país, o recém-eleito Presidente Muhammad Buhari disse que "honestamente" não podia garantir o seu resgate.
TEXTO: O recém-eleito Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, descreveu o rapto de centenas de meninas de uma escola de Chibok, pelos militantes islamistas do Boko Haram, há exactamente um ano, como “um ataque aos sonhos e aspirações de toda uma geração”. Mas ao contrário do seu antecessor Goodluck Jonathan, disse “honestamente” que não estava em condições de garantir o seu resgate. “Por mais que queira fazê-lo, não posso prometer que as vou salvar. Não sabemos se as podemos salvar porque não sabemos onde elas estão”, lamentou Buhari, que durante a campanha eleitoral repetiu que teria mão-de-ferro contra o Boko Haram e seria implacável com o terrorismo. “Este crime provocou uma justa reacção de horror e indignação na Nigéria e em todo o mundo. Hoje é um dia para reflectirmos na dor e sofrimento das vítimas, os seus amigos e familiares”, declarou o Presidente, numa breve cerimónia para assinalar o primeiro aniversário do rapto e desaparecimento das meninas. Malala Yousafzai, a estudante paquistanesa que foi baleada pelos taliban por insistir em ir à escola, juntou a sua voz à de muitos outros líderes internacionais que lembraram a data. “Hoje sou uma entre milhões de pessoas de todo o mundo que estão a pensar e a rezar por vocês. Não conseguimos imaginar a extensão dos horrores por que têm passado. Mas queremos que saibam que nunca vos vamos esquecer”, escreveu a activista e prémio Nobel da Paz. Durante a noite ou madrugada de 14-15 de Abril de 2014, cerca de 300 jovens estudantes de diferentes estabelecimentos de ensino foram forçadas a sair dos dormitórios da escola secundária de Chibok onde ia decorrer o exame final de Física. O lugar fora invadido por militantes do Boko Haram, um grupo jihadista que se opõe à educação nos moldes ocidentais; depois de uma troca de tiros com os guardas da escola, obrigaram as meninas a embarcar em autocarros ou a caminhar mais de 15 quilómetros até ao mato de Sambisa, onde desapareceram. O Governo nigeriano tinha suspendido as aulas nas escolas da região um mês antes, numa medida de precaução perante a ameaça representada pelos islamistas. Mas as estudantes tinham sido chamadas à escola de Chibok para realizarem as suas provas finais, debaixo da vigilância de seguranças. Dezenas de meninas conseguiram escapar dos captores e fugir para segurança, dias depois do rapto. Mas o rasto das restantes 216 mantidas pelos militantes perdeu-se logo depois: até hoje, não há nenhuma suspeita sobre o seu possível paradeiro, nenhuma prova de vida que alimente a esperança de um resgate. Em declarações ao jornal nigeriano This Day na semana passada, o alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al Hussein, duvidava que as estudantes ainda estivessem vivas. “Acreditamos que entre as vítimas dos massacres [do Boko Haram] iremos encontrar as meninas de Chibok”, afirmou, referindo-se às descobertas recentes de valas comuns em Bama e outras localidades abandonadas pelos jihadistas. No dia em que se assinalou o primeiro aniversário do rapto, o mistério e as dúvidas continuam a atormentar as famílias que esperam pelo seu regresso. Não é só porque as estudantes continuam desaparecidas, mas também porque os esforços encetados para as resgatar falharam nesse propósito ou na dissuasão dos militantes: de então para cá, terão sido raptadas mais de 2000 estudantes pelo Boko Haram, alegadamente traficadas como escravas sexuais. A campanha internacional para trazer de volta a casa as meninas desaparecidas em Chibok (o movimento #BringBack OurGirls que se se tornou viral na Internet) ainda não produziu o resultado esperado. Os seus activistas, como a professora de Maiduguri, Hauwa Biu, entrevistada pela cadeia norte-americana NBC, dizem que além do mérito de chamar a atenção mundial para o que aconteceu na Nigéria, a campanha “tornou evidente o fracasso da resposta do Governo”. Esta terça-feira, o slogan da campanha foi alterado para “Nunca esqueceremos”. “Nos últimos 365 dias não nos cansamos de gritar pela libertação das nossas irmãos, e hoje continuamos a exigir, mais alto do que nunca, o seu regresso a casa”, disse à AFP Rebecca Ishaku, uma das activistas que participou numa marcha na capital Abuja, até à porta do Ministério da Educação. “O Governo deve tornar a educação e a segurança nas escolas uma prioridade”, reclamaram os manifestantes. O então Presidente nigeriano Goodluck Jonathan, que levou semanas sem falar sobre o rapto, inicialmente recusou as ofertas de assistência internacional (dos Estados Unidos, França, Reino Unido ou China) para uma operação de resgate das estudantes. Foi só depois, sob pressão da opinião pública, que o Governo intensificou as suas incursões contra os islamistas, e já este ano lançou uma vasta ofensiva militar contra o Boko Haram, com o apoio das forças dos países vizinhos Chade, Níger e Camarões, para recuperar o território dominado pelos jihadistas. “A pressão teve algum resultado, mas continuamos a receber notícias de raptos e mortes. Esta é uma organização que continuará a existir e que não desistirá dos seus objectivos e métodos. Nesse aspecto, neste ano que passou nada mudou: eles continuam a raptar meninas e a transformar meninos em soldados”, disse à NBC o analista do think-tank londrino Royal United Services Institute, Raffaello Pantucci. Muhammad Buhari, que só toma posse no final de Maio, disse que o seu Governo terá uma “abordagem diferente” na resposta ao drama e às “angústias dos nossos concidadãos” afectados pela tragédia. “Tenciono fazer tudo o que estiver em nosso poder para encontrar as meninas. Mas honestamente não posso garantir que as vou salvar”, acrescentou.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime direitos escola humanos educação ataque desaparecimento rapto
Boko Haram diz ter casado as 200 raparigas raptadas com combatentes islamistas
Um homem que diz ser o líder do grupo diz em vídeo desconhecer o acordo de cessar-fogo que permitiria a libertação das estudantes. (...)

Boko Haram diz ter casado as 200 raparigas raptadas com combatentes islamistas
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 Mulheres Pontuação: 9 | Sentimento 0.25
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150501210010/http://www.publico.pt/1674904
SUMÁRIO: Um homem que diz ser o líder do grupo diz em vídeo desconhecer o acordo de cessar-fogo que permitiria a libertação das estudantes.
TEXTO: As raparigas que foram sequestradas em Abril de uma escola no nordeste da Nigéria já terão sido casadas com combatentes do Boko Haram, disse sábado num vídeo um homem que alega ser o líder do grupo islamista, Abubakar Shekau. A alegação contradiz assim o Governo nigeriano, que em meados de Outubro anunciou um acordo de cessar-fogo com o Boko Haram que incluiria a libertação das mais de 200 jovens raptadas pelo grupo. O mesmo homem fala ainda de um refém, um “homem branco”. O Exército nigeriano tinha anunciado, há um ano, que tinha morto Abubakar Shekau, bem como um impostor que aparecia em vídeos divulgados pelo grupo islamista fazendo-se passar pelo seu líder. A agência Reuters relata que o vídeo mais recente não permite identificar claramente o homem que faz as alegações sobre o destino das meninas sequestradas (foi filmado à distância), e sobre o acordo de tréguas que facilitaria a sua libertação e que decorreria de um mês de negociações secretas mediadas pelo Chade, país vizinho da Nigéria. “Casámo-las e estão todas nas casas dos seus maridos”, garantiu o homem que diz ser o líder do grupo, citado pela agência noticiosa. O mesmo homem alega que as raparigas se “converteram ao Islão, que confessam ser a melhor religião. Ou os seus pais o aceitam e também se convertem ou podem morrer”. A maioria das 200 raparigas raptadas em Abril de uma escola secundária em Chibok, no nordeste do país, era cristã. O mesmo homem que diz ser Abubakar Shekau nega a existência do acordo de cessar-fogo e denuncia o seu alegado interlocutor, um representante do Boko Haram no Chade. “Quem é que diz que estamos a dialogar ou a discutir com alguém? Estão a falar sozinhos?” Vincando a imagem do Boko Haram, responsável por uma campanha de terror que desde 2010 terá já causado cerca de duas mil mortes na Nigéria, o homem no vídeo garante: “Tudo o que estamos a fazer é chacinar pessoas com facas de mato e a atingir pessoas com armas… o que queremos é guerra”. Sobre a situação dos reféns, o indivíduo frisa ter na sua posse “um homem branco”. Não é indicado, no entanto, se se trata de um professor alemão raptado por homens armados de uma universidade na cidade de Gombe em Julho. O sequestro nunca foi reivindicado mas pensa-se que esteja associado ao Boko Haram. Nas últimas semanas, os combatentes do Boko Haram têm perpetrado ataques quase diários e na semana passada passaram a controlar a cidade de Mubi, indica a Reuters, de onde é originário o marechal Alex Badeh, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas nigerianas que anunciou o cessar-fogo em conjunto com o secretário da presidência nigeriana, Hassan Tukur. Esse ataque resultou na morte de dezenas de pessoas e em assaltos a bancos, além do hastear da sua bandeira negra no palácio do Emir, segundo relataram testemunhas citadas pela Reuters. Já na sexta-feira de manhã explodiu um carro armadilhado em Gombe junto a uma paragem de autocarro repleta de pessoas – pelo menos dez delas morreram. O grupo fundamentalista diz estar a lutar pela instauração de um Estado Islâmico no Norte da Nigéria e pela rigorosa interpretação da lei islâmica, a sharia – em língua haussa, Boko Haram significa “a educação ocidental é pecado”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homens guerra lei escola educação ataque homem morto negra
Exército nigeriano liberta 200 raparigas, mas não são as de Chibok
Foram destruídos três campos dos extremistas na ofensiva contra o último bastião do Boko Haram, mas as raparigas de Chibok ainda não foram encontradas. (...)

Exército nigeriano liberta 200 raparigas, mas não são as de Chibok
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 Mulheres Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Foram destruídos três campos dos extremistas na ofensiva contra o último bastião do Boko Haram, mas as raparigas de Chibok ainda não foram encontradas.
TEXTO: O exército nigeriano libertou na terça-feira 200 raparigas e 93 mulheres de campos controlados pelo Boko Haram na floresta de Sambisa, o último bastião do grupo. Inicialmente, o exército disse que estava ainda a identificar as raparigas e mulheres, de maneira a confirmar se estas faziam parte do grupo de 276 estudantes do liceu de Chibok, raptadas pelos islamistas em 2014. Horas depois, um porta-voz do exército acabou por confirmar à Associated Press que não eram: "não são as raparigas de Chibok", afirmou o coronel nigeriano Sani Usman. Com o apoio dos exércitos dos vizinhos Chade e Camarões, as forças aliadas contra o Boko Haram têm conseguido vitórias importantes contra os islamistas. Desde Fevereiro que o Boko Haram, que dominava vastas áreas do Nordeste da Nigéria, tem vindo a perder território frente à coligação de países africanos que se uniu para o combater. O grupo perdeu todas as bases em áreas urbanas e foi recuando para a floresta de Sambisa. Há informações que surgem do terreno que dizem que o Boko Haram está a ficar sem armas e munições. “Os soldados tomaram e destruíram esta tarde três campos de terroristas na floresta de Sambisa”, disse na terça-feira um porta-voz do exército, Chris Olukolade, num comunicado citado pelas agências noticiosas. A 14 de Abril de 2014, os islamistas raptaram 276 estudantes do liceu de Chibok. De entre elas, 57 conseguiram fugir nas horas seguintes mas desconhece-se o paradeiro das outras 219. Em diferentes países realizaram-se acções reclamando a sua libertação. Diplomatas e serviços de informações ouvidos pela Reuters disseram acreditar que pelo menos algumas das raparigas salvas esta terça-feira pertençam ao grupo de Chibok. Aliás, desde que se deu o rapto das estudantes que se tem olhado para a floresta de Sambisa como o local onde será mais provável encontrá-las. Em todo o caso, foram realizados vários voos de vigilância sobre a floresta e não foi possível confirmar a sua presença em Sambisa. Depois do rapto das estudantes de Chibok, o líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, anunciou num vídeo que pretendia casá-las com combatentes e vendê-las como escravas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave mulheres rapto
Mais de 600 mulheres e crianças resgatadas ao Boko Haram na última semana
A ofensiva do Exército nigeriano sobre a floresta que serve de esconderijo aos militantes islamistas permitiu a libertação de 13 campos e o salvamento de 677 mulheres e crianças. Mas as meninas raptadas da escola de Chibok há um ano permanecem desaparecidas. (...)

Mais de 600 mulheres e crianças resgatadas ao Boko Haram na última semana
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 Mulheres Pontuação: 12 | Sentimento 0.25
DATA: 2015-05-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: A ofensiva do Exército nigeriano sobre a floresta que serve de esconderijo aos militantes islamistas permitiu a libertação de 13 campos e o salvamento de 677 mulheres e crianças. Mas as meninas raptadas da escola de Chibok há um ano permanecem desaparecidas.
TEXTO: As autoridades nigerianas estavam a proceder a exames médicos e psicológicos e a confirmar a identidade de 234 mulheres e crianças que viveram sob cativeiro do grupo islamista Boko Haram na floresta de Sambisa por um período indeterminado. Segundo as primeiras informações, no grupo, que foi resgatado pelo Exército nacional na passada quinta-feira não se encontra nenhuma das meninas raptadas da escola de Chibok há um ano: oficialmente, o paradeiro das estudantes continua a ser desconhecido. Tal como o desaparecimento das alunas de Chibok continua um mistério, também o que se passou com estas outras mulheres e crianças, alegadamente sequestradas pelos extremistas, está ainda por explicar. "Ninguém sabe os horrores que terão presenciado ou vivido nos campos de Kawuri e Kondunga", dois dos mantidos pelos islamistas na densa floresta que faz fronteira com uma reserva natural do estado de Borno, e que serve de esconderijo ao Boko Haram no Nordeste do país. Numa fotografia difundida pelo Exército, as mulheres, jovens e crianças aparecem de cabeça tapada, com ar calmo e resignado. Não aparentam ter problemas de saúde, embora algumas crianças estejam magras. Na imagem não constam mulheres grávidas, mas um dos membros de um grupo de milícias locais que combatem o Boko Haram, Muhammad Gavi, disse à Associated Press que várias das mulheres resgatadas, incluindo algumas extremamente jovens, estavam em avançado estado de gravidez. Sem nenhuma outra informação oficial, não se sabia se as mulheres tinham sido raptadas ou se tinham voluntariamente aderido à organização islamista; se pertenciam à família ou eram vítimas de casamentos forçados com combatentes do Boko Haram. Uma fonte militar disse à agência norte-americana que as mulheres inicialmente dispararam para afastar os soldados que participaram na operação de resgate do acampamento – o oficial, citado sob anonimato, não quis arriscar uma interpretação para esse comportamento. É possível que os militantes tenham usado as reféns como escudos humanos. Dois dias antes deste salvamento – que só foi divulgado este sábado, através de uma mensagem do Ministério da Defesa publicado no Twitter – o Exército tinha libertado um outro acampamento do Boko Haram na floresta de Sambisa, onde se deparou com 93 mulheres e 200 meninas, que segundo a estação nigeriana TV 360 foram raptadas da aldeia de Bumsiri. O porta-voz do Ministério da Defesa, major general Chris Olukolade, disse que as forças governamentais estavam envolvidas numa ofensiva terrestre, depois de semanas de raides aéreos terem diminuído significativamente a capacidade de defesa dos militantes. "A nossa operação de assalto à floresta desenrola-se em várias frentes. Os nossos esforços concentram-se no resgate e salvamento de reféns e na destruição de todos os acampamentos e outros redutos dos terroristas dispersos pela floresta", informou. Nos últimos dias o Exército investiu sobre 13 acampamentos do Boko Haram na floresta, nove dos quais foram destruídos. Segundo o porta-voz do Governo, durante a semana, foram resgatadas 677 mulheres e crianças (não se sabe se os soldados não conseguiram capturar homens ou se estes já tinham abandonado os locais antecipando-se à chegada dos militares). As autoridades confirmaram a morte de um soldado e de uma mulher em tiroteios. O Presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, que no final de Março falhou a reeleição para um segundo mandato, prometeu entregar ao seu sucessor um "país totalmente livre de terroristas". O vencedor das eleições, o antigo general Muhammadu Buhari, que liderou um governo militar na década de 90, é empossado no próximo dia 29 de Maio. Em seis anos de insurreição, o Boko Haram fez mais de 15 mil vítimas e forçou cerca de 1, 5 milhões de pessoas a abandonar as suas casas. Este ano, o grupo declarou a sua lealdade ao Estado Islâmico, que domina parte do território do Iraque e da Síria. No início do ano, o Governo nigeriano montou uma coligação militar com os seus vizinhos do Níger, Camarões e Chade para recuperar o território dominado pelos extremistas. Mas mesmo sob pressão, o Boko Haram não tem deixado de atacar, sobretudo em locais isolados: esta semana, o Governo do Chade evacuou uma série de povoações próximas do Lago Chade, depois de um ataque dos islamistas ter matado 46 soldados e 28 civis.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
UKIP promete um país que deixe de se parecer com "o estrangeiro"
Nigel Farage faz as suas promessas eleitorais: referendo sobre a UE, redução substancial dos impostos, limitar a entrada de imigrantes não qualificados, proibir práticas culturais diferentes das britânicas. (...)

UKIP promete um país que deixe de se parecer com "o estrangeiro"
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Nigel Farage faz as suas promessas eleitorais: referendo sobre a UE, redução substancial dos impostos, limitar a entrada de imigrantes não qualificados, proibir práticas culturais diferentes das britânicas.
TEXTO: O Partido da Independência do Reino Unido (UKIP) apresentou nesta quarta-feira o seu programa de governo, mas nas horas que se seguiram à cerimónia pouco se falou dele. Nos títulos dos jornais e nos comentários nas televisões o assunto foi o assédio ao jornalista do Daily Telegraph que fez uma pergunta que incomodou os líderes e os apoiantes. O jornalista, Chris Hope, questionou Farage sobre a política de integração racial do partido. Porque é que a única pessoa negra que aparece no programa — uma mulher com roupa tradicional africana — está num anúncio sobre a ajuda ao combate à pobreza nos países menos desenvolvidos?A plateia de apoiantes do UKIP que se reuniu num hotel de Thurrock apupou o jornalista e Farage juntou-se ao grupo quando este começou a aplaudir a liderança do partido. De tal forma a plateia se mostrava agressiva que os colegas de Hope formaram um círculo à sua volta, para protegê-lo. Mais tarde, o jornalista agradeceu a solidariedade dos colegas e desabafou: "Ao ponto a que chegámos neste país". O episódio, diz o jornal The Independent, relembrou outro, de 2013, quando um membro do UKIP, perante uma pergunta semelhante, atirou com o programa eleitoral à cara de um jornalista do Chanel 4. O UKIP argumenta que não há racismo nas suas propostas, por exemplo a de limitar ou proibir a entrada de imigrantes de determinados países. "Os imigrantes não são o problema, o problema é a política de imigração", disse Farage. Porém, numa sondagem recente junto dos eleitores do partido, 42% deles disseram ter "algum preconceito" em relação a pessoas de outras raça e 48% responderam ser "totalmente preconceituosos". Quando o ambiente serenou, Farage não quis responder à pergunta sobre racismo. Mas o programa eleitoral do UKIP é muito claro sobre a participação financeira do Reino Unidos nos programas de desenvolvimento no estrangeiro — é para cortar, pelo menos em três quartos. Há outros cortes propostos no documento de 76 páginas. Farage propõe tolerância zero para práticas culturais que choquem com os valores britânicos, quer que se acabe com a educação sexual na escola primária, quer mudar a tal política de imigração com uma moratória de cinco anos na entrada de imigrantes não qualificados e a criação de mecanismos de controlo da entrada dos outros. As suas propostas, disse, são o caminho para que o Reino Unido "volte às mãos" dos britânicos e são o caminho para "acabar com os disparates" que, na sua opinião, têm vindo a ser feitos pelos governos do país. Do núcleo mais duro do programa faz ainda parte a promessa de realização, em dois anos, de um referendo sobre a presença do reino na União Europeia, e uma "revolução" nos impostos. Farage quer reduzir substancialmente os impostos das classes mais baixas, cortar com o dispendioso imposto sobre as heranças e baixar os pagamentos dos pequenos empresários. No campo das despesas, o UKIP promete manter um gasto mínimo de 2% na Defesa. Apresentado o programa, Farage centrou o seu discurso na mensagem genérica com que tenta conquistar eleitores a três semanas das legislativas (a votação é a 7 de Maio) e num momento em que as sondagens dão conta do afastamento de alguns apoiantes. O UKIP está neste momento com 14% das intenções de voto, podendo eleger entre um e cinco deputados. No ano passado — disse Farage — e por causa da presença maciça de imigrantes, partes do Reino Unido ficaram a parecer-se com "o estrangeiro". "Num curto espaço de tempo as nossas cidades, os mercados das nossas cidades, tornaram-se irreconhecíveis". Há que reverter este cenário, disse, defendendo que o UKIP é o "único partido com autoconfiança e que acredita no país".
REFERÊNCIAS:
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Portuguesa condenada a cinco anos de prisão por pertencer a grupo neonazi
Claudia Patatas é mãe de uma criança de pouco mais de 12 meses, a quem deu Adolf como segundo nome, devido à admiração por Hitler. (...)

Portuguesa condenada a cinco anos de prisão por pertencer a grupo neonazi
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 Migrantes Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Claudia Patatas é mãe de uma criança de pouco mais de 12 meses, a quem deu Adolf como segundo nome, devido à admiração por Hitler.
TEXTO: Uma portuguesa de 38 anos foi condenada nesta terça-feira a cinco anos de prisão por um juiz de Birmingham por pertencer a uma organização neonazi proibida no Reino Unido. Claudia Patatas, até agora em liberdade condicional, mas com pulseira electrónica, vai ter a sentença reduzida em metade dos 166 dias que esteve sob aquela medida de coacção, informou fonte do tribunal à agência Lusa. O companheiro britânico, Adam Thomas, foi condenado a seis anos e meio de prisão pelo crime de pertencer ao grupo Acção Nacional, e mais dois anos e meio pela posse de um documento com instruções para construir explosivos, sentenças que serão cumpridas em simultâneo. No total, seis pessoas foram condenadas a penas de prisão por pertencer a este grupo, ilegalizado em 2016 - foi a primeira formação de extrema-direita proibida no Reino Unido desde a II Guerra Mundial. O que levou o Estado britânico a tomar esta medida foi o facto de, logo a seguir ao homicídio da deputada Jo Cox, em 2016, ter surgido numa conta oficial do Twitter da Acção Nacional um post que dizia: "Só faltam 649 deputados. #WhiteJihad". O Governo britânico considerou que o grupo estava "envolvido em terrorismo". O assassino, Thomas Mair, gritou pelo menos duas vezes “Britain First!” (ou “Grã-Bretanha primeiro!”), antes de atacar a deputada trabalhista. Além de um slogan político repetido na campanha do referendo sobre o "Brexit", Britain First é também o nome de uma organização política de extrema-direita – e que num comunicado se demarcou das acções de Mair. Ao ler a sentença, o juiz Melbourne Inman referiu a "longa história de convicções racistas violentas" de ambos e, dirigindo-se à portuguesa em particular, disse: "Você foi tão radical quanto Thomas, tanto nas suas opiniões como nas suas acções". O casal é pai de uma criança de pouco mais de 12 meses, ao qual deram "Adolf" como segundo nome devido à admiração por Hitler, demonstrada pela abundância de referências ao partido nazi alemão, desde almofadas no sofá com suásticas a um cortador de massa de biscoitos em forma de suástica. "Vocês agiram em conjunto em tudo o que pensaram, diziam e fizeram, desde o nome dado ao vosso filho até às fotos perturbadoras do seu filho cercado de símbolos do nazismo e do Ku Klux Klan", acrescentou o magistrado. A sentença é o culminar de um processo com perto de um ano, que começou com a detenção de Patatas em Janeiro, juntamente com os outros cinco cinco homens britânicos da Acção Nacional. O procurador público, Barnaby Jameson, descreveu o casal como sendo membros activos do grupo, que chegaram a ser expulsos de pelo menos uma conversa com outros elementos da extrema-direita numa aplicação de telemóvel encriptada, devido à violência da sua linguagem. "Ela advogou a morte de todos os judeus e afirmou-se, juntamente com Thomas, como alguém que seria capaz de matar uma criança de raça mista", descreveu o procurador, numa audiência para preparar a sentença, na semana passada. A portuguesa é considerada uma simpatizante de ideologia neonazi há muito tempo, incluindo quando ainda vivia em Portugal, onde fazia parte de um grupo que celebrava o aniversário de Adolf Hitler, admitiu durante o julgamento. O procurador acusou Patatas de ter "deixado a casa tornar-se num arsenal" para o companheiro Adam Thomas guardar armas como bestas, facas e punhais, alguns dos quais encontravam-se no quarto onde dormiam com o filho recém-nascido. Patatas deu à luz em meados de Novembro de 2017 e foi fotografada poucas semanas mais tarde a segurar o bebé ao lado de Thomas enquanto este segurava uma bandeira com a suástica nazi. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Noutra fotografia, que Patatas terá tirado, Thomas, vestido com trajes iguais aos do Ku Klux Klan, segura o filho ao colo. Esta terça-feira foram também lidas as sentenças de Darren Fletcher, de 28 anos Nathan Pryke, 27, Joel Wilmore, 24, e Daniel Bogunovic, 27, que foram condenados a penas entre cinco e seis anos e cinco meses de prisão por serem membros proeminentes do grupo neonazi. O grupo Acção nacional, disse o juiz, tinha como objectivos "derrubar a democracia" no país recorrendo à violência e ao homicídio, "e à imposição de um estado de estilo nazi que erradicaria sectores inteiros da sociedade com violência e homicídio em massa".
REFERÊNCIAS:
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Frases nas paredes ameaçam de morte ciganos de Moura
Alto Comissariado para as Migrações apresentou queixa ao Ministério Público. (...)

Frases nas paredes ameaçam de morte ciganos de Moura
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 Ciganos Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-07-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Alto Comissariado para as Migrações apresentou queixa ao Ministério Público.
TEXTO: A comunidade de etnia cigana de Santo Aleixo da Restauração, no concelho de Moura, voltou a ser vítima de ameaças de morte. Em Setembro já tinha sido alvo de ataques incendiários, que não pouparam casas, viaturas automóveis e até o edifício da igreja onde as famílias realizavam o seu culto religioso. Nos últimos dias, e em crescendo, foram surgindo nas paredes de casas e muros da freguesia frases escritas exigindo a expulsão da comunidade ou a “morte aos ciganos”. São acompanhadas de cruzes e de caixões pintados a negro. O alto-comissário para as Migrações, Pedro Calado, disse ao PÚBLICO que tem “acompanhado a situação” e que na segunda-feira esta entidade apresentou queixa-crime ao Ministério Público. Os conflitos com a comunidade cigana de Santo Aleixo da Restauração “atingiram um nível que nos preocupa”, nota. À intranquilidade provocada pela “violência racista que veiculam ódio e ameaças xenófobas”, descreve José Falcão, dirigente da organização SOS Racismo, veio juntar-se o “pânico” gerado na noite de 23 de Fevereiro com “o lançamento de petardos para o interior dos quintais das casas onde vivem as famílias ciganas”. Se a comunidade já vivia sobressaltada, “passou a viver em pânico”, conta ao PÚBLICO Prudêncio Canhoto, presidente da Associação de Mediadores Ciganos. A dimensão que “a afronta” tomou, suscita-lhe um alerta: “ Se não param com as provocações, ainda vamos assistir a uma tragédia. ”Os membros da etnia cigana contam que evitam agora circular pelas ruas, onde estão inscritas as frases a ameaçá-los de morte. “Dá-lhes pânico”, diz o mediador, dando conta que “nem as paredes do cemitério escaparam” às frases ameaçadoras. “É um crime” acentua Prudêncio Canhoto que tem acompanhado o desenrolar dos conflitos desde que começaram, no passado mês de Setembro. Depois de uma certa acalmia que se verificava desde Dezembro, "as famílias ciganas voltaram a ser vítimas de situações que mais lembram a actuação do Ku Klux Klan” um gesto que “pode estar a ser encorajado pela ausência de medidas das instituições, pela inoperância das autoridades policiais, pela impunidade das práticas racistas e xenófobas”, sublinha José Falcão. O conteúdo das frases, comenta ainda, desconforta quem as lê, "tem um impacto fortíssimo”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Manuel Caixinha, porta-voz das famílias ciganas, confirma ao PÚBLICO que nos últimos cinco dias “puseram escritos nas paredes, e na do cemitério também. “Depois mandaram duas bombas para o quintal do meu mano. Estamos todos com medo de mandar os nossos filhos à escola com receio que os levem. ” Não sabe quem lhes quer fazer mal, diz apenas que “há um pouco de racismo nas ofensas” que são feitas. O porta-voz do Comando Territorial de Beja da GNR, capitão Pedro Ribeiro, faz saber que a corporação não recebeu “qualquer denuncia” sobre a existência de “conflitos” em Santo Aleixo da Restauração. “Nada de oficial nos chegou nas últimas semanas”, acrescentou o militar, frisando que a situação “tem estado calma”, depois do pico de conflitos registado em Setembro e Outubro do ano passado. Para o presidente da Câmara de Moura, Santiago Macias, os conflitos que envolvem a comunidade cigana de Santo Aleixo da Restauração revelam, essencialmente, “um problema de segurança pública”.
REFERÊNCIAS: